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Legislação e Exercício Profissional – Plano Diretor Cidade de Recife

Discente: Sérgio Câncio Barbosa Júnior – IFPE – 18/042023 Docente: Ronaldo Faustino

O objetivo do Plano Diretor do Recife é guiar o desenvolvimento urbano


de forma a garantir um equilíbrio ambiental, social e econômico. Para isso, o
plano estabelece diretrizes como a promoção da acessibilidade, mobilidade
urbana, preservação do patrimônio histórico-cultural, ordenamento territorial,
regularização fundiária, gestão ambiental e estímulo ao desenvolvimento
econômico sustentável.
O plano divide a cidade em zonas de uso e ocupação do solo,
estabelecendo normas específicas para cada uma delas. Além disso, o plano
define diretrizes para o crescimento da cidade, incentivando a criação de áreas
verdes, parques, corredores verdes e áreas de proteção ambiental.
Um aspecto importante do Plano Diretor é a participação da população na
elaboração e implementação das políticas públicas. Isso ocorre através da
realização de audiências públicas e consultas populares.
A cidade de Recife, com sua densa pluralidade topográfica, geológica,
cultural, e de recursos naturais, um plano diretor se faz imprescindível, para
corrigir e promover o correto crescimento da cidade, fustigando os já presentes
e numerosos problemas relativos à mobilidade e ocupação urbana, seguem
alguns dados da cidade:
• Área total do município: 218,4 km².
• População residente em 2020: 1.653.461 habitantes.
• Densidade demográfica: 7.574,6 hab/km².
• Número de domicílios particulares permanentes em 2020: 517.777.
• Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais em 2010:
93,8%.
• Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em 2010:
0,772.
• Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe: 18,8 km².
• Número de viagens diárias em transporte coletivo em 2019: 1,7
milhões.
• Total de equipamentos públicos de saúde em 2020: 155 unidades.
• Área total de parques e áreas verdes urbanas: cerca de 48,6 km².
• Total de imóveis em áreas de risco: 9.136.
• Percentual de domicílios com acesso a serviços de saneamento
básico em 2020: 98,6% para abastecimento de água, 76,8% para
coleta de esgoto e 70,7% para coleta de resíduos sólidos.
• Índice de Gini (medida de desigualdade social) em 2010: 0,54.
• Número de Unidades de Conservação Municipais em 2020: 6
unidades.
• Área total das Unidades de Conservação Municipais em 2020: cerca
de 3,3 km².
• Número de bairros na cidade: 94.
Dada a extensão dos volumes que compõem o Plano Diretor, vamos aqui
salientar alguns pontos do Volume 01, e do Volume 02, que diz respeito às
“Leis de parcelamento e Uso do Solo”; estabelecendo alguns contrastes.
O Volume I - Diagnóstico Propositivo do Plano de Ordenamento Territorial
do Recife: Leitura Técnica e Comunitária é composto por um conjunto de
informações e dados técnicos e comunitários que buscam caracterizar a
estrutura urbana e territorial da cidade do Recife, identificar os principais
problemas urbanos e ambientais, bem como as potencialidades e
oportunidades de desenvolvimento urbano e econômico.
Entre os parâmetros abordados no volume, destacam-se a análise da
expansão urbana, acessibilidade e mobilidade urbana, proteção ambiental,
patrimônio histórico e cultural, equipamentos e serviços urbanos, entre
outros. O objetivo é subsidiar a elaboração do Plano Diretor da cidade, a fim
de orientar o desenvolvimento urbano de forma integrada, sustentável e
participativa, de onde foram obtidos os dados preteritamente citados.
Já o Volume II do Plano de Ordenamento Territorial do Recife contém as
leis de parcelamento e uso do solo da cidade. A Lei de Parcelamento do Solo
estabelece as normas e critérios para a divisão do solo em lotes urbanos,
enquanto a Lei de Uso e Ocupação do Solo define as regras para a utilização
dos espaços urbanos, incluindo as limitações e as possibilidades de
construção em cada região, sendo um volume mais normativo, com mais
dados, parâmetros e diretrizes.
A Lei de Parcelamento do Solo estabelece as zonas urbanas do município
e define as normas e critérios para a criação de loteamentos,
desmembramentos e remembramentos de lotes urbanos. Ela também
determina as dimensões mínimas e máximas dos lotes, as áreas destinadas
a equipamentos públicos, as faixas não edificáveis e as condições para a
aprovação de projetos.
Já a Lei de Uso e Ocupação do Solo define as áreas de uso
predominantemente residencial, comercial, industrial, de serviços e
especiais, como as áreas verdes e as de preservação. Além disso, ela
estabelece as normas de altura máxima das edificações, as taxas de
ocupação, as áreas permeáveis e os recuos obrigatórios, que são as
distâncias mínimas que as construções devem manter em relação aos limites
do lote e às vias públicas.
Ambas as leis têm como objetivo garantir o ordenamento do território, a
preservação do meio ambiente, o bem-estar da população e a melhoria da
qualidade de vida urbana. Elas são fundamentais para o planejamento
urbano e para o desenvolvimento sustentável da cidade do Recife.
A Lei de Parcelamento do Solo da cidade do Recife é regida pela Lei
Municipal nº 16.176/1996 e define as normas e critérios para a criação de
loteamentos, desmembramentos e remembramentos de lotes urbanos na
cidade. Algumas das principais medidas previstas na lei são:
• Dimensões mínimas e máximas dos lotes: a lei estabelece que os
lotes urbanos devem ter área mínima de 125 metros quadrados e
testada (frente do lote) mínima de 5 metros. Já a área máxima do
lote varia de acordo com a zona urbana em que ele se localiza,
podendo chegar a 10.000 metros quadrados em zonas de uso
predominantemente industrial.

