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Sociolinguística
3ᵒ Ano
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Universidade Católica de Moçambique
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Índice
Introdução...........................................................................................................................................4
I - Língua padrão..................................................................................................................................5
II - Factores usados para a definição da língua como padrão.................................................................5
III- A relação entre a língua e a sociedade.............................................................................................6
IV - Atitude perante a língua................................................................................................................7
V - Fenómenos que surgem na comunidade linguística.........................................................................7
VI- Factores que estão por detrás de diferentes fenómenos que ocorrem na comunidade linguística.. .8
VII - Língua veicular..............................................................................................................................9
VIII - Factores sob a origem da língua veicular......................................................................................9
IX - Sociedade bilingue.......................................................................................................................10
X- Níveis de bilinguismo.....................................................................................................................10
XI - Código linguístico.........................................................................................................................10
XII- Processos políticos linguísticos e da planificação linguística..........................................................11
Politica linguística vs Planificação linguística...................................................................................11
XIII - Etapas da pesquisa do Labov......................................................................................................12
XIV - Rede sociais...............................................................................................................................12
XV - Factores que condicionam as variações linguística na rede social moçambicana..........................12
Conclusão..........................................................................................................................................14
Bibliografia.........................................................................................................................................15
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Introdução
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I - Língua padrão
As línguas são um conjunto variado de formas linguísticas, cada uma com sua gramática, sua
organização estrutural. Cientificamente, nenhuma forma linguística é melhor que outra, exceto se
não a virmos como ciência, mas sim, como critério o preconceito ou o gosto pessoal.
Língua Padrão é a maneira de falar e escrever que é considerada correcta por uma dada
comunidade. Historicamente é uma modalidade linguística que servindo para controlara variação
dialetal inerente aos sistemas linguísticos.
A definição da língua padrão conduz normalmente a discussão do que é norma de uma língua.
Para Celso Cunha e Cintra (nova gramática do português contemporâneo, 1984 pág. 4) a língua
padrão corresponde a uma entre as muitas variedades de um idioma, mas é sempre a mais
prestigiosa, porque actua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma
comunidade. Estes autores apoiam-se nas reflexões do linguista Eugénio Coseriu, concordando
que, se uma língua pode abarcar vários sistemas pode também abrangir varias normas que
representam modelos, escolhas que se consagram dentro das possibilidades de realização de um
sistema linguístico.
Uma série de factores económicos, sociais políticos e históricos contribuem para que se define
uma língua como padrão.
Cientificamente nenhuma forma linguística é melhor que a outra excepto se não a virmos como
ciência, mas sim tendo como critérios o preconceito ou o gosto pessoal. ela pode não ser
constituído de qualquer valor.
Dessa maneira, as classes e grupos sociais que não fazem parte ou não tem acesso ao poder e aos
bens culturais terão suas formas linguísticas peculiares estigmatizadas, passíveis de preconceito e
discriminação, em função de pressões étnicas, classe social e escolarização.
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III- A relação entre a língua e a sociedade
A língua e a sociedade estão sempre ligadas de um modo inquestionado isto porque a língua de
um povo esta intimamente ligado a história desse povo para além disso e possível observar de
onde e um homem após ele ter falado, isto e, a sua língua o distingue dos outros falantes.
Cada região tem a sua língua e cada comunidade espoe da forma própria essa língua assim como
cada falante tem o seu jeito particular de realizar essa mesma língua.
Não se pode entender o desenvolvimento de uma mudança linguística sem levar em conta a vida
social da comunidade em que ela ocorre. Ou, dizendo de outro modo, as pressões sociais estão
operando continuamente sobre a língua, não de algum ponto remoto no passado, mas como uma
força social imanente agindo no presente vivo (Labov, 2008, p.21).
A língua não se realiza num vácuo social. Ela não existe fora da sociedade, da mesma forma que
a sociedade não existe sem ela.
A relação entre língua e sociedade não é uma relação em que uma determina a outra, mas de
interacção entre elas, em que uma se refracta na outra, num sistema de influências. Numa
sociedade estratificada, a língua não foge à estratificação. Ela não é um corpo à parte, ela refracta
a estrutura estratificada da sociedade, pois “correlacionando-se o complexo padrão linguístico
com diferenças concomitantes na estrutura social, será possível isolar os factores sociais que
incidem directamente sobre o processo linguístico” (Labov, 2008, p. 19). A língua é um espelho
pelo qual se pode observar o desenho da sociedade. Esta não é estática, da mesma forma que a
língua não o é, ambas evoluem constantemente num processo de integração.
