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Turma: C41
Discente:
Allan Franco Sechene
Chelsea Cossa
Denilson Beatriz Robate Tomás Jane
Michael Tamele
Petty Macaringue
Shelton Palege
Conceitos básicos.......................................................................................................................................1
O Solo....................................................................................................................................................1
Avaliação de Terrenos...................................................................................................................................5
Técnicas de Avaliação...............................................................................................................................5
Perspectivas Futuras................................................................................................................................11
Conclusões...............................................................................................................................................12
Conclusão.....................................................................................................................................................12
Políticas de Solos no Planeamento Municipal
Conceitos básicos
O Solo
O solo é um recurso originalmente natural, ou seja, disponível antes da intervenção do homem e possui
qualidades únicas de produção. O seu conceito varia de acordo com os sectores da sociedade, bem como
dos profissionais das diferentes áreas que intervêm no planeamento e sua gestão. Por exemplo, em
geografía físico, o solo é o suporte físico (terra firme) dos estabelecimentos humanos, bem como o meio
fundamental para a produção de alimentos. O solo é permanente como espaço territorial, mas outras
características podem alterar-se por via do seu uso. Por o solo ser um recurso insubstituível, as políticas
de solos deverão incluir medidas de conservação e da salvaguarda que impeçam a degradação das suas
características.
No âmbito do planeamento municipal, as políticas do solo envolvem a definição de zonas de uso, como
áreas residenciais, comerciais, industriais e de lazer, com o objetivo de organizar o crescimento da cidade
de forma ordenada e planeada. Além disso, essas políticas estabelecem regras para a ocupação do solo,
como limites de altura e volume de construção, densidade populacional e preservação de áreas verdes e de
proteção ambiental.
Outros aspectos abordados nas políticas do solo no planeamento municipal incluem a infraestrutura
urbana, como redes de água, energia, transporte e saneamento básico, a acessibilidade e mobilidade
urbana, a promoção da habitação social e a requalificação de áreas degradadas.
A gestão fundiária é o processo de administração e manejo das terras, garantindo a sua sustentabilidade e
produtividade. Envolve a organização da propriedade, a definição de políticas de uso da terra, a
regularização fundiária, o controle da ocupação e destinação das áreas, a preservação ambiental, entre
outros aspectos.
A gestão fundiária é fundamental para o desenvolvimento sustentável, pois busca conciliar a produção
com a conservação dos recursos naturais e a promoção da igualdade social.
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O solo desempenha um papel fundamental nos assentamentos humanos, servindo como base física para
uma variedade de atividades. No entanto, sua gestão não pode ser simplificada apenas como um recurso
influenciado pelas pressões e ineficiências do mercado controlado por interesses individuais.
A posse privada do solo é um dos principais mecanismos tradicionais de acumulação de riqueza e tem
implicações sociais significativas. Além disso, essa posse pode afetar o planeamento urbano e o
desenvolvimento. A crescente demanda por espaços urbanos requer uma intervenção ativa da
administração pública no mercado de terras, abordando questões como posse, uso e transformação.
Os governos locais desempenham um papel crucial nesse processo. Sua atuação não deve ser meramente
reativa, baseada em instrumentos de controlo policial. Pelo contrário, deve ser estratégica, envolvendo
negociação e participação para encontrar soluções que equilibrem os interesses privados e o bem público.
Para efetivamente controlar e coordenar o uso do solo, os poderes públicos precisam de:
Informação Detalhada: Dados atualizados sobre a posse e uso do solo são essenciais.
Legislação Clara: Leis que definam claramente os limites entre direitos individuais e intervenções
coletivas.
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Instrumentos Adequados: Ferramentas para avaliar o valor do solo e as melhorias introduzidas,
seja por transformação de uso ou investimentos públicos.
Os governos, tanto em nível central quanto local, devem estar comprometidos em desenvolver e
implementar políticas de solos apropriadas. Essas políticas são fundamentais para melhorar a qualidade
de vida nas comunidades urbanas e rurais. O reconhecimento da importância dessas políticas tem levado a
um crescente investimento de organizações, pesquisadores e profissionais no campo do planejamento,
resultando em valiosa experiência internacional.
A Conferência das Nações Unidas - HABITAT em 1976 abordou questões de ordenamento do território a
nível mundial, destacando a importância da gestão do recurso solo e a implementação de políticas
fundiárias para o desenvolvimento socioeconômico e a proteção do ambiente.
As Jornadas Luso-Suecas de Habitação em 1981 definiram objetivos para a produção de solo urbanizado,
incluindo a constituição de reservas de terrenos, combate à especulação imobiliária, coordenação de ações
entre entidades governamentais e integração de políticas para a produção de habitação.
