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A NORMA JURÍDICA
CONTEÚDO
1 – A NORMA JURÍDICA.
AULA 2
AULA 1
NORMA JURÍDICA - CONCEITO
Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o
padrão de conduta social imposto pelo Estado,
para que seja possível a convivência entre os
homens. Paulo Nader conceitua como sendo a
conduta exigida ou o modelo imposto de
organização social. Segundo Orlando Secco ,
trata-se das regras imperativas pelas quais o
Direito se manifesta, e que estabelecem as
maneiras de agir ou de organizar, impostas
coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao
estabelecimento da harmonia, ordem e da
segurança da sociedade.
AULA 2
AULA 1
Segundo Kant , a norma é um comando e existem dois tipos de
comandos:
a) Imperativo categórico – É mais comum na religião, na
moral e nos costumes, embora existam normas jurídicas Moralcom
este tipo de comando “deve ser A”, tem caráter taxativo. É
constituído por um único elemento (ou enunciado, dispositivo
ou conseqüência) Ex. art. 10, I, II e III do Código Civil.
Subdividindo-se em:
•Sentido positivo – determinando que se faça algo. Ex.
“silêncio”, “respeite a fila” “mão única”.
•Sentido negativo – determinando que algo não pode ser feito.
Ex. “é proibido fumar”, “é proibido falar com o motorista”.
b) Imperativo hipotético – O enunciado fica na dependência de
ocorrer a hipótese ou fato. A maioria das normas jurídicas são
deste tipo, representando o comando “se for B, então deve ser
A”, onde “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A”
é o enunciado, dispositivo ou conseqüência.
Ex.: Art 1.275 CC.“Além das causas consideradas neste Código, perde-se
a propriedade: I....; II.....; III- pelo abandono” – Se for abandonada a
coisa (B), deve ser perdida a propriedade da mesma (A). Porque somente
é aplicável na ocorrência da hipótese estipulada, qual seja, o abandono
da coisa.
Ex.: Art. 1.521,I CC:“Não podem casar: I – os ascendentes com os
descendentes, seja o parentesco natural ou civil;” – é uma ordem
hipotética proibitiva ou imperativo hipotético em sentido negativo.
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS
1. GENERALIDADE
Temos que a norma
jurídica é preceito de
ordem geral, que obriga a
todos que se acham em
igual situação jurídica. Da
generalidade da norma
deduzimos o princípio da
isonomia da lei, segundo o
qual todos são iguais
perante a lei.
2. ABSTRATIVIDADE
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Critério da extensão territorial - normas
federais, estaduais e municipais:
As normas jurídicas são classificadas desta forma em
razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois
todo território de um Estado acha-se sob a proteção e
garantia e um sistema de Direito.
Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou
municipais, na medida em que sejam instituídas
respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e
pelos Municípios.
Para sabermos se existe hierarquia entre estas normas,
faz-se necessário a distinção da competência legislativa
da União, dos Estados-Membros e dos Municípios.
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Ao produzir normas legais, o legislador aplica a
Constituição.
Ao produzir decisões judiciais e atos
administrativos, o juiz e o agente
administrativo, respectivamente, aplicam a lei.
Em regra, os atos de aplicação são, também, de
criação do Direito.
Excetuam-se a criação da Constituição, que não
aplica Direito anterior, e os atos de execução
coercitiva da sanção, que não criam Direito,
simplesmente o aplicam.
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a)Normas Jurídicas Legislativas: são as normas escritas,
expressadas por leis, decretos, medidas provisórias, etc.
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QUANTO AO CONTEÚDO
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando
falamos sobre as divisões do Direito. Mas, ressalta-se que a
teoria que prevalece atualmente para a distinção dessas
normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica:
Normas de Direito Privado: regulam o vínculo entre
particulares => Plano de igualdade => Relação jurídica de
coordenação
Ex.: As normas que regulam os contratos.
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder
público, quando investido de seu imperium, impondo a sua
vontade => Relação jurídica de subordinação.
Ex.: As normas de Direito Administrativo.
Normas de Direito Misto => Tutelam simultaneamente o
interesse público ou social e o interesse privado.
Ex.: Normas de Direito Família
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Uma norma jurídica, para que seja obrigatória, não
deve estar apenas estruturada logicamente
segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é
indispensável que apresente certos requisitos de
validade.
Na lição de Miguel Reale, a validade de uma
norma jurídica pode ser vista sob três aspectos:
1) técnico-formal = vigência
2) social = eficácia
3) ético = fundamento
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a) Validade formal = VIGÊNCIA
Vigência vem a ser “a executoriedade
compulsória de uma norma jurídica, por haver
preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou
elaboração” (Miguel Reale).
Desta forma, a norma jurídica tem vigência
quando pode ser executada compulsoriamente pelo
fato de ter sido elaborada com observância aos
requisitos essenciais exigidos:
1) emanada de órgão competente,
2) com obediência aos trâmites legais,
3) e cuja matéria seja da competência do
órgão elaborador.
