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INTRODUÇÃO

Este é um trabalho elaborado no contexto da Disciplina de Direito


Administrativo, cujo tema é A Administração Pública no Estado Oriental, explicamos o
que é a Administração Pública e suas principais funções, mas essencialmente o objetivo
é referencia-lo no Estado Oriental.

A Administração pública é um conceito da área do direito que descreve o


conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a
gestão de certas áreas de uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, etc.
Administração pública também representa o conjunto de ações que compõem a função
administrativa.

A abordagem histórica da Administração Pública parte da Antiguidade, quando


se edificaram as bases para a sua actuação. Extrai-se da doutrina que Administração
Pública não significa Poder Executivo, ou seja, não é só o governo a que se denomina
de máquina administrativa complexa, mas também a actividade desenvolvida por esse
indispensável aparelhamento, que possibilita ao Estado o preenchimento de seus fins.

Administração Pública é, em si, a actividade que o Estado desenvolve por meio


de actos concretos e executórios, para a consecução directa, ininterrupta, e imediata do
interesse público (Cretella Júnior, 2003, p. 13).

Os Estados mais antigos que a história relata foram os grandes impérios que se
formaram no Oriente desde 3.000 anos antes da era cristã. Os maiores e mais antigos
foram os que se formaram na Baixa Mesopotâmia, banhada pelas águas do Tigre e
Eufrates, e no Egipto, banhado pelo Nilo.

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FUNDAMENTALIZAÇÃO TEÓRICA

A Administração Pública é o conjunto de órgãos e gestores do Estado


responsáveis pela implementação das políticas governamentais de garantia do bem-
>governo. A Administração Pública rege-se por uma estrutura burocrática , ou seja, com
uma divisão de tarefas que são exercidas sob as ordens de um controle hierárquico que é
amparado por um sistema de leis e regulamentos . O alcance de suas ações afeta a esfera
pública e privada de um país.

A administração pública no Estado oriental

Sob esta denominação, costuma-se englobar o Estado incipiente que apenas


começou a definir-se entre as mais antigas civilizações, tanto as do Oriente,
propriamente dito, como as primeiras do mediterrâneo: chineses, induspersas, assírios,
hebreus, egípcios, etc. As informações disponíveis sobre a organização no seio dessas
civilizações, geralmente são incompletas.

De formação artificial, pelas armas de um conquistador que anexava territórios e


escravizava populações vencidas, o chamado Oriental ainda é um embrião como tal, mal
delineado em sua fisionomia política, em que prevalece absoluta diferenciação de
costas, da qual emerge, pelo predomínio da classe sacerdotal, uma verdadeira teocracia,
que se traduz com a presença da autoridade divina no governo dos homens.

O Estado oriental é o tipo histórico de Estado característico das civilizações


mediterrânicas e do Médio Oriente na Antiguidade oriental do terceiro ao primeiro
milénio A. C.

Delimitado para fins didácticos entre, aproximadamente, 3000 a.C. e o século V


d.C.. Os estados presentes na região da Mesopotâmia possuíam alguns traços em
comum: eram ambos estados teocráticos e politeístas, divididas em classes e castas bem
definidas e viviam em constante conflito, visto que não havia unidade étnica nesses
impérios. Frequentemente povos distintos eram conquistados e viam-se vivendo em
outra organização cultural e política.
O maior monumento jurídico legado à humanidade nessa região foi o Código de
Hamurabi, compêndio de leis sistematizadas pelo povo Amorita na Babilónia,
aproximadamente no ano de 2200 a.C..

Teocrático

Teocracia  (do grego Teo: Deus + cracia: poder)

O sistema de governo em que as acções políticas, jurídicas e policiais são submetidas às


normas de algumas religiões.

Era exercido directamente pelos clérigos cristãos: os governantes, juízes e demais


autoridades eram os próprios líderes religiosos (tal como foi Justiniano I) e eram
também cidadãos laicos submetidos ao controle dos clérigos (como ocorre actualmente
no Irã, onde os chefes de governo, estado e poder judiciário estão submetidos
ao aiatolá e ao conselho dos clérigos). Sua forma corrupta é também
denominada clerocracia.

