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Esther de Oliveira Pereira

R.A: 202100313

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO


Teoria da Norma Jurídica

São Paulo
2023
Faculdade de Direito – Escola Paulista de Direito Avenida da Liberdade, 956, São Paulo/SP - CEP:
01502-001
INTRODUÇÃO

A teoria da norma jurídica é uma área de estudo que busca compreender as regras e princípios
que regem as relações jurídicas. Analisa a estrutura das normas e suas consequências, e existem
diferentes teorias que explicam a natureza e o fundamento das normas jurídicas, como o
voluntarismo, o positivismo, o normativismo e o pós-positivismo. A compreensão da norma
jurídica é fundamental para o estudo e aplicação do direito.
PALAVRAS-CHAVE
Norma jurídica.
A teoria da norma jurídica é um dos pilares fundamentais da ciência do direito e tem como
objetivo compreender a estrutura e funcionamento das normas no âmbito jurídico. É uma área
de estudo que busca analisar as regras e princípios que regem as relações entre os indivíduos e
a sociedade, bem como as consequências decorrentes de sua aplicação.
A norma jurídica é o instrumento de definição de conduta exigida pelo estado, que esclarece
como e quando agir. São padrões de conduta social impostos pelo estado, para que seja possível
a convivência dos indivíduos em sociedade. Pelas regras jurídicas o estado dispõe também
quanto a sua organização. Possui uma estrutura lógica composta por elementos essenciais,
como a hipótese normativa e a consequência jurídica. A hipótese normativa descreve a situação
fática ou jurídica em que a norma é aplicável, enquanto a consequência jurídica determina as
consequências jurídicas que decorrem do cumprimento ou descumprimento da norma.
O direito pátrio, por razões históricas, se expressa sobretudo, através da lei, em sentido amplo,
enquanto norma jurídica expressa, sendo decorrente da produção estatal. Portanto, embora o
direito transcenda a existência da figura legal, é a partir da interpretação sobre esta que se extrai
a norma jurídica.
É importante diferenciar o conceito de norma jurídica e norma moral. Sabe-se que no Brasil, o
sistema jurídico é pautado pelo Civil Law, modelo com origem romano-germânica,
caracterizado pelo positivismo, onde as leis precisam ser escritas. Essa alegação pode ser
observada no texto da lei, que diz que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena
sem prévia cominação legal”.
A partir disso, conclui-se que as normas jurídicas são predominantemente externas, ou seja,
levam em conta a conduta externa do indivíduo. Pautada principalmente em ações. Já as normas
morais são internas, que decorre do entendimento de como se deve ou não agir. É algo que
permeia o subconsciente, de ensinamentos coletados desde a infância, instruções que são
passadas e formam o caráter individual de cada um.
Diversos juristas se debruçaram no estudo da estrutura da norma jurídica, portanto, essa pode
variar de acordo com a teoria ou o sistema jurídico analisado. De forma geral, é composta por
elementos básicos e essenciais.
A hipótese normativa é a descrição da situação fática ou jurídica que deve ocorrer para que a
norma seja aplicável. Ela estabelece os requisitos ou condições necessárias para que a norma
entre em vigor.
O dispositivo de comando é a parte da norma que estabelece a consequência jurídica, ou seja,
os direitos, deveres, proibições ou obrigações que são atribuídos aos sujeitos envolvidos na
situação descrita na hipótese normativa. O dispositivo contém as determinações específicas que
devem ser seguidas pelos destinatários da norma.
A sanção é a parte da norma que estabelece as consequências jurídicas que serão aplicadas em
caso de descumprimento da norma. A sanção pode ser uma punição ou uma recompensa,
dependendo da natureza da norma e do seu objetivo.
Existem diferentes teorias que buscam explicar a natureza e o fundamento das normas jurídicas.
Teoria positivista sustenta que as normas jurídicas são fruto do poder estatal e sua validade está
ligada à sua inserção em um sistema normativo. O fundamento da validade das normas está na
obediência a um conjunto de regras estabelecidas pelo sistema jurídico.
Teoria normativista enfatiza a importância da norma como um instrumento regulador da
conduta humana. Para essa teoria, as normas jurídicas possuem um caráter objetivo e devem
ser interpretadas de acordo com seu texto e finalidade.
Teoria pós-positivista surge como uma crítica ao positivismo jurídico e busca incorporar
elementos éticos e axiológicos na análise das normas jurídicas. Para essa corrente, o direito não
se restringe apenas ao que está positivamente estabelecido, mas também deve levar em
consideração valores e princípios morais.
A norma jurídica se caracteriza como sendo imperativa, ou seja, emite comando normativo,
que dita como os indivíduos, os governantes e o próprio estado devem agir. A norma jurídica
impõe um dever.
É heterogênea, ou seja, deve ser observada por todos, ainda que os respectivos destinatários
discordem de seu comando. Diferente da norma moral, que é autônoma, ou seja, cada indivíduo
determina seu próprio senso de moralidade. A observância da norma jurídica independe da
vontade daqueles aos quais ela se destina.
Bilateral, pois entende-se a correspondência existente entre duas partes interligadas pela norma
jurídica. Significa dizer, pois, que o Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas,
atribuindo um poder a uma parte e, da mesma forma, impondo um dever à outra. A norma
jurídica é bilateral, pois, em seu mecanismo, alguém dispõe, os demais obedecem.
Geral, a norma jurídica é dirigida, indistintamente, a todos que se ajustarem à hipótese por ela
disciplinada, e não a alguém em particular. É preceito de ordem geral, que obriga a todos os
que estiverem em igual situação jurídica, referindo-se, desta feita, não a casos concretamente
considerados, mas a um rol de situações indefinidas.
Estável, tal atributo reside no fato de que a norma jurídica é editada, em regra, pelo Estado (em
forma de lei). Ademais, quando a norma jurídica é excepcionalmente produzida (de modo
difuso) pela sociedade, dando origem ao costume jurídico, é o ente estatal que a aprova.
Permanente, segundo dispõe o art. 2º, caput, do Decreto-Lei nº 4.657/42, “não se destinando à
vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. Nota-se, portanto,
que a norma jurídica não se esgota pela sua observância ou pelo seu descumprimento, vigendo
até que sobrevenha eventual alteração ou até mesmo revogação.
Publica, a característica da publicidade é de fundamental importância, considerando que a
norma jurídica, para ser fielmente observada, precisa ser oficialmente publicada, no direito
brasileiro, pautado pelo Civil Law.

BIBLIOGRAFIA:
Teoria da Norma Jurídica. Norberto Bobbio. Editora Edipro. 2ª Edição. São Paulo. 2003.
Teoria da Norma Jurídica. Reis Friede.

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