.
b) Validade Social ou Eficácia.
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Validade Social ou Eficácia
É o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade,
“é a regra jurídica enquanto monumento da conduta
humana” (Miguel Reale). Quando as normas jurídicas são
acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas
autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia.
Para Maria Helena Diniz , “vigência não se confunde com
eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem
ser eficaz, ou que seja eficaz sem estar vigorando”.
Pode ser que determinadas normas jurídicas, por estarem
em choque com a tradição e valores da comunidade, não
encontrem condições fáticas para atuar, não seja
adequadas à realidade.
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Validade Ética ou Fundamento
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Toda a norma jurídica deve ser sempre
uma tentativa de realização de valores
necessários ao homem e a sociedade. Se
ela visa atingir um valor ou afastar um
desvalor, ela é um meio de realização
desse fim valioso, encontrando nele a
sua razão de ser ou o seu fundamento.
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CASO CONCRETO 1 Características da norma jurídica
Pergunta-se:
b)Na lei n. 8245, de 18 de outubro de 1991, que dispõe sobre as locações dos
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes, é possível encontrar as
demais características das normas jurídicas?
34 Fundamente.
CASO CONCRETO 2
Em tempos de eleições municipais marcadas pela ameaça da violência do crime
organizado e das milícias, um assunto tem sido bastante comentado na mídia nacional:
a intervenção federal nos Estados. Aliás, este assunto tem sido freqüentemente citado
nestes últimos anos, uma vez que escândalos e falcatruas vêm sendo constantemente
desvendadas, políticos perdendo seus mandatos e pouco a pouco a credibilidade na
classe política sendo colocada em xeque. No entanto, nossa Constituição Federal
dispõe de dispositivos protetivos que podem ser aplicados em casos extremos como o
art. 34 que assim dispõe:
Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(...)
A partir da leitura do trecho acima, responda:
a)Ao impor uma conduta a ser observada pela União em relação aos Estados e ao
Distrito Federal, levando em conta o critério da imperatividade como se pode classificar
o art. 34 da CF/88? Fundamente.
b) É correto afirmar que, no que diz respeito ao critério da imperatividade o caput do art.
37 da Constituição Federal de 1988 se equipara ao art. 34 acima citado?
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TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
CONTEÚDO DESTA SEMANA
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AULA 1
1. O Ordenamento Jurídico à luz da Constituição
brasileira.
AULA 1
O ordenamento jurídico não pode deixar a
descoberto, sem dar solução, qualquer litígio ouMoral
conflito capaz de abalar o equilíbrio, a ordem e a
segurança da sociedade. Por isso, ele contém, a
possibilidade de solução para todas as questões
que surgirem na vida de relação social, suprindo as
lacunas deixadas pelas fontes do direito
Os elementos do ordenamento
jurídico brasileiro estão
estruturados na forma de
atenderem à obediência aos
ditames da Constituição Federal.
Todo o nosso direito positivo para
ter validade deriva-se dos
princípios constitucionais.
2. Normas, regras e princípios.
Conceitos e distinções
Canotilho esclarece que o sistema jurídico deve ser visto como
um sistema normativo aberto de regras e princípios:
(1) é um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de
normas;
(2) é um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica
traduzida na disponibilidade e ‘capacidade de aprendizagem’ das
normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e
estarem abertas às concepções cambiantes da ‘verdade’ e da
‘justiça’;
(3) é um sistema normativo, porque a estruturação das
expectativas referentes a valores, programas, funções e pessoas,
é feita através de normas;
(4) é um sistema de regras e de princípios, pois as normas do
sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como
sob a sua forma de regras.
Por sua vez, Ronald Dworkin mostra que,
nos chamados casos-limites ou hard
cases, quando os juristas debatem e
decidem em termos de direitos e
obrigações jurídicas, eles utilizam
standards que não funcionam como
regras, mas, trabalham com princípios,
política e outros gêneros de standards.
Princípios (principles) são, segundo este
autor, exigências de justiça, de equidade
ou de qualquer outra dimensão da
moral, e que junto com as regras
compõem o sistema jurídico.
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Duas espécies de distintas do gênero norma, habitam o
sistema jurídico: REGRAS e PRINCÍPIOS
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Eis uma das mais citadas concepções de hierarquia das normas
do ordenamento jurídico brasileiro:
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Questão Objetiva
Leia as afirmações abaixo:
I - Os princípios orientam a interpretação de todo o
ordenamento jurídico.
II – Os princípios também cumprem o papel de suprir
eventual lacuna do sistema (função supletiva ou
integradora).
III - As normas se exprimem por meio de regras ou
princípios.
Agora, escolha a opção CORRETA:
(A)Todas as afirmativas estão corretas.
(B)Todas as afirmativas são falsas.
(C)Somente a afirmativa III está correta.
(D)Somente a afirmativa II é falsa.
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