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PESSOAS SINGULARES

NOÇÃO DE PERSONALIDADE
Art. 66, nº1 CC → personalidade jurídica (susceptibilidade de ser titular de direitos e de

estar adstrito a vinculações)

“Assim, uma coisa é saber se certa entidade é, ou não, dotada de personalidade jurídica, outra
apurar quais os direitos e vinculações que lhe podem caber, quais os que, efetivamente, lhe
estão atribuídos e como ela os pode actuar.”

DIREITOS DE PERSONALIDADE

DIREITO À VIDA

DIREITO À INTEGRIDADE MORAL, AO BOM NOME E À REPUTAÇÃO → Arts.


70º, nº1 CC, Art. 484º CC; Art. 26º CRP

Honra constitui a consideração pela integridade moral de cada ser humano. Podemos
distinguir:

● Honra social/exterior/objetiva: exprime o conjunto de apreciações valorativas, o


respeito e a consideração de que cada um desfruta na sociedade. Envolve vários
domínios, mas é geralmente no domínio profissional que a situação é mais grave
porque provoca danos morais (dor de ver o seu nome associado a vergonha e a
humilhação) e patrimoniais (lucros cessantes). A consideração que os outros têm por
nós é que exprime o nosso bom nome e a nossa reputação (art. 484o CC).
● Honra pessoal/interior/subjetiva - corresponde à autoestima, ou seja, à consideração
que nós temos de nós próprios. Assim, os juízos que os outros fazem de nós
repercutem-se na nossa autoestima, que pode ficar diminuída. Também pode ser
afetada devido a uma ofensa da honra exterior que, por vezes, dá lugar a doenças
mentais. Pode dar lugar a danos morais e patrimoniais.
Qual é a relevância da verdade?

Corresponde a um problema que diz respeito a saber se os factos invocados sobre alguém,
sendo verdadeiros, importam ou não uma violação do direito à honra. Se a afirmação for
verdadeira, a ofensa à honra é justificada, a pessoa não é responsabilizada? A doutrina
defende várias posições.

MC diz que não interessa a veracidade dos factos, mas sim a violação de um direito de
personalidade. Portanto, desde que atinja a honra, é ilícito, independentemente de ser
verdadeiro ou falso.

Tutela da Honra vs Liberdades Fundamentais

Tutela da Honra vs Liberdade de Expressão

A tutela da honra pode entrar em conflito com outras liberdades fundamentais, também
constitucionalmente garantidas, como a liberdade de expressão, a liberdade de informação, a
liberdade de criação artística, etc. A questão agrava-se perante o uso das redes sociais, na
internet. Há que equilibrar esta situação, porque todos estes direitos são necessários nas
democracias modernas.

Uns autores dizem que a tendência é proteger mais o direito à liberdade de informação, mas
outros discordam. Há que ter em conta que o direito à honra é um direito de personalidade,
pelo que prevalece sobre os restantes. O Direito e a Jurisprudência têm vindo a diversificar as
soluções. Por outro lado, quando se refere à liberdade de informação, há que reportá-la a algo
de socialmente útil ou relevante.

Assim, para delimitar as fronteiras destes dois direitos, há́ que ter dois critérios bem
definidos:

● A absoluta veracidade: a liberdade de comunicar não justifica notícias inverídicas,


pelo contrário, exige uma verdade pura, sem equívocos.
● O interesse político-social: é diferente do mero interesse ou curiosidade do público,
trata-se de algo realmente importante para a sociedade conhecer. Permite também a
reposição da verdade de “honras imerecidas”, por exemplo, quando alguém se faz
passar por médico e angaria clientes injustamente. Neste caso, não pode reivindicar a
ofensa ao bom nome e à reputação, por se repor a verdade. É também importante no
que toca às prevenções contra métodos não-científicos, pois o público deve ser
informado.

Liberdade de Imprensa vs Liberdade de Expressão

A liberdade de imprensa tem uma proteção especial relativamente à liberdade de expressão?


Pode um jornal dizer mais do que nós?

A liberdade de expressão é limitada. Contudo, os órgãos de comunicação social têm uma


liberdade de expressão qualificada, porque têm uma entidade reguladora e têm de obedecer
a códigos deontológicos. A liberdade de imprensa tem consagração constitucional.

A liberdade de imprensa tendencialmente é menos limitada do que a liberdade de expressão,


porque os órgãos de comunicação social têm de cumprir as legis artis e, por isso, respeitam
também os requisitos da exceptio veritatis. Existe a Lei de Imprensa, aprovada pela Lei
no2/99.

Esta lei é mais intensa porque se presume que os órgãos de comunicação social prosseguem
um interesse público relevante.

Esta lei impõe limites à liberdade de imprensa, aqueles que estão previstos na Constituição e
na lei. Também confere o direito de resposta a qualquer pessoa que tenha sido referida e que
sinta a sua reputação afetada, bem como o direito de retificação.

