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Tema:

1.Estado Medieval;

2.Estado Moderno.

Nas aulas anteriores estudámos os tipos históricos relativos aos Estados Oriental, Grego e
Romano, sendo de salientar a sua organização política e administrativa. Do mesmo modo, vamos
hoje estudar o Estado medieval, bem como o inicio da análise do Estado Moderno.

1.Estado Medieval

O Estado Medieval constitui a estrutura típica do Estado durante a Idade Média (IM). Em termos
de projecção política - social, a IM identificou-se com o Cristianismo, tendo também recebido as
ideias de tradições dos povos bárbaros que tinham invadido a Europa e destruído o Império
Romano do Ocidente em 476 d.C.

Além disso, o Estado Medieval, também se caracterizou pela revolução agrária e actividade
comercial, na sequência do nascimento das universidades.

Formas políticas do Governo

Verificou-se uma acentuada simplificação dos mecanismos governativos: a forma política do


governo era monárquica, em que o rei era escolhido com base numa sucessão hereditária, “
optando os Estados pela lei sálica - somente a escolha de varões - ou pela liberdade nessa
indicação e sem tal restrição

sexual” (Gouveia, 2016: 203).

A grande extensão territorial do Estado Medieval deu espaço a lugares de carácter aristocrático
que auxiliavam o rei na sua governação, mas sem nenhuma relevância para as assembleias
populares. Este Estado assistiu a perda de parcelas fundamentais do poder político em favor de
estruturas interestaduais, abaixo do Estado. Alguns autores indicam que, neste contexto, nasceu o
governo local criado na base de relações de amizade e de vizinhança, a margem do Governo
central, assumindo a responsabilidade relativa a feiras e mercados e a gestão de estradas, entre
outras actividades públicas.

Por conseguinte, nasceram os domínios ou senhores feudais, porções de território integrados no


Estado, mas com um poder político amplo do ponto de vista político, militar, judicial e fiscal, o
que transparecia estar-se mediante Estados dentro do próprio Estado.

Em termos político-sociais, o surgimento e a expansão do Cristianismo, o Novo Testamento


relativo a Jesus Cristo, tinha como um dos princípios fundamentais a separação entre o Estado e
o poder espiritual tornando-os distintos. Aliás, Cristo respondendo à uma pergunta de um fariseu
sobre o pagamento de impostos, afirmou:” dar a César o que é de César e Deus o que é de Deus”.

Assim, introduziu-se uma diferença na relação entre o Estuado e o poder religioso, contrastando
com a experiência que tinha sido estabelecida anteriormente.

2. Estado Moderno

Segundo Gouveia (2016) o período da Idade Moderna verificou-se entre o Renascimento e as


revoluções liberais dos finais do século XVIII, implicando profundas alterações da estrutura do
Estado, por consequência, contrapondo-se à IM. A concepção do poder político no Estado
Moderno concentrou-se na instituição estadual. Porém, a instalação do novo tipo histórico do
Estado não se operou de modo linear ou mesmo célere. Ele instalou-se progressivamente
contando com o pensamento de alguns filósofos e pensadores políticos dessa época, dos quais se
destacam: Nicolau Maquiavel, Jean Bodin e Thomas Hobbes.

Nicolau Maquiavel (1469-1527) defendia a necessidade do fortalecimento do Estado. O seu


pensamento tinha em vista alcançar os interesses estaduais independentemente de razões de
natureza ética ou religiosa. A sua perspectiva era basicamente político - militar:”… em que o
poder devia ser exercido por uma só pessoa, em regime monárquico devidamente apoiado por
um braço militar” (Gouveia, 2016:208).

Jean Bodin (1530-1596) tinha a ideia de recuperar o conceito de poder de um Estado livre do
feudalismo no plano interno e internacional, o que resultaria na existência de uma soberania
estadual. Esta permitiria ao Estado a faculdade de legislar sobre os administrados ou súbditos,
sem o seu consentimento.

De notar que este tipo ideal de Estado não se confunde com os Estados democráticos em que a
legislação, por exemplo, parlamentar ou entre nós proveniente da Assembleia da República, tem
o consentimento dos administrados, que o fazem através dos seus representantes: para
compreender este exemplo, o estudante deve consultar a Constituição da República de
Moçambique, artigos 167 e 168.

Contudo, o Estado concebido por Jean Bodin seria limitado por alguns preceitos, como os
mandamentos divinos, as leis naturais e os princípios do Direito.

Thomas Hobbe (1588-1679) de acordo com este pensador, os cidadãos sem uma orientação
estadual estariam em guerra uns contra os outros, pelo que para evitar isso cederiam a condução
do Estado ao poder político visando o engrandecimento do poder do Rei.

Por conseguinte, o Estado Moderno constituiu-se sobre a desintegração do Estado Medieval


alternando-o
na ordem interna e na ordem internacional, protegendo-se o nascimento do Direito Internacional
Público, ou seja, aquele que trata das relações jurídicas entre Estados. Por exemplo entre
Moçambique e Tanzania.

Relação entre o Estado Moderno e a religião

A actividade religiosa era submetida à uma relação jurídico-política, sendo o novo Estado
construído com base numa identidade histórico-cultural. Neste sentido, o Estado Moderno nasce
baseado na racionalidade e na concepção do poder político oposto ao teocentrismo e ao
naturalismo medievais, tendo os seguintes subtipos:

1. Estado Estamental;
2. Estado absoluto;
3. Estado Liberal;

4.Estado Socialista,
5. Estado Fascista; e

6. Estado Social; e
7. Estado Pós Social.

Na próxima aula vamos dar continuidade ao Estado Moderno.

TPC

Este TPC destina-se a ser resolvido pelo estudante na compreensão da matéria. A resposta não
precisa de ser enviada à docente:
1. Distinga a organização política do Estado Romano da do Estado Medieval.

2. Qual foi o legado do Estado Romano à Administração Pública e no Funcionalismo Público?

3.Fale dos pensadores destacáveis do Estado Moderno.

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