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PAULO SÉRGIO RODRIGUES

OS DESAFIOS DA ESCOLA PERANTE O ÊXODO RURAL

Linha de pesquisa: A formação de


professores de ciências

Vinculação com ODS da ONU: Este


projeto se alinha principalmente com o
objetivo de desenvolvimento sustentável 4
- educação de qualidade, ao abordar os
desafios educacionais em áreas rurais
afetadas pelo êxodo.

Campo Grande – MS
2023
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RESUMO

Este pré-projeto examina os desafios enfrentados pelas escolas em áreas rurais


diante do crescente êxodo rural. Investigando como essa migração afeta a qualidade
da educação, o projeto busca entender as necessidades específicas de alunos e
educadores nessas comunidades. Utilizando metodologias qualitativas, como
entrevistas e análises de políticas educacionais, o estudo visa propor soluções
práticas para melhorar a educação rural. Este trabalho é crucial para garantir a
igualdade no acesso à educação de qualidade, conforme estipulado pelo ODS 4 da
ONU, e para mitigar os impactos negativos do êxodo rural nas comunidades afetadas.

Palavras-chave: Êxodo Rural. Educação de Qualidade. Desafios Educacionais


Rurais. ODS 4. Políticas Educacionais. Desenvolvimento Sustentável. Metodologia
Qualitativa.

1. TEMA

O êxodo rural, fenômeno marcante na história brasileira, apresenta desafios


significativos para as escolas localizadas em regiões afetadas por esse movimento
migratório. Nesse contexto, a presente pesquisa visa explorar e compreender como
as instituições educacionais lidam com os impactos do êxodo rural, considerando
aspectos socioeconômicos, culturais e educacionais.
O trabalho de Odimar João Peripolli fornece insights valiosos sobre a dinâmica
do êxodo rural e suas implicações para as comunidades. Peripolli destaca a
necessidade de uma abordagem holística que vá além das questões meramente
econômicas, considerando também os aspectos sociais e educacionais envolvidos
nesse processo.
Paulo Freire, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à
pedagogia, oferece uma perspectiva crítica sobre o papel da escola na sociedade.
Sua obra enfatiza a importância de uma educação libertadora que esteja atenta às
realidades locais, como as transformações decorrentes do êxodo rural.
Ricardo Abramovay, por meio de suas análises sobre desenvolvimento
sustentável, traz reflexões pertinentes para entender como as escolas podem se
adaptar às mudanças no contexto rural. Suas ideias contribuem para a construção de
propostas educacionais alinhadas com as demandas dessas comunidades.
A obra de Gilberto Luiz Alves oferece uma visão crítica sobre as políticas
públicas relacionadas à educação rural. Suas análises são fundamentais para
compreender como as decisões governamentais impactam as escolas frente ao êxodo
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rural.
Ovil Bueno Fernandes, por meio de sua expertise em educação e ruralidades,
enriquece a discussão sobre os desafios educacionais diante do êxodo rural. Suas
contribuições ajudam a identificar práticas pedagógicas eficazes e a desenvolver
estratégias para fortalecer o papel das escolas nessas áreas.
Roseli Salete Caldart, Silvana Maria Gritti e Célia Regina Vendramini, com seus
estudos sobre educação do campo, trazem uma perspectiva específica sobre as
necessidades e potencialidades das escolas localizadas em regiões rurais. Suas
pesquisas oferecem subsídios para pensar em práticas educacionais
contextualizadas e inclusivas.
Dessa forma, a abordagem desses renomados autores proporciona uma base
teórica consistente para a compreensão dos desafios enfrentados pelas escolas
diante do êxodo rural. As diferentes visões e enfoques apresentados por esses
estudiosos contribuem para uma análise abrangente e aprofundada desse fenômeno,
permitindo a proposição de soluções e estratégias eficazes para aprimorar o papel da
escola nesse contexto desafiador.
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2. INTRODUÇÃO