A liberdade de imprensa não sobreleva o direito à honra.

DIREITO À IMAGEM → Art. 79º CC

A tutela do Direito à imagem apresenta algumas exceções, nomeadamente quando se trata de


pessoas com alguma notoriedade (Art. 79º, nº2 CC).

Contudo, também podemos verificar exceções a estas exceções. Para isso utilizamos a Teoria
das Esferas.
Por um lado temos a Esfera Pública e a Esfera Individual-Social, nas quais não é necessária a
autorização da pessoa em causa sempre que, de acordo com as circunstâncias e os objetivos,
se possa depreender que essa “violação” do Direito à imagem tem meramente o objetivo de
documentar o que se passa. Por exemplo, não seria legítimo obter imagens de um famoso
para utilizar numa campanha publicitária. O retrato nunca é permitido caso atinja a honra
da pessoa.

Por outro lado, encontramos a Esfera Privada, Secreta e Íntima. Para aceder a informações
que se enquadram neste grupo é sempre necessária a autorização da pessoa em causa.

Esfera privada → por meio de autorização é possível aceder. Tem a ver com a vida

privada comum da pessoa: apenas acessível ao circulo da família ou dos amigos mais

estreitos, equiparáveis a familiares;

Esfera secreta → Não há autorização possível. Abrange o âmbito que o próprio tenha

decidido não revelar a ninguém; desde o momento em que ele observe a discrição

compatível com tal decisão, esta esfera tem absoluta tutela;

Esfera secreta → Não há autorização possível. Reporta-se à vida sentimental ou familiar

no sentido mais estrito (cônjuge e filhos); tem uma tutela absoluta, independentemente da

decisão do agente;

(...)

DIREITO À VIDA PRIVADA → Art. 80º CC articulado com o Art. 79º CC

Cada pessoa tem a liberdade fundamental de, sem prejudicar a terceiros, orientar a sua vida
privada como entender. A vida é o bem em causa e são abrangidas diversas realidades: a
origem e a identidade da pessoa, a saúde, o património, a sua imagem, os seus escritos
pessoais, as suas amizades e relacionamentos, as suas preferências estéticas, as suas opções
políticas e religiosas, etc.
Este direito salvaguarda tudo aquilo que não seja público, profissional ou social. É um direito
contra o Estado mas também oponível a todos os particulares. Nos possíveis conflitos com
outros direitos haverá que proceder a uma ponderação valorativa.

As esferas da privacidade de cada pessoa variam consoante a pessoa se expõe fora do seu
domicílio. Contudo, este direito protege as esferas privada, secreta e íntima, ou seja, em
caso algum elas poderão ser violadas, exceto com o consentimento do titular do direito. O
Art. 80º, nº2 CC delimita a proteção em função de dois elementos:

OBJETIVO = natureza do caso SUBJETIVO = a condição das pessoas

Está relacionado com os motivos que Diz respeito à notoriedade ou ao cargo da


conduziram à intromissão da esfera privada pessoa considerada e até mesmo à postura
dessa pessoa. Os mesmos terão de ter uma por si adotada. A esfera privada destas
cobertura legal e constitucional e deverão pessoas notórias não desaparece, sobretudo,
revelar-se mais ponderosos do que os nunca ao ponto de atingir as esferas secreta
valores subjacentes à privacidade. e íntima. No entanto, pode ser fortemente
Ex: a polícia colocar escutas telefónicas no suprimida sem que se possa falar de
âmbito de uma investigação. atentado à privacidade. O mesmo acontece
quando o visado toma a iniciativa de revelar
Tem de ser articulado com o Art. 70º, nº2 a sua vida privada. Aqui falamos
CC maioritariamente em figuras públicas, mas é
preciso ter em conta que tipo de figura
pública se trata, uma vez que a proteção
pode não ser a mesma se se tratar de uma
pessoa que está constantemente a expor a
sua vida.

Deve ser articulado com o Art. 79º, nº2.


Contudo, o Art. 79º, nº3 também se poderá
aplicar uma vez que a ação não é lícita se
afetar a honra da pessoa.

Nota: os tribunais tendem a ser mais


conservadores quanto ao cálculo do dano
provocado pela ingerência da vida privada,
quando se trata de uma figura pública que se
expõe bastante.

Assim se percebe que o mesmo ato poderá


ser ilícito, caso se trate, por exemplo, do
primeiro-ministro, e ilícito, caso se trate de
um cidadão comum anónimo. Quanto mais
intensa é a lesão, maior é o dano.

Deve dar-se especial atenção aos casos em cadeia, ou seja, quando alguém abre a porta à sua
vida privada e, ao fazê-lo, viola a vida privada de outra pessoa. Mesmo tendo o
consentimento de um podemos estar a violar a vida privada de outro.

Ex: um casal de namorados que faz vídeos caseiros, um dia chateiam-se e um deles divulga
os vídeos.

