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Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino à Distância – Nampula

Licenciatura em Ensino de Português

Resolução de Exercícios

Discente: Emelita Carlitos

Docente: Carlos Mepula Vilele

Nampula

Março de 2020
Índice
1 Unidade: Introdução a Sociolínguistica..............................................................................3

2 Unidade: Língua e sociedade..............................................................................................5

3 Unidade: Mudança Línguistica...........................................................................................6

4 Unidade: Universais Línguisticos.......................................................................................7

5 Unidade: Relação Língua e Pensamento............................................................................8

6 Unidade: Relação entre Língua e Cultura...........................................................................9

7 Unidade: Hipótese Sapir-Whorf.......................................................................................10

8 Unidade: Comunidade de Fala e Teoria de Labov e Hymes............................................11

9 Unidade: não tem questionário.........................................................................................11

10 Unidade : Aquisição de Língua Segunda......................................................................11

12 Unidade: Variação Linguística...........................................................................................13


1 Unidade: Introdução a Sociolínguistica
1) Para falar do Surgimento da Sociolinguística como ciência da linguagem, é necessário
antes, dizer que os estudos linguísticos começam a ser trilhado em uma perspectiva
diacrónica busca de comprovação do parentesco linguístico entre as línguas chamadas
de indo-europeias, surge, no século XIX, o estudo histórico-comparativo das Línguas
através da Filologia, ciência cujo objecto são as Línguas e textos estudados a partir do
método histórico-comparativo. Os métodos comparativos criados por Franz Bopp,
aliado ao histórico desenvolvido por Jacob Grimm, levaram Friedrich Diez a realizar
um estudo histórico comparativo nas Línguas românicas.
Ainda nessa época, outro alemão, August Schleicher, dissocia a tradição filológica
dos estudos linguísticos, colocando-a como uma ciência histórica. Schleicher insere a
Linguística no campo das ciências naturais comparando a língua a uma planta que
nasce, cresce, se desenvolve e morre. Ele propõe uma teoria naturalista da língua,
inspirado no evolucionismo de Darwin e traz uma classificação genealógica para as
Línguas.
A orientação de Schleicher vai afastar a Linguística de qualquer consideração de
ordem social e cultural no trato do fenómeno linguístico.
Nos fins do século XIX, surge uma nova escola linguística que critica essa teoria
naturalista das Línguas: a escola neogramaticista. E, os neogramáticos Hermann
Osthof e Karl Brugmann, pregavam que a língua tinha que ser estudada ligada ao
indivíduo falante e que o mais importante nao era chegar a língua original indo-
europeia, mas estudar as Línguas vivas actuais para entender suas mudanças. Inicia-se
a Investigação dos mecanismos de mudança e surgem as leis fonéticas para estudar
essas mudanças.
Hugo Schuchardt realiza crítica aos neo-gramáticos, propondo que as Línguas mudam
de acordo com os falantes e que as variedades estão condicionadas por inúmeros
factores. Nesse momento inicia- se a trilha da Didactologia e da Sociolinguística.
Enquanto o século XIX e marcado pela comparação histórica das línguas, a tradição
de relacionar língua, cultura e sociedade, faz parte da reflexão de vários autores do
século XX. O século XX traz uma concepção sociológica do falante e merece
destaque o linguista francês Antoine Meillet. Discípulo de Saussure, Antoine Meillet
propõe que a história da língua e inseparável da história da cultura e da sociedade.
Para Meillet, a língua e um fator social e as condições sociais influenciam
decisivamente sobre a língua, e, consequentemente, sobre a mudança. Embora o
aspecto social da língua tenha chamado a atenção desde cedo, tendo tido relevância ja
no trabalho do linguista suíço Ferdinand de Saussure no início do século XX, foi
talvez somente nos anos 1950 que este aspecto tenha começado a ser investigado
minuciosamente. Desta forma de verifica o surgimento da sociolinguística como
ciência da linguagem.
2) Sociolinguística é o ramo da linguística que estuda a relação entre a língua e a
sociedade. É o estudo descritivo do efeito de qualquer e todos os aspectos da
sociedade, incluindo as normas culturais, expectativas e contexto, na maneira como a
língua é usada, e os efeitos do uso da língua na sociedade. Nesse sentido o expoente
máximo da dessa ciência é a relação entre língua e sociedade.
3) Para abordar em torno do objecto de estudo da sociolinguística há primeiro dizer que
em I966, William Bright publicou os trabalhos apresentados no Congresso organizado
por Wiílian Bright na Universidade da Califórnia em Los Angeles sob o título
Sociolinguístics, e escreveu um texto introdutório que define e caracteriza a nova
ciência: as dimensões da Sociolinguística. A proposta de Bright para a
Sociolinguística é relacionar as variações linguísticas observáveis em uma
comunidade com as diferenciações existentes na estrutura social desta mesma
sociedade. Assim, o objecto de estudo da Sociolinguística será a diversidade
linguística.
4) A historia da língua portuguesa foi condicionada pelo contexto social imposto pelos
soldados do império romano pois, o português surge do latim que se falava em Roma.
Com as guerras e as conquistas romanas, esse idioma expandiu-se por toda a Europa.
Os romanos impuseram sua língua, sua cultura; e seus costumes aos povos
conquistados. Para garantir a dominação política, os romanos exigiam que, em todo o
vasto Império latim. fosse de uso obrigatório nas escolas, nas transacções comerciais,
nos documentos, nos actos oficiais e no serviço militar. Entretanto, o contacto dos
romanos com a cultura grega deu-se de forma contrária: foi o latim que incorporou
uma grande quantidade de palavras gregas que, consequentemente, também vieram a
fazer parte da língua portuguesa. Todavia, não foi o latim clássico, literário, usado
pelos grandes escritores romanos (Cícero, Horácio, César, Virgílio, Ovídio, etc.), que
foi imposto às populações dominadas. Foi o latim vulgar, falado pelos soldados
romanos. Aos poucos, os povos dominados absorveram o falar dos romanos, que se
misturou com os falares regionais, originando as línguas neolatinas, em particular do
português.
5) Caracterização das fases da língua portuguesa
a) Fase pré-histórica: vai do século V ao Século IX (mistura do latim vulgar com
falares locais).
b) Fase proto-histórica: vai do século IX ao XII. Nessa fase, já se encontram
documentos escritos em latim bastante transformado, misturado com palavras
portuguesas.
c) Fase histórica: Fase do português arcaico: vai do século XII ao século XVI.

