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1˚ Ano
Trabalho de individual
Tema:
Discentes: Docente:
Lênio Streck e José Luis Bolzan de Morais denominam o Estado Antigo (Oriental ou
Teocrático), o Estado Grego, o Estado Romano e o Estado Medieval de formas estatais pré-
modernas, em que não havia clara distinção entre as relações privadas e as públicas, ou seja, a
dicotomia entre Estado e sociedade civil, tampouco as características fundamentais do Estado
Moderno: território e povo (elementos materiais) e governo, poder autoridade e soberania
(elementos formais). Da mesma forma, o tipo de dominação diferencia-se entre ambos tipos
estatais, sendo que na moderna passa a ser legal-racional, ao passo que na anterior era
baseada no carisma do soberano (STRECK; MORAIS, 2004, p. 26).
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2. A Administração Pública no Estado Medieval
Durante o decurso da Idade Média, período que decorreu, sensivelmente, entre o século V
d.C. e o século XV e apesar da implementação do regime feudal – mais concretamente na
Península Ibérica o designado regime senhorial – constata-se uma forte descentralização do
poder do Estado em prol do ius dominium, (poder local) designadamente, nas várias
instituições religiosas, com predominância para a Igreja Católica, em virtude da forte
dispersão de povoamento que originou uma necessidade premente de auto-organização das
populações locais.
Na Idade Média o rei era o centro do poder. O poder efectivo era exercido pelos diversos
funcionários que substituíam o rei, nomeadamente, no comando militar, na administração
civil do reino e na promulgação das leis.
Com efeito, por essa altura, o Estado não se ocupava das funções educativas, culturais,
sociais, nem tão pouco de tarefas sociais. Tais funções cabiam, essencialmente, à Igreja
Católica e às demais instituições, tais como, as Misericórdias. Contudo, é no decurso da Idade
Média que se dá início ao surgimento de alguns órgãos centrais, tais como, a Cúria Régia que
no seu seio integrava religiosos, homens ricos e membros da família real.
Este grupo tinha a sua sede na corte e fazia parte do conselho do rei possuindo iniciativa
legislativa e capacidade de decisão, a figura dos Alferes - Mor, bem como dos funcionários
régios que tinham como função proceder à cobrança de impostos para o erário público surge
nesta altura. Com o crescimento do poder real nos séculos XIII e XIV constata-se a
necessidade da criação de novos empregos na vertente da manutenção da ordem pública e da
administração da justiça.
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passando o Rei a ser o supremo legislador e supremo juiz culminando na máxima “The King
can do no wrong”. A concentração dos poderes administrativo, político e judicial na pessoa
do rei aumenta no período da expansão colonial. Com efeito, introduzem-se alterações no
sistema administrativo, em especial na Administração Central, com a criação de um gabinete
composto por ministros ou secretários que tinha por objectivo a justiça (fiscalização e
administração da justiça) nas terras senhoriais.
Os seus principais traços políticos são: território de grande extensão, Estado unitário, regime
autoritário ou totalitário, inexistência de garantias do indivíduo face ao poder.
É com este tipo de Estado que nascem as primeiras Administrações Públicas, na verdadeira
acepção da palavra. As civilizações da Mesopotâmia e do Egipto deslocaram-se para junto
dos rios, fazendo a população o aproveitamento das suas águas. Em consequência disso, os
titulares do poder político realizaram várias obras públicas, nomeadamente técnicas de
irrigação, diques, cais e drenagem.
A par dos fenómenos supra mencionados, houve a criação de órgãos e serviços a nível central
junto do imperador, a divisão do território em áreas onde se encontram os delegados locais do
poder central, o exercício de fiscalização às actividades desenvolvidas pelos particulares e a
intervenção do poder público no sector económico, social e cultural.
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4. A Administração Pública no Estado Grego
Os seus principais traços políticos são, a saber: reduzida expressão territorial, o povo aparece
no centro da vida política, surge pela primeira vez na história o conceito e a prática de
democracia, nasce o Direito Constitucional, os cidadãos passam a gozar de direitos de
participação política, as garantias dos indivíduos face ao Estado são reduzidas.
O Estado Grego é composto por uma assembleia política, da qual dependem directamente as
magistraturas, com poderes administrativos e judiciais. Essas magistraturas são
especializadas por áreas, nomeadamente os arcontes que presidem à organização dos
Tribunais e ao culto dos deuses; os estrategas são os chefes militares e negoceiam os tratados;
os exegetas interpretam o Direito Religioso; outros têm por incumbência arrecadar os
impostos e administrar o tesouro público. Como o tempo era de guerras frequentes, os
estrategas tornaram-se os mais importantes chefes políticos de Atenas.