A privacidade tutela, ainda, diversas informações que só ao próprio dizem respeito,
como segredos dos seguros, segredos bancários, segredos profissionais, segredos relativos à
entidade genética e à saúde, segredos sobre os elementos constantes de bases de dados, etc.

Sanções:
A lei penal intervém quando a violação da privacidade atinge os círculos interiores da vida
secreta e da vida íntima. A lei civil vai mais longe:
● Protege também o círculo privada (não íntimo ou não secreto)
● Tutela hipóteses de ingerência que não constem dos tipos incriminadores;
● Reage perante puras violações objetivas, ou seja, independentemente da ação do
agente.

Consequências Civis:

● Responsabilidade civil Art. 483º CC - quando ocorra, as indemnizações devem


assumir um papel desincentivador e punitivo. O cálculo da indemnização consta do
Art. 564º CC.
● Medidas adequadas a fazer cessar a intromissão - Art. 70º, nº2 CC - perante uma
atitude atentatória o tribunal deverá adotar medidas que cessem de imediato e
eficientemente a ofensa, ainda que não seja exigível responsabilidade civil.

Ex: retratações públicas (pedidos de desculpa); apagamento de ficheiros; afastamento de uma


pessoa em relação a outra pessoa;

O ónus da prova cabe ao lesado, nos termos gerais, ou seja, ele tem de demonstrar o ato
prevaricador e a especial sensibilidade que determinou o atingimento da sua honra; este
último ponto é desnecessário quando, pela natureza da agressão, seja público e notório o
atingimento da honra. Art. 342º CC

INTEGRIDADE MORAL: DIREITO À HONRA, AO BOM NOME E À REPUTAÇÃO


→ Art. 70º, nº1 CC articulado com o Art. 26º CRP

Tipos de honra:

(...)

BOA FÉ
Tem duas perspetivas:
SUBJETIVA : OBJETIVA:

Diz respeito ao estado de Diz respeito à ideia de


convencimento do sujeito sobre comportamento das pessoas de
determinada situação ou de acordo com valores dominantes na
ignorância de certos factos, ordem jurídica (como por ex: o
protegidos pelo Direito. cumprimento contratual). Estamos,
portanto, perante um apelo a regras
Uma pessoa que ao possuir ou positivas de comportamento.
adquirir determinada coisa ignorava
que estava a lesar os interesses de Aqui a boa fé constitui um critério de
outrem. ação correta.
Tem grande importância o
conhecimento ou desconhecimento trata-se de julgar a conformidade de
subjetivo, por parte do agente, de uma uma certa atuação com as regras de
vissicitude ou de um vício da situação boa fé. A boa fé é, neste caso,
jurídica em questão. portadora de critérios de atuação
honesta e honrada, como padrão ou
É, obviamente, diferente aquele que “standard” jurídico.
age sem saber que estava a lesar o
interessado, daquele que age com A questão centra-se na conformidade
completa consciência dos danos que ou desconformidade da sua ação com
irá causar. os padrões vigentes de decência de
ação.
Quem age ignorando o vício merece
uma maior proteção do que aquele É a conduta em si mesma que é
que o faz com conhecimento do vício. submetida a julgamento.

CARTAS MISSIVAS CONFIDENCIAIS → Art. 75º a 78º CC

Atualmente, o regime das cartas missivas abrange a tutela das mensagens enviadas por meios
eletrónicos.

Uma carta é um texto, redigido em papel e com um destinatário. Esta é confidencial quando o
seu conteúdo não possa ser comunicado fora do círculo entre o remetente e o destinatário.

Em termos jurídicos existem 3 direitos que podem entrar em conflito com base no Art. 335º
CC:
1. Um direito real de propriedade sobre a carta, que se transmite para o destinatário por
doação, assim que a carta seja fechada e endereçada ou quando, independentemente
do endereço, seja entregue em mão ao destinatário.
2. Os direitos de autor, patrimonial e moral, sobre o texto da carta: pertencem ao autor se
da própria carta outra solução não resultar. Seguem o regime do Direito de autor.
3. Os direitos de personalidade que tutelam bens íntimos eventualmente patentes na
carta: são do autor e seguem o regime do Direito de personalidade.

TEORIA SUBJETIVA

TEORIA OBJETIVA

TEORIA DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE

(...)

INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA → Art. 66º CC

A personalidade, segundo este preceito, adquire-se no momento do nascimento completo e


com vida. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento
completo e com vida.

Devemos distinguir a situação de quem ainda não nasceu mas já foi concebido e a expectativa
de alguém vir a ser gerado.
NASCITURO: CONCEPTURO:

Aqueles que já foram concebidos e têm Aqueles que ainda não foram
vida no seio da mãe mas que ainda não concebidos.
nasceram. Não existem, são meras esperanças ou
Trata-se de uma situação transitória e expectativas.
limitada no tempo, uma vez que No entanto, a lei permite que lhe sejam
acabada a gestação, a situação altera-se. destinadas certas atribuições
Nascituros são seres humanos, com patrimoniais, para o caso de virem a ser
vida, que se encontram numa particular gerados.
fase da sua vida. Todavia, os concepturos não são nada.