As diversas discussões sobre a Educação do Campo, assim como as ações de


resistência à exploração e às grandes concentrações fundiárias, bem como as lutas
pelo trabalho, conquista da terra e condições dignas de sobrevivência, não são
exclusivas do século XXI. Essas questões permearam o Brasil ao longo do século XX,
articuladas a vários debates.
Bezerra Neto (2003) argumenta que a problemática da Educação do Campo no
Brasil e suas implicações na prática escolar, nas relações com os movimentos sociais
e no desenvolvimento econômico e social das comunidades intensificaram-se com os
Movimentos Sociais, incluindo o MST, que defendiam um novo paradigma social com
a reforma agrária e a educação como elemento para reduzir a exploração do trabalho
e fixar o homem no campo. O autor destaca a lacuna na historiografia da educação
brasileira em compreender o que foi proposto pelos Ruralistas na metade do século
XX em contraposição aos Movimentos.
Assim, a história da Educação do Campo no Brasil pode ser compreendida por
pelo menos duas perspectivas: a dos Ruralistas e a dos Movimentos Sociais. A
Educação do Campo serviria aos interesses da produção, enquanto os Movimentos
buscavam o reconhecimento e valorização do trabalhador rural. A análise histórica
busca caracterizar a Educação do Campo ao longo do século XX em sua relação com
o Êxodo Rural e o processo de modernização do campo no contexto do capitalismo.
Bezerra Neto (2003) destaca que, em meados do século XX, as propostas para
a educação no meio rural, como o "ruralismo pedagógico" de Sud Menucci, Carneiro
Leão e Alberto Torres, buscavam fixar o trabalhador no campo. Essa proposta
apresentava um cunho capitalista e nacionalista. O cenário brasileiro da educação
nesse período foi influenciado pelas condições políticas e econômicas do país,
marcadas pela crise cíclica do capitalismo na década de 1930.
A concepção dualista da educação, com ensino propedêutico para os ricos e
pouco para os pobres, foi predominante até a revolução de 1930. Com Gustavo
Capanema, a "missão pedagógica" buscou disseminar a cultura local e pensar em um
ensino diferenciado para a Educação no meio rural. A ridicularização do homem do
campo intensificou o êxodo rural, atraindo população para as cidades.
Em 1948, foi implementada a extensão rural no Brasil, contribuindo para a
formação de professores rurais. A primeira fase, denominada "humanismo
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assistencialista," durou até a década de 1960. A segunda fase, de "difusionismo


