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SOCIOLINGUÍSTICA: UMA BREVE INTRODUÇÃO

Ana Rita Carvalho de SOUZA1


Danniel da Silva CARVALHO2
Taiane Cristina Prata OLIVEIRA3
Talita Brito de SOUZA4
Rosana Franquetto PITTA5

RESUMO: O presente trabalho visa a apresentar à comunidade acadêmica e interessados, uma


leitura sobre o tema Sociolinguística, a partir de estudos feitos durante o semestre 2019.1, na
disciplina Teorias 1, do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal
da Bahia. A obra norteadora deste estudo é o Manual de Sociolinguística, da professora doutora
Stella Maris Bortoni-Ricardo, lançada em 2014 pela Editora Contexto e, a partir dela, buscaremos
traçar o diálogo com outras obras a fim de proporcionar ao leitor um entendimento inicial sobre o
que é essa ciência linguística, que está preocupada com a língua em seu contexto de uso.
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Palavras-chaves: Sociolinguística. Interfaces. Contexto de uso.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA e bolsista CAPES. E-mail:
anaritacarvalhodesouza@hotmail.com.
2
Doutor em Letras e Linguística pela UFAL. E-mail: dannielcarvalho@ufba.br.
3
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA. E-mail: taianecristinaprata@gmail.com.
4
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA. E-mail: tali_brito@hotmail.com.
5
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da UFBA. E-mail: rosanafpitta@gmail.com.

1
Embora não se possa afirmar de maneira exata quantas línguas são faladas no mundo,
estima-se que existam cerca de seis a sete mil línguas. Segundo Bortoni-Ricardo (2014, p.23), a
dificuldade de se fazer tal afirmação reside no fato de que nem todas as línguas faladas no mundo
são catalogadas, como é o caso de inúmeras línguas faladas na Ásia, África e América do Sul. Outra
questão é que, muitas vezes, é difícil distinguir entre o que são duas línguas distintas e o que são
línguas aparentadas entre si.
Trazendo este fato para o Brasil, também é difícil afirmar com certeza quantas línguas são
faladas ao longo do território brasileiro. Segundo dados de estudos feitos por especialistas estima-se
que, só no que diz respeito a línguas indígenas, existam cerca de 180 línguas. Somando este número
à Língua Portuguesa, às línguas de sinais, línguas crioulas e práticas diferenciadas nos quilombos,
além das cerca de 30 línguas faladas pelas comunidades de imigrantes, temos um total de,
aproximadamente, 200 línguas faladas no país. Isso caracteriza o Brasil como um país multilíngue,
assim como a maioria dos países no mundo, embora essa realidade não seja do conhecimento da
maior parte dos brasileiros.
O multilinguismo se caracteriza como a convivência de duas ou mais línguas no mesmo
território. Crescemos escutando na escola e em outros ambientes que no Brasil se fala Português e
nada é dito a respeito de toda essa riqueza linguística do país. Ao aprendermos a respeito da história
da colonização brasileira, muito pouco (ou nada) é dito a respeito da diversidade de línguas
indígenas que aqui existiam quando os portugueses chegaram e ancoraram em nossas terras.
Segundo Rodrigues (1993, apud CARDOSO; MOTA; MATTOS E SILVA, 2006, p.157), estima-se
que haveria então, no território que hoje é o Brasil, mais de 1.175 línguas. A grande parte delas
morreu junto com seus falantes, vítimas do enorme genocídio que aqui ocorreu durante todo o
período colonial. Além das línguas indígenas, é importante também ressaltar a diversidade de
línguas africanas que aqui chegaram junto com o tráfico de negros escravizados: de acordo com
Bonvini & Petter (1988 apud MATTOS E SILVA, 2000) cerca de 200 a 300 línguas africanas,
provenientes de duas grandes áreas (área oeste-africana e área banto) se juntaram à enorme mistura
de línguas em nosso território.
Toda essa convivência entre línguas num contexto de contato linguístico como é o de uma
colonização com essas características, gera inúmeras especulações a respeito da existência ou não
de pidgins em nosso país.
O termo pidgin diz respeito à uma língua emergencial desenvolvida para propiciar o
contato entre estrangeiros, mais propriamente entre os colonizadores europeus e as

2
populações aborígenes nos territórios por eles colonizados. O pidgin pode ter uma
duração efêmera, seguindo dois ciclos possíveis: desaparecendo ou evoluindo para
uma língua crioula. (BORTONI-RICARDO, 2014, p. 29 e 30)