Ambos conceitos são considerados são considerados no Direito.

Durante a gravidez, o embrião apenas tem contacto com a mãe. Com o seu nascimento, a
criança começa a relacionar-se com as outras pessoas, pelo que este momento marca a sua
integração na sociedade. É exatamente a partir deste momento que se iniciam as suas relações
interpessoais, sendo este um momento muito importante para o Direito.

Apesar disto, o nascituro detém toda a dignidade própria de uma pessoa humana e, apesar de
não ser objeto do direito, é uma pessoa jurídica, o que faz com que tenha personalidade
jurídica. Antigamente, este momento em que passamos a estar perante uma vida humana era
o momento do nascimento. Atualmente, sabemos que a vida começa muito antes.

O Código Civil trata dos direitos do nascituro, revelando deste modo que, mesmo que ainda
não tenha nascido, o mesmo já é mais do que uma “coisa”, já é uma pessoa. Os vários
preceitos que tornam inegável que o nascituro tem personalidade jurídica:

Art. 952º CC → nascituro pode adquirir por doação, presumindo-se que o doador reserva

para si o usufruto desses bens até ao nascimento;

Art. 1878º CC → incumbe aos pais o dever de representar legalmente os filhos, mesmo que

nascituros
Art. 2033º CC → nascituro tem capacidade sucessória (processo tem de ser iniciado após a

sua concepção)

Art. 2240º CC → pode receber herança, ficando a mesma com quem administraria os seus

bens se ele já tivesse nascido.

Também preceitos da CRP podem ser utilizados:

Art. 24º, nº1 CRP → não faz distinção entre vida uterina e intrauterina ou extrauterina ?

DOUTRINA:

PEDRO PAIS VASCONCELOS MENEZES CORDEIRO

A mera conceção do ser humano determina Existe personalidade jurídica desde a


a personalidade jurídica. concepção mas os direitos concebidos
durante a gestão são suspensos até ao
nascimento. O nascimento é condição de
plenitude da aquisição de personalidade
jurídica.

(confirmar se está completo)


Adicionar a jurisprudência

TERMO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - A MORTE → Art. 68º CC

De acordo com o disposto no Art. 68º CC, a morte determina o fim da personalidade jurídica.

A morte tem-se como um dado extrajurídico e corresponde à “cessação irreversível das

funções do tronco cerebral”. → Lei nº 141/99, de 28 de agosto.

Esta mesma lei supramencionada estabelece os princípios nos quais se baseia a verificação da
morte. Esta é uma competência dos médicos, os quais têm de elaborar um relatório
(certificado de óbito). Deste modo, do ponto de vista jurídico, a morte é declarada com a
declaração médica de óbito, que atesta o falecimento de acordo com critérios médicos.

A determinação do momento da morte é de grande relevância uma vez que é necessária para
o desencadear dos efeitos jurídicos da mesma (sucessórios).

Há efeitos jurídicos que dependem da sobrevivência de certa pessoa em relação a outra.


Contudo, há situações nas quais duas ou mais pessoas morrem conjuntamente e em
circunstâncias nas quais seja impossível determinar quem sobreviveu a quem. Perante estes
casos, o Art. 68º, nº2 CC define que a morte de ambas é tida como simultânea, não entrando
uma na sucessão da outra e vice-versa.

Esta presunção pode, no entanto, ser afastada quando se apresentarem provas que determinem
momentos de morte distintos. - Art. 350º CC

Normalmente a morte é verificada perante o cadáver. Contudo, às vezes deparamo-nos com


situações em que tal é impossível. Quando há a suspeita de morte, não havendo, no entanto, o
cadáver da pessoa, dizemos que estamos perante uma morte presumida - Art. 114º CC

MORTE DECLARADA - ART. 68º,


Nº3 CC MORTE PRESUMIDA - ART.
114º CC
Tem-se por falecida a pessoa cujo
cadáver não foi encontrado ou Tem-se por falecida a pessoa que
reconhecido, quando o desaparecimento desaparece por período prolongado,
se tiver dado em circunstâncias que não sem indícios de morte e sem haver
permitam duvidar da morte dela. A notícias da mesma.
morte terá́ de ser declarada por uma
entidade judicial.

Apesar da personalidade cessar com a morte (Art. 68º, nº1 CC), entende-se que é necessária
uma intervenção do direito para proteção das pessoas mesmo após a sua morte. Os falecidos,
contam de uma proteção aos seus direitos fundamentais mesmo após a sua morte.

DOUTRINA → PPV, MC E O REGENTE:


Segundo estes, o Art. 71º CC tutela os direitos de personalidade dos vivos, fazendo remissão
para o Art. 70º, nº2 CC, o qual confere o direito a indemnizações e providências em caso de
ofensa.

