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Artigo 153º-Noção de norma jurídica pag 177

É uma regra de conduta imperativa, geral e abstracta, imposta de forma coerciva


pelo Estado. A norma jurídica está estruturada de acordo com os seguintes elementos:

Artigo 154º

1- A previsão da norma consiste na descrição da situação de facto que, a


verificar-se efetivamente, produz certas e determinadas consequências jurídicas. A
estatuição da norma estabelece as consequências jurídicas produzidas pela verificação
da situação descrita na previsão.

2- Ou seja, a previsão prevê a situação, a estatuição estatui a consequência


jurídica da verificação dessa situação. Tome-se por exemplo o art. 131º CP (homicídio)
"Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8 a 16 anos. "Previsão da
norma "Quem matar outra pessoa "Estatuição da norma "é punido com pena de prisão
de 8 a 16 anos". Outro exemplo:

Artigo 155º 130º CC- Previsão

("Aquele que perfizer 18 anos de idade..") Estatuição ("....adquire plena


capacidade de exercício de direito, ficando a reger a sua pessoa e a dispor dos seus
bens.") Características das N,J Imperatividade - a norma jurídica impõe
obrigatoriamente um certo comportamento. Generalidade- diz-se que uma norma
jurídica é uma regra de conduta geral, o geral para se contrapor ao individual.

Artigo 156º- Geral

É a norma jurídica que se dirige a uma pluralidade indeterminada de


destinatários (pessoas). abstração - diz-se que uma norma jurídica é uma regra de
conduta abstrata, o abstrato para contrapor ao concreto.Abstrata é uma norma jurídica
que se dirige a um número indeterminado de casos e situações. Portanto uma norma
jurídica não pode ser individual e concreta. Coercibilidade - consiste na suscetibilidade
de aplicação coativa de sanções, se a norma for violada.
Encarada com um comando geral e abstrato, regulador da conduta humana e cuja
violação suscita tendencialmente uma sanção que Traduz a expressão formal do direito
como uma disciplina de conduta social, Dispondo a associação de uma determinada
consequência jurídica após confirmados certos factos

 Castanheira Neves entende a norma como expressão de um dever-ser


racional referido a um veritas-ratio (sistema da verdade)
 O imperativo como a expressão de uma ordem prescritiva referida a
vontade de uma autoridade poder
 E a regra como a expressão de um regulativo convencional, referido a
um qualquer consensus de autodeterminação
o Destinçao do duplo vetor que pode ser sujeita a analise da norma juridica
 Regra do direito
 A norma juridica enquanto regra do direito é expressa
independentemente de soluções concretas
 Resulta das fontes mediante processos interpretativos, traduz
comando imediatamente percetíveis
 Não pode ser contraditória a outras normas sob pena de se anularem
mutuamente
 Tendo que distingui-la de principio geral do direito
 Principio geral do direito:
 resulta de labor juscientifico de construção e sistematização
 toma por fundamento as fontes e as normas
 exprime um vector de ordenamento interferindo nas fontes e
na interpretação
 pode entrar em oposição com outros princípios que levara a
ponderar em casos concretos qual vai prevalecer
 norma do caso
 a norma juridica representa o centro do complexo argumentativo que
conforma a vontade humana
 faculda a decisão derivada da aplicação da lei
 a norma constitui o resultado da elaboração juscientifica, em face de
cada caso concreto
o A analise da norma jurídica pode ser desdobrada em três vertentes de abordagem
 A analise dos elementos que permitem distinguir as normas jurídicas de
outras normas de conduta social
 Das quais as normas morais
 A analise da referenciação dos diversos critérios de arrumação a que se
podem sujeitar as normas jurídicas
 Em que código arrumar
 A analise das metodologias de utilização de que as normas são passiveis
 Técnicas normalmente utilizadas no processo legislativo

A estrututa

Previsão e estatuição

o A decomposição da norma juridica permite revelar dois elementos fundamentais


o Previsão
o Estatuição

o Previsão
o acto de prever
o ideia de antevisão
o enunciado de um facto cujo a verificação resultará numa certa
consequência jurídica
o A previsão juridiciza os factos a que se reporta, transforma-os em
conceitos integrados do sistema jurídico
o A previsão descreve a realidade já percecionada e marcada pelo direito

o Estatuição
o Deliberação / ideia de colocação em vigor
o A estatuição de uma norma juridica constitui o anunciado da
consequência jurídica
o Determina a consequência que resultará da verificação da estatuição
o Cada um destes elementos podem se encontrar em qualquer parte da norma
inicio/meio/fim
o A verificação de um antecedente (previsão) o direito liga sempre uma
consequência (estatuição)
o E por essa razão pode-se afirmar que qualquer norma jurídica é num certo
sentido hipotética, porque só é aplicado em circunstancias definidas pela mesma
o Por vezes a previsão da norma pode ser apenas intuída em função do enunciado
expresso da estatuição

A sanção como elemento tendencial do sistema jurídico

o A sanção é convocada naturalmente pela própria natureza do direito, enquanto


sistema imperativo e coercível
o A sanção é característica do sistema e elemento da norma
o A sanção parte então de uma ideia de um sistema de reação a determinada
conduta, fundada no principio retributivo
o Essa reação pode traduzir se de diversas manifestações
o Compulsória; reconstitutiva; compensatório, preventiva ou punitiva de
acordo com a finalidade visada
o Contudo o sentido mais corrente da sanção refere-se a um abordagem mais
negativa, uma consequência desfavorável a quem infringiu a norma
A sanção é ou não um elemento da norma jurídica?

o Assunto que tem gerado discussão entre os


o que acham que a sanção é um elemento imprescindível da norma jurídica
e
o outros que apoiam a sanção como uma consequência do próprio
ordenamento jurídico, e não necessariamente presente em todas as
normas
o De acordo com kelsen a norma jurídica apresenta sempre uma estrutura dúplice
o Uma norma primaria que prevê a sanção
o Uma norma secundaria que o facto hipotético e a conduta que deve ser
tomada em face da respetiva ocorrência
o Mas a sanção constitui o critério (capacidade/autoridade) da norma
jurídica, assumindo o papel de seu elemento caracterizador essencial
o A determinada conduta (ilícita) humana vale como ilícito ou delito, única
e exclusivamente pelo facto da ordem jurídica positiva a transformar em
pressuposto de uma sanção
o O direito apenas impõe uma determinada conduta ao determinar uma
sanção para o contrario a ela
Para uma tomada de decisão acerca deste assunto
o No contexto sistémico do ordenamento jurídico deteta-se a presença de normas
o I - Cuja estatuição não implica qualquer sanção
o II- Cuja a sanção se consome na respetiva estatuição
o III- Onde a sanção do respetivo incumprimento apenas resulta na
articulação sistémica das diversas disposições em que a torna
eventualmente se descobre

o I- Cuja estatuição não implica qualquer sanção


 Situações onde não existe uma possibilidade de efetiva violação
das normas
 Apenas se confirma ou não o facto exposto na previsão ex: art.66
 Genericamente toda a categoria das denominadas normas
permissivas (que especificamente disponibilizam ao sujeito a
adoção de vários comportamentos, sem ordenar, nem impor, nem
proibir, só lhe dando poderes ou faculdades)
o II- Cuja a sanção se consome na respetiva estatuição
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