Um pidgin possui limitações estruturais e léxicas e se diferencia de um crioulo, dentre


outras características, pelo fato de não ser a língua materna do falante: ele é aprendido em situações
emergenciais e, se essa situação se prolongar, ele se torna um crioulo. Há inúmeros crioulos falados
ao redor do mundo: somente no Caribe há mais de 6 milhões de pessoas falando crioulo; os crioulos
de base francesa somam aproximadamente 4,5 milhões de falantes e os de base inglesa 1,5 milhão;
os crioulos de base portuguesa são falados na África, Índia, Sri-Lanka e Ásia. (cf. BORTONI-
RICARDO, 2014, p.30).
No Brasil há uma polêmica muito grande em torno desta temática. Há estudiosos que
afirmam e defendem a hipótese da existência de pidgins no território brasileiro no período colonial,
como é o caso de Lucchesi (2008), e estudiosos que se posicionam contra esta hipótese, como é o
caso de Naro e Scherre (2007) que defendem a ideia de deriva secular. O fato é que as
características em que se deu a colonização brasileira propiciavam a existência desse tipo de código
linguístico, visto que o contato entre diferentes línguas foi extremo e o contexto favorecia o
aparecimento de pidgins.
Além do multilinguismo, outra característica do português do Brasil, assim como de todas
as línguas, é sua heterogeneidade. Toda língua falada é heterogênea, ou seja, está sujeita à variação.
E esta variação, que é uma marca identitária social, étnica e política, pode acontecer nos mais
diversos níveis da língua: fonético-fonológico, semântico-lexical, morfossintático, pragmático, etc.
A variação linguística pode ser ilustrada de diversas formas. Vamos usar como exemplo
aqui a variação que ocorre no português falado no Brasil. No nível fonético-fonológico podemos
citar a variação entre vogais médias pretônicas que é tido como um fator de diferenciação entre os
falantes do Norte e Nordeste, que realizam estas vogais como abertas, como em c[ɔ]ração e
t[ɛ]rreno e os falantes do Sul e Sudeste do Brasil, que realizam estas vogais como fechadas, como
em c[o]ração e t[e]rreno. No nível semântico-lexical podemos citar o exemplo das variantes
existentes para se referir à fruta parecida com a laranja: tangerina, mexerica, bergamota etc. No
nível morfossintático podemos citar as variações na escolha do uso entre tu e você que dividem
espaço ao redor do Brasil.
A variação linguística é nítida e presente em toda língua falada e se constitui como
principal foco de atenção da Sociolinguística, como veremos a seguir.

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1 BREVE HISTÓRICO

A sociolinguística, enquanto disciplina independente, surge em meados do século XX, mais


precisamente na década de 60, como uma ciência da linguística que leva em conta o contexto
sociocultural e a comunidade de fala, ou seja, não dissocia o material da fala do produtor dessa
fala (o falante), pelo contrário, considera relevante examinar as condições em que a fala é
produzida. Por isso, entende-se que ela

é uma das áreas da Linguística que se dedica a estudar a língua em uso no seio das
comunidades de fala, se voltando para um tipo de investigação que correlaciona
aspectos linguísticos e sociais. Esta ciência se faz presente num espaço
interdisciplinar, na fronteira entre língua e sociedade, focalizando essencialmente
nos empregos. (MOLLICA e BRAGA, 2015, p. 9).

Muito antes do advento da sociolinguística, outros pesquisadores já se debruçavam em


estudos que viam a língua com os mesmos olhos que a sócio e entre eles pode-se destacar Meillet
que já afirmava que a linguagem era eminentemente social, Bakhtin que entendia ser a língua um
fenômeno social e os membros do Círculo Linguístico de Praga que trabalhavam na perspectiva de
que a língua era um elemento fundamental de adequação às diversas situações comunicativas.
Percebe-se, então, que a necessidade de se observar a língua em seus diversos modos de uso era
uma preocupação que inquietava a muitos pesquisadores que não compreendiam os estudos sobre a
língua como eles vinham sendo feitos. Dessa forma,

Meillet, contemporâneo de Saussurre, pensava que o século XX veria a elaboração


de um procedimento de explicação histórica fundado sobre o exame da variação
linguística enquanto inserida nas transformações sociais (1921). Mas discípulos de
Saussure, como Martinet (1961), aplicaram-se a rejeitar essa concepção, insistindo
fortemente em que a explicação linguística se limitasse às inter-relações dos fatores
estruturais internos. (CALVET, 2002, p. 31).