Estas recomendações visam garantir uma melhor gestão do solo urbano e uma produção habitacional mais
eficiente, abordando questões como a especulação imobiliária, a utilização adequada das infraestruturas
existentes, a formação de técnicos especializados e a integração intersectorial das políticas de habitação.
é essencial que sejam estudadas e discutidas de forma aprofundada, uma política de gestão de terrenos
eficaz deve considerar a regulação do mercado, por meio de instrumentos como o planeamento territorial,
zoneamento, taxas de utilização do solo, entre outros. Além disso, a aquisição de terrenos pela autarquia
para fins públicos, como a criação de espaços verdes, equipamentos de lazer e infraestruturas, é
fundamental para garantir um desenvolvimento urbano equilibrado e de qualidade.
É importante também promover a participação da sociedade civil na definição das políticas de gestão de
terrenos, por meio de consultas públicas e mecanismos de participação cidadã. Desta forma, será possível
garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas com as necessidades e interesses da população local.
Em suma, a gestão de terrenos pelas autarquias locais deve ser orientada para o interesse público,
buscando garantir a utilização adequada dos recursos naturais, a proteção do ambiente e a promoção de
um desenvolvimento sustentável e inclusivo. Este é um desafio complexo, que requer uma abordagem
integrada e participativa, mas é fundamental para garantir um futuro urbano mais justo e equitativo.
O livro aborda a importância do solo como espaço territorial, bem de consumo e fator de produção, e
analisa os direitos e obrigações dos agentes que atuam sobre ele. Propõe alternativas para a gestão do
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recurso solo, com foco no nível municipal e urbano. Destacam-se temas como a organização da
informação necessária para a gestão, a determinação do valor do solo e instrumentos de política de solos.
O objetivo é sugerir formas de melhor organizar a gestão do solo, com ênfase no ambiente urbano.
A determinação dos valores do solo é crucial para uma variedade de agentes, incluindo proprietários,
compradores, instituições financeiras e órgãos governamentais, para facilitar transações, concessões de
crédito, regulamentações e análises de mercado. A administração pública precisa estar equipada com
técnicas eficazes para intervir no mercado de terras, seja como proprietária, compradora ou reguladora. O
sucesso de um avaliador de terrenos depende mais da sua capacidade de interpretar dados e tendências do
mercado do que do conhecimento teórico. Apesar dos avanços científicos, os métodos de avaliação
continuam sendo mais uma arte do que uma ciência, conforme observado por Barlowe (1978).
O valor de capital (venal) do solo é determinado pelo mercado livre, baseado nas expectativas de
remuneração de capital dos compradores e vendedores. O preço, que inclui rendas contratuais e valor de
posse, reflete o valor presente dos rendimentos esperados. A renda fundiária surge da diferença entre
preço e custo e desempenha um papel de ajustamento entre oferta e demanda em áreas urbanas
estruturadas. No entanto, a falta de regras regressivas para o valor unitário do solo contribui para
comportamentos especulativos. É comum a comparação de valores de terrenos sem considerar sua forma,
dimensão e índices de utilização, levando a distorções no mercado. Existem também questões
relacionadas com a determinação de valores mínimos e máximos para dimensões de lotes de terreno, bem
como a consideração de terrenos indispensáveis para operações de construção contíguas.
Nos anos 60, surgiram os primeiros modelos de valor do solo, liderados por L. Wingo (1961) e W.
Alonso (1964), que combinavam modelos de valor do solo com modelos de localização de atividades
urbanas. Esses modelos baseavam-se em considerações microeconômicas do comportamento das
famílias, ao invés de explicar a estrutura espacial urbana de forma agregada.
Eles consideravam que os padrões de uso do solo eram determinados pela relação entre a renda do solo
urbano e os custos de transporte, buscando a localização teoricamente perfeita. Embora tenham
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proporcionado uma nova orientação à pesquisa urbana, esses modelos tiveram um relativo insucesso na
explicação das estruturas urbanas.
O modelo de Alonso (1964) parte do nível do agregado familiar ou da firma, onde cada um tem seu
consumo limitado por uma restrição orçamental, buscando equilibrar o espaço ocupado, os custos de
deslocamento e outras despesas operacionais.
Avaliação de Terrenos
Técnicas de Avaliação
3. Custos de substituição.
Essas técnicas são baseadas na comparação de indicadores de mercado e são utilizadas dependendo do
objetivo da avaliação (venda, compra, arrendamento, entre outros). Geralmente, duas ou mais técnicas são
utilizadas para estimar o valor mais provável do terreno.
No entanto, a falta de um referencial comum de avaliação leva a disparidades entre os valores estimados
por diferentes avaliadores, especialmente devido à dicotomia entre terrenos urbanos e rústicos consagrada
na lei.