A forma de Estado teocrático contém princípios bastante diversos dos que norteiam os
estados laicos. Na geopolítica contemporânea, a democracia é peculiar ao Ocidente, as
teocracias são actualmente típicas do mundo islâmico - ou muçulmano. Como o próprio
nome indica, teo refere-se ao que provém ou está relacionado a Deus - aqui é preciso
cuidado para que não se confunda a teocracia com a variante absolutista do Estado
monárquico. Nas monarquias ocidentais, o poder real continha uma natureza divina. No
entanto, por mais próximos que estivessem o Estado e a Igreja, ambos constituíam
esferas separadas: a monarquia detinha o poder político, enquanto a Igreja, os poderes
espiritual e moral.

Já nas teocracias tal distinção está ausente. Os poderes políticos e religioso andam lado
a lado. Portanto, quem detêm o controlo do Estado regula também os preceitos morais,
espirituais, educacionais e culturais. Nada é feito de forma autónoma. Toda e qualquer
atitude tomada pelo Estado ou pela sociedade está vinculada a uma única lógica
religiosa, que serve como fundamento universal.

1.1. Principais aspectos políticos


Os principais aspectos políticos do estado oriental são a seguir mencionados:

1. Larga expressão territonal;


2. Estado unitário; monarquia teocrática;
3. Regime autoritário ou totalitário;
4. Nulas garantias do indivíduo face ao Poder.

O Estado Antigo  (oriental ou teocrático) São os grandes impérios da antiguidade


(Egipto, Pérsia, Assíria, Babilónia etc.).

4.4. Principais características do estado antigo (Oriental)

1. Natureza unitária: (família, religião, Estado, economia englobados num todo, sem
consideração do indivíduo);

2. Religiosidade (teocracia: o poder deriva da divindade, sendo o governante


considerado um deus ou representante deste);

3. Despotismo (poder exercido de forma autoritária, quase sem limites). 

Significa que inexiste divisão interior do Estado, nem das funções do governo nem do
território, ou seja, o Estado Antigo apresenta-se como uma unidade territorial, política,
jurídica e administrativa.

É com este tipo de Estado que verdadeiramente nascem as primeiras administrações


públicas dignas desse nome. Sabe-se como as civilizações da Mesopotâmia e do Egipto
surgiram em torno dos rios e do aproveitamento das suas águas pelas populações. Os
detentores do poder político compreenderam bem a necessidade vital das obras
hidráulicas.

É comprovado que houve anteriormente outras civilizações. A ciência do Estado,


porém, estudando a evolução do poder político com base em elementos históricos,
embora deficientes, tem como Idade Antiga o período que vem desde 3.000 a.C. até o
século V da era cristã, quando o império romano desmoronou ante a invasão dos
bárbaros, época em que tem início a Idade Média.

Em geral, nas antigas civilizações orientais não existiam doutrinas políticas, mas, sim,
uma única forma de governo, que era a monarquia absoluta, exercida em nome dos
deuses tutelares dos povos.

Os impérios orientais apresentavam cada um suas características formais, seus traços


peculiares; porém, tinham muito de comum nas suas linhas gerais. Não comporta o
nosso programa um estudo particular de cada império.

O primeiro traço que devemos colocar em relevo é o que se refere à estrutura


hetero6enia daqueles Estados: eram formados e mantidos pela força das armas.

Os povos viviam constantemente em guerra. O imperador que triunfasse em maior


número de batalhas anexava os territórios conquistados e escravizava as populações
vencidas, formando um grande império com plena hegemonia sobre vastas e
determinadas regiões.

Em decorrência dessa origem pelo triunfo das armas, os impérios não tinham uma base
física definida. Seus territórios ora diminuíam em consequência de derrotas militares,
ora aumentavam em decorrência de novas conquistas.

Eram, portanto, instáveis, sujeitos às modificações que resultavam tanto de dissensões


internas com de agressões externas.

Pelas mesmas razões, os impérios antigos não eram estados nacionais: reuniram povos
de diferentes raças, conquistadores e escravizados. Eram, em regras, agrupamentos
humanos heterogéneos.

A diferenciação de classes e castas era outro traço comum. Os nobres, os chefes


militares e os sacerdotes do culto nacional gozavam de largas regalia, enquanto os
párias e os escravos viviam há margens das leis. A diferenciação de castas, Aliás,
persiste ainda actualmente na Índia, embora com menor intensidade. Outro de seus
caracteres gerais era a concentração de poderes numa mesma pessoa, que acumulava as
funções militar, judicial, sacerdotal e de colectas de impostos.
Essa acumulação de funções, principalmente nas províncias longínquas, tornava o chefe
local praticamente independente do poder central, a tal ponto que o emprego se
transmitia hereditariamente. As monarquias orientais eram todas de feitio teocrático: O
monarca era representante das divindades, descendente dos deuses.