Neste sentido, tem-se que os direitos se extinguem com a morte, sendo que esta proteção à
ofensa de pessoas já falecidas tutela somente a preservação da memória pelo falecido e o
respeito por quem cá ficou e sofre com os danos que essas ofensas lhes possam causar.

Teoria do direito dos vivos: a tutela em jogo visaria a proteção das pessoas enumeradas no
71o/2, afetadas por atos ofensivos à memória do falecido; elas teriam direito à indemnização
por danos morais e patrimoniais sofridos. (Prof. Menezes Cordeiro)

DANO MORTE: Afirma, desde logo, o Professor Menezes Cordeiro, de modo a refutar a
doutrina acima mencionada, que se a morte não é ressarcível, então a vida não é um direito
subjetivo o que representaria um enorme retrocesso na defesa da dignidade da vida humana.
Para além disso defende ainda que o artigo 496o não esgota o universo a que se aplica; a seu
lado funcionam os artigos 70o/1, 483a/1 e 2024 do Código

Esta doutrina é favorável a que, além das indeminizações por via do artigo 496o, ainda haja
outras, por danos morais, e pela supressão do direito à vida, do próprio lesado e que se
seguem depois por via hereditária. Para tal argumentam:

- não faz sentido existir direitos e depois negar-lhes o próprio regime;


- a atual responsabilidade civil tem funções retributivas e preventivas que se perderiam
quando se admite direitos que desapareçam assim que violados

(...)

DOMICÍLIO

(...)
ESTATUTO JURÍDICO DA AUSÊNCIA → Arts. 89º a 121º CC

A ausência, em sentido jurídico, representa a situação de quem desapareceu e de quem não


existem notícias, havendo dúvidas se está viva ou morta e de quem deixou bens que carecem
de administração.

A importância de administração dos bens para o regime de ausência encontra-se explícita no


Art. 89º CC.

Nos Arts. 98º, 112º e 119º CC encontra-se o desconhecimento ou dúvida relativamente ao


estado do ausente.

A definição do Estado de ausência possibilita a defesa da paz pública e a proteção do


património do ausente (em primeira instância) e os interesses dos seus sucessores (em
segunda instância).

O Estatuto da Ausência divide-se em 3 fases sequenciais:

Os bens do ausente são


PROVISÓRIA
CURADORIA

PRESUMIDA
entregues a quem os
receberia de acordo com o
MORTE

Direito sucessório
(herdeiros, sucessores,
etc.). O Direito preocupa-se
essencialmente com a
proteção dos interesses dos
futuros titulares dos bens.
O direito preocupa-se A crença no retorno do O Direito já não acredita
essencialmente com a proteção ausente é cada vez menor. no regresso do ausente
CURADORIA
DEFINITIVA

do património do ausente, (apesar de prever essa


expectando o seu regresso. hipótese). Os bens são
Nomeia-se um curador entregues aos sucessores
provisório cujas funções são e àqueles que a eles
idênticas às do tutor do interdito teriam direito por morte
ou às do curador que administra do ausente.
os bens do inabilitado.

Ao longo destas três fases é sempre tido em conta o equilíbrio entre a protecção do ausente e
respectivo património e a dos seus sucessores. Com o aumento gradual da descrença no
retorno do ausente, aumenta também a proteção dada aos sucessores do mesmo – são
realidades diretamente proporcionais.

CURADORIA PROVISÓRIA → Arts. 89º a 98º CC

Nesta fase é quando há a maior expectativa de regresso do ausente. Na mesma tenta proteger-
se o património do mesmo.

Primeiro há que verificar a ausência → deve verificar-se o desaparecimento da pessoa, sem

que haja notícias desta e sem que se saiba do seu paradeiro. - Art. 89º, nº1 CC

Deve, igualmente, constatar-se que o ausente não tem representante legal ou voluntário para
administrar os seus bens (ou seja, verificar que o património carece de proteção) - Art. 89º,
nº1 CC

A curadoria provisória deve ser requerida pelo Ministério Público ou por qualquer
interessado. - Art. 91º CC

Quem pode exercer a função de curador? - Art. 92º, nº1 CC

- Cônjuge
- Herdeiros Presumidos
- Outras pessoas que tenham interesse na conservação dos bens do ausente.

É o Tribunal o responsável pela nomeação do curador. - Art. 89º, nº1 CC

Art. 93º CC → Antes dos bens serem entregues ao curador, o Tribunal fixa uma caução

que este deverá prestar (exceto em casos específicos de emergência). Se o Curador não

prestar a caução fixada pelo Tribunal, será substituído.

Art. 94º CC → O curador tem poderes de administração do património do ausente e está


sujeito ao regime do mandato geral (Art. 1159º CC)
“Só com autorização judicial pode o curador alienar ou onerar bens imóveis, objectos

preciosos, títulos de crédito, estabelecimentos comerciais e quaisquer outros bens cuja

alienação ou oneração não constitua actos de administração.” → Art. 94º, nº3 CC

Essa autorização judicial só é concedida para evitar a deterioração/ruína dos bens, para solver
dívidas do ausente ou outra “necessidade urgente”.

