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Noções Fundamentais. Disposições Genéricas
SOUSA. Marcelo Rebelo
Introdução ao estudo do
Direito-LEX
Conceito de Direito
Direito é um conjunto de normas jurídicas que regula o comportamento humano numa determinada
sociedade e numa determinada época Direito regula alguns comportamentos, não todos
Direito está sempre referido a uma dada sociedade não há Direito sem sociedade ( ubi homo ibi
societas)
O objectivo do Direito
O Direito tem fim último na implantação de uma certa ordem, tendendo a uma certa organização
social isto é o Direito tem como fim ultimo o estabelecimento da paz jurídica.
Normas
outras vezes tem um sentido objectivo sinónimo de regra ou de um conjunto de regras (quando se
diz que determinada conduta é punida pelo Direito penal )
Direito positivo
estamos em Direito positivo nos dois sentidos, objectivo e subjectivo, que é o Direito posto em
vigor
Direito suprapositivo
por exemplo quando se protesta contra certas regras e se diz “não há direito “ Neste
Acção arbitrária
quando os órgãos do poder, fazem tábua rasa da legalidade e do poder discricionário que lhes foi
concedido
sistema normativo
que a norma seja positiva ou suprapositiva, ética ou jurídica, é sempre a norma que
nos aparece como base e centro de referência, daí que o Direito é um sistema de normas ou
normativo
Logo podemos afirmar que Direito é um conjunto de normas jurídicas reguladoras de certos
comportamentos humanos numa determinada sociedade num determinado momento histórico
Ora, Sistema normativo é o mesmo que dizer ordem normativa que equivale em dizer norma, o
que seria uma ordem normativa e quantas ordens ou tipo de ordens existem?
Mas a ordem que nos interessa são as normas jurídicas, que formam a ordem normativa jurídica.
Diz-se ordens normativas ao, sistemas de regras sociais que constituem a componente deôntica
ou normativa da ordem social, intervindo todas elas na regulação das relações sociais, do que se
infere que as relações sociais são, por conseguinte, reguladas por uma pluralidade de sistemas de
normas, nomeadamente, ordens normativas costumeira, moral, natural, religiosa, de trato social e
jurídica. Nasce desta coexistência de sistemas normativos o conceito de pluralismo jurídico
• A necessidade;
• A normatividade;
• A alteridade;
• A vinculatividade ou imperatividade;
• A coercibilidade;
• A exterioridade;
• A estatalidade ou estadualidade;
• A heteromania.
Dizer que a ordem jurídica é uma ordem necessária significa que a ordem jurídica existe por
exigência da sociabilidade humana, pois, não pode o homem viver sem regras, sem ordem, sem
disciplina. As regras ou normas são, pois, necessárias, no sentido de que são imprescindíveis na
vida social do homem.
Dizer que a ordem jurídica é normativa significa que a ordem jurídica, enquanto ordem ética, é um
sistema de regras, é constituída por normas e tem conteúdo normativo.
O conceito de alteridade, que é uma característia da ordem jurídica, traduz a ideia de que o Direito
não tem relevância para cada indivíduo tomado de per sí, não tem sentido para o homem isolado.
Ele disciplina a conduta do homem que interage, que comunica, que produz e consome em
sociedade, que convive. A dimensão social do homem é o fundamento último da existência da
ordem jurídica.
A sua aplicação é incondicional e categórica, os seus destinatários não têm a liberdade de escolher
entre observá-la ou não observá-la, o que comprova a ideia de que a ordem jurídica é dotada de
imperatividade. Mas será isso verdade? Não há uniformidade de entendimento.
Há quem defenda que a coercibilidade não caracteriza cada regra jurídica tomada de per se, porque
há regras jurídicas sem ela, como é o caso de grande parte das leis de família.
A coercibilidade não se confunde com uma sanção, aquela é tão só a susceptibilidade de aplicação
desta. E quando é que ela é uma susceptibilidade de aplicação coerciva das regras: nos meios de
tutela preventiva que visam evitar a violação dessas regras.
Uma outra dimensão característica da ordem normativa jurídica é a exterioridade, que significa
que a ordem jurídica disciplina comportamentos que se manifestam exteriormente, através de
actos, embora não ignore totalmente a intenção. As ideias de alguém que não chegam a ser
traduzidas em actos não podem ser punidas pelo Direito porque não preenchem o requisito da
exterioridade.
Nós somos pela ideia de que a ordem jurídica é estadual, constituindo o Direito Canónico e o do
Direito Internacional Público excepções à regra, sabido que não há regra sem excepção e a
excepção confirma a regra.
Como outra característica da ordem jurídica temos a heteronomia, a qual contrapõe-se à autonomia
da Moral. Dizer que a moral é autónoma é dizer que a sua definição passa pelo crivo da consciência
do sujeito. O Direito ou ordem jurídica, pelo contrário, é heterónomo, e, a sua origem é exterior à
consciência do destinatário, ele decorre da sociabilidade, que é algo objectivo ou seja segundo o
kant heteromania é a sujeição do individuo à vontade de terceiros ou uma colectividade se opondo
deste modo ao conceito de autonomia onde o ente possui arbítrio e pode expressar a sua vontade
livremente.