Contudo, é preciso ressaltar que a Sociolinguística parte do estruturalismo linguístico que


trata a língua como um fato social, “no sentido de que é um sistema convencional adquirido pelos
indivíduos no convívio social”, afirma Alkmim (2001, p. 23). E a herança que a sociolinguística
herda, diretamente, do estruturalismo linguístico são as premissas que tratam do relativismo cultural

4
e da heterogeneidade linguística como inerente e sistemática, itens que serão melhores comentados
ao longo deste estudo.
Segundo Bortoni-Ricardo (2014) os avanços experimentados pela escola estruturalista foram
tanto teóricos quanto metodológicos, com ênfase no descritivismo. Para ilustrar tais fatos, surge a
postulação do conceito de fonema, distinguindo-se do mero som vocal, como proposto por Jakobson
(1896) e difundido por Boudoin de Courtenay (1929). Mattoso Câmara Jr (1970) concebe o fonema
como um som vocal que tinha relevância linguística em determinada língua, pois distinguia uma
palavra da outra. É importante salientar que em todos os níveis de análises que se voltaram à
descrição linguística ativeram-se ao rigor descritivista, começando pela fonética, seguidas da
morfologia e sintaxe. Del Hymes (1974, p. 79) lança um quadro comparativo confrontando os
modelos estruturalista versus funcionalista:

Quadro 1 - comparação de focos entre a Linguística Estruturalista e Funcionalista

Linguística Estruturalista Linguística Funcionalista

Estrutura da língua (código) como gramática Estrutura da fala (ato) como modos de falar

O uso meramente analisado como código. A A análise do uso tem prioridade sobre a análise
análise do código tem prioridade sobre a análise do código, a organização dos usos desvela
do uso traços adicionais e relações

Ênfase na função referencial Ênfase nas funções estilísticas ou sociais

Elementos e estruturas analisados de forma Elementos e estruturas são etnograficamente


arbitrária, numa dimensão comparativa ou apropriados
universais, na perspectiva teórica

Equivalência funcional das línguas Diferenciação funcional de línguas, variedades


essencialmente iguais e estilos

Código e comunidade homogêneos Comunidade de fala como matriz de repertório


de códigos ou estilos de fala

Conceitos fundamentais tomados como tácitos, Conceitos fundamentais problematizados e


ou postulados arbitrariamente investigados

A corrente estruturalista era confrontada, no entanto, com outra ciência que surgia
paralelamente, a Dialetologia.

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1.1 O SURGIMENTO DA DIALETOLOGIA

A Dialetologia foi iniciada pelo Suíço Julles Gilliéron, o qual se debruçou, inicialmente, à
descrição de dialetos e anos depois fundou o Atlas Linguístico da França, o ALF. Essa nova linha
de investigação solidifica-se como uma nova orientação para o estudo da variação, no caso,
tomando como contexto um espaço geográfico e buscando elucidar a relação entre língua e meio
social. Segundo Cardoso (2002),

a Dialetologia apresenta-se, no curso da história, como uma disciplina que assume


por tarefa identificar, descrever e situar os diferentes usos em que uma língua se
diversifica, conforme a sua distribuição espacial, sociocultural e cronológica. Dois
aspectos fundamentais estão, pois, na sua gênese: o reconhecimento das diferenças
ou das igualdades que a língua reflete e o estabelecimento das relações entre as
diversas manifestações lingüísticas documentadas ou entre elas e a ausência de
dados registrados, circunscritos a espaços e realidades pré-fixados. (CARDOSO,
2002, p.1).

Os estudos de dialetologia da Europa eram voltados, majoritariamente, para o levantamento


de características de comunidades de fala isoladas, e tinham preferência por informantes idosos, não
escolarizados e residentes no local. Em relação à estratificação de informantes, o Atlas Linguístico
dos Estados Unidos e Canadá inovou e passou a entrevistar informantes com três níveis de
escolarização, incluindo, dessa forma, indivíduos de variados estratos sociais. Isto posto, as
pesquisas estruturalistas refletiam a homogeneidade linguística, enquanto as dialetológicas
buscavam a heterogeneidade.
Os pioneiros da Sociolinguística eram linguistas com formação estruturalista, mas também
sofreram influência dos dialetólogos. Um de seus principais expoentes, William Labov, teve como
orientador Uriel Weinreich, de formação dialetológica. Weinreich havia sido discípulo de André
Martinet, importante estruturalista francês. A Sociolinguística Variacionista surge então, com o
objetivo de desvendar os enigmas da mudança linguística e ainda traz a marca dos conflitos
políticos e ideológicos comuns às sociedades. William Labov foi o pioneiro na abordagem de
investigar a relação entre língua e sociedade, pois desenvolveu um instrumental teórico capaz de
desconstruir o mito da pobreza verbal das classes sociais subjugadas (e, no caso específico dos
Estados Unidos, dos negros), estabelecendo a lógica gramatical inegável dos dialetos considerados

6
"não padrão", isto é, das formas de falar das comunidades excluídas do poder e do controle social,
pontua Leite (2017, p. 127).