O poder do monarca era absoluto, e, sendo equivalente ao poder divino, não encontrava
possibilidade de limitação na ordem temporal. No Egipto, por exemplo, o faraó era a
encarnação do próprio Deus ou descendentes direito das divindades que reinavam no
vale do Nilo.

Os povos eram politeístas, e, por isso, o poder real só encontrava uma limitação de fato
imposta pelo privilégio de outras divindades, sempre defendidas por poderosos colégios
sacerdotais.

Politicamente, os antigos impérios orientais, fundado no poder das armas e no regime de


escravidão, não possuindo um conceito de liberdade como tiveram os gregos e os
romanos, nada legaram ao estado moderno.

No entanto, no que tange ao progresso cultural, não se deve perder de vista que no
Egipto e na mesopotâmia nasceram a matemática e a astronomia. A contribuição dos
antigos impérios orientais ao progresso moral da humanidade é também digna de nota:
no antigo Código Hamurabi, que vigorou na babilónia por volta de 2.200 A.C.,
encontram-se os princípios basilares da ordem social e que foram as fontes luminosas da
legislação moderna.

O mesmo se pode dizer do livro dos mortos dos antigos egípcios. Alem disso, foi no
oriente que formaram as grandes religiões educadoras dos povos, como o budismo e o
islamismo, estas duas últimas ramos do vigoroso tronco judaico.

4.5. Como se manifesta a característica da religiosidade no Estado Antigo

No Estado Antigo, a vida social e política era completamente dominada pela religião.
Assim, o poder dos governantes era outorgado por uma ou mais divindades, razão pela
qual o Estado antigo é denominado, também de Estado Teocrático (do grego theos =
deus + kratia = domínio, poder).
4.6. Como se diferencia o pensamento político do pensamento religioso, no
Estado Antigo

Essa diferenciação não é possível. No Estado Antigo, confundiam-se não apenas o


pensamento político e o religioso, mas também a moral, a filosofia e o Direito, pois
provinham da mesma fonte (o poder do rei e dos sacerdotes).

4.7. Que espécies de formas de governo existiam no Estado Antigo

Embora o pensamento político e o religioso se confundissem, o governo era exercido de


duas formas: a) sem limitações à vontade do governante, que é o representante directo
da divindade; e b) com limitações à vontade do governante, impostas pela classe dos
sacerdotes. Neste último caso, havia uma separação de poderes, que conviviam lado a
lado, um humano e outro divino.

5. CONCLUSÃO

Após esta caminhada pelo tempo, percebe-se que a estrutura da Administração Pública é
complexa, permanecendo o espírito das conquistas históricas. No Estado Antigo
prevaleceu a defesa das castas, poder sacerdotal e, especialmente, a invocação da
legitimidade do poder através da avocação da autoridade divina pelos governantes. Em
suma: fez-se presente o mando directo, o domínio social irrestrito de uma classe social
específica - como os Patrícios em Roma - sobre as demais classes (tomando novamente
o exemplo de Roma, teremos duas classes inferiores: Escravos e plebeus).

São fundamentais alguns princípios consolidados, como a soberania nacional, a divisão


de Poderes, os direitos invioláveis dos cidadãos e a legalidade. Com a posterior
formação do Estado Social, havendo uma postura estatal mais intervencionista, a
Administração Pública passou a ser a grande protagonista, consolidando sua posição
como o principal centro organizativo do poder civil dentro do Estado.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) Cretella Júnior, José. Curso de Direito Administrativo, ed. revista e actualizada, Rio
de Janeiro, Forense, 2003.

b) Lobo, Eulalia Maria Lahmeyer. Processo Administrativo Ibero-Americano, Rio de


Janeiro, Biblioteca do Exército Editora, 1962.

c) Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 27. ed., São Paulo,
Malheiros Editores, 2002.

d) Pastor, Juan Alfonso Santamaría. Princípios de Derecho Administrativo, v. I, tercera


edición, Madrid, Editorial Centro de Estúdios Ramón Areces, S.A, 2001.

e) DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do Estado. 19 ed. São


Paulo: Saraiva, 1995.

f) GILISSEN, John. Introdução Histórica ao Direito. 2 ed. São Paulo: Montscheid,


1996.

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