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Direito Urbanismo – 1ºTeste – 21 de outubro

O direito do urbanismo é o conjunto de normas jurídicas que disciplina o uso,


ocupação e transformação do solo.

Este surgiu ainda do fenómeno do crescimento da cidade em contraposição com as


populações rurais. Com o aumento continuo da população e dos aglomerados
urbanos, a taxa de urbanização aumentou, provocando assim um crescimento caótico
e desordenado das cidades, devido há ausência de habitações, conduziu ao
aparecimento de bairros operários

O principal objetivo do direito do urbanismo é harmonizar o uso e ocupação do solo. É


um ramo público, mas não de direito autónomo, ou seja, é constituído por um sistema
de normas jurídicas cuja função principal é a ponderação do interesse (público ou
privado) com o objetivo de assegurar que não haja conflitos de interesses.

O conceito de direito do urbanismo pode ser analisado em três perpestivas diferentes:


conceção ampla, restrita e intermédia. Segundo alguns autores nomeadamente Alves
Correia, o direito do urbanismo é o conjunto de normas e institutos respeitantes ao
uso, ocupação e transformação do solo globalmente considerado. Para outros autores
nomeadamente Freitas de Amaral, esta conceção revelava se demasiado ampla,
apresentando assim uma noção mais restrita de acordo com a qual, o direito do
urbanismo compreende apenas normas jurídicas aplicáveis ao ordenamento racional
do espaço de uma cidade. Por último tra par da conceção ampla e restrita do direito do
urbanismo surge a conceção intermédia preconizada pela doutora Fernanda Paula
Oliveira. De acordo com esta teoria, o direito do urbanismo é constituído por um
conjunto de normas que disciplinam o uso, ocupação e transformação do solo para
fins urbanísticos.

NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO URBANISMO

O direito do urbanismo é um ramo especial do direito administrativo e não um direito


autónomo. O direito do urbanismo procede o interesse público de forma comum com o
direito administrativo; os princípios que informam o direito administrativo quer
constitucionais quer os princípios que regulam a atividade administrativa são os
mesmos; os sujeitos tipos são a AP e os particulares. Pode assim dizer se por fim, que
os instrumentos, o ato, regulamento e contrato são aplicados no domínio do direito do
urbanismo pelo que se concluiu que o direito do urbanismo é um ramo especial do
direito administrativo.
DIREITO URBANISMO E ORDENAMENTO TERRITÓRIO

Trata se de realidades muito próximas, distintas, mas complementares. A relação é


muito estreita apesar de estas serem realidades diferentes. Por outro lado, a lei de
bases da política publica dos solos, ordenamento do território e urbanismo
(LBPPSOTU) define conjuntamente os fins e os princípios da política publica dos
solos, ordenamento de território e urbanismo, não apresentando, contudo, qualquer
critério de distinção. Compete então, há doutrina demarcar a fronteira entre uma
disciplina e a outra, sendo que esta socorre se dos seguintes critérios distintivos:

1. Critério do âmbito territorial de aplicação;

Quanto ao critério do âmbito territorial de aplicação, diz se que o urbanismo respeita


ao ordenamento racional da cidade, ou da urbe, ou seja, tem uma aplicação local, ao
passo que o ordenamento de território tem um âmbito territorial de aplicação mais
vasto, ou seja, um planeamento territorial local. De acordo com este critério, o direito
do urbanismo, corresponderia há noção restrita de urbanismo e o ordenamento de
território corresponderia há noção ampla.

Este critério, não serve individualmente para estabelecer a distinção porque existem
normas de ordenamento de território que se aplicam só ao espaço de uma cidade, e
existem normas por outro lado, de direito de urbanismo que se aplicam ao território
globalmente considerado, como é o caso das normas do programa nacional da política
do ordenamento do território.

2. Critério da contraposição direito/politico;

Quanto ao critério da contraposição direito/politica, diz se que o objetivo do


ordenamento do território é garantir a igualdade de oportunidades entre pessoas,
sendo que, o urbanismo teria objetivos mais concretos, concisos e diretos. De acordo
com este critério, o urbanismo seria o direito, e o ordenamento de território a política.
No entanto, o ordenamento de território deve ser visto também como uma matéria
regulada pelo direito.

3. Critério dos instrumentos jurídicos;


Quanto a este critério, diz se que, o urbanismo utiliza medidas imperativas e
unilaterais como o regulamento e os atos administrativos, enquanto o ordenamento de
território utiliza medidas de apoio e de incitamento da atividade dos particulares e
formas contratuais de cooperação com os agentes económicos.

Contudo, as formas de concertação também existem no direito do urbanismo


(exemplo: contrato de urbanização) e existem medidas unilaterais no ordenamento de
território (exemplo: licenciamento de empreendimentos industriais, licenças para
empreendimentos turísticos).

4. Critério da eficácia jurídica das normas.

Finalmente, no que contende com o critério da eficácia jurídica das normas, diz se que
o urbanismo contém normas direta e imediatamente vinculativas para os particulares e
para os entes públicos, estabelecendo o regime do uso, ocupação e transformação do
solo.

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