Segundo as conclusões de Humboldt, a língua determina em absoluto a nossa maneira de
enxergar a realidade. A língua e, por assim dizer, a maneira de organizar o caos exterior.
O desenvolvimento linguístico de uma comunidade tem relação
com a sua vida social, as pressões sociais operam também sobre a língua.
Toda mudança social se propaga também na língua da comunidade,
há uma inter-relação entre uma e outra, sendo que tanto uma como a outra vivem continuamente
em processo de transformação, que não são autónomos, mas interdependentes.
Se a língua muda, não pode ser por si só. Se ela surge por necessidade social, também é
necessário que ela se transforme em decorrência dela.
O desenvolvimento linguístico de um falante não é um processo centrado na sua individualidade.
O falante em si não é o senhor de sua língua, ele não fala a língua que deseja, mas a língua que
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lhe é possível falar, com as formas verbais próprias de sua comunidade linguística, que também é
social, cultural e económica.
A comunidade linguística pode ser interpretada como um grupo que se comunica com uma
determinada língua, como por exemplo: a comunidade Hip Hop, que utiliza suas linguagens
próprias, costumes, hábitos, entre outras formas de comunicação.
Labov ( 1972) afirma que uma comunidade de fala é aquela que compartilha norma e actitudes
socias perante uma língua ou variedade linguística
1. socio-históricos
a chegada massiva de um contingente de m-d-o
isolamento dum grupo dominante
a presença de mulheres e crianças
a duração dos contactos
a possibilidade de se instalar num local
VI- Factores que estão por detrás de diferentes fenómenos que ocorrem
na comunidade linguística.
Criptografia
São léxicos utilizados com objectivos pictográficos e que se relacionam com o calão,
comportando certos léxicos técnicos de uma exterminada linguagem (geralmente são muito
comuns entre os reclusos).
Tabus linguísticos
Têm que ver com muitos factores de natureza tradicional, cultural, sociais d e cada sociedade. Às
vezes são influenciados/motivados pela repreensão do Governo. E traduzem-se em expressões
como: “...não se diz em público...perante as mulheres...perante os mais novos...perante os
homens...”
Eufemismos
Forma de referir-se algo, mas com recurso a outras palavras (consideradas mais leves)
Influência dialectal
Uso/utilização de léxicos próprios duma língua materna (dialecto) em outras línguas. Atenção
aos ítens lexicais lexicalizados que ao serem tomados por empréstimos de outras línguas a partir
das línguas Bantu adquirem uso progressivo nessas línguas puras. .ex: matapada, culimar,
txovar, mamana. Há também as palavras não lexicalizadas (palavras fixas), tais como Ngoma,
Xigubo, Msaho...
Deslexia
Dificuldades e /ou perturbações na aprendizagem da fala e da escrita por ex: no lugar de
FELICIDADE, o falante tenderá a pronunciar FLICIDADE. o indivíduo desléxico não consegue
dizer uma palavra normalmente. Trata-se de um efeito que nada tem que ver com a inteligência
do indivíduo.
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VII - Língua veicular
Línguas veiculares são aquelas línguas que surgem para resolver problemas de
intercomunicação entre grupos que falam línguas diferentes.
Elas nascem de situações particulares, sendo;
Dificuldade da falta de intercomunicação;
Expansão militar, religiosa, política, comercial que fazem com que se
torne necessária uma certa comunicação linguística.
Factor geográfico: estas línguas localizam-se nas costas, passagens de estradas (meio de
comunicação social). A situação geográfica não esta na expansão desta, mas sim
contribui
Factor económico: da a certas línguas carácter veicular devido a intensidade do
comercio. Contudo, este factor não determina a aparição de uma língua veicular.
Factor político: o factor político so vem reforçar a expansão linguística.
Factor religioso: há certas línguas ligadas ao sagrado (livros de caracter sagrado escritos
em línguas veiculares) esse acaba sendo um factor de expansão linguística.
