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FICHAMENTO TEORIA DA NORMA JURÍDICA

BOBBIO, Norberto. 1909-2004 Tradução Fernando Pavan Baptista e Ariane


Bueno Sudatt i/ Bauru, SP; EDIPEDRO, 3ª ed. revista 2005.

CAPÍTULO 1 – O DIREITO COMO REGRA DE CONDUTA

Ele trata os direitos como um conjunto de normas ou regras de conduta.


As normas legais são apenas parte da experiência normativa. Além das
normas legais, existem preceitos religiosos, normas morais e sociais,
costumes, etc. Cada pessoa faz um plano de ação separado para si mesma, e
eles também tem, cada qual, um conjunto de regras. Todas essas regras são
muito diversificadas em termos de finalidade, conteúdo, tipo de obrigações que
trazem, eficácia e o objeto que perseguem. Os três elementos do conceito
jurídico: sociedade, como base factual de que depende o direito, ordem, visto
que o fim é o direito, e organização, como meio de execução de ordens.
Quando um grupo social passa do estágio inorgânico para o orgânico,
nascem os direitos, um grupo organizado é chamado de institucionalização,
uma espécie de ordem jurídica. Para a teoria da institucionalização, t é uma
associação de infratores e uma ordem legal. Para a teoria do nacionalismo, os
direitos são o produto histórico da formação dos grandes países modernos a
partir da desintegração da sociedade medieval. Existe uma ordem jurídica geral
superior à dos atuais Estados-Nação, como as sociedades étnicas. O estado
moderno é formado pela eliminação ou absorção de leis e regulamentos em
níveis superiores e inferiores pela sociedade nacional.
Se pudermos compreender a capacidade de certos grupos sociais de
emitir códigos de conduta eficazes para atuar em prol dos membros da
comunidade como um todo, e de fazer com que sejam respeitados pelo recurso
à força, a formação do Estado moderno caminhará de mãos dadas com a
concentração crescente do poder coercitivo, portanto, os centros de poder sob
eles são gradualmente suprimidos, levando à eliminação de todo o centro legal
de produção, exceto o próprio Estado.
A teoria da relação tem os seguintes aspectos: dos sujeitos interativos;
aspectos da teoria institucional da organização social; normativo e da
regularidade. De fato, a experiência jurídica nos coloca em uma sociedade
estavelmente organizada e através do uso de regras de comportamento entre o
mundo dos sujeitos humanos. É verdade que dos três aspectos
complementares, o mais fundamental é sempre o aspecto normativo. A
atividade e a organização entre os sujeitos são condições necessárias para a
formação da ordem jurídica, os aspectos normativos são condições
necessárias e suficientes.

CAPÍTULO 2 – JUSTIÇA, VALIDADE EFICÁCIA

Em princípio cabe apontar que o título do capítulo faz menção aos três
critérios de valoração da norma jurídica.
Se ela é justa ou injusta - O problema da justiça é o problema da
correspondência ou não da norma aos valores últimos que inspiram
determinado ordenamento jurídico. Com isso, Bobbio se afasta do afã de
eleger quais são esses valores últimos, atendo-se ao fato de que todo
ordenamento jurídico persegue determinados fins, e concluindo que o problema
da justiça/injustiça da norma é um problema moral, deontológico . O problema
moral, como se sabe, é do plano do dever-ser.
Se é válida ou inválida: Enquanto o binômio justiça/injustiça diz respeito
a um juízo moral, de valor, a questão da validade da norma jurídica faz um
juízo de fato Verificar a compatibilidade da norma com o ordenamento Verificar
se ela não foi ab-rogada posteriormente, ou seja, se ela não perdeu sua
validade por força de uma nova lei hierarquicamente superior.
Jusnaturalismo: As correntes jusnaturalistas têm em comum a intenção
de priorizar o problema da justiça/injustiça em detrimento da
validade/invalidade e da eficácia/ineficácia. Os defensores do direito natural
insistem no caráter universal de determinados direitos, subordinando a validade
e a eficácia da norma jurídica a algum valor ético/moral considerado natural,
universal.
Positivismo jurídico: Sabendo que esta corrente tem na norma jurídica
estatal o núcleo do seu objeto de estudo, é fácil perceber que o juspositivismo
confere primazia ao binômio validade/invalidade.
Quando Kelsen afirma que o que constitui o direito como tal é a validade,
ele não quer absolutamente afirmar, ao mesmo tempo, que o direito válido
também é justo . O que Kelsen quer, ao dar primazia ao problema da validade
da norma, é justamente separar o problema estritamente jurídico do problema
do valor justiça, de ordem ética/moral.
Thomas Hobbes: Pode ser considerado um juspositivista estrito, já que,
para ele, o direito válido é necessariamente justo. Ou seja, o valor «justiça» de
uma norma, para Hobbes, deriva da sua validade. Em outras palavras: se uma
autoridade baixar uma lei, ela é necessariamente justa. Para entender o
radicalismo hobbesiano, é necessário observar que ele propõe uma ruptura
com o jusnaturalismo em alguns pontos fundamentais: embora ele não rejeite a
existência de Deus - e, portanto, de valores naturais ou universais-, ele trabalha
o direito, a ética e a moral humanas enquanto mera convenção. Em outras
palavras, Hobbes concebe a norma jurídica a partir do critério da validade,
exclusivamente. Ao reduzir a norma jurídica a uma convenção, é possível
concluir que, se o justo é uma mera arbitrariedade, basta alguém convencionar
algo para que esse algo se torne justo, ou, melhor dizendo, é até necessário
que haja um Leviatã que imponha à força certas convenções, com o fim de
garantir a ordem e a paz social.

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