produtivista," entre 1960 e 1980, buscou inserir o homem do campo na dinâmica do
mercado, promovendo mudanças na forma de pensar dessas pessoas.
Ao longo das diferentes fases da Educação do Campo, desde o ruralismo
pedagógico até o período de modernização, observa-se uma evolução na concepção
da escola e suas finalidades. Inicialmente, a escola era percebida como um meio para
manter o homem no campo, sendo posteriormente transformada em difusora de
conhecimentos e técnicas produtivas. Apple (1979) destaca que o conhecimento
introduzido nas escolas é cuidadosamente selecionado e organizado, refletindo
princípios e valores específicos que emanam de determinadas visões de normalidade
e desvio.
No contexto da história da educação brasileira, Bezerra Neto (2003) destaca a
definição de conteúdo padrão para as escolas, ressaltando as preocupações com a
precariedade das instalações, a falta de material didático e a formação dos
professores no meio rural. Apesar das promessas de melhorias, as escolas rurais
historicamente não ofereciam condições mínimas para o estudo, incentivando a busca
por escolas consideradas "melhores" nos centros urbanos.
A era Vargas marcou a instalação de um Estado centralizador e empreendedor,
promovendo a integração nacional e a modernização. Bezerra Neto (2003) destaca a
emergência da ideologia da "fixação" do homem no campo nesse contexto. No
entanto, a contradição ideológica se manifestou na formação dos professores, com a
ausência de escolas normais rurais e a criação de cursos de ruralismo anexos às
escolas normais existentes.
A destinação de processos educativos para promover o desenvolvimento
econômico, associado à modernização da agricultura, evidencia a intenção de manter
os sujeitos no meio rural. No entanto, as políticas educacionais retratavam uma
dualidade do sistema educacional, reproduzindo a força de trabalho para o processo
produtivo e consolidando uma sociedade de classes (Freitag, 1980).
A Educação Rural no século XX, com sua ênfase técnica, intensificou-se nas
décadas de 1960 e 1970, buscando atender às demandas do meio rural. A
implementação do modelo Escola-Fazenda no ensino técnico agropecuário, com
currículos tecnicistas, refletiu o contexto de industrialização em curso (Brasil, 2007).
Esse enfoque técnico contribuiu para a produção de alimentos, mas também
impulsionou a migração para as áreas urbanas devido à diminuição da oferta de
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trabalho no campo.
O processo de modernização agrícola, aliado à educação no meio rural,
resultou em um aumento significativo do êxodo rural no Brasil entre 1960 e 1980.
Tonete (2008) destaca a influência dos movimentos pendulares nesse processo,
impactando a cultura, economia e sociedade como um todo. A contradição inerente
ao capitalismo é evidente, pois, ao mesmo tempo em que se espera que a educação
prepare o sujeito do campo para o trabalho, a modernização agrícola diminui as
oportunidades no meio rural, incentivando a migração para as cidades.
Na década de 60, a educação rural tornou-se uma estratégia para conter o fluxo
migratório do campo para a cidade, sendo adotada pelo Estado como medida de
contenção. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 refletiu essa
abordagem, estabelecendo que os poderes públicos deveriam instituir escolas na
zona rural capazes de favorecer a adaptação do homem ao meio e estimular vocações
profissionais (Brasil, 2007).
A elite brasileira reconheceu a educação como uma ferramenta estratégica
para modernizar a agricultura e conter o fluxo migratório, conforme Cavalcante (2009).
No entanto, as intervenções socioeducacionais buscavam moldar um perfil de
estudante "possível" no meio rural, instruindo-o com características específicas para
permanecer e produzir no campo. Bareiro (2007) destaca que, na década de 1970, as
propostas curriculares visavam adaptar o sistema de trabalho dos agricultores
familiares aos grandes latifundiários, enfatizando a produção em larga escala.
Os agricultores, devido à ausência de uma política agrícola que valorizasse
seus produtos e à falta de condições para lidar com as novas tecnologias e
maquinários na agricultura e pecuária, eram compelidos a abandonar o campo,
contribuindo para o crescimento das periferias urbanas (Bareiro, 2007, p. 21).
Analisando os dados apresentados, observa-se uma redução no êxodo rural e
um aumento da população no campo, mesmo diante da escassez de empregos
agrícolas. No entanto, o movimento populacional persiste, com uma menor
intensidade. Esses indivíduos passam a se engajar em atividades não agrícolas,
evidenciando uma mudança no cenário rural. Neste contexto, é relevante destacar a
postura dos representantes dos grupos populacionais do campo em relação aos
processos educativos que moldam a Educação do Campo (Bareiro, 2007, p. 21).
Cavalcanti (2009) ressalta que, na metade do século XX, surgiram movimentos
de educação popular como resposta à política educacional vigente. A educação
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popular buscava transformar pela educação e repensar a escola para os