O curador provisório tem o dever de prestar contas da sua gestão anualmente ou sempre que
lhe seja pedido pelo Tribunal e tem uma remuneração de 10% da receita líquida.

A curadoria provisória cessa de acordo com o disposto no Art. 98º CC, com o regresso do
ausente, quando surja alguém que possa representar o mesmo, quando é instaurada a
curadoria definitiva ou quando o ausente é dado como morto.

DIREITOS DO CURADOR DEVERES DO CURADOR

Art. 96º CC Receber 10% da receita líquida Atua como representante por nome e conta
que realizar de outrem; administra o património do
ausente.
Na administração dos bens:
Art. 95º, nº1 CC Prestar contas do seu
Art. 94º CC Regime do mandato geral mandato perante o tribunal

Art. 1159º, nº1 CCApenas podem praticar Art. 97º CC Mostrar capacidade para manter
atos de administração ordinária o cargo sobe pena de ser substituído

Art. 94º, nº3 CCApenas poderá praticar atos


de alienar ou onerar os bens com
autorização judicial

Art. 94º, nº4 CC Contudo, a autorização só é


atribuída quando necessária para certas
atuações

DOUTRINA:
O que é um ato de administração ordinária?

ADMINISTRAÇÃO ORDINÁRIA ADMINISTRAÇÃO


EXTRAORDINÁRIA

Não altera a substância da coisa Ato que altera a substância da coisa


- obras de conservação Do ponto de vista subjetivo ou objetivo
- pagar impostos da casa - subjetivo → muda o seu titular
- promover a frutificação normal do (alienação)
bem
- objetivo → muda a composição do

bem, sem que para isso haja


São atos destinados a prover a conservação
dos bens. necessidade. (por exemplo,

(pintar a casa, apanha da azeitona, etc…) acrescentar um muro, um poço,

…)

CURADORIA DEFINITIVA → Arts. 99º a 113º CC

Apesar de esta ser a segunda fase do processo, é importante referir que não pressupõe a
existência de curadoria provisória.

À diferença da curadoria provisória, para que a Curadoria Definitiva seja declarada é


necessário que tenham passado 2 anos da sua ausência (caso o ausente não tenha deixado um
representante legal) ou 5 anos (caso o ausente tenha deixado um representante legal). Art. 99º
CC

No que toca à legitimidade para requerer um curador definitivo, esta é restrita ao cônjuge não
separado do ausente, aos seus herdeiros, a todos os que tiverem direito aos bens do ausente
após a sua morte e ao Ministério Público. Art. 100º CC + Art. 99º CC

A curadoria definitiva implica a abertura provisória da sucessão do ausente – não se trata de


presumir a sua morte, mas sim de antecipar as suas consequências jurídicas. Os testamentos,
se os houver, são abertos e os seus bens são entregues aos herdeiros fixados. Art. 101º CC
Ao contrário do que se verifica com a curadoria provisória, em que há uma unidade na
administração dos bens do ausente, com a curadoria definitiva os bens passam a ser
administrados pelas pessoas a quem foram entregues, verificando-se assim uma
administração plural – cada curador definitivo administra os bens que lhe foram entregues.
Tem-se em conta a excepção descrita no Art. 103º CC em que os bens são todos entregues ao
cabeça de casal até que seja feita a partilha.

Os poderes do curador definitivo são os mesmos do que são os do curador provisório. A


caução deixa, no entanto, de ser obrigatória (apesar de poder ser pedida) e a remuneração
passa a ser o valor total dos frutos dos bens (caso o curador não seja o cônjuge nem seja
ascendente ou descendente do ausente é-lhe devido que guarde para o mesmo 1/3 desses
frutos).

Art. 112º CC → A curadoria definitiva cessa com o regresso do ausente; com a notícia do

seu paradeiro; com a certeza da sua morte; com a declaração da morte presumida.

Nesta fase mantém-se a esperança do regresso do ausente mas já é quase certa a sua morte.

Art. 113º CC → os bens são devolvidos ao ausente em caso do seu requerimento.

Podemos manter-nos na curadoria definitiva se nunca quisermos a morte presumida.

MORTE PRESUMIDA → Arts. 114º a 119º CC

Não implica a existência prévia de curadoria provisória e de curadoria definitiva.

A morte presumida é decretada pelo Art. 114º CC.

Este mesmo preceito demonstra-nos como se calcula a morte presumida do ausente:

O cálculo varia conforme se trate de um adulto ou de um menor:

Adulto - Art. 114º, nº1 CC Menor - Art. 114º, nº2 CC

Tratando-se de um adulto temos duas No caso do menor temos também duas


situações possíveis: situações:

- Passados 10 anos da sua morte - Até aos 13 anos, é declarada a morte


(regra geral) presumida quando o ausente
- Passados 5 anos se, entretanto, o completa os 23 anos.
ausente tiver completado 80 anos de - A partir dos 14 anos, é declara a
idade. morte presumida quando transcorrem
10 anos desde o seu
desaparecimento.