2 CONCEITOS IMPORTANTES

2.1 O TRATAMENTO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Um dos conceitos bases para a sociolinguística é o de variação, definido como o processo


pelo qual duas formas podem ocorrer no mesmo contexto linguístico com o mesmo valor
referencial, ou com o mesmo valor de verdade, e com o mesmo significado. Dois requisitos devem,
pois, ser cumpridos para que ocorra variação: as formas envolvidas precisam ser intercambiáveis no
mesmo contexto e manter o mesmo significado. Sendo assim, algumas questões podem ser
levantadas quando se pensa no tratamento da variação, isso quer dizer, na variação como objeto de
estudo, propriamente dito: Como a sociolinguística trata efetivamente a variação? Qual o papel do
sociolinguísta no estudo da variação? Quais os fatores que influenciam a escolha das variáveis a
serem estudadas? Ao longo dessa seção, busca-se responder algumas dessas questões, apresentando
exemplos que corroboram com os estudos explicitados.
A abordagem variacionista laboviana, também chamada de sociolinguística quantitativa,
possibilita a sistematização de fenômenos da fala, tanto os fonéticos-fonológicos como os
semântico-lexicais, evidenciando em seus pressupostos a necessidade de estabelecer interrelações
dos aspectos linguísticos com os extralinguísticos (variáveis sexo, faixa etária, escolaridade, entre
outros), tratando quantitativa e qualitativamente os dados estatísticos. Através do tom de voz, da
pronúncia e do uso de determinadas palavras pode-se identificar a idade, o sexo, o grupo social, a
área geográfica de procedência, etc., do falante. Assim,

Cabe à Sociolinguística investigar o grau de estabilidade ou de mutabilidade da


variação, diagnosticar as variáveis que têm efeito positivo ou negativo sobre a
emergência dos usos linguísticos alternativos e prever seu comportamento regular e
sistemático. (MOLLICA, 2018, p.11).

Sendo assim, o sociolinguista analisa a relação existente entre uma determinada forma
utilizada pelo falante para se expressar (uso de palavras, estruturas linguísticas, pronúncia e etc.) e a
interpretação social que uma comunidade faz dessa forma de expressão.

7
Dois conceitos são importantes para a sociolinguística laboviana: variante e variável.
Segundo Tarallo (1986, p. 08) as "variantes linguísticas são diversas maneiras de se dizer a mesma
coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes dá-se o
nome de variável linguística". Isso quer dizer, que variável corresponde a um aspecto ou categoria
da língua que se encontra em variação e as variantes são as formas individuais que “concorrem” em
uma variável.

Exemplo 1:
Você foi ao cinema?
Tu foi ao cinema?6
Exemplo 2:
Nós vamos ao cinema.
A gente vai ao cinema.

No primeiro exemplo, podemos observar a variação entre os pronomes a variação tu e você,


a variável com a qual estamos lidando é a da expressão pronominal da segunda pessoa do singular e
as variantes são os pronomes. Enquanto no segundo exemplo a variável é a expressão pronominal
de primeira pessoa do singular e as variantes são nós e a gente. De forma genérica, o sociolinguista
é aquele que vai analisar o uso da fala em situações cotidianas com o propósito de determinar a
avaliação social e a regularidade que possuem as variantes empregadas pelos falantes.
A sociolinguística quantitativa dispõe de uma metodologia de pesquisa de campo bastante
criteriosa para conduzir os estudos sobre variação e mudança linguística. Um dos primeiros passos é
a seleção do informante, isso quer dizer decidir quais pessoas serão entrevistadas, duas técnicas
poderão ser utilizadas: a amostragem aleatória, onde se acredita que todos os indivíduos de uma
comunidade tem a mesma oportunidade de ser selecionado; e a amostragem intencional, onde o
investigador escolhe um determinado número de indivíduos com determinadas características (nível
de escolaridade, sexo, etc.) com o propósito de garantir que ocorra representatividade da amostra.
Outro passo importante é a escolha da regra para análise, Segundo Bortoni-Ricardo, para essa etapa
o pesquisador deve levar em consideração alguns fatores:

• Frequência da variante na comunidade;

6
Sem concordância verbal. Variedade presente na fala de algumas regiões do Nordeste brasileiro

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• Relevância sociossimbólica: Indicadores de estratificação social ou etnicidade e/ou
marcadores de variação estilística;
• Identificar quando se deu a entrada da variante na comunidade;
• Em que grupo étnico ou social a variante teve início.