A comparação dos valores venais de mercado é a técnica mais confiável, refletindo as condições do
mercado livre. No entanto, enfrenta dificuldades devido a imperfeições do mercado, como valores de
transação diferentes para parcelas semelhantes e características específicas de cada caso.
Para esta técnica, o avaliador considera aspetos físicos, enquadramento físico e social, aspetos
regulamentares e informações de mercado para estimar o valor do terreno.
Por outro lado, a capitalização do rendimento é adequada para terrenos produtivos que geram renda
periódica, mas enfrenta desafios na determinação da taxa de capitalização devido a incertezas sobre o
rendimento futuro e a duração exata do mesmo.
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Estimar o valor da renda para propriedades arrendadas pode ser desafiador, especialmente quando os
contratos de arrendamento são inalteráveis ou têm regras de atualização bem definidas. Em Portugal,
onde muitos contratos estiveram congelados até 1986 ou foram atualizados abaixo da taxa de inflação,
isso pode levar a valores de capital excessivamente baixos.
Para propriedades agroflorestais, o rendimento depende da produtividade do solo e do valor médio das
colheitas dos últimos anos, com dedução dos custos de exploração.
A escolha da taxa de capitalização é influenciada por diversos fatores, incluindo o risco associado ao
investimento, a esperança de atualização do valor da renda e a disponibilidade financeira das famílias
para enfrentar os encargos com habitação.
Nos Estados Unidos, as abordagens comuns para escolher a taxa de capitalização incluem o processo da
soma, o processo das "bandas" de investimento e a seleção por comparação.
A estimação dos valores de arrendamento é complexa e, portanto, é prudente não buscar apenas um valor,
mas sim estimar um intervalo mais provável, levando em consideração diferentes técnicas e contextos
específicos.
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Em resumo, a estimação do valor da renda e a escolha da taxa de capitalização são desafios complexos
que levam em consideração diversos fatores, incluindo o contexto econômico e regulatório específico de
cada propriedade.
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Cada técnica possui vantagens e limitações, sendo essencial considerar a adequação dos métodos à
situação específica de cada propriedade.
Gestão fundiária - A gestão fundiária refere-se ao conjunto de políticas, práticas e processos utilizados
para administrar o uso, a propriedade e o desenvolvimento da terra em uma determinada área. Isso inclui
a regulação do uso do solo, a atribuição de direitos de propriedade, a gestão de terras públicas e privadas,
a resolução de conflitos de terra e a promoção de um uso eficiente e equitativo dos recursos fundiários
Qual é a importância das políticas de solos e da gestão fundiária na administração urbanística municipal
Segundo Ratcliff (1949) o uso do solo é determinado pela eficiência relativa dos
diferentes usos em várias localizações, medida pela capacidade de pagamento de renda. A
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competição entre usos em diferentes localizações resulta da organização espacial mais
eficiente das funções económicas urbanas, conhecida como zoneamento natural.
O planeamento e a gestão urbanísticos hoje exigem uma intervenção ativa dos poderes
públicos, indo além da correção das falhas de mercado, para buscar economias urbanas
ótimas. Isso requer um equilíbrio entre o plano e compromissos resultantes de decisões
anteriores, considerando também o impacto da fiscalidade do solo sobre as transações e
ajustamentos no mercado.
a) Direitos da procura
d) Externalidades
Mesmo em um mercado livre perfeito existem externalidades do uso do solo, como custos
não suportados pelos agentes de decisão. Isto ocorre porque o mercado não considera
totalmente os custos e benefícios sociais, resultando em diferenças entre benefícios
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privados e sociais. Pigou (1948) argumentou que é difícil cobrar valores o valor dos
serviços complementares prestados por terceiros.
e) Especulação
A gestão do solo urbano é uma questão crucial para o desenvolvimento sustentável das cidades,
influenciando diretamente aspectos como o crescimento urbano, a equidade social, a qualidade ambiental
e a resiliência urbana. Este texto explora os desafios enfrentados na gestão do solo urbano, apresenta
estratégias para abordar esses desafios e discute as perspectivas futuras no contexto do planejamento
municipal.
A gestão do solo urbano enfrenta uma série de desafios complexos e interconectados, que variam de
acordo com as características específicas de cada cidade. Alguns dos principais desafios incluem:
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Estratégias de Gestão do Solo Urbano
Diante desses desafios, é crucial adotar estratégias abrangentes e integradas para a gestão do solo urbano,
visando promover um desenvolvimento urbano equilibrado, sustentável e inclusivo. Algumas estratégias
importantes incluem:
Planejamento Territorial Integrado: Desenvolver planos territoriais integrados que considerem não
apenas as necessidades imediatas de desenvolvimento urbano, mas também as preocupações de
longo prazo relacionadas à sustentabilidade ambiental, equidade social e resiliência urbana.