• Áreas destinadas a equipamentos públicos: a lei determina que os


loteamentos devem reservar uma área mínima de 15% para
equipamentos públicos, como praças, escolas e postos de saúde.

• Faixas não edificáveis: em áreas urbanas consolidadas, as faixas


não edificáveis devem ter largura mínima de 3 metros ao longo dos
cursos d'água e de 5 metros ao longo das vias públicas. Em áreas
com declividade superior a 30%, a faixa não edificável deve ter
largura mínima de 15 metros.

Já a Lei de Uso e Ocupação do Solo é regida pela Lei Municipal nº


18.720/2019 e define as normas para a utilização dos espaços urbanos na
cidade do Recife. Algumas das principais medidas previstas na lei são:

• Altura máxima das edificações: a lei estabelece que a altura


máxima das edificações varia de acordo com a zona urbana em
que elas se localizam. Em zonas de uso predominantemente
residencial, a altura máxima é de 10 metros. Já em zonas de uso
predominantemente comercial, industrial ou de serviços, a altura
máxima pode chegar a 60 metros.

• Taxas de ocupação: a lei define as taxas de ocupação máxima dos


lotes urbanos, que variam de acordo com a zona urbana em que
eles se localizam. Em zonas de uso predominantemente
residencial, a taxa de ocupação máxima é de 60%. Já em zonas de
uso predominantemente comercial, industrial ou de serviços, a taxa
de ocupação máxima pode chegar a 90%.

• Áreas permeáveis: a lei determina que os lotes urbanos devem


manter uma área mínima permeável, que varia de acordo com a
zona urbana em que eles se localizam. Em zonas de uso
predominantemente residencial, a área permeável mínima é de
30%. Já em zonas de uso predominantemente comercial, industrial
ou de serviços, a área permeável mínima é de 20%.

Essas medidas são fundamentais para garantir o ordenamento do


território e o desenvolvimento sustentável da cidade do Recife, buscando
conciliar o crescimento urbano com a preservação do meio ambiente e o bem-
estar da população.

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