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em causa, vamos seguir o modelo (mais prático e teleológico do que aquele que segue a
doutrina dominante) proposto por Rogério Soares, que servirá de base/suporte a uma
teoria das invalidades dos atos administrativos. Assim, na linha do que poprõe Rogério
Soares, temos de analisar, antes de mais, a composição-estrutura interns do ato
administrativo, analisar as suas “peças” estruturais, de forma a podermos captar melhor
eventuais desconformidades daquele com as exigências da ordem jurídica, e as
respetivas consequências.
Deste modo, de acordo com a proposta deste autor, a ato administrativo pode analisar-se
em três momento ou perspetivas estruturais essenciais:
o sujeito,
o objeto
e a estatuição. Devido à grande complexidade da estatuição podemos, ainda,
desdobrá-la em 4 sub-momentos: fim, conteúdo, procedimento e forma.
**a usurpação de poderes também dará lugar a um vício do ato.
SUJEITO = Quando falamos no sujeito do ato, estamos a falar das pessoas coletivas
públicas a quem a ordem jurídica atribui a prossecução de determinados fins/interesses
públicos. Como sabemos, as pessoas coletivas públicas (dotadas de atribuições) atuam
por meio dos órgãos administrativos que, por sua vez, são dotados de competências
(poderes-funcionais) que também lhes são atribuídas por lei, de forma a que possam ter
forma de prosseguir o interesse público que incumbe à pessoa coletiva publica a quem
pertencem.
Assim, quanto ao sujeito do ato, podemos dizer que se trat aqui, verdadeiramente, dos
órgãos administrativos, pois são estes que exprimem a vontade imputável à respetiva
pessoa coletiva, aparecendo, então, como autores dos atos administrativos.
Os requisitos de validade do ato em relação ao sujeito são: As atribuições, as
competência do órgão autor do ato, e a legitimação (desenvolver esta parte).
OBJETO = quando falamos, neste âmbito, do objeto do ato administrativo, estamos a falar
do seu objeto mediato ou propriamente dito, isto é, do ente que sofre as
alterações/transformações jurídicas visadas pelo ato. O objeto pode assim ser: uma
pessoa, uma coisa ou um outro ato administrativo.
Requisitos de validade:
Existência
Determinação
Idoneidade
Legitimação
ESTATUIÇÃO = a estatuição, que é a parte mais “nobre” da estrutura do ato, corresponde ao
ato propriamente dito, ou seja, corresponde àquilo que é declarado, à estatuição
autoritária do ato. Como vimos, devido à sua grande complexidade esta é estudada e
analisada em 4 sub-elementos: o fim, o conteúdo, o procedimento e a forma.
o Fim
Clausulas acessórias:
Condição, termo e reserva de revogação dizem respeito à
eficácia do ato.
Modo e reserva de modo dizem respeito a uma alteração da
posição-relação relativa entre a Administração e os destinatários do ato.
o Procedimento
o Forma
A forma corresponde às exigências que o legislador faz quanto ao modo como o ato
administrativo se vai exteriorizar.
O art. 150.º do CPA determina que…
Talvez a mais importante das exigências formais é a fundamentação, o dever de
fundamentação (art. 152.º CPA, e tem mesmo tutela constitucional no art. 268.º/3 da
CRP). Quanto à fundamentação do ato, esta é constituída por 2 elementos:
A justificação – que indica o fim do ato, ou seja, a justificação corresponde à
identificação dos pressupostos
A motivação – que só tem lugar no âmbito dos atos discricionários e consiste,
como o próprio nome indica, na indicação dos motivos/razões que levaram a
adotar aquele conteúdo em específico, e não outro, isto é, a indicação dos
interesses que a Administração considerou relevantes e a ponderação que fez dos
mesmos para atribuir ao ato um determinado conteúdo.