Uma outra etapa é a escolha da metodologia da coleta de dados. Segundo Labov, o método
mais apropriado é a observação direta da língua falada usada em situações naturais de interação
social face a face. Dessa maneira entrevista sociolinguística, ou a gravação de entrevistas individuais
é melhor forma de obter bons dados. Existem outros tipos de coletas de dados:

● Entrevistas anônimas e rápidas (por exemplo, O estudo de Labov ‘presença/ausência de r em


posição pós-vocálica na cidade de Nova Iorque’)
● Observações e registros assistemáticos (em trens, ônibus, balcões de lojas, bilheterias, filas
etc.);
● Gravações de programas de TV e rádio;
● Gravações em locais de desastres (situação em que as pessoas se encontram sob impacto
emocional), em discursos públicos;
● Gravações de interações entre pares de informantes;
● Questionários sobre usos linguísticos – de produção e de percepção (BEV - Black English
Vernacular de Labov).

Quanto à codificação e a análise dos dados coletados, Díaz (2014, p.13) sugere que devemos
codificar os dados de acordo com os fatores que poderiam ter um efeito na explicação do fenômeno
analisado. Para essa análise os pesquisadores se utilizam de programas estatísticos,entre eles o
VARBRUL ou GoldVarb que permite observar de que maneira os fatores externos ou internos se
relacionam com a variável dependente. Os procedimentos metodológicos, citados anteriormente,
são utilizados para a constituição de amostras (ou corpora) especificamente de fala. No Brasil
vários projetos utilizam-se da metodologia da sociolinguística quantitativa para criação de seus
corpora. O quadro abaixo (adaptado e ampliado de GONÇALVES, 2009) ilustra os estudos
brasileiros na área.

Projeto Procedência Tamanho da amostra Variáveis sociais


controladas
(nº de informantes)

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Norma Linguística Cinco capitais 394 Sexo, faixa etária
Urbana Culta (NURC) brasileiras – Porto
Alegre, São Paulo, Rio
de Janeiro, Salvador e
Recife

Programa de Estudos Cidade do Rio de 64 Sexo, faixa etária e


sobre Usos da Língua Janeiro escolaridade
(PEUL)

Variação linguística Região Sul 288 (24 por área) Sexo, faixa etária e
no Rio Grande do Sul (12 áreas urbanas) escolaridade

Variação Linguística Estado da Paraíba 60 Sexo, faixa etária e


na Paraíba (VALPB) escolaridade

Dialetos Sociais Fortaleza 23 Sexo, faixa etária,


Cearenses bairro e classe social

Língua Usada em Maceió 32 Sexo, faixa etária e


Alagoas (LUAL) escolaridade

Discurso & Gramática Cidade do Rio de 220 Sexo, faixa etária e


(D&G) Janeiro, Natal (RN), escolaridade
Juiz de Fora (MG) e
Rio Grande (RS)

Amostra Linguística Região Noroeste do 152 Sexo, faixa etária,


do Interior Paulista estado de SP (7 áreas escolaridade e renda
(ALIP) urbanas) familiar

Banco de Dados 21 municípios da 600 Sexo, faixa etária e


Sociolinguísticos da faixa de fronteira escolaridade
Fronteira e da (Brasil, Uruguai,
Campanha Sul-rio- Argentina) e
grandense (BDS campanha gaúcha
Pampa)

Banco de Dados Pelotas (RS) 90 Sexo/gênero, faixa


Sociolinguísticos etária e classe social
Variáveis por Classe
Social (VarX)
Estudos brasileiros na área. Ampliado de: Gonçalves (2009)

As variantes mais produtivas nos estudos do português brasileiro são na fonética, as vogais
médias em posição pretônicas. As vogais médias pretônicas estão entre as variáveis mais
importantes utilizadas para a delimitação das áreas linguísticas brasileiras, sendo objeto de estudo

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de inúmeros pesquisadores entre os quais podemos citar Mota (1979), Bisol (1981), Callou e Leite
(1986), Cardoso (1986), Silva (1989), Bortoni(1992) e Battisti (1993), entre outros. E na sintaxe, a
ocorrência de pronome cópia ou anáfora pronominal, em orações relativas, como em “O vizinho,
que ele mudou faz pouco tempo pra cá, é médico pediatra”.

2.2 A MICRO E A MACROSSOCIOLINGUÍSTICA

Nesta seção abordaremos os conceitos de micro e macrossociolinguística, pois esse


entendimento se faz necessário para a compreensão das relações que existem entre língua e
sociedade. Resumidamente, as microanálises linguísticas estão diretamente ligadas à
sociolinguística da linguagem, ou seja, analisa os efeitos dos fatores sociais sobre as estruturas
linguísticas, utilizando-se para tanto, de testes estatísticos, enquanto que as macroanálises
linguísticas estão diretamente ligadas à sociologia da linguagem e tratam das relações entre a
sociedade e as línguas como um todo.
Calvet (2002, p. 123) afirma que o incessante vaivém entre duas posições simétricas,
(estudar a sociedade através da língua ou estudar a língua através da sociedade) sempre existiu e
que hoje, já é possível perceber a distinção entre os dois tipos de abordagem, porém ele destaca que
essa distinção não é imediatamente visível e que, mesmo sendo opositivas, eles acabam por se
complementar. Para Bortoni-Ricardo (2014, p. 39), os estudos voltados para a organização da
conversa, que monitoram a percepção dos falantes e as atitudes perante determinados contextos
sociais são evidentemente caracterizados como estudos de microssociolinguística e podem ser
melhor observados na obra de Erving Goffman, ou ainda em trabalhos na área da Sociolinguística
Interacional. Isso acontece, porque alguns fatos observados na língua, durante a interação, podem
ser determinadores de contextos sociais específicos, como veremos no exemplo adiante.
Selecionamos o exemplo do estudo feito por Gumperz (1982, p. 30), de uma de suas
observações de realizações interacionais na Universidade de Berkeley, para explanar como são
feitas as microanálises linguísticas. De acordo com o autor, “The following example will serve as
the basis for an initial discussion of what such a theory might account for and what it suggests in
the way of new perspectives on verbal signs and their relation to interpretive processes7”.

7
O exemplo a seguir servirá de base para uma discussão inicial sobre o que tal teoria pode explicar e o que sugere no
caminho de novas perspectivas sobre os signos verbais e sua relação com os processos interpretativos. (Tradução nossa)

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Exemplo 1:

Após um seminário informal de graduação em uma grande universidade, um estudante


negro se aproximou do professor, que estava prestes a sair da sala acompanhado por vários
outros alunos negros e brancos, e disse:

a. Eu poderia falar com você por um minuto? Eu vou solicitar uma bolsa de estudos e eu
queria saber se se você pode me fazer uma carta de recomendação?

O professor respondeu:

b. Está bem. Venha até a minha sala e me diga o que você quer fazer.

Quando o professor e o resto do grupo saíram da sala, o aluno negro diz, voltando-se
ligeiramente para os outros alunos brancos e negros:

c. Vou descolar um trampo! (Em outras palavras: Vou conseguir um apoio!)

Depois, Gumperz solicita que outros alunos escutem a essa gravação e ele obtém a seguintes
respostas:

● Estudantes de pouco contato com negros declararam não reconhecer as falas ditas em
Black English (Ahma git me a gig = vou descolar um trampo);
● Alguns estudantes viram na passagem ao Black English uma rejeição por parte do
professor e da academia como um todo;
● Outros estudantes viram na fala em Black English um direcionamento do estudante
negro a somente os outros estudantes negros do grupo;
● Um grupo de estudantes negros e um estudante branco que tem contato com pessoas
negras entendeu, com a passagem, que o estudante negro quis se justificar com seus
pares além de acrescentarem que essas formas de Black English geralmente não são
utilizadas por negros formados, que eles geralmente utilizam o que chamaram de meio
termo entre o Inglês Padrão e o Black English.

Com o exemplo dado, percebemos que

sobre tão curta interação, vemos brotar todo um pano de fundo constituído ao
mesmo tempo pelas diferenças lingüísticas entre brancos e negros, pelo jogo a
partir dessas diferenças, pelo modo com que os negros percebem pares seus que

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tentam obter favores dos brancos, isto é, de modo mais geral, pela situação social
dos Estados Unidos. (CALVET, 2002, p. 127).

Para exemplificar a macrossociolinguística apresentamos um estudo feito por Bortoni-


Ricardo em 1977 e publicado em 2008 que investigou a reação de estudantes universitários e
semialfabetizados diante de enunciados com concordância verbal não padrão como em: (i) eles
veio; (ii) elas quer; (iii) eles vai e (iv) os políticos faz. Os resultados encontrados por ela foram que
os testes de atitudes mostraram que os universitários reagiram negativamente à concordância verbal
não padrão, enquanto que os semialfabetizados não demonstraram qualquer reação negativa em
relação à regra, deixando claro aqui, que a escolha de um fator social, no caso a escolaridade, serviu
para exemplificar como os falantes se comportam diante de fatos linguístico comumente
encontrados nos usos da língua e que dependendo do contexto comunicativo eles serão prestigiados
ou estigmatizados. Dessa forma, temos que

essa relação complexa e inerente entre língua, sociedade e identidade provoca nos
falantes posicionamentos frente à língua ou à variedade linguística e,
consequentemente, aos usuários destas. Desse modo, os indivíduos desencadeiam
atitudes movidas pelas crenças linguísticas impregnadas, ao longo do tempo pela
sociedade, na língua e nos dialetos, manifestando, assim, atitudes de rejeição ou de
aceitação, de preconceito ou prestígio, de correção ou de erro, dentre outras.
(SILVA E AGUILERA, 2014, p. 705).

Sendo assim, concluímos que as abordagens micro e macrossociolinguísticas apresentadas


demonstram que somos confrontados com uma série de redes de comunicação e de interferências
entre estas redes. Elas são opositivas ao conceito que distingue as micro a as macroanálises da
língua e evidenciam que na realidade elas são complementares, como foi mencionado no início
desta seção.

3 O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLINGUÍSTICA

A Sociolinguística começa a se desenvolver a partir de meados do século XX, com o


objetivo de estudar a variação e mudança da língua no contexto social da comunidade de fala.
Comunidade de fala é definida como um grupo de pessoas que compactuam de um conjunto de
normas dentro de uma comunidade. Para melhor analisar a relação entre o falante e a sociedade
surge a Sociolinguística, ciência que se encarrega de investigar aspectos relacionados com a língua
em seu contexto social. A sociolinguística desponta a partir de um seminário que tinha o objetivo de

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promover os estudos históricos, visto que prevaleciam àquela época as pesquisas estruturais. E, a
partir da década de 60, começam a ganhar vulto os estudos da mudança linguística enquanto esta
acontece, por meio da observação do uso da língua. A Ciência da Variação analisa, portanto, o uso
da fala em situações cotidianas por parte dos membros de uma comunidade de fala.
O ponto fundamental na abordagem proposta por Labov é a presença do componente social
na análise linguística, ocupando-se da relação entre língua e sociedade e do estudo da evolução da
linguagem dentro do contexto social da comunidade de fala. Na abordagem Laboviana as línguas
são sistemas heterogêneos, no entanto, a variação pode ser sistematizada, mas não se trata de um
caos linguístico, uma evidência clara de que a heterogeneidade é organizada ou sistematizada é o
fato de os indivíduos de uma comunidade se entenderem, se comunicarem enquanto a mudança
acontece.
Antes de conhecermos os estudos de Labov, faz-se necessário entender alguns conceitos da
Sociolinguística, como: i) variável Sociolinguística, uma variável pode ser dependente ou
independente. A variável dependente é condicionada, recebe influências das variáveis dependentes,
que podem ser linguísticas (ex: sílaba tônica, contexto fonológico anterior ou posterior, entre
outros) ou extralinguísticas (sexo, idade, escolaridade, profissão, entre outros), ii) Variante é a
seleção feita pelo informante quando escolhe entre duas formas ou mais para se dizer a mesma
coisa.
A partir daqui, discutiremos dois trabalhos pioneiros de William Labov, em Martha’s
Vineyard e Nova Iorque. O primeiro estudo, realizado na ilha de Martha’s Vineyard, tinha como
objetivo pesquisar a centralização dos ditongos focalizando a forma como o processo social da ilha
como um todo se refletia na atitude dos membros da comunidade em relação ao fenômeno
linguístico variável. Essa análise revelou que os habitantes da ilha que eram favoráveis a transição
para o turismo abandonavam mais o velho hábito linguístico da centralização, enquanto os que se
opunham à invasão dos veranistas conservavam mais a marca dialetal identitária da comunidade.
No segundo estudo, na cidade de Nova Iorque, Labov atestou a correlação do uso de
variáveis às categorias sociais primárias, como classe econômica, sexo, idade, etc. Esse estudo
determinou que a variação linguística estava diretamente associada à alternância de estilo. O autor
destaca que antes dos anos 60, os estudos linguísticos não levavam em conta o contexto social em
que o falante estava inserido. Essa visão de língua como entidade abstrata deixou de fora o contexto
temporal e social do indivíduo. É importante salientar que os estudos Sociolinguísticos se
estenderam a outros espaços geográficos, como por exemplo, na Espanha. Antes dos estudos