Art. 114º, nº1 CC (Remete para o Art. 100º CC) → podem requerer a morte presumida:

todos os interessados, cônjuge não separado e herdeiros.

Art. 115º CC → morte presumida produz os mesmos efeitos da morte, com exceção da

dissolução do casamento;

Art. 68º, nº1 → termo da personalidade jurídica

Art. 101º CC → abertura do testamento

Art. 2024º CC → Abertura da sucessão transmissão mortis causa do direito de propriedade.

Art. 117º CC → remete para o Art. 101º CC e trata da entrega dos bens aos sucessores, não
havendo caução.

Neste caso, a data da morte é presumida no fim do dia em que ocorreram as últimas
notícias do ausente.

Os bens são definitivamente entregues aos sucessores e, em caso de se ter verificado


curadoria definitiva, ficam com aqueles a quem nessa altura foram atribuídos.

O casamento do ausente não se extingue, mas é permitido ao cônjuge voltar a casar - Art.
116º CC. Caso o ausente regresse após o segundo casamento do cônjuge, o seu casamento (o
primeiro, ou seja, com o ausente) considera-se dissolvido por divórcio, segundo este mesmo
preceito.

REGRESSO DO AUSENTE → Art. 119º CC

Com o regresso do ausente, altera-se a sua esfera jurídica. De acordo com o Art. 119º CC,
se o ausente regressar ou houver notícias que revelem que está vivo, ser-lhe-á devolvido o
seu património no estado em que este se encontrar. No que toca aos bens que entretanto
tenham sido alienados (vendidos), o ausente tem direito a receber os respectivos preços ou os
bens que os tenham substituído, ou ainda os bens que tenham sido adquiridos com o produto
proveniente da alienação dos anteriores, se tal estiver expressamente descrito.

Se vier a conhecimento que a data de morte do ausente é diferente da que consta na


declaração de morte presumida, prevalece a data de morte verdadeira à que foi assumida,
tendo direito à sucessão dos bens aqueles que teriam à data da morte efetiva do ausente.

O ausente, estando dado como ausente, é em termos sucessórios tido como morto, pelo que
não assume posição de herdeiro nas sucessões em que, se não estivesse ausente, seria
sucessor.

INCAPACIDADES:

O Direito Civil não pode esperar de todos um nível de esclarecimento de pessoas bem
dotadas e preparadas. Contenta-se, assim, com níveis de esclarecimento e de liberdade
comuns, tendo em conta que há indivíduos cujos níveis de esclarecimento e liberdade são
inferiores ao normal. Um exemplo desses são claramente os menores. Os menores, até
atingirem a maioridade, vão desenvolvendo de forma lenta e gradual as suas liberdades e o
seu nível de esclarecimento. Mesmo relativamente a maiores, pode dar- se o caso de a
maturidade ser perturbada por deficiências (originárias ou adquiridas) e de, assim, ser
necessária a vigência de um regime especial de protecção por parte do Direito. Também em
caso de idade avançada ou de doença isso se pode verificar necessário.
MENORES →

Art. 122 º CC → é menor quem ainda não tiver completado 18 anos de idade.

MAIORES ACOMPANHADOS → Arts. 138º a 156º CC

Decisão judicial (Art. 139º CC + Art. 148º CC) → O acompanhamento pode ser limitativo

da autodeterminação livre do beneficiário, pelo que apenas o juiz toma as decisões.

No acompanhamento do maior privilegia-se o bem-estar do mesmo, prevalece sempre o


interesse do acompanhado. (Art. 140º, nº1 CC + Art. 146º, nº1 CC).

Art. 140º, nº2 CC → O acompanhamento só é estabelecido quando se verificar a sua

necessidade, ou seja, quando não existir outra alternativa. ?????

Art. 138º CC → O acompanhamento só opera quando o sujeito não possa agir plena,
pessoal e conscientemente os seus direitos e cumprir os seus deveres; essa impossibilidade
deve ser continuada. Tem que se verificar um estado de necessidade.

Art. 145º, nº1 CC + Art. 147º, nº1 CC → O acompanhamento do maior limita-se ao

necessário. O acompanhamento deve limitar-se ao mínimo necessário, prova disso é que

os negócios da vida corrente se mantêm livres, a menos que haja decisão judicial em

contrário. A necessidade do acompanhamento vai sendo revista.

Art. 145º, nº2 CC + Art. 149º, nº1 CC → O acompanhamento deve moldar-se a cada caso

concreto, pelo que pode cessar ou modificar-se com a evolução da situação

Quem pode beneficiar do acompanhamento? → Art. 138º CC

Não estão definidas quais as pessoas e em que situações especificas é necessário o


acompanhamento, contudo existem requisitos que o acompanhado tem de preencher
cumulativamente.

