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DIREITO
VISÃO DINÂMICA
Está associada aos conceitos de facto jurídico, regra jurídica e consequências ou efeitos
jurídicos.
Facto jurídico → todos os factos que são relevantes para o direito. Ou seja, todos os factos
jurídica de um facto, no sentido em que apenas são factos jurídicos aqueles que se integram
Efeito jurídico → é o resultado da aplicação de uma regra jurídica a um facto jurídico. Esta
VISÃO ESTÁTICA
É aquela que considera o Direito em si mesmo, sem incidir o foco principal nas consequências
ou efeitos jurídicos que resultam da aplicação daa regras jurídicas a certos factos jurídicos.
As regras jurídicas são analisadas e estudadas como tal, sem a necessidade de estar a analisar
as consequências e situações que advêm da sua aplicação.
Em IED devemos seguir maioritariamente a perspetiva estática, uma vez que devemos focar-
nos mais no direito considerado em si mesmo do que nas consequências da aplicação das regras.
Em inglês - “law”.
Pode ser entendido em vários sentidos: Em inglês - “right”.
- como equivalente a sistema jurídico ou Diz respeito à posição de um sujeito
ordenamento (enquanto titular de direito) quanto a um
- como sinónimo de lei ou fonte de direito determinado modo de atuar.
- como equiavalente a regra jurídica
DISCIPLINAS JURÍDICAS
HISTÓRIA DO DIREITO
Ocupa-se do estudo da formação e evolução do Direito.
Analisa o Direito como uma realidade cultural, tendo como base uma certa homogeneidade
cultural.
SOCIOLOGIA DO DIREITO
É o ramo da Sociologia que estuda o Direito como um facto social. Procura determinar as
funções e o grau de efetividade do direito na sociedade.
Para esta disciplina, a validade do Direito é vista pela perspetiva do ser, ou seja, é válido o
Direito que é observado e aplicado.
A realidade social conforma o Direito. O mesmo surge para dar resposta a problemas sociais.
Desta forma, podemos concluir e observar que nas várias épocas históricas corresponderam
diversos direitos.
Um Direito que não seja observado na sociedade não é eficaz.
FILOSOFIA DO DIREITO
É o ramo da Filosofia que se ocupa do fundamento, da essência, do fim do Direito.
Ocupa-se de questões como: “o que é o direito?”, “a que valores este está sujeito”, “que fatores
o podem legitimar”.
TEORIA DO DIREITO
Analisa o Direito vigente e procura construí-lo como sistema. Para o fazer, baseia-se nos
contributos recebidos das restantes disciplinas, de forma a delimitar a ordem jurídica perante
as outras ordens normativas, elaborar alguns conceitos operativos para a análise do direito e
construir o sistema jurídico.
CIÊNCIA DO DIREITO
Procura orientar a resolução de casos concretos, através da determinação do significado das
fontes do direito e do enunciado de proposições e teorias que possibilitam a resolução desses
casos.
A ciência do Direito é uma ciência social uma vez que a mesma considera o direito como uma
realidade social. Esta disciplina deve considerar o direito não somente pela forma como o
mesmo é legislado mas também pela forma como é praticado e aplicado.
Considera-se também uma ciência normativa uma vez que determina como os casos concretos
deverão ser resolvidos de acordo com os critérios jurídicos.
Estuda o Direito como sendo uma Analisa o Direito como uma realidade
realidade social, ou seja, como normativa, ou seja, como pertencente à
pertencendo à ordem do ser. ordem do dever ser.
Esta disciplina coloca-se numa Esta, por sua vez, posiciona-se numa
perspetiva que transcende o sistema perspetiva imanente ao sistema jurídico
jurídico, procurando responder à e responde à pergunta Quid iuris? (qual
questão Quid est ius? (O que é certo?). é a lei?)
O objetivo do Curso de Direito é formar cientistas do direito e não meros teóricos do Direito.
É suposto o contributo de um jurista incentivar uma melhor praxis jurídica e não apenas focar-
se na teoria do direito.
DIREITO COMPARADO
Não é um ramo do Direito. Representa somente as comparações entre as várias ordens jurídicas
ou institutos de diferentes ordens jurídicas. O Direito comparado permite distinguir diferentes
sistemas jurídicos.
Kant e Hume ??
● O dever ser não pode ser considerado verdadeiro ou falso, segundo a teoria da
correspondência da verdade, ou seja, através da correspondência da realidade e do que
é afirmado sobre ela.
Ex: Está atenta a aula!, nesta frase não faz sentido nos afirmarmos que ela é verdadeira
ou falsa
● A separação entre o ser e o dever ser estende-se à importância entre a questão de facto
e a questão de direito.
● O dever ser relaciona-se com um querer: algo deve ser porque alguém quer que assim
deva ser. O dever ser exige uma vontade de alguém.
NORMATIVIDADE DA ORDEM SOCIAL
As condutas dos membros das sociedades são orientadas por meio de hábitos ou usos sociais,
ou também por regras de dever ser. Enquanto que os hábitos ou usos sociais provêm do
comportamento da grande maioria dos membros da sociedade, sem que ao mesmo esteja
subjacente qualquer consciência de dever ser, as regras de dever ser, por sua vez, determinam
o que os membros deverão cumprir e o que não deverão fazer, ainda que não se observe a
adesão dos destinatários.
Na ordem social coexistem variadas ordens normativas: a moral; a do trato social; e a jurídica.
Ordem moral → é aquele que orienta a conduta humana para a realização do bem. É uma
ordem intra-individual que adquire uma conduta intersubjetiva no âmbito da moral social,
dado que esta regula aspetos relacionados com o decoro, a decência e a probidade do
comportamento.
normativa de ordem social mais relevante nas sociedades modernas, uma vez que é a única
que supõe uma sanção que pode ser imposta pela força caso seja violada.