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Sociolinguísticos, já existiam a Dialetologia e Lexicografia. Como anteriormente citado, a
dialetologia se encarrega do estudo das variedades e das diferenças linguísticas que podem ser
identificadas entre diferentes espaços geográficos onde se fala a mesma língua, ao passo que a
lexicografia se encarrega do estudo do vocabulário e elaboração de dicionários.
O estudo realizado por Labov em Nova Iorque tinha como objetivo obter a pronúncia da
palavra fourth floor. O pesquisador questionava a diferentes vendedores em que piso se
encontravam os sapatos das mulheres. Esta pergunta inicial era complementada com outra a fim de
obter uma resposta mais enfática. Desse modo, o uso da entrevista nesses moldes o permitiu coletar
dados suficientes para observar padrões sociolinguísticos segundo o sexo e a idade dos
entrevistados.
Nos estudos Sociolinguísticos têm-se aplicado como recurso para coletar dados uma técnica
na qual se produz uma conversa acerca de aspectos relacionados a vida do entrevistado, em
diferentes etapas da sua vida. Esses temas pessoais tendem a obter dados da fala espontânea uma
vez que com a presença de um gravador, os falantes tendem a se monitorar. Essa dificuldade foi
denominada por Labov de paradoxo do observador. Há formas de amenizar o efeito da presença do
pesquisador e de seus gravadores. Uma delas é abordar temas que despertam emoção, pois, quando
emocionados, os falantes não costumam prestar atenção à fala. Durante a entrevista também há a
inclusão da leitura de um texto e uma lista de palavras com o objetivo de observar a fala em
diversos estilos. A leitura do texto e da lista de palavras aproxima-se de um estilo mais formal,
enquanto o relato pessoal tende a ser um estilo mais informal.
Sendo assim, com a pesquisa realizada em lojas de Nova Iorque, pôde-se observar que
grupos socioeconômicos mais altos, tendem a manter o /r/ final, dessa forma, esse fato
sociolinguístico é, claramente, um marcador de grupo social. Em um sentido mais amplo, a
Sociolinguística ou Teoria da Variação pode considerar diversos aspectos da linguagem na
sociedade como parte de seus interesses, assuntos como atitudes linguísticas, planejamento
linguístico entre outros temas relacionado a aspectos sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Neste trabalho, foram explicitadas as particularidades da sociolinguística variacionista que
surge no campo dos estudos linguísticos num contexto em que urgia as pesquisas estruturalistas. O
grande postulado da Sociolinguística parte da consideração de que somos seres sociais e
plurilíngues, ou seja, o meio social em que o falante está inserido refletirá diretamente nas escolas
linguísticas destes.
Alguns conceitos importantes foram abordados, tais como multilinguismo, comunidade de
fala, variação linguística e variante, aspectos indispensáveis para o entendimento dos estudos
sociolinguísticos. Também foi apresentado um resumo dos principais estudos de Labov,
considerado o pai da Sociolinguística Variacionista, como o seu estudo na ilha de Martha’s
Vineyard e seu estudo nas lojas de departamento em Nova Iorque.
A Sociolinguística, com surgimento na década de 1960, como um ramo da Linguística com
foco nos aspectos sociais, parte do fato que toda língua é heterogênea, ou seja, está sujeita à
variação e de que a língua precisa ser estudada em situações reais de uso, levando em conta fatores
como idade, escolaridade, classe social etc. Diversos estudos têm sido desenvolvidos desde então,
nos diversos ramos da Sociolinguística: Sociolinguística interacional, Sociolinguística educacional e
Sociolinguística Variacionista.
Esperamos que este breve resumo da história do surgimento da Sociolinguística e de suas
principais características possa ser útil como instrumento de estudo para estudantes do curso de
Graduação e Pós Graduação na área de Língua/Linguística que desejam conhecer um pouco mais
deste ramo da Linguística tão importante e que valoriza o uso real da língua pelos seus falantes.

REFERÊNCIAS

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