Factor humano: este tem influencia na aquisição de uma língua uma vez que ir a cidade
significa aprender outra língua e nesse processo, há interferências;
Factor urbano: este favorece a veicularidade da língua. O factor êxodo rural produz
efeitos como os de aquisição de uma língua (da cidade), o que resulta em cruzamento de
línguas.
A dicotomia cidade-campo reenvia-nos para os factores económicos (a ligação existente entre a
língua da cidade com a industrialização, o comercio, a administração etc.) a cidade torna-se um
elemento importante para a expansão de uma língua.
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IX - Sociedade bilingue
O bilinguismo é o uso habitual de duas línguas em uma mesma região ou por uma mesma
pessoa.
Uma sociedade bilingue é aquela que é composta por falantes de diferentes línguas.
X- Níveis de bilinguismo
Quantos níveis de bilinguismo se podem distinguir dois níveis
o bilinguismo individual e bilinguismo social.
Bilinguismo individual, se refere se ao conhecimento e domínio que uma pessoa tem de
duas línguas; ao uso que um indivíduo faz das mesmas; aos factores que intervêm no
processo de aquisição, e às variáveis entre indivíduo, médio e língua.
No bilinguismo social, é necessário fazer uma breve referência a algumas situações
políticas que têm gerado um tratamento e uma consideração específica para as línguas.
XI - Código linguístico
Código linguístico é o conjunto de unidades de sinais de cada idioma que é combinado de acordo
com certas regras e permite a elaboração de mensagens.
Os códigos linguísticos estão relacionados a comunicação, usada pelos indivíduos para transmitir
uma mensagem. isso implica que os códigos linguísticos são baseados em algum idioma.
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XII- Processos políticos linguísticos e da planificação linguística
Política Linguística
Função prática
As que tiveram uma consequência
De passagem a pratica/acção
Função simbólica
Nunca passaram a acção/pratica
Permaneceram como simbolismo
Planificação linguística
A nível da ortografia;
A nível do léxico (introdução de novos vocábulos)
A nível das formas dialectais (se se eliminam ou
subsistem)
Acção sobre as línguas
Na escolha de uma língua nacional;
Organização do plurilinguismo;
Representação funcional;
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Quando se faz repartição racional.
Para controlar o grau de proximidade é necessário focar em uma comunidade menor para
observar as redes sociais pessoais construídas.
Segundo Meyerhoff ( 2006) , redes de baixa densidade tornaram os indivíduos mais abertos a
mudanças , pois os laços que eles terão com outras redes irão contribuir para que utilizem
inovações que adquirirem , de mesmo modo que Milroy (2002) acredita que as redes constituídas
de laos fortes 9 densa e multiplexas) contribuem para que a variedade linguística da comunidade
resista a mudanças linguística . os indivíduos podem participar de grupos diferentes e os lacos
fortes e fracos tendem a conecta- los em graus diferentes , já que os membros de uma rede
podem se conhecer e relacionar a partir de diversos graus de intimidade.
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A política linguística oficial moçambicana reconhece o Português como a única língua oficial,
onde a variedade de Português, que é designada variedade oficial, é a norma do Português
europeu. A norma europeia integra uma arena para discurso prescritivista, onde as ideologias do
purismo são propostas e também contestadas.
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Conclusão
Importa salientar que a língua e a sociedade estão sempre ligadas de um modo inquestionado isto
porque a língua de um povo esta intimamente ligado a historia desse povo para alem disso e
possível observar de onde é um homem apos ele ter falado, isto e, a sua língua o distingue dos
outros falantes. Cada região tem a sua língua e cada comunidade espoe da forma própria essa
língua assim como cada falante tem o seu jeito particular de realizar essa mesma língua.
Sobre o próprio trabalho é visto como ganho significativo na medida em que é possível aplicar o
conhecimento adquirido na prática, atendendo e considerando que o levantamento e a descrição
do próprio conteúdo, como forma de adequar ao objetivo final da formação. A partir deste
trabalho é possível afirmar ainda que, trouxe um ganho muito significativo e que surtira efeito
positivo na carreira profissional, garantindo deste modo que trabalhos de género são bem-vindos.
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Bibliografia
Borregana, António Afonso, Gramática -Língua Portuguesa. 7ªed., Lisboa, Texto Editora, 2000.
Unha, C. & Cintra, L. Breve Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições João Sá
da Costa, 1999.
Eco, Umberto. Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo, Editora Perspectiva S.A., 1999.
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