trabalhadores, abrangendo crianças, jovens e adultos tanto em ambientes rurais
quanto urbanos. Entre as décadas de 1950 e 1960, o meio rural começou a mostrar
sua influência na sociedade brasileira, especialmente por meio de práticas
pedagógicas inovadoras que trouxeram um novo referencial para a história da
educação no meio rural (Cavalcanti, 2009, p. 4).
Apesar dos esforços, apenas na década de 1990 a Educação do Campo
ganhou mais força com a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) em colaboração com a Organização das Nações Unidas, a Universidade de
Brasília e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. Essas entidades
pressionaram o Estado para priorizar a Educação do Campo (Cavalcanti, 2009).
Simultaneamente, destaca-se a intensificação das lutas camponesas,
especialmente em relação à reforma agrária, o que sempre foi uma constante na
história do Brasil. As iniciativas governamentais, no entanto, não resultaram na
consolidação do processo de democratização da terra. Esse aspecto é fundamental
para compreender o contexto histórico da Educação do Campo, pois desde a década
de 1930, havia uma concepção de educação técnica voltada para a produção no
campo. Diversos movimentos sociais lutam pela posse e uso da terra, com o MST
representando um exemplo significativo. As batalhas pela reforma agrária e as
experiências vividas nas escolas de acampamentos e assentamentos do MST
desempenham um papel crucial na luta por uma educação voltada para o campo. A
segunda metade do século XX, e especialmente as décadas finais, testemunharam
uma atenção crescente à Educação do Campo como meio de emancipação humana
e representação dos interesses dos grupos sociais e dos habitantes do campo,
contando com o apoio de universidades, movimentos sociais rurais e o Estado.
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3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DA PESQUISA

Investigar e compreender os desafios enfrentados pelas escolas diante do


êxodo rural no contexto brasileiro, buscando analisar as implicações desse fenômeno
na qualidade da educação oferecida e no papel desempenhado pelas instituições
escolares.
Objetivos Específicos:
1. Analisar o Impacto do Êxodo Rural na Demanda Escolar:
• Investigar como o êxodo rural influencia a demanda por serviços
educacionais.
• Avaliar o impacto nas estruturas educacionais locais em termos de
capacidade e recursos.
2. Identificar os Desafios Pedagógicos Associados ao Êxodo Rural:
• Analisar como a mudança no perfil dos estudantes afeta as práticas
pedagógicas.
• Identificar desafios específicos enfrentados pelos educadores na
adaptação ao novo contexto.
3. Avaliar as Políticas Educacionais Relacionadas ao Êxodo Rural:
• Examinar as políticas públicas voltadas para regiões afetadas pelo
êxodo rural.
• Avaliar a eficácia das medidas adotadas para enfrentar desafios
educacionais específicos nessas áreas.
4. Investigar o Impacto Socioeconômico do Êxodo Rural na Comunidade Escolar:
• Avaliar as repercussões socioeconômicas da migração rural-urbana nos
estudantes, professores e na comunidade local.
• Identificar possíveis mudanças nas dinâmicas comunitárias devido ao
êxodo rural.
5. Propor Diretrizes para Políticas e Práticas Educacionais Sustentáveis:
• Desenvolver recomendações e diretrizes para a formulação de políticas
educacionais mais eficazes em áreas afetadas pelo êxodo rural.
• Propor estratégias pedagógicas que promovam a adaptação e
resiliência das escolas diante desse fenômeno.
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4. JUSTIFICATIVA

O presente estudo visa analisar os complexos desafios enfrentados pelas


escolas diante do fenômeno do êxodo rural, buscando compreender as implicações
educacionais, sociais e econômicas desse movimento migratório. A justificativa para
a realização desta pesquisa encontra respaldo em diversos aspectos que convergem
para a necessidade de uma abordagem aprofundada e contextualizada.
1. Relevância da Educação no Contexto do Êxodo Rural: A migração em
massa do campo para a cidade altera significativamente o panorama
educacional, exigindo uma adaptação eficaz das instituições de ensino. A
relevância dessa adaptação reside na capacidade de proporcionar uma
educação de qualidade em ambientes diversificados.
2. Perspectiva Freireana de Educação Libertadora: O referencial teórico de
Paulo Freire contribui para a análise das práticas pedagógicas e a
compreensão da educação como instrumento de emancipação. Suas ideias
são fundamentais para abordar como as escolas podem promover uma
educação que dialogue com a realidade dos migrantes, promovendo sua
participação ativa no processo educacional.
3. Desafios Socioeconômicos e Culturais: Autores como Odimar João Peripolli
e Gilberto Luiz Alves oferecem insights sobre os desafios socioeconômicos e
culturais enfrentados pelos migrantes e, por conseguinte, pelas escolas. Essa
perspectiva enriquece a análise dos impactos do êxodo rural nas comunidades
escolares.
4. Sustentabilidade e Desenvolvimento Local: A contribuição de Ricardo
Abramovay proporciona uma compreensão mais ampla, considerando
aspectos de sustentabilidade e desenvolvimento local. Como as escolas
podem desempenhar um papel ativo na construção de comunidades
sustentáveis em face do êxodo rural é uma questão relevante.
5. Organização e Participação Comunitária: Autores como Roseli Salete
Caldart e Célia Regina Vendramini oferecem abordagens sobre a importância
da organização e participação comunitária na gestão escolar. Esse enfoque é
vital para entender como as escolas podem envolver ativamente a comunidade
na busca por soluções que atendam às suas necessidades específicas.
6. Impacto nas Políticas Públicas e Estratégias Inovadoras: O aporte de Ovil
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Bueno Fernandes e Silvana Maria Gritti direciona a análise para o papel das
políticas públicas e a necessidade de estratégias inovadoras. Como as políticas
educacionais podem ser formuladas e implementadas de maneira a enfrentar
os desafios do êxodo rural é uma questão crítica a ser explorada.
Em suma, a justificativa para esta pesquisa fundamenta-se na necessidade de
compreender as complexidades enfrentadas pelas escolas diante do êxodo rural,
considerando as perspectivas teóricas e práticas oferecidas pelos renomados autores
mencionados. A articulação dessas contribuições permitirá uma análise abrangente e
embasada, contribuindo para a produção de conhecimento e subsidiando a
formulação de práticas educacionais mais eficazes e inclusivas.
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5. PROPOSIÇÃO METODOLÓGICA

A pesquisa sobre os desafios enfrentados pelas escolas diante do fenômeno


do êxodo rural será conduzida por meio de uma metodologia integrada que combina
abordagens qualitativas e quantitativas. Inicialmente, será realizada uma revisão
sistemática da literatura, explorando as contribuições de autores relevantes, como
Odimar João Peripolli, Paulo Freire, Ricardo Abramovay, Gilberto Luiz Alves, Ovil
Bueno Fernandes, Roseli Salete Caldart, Silvana Maria Gritti e Célia Regina
Vendramini. Essa revisão fornecerá uma base teórica sólida para a pesquisa.
A etapa seguinte envolverá estudos de caso em escolas localizadas em áreas
afetadas pelo êxodo rural. Essa abordagem permitirá uma análise aprofundada das
práticas educacionais, desafios específicos enfrentados pelas comunidades escolares
e possíveis estratégias de enfrentamento. Paralelamente, serão conduzidas
entrevistas semiestruturadas com gestores escolares, professores, pais de alunos e
membros da comunidade, proporcionando uma compreensão holística das dinâmicas
escolares e das percepções sobre as necessidades educacionais.
A coleta de dados também incluirá a aplicação de questionários para alunos,
visando captar suas experiências, desafios enfrentados e expectativas em relação à
escola. Além disso, será realizada uma análise documental, examinando documentos
oficiais, planos educacionais, relatórios escolares e políticas públicas voltadas para
áreas afetadas pelo êxodo rural.
A metodologia propõe a realização de workshops participativos envolvendo
membros da comunidade, professores e gestores escolares, buscando identificar
soluções colaborativas para os desafios identificados e promovendo o engajamento
da comunidade na busca por alternativas. Os dados obtidos serão analisados por
meio de técnicas de análise de conteúdo e análise estatística, permitindo a
identificação de tendências e padrões.
A triangulação de dados será implementada, comparando e contrastando
informações obtidas por diferentes métodos para fortalecer a validade e a
confiabilidade dos resultados. Ao final do processo, será elaborado um relatório que
integra os achados da pesquisa, destacando os desafios identificados, boas práticas
observadas e recomendações para políticas educacionais e práticas escolares. Todas
as etapas seguirão rigorosamente as normas da ABNT para citações e referências.
.
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6. RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados esperados desta pesquisa abrangente sobre os desafios