Regulação do Uso do Solo: Implementar regulamentações claras e eficazes para controlar o uso do
solo, incluindo zonamento, restrições de densidade e normas de construção, a fim de promover um
desenvolvimento urbano equilibrado e sustentável.
Incentivos e Penalidades: Utilizar incentivos, como incentivos fiscais e subsídios, para promover
práticas de desenvolvimento sustentável e penalidades, como taxas de utilização do solo, para
desencorajar comportamentos insustentáveis.
Participação Comunitária: Envolver ativamente os residentes locais e as partes interessadas na
tomada de decisões sobre o uso do solo, garantindo uma abordagem participativa e inclusiva na
elaboração de políticas e planos urbanos.
Parcerias Público-Privadas: Estabelecer parcerias colaborativas entre o setor público, o setor
privado e a sociedade civil para promover investimentos responsáveis e iniciativas de
desenvolvimento urbano que atendam às necessidades de todas as partes interessadas.
Perspectivas Futuras
No futuro, espera-se que a gestão do solo urbano continue a evoluir em resposta aos desafios emergentes
e às mudanças nas condições socioeconômicas e ambientais. Algumas perspectivas importantes incluem:
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Priorização da Equidade: Há uma crescente conscientização sobre a importância da equidade no
planejamento e na gestão urbana, com um foco renovado na redução das disparidades
socioeconômicas e na promoção da inclusão social por meio de políticas de uso do solo mais
equitativas.
Abordagem Multissetorial: Reconhecendo a natureza multifacetada dos desafios urbanos, espera-
se que haja uma maior integração entre diferentes setores, como habitação, transporte, meio
ambiente e desenvolvimento econômico, na formulação e implementação de políticas de uso do
solo.
Conclusões
A gestão do solo urbano é uma área complexa e dinâmica que requer abordagens flexíveis, adaptativas e
integradas para lidar com uma variedade de desafios e oportunidades. Ao adotar estratégias abrangentes e
colaborativas, as cidades podem promover um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo que
melhore a qualidade de vida de todos os seus habitantes e contribua para um futuro urbano mais resiliente
e equitativo.
Conclusão
A gestão do solo como recurso territorial, de consumo e de produção exige uma abordagem
estratégica contínua no contexto do planeamento municipal.
É necessário conciliar a gestão eficiente do solo com preocupações sociais, introduzindo uma
linguagem comum e novas atitudes e regras para alcançar compromissos e consensos.
Um quadro sistémico de referência para o planeamento e gestão urbanística, incluindo a gestão
fundiária municipal, deve ser estabelecido a longo prazo para reduzir incertezas.
A compreensão dos mecanismos de formação de preços do solo é essencial, assim como a
definição dos conceitos de solo rústico e urbano.
Em Portugal, a modelação de preços de terrenos é dificultada pela falta de mobilidade da
população e do emprego, mas é possível explicar a variação dos preços em áreas urbanas
específicas.
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A utilização de modelos de otimização pode ajudar na tomada de decisões, explorando
alternativas e compromissos possíveis entre os agentes do desenvolvimento municipal.
É necessário desenvolver novas abordagens das políticas de solos para se ajustarem à evolução
tecnológica, como as novas tecnologias de informação e telecomunicações, e às mudanças na
dinâmica económica, especialmente no setor terciário.
O planeamento e gestão urbanística devem buscar abordagens inovadoras que se adaptem a esta
nova realidade e promovam o desenvolvimento sustentável das áreas urbanas.
A gestão eficaz do solo é essencial para garantir o desenvolvimento urbano sustentável e equilibrado. As
políticas de solos e a gestão fundiária desempenham um papel crucial na administração urbanística
municipal, determinando como a terra é utilizada, desenvolvida e distribuída dentro do município. Elas
afetam diretamente a qualidade de vida dos residentes, o crescimento urbano e a eficiência dos serviços
públicos.
Ao estabelecer regulamentos e diretrizes para o uso do solo, as políticas municipais podem promover o
desenvolvimento equilibrado, a preservação ambiental, a justiça social e a revitalização de áreas
degradadas. Uma gestão fundiária eficaz pode ajudar a prevenir especulação imobiliária descontrolada,
promover o acesso equitativo à terra e garantir a disponibilidade de terrenos para habitação, infraestrutura
e atividades econômicas.
Em suma, as políticas de solos e a gestão fundiária são fundamentais para a construção de cidades mais
sustentáveis, inclusivas e resilientes. Elas contribuem para a promoção de um ambiente urbano saudável e
para o bem-estar de todos os cidadãos, além de possibilitar o crescimento ordenado e planejado das áreas
urbanas.
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