O objetivo do Plano Diretor do Recife é guiar o desenvolvimento urbano
de forma a garantir um equilíbrio ambiental, social e econômico. Para isso, o plano estabelece diretrizes como a promoção da acessibilidade, mobilidade urbana, preservação do patrimônio histórico-cultural, ordenamento territorial, regularização fundiária, gestão ambiental e estímulo ao desenvolvimento econômico sustentável. O plano divide a cidade em zonas de uso e ocupação do solo, estabelecendo normas específicas para cada uma delas. Além disso, o plano define diretrizes para o crescimento da cidade, incentivando a criação de áreas verdes, parques, corredores verdes e áreas de proteção ambiental. Um aspecto importante do Plano Diretor é a participação da população na elaboração e implementação das políticas públicas. Isso ocorre através da realização de audiências públicas e consultas populares. A cidade de Recife, com sua densa pluralidade topográfica, geológica, cultural, e de recursos naturais, um plano diretor se faz imprescindível, para corrigir e promover o correto crescimento da cidade, fustigando os já presentes e numerosos problemas relativos à mobilidade e ocupação urbana, seguem alguns dados da cidade: • Área total do município: 218,4 km². • População residente em 2020: 1.653.461 habitantes. • Densidade demográfica: 7.574,6 hab/km². • Número de domicílios particulares permanentes em 2020: 517.777. • Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais em 2010: 93,8%. • Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em 2010: 0,772. • Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe: 18,8 km². • Número de viagens diárias em transporte coletivo em 2019: 1,7 milhões. • Total de equipamentos públicos de saúde em 2020: 155 unidades. • Área total de parques e áreas verdes urbanas: cerca de 48,6 km². • Total de imóveis em áreas de risco: 9.136. • Percentual de domicílios com acesso a serviços de saneamento básico em 2020: 98,6% para abastecimento de água, 76,8% para coleta de esgoto e 70,7% para coleta de resíduos sólidos. • Índice de Gini (medida de desigualdade social) em 2010: 0,54. • Número de Unidades de Conservação Municipais em 2020: 6 unidades. • Área total das Unidades de Conservação Municipais em 2020: cerca de 3,3 km². • Número de bairros na cidade: 94. Dada a extensão dos volumes que compõem o Plano Diretor, vamos aqui salientar alguns pontos do Volume 01, e do Volume 02, que diz respeito às “Leis de parcelamento e Uso do Solo”; estabelecendo alguns contrastes. O Volume I - Diagnóstico Propositivo do Plano de Ordenamento Territorial do Recife: Leitura Técnica e Comunitária é composto por um conjunto de informações e dados técnicos e comunitários que buscam caracterizar a estrutura urbana e territorial da cidade do Recife, identificar os principais problemas urbanos e ambientais, bem como as potencialidades e oportunidades de desenvolvimento urbano e econômico. Entre os parâmetros abordados no volume, destacam-se a análise da expansão urbana, acessibilidade e mobilidade urbana, proteção ambiental, patrimônio histórico e cultural, equipamentos e serviços urbanos, entre outros. O objetivo é subsidiar a elaboração do Plano Diretor da cidade, a fim de orientar o desenvolvimento urbano de forma integrada, sustentável e participativa, de onde foram obtidos os dados preteritamente citados. Já o Volume II do Plano de Ordenamento Territorial do Recife contém as leis de parcelamento e uso do solo da cidade. A Lei de Parcelamento do Solo estabelece as normas e critérios para a divisão do solo em lotes urbanos, enquanto a Lei de Uso e Ocupação do Solo define as regras para a utilização dos espaços urbanos, incluindo as limitações e as possibilidades de construção em cada região, sendo um volume mais normativo, com mais dados, parâmetros e diretrizes. A Lei de Parcelamento do Solo estabelece as zonas urbanas do município e define as normas e critérios para a criação de loteamentos, desmembramentos e remembramentos de lotes urbanos. Ela também determina as dimensões mínimas e máximas dos lotes, as áreas destinadas a equipamentos públicos, as faixas não edificáveis e as condições para a aprovação de projetos. Já a Lei de Uso e Ocupação do Solo define as áreas de uso predominantemente residencial, comercial, industrial, de serviços e especiais, como as áreas verdes e as de preservação. Além disso, ela estabelece as normas de altura máxima das edificações, as taxas de ocupação, as áreas permeáveis e os recuos obrigatórios, que são as distâncias mínimas que as construções devem manter em relação aos limites do lote e às vias públicas. Ambas as leis têm como objetivo garantir o ordenamento do território, a preservação do meio ambiente, o bem-estar da população e a melhoria da qualidade de vida urbana. Elas são fundamentais para o planejamento urbano e para o desenvolvimento sustentável da cidade do Recife. A Lei de Parcelamento do Solo da cidade do Recife é regida pela Lei Municipal nº 16.176/1996 e define as normas e critérios para a criação de loteamentos, desmembramentos e remembramentos de lotes urbanos na cidade. Algumas das principais medidas previstas na lei são: • Dimensões mínimas e máximas dos lotes: a lei estabelece que os lotes urbanos devem ter área mínima de 125 metros quadrados e testada (frente do lote) mínima de 5 metros. Já a área máxima do lote varia de acordo com a zona urbana em que ele se localiza, podendo chegar a 10.000 metros quadrados em zonas de uso predominantemente industrial.
• Áreas destinadas a equipamentos públicos: a lei determina que os
loteamentos devem reservar uma área mínima de 15% para equipamentos públicos, como praças, escolas e postos de saúde.
• Faixas não edificáveis: em áreas urbanas consolidadas, as faixas
não edificáveis devem ter largura mínima de 3 metros ao longo dos cursos d'água e de 5 metros ao longo das vias públicas. Em áreas com declividade superior a 30%, a faixa não edificável deve ter largura mínima de 15 metros.
Já a Lei de Uso e Ocupação do Solo é regida pela Lei Municipal nº
18.720/2019 e define as normas para a utilização dos espaços urbanos na cidade do Recife. Algumas das principais medidas previstas na lei são:
• Altura máxima das edificações: a lei estabelece que a altura
máxima das edificações varia de acordo com a zona urbana em que elas se localizam. Em zonas de uso predominantemente residencial, a altura máxima é de 10 metros. Já em zonas de uso predominantemente comercial, industrial ou de serviços, a altura máxima pode chegar a 60 metros.
• Taxas de ocupação: a lei define as taxas de ocupação máxima dos
lotes urbanos, que variam de acordo com a zona urbana em que eles se localizam. Em zonas de uso predominantemente residencial, a taxa de ocupação máxima é de 60%. Já em zonas de uso predominantemente comercial, industrial ou de serviços, a taxa de ocupação máxima pode chegar a 90%.
• Áreas permeáveis: a lei determina que os lotes urbanos devem
manter uma área mínima permeável, que varia de acordo com a zona urbana em que eles se localizam. Em zonas de uso predominantemente residencial, a área permeável mínima é de 30%. Já em zonas de uso predominantemente comercial, industrial ou de serviços, a área permeável mínima é de 20%.
Essas medidas são fundamentais para garantir o ordenamento do
território e o desenvolvimento sustentável da cidade do Recife, buscando conciliar o crescimento urbano com a preservação do meio ambiente e o bem- estar da população.