enfrentados pelas escolas diante do êxodo rural visam fornecer uma contribuição
significativa para a compreensão e enfrentamento dessa problemática. Entre os
resultados esperados, destacam-se:
1. Mapeamento e Compreensão dos Desafios Educacionais: Espera-se
identificar e mapear os principais desafios enfrentados pelas escolas
localizadas em regiões afetadas pelo êxodo rural. Isso incluirá a compreensão
das questões estruturais, socioeconômicas e culturais que impactam o
ambiente educacional nessas áreas.
2. Análise das Práticas Educacionais: Os resultados visam oferecer uma
análise aprofundada das práticas educacionais adotadas por essas escolas,
considerando a eficácia e a relevância dessas práticas para o contexto do
êxodo rural. Isso pode incluir o exame das abordagens pedagógicas,
programas educacionais e estratégias de envolvimento da comunidade.
3. Percepções dos Envolvidos: A pesquisa visa captar as percepções de
diferentes atores envolvidos no processo educacional, como gestores
escolares, professores, alunos, pais e membros da comunidade. Isso
proporcionará uma compreensão abrangente das necessidades, expectativas
e desafios percebidos por cada grupo.
4. Impacto nas Comunidades: Pretende-se avaliar o impacto do êxodo rural nas
comunidades locais e, por sua vez, como esse fenômeno influencia o
funcionamento das escolas. Isso pode incluir aspectos socioeconômicos,
demográficos e culturais.
5. Propostas de Soluções e Estratégias: Os resultados esperados incluem a
identificação de boas práticas e a proposição de soluções e estratégias para
lidar com os desafios identificados. A pesquisa buscará fornecer
recomendações concretas para políticas públicas, práticas escolares e ações
comunitárias.
6. Contribuição para a Literatura Acadêmica: A pesquisa visa contribuir para a
literatura acadêmica sobre educação, êxodo rural e desafios enfrentados pelas
escolas. Os resultados serão disseminados por meio de publicações
acadêmicas, conferências e outros meios pertinentes.
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Ao atingir esses resultados, espera-se que a pesquisa forneça insights valiosos


para informar práticas educacionais mais eficazes, promovendo a equidade
educacional e incentivando a permanência e o engajamento dos alunos nas escolas
afetadas pelo êxodo rural.
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7. CRONOGRAMA

Atividade/Mês 1-3 4-6 7-9 10-12 13-15 16-18 19-21 22-24


Revisão
X X
Bibliográfica
Definição
X X X
Metodológica
Coleta de
X X X
Dados
Análise de
X X X
Dados
Escrita da
X X X X X
Dissertação
Revisão e
X X X X X
Ajustes
Preparação
X X X
para Defesa
Defesa da
X
Dissertação
Artigos
X X
Científicos
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAREIRO, Edson.Políticas educacionais e escolas rurais no Paraná –1930 -


2005.Maringá: UEM, 2007.
BEZERRA NETO, Luiz. Avanços e retrocessos na educação rural no Brasil.Campinas.
2003. Tese –UNICAMP.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização
e Diversidade. Educação do Campo: diferenças mudando paradigmas. Brasília:
Secad/MEC, 2007. Cadernos Secad. V. 2.
CAVALCANTE, Ludmila Oliveira Holanda.Das políticas ao cotidiano:entraves e
possibilidades para a Educação do Campo alcançar as escolas no rural. UEFS. 2009.
In: <http://www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/trabalhos/GT03-5106--Res.pdf>.
Acesso em: 14 de dezembro de 2023.
FREITAG, Barbara.Escola, estado e sociedade. São Paulo: Moraes, 1980.
TONETE, Maria de Lourdes Bassi Alves; LIMA. Maria das Graças. A Influência
dosMovimentos Populacionais na Formação Econômica e Social do Município de
Peabiru.2008. (Desenvolvimento de material didáticoou instrucional -artigo).
Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/272-
4.pdf>. Acesso em: 14 de dezembro de 2023.

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