● Maior de Idade (ou 1 ano antes do 18 - Art. 142º CC)


● Subjetivos: impossibilidade de exercer plena, pessoal e conscientemente os direitos ou
cumprir os deveres (não consegue compreender o ato que vai praticar)
● Objetivos: razões de saúde, deficiência ou comportamento do beneficiário

A jurisprudência tem mostrado o que encaixa nestes elementos, na dúvida não decretam:
Patologias físicas psíquicas e mentais; Doenças do sistema nervoso que provocam uma
incapacidade física, mas não afetam o pensamento (atrofia muscular) podem não ser
considerado incapacidade; Pode existir um período transitório de incapacidade (coma
provocado por acidente ou intervenção cirúrgica); No caso de deficiência o que importa é
que esta afete o desenvolvimento do acompanhado cognitivamente; Comportamento
pródigo (lapidar o próprio património), abuso de álcool e estupefacientes; Pode haver outros
desde que afetem a vontade e a autodeterminação do individuo (vicio de jogo)

Quem pode requerer o acompanhamento? → Art. 141º + Art. 142º CC

(Tem-se em consideração a vontade do acompanhado)

● O próprio acompanhado
● Com autorização do acompanhado: Cônjuge, parente sucessível
● Sem autorização do acompanhado: Ministério Público; Quando não a possa dar
livre e conscientemente todos podem

Como se instaura o acompanhamento do maior?

Art. 139º CC → Fruto de uma decisão judicial

Art. 140º, nº2 CC → Princípio da subsidiariedade (é a segunda opção depois de assistência

e cooperação)

Art. 145º CC → Princípio da necessidade, o acompanhamento limita-se ao que for

necessário ajudar o acompanhando, sendo os direitos pessoais e os negócios da vida

corrente, em regra, livres, de acordo com o disposto no Art. 147º, nº2 CC).

Atualmente a incapacidade fica dependente de ser decretada na sentença que estabelece o


acompanhamento, isto é, fica dependente da concreta perturbação do acompanhado:
● Pode haver apenas uma assistência devido a uma limitação.
● O acompanhado pode sofrer uma restrição tão ampla da sua capacidade que, na
prática, fica equiparado
a um interdito (representação legal).

Simplesmente, tal só acontece quando as circunstâncias concretas do sujeito o imponham. O


que antes era a regra, hoje é a exceção, pelo que podemos encontrar um acompanhamento
que se baseie na assistência de determinados atos, através de uma mera autorização.

Mandato com vista ao acompanhamento

Acompanhante

Medidas do acompanhamento

Atos do acompanhado

Quem pode invocar a anulabilidade?

CASAMENTO DO MAIOR ACOMPANHADO: Arts. 147º, Art. 1601º, nº1 e nº2 CC ;


Art. 1639º, Art. 1643º, nº1 CC

Art. 147º CC → O Direito de casar é um direito pessoal, pelo que, regra geral, o maior

acompanhado é livre para casar, salvo disposição de lei ou decisão judicial em contrário.

O acompanhado só sofrerá eventuais restrições à sua capacidade de gozo para o casamento,


se a sentença assim o determinar. Art. 147º, nº1 CC articulado com o Art. 1601º, a) e b) CC

Art. 1601º, b) CC → Este artigo apenas especifica a demência notória. Esta norma não

especifica o fundamento do acompanhamento que pode dar origem a um impedimento

dirimente absoluto, abrindo-se a possibilidade de o juiz, tendo em conta as especificidades

do caso, vir a excluir o direito ao casamento. Se o direito ao casamento do maior

acompanhado for excluído pelo juiz e o mesmo se realizar, então será anulável , podendo

ser arguida a anulabilidade nos termos do Art. 1639º CC e Art. 1643º, nº1, a) CC
Portanto, conclui-se que o maior acompanhado poderá casar a não ser que o tribunal dite
sentença na qual seja declarado o impedimento dirimente absoluto que resultará na exclusão
do direito de casamento do maior acompanhado.

REVISÃO E CESSAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO DO MAIOR:

Art. 155º CC → Deve haver uma revisão periódica das medidas de acompanhamento, no

mínimo de 5 em 5 anos.

Art. 149º, nº1 CC → O acompanhamento cessa por decisão judicial devido ao fim das

causas que o justifiquem, ou modifica-se caso as circunstâncias que justifiquem o

acompanhamento mudem.

Art. 149º, nº2 CC → A decisão pode ser retroativa ao momento em que cessam ou se

modificam as causas em jogo. (produz efeitos desde o momento em que foi intentada a ação.
Retroage, volta ao passado. )

Art. 149º, nº3 CC → A cessação/ modificação pode ser requerida pelo acompanhante ou

pelas pessoas do Art. 141º, nº1 CC

(rever doutrinas e jurisprudência de cada um dos casos + coisas e domicílio).

E tentar resolver os casos (mesmo que por alto); apontar todos os artigos utilizados até agora.

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