2 Unidade: Língua e sociedade


1) Linguagem e sociedade estão ligadas entre si de modo inquestionável. Podemos até
dizer que o ser humano é constituído dessa ligação. A língua de um povo está
intimamente ligada à história desse povo. Para além disso é preciso observar que,
somente se sabe de onde é um homem, após ele ter falado. A sua língua o distingue
dos outros falantes. Cada região tem a sua língua, cada comunidade expõe de forma
própria essa língua e cada falante tem o seu jeito particular de realizar essa mesma
língua. Politicamente falando, toda a região tem a sua língua oficial, aquela que é
aprendida por todos e em que se redigem os documentos e textos dessa região. No
entanto, uma região possui várias comunidades linguísticas com Línguas distintas.
Não estamos falando aqui em variantes linguísticas, mas em línguas distintas. Por
exemplo, aqui em Moçambique têm apenas uma língua oficiai, o português, porem,
temos outras línguas que são faladas aqui em comunidades diversas: N’dau, Sena,
Ronga etc. Nessa disciplina, o nosso objectivo não é estudar as diversas línguas de um
povo, mas as diversas variações linguísticas de uma mesma língua. Ao observarmos,
com mais cuidado a língua falada, perceberemos que ela se apresenta como um
universo aparentemente caótico. Principalmente no contexto da realidade
Moçambicana, reino de diversidades, a impressão e de que não há sistematicidade
alguma nesse meio de tantas variedades de fala. Tal fenómeno deve-se ao facto de que
duas ou mais maneiras de se dizer a mesma coisa (denominadas variantes
Linguísticas) coexistem, e são realizadas no mesmo período de tempo pelos membros
de uma comunidade.
2) Analisar e sistematizar as variantes em uma comunidade é o objectivo da
Sociolinguística São vários os factores que influenciam nesse âmbito, determinam o
modo de falar dos milhões de falantes que compõem a nossa língua, como é o caso da
condição social e económica; lugar de origem ou de situação dos Homens. Desta
forma, tais factores, alem de influenciar a maneira do individuo realizar sua fala,
também determinam o modo como ele ira perceber, avaliar e julgar a variação, assim
como a sua própria fala.

3) Quadro esquemático de conceitos

Variações da língua Conceitos


Dialecto São variações de pronuncia, vocabulário e gramatica
pertencente pertencentes a uma determinada língua.
Gíria Linguagem especial de um grupo pertencente a uma classe
ou a uma profissão, linguagem de malandros, malfeitores
Eufemismo Uso de termos agradáveis para suavizar uma expressão.
torna mais bonita, mais amena, ou importante, coisas que
não o são.

4) Linguagem e discriminação sexual - As mulheres possuem algumas peculiaridades no


uso da língua e os homens possuem outras. Para exemplificar essas variações
referentes ao sexo observamos os diminutivos como “bonitinho”, “gracinha”,
“menininha”, sendo usados mais pelas mulheres e aumentativos de nomes próprios
como “Carlão" e “Marcão” sendo mais usados por homens. Dependendo do ambiente
em que o indivíduo se encontra, ele usará a linguagem coloquial, formal ou informal e
essa diferença de tratamento faz parte da variação estilística.

3 Unidade: Mudança Línguistica


1) Chama-se mudança linguística ao processo de modificação e transformação que, em
sua evolução histórica, experimentam todas as línguas em general, e as unidades
linguísticas da cada um de seus níveis em particular.
2) Diferencas entre mudança linguística e variações linguísticas

Mudança linguística Variação linguística


As modificações são diacrónicas, estudam a São Sincrónicas e analisa, entre outras
linguística histórica. disciplinas, a sociolinguística.
Há empréstimos de termos ( ao nível ___
externo) e analogias (ao nível interno).

3) Caracterização da mudança linguística (Labov, Weinreich, Herzog)


 Não corresponde a desvios resultantes da fala, só quando se generaliza (vindo dum
subgrupo da comunidade) e impondo-se gradualmente até ser reconhecida como regra
(ex. Informar de que: o «de» tem tendência a desaparecer).
 Não pode confundir-se estrutura com homogeneidade. A variação nunca é
desordenada, há regras. Falar uma língua é dominar as estruturas heterogéneas que o
constituem (fala de Olhão, de Braga, etc.).
 Nem sempre a variação implica mudança no sistema, porém toda a mudança resulta
da variabilidade do sistema.
 A mudança não se generaliza de forme uniforme e instantânea, o sistema pode
albergar formas alternativas durante muito tempo antes de adoptar alguma delas como
regra.
 A mudança ocorre nos idiolectos. Estes não são coesos nem internamente consistentes
pois dependem de factores sociais.
 A mudança não se restringe à variação dentro da família para ser considerada como
tal tem de transmitir-se a toda a comunidade.
 A mudança decorre da conjunção de factores intra e extralinguísticos
indissociavelmente ligados. Todas as perspectivas que se limitam ao estudo de apenas
umas destas vertentes, falha na descrição dos fenómenos.
4) Esquema diferenciativo de mudança da língua

Níveis de mudança da língua


Fonéticas Ligado a propriedades articulatórias ou facilidade de
articulação como assimilação fonética
Morfossintácticas Com papel importante na ambiguidade estrutural e
gramaticalização
Semânticas Redução ou ampliação de significado de uma palavra

4 Unidade: Universais Línguisticos


1) Chama-se universais linguísticos às semelhanças existentes em todas as línguas e que
permitem afirmar que, por exemplo, todas as línguas faladas têm vogais e consoantes.
Os universais linguísticos interessam à psicolinguística, à etnolinguística e à tipologia
linguística.
2) Os universais absolutos são verdadeiros para todas as línguas conhecidas e são
relativamente poucos (por exemplo: todas as línguas têm pronomes). Ao passo que os
universais implicacionais são relevantes para línguas que contam com um rasgo
determinado que sempre se acompanha de outro (por exemplo, se uma língua tem
número trial também o tem dual).
3) Escolha três universais linguísticos e justifique a sua razão de ser
 Em todas as línguas do mundo existem universais semânticos (feminino e masculino)
– estes aspectos podem ser considerados universais linguísticos pois em todas as
línguas de facto sempre há esta dualidade de género, ao nível biológico em todas
regiões do mundo encontraremos expressões com sentido feminino e masculino.
 Qualquer língua tem a capacidade de referenciar o passado, presente e futuro, como
também fazer perguntas, formular respostas e declarações – considerar-se-á universais
linguísticos pois estas questões podem ser verificadas em qualquer língua, na falta
delas haveriam muitas dificuldades para difundir a informação necessária.
 Em todas línguas existem palavras proibidas – é claro que em todas línguas existem
essas palavras proibidas, na medida em que dependendo da cultura a ideologia
politica, a forma de educar as crianças, sempre haverão algumas expressões que a
própria sociedade censura em função dos seus costumes. Variando de região para
região as palavras proibidas poderão ser diferentes mas sempre existem. Por essa
razão deve se considerar universais linguísticos.

5 Unidade: Relação Língua e Pensamento


1) Relação entre Língua e Pensamento é defendida por VYGOTSKY, e afirma que todo
o homem tem a faculdade de pensar. Mas o pensamento, em tanto que linguístico,
implica, por outras palavras que a aquisição a linguagem faz variar a psique do
indivíduo; tomando o caso dos surdos-mudos e cegos, Vygotski mostrou que estes, ao
adquirirem a linguagem, podem também adquirir um pensamento lógico. E a
psicologia genética fornece alguns dados à linguística tentando decifrar esta relação.
Os geneticistas fizeram experiências com 04 crianças selvagens, cujos resultados
mostraram a existência de uma unidade orgânica entre o pensamento e a linguagem.
Logo, há dependência entre a língua é pensamento porque o individuo estando dentro
de um grupo que contempla um certo de pensamento tende a usar uma linguagem que
expresse melhor o seu pensamento, levando em conta o facto de que tanto o
pensamento como a linguagem são produto social.
2) De forma muito resumida, Jean PIAGET defende a ideia de que a linguagem e o
pensamento são processos unitários, tendo se baseado no que apelidou de o
egocentrismo da fala que a criança manifesta.
3) A Psicologia genética postula que: A faculdade da palavra não é inata ao homem, a
não ser na medida em que os indivíduos herdam a estrutura do cérebro e dos órgãos
para “assim poderem falar, tanto assim é que existem indivíduos que não falam.
Finalmente afirmam que o pensamento e a palavra são produtos sociais. Estudos
feitos confirmam a ideia da unidade orgânica entre o pensamento e a linguagem.

6 Unidade: Relação entre Língua e Cultura


1) Ao abordar em torno da relação entre língua e Cultura, há que mencionar o facto de a
língua ser um produto social e o sistema linguístico influencia, de certa maneira, a
nossa maneira de abordar e interpretar o mundo. Porém, a relação entre língua e
cultura já não é biunívoca como pode parecer, pois que a língua evolui mais de vagar
que a cultura. WHORF entende que a língua tem de ser vista com todos os seus
componentes, acrescentando que a gramática modela as ideias e a actividade mental e
altera os pontos de vista da sociedade (sistema linguístico) e não só o léxico. SAPIR,
por sua vez, admite que a língua é identificada pela cultura, e que ela, de facto, evolui
mais lentamente que a cultura. Quer dizer, tanto SAPIR como WHORF admitem o
facto da existência de um princípio de relatividade linguística. Porém, tal facto pode
ser difícil de ser provado, visto que isso significaria que sem uma língua comum, não
haveria sociedade humana. Não existe relação entre a forma da língua e a forma de
cultura daqueles que a falam, apenas o vocabulário pode ser indicador sensível de
cultura.
2) A cultura é criação pois é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos
foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. O homem não só recebe a
cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura
é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um
grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se
interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.
3) Diferença existente entre a língua e linguagem é que o conceito de linguagem refere-
se ao processo de interação entre as pessoas, onde usamos mecanismos para transmitir
nossas ideias, sentimentos e informações. Qualquer conjunto de sinais ou signos é
considerado linguagem, sejam códigos linguísticos, placas de rua, gestos corporais,
entre outros. Através dela, é possível que pessoas de diferentes regiões ou culturas se
comuniquem. Ao passo que o conceito de língua, por outro lado, se trata
especificamente de um código verbal - um conjunto de palavras que detém significado
para determinado grupo. Podemos dizer que a língua é um tipo de linguagem. São
exemplos a Língua Portuguesa, a Língua Inglesa e a Língua Brasileira de Sinais,
utilizada pelas comunidades surdas.
4) Os quatro elementos que fundamentam a relação entre a língua e o pensamento são:
Segundo Piaget opõe-se a teria da realidade linguística, argumentando que o mundo
não tem nada a ver as influencias da língua e nem a língua é responsável pelo
pensamento. A língua não é apenas uma espécie de função simbólica, ela facilita a
função simbólica sobre o pensamento. Em ultima analise, ambas dependem da
inteligência que antecede a língua e é independente dela.

7 Unidade: Hipótese Sapir-Whorf


1) As ideias desses dois estudiosos costumam ser referidas como a "hipótese de Sapir-
Whorf', podendo ser assim sintetizadas: a linguagem determina a forma de ver o
mundo, e consequentemente, de se relacionar com esse mundo (hipótese do
determinismo linguístico); para diferentes línguas há diferentes perspectivas e
diferentes comportamentos (hipótese do relativismo linguístico). É interessante
destacar que, para Sapir, tanto a língua como a cultura (realidade social) é passível de
modificações: é da natureza da linguagem a mudança, visto que "não há nada
perfeitamente estático" e a "deriva geral de uma língua tem fundo variável" (1969:
137).
2) Entretanto, existe um paradoxo: embora ambas estejam sujeitas á mudanças, essas se
dão em velocidades diferentes - a língua se modifica mais lentamente, pois "um
sistema gramatical, no que depende dele próprio, tende a persistir indefinidamente.
Em outras palavras, a tendência conservadora se faz sentir muito mais profundamente
nos lineamentos essenciais da língua do que da cultura" (p. 61). As consequências
disso são que as culturas não poderão ser sempre simbolizadas pela linguagem,
conforme a passagem do tempo; e que será muito mais fácil simbolizar a cultura no
passado do que no momento actual.
3) Para Sapir e Whorf, a linguagem determina a realidade social. Todavia, a versão forte
da hipótese do determinismo linguístico parece se enfraquecer diante do descompasso
verificado entre as mudanças na língua e na cultura, conforme exposto no número
acima.

8 Unidade: Comunidade de Fala e Teoria de Labov e Hymes


1) Segundo Corder (1973) a comunidade de fala é composta por indivíduos que se
consideram falantes de uma mesma língua. Eles não precisam ter nenhum outro
atributo definido. Nota-se aqui uma visão bastante ampla e subjectiva. Da mesma,
forma Halliday adopta esse critério em sua definição, como se constata em sua
explicação: A comunidade de fala é um grupo de pessoas que se consideram como
usuários da mesma língua. Neste sentido, existe uma comunidade de fala “dos
chineses”, uma vez que eles se julgam falantes do “chinês” e não do pequinês,
cantonês etc. Por outro lado, não há uma comunidade de fala em relação às línguas
escandinavas, muito embora estas sejam, em grande parte, compreensíveis entre si
(HALLIDAY et. all apudDITTMAR, 1997, p. 134).
2) As diferencas entre as teorias de Labov e Hymes
3) As pessoas não falam sempre da mesma maneira, pois por estarem os membros da
comunidade de fala inseridos em contextos sociais e económicos que determinam
diferenças entre eles, mudam seu comportamento linguístico conforme mudam os
contextos e as estratégias de comunicação. Portanto, os membros de uma mesma
comunidade de fala tendem a apresentar comportamentos distintos, de acordo com o
conteúdo das interacções e com a situação de comunicação. A variação linguística
reflecte, justamente, a necessidade de as pessoas serem vistas como iguais às outras
em algumas situações ou como diferentes em outras. De acordo com essa necessidade
elas dão a orientação ao seu discurso.

9 Unidade: não tem questionário.

10 Unidade : Aquisição de Língua Segunda


1) Na aquisição da L2 há um desenvolvimento progressivo, em passos sucessivos, o que
implica o respeito ao tempo necessário para sua aquisição. A classe de aprendente
varia conforme a idade, pois nos adultos a aquisição pode ser incompleta devido ao
alto nível de uso regular de línguas nativas, ao passo que nas crianças pode-se dizer o
contrario pois estas aprendem de forma mais rápidas e melhor. No caso de
Moçambique na aquisição da língua portuguesa pode-se dizer que primeiro levou um
bom tempo na sua aquisição (como estratégia de guerra), depois nos adultos a
dificuldade é notória ate aos dias de hoje, pois há arduidade na sua aquisição completa
e pronuncia correcta dos termos dependendo da região, a titulo de exemplo na zona
norte é comum a substituição das letras b - p, d – t. nas crianças e nos adolescentes há
maior rigorosidade na pronuncia dos termos e progressivamente todas as faixas etárias
vão mostrando um desenvolvimento progressivo notável na aquisição plena e
completa do Português.
2) A aprendizagem incompleta e não nativa, faz parte do caracter de fossilização que
compõe a interlíngua, porem estes aspectos processam-se com dificuldades pois como
foi mencionado na resposta anterior a questão da convivência é um problema fulcral
no âmbito da aquisição de uma L2, na medida em que o individuo estando
estritamente ligado a uma sociedade terá maior dificuldade de adquirir a língua em
relação aos indivíduos nativos. Matérias ligadas a culturas, costumes e hábitos serão
imperiosos na facilitação do aprendizado.
3) As características da interlíngua são três, nomeadamente a fossilização, simplificação
e transferência.

Fossilização - que refere-se à cessação da aprendizagem resultando num sistema de


interlíngua mais estável, porem incompleto ou não nativo. A aquisição incompleta é
normalmente mais saliente entre aprendentes adultos, mas as aprendentes crianças, que
alcançam um nível final de quase nativos ou semelhante ao nativo, mostram evidencias de
fossilização.

Simplificação - As interlínguas são vistas como o resultado de varias estratégia de


aquisição que os aprendentes usam. Uma dessas estratégias é a simplificação das estruturas e
elementos da língua-alvo, onde os aprendentes produzem estruturas reduzidas com padrões
fonológicos simples, morfologia reduzida e ordem de palavras não marcada. É típico que as
interlínguas simplificadas contenham também um pequeno número de verbos e substantivos
básicos usados em sentidos alargados. Existe ainda uma preferência por construções
analíticas e perifrásticas. À simplificação pode ocorrer a todos os níveis de aquisição, embora
seja mais frequente e generalizada nos estágios iniciais.

Transferência - é a extrapolação de estruturas, itens e regras da língua materna ou outra


língua para a língua-alvo. Isto resulta, com frequência, em formas da língua-alvo não
gramaticais ou incorrectas, chamadas interferências. Pensa-se que à transferência ocorre em
todos os níveis de aquisição, mas que e constrangida por relações tipológicas e pela
existência de valores marcados na língua-alvo e na língua materna: quanto mais semelhantes
as línguas forem do ponto de vista tipológico, maior e a probabilidade de os falantes
transferirem elementos entre elas. Para além do mais, estruturas não marcadas ou simples
serão mais susceptíveis de serem transferidas do que itens linguísticos específicos e
marcados, complexos.

12 Unidade: Variação Linguística


1) Ex1: Os meninos estão brincando;
Ex2: As meninos estão brincando.
Na primeira hipótese há concordância entre o sujeito e os artigos, ao passo que na
segunda hipótese há discordância entre eles, estes são aspectos muito ligados a
situação linguística moçambicana, particularmente na zona norte do país.
2) Podemos considerar cinco campos de estudo da variação linguística:
a) Variação diacrónica as diversas manifestações de uma língua através dos tempos;
b) Variação sincrónica - as variações em um mesmo período de tempo;
c) Variação diatópica geolinguística ou dialectal: a variação relacionada com factores
geográficos (pronuncia diferente, diferentes palavras para designar as mesmas
realidades ou conceitos, acepções de um termo diferentes de região para região,
expressões ou construções frásicas pr6prias de uma região);
d) Variação diastrática modos de falar que correspondem a c6digos de comportamento
de determinados grupos sociais.
e) Variação diafásica - variação relacionada com as diferentes situações de comunicarão,
factores de natureza pragmática e discursiva: em função do contexto, um falante varia
o seu registo de língua, adaptando-se as circunstancias.
3) Resumo da 12ª Unidade:

Variação linguística

Nesta etapa, vamos tratar da diversidade linguística em si, ou seja, da variação no português,
você pode, a título de reflexão, começar a observar as diferentes formas de fala que lhe
rodeiam: na família, no trabalho, nas ruas, revistas, Jornais, tv, rádio. Analise-as conforme vai
estudando o assunto. Em toda a comunidade de fala há formas alternativas de se dizer a
mesma coisa numa mesma situação. A essas formas dá-se o nome de variantes linguísticas. A
um conjunto de variantes chama- se variável linguística.

Como se observam as Variações?

Veja-se o exemplo que se segue.

Nas frases abaixo, temos uma variável: a marcação de plural no sintagma nominal (SN), A
variação na marcação de plural do SN pode tomar as formas:

Ex. Os meninos;

Ex. Os menino.

Em (1) houve retenção da marca de plural em todo o sintagma, tendo o suposto falante
reflectido a norma-padrão do português. Em (2) o núcleo do sintagma tem marca zero de
plural, uma realização da variante não - padrão pelo falante. Ou seja, para a variável <s> de
marcação de plural temos duas variantes: a presença do indicador [s] e a sua ausência [t].
Conclui-se, desse modo, que a marcação de plural no SN do portuguê^ falado do Brasil e um
fenómeno variável.

A Sociolinguística trabalha com três termos que podem ser facilmente confundidos entre
si:

Variedade – é o termo que corresponde, ao termo dialecto. Sociolinguisticamente, é


comum encontrar a variedade standard junto dos centros de decisão e de poder de uma
comunidade. Assim, em Portugal, a variedade standard é a falada na região de Lisboa.
Contudo, na comunidade linguística do Brasil a variedade standard esta associada as
variedades de várias capitais estaduais. Cada variedade linguística tem uma gramática própria
igualmente valida. Dentro de cada variedade há tensões e grupos sociais com traços próprios.
Dentro de cada variedade linguística há variação interna em função dos vários critérios:
idade, sexo, escolaridade, etc.

Variante - utilizado nos estudos de sociolinguística para designar item Linguístico que é
alvo de mudança. Assim, no caso de uma variação fonética, a variante e o alofone.
Representa, portanto, as formas possíveis de realização.

Variável é o traço, forma ou construção Linguística cuja realização apresenta variantes


observadas pelo investigador. É inegável que todas as línguas do mundo são continuações
históricas deixadas por gerações sucessivas de indivíduos que legam aos seus descendentes o
domínio de uma língua particular. As mudanças temporais são parte da história das línguas.
Já as mudanças sincrónicas, as variações observadas são relacionáveis a diversos factores:
idade, sexo, profissão, classe social.

Podemos considerar cinco campos de estudo da variação linguística:

1. Variação diacrónica as diversas manifestações de uma língua -através dos tempos:

2. Variação sincrónica - as variações em um mesmo período de tempo;

3. Variação diatópica geolinguística ou dialectal: a variação relacionada com factores


geográficos (pronuncia diferente, diferentes palavras para designar as mesmas realidades ou
conceitos, acepções de um termo diferentes de região para região, expressões ou construções
frásicas próprias de uma região);

4. Variação diastrática modos de falar que correspondem a códigos de comportamento


de determinados grupos sociais-

5. Variação diafásica - variação relacionada com as diferentes situações de comunicarão,


factores de natureza pragmática e discursiva: em função do contexto, um falante varia o seu
registo de língua, adaptando-o as circunstancias.

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