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A FUNÇÃO PÚBLICA URBANÍSTICA: AS FONTES DO DIREITO DO

URBANISMO

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO


Aula de 12.3.2024
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

Constituição portuguesa: remissão para o que foi lecionado


anteriormente

As fontes internacionais e europeias:

A posição negacionista de um Direito do Urbanismo supranacional


(MARIA DA GLÓRIA GARCIA)

Críticas a essa posição:


- existência de um Direito do Urbanismo transfronteiriço:
necessidade de articulação entre planos de municípios vizinhos de
Estados diferentes;
- Influência de normas internacionais e europeias de outras áreas
científicas sobre o Direito do Urbanismo: o caso da avaliação
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

ambiental estratégica (avaliação ambiental de planos e programas


territoriais) como subprocedimento do procedimento de formação
de instrumentos de gestão territorial: Decreto-Lei n.º 232/2007, de
15/6, que transpôs as Diretivas n.º 2001/42/CE do PE e do
Conselho, de 27/6, e n.º 2003/35/CE, do PE e do Conselho, de 26/5

Direito Internacional do Urbanismo caraterizado pela existência de


normas de soft law: e.g. Resoluções da Assembleia Geral da ONU,
Agenda 2030 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
orientações de organizações internacionais como a OCDE, que
aprovou em 2020 um documento contendo uma nova perspetiva
sobre urbanização (cfr. http://www.oecd.org/publications/cities-
in-the-world-d0efcbda-en.htm)
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

Agenda Local 21 visando a implementação de uma estratégia de


desenvolvimento sustentável no domínio territorial pelos
municípios e que conta com a participação de cidadãos e empresas

Conselho da Europa aprovou em 2000 a Carta Europeia de


Salvaguarda dos Direitos do Homem na Cidade
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

Direito Europeu do Urbanismo

Inexistência de instrumentos jurídicos europeus sobre Direito do


Urbanismo

A tentativa malograda de aprovação de uma Diretiva europeia de


proteção dos solos

Referência à inclusão no Tratado de Funcionamento da União


Europeia pelo Tratado de Lisboa do vocábulo “territorial” a seguir à
“coesão económica e social”
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

Legislação (principais fontes)

- Lei n.º 31/2014, de 30 de maio (Lei de Bases Gerais da Política de


Solos, de Ordenamento do Território e do Urbanismo);
- Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio (Regime Jurídico dos
Instrumentos de Gestão Territorial);
- Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro (Regime Jurídico da
Urbanização e da Edificação).
AS FONTES DO DIREITO DO URBANISMO

Regulamentos urbanísticos: normas aprovadas pelo Governo ou


pelas autarquias locais

Normas de planeamento territorial: remissão

Normas técnicas de urbanismo: e.g. Decreto Regulamentar n.º


5/2019, de 27 de setembro, que aprova os conceitos técnicos do
ordenamento do território e do urbanismo
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO

As entidades administrativas com atribuições em matéria de


ordenamento do território e do urbanismo

Interseção entre matérias de ordenamento do território e de


urbanismo

Tendencial localização do urbanismo no âmbito municipal e do


ordenamento do território ao nível supramunicipal

As dificuldades de estabelecimento de uma separação clara entre


atribuições do Estado e das autarquias locais

A rejeição da tese do “condomínio de atribuições”


A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO

A existência de intervenções concorrentes do Estado e das


autrquias locais

O princípio da subsidiariedade como como critério possível de


delimitação da atuação do Estado e das autarquias locais (art. 6.º,
n.º 1, da CRP)

Dúvidas quanto à aplicação do princípio da subsidiariedade por


poder subverter o sentido descentralizador para que aponta a CRP
e por poder favorecer a intervenção de entidades supralocais,
devido à crescente tecnicidade das matérias
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO

A coordenação das intervenções na ação concreta

Princípio da coordenação [art. 3.º, n.º 1, alínea d)] da LBPPSOTU):


“coordenação e compatibilização das diversas políticas públicas
com incidência territorial com as políticas de desenvolvimento
económico e social, assegurando uma adequada ponderação dos
interesses públicos e privados em presença”

Coordenação externa e coordenação interna (arts. 22.ºa 24.º do


RJIGT)
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO

Entidades privadas colaboradoras da Administração urbanística:


transferência para particulares do exercício da tarefa pública
urbanística, como tal qualificada pela Constituição e pela lei,
agindo esses sujeitos privados em vez da Administração Pública na
satisfação de necessidades coletivas públicas de caráter urbanístico

Manifestações da colaboração dos particulares:


- Elaboração de planos urbanísticos;
- Exercício da atividade de transformação urbanística (e.g.
concessão de urbanização);
- Controlo da atividade de urbanização e edificação (e.g.
comunicação prévia e controlo por entidades técnicas privadas)
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO URBANISMO

Princípios limitadores à transferência da função pública urbanística


para particulares:
- Prossecução do interesse público;
- Proteção dos direitos fundamentais;
- Inalienabilidade da competência pública;
- Participação;
- Autonomia local.

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