Lucas Pedrosa, Marina Molinar, Rafaela Dias, Paulo Henrique.
Data: 02/05/2019
Os instrumentos de ordenamento territorial, seja no âmbito federal ou
municipal, tem por finalidade organizar a ocupação e o uso do solo, além de orientar a gestão sobre a qual incidem. No âmbito federal, a lei que institui o ordenamento territorial é a Lei de número 10.257 de julho de 2001. Ela garante a obrigatoriedade da criação de um plano diretor para municípios com mais de 20 mil habitantes, estabelecendo um prazo de 5 anos para a criação do mesmo e torna obrigatório que a lei que institui o plano diretor seja revisada, pelo menos, a cada 10 anos. Já na esfera municipal, o que regulamenta o ordenamento territorial é o Plano Diretor e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. O Plano Diretor é um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e organização espacial dos usos do solo urbano, redes de infraestrutura e elementos fundamentais à estrutura urbana, propostas estas aprovadas por lei municipal. Já a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo tem por intuito controlar a utilização do espaço e definir as atividades permitidas para cada zona demarcada. Tal controle deve ocorrer sob intervenção do município ou do estado, que legalmente buscam o desenvolvimento integrado à proteção ambiental. No município de Piumhi o que institui o plano diretor é a Lei Complementar n° 005/2006, que tem como objetivos estratégicos: • Direcionar o desenvolvimento do Município no sentido do cumprimento da função social da cidade. • Adequar a ocupação e o uso do solo urbano ao cumprimento da função social da propriedade. • Planejar a expansão das áreas urbanas do Município de modo a adequar sua ocupação às condições do meio físico e à oferta de infra-estrutura. • Promover melhor articulação física entre a sede, os povoados e os outros aglomerados urbanos e melhor integração à malha urbana dos bairros de ocupação mais recente do distrito sede. A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, no município, conta com um atraso de aproximadamente 12 anos, conforme artigo 118° da Lei Complementar 005/2006. Embora um projeto desta lei tenha sido apresentado ao município de Piumhi recentemente, por questões políticas ele não foi aprovado até o momento presente. O projeto tornou-se possível através de uma parceria entre a AEAUP1, a Câmara Municipal de Piumhi e um projeto de extensão do Professor Humberto Melo, docente do IFMG2 - Campus Avançado Piumhi, tendo sua estrutura pensada para atender questões como zoneamento, parcelamento, ocupação e uso do solo, penalidades e disposições transitórias. Ao comparar-se tais legislações citadas com o Plano Diretor regido pela Lei n° 7165 de 1996 e a Lei de n° 7166 de 1996 que trata do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo da cidade de Belo Horizonte/MG compreende-se a importância de tais regulamentações e seu cumprimento. Através delas torna-se possível otimizar áreas de proteção ambiental, assegurar áreas de recurso para habitações de interesse social, promover adensamentos em áreas estratégicas como ao longo de redes de transporte, comércio e serviços, reduzir mobilidades, otimizar as taxas de ocupação do município, reduzir problemas ambientais, socioeconômicos (desigualdade social) e de infraestrutura bem como caminhar conjuntamente com os conceitos de sustentabilidade das cidades.
1 Associação dos Engenheiros e Arquitetos Urbanistas de Piumhi 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais