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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O surgimento da Sociolinguística e o seu surgimento

Deolinda José Manuel, 708209153

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Sociolinguística
Ano de Frequência: 3º Ano
Turma: B

Nampula, Maio de 2022


Deolinda José Manuel, 708209153

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O surgimento da Sociolinguística e o seu surgimento

Trabalho de carácter avaliativo da


Cadeira de Sociolinguística, Curso
de Português a ser apresentado ao dr
António Lemox Likaunga

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Nampula, Maio de 2022

Índice
Introdução....................................................................................................................................3

Surgimento da Sociolinguística....................................................................................................5

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Objecto de Estudo........................................................................................................................5

As fases da evolução da Língua Portuguesa......................................................................6

Relação entre Língua e Sociedade.....................................................................................7

Relação entre língua, a sociedade e Variação da língua....................................................7

Conceitos do Dialecto, Gíria Eufemismo..........................................................................8

Definição da Mudança Linguística....................................................................................8

Mudança linguística e variação linguística........................................................................9

Características das mudanças linguísticas.........................................................................9

Conceito e Características dos Universais Linguísticos....................................................9

Características de Universais Linguísticos......................................................................10

Relação entre Língua e Pensamento................................................................................11

O postulado da Psicologia Genética................................................................................11

Relação entre Língua, Pensamento e Cultura..................................................................11

O contributo de Sapir e Whorf na relação entre língua e Cultura...................................12

Relação entre teoria da deficiência Linguística e teoria da diferença.............................13

Fenómeno de Variação Linguística.................................................................................14

Conceitos de Variedade, Variável e Variante..................................................................14

Conclusão........................................................................................................................15

Referencias Biblioficas....................................................................................................16

Introdução

Sociolinguística é importante tecer algumas considerações com relação ao seu


surgimento, ao seu objecto de estudo e as características particulares da língua

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portuguesa tendo em conta o contexto das relações entre língua e sociedade. A figura da
sociolinguística é sem dúvida William Labov, que, nos anos 1960, começou uma série
de investigações sobre a variação linguística investigações que revolucionaram nossa
compreensão de como os falantes utilizam sua língua.

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Surgimento da Sociolinguística
Segundo Vunguire (2016). Afirma que sociolinguística ou sociologia da linguagem, é
uma disciplina da linguística que estuda os aspectos resultantes da relação entre a língua
e a sociedade, concentrando-se em especial na variabilidade social da língua.

Qualquer estudo sociolinguístico deve partir de uma análise cuidadosa do mapa


sociológico de uma comunidade, uma vez que quanto mais complexo for o seu tecido
social, mais heterogéneo será o uso que essa comunidade faz da língua. Em geral, os
factores sociais que apresentam o maior poder de influência sobre a variação linguística
dentro de uma comunidade são o sexo, a idade, o nível de instrução, o nível
sociocultural e a etnia a que pertence um determinado grupo.

Os estudos da sociolinguística a ser trilhados em uma perspectiva diacrónica. Na busca


de comprovação do parentesco linguístico entre as línguas chamadas de indo-europeus,
surge no séc. XIX, o estudo histórico – comparativo das línguas através da filologia,
ciência cujo objecto são as línguas e textos estudados as partir do método histórico-
comparativo. Os métodos comparativos criados por franzBopp, aliado ao histórico
desenvolvido por Jacob Grimm, levaram Friedrich Diez a realizar um estudo histórico
comparativo nas Línguas contemporâneos.

Mas pode se dizer que a figura chave da Sociolinguística foi o Willian Labov, que nos
anos 1960, começou uma série investigação sobre a variação linguística que
revolucionaram nossa compreensão de como falantes usam sua língua.

Objecto de Estudo
Segundo Vunguiri (2016) termo sociolinguístico refere a uma área linguística, que se
fixou no ano de 1964 em congresso organizado por WillianBright na Universidade de
Lós Angeles

Em 1966 Willian publicou os trabalhos apresentados no referido congresso sob o título


Sociolinguística. E tinha como proposta relacionar a sociolinguística para com as
variações linguísticas observáveis em uma comunidade com diferenciações existentes
na estrutura social desta mesma sociedade. Assim o objecto de estudo da
Sociolinguistica será a diversidade Linguística. A pesquisa sociolinguística tem buscado
trazer um perfil de mudança em progresso e um perfil da variação estável através da
combinação dos resultados das variáveis tais como:

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 Idade;
 Sexo;
 Classe social;
 Nível de escolaridade.
 A partir da noção de prestígio.
Partindo dessa ideia podemos concluir que o objecto de estudo da sociolinguística é o
estudo da língua falada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto, é,
em situações reais do uso.

Neste sentido o ponto de partida da sociolinguística seria a comunidade linguística, ou


seja, um conjunto de pessoas que interagem verbalmente e que compartilham um
conjunto de normas com respeito aos usos linguísticos a que vai caracterizar uma
comunidade linguística, não será o facto de ser constituída por pessoas que falam da
mesma maneira, mas por pessoas que relacionam com diversas redes comunicativas e
que utilizam as mesmas regras para os seus comportamentos verbais.

As fases da evolução da Língua Portuguesa


Para Vunguiri (2016). Afirma que o português surge do Latim que se falava em Roma.
Com as guerras e as conquistas romanas, esse idioma expandiu-se por toda Europa. Os
romanos impuseram sua língua, sua cultura e seus costumes aos povos conquistados.

Aos poucos, os povos dominados observaram o falar dos romanos, que se misturou com
os falares regionais, originando as línguas neolatinas como:

 Português;
 Espanhol;
 Francês,
 Italiano,
 Romeno,
 Galeno entre outras línguas espalhadas por mundo todo.
Em consequência disso a língua portuguesa teve varias fases na sua evolução a saber:

 Fase pré-histórica: vai do séc. V ao século IX esta fase foi caracterizada pela
mistura do latim vulgar com falares locais.

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 Fase Proto-histórica: Vai do século IX ao XII. Nessa fase, já se encontravam
documentos escritos em Latim bastante transformado e misturado com palavras
portuguesas.
 Fase Histórica: fase do português arcaico, vai do século XII ao século XVI.

Relação entre Língua e Sociedade


A língua e sociedade estão ligadas entre si de modo inquestionável. Desta forma o
homem é constituído dessa ligação. A língua de um povo esta intimamente liga à
história desse povo. Para além disso é preciso observar que, somente se sabe de onde é
um homem, após ele ter falado. A sua língua o distingue dos outros e ao mesmo tempo
o localiza.

Cada região tem a sua língua, cada comunidade expõe de forma própria essa língua e
cada falante o seu jeito particular de realizar essa mesma língua.

Relação entre língua, a sociedade e Variação da língua


A língua sendo um elemento da identidade e cultura ela se relaciona com a sociedade
assim como as variações decorrente nela e neste sentido analisar e sistematizar as
variantes em uma comunidade é o objectivo da sociolinguística ou teoria da variação
modelo teórico e metodológico que tem como base a relação entre língua e sociedade,
ou seja, os aspectos sociais determinam as relações entre homem. São muitas
influências que nesse âmbito determinam o modo de falar dos falantes que compõem a
nossa língua tais como: condição social e económica; lugar de origem ou de situação,
contacto entre línguas, acesso ou privação aos bens culturais que a sociedade produz e
perpétua, identidade sexual, etnia, modo de actuação dos diversos sectores da sociedade
(trabalhos institucionais, relações pessoais), situações diversas de grau de formalidade
ou informalidade; influência da escola, influência da média.

Como exemplo da variação da língua; na variação regional, encontramos certas palavras


possuindo significados que necessitam de tradução por exemplo “pastelaria” para o
Brasil significa onde se vende pastel, queijo de carne. Em Portugal pastelaria é o local
onde se vende pães doces e bolinhos entre outras guloseimas do género. Vunguiri
(2016)

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Conceitos do Dialecto, Gíria Eufemismo
Para Vunguire (2016). Destaca que dialectos são variações de pronúncia, vocabulário e
gramáticas pertencentes a uma determinada língua. O dialecto não ocorre somente em
regiões existem também as variações dialectais etárias, sociais, referente ao sexo
masculino e feminino e estilística.

Gíria

Para o dicionário de Michaellis (1998) citado por Vunguire (2016) trata a gíria como
uma linguagem especial de um grupo pertencente a uma classe ou a uma profissão, ou
como uma linguagem de grupos marginalizados.

Por sua vez o dicionário Aurélio (1999) Citado por Vunguiri complementa definição
acima com a expressão “linguagem de malfeitores, malandros entre outros”, usada para
não ser entendido pelas outras pessoas e fala ainda em “calão” e “geringonça”, que
segundo Aurélio é coisa malfeita e de duração ou estrutura precária.

O Eufemismo

Segundo o dicionário Aurélio Apud Vunguiri (2016). Afirma que o Eufemismo e uma
figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. E
uma forma de tomar mais amena, mais bonita ou mais importante, coisas que não são.

Existem alguns eufemismos que ficaram mais famosa, dentre eles o de Mário Quintana
ao dizer “verdades que esqueceram de acontecer” em lugar de mentira ou de Alvarez de
Azevedo quando disse “ era uma estrela divina que ao firmamos voou” em lugar de
morreu.

Definição da Mudança Linguística


Segundo Wikilingue citado por Vunguiri (2016) chama-se mudança Linguistica ao
processo de modificação e transformação que em sua evolução histórica, experimentam
todas as línguas em geral, e as unidades linguísticas de cada um de seus níveis em
particular.

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Mudança linguística e variação linguística
A mudança linguística diferencia-se consideravelmente da avaliação linguística em que
no primeiro as modificações são diacrónicas e, por tanto, as estuda a linguística
histórica, enquanto as variações são sincrónicas e a analisa, entre outras disciplinas, a
sociolinguística.

Dois factores que tem intervindo desde sempre na mudança linguística tem sido os
empréstimos e a analogia, o primeiro é um exemplo de causa externa e o segundo causa
interna

Características das mudanças linguísticas


 Não corresponde a desvios resultantes da fala, só quando se generaliza “vindo
do subgrupo da comunidade” impondo-se gradualmente até ser conhecida como
regra (Ex: informar que; o “de” tem tendência de desaparecer).
 Não pode confundir – se estrutura com homogeneidade. A variação nunca é
desordenada, há regras. Falar uma língua é dominar as estruturas heterogéneas
que constituem (fala de olhão, de Braga),
 Nem sempre a variação implica mudança no sistema porem toda mudança
resulta da variabilidade do sistema.
 A mudança não se generaliza de forma uniforme e instantânea, o sistema pode
albergar formas alternativas durante muito tempo antes de adoptar alguma delas
como regras;
 A mudança ocorre nos dialectos. Estes não são coesos em nem internamente
consistente pois dependem de factores sociais;
 A mudança não se restringe a variação dentro da família para ser considerada
como tal tem de transmitir-se a toda comunidade;
 A mudança decorre da conjunção dos factores intra e extra linguísticos
indissociavelmente ligados todas. Todas as perspectivas que se limitam ao
estudo de apenas uma destas vertentes, falhas na descrição dos fenómenos.

Conceito e Características dos Universais Linguísticos


Segundo (2016). Destaca que os Universais linguísticos são semelhanças existentes em
todas as línguas e que permitem afirmar que, por exemplo, todas as línguas faladas têm
vogais e consoantes.

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Os universais linguísticos interessam a psicolinguística, a etnolinguistica e a tipologia
linguística.

Teve como pioneiro o Joseph H. Greenberg, que afixou um conjunto de universais


básicos relacionados sobretudo com a sintaxe, a partir do estudo de uma trinta línguas,
mas acabou forca a partir da formulação das gramáticas generativas na década de 1960.

Exemplo de universal linguístico é a dupla articulação da linguagem humana; todas as


línguas contam com uma articulação não significativa da corrente falada (os fonemas) e
outra unidade de nível superior, os morfemas, que já são significativos. Outro e que
cada língua comporta um inventário limitado de fonemas (entre 10 e 70) e que só utiliza
50% das oposições fonológicas possíveis para distinguir esses fonemas.

Características de Universais Linguísticos


Os universais linguísticos caracterizam-se por:

 Os Universais Absolutos: são verdadeiros para todas as línguas conhecidas e


são relativamente poucos por exemplo (todas línguas tem pronomes);
 Os Universais Implicacionais: são relevantes para línguas que contam com um
rasgo determinado que sempre se acompanha de outro (por exemplo; se uma
língua tem numero trial também tem dual)
 Os Universais de substância: são rasgos comuns que existem nas diversas
línguas segundo os que se organiza a substância linguística “o continuo da
experiencia representável”, por exemplo as categorias sintácticas (verbo
substantivo);
 Os Universais de forma: são as combinações com os que a substância
linguística se manifesta. Por exemplo: as ferramentas denominam-se em todas as
línguas não a partir das suas qualidades físicas, são com referência à actividade
humana que possibilitam.
E finalmente os universais fonológicos, gramaticais e semânticos, os exemplos acima
ilustrados e universais simbólicos (por exemplo: a apalavra que designa à “mãe” possui
uma consoante nasal em muitas línguas).

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Relação entre Língua e Pensamento
Estudos feitos confirmam a ideia da unidade orgânica entre o pensamento. Neste sentido
Harder e Humboldt defendem que a linguagem da ao pensamento os seus limites e os
seus contornos. A linguagem limita o pensamento (o que a linguagem não expressa é
porque não existe). Para eles, entre estes dois conceitos não existe nenhuma
independência ambos defendem a ideia de uma unidade orgânica. Para a corrente
dualista os dois processos são diferentes e um nada tem a ver com outro.

Tanto o pensamento como a linguagem são produto social. “o homem pensa como fala”
assim conclui Humboldt. Para ele, se o individuo fala uma certa língua, o seu
pensamento será influenciado por essa língua. Quer dizer, a língua é que cria a
realidade. A linguagem é a preensão da realidade.

O postulado da Psicologia Genética


A psicologia genética postula que:

 A faculdade da palavra não é inata ao homem, a não ser na medida em que os


indivíduos herdam a estrutura do cérebro e dos órgãos para “assim poderem
falar, tanto assim é que existem indivíduos que não falam. Portanto afirmam que
o pensamento e a palavra são produtos sociais.
 Estudos feitos confirmam a ideia da unidade orgânica entre o pensamento.

Relação entre Língua, Pensamento e Cultura


Língua

A língua é um produto social e o sistema linguístico influencia de certa forma a nossa


maneira de abordar e interpretar o mundo. Porem, a relação entre língua e cultura já não
é bionivoca como pode parecer, pois que a língua evolui mais devagar que a cultura. De
acordo com Vunguiri (2016)

A linguagem e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de ideia são
sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos e gestuais. Ela tem a
função biológica e cerebralaquilo que mais profundamente distingue o homem.

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Pensamento

Pensamento e Pensar são respectiva, uma forma e processo mental. Pensar permite aos
seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma afectiva e de acordo
com suas metas, planos e desejos. O pensamento é considerado a expressão mais
“palpável” do espírito humano, pois através de imagens e ideias revela justamente a
vontades deste. O pensamento é fundamental no Processo de aprendizagem e faz a
grandeza ou pequenez do homem, a grandeza decorre do pensamento bem pensado, que
avalia a multiplicação do real e se esforça para desvenda-lo atentamente, saboreando
sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a desejar amorosamente
a verdade, amar a sabedoria.

Pequenez decore do pensamento obscuro, mesquinho que desconhece o sabor de busca


do saber. Este tipo de pensamento transforma-se em meio de ocultação da realidade.

A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo
os seus problemas ao longo da história. A cultura é criação, o homem não só recebe a
cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renova, ela é um
factor de humanização porque o homem só se torna homem porque vive no seio de um
grupo cultural, portanto ela é um sistema de símbolos compartilhado com que se
interpreta a realidade e que conferem sentido a vida dos seres humanos.

O contributo de Sapir e Whorf na relação entre língua e Cultura


Whorf entende que a língua tem de ser vista com todos os seus componentes,
acrescentando que a gramática modela as ideia e a actividade mental altera os pontos de
vista da sociedade (sistema linguístico) e não só o léxico. Sapir admite que a língua é
identificada pela cultura, e que ela de facto evolui mais lentamente que a cultura. Quer
dizer tanto Whorf e Sapir admitem o facto da existência de um princípio de relatividade
linguística.

Hipóteses Sapir e Whorf

Segundo Vunguiri (2016) as ideias desses dois estudiosos costumam ser referidas como
a hipótese de Sapir e Whorf, podendo ser assim sintetizado:

 A linguagem determina a forma de ver o mundo, e consequentemente, de se


relacionar com esse mundo (hipótese do determinismo linguístico);

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 Para diferentes línguas há diferentes perspectivas e diferentes comportamentos.
(hipótese do relativismo linguístico).
É interessante destacar que para Sapir, tanto língua como a cultura (realidade social) são
passiveis de modificações é da natureza da linguagem e mudança, visto que não há nada
perfeitamente estático e a deriva geral de uma língua tem fundo variável.

Paradoxo da hipótese Sapir e Whorf

O Paradoxo da hipótese Sapir e Whorf disse: embora ambas estejam sujeitas a


mudanças, esses se dão em velocidade diferentes, a língua se modifica mais lentamente
pois, “ um sistema gramatical no que depende dele próprio tende a persistir
indefinidamente. Em outras palavras a tendência conservadora se faz sentir muito mais
profundamente nos lineamentos essenciais da língua do que da cultura. As consequência
disso são que as culturas não poderão ser sempre simbolizada pela linguagem, conforme
a passagem do tempo, e que será muito mais fácil simbolizar a cultura no passado do
que no momento actual.

Relação entre teoria da deficiência Linguística e teoria da diferença


A teoria da diferença linguística surgiu como uma reacção à teoria da deficiência
linguística. O principal defensor da teoria da diferença linguista foi o William Labov
que já em 1972, em seus primeiros trabalhos, considerava a teoria da diferença
linguística um mito que não resistia a um exame científico cuidadoso. Com essa
pesquisa realizada por Labov, a teoria da deficiência linguística mascara a verdade dos
factos ao atribuir às crianças dos guetos de Nova Iorque, sujeitos das suas primeiras
pesquisas, uma privação linguística.

Processo de aquisição da L2

Segundo Vunguiri (2016) Normalmente os estágios da aquisição da língua são


conhecidos como interlíngua, sistemas “interinos” de regras e estruturas que ainda não
são idêntico a língua- alvo tal como é falada pelos nativos. Uma interlíngua é, para
todos os efeitos a versão ou modelo da língua-alvo que um aprendente tem a sua
disposição em certa altura do seu processo aquisitivo.

A aquisição da língua é influenciada por processo e estratégias psicolinguísticos dos


(indivíduos) mas é também determinada pelo uso de contexto em que a aprendizagem
tem lugar.

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Fenómeno de Variação Linguística
Para melhor entender o fenómeno de variação linguística vide exemplo abaixo:

Temos uma variável: Marcação do plural no sintagma nominal (SN). A variação do


plural no SN pode tomar as seguintes formas:

1. Os Meninos
2. Os Menino t
No exemplo abaixo, no número (1) houve retenção da marca de plural em todo o
sintagma, tendo o suposto falante reflectido a norma-padrão do português.

No número (2) o Núcleo do sintagma tem marca zero de plural, uma realização da
variante não padrão pelo falante. Ou seja para a variável «s» de marcação de plural
temos duas variantes a saber: a presença do indicador (S) e a sua ausência (t).

Desde modo conclui-se que, a marcação de plural no SN do Português é um fenómeno


variável.

Conceitos de Variedade, Variável e Variante


Para Vunguiri (2016,p.70) Sociolinguística trabalha com três temos que podem ser
facilmente confundido entre si a saber:

Variedade: é o termo que corresponde, grosso modo ao termo dialecto. Ex: as


variedades do Português são os dialectos do português falado no norte de Portugal.

Variante- o termo é utilizado nos estudos de sociolinguística para designar o item


linguístico que é alvo de mudança. Assim no caso de uma variação fonética, a variante é
o alofone.

Variável- é uma construção linguística cuja realização apresenta variantes observadas


pelo investigado.

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Conclusão
A educação é também um fórum importante para a aquisição do Português. Isto
significa que uma grande parte da variação encontrada estará relacionada com registos e
estilos ensinados academicamente e seus concomitantes léxico, discurso e sintaxe.
Português de Moçambique diz respeito à variedade estilística que rodeia os falantes. Em
primeiro lugar, o Português em Moçambique é uma L2 para a maioria da população, o
que, naturalmente, coloca constrangimentos de proficiência sobre até que ponto o
falante de L2 ou não nativo consegue adaptar a sua linguagem aos diversos contextos.
Em segundo lugar, como L2 ou língua não nativa, com usos predominantemente
oficiais, os falantes raramente se deparam com o Português, assumindo outros usos que
não sejam os oficiais.

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Referencias Bibliográficas

Comrie, B. (1981). Universais da língua e typology lingüístico. Chicago: Universidade


da pressão de Chicago.
Greenberg, J. H. (ed.) (1963)  Universais das línguas. Cambridge, massa.: Pressão do
MIT.
Ferguson, C. A. (1968) “fundo histórico da pesquisa dos universais,   línguas humanas,
pp. 7–31.
Goddard, P & Wierzbicka, A (eds.). (1994). Universais semânticos e lexicais - teoria e
Findings empíricos. Amsterdão/Filadélfia: John Benjamins.

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