Os enthynoi são o órgão a quem os cidadãos têm o direito de formular queixas que poderão
seguir para tribunal. Encontra-se, assim, assegurado o princípio do controlo administrativo e
judicial dos órgãos superiores da Administração.
As funções dos magistrados têm apenas a duração de um ano, para evitar abusos de poder, e
são assegurados por assessores, os paredras, que podem substituir legalmente os magistrados
no exercício das suas funções, por funcionários auxiliares, escribas e secretários.
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decadência da cidade-Estado e da civilização grega a essa incapacidade de construir e de
fazer funcionar um sistema administrativo eficiente.
Embora alguma doutrina, Max Weber, por exemplo, não descortine um Estado na Idade
Média, não é esse o entendimento da maioria, e vamos atender ao fio condutor de Jellinek: é
o Estado típico da Idade Média, do século V a XV DC. Assiste-se a deslocalização política,
do imperium ao dominium, influência do Príncipe, sucessão nas funções públicas,
corporativismo nos ofícios, com um predomínio evidente da forma de governo monárquico;
assiste-se no entanto, e no caso português, a órgãos centrais de referência, como a Cúria
(Régia), o Chanceler e o Alferes-Mor, com delegação régia, com expressão territorial, os
corregedores e os juízes de fora, por oposição aos juízes locais, os alcaides, e os tenentes,
bem como outros funcionários do rei, sendo este último, o decisor primeiro; não existe
separação de poderes, com direitos simultâneos de julgar e de administrar. O monarca nunca
se engana e não é susceptível de responsabilidade pelos actos praticados.
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figurino da maioria dos países europeus de então: centralização do poder político e
administrativo, com delegação de poderes em funcionários e organização em grandes áreas
públicas, do exército, às grandes obras nacionais. Se em França impera o favor no
recrutamento, na Prússia, com Frederico (O Grande) o mérito para aceder a funções públicas,
é essencial.
7. Evolução Francesa
A Revolução Francesa foi um processo revolucionário que ocorreu entre 1789 e 1799 na
França. Alguns autores indicam que foi a burguesia quem a liderou e, por isso, ela é uma
das Revoluções Burguesas. Mas isso é controverso, uma vez que parte da nobreza, como o
duque de Orleans, apoiou as modificações que ela trouxe.
Esse lema está presente até os dias de hoje, e inspirou acontecimentos marcantes da
história da humanidade durante a Idade Moderna.
Mas isto é um grande paradoxo, pois os revolucionários não aplicam esses três valores
àqueles que discordam de seus métodos. Foram aproximadamente 18.000 assassinatos em 10
anos.
Grande parte das mortes aconteceram na segunda das três fases da revolução, mas a forte
oposição aos que discordam sempre foi uma marca desse movimento.
Do Estado absoluto ao liberal a ruptura não foi total, por baixo dos princípios ideológicos e
estruturais definidores do Estado constitucional existem linhas de continuidade, através do
qual sobrevivem conteúdos do antigo regime, por isso, não deve-se pensar na administração
como um processo de ruptura e destruição da administração absolutista, sem construir outra
para o seu lugar.
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Existe continuidade entre a velha instituição do antigo regime absolutista e as novas
instituições liberais, a revolução Francesa veio introduzir alterações no domínio
administrativo. A administração pública no Estado liberal surge assim com a mescla das
velhas instituições, com os novos princípios, assim como com o surgimento de novas
instituições.
O Estado Liberal vai procurar, através do seu modelo de justiça delegada, conciliar os
interesses da administração com a protecção dos particulares, a ideia de controlo da
administração por uma entidade independente, mas com poderes limitados, correspondia ao
ambiente de direito do Estado liberal. Por um lado assegurava-se a primazia da
administração, através da sua fiscalização por um órgão que apesar de se reconhecer que
exercia uma função jurisdicional, se integrava no poder administrativo e cujos poderes de
fiscalização se limitavam a anulação dos actos administrativos, por outro lado, garantia.se a
protecção dos direitos individuais, a qual era realizada sobretudo através da lei e não de
meios jurisdicionais.
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Para os liberais a administração devia submeter-se ao princípio da legalidade, entendendo-se
que a melhor defesa dos direitos dos cidadãos era a que provinha da lei, enquanto
manifestação da vontade geral.
9. Conclusão
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10. Bibliografia
Cfr. Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, Vol. II, Livraria Almedina,
Coimbra, 1986.
Cfr. Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, Vol. I, Livraria Almedina,
Coimbra, 1992, p. 53.
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