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ENQUADRAMENTO

JURIDICO DA ATIVIDADE
EMPRESARIAL
2022/2023

ISCAC

Docente: Christina de Oliveira


Parte I – O Direito
 Conceito de Direito Objetivo

O Direito como:

a) um complexo normativo;

b) disciplinador e ordenador da vida social


 Caracteres da norma jurídica
IMPERATIVIDADE
 a regra de conduta social

 uma lei de comportamento dos indivíduos em


sociedade

 um comando

 uma ordem

 um imperativo
 Coercibilidade: o direito, a religião, a moral, a cortesia, os
usos e as convenções sociais

 Como se distingue o direito dos restantes complexos


normativos que igualmente disciplinam as relações da vida
social?

 Não terão as normas jurídicas uma natureza distinta das


restantes normas de conduta social?

O que realmente caracteriza a norma jurídica é o tipo


genérico da sanção suscitada pela sua violação.
O Direito e a moral

 Atinências existentes entre o Direito e a Moral:

I) Existem inúmeros preceitos que pertencem simultaneamente ao


direito e à moral, como as proibições de matar, de furtar, de injuriar,
etc.
II) O direito inspira-se para a regulamentação e disciplina das relações
sociais. Assim, as penas aplicáveis às diversas infrações criminais
(homicídio, injuria, entre outros) variam em função de diversos
fatores entre os quais avulta a responsabilidade moral da conduta
do agente.

 compenetração entre os dois complexos normativos.


 São inúmeros os preceitos comuns a um e outro
 Direito é em grande parte fundado sobre os princípios da moral.
 Direito, Cortesia, Usos e Convenções Sociais

 Relações existentes (campo de atuação distinto):

 Existem inúmeras normas jurídicas que nada têm a ver com a


cortesia, os usos e as convenções sociais tal como existem inúmeros
preceitos integrados nas últimas ordens.

 Isto não impede que haja muitos preceitos comuns ao direito.


 A Generalidade e a Abstração (a norma jurídica; a sentença;
o decreto; a portaria; o negócio jurídico, etc)

 Não basta para caracterizar a norma jurídica a afirmação de que ela


se traduz num imperativo e se acha tutelada por meio de medidas
coercivas.

 O Direito age, dentro do nosso sistema, por via de normas gerais e


abstratas e não por meio de providencias concretas, individualizadas.
A Ordem Jurídica consiste então:

 num complexo de regras, instituições e órgãos;


 num conjunto de normas imperativo-atributivas que
numa época e num determinado país a autoridade
politica considere obrigatórias;
 de um sistema de normas jurídicas que compreendam as
fontes do direito e todos os seus conteúdos e projeções;
 um conjunto de normas, princípios, instituições e
institutos jurídicos trabalhados pela especulação
científica.
Direito Subjetivo
 Poder ou faculdade de exigir de outrem um
determinado comportamento ou só de per si ou
auxiliado por uma ordem judicial impor
determinado comportamento que se impõe
indubitavelmente à outra parte.

 Direito Subjetivo stricto sensu e direito potestativo


FINS DO DIREITO
 A Justiça

 Uma reflexão em torno da equidade – art. 4.º do


C. Civil

 A Segurança Jurídica
Casos em que a exigência de segurança jurídica é
suscetível de sacrificar a justiça:

1. O princípio de ignorantia iuris non excusat, nos termos


do art. 6.º;
2. O caso julgado;
3. A regra da não retroatividade da lei consagrado no
artigo 12, n.º 1 do CCivil;
4. Usucapião;
5. Prescrição;
6. Caducidade.
FONTES DO DIREITO
Vários sentidos:
 fontes de conhecimento
 fontes genéticas
 fontes de juridicidade
 fontes de produção

 Forma de criação e revelação das normas jurídicas


Classificação das fontes:

Imediatas versus Mediatas

Voluntárias versus Não Voluntárias

Eventuais fontes de Direito: a Lei, a Doutrina, o Costume


e a Jurisprudência
A LEI
A lei pode ainda ser entendida em três sentidos distintos, tais
como:

 lei sinónimo de direito;


 lei como modo de formação das normas jurídicas;
 lei como diploma emanado pela AR em oposição aos
decretos-lei do Governo.

 A Lei em sentido formal e a lei em sentido material


Processo Legislativo:
1. Fase da elaboração;
2. Fase da aprovação;
3. Fase da promulgação;
4. Fase da publicação.

Vigência da Lei – art. 2.º da Lei 74/98 e art. 5.º do CCivil


A lei entra em vigor no dia em que fixar. Na falta de fixação aplicar-
se-á a Lei n.º 74/98.
A vacatio legis consiste no espaço temporal que medeia a
publicação da lei e a sua entrada em vigor, considerado necessário
para que a lei seja conhecida.
Segundo o Código Civil, cabe à própria lei fixá-la e, na falta de
fixação, observar-se-á o que for determinado em legislação especial
(Lei 74/98 de 11 de Novembro)
 Cessação de vigência da lei – art. 7.º

 Caducidade versus Revogação

Verifica-se a caducidade quando a lei deixa de vigorar por


força de uma circunstância inerente à própria lei, sem uma
nova manifestação de vontade por parte do legislador.

Relativamente à revogação, nesta situação a lei deixa de


vigorar por vontade do legislador, sendo este que faz com a lei
cesse a sua vigência.
Casos práticos
 A Lei n.º a/2015 foi publicada a 1 de janeiro. Segundo o seu art.
1.º “os hipermercados devem encerrar aos Domingos”. Por sua
vez, o artigo 2.º do mesmo diploma determinava que a presente
lei entra em vigor dois meses após a sua publicação.
 A 1 de fevereiro do mesmo ano é publicada a Lei B. Segundo o
seu artigo primeiro “os hipermercados podem abrir portas a
todos os dias da semana.” A Lei B não tinha qualquer artigo que
regulasse a sua data de entrada em vigor.
 Hoje, o diretor da cadeia de hipermercados Gota Adocicada
pretende saber se pode abrir os seus estabelecimentos ao
público aos domingos. Quid iuris?
Caso prático

 Uma Lei foi publicada para fazer face a uma


situação de calamidade pública. Como cessa a sua
vigência?

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