NULIDADE ANULABILIDADE
Na maioria das ordens jurídicas, a publicação das principais fontes de Direito é feita nos jornais
oficiais. Em Portugal, o jornal oficial é o DIÁRIO DA REPÚBLICA (Art. 119º, nº1 CRP)
EFEITOS DA PUBLICAÇÃO
De acordo com o disposto no Art. 5º, nº1 CC, é necessária a publicação da lei no jornal para
que esta se torne obrigatória. Também a CRP sublinha esta ideia com o seu Art. 119º, nº2
CRP, o qual diz que a falta de publicação da lei no Diário da República determina a sua
ineficácia.
(...)
O direito é construído por fontes que se exprimem por meio de enunciados linguísticos. Ou
seja, não há direito sem linguagem nem fora da linguagem.
A linguagem marca as fronteiras do dever ser e do direito.
DIMENSÃO DA LINGUAGEM:
1
Inferência = conclusão, consequência…
Compreender um conceito é compreender a sua intensão. De acordo com a tese da prioridade
semântica, só após compreender-se a intensão, se poderá determinar a realidade a que ele se
refere (extensão).
No plano da linguagem jurídica é importante ter em conta que o legislador se pode exprimir
tanto numa dimensão conceptual ou classificatória como numa dimensão tipológica ou
ordenatória. A dimensão classificatória tem expressão nos conceitos jurídicos e a dimensão
ordenatória reflete-se nos tipos legais.
São conceitos que possuem uma extensão São conceitos de extensão variável, ou seja,
determinada. É sempre possível distinguir a vagos.
que é que se refere e a que é que não se refere.
São conceitos que comportam, relativamente
Ex: conceitos de pessoa ou de livro. Não se ao seu significado, uma zona iluminada e
pode dizer que alguém é mais ou menos uma zona de penumbra: “um núcleo de
pessoa nem que uma coisa é mais ou menos significado certo é rodeado por um halo de
livro. significado que se dissipa gradualmente”.
TIPOS LEGAIS:
descreve o que se verifica com maior descreve uma realidade de acordo com os
frequência, o que acontece normalmente ou seus traços característicos, os seus elementos
que é mais comum ou usual. essenciais ou as suas notas distintivas.
CONCEITO TIPO
é fechado, uma vez que exige a verificação de é vago ou “poroso” visto que está preenchido
todos os seus elementos constitutivos. No ainda que os seus elementos se verifiquem
conceito é tudo essencial. em diferentes configurações ou ainda que
esses elementos se combinem com elementos
acessórios ou mesmo com elementos
atípicos. Num mesmo tipo pode conjugar-se
algo que é essencial, algo que é acessório e
algo que é atípico.
Uma mesma expressão linguística pode ser vista como um conceito e como um tipo.
Ex: o conceito de automóvel é compatível com diferentes tipos de automóveis.
Se é certo que uma mesma expressão pode ser considerada como um conceito e como um tipo,
a verdade é que na linguagem quotidiana o tipo é muito mais relevante que o conceito.
Ex: quando distinguimos entre aulas teóricas e aulas práticas, temos presente dois tipos
diferentes de aulas.
No caso da linguagem jurídica, cabe ao legislador escolher entre uma dimensão conceptual ou
classificatória e uma dimensão tipológica ou ordenatória.
O legislador limita-se a recorrer à dimensão tipológica que é habitualmente utilizada na
linguagem quotidiana, porque esta fornece o enquadramento jurídico através da descrição dos
elementos típicos do facto ou da situação que integra a previsão jurídica.
É por este motivo que a previsão das regras relativas a condutas ou ao exercício de poderes é,
quase sempre, constituída por tipos.
Ex: Art. 483º, nº1 CC. Para determinar se a atuação do agente foi dolosa ou culposa, ilícita e
danosa. o que é exigido ao intérprete, não é que ele construa o conceito de dolo, de culpa, de
ilicitude e de dano, mas que ele averigue se está preenchido o tipo de dolo, de culpa, de ilicitude
e de dano.
O mesmo carácter tipológico pode ser atribuído às definições legais, porque elas são descrições
dos elementos típicos de certos conceitos.
A prevalência dos tipos sobre os conceitos mostra-se, com particular evidência, no âmbito dos
conceitos indeterminados. A indeterminação destes conceitos é uma indeterminação quanto aos
casos que eles abrangem, pelo que esses conceitos são afinal tipos.
O mesmo se pode dizer em relação aos conceitos determinados que são empregados numa
dimensão tipológica.
Ex: perante a regra que estabelece que nenhum veículo pode entrar num parque, é indiscutível
que a regra abrange um automóvel, um carro ou um motociclo, mas já não é seguro que o
mesmo deva suceder quanto a um trator corta-relva. Deste modo, o conceito determinado
“veículo” passa a ser indeterminado se, como frequentemente sucede na previsão das regras
jurídicas, ele for usado numa dimensão tipológica.
DIVISIO E PARTITIO
espécies. Cada parte da divisio contém, além das características próprias, todas as
características do conceito dividido.
HERMENÊUTICA DO DIREITO 2
É importante ter consciência de que não há significados, mas sim atribuições de significados
com base em certas regras. Esta hermenêutica resulta quer do caráter prático da interpretação
e da sua ligação com o caso, quer da posição de que “o significado de uma palavra é o seu uso
na linguagem” e de que compreender uma regra é saber aplicá-la.
2
Hermenêutica do Direito = Arte de interpretar leis