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a) No texto de Frederico Lustosa da Costa, “Brasil: 200 anos de Estado: 2000 anos de

administração pública; 200 anos de reforma” temos uma abordagem histórica e política
do Estado.

A constituição do Estado nacional e a consequente formação da Administração pública


no Brasil.

O autor tem como fundamental ano de 1808, reflita sobre a emergência da


administração pública no Brasil e suas mudanças e reformulações que percorrem o
texto.

É importante estabelecer as diversas formas de Estado presente na História política


brasileira.

Foi no período colonial que se deu início ao processo de formação e


desenvolvimento do Estado brasileiro, com suas raízes no período colonial. Tal
processo foi fortemente influenciado pelas condições históricas da colonização
do Brasil pelos portugueses. Até o ano de 1808 existia no Brasil, uma
administração colonial, mas, a formação do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves e sua sede instalada na antiga colônia tornaram irreversível a
constituição de um novo Estado Nacional. Todo um aparato burocrático,
transplantado de Lisboa ou formado aqui, em paralelo à antiga administração
metropolitana, teve que ser montado para que a soberania se afirmasse, o
Estado se constituísse e se projetasse sobre o território, e o governo pudesse
tomar decisões, ditar políticas e agir.

A administração colonial portuguesa estava organizada em quatro níveis –


as instituições metropolitanas, a administração central, a administração
regional e a administração local – no topo da pirâmide estrutural se encontrava
o Conselho Ultramarino, subordinado ao secretário de Estado dos Negócios da
Marinha e Territórios Ultramarinos que se ocupava de todos os aspectos da
vida das colônias, exceto os assuntos eclesiásticos, a cargo da Mesa de
Consciência e Ordens. Já a organização territorial, o Brasil estava dividido em
capitanias, as maiores unidades administrativas da colônia e estas subdivididas
em comarcas, compostas por termos sediados nas cidades ou vilas.

Com o fracasso da administração privada da maioria das capitanias


hereditárias, a Coroa portuguesa assumiu diretamente o seu controle e instituiu
uma administração central. E assim se constituiu o governo geral, em 1549 na
Bahia, o vice-rei tinha maior proeminência sobre os demais governadores,
porém seu poder era limitado, o chefe supremo da capitania era o governador,
o governador do Rio de Janeiro também era chamado de vice-rei. Enfim, a
administração geral contemplava tanto a esfera propriamente administrativa
quanto a judiciária, com sua complexa distribuição de encargos, sujeita a
superposições e conflitos de competência. Os juízes tinham funções judiciais e
administrativas, julgando e executando ao mesmo tempo. A administração
geral às vezes se confundia com a administração local. As câmaras exerciam
funções legislativas, executivas e judiciárias. Seu senado era presidido por um
juiz letrado ou juiz-de-fora, ou por um juiz leio, o juiz ordinário, por três
vereadores e um procurador, todos sem remuneração. A administração
fazendária sob a direção de uma Junta da Fazenda era presidida pelo
governador.

Na realidade, as principais características da administração colonial era


a centralização, havia vários cargos com a mesma função, a formalidade e a
morosidade, constituindo um organismo autoritário, complexo, frágil, ineficiente
e ineficaz e paternalista que, ao longo de três séculos a administração do
absolutismo tradicional foi substituído pelo racionalismo típico do despotismo
esclarecido, dando lugar à emergência de uma burocracia.

A construção do Estado Nacional se deu com a transferência da corte e a


elevação do Brasil a parte integrando do Reino Unido de Portugal que
constituíram as bases do Estado nacional, com todo o aparato necessário à
afirmação da soberania e ao funcionamento do autogoverno. A elevação à
condição de corte de um império transcontinental fez da nova administração
brasileira, devidamente aparelhada a expressão do poder de um Estado
nacional que jamais poderia voltar a constituir-se em mera subsidiária de uma
metrópole de além-mar. Em 1821, d. João VI teve que retornar a Portugal e
reassumir o controle político da metrópole, deixando no Brasil o príncipe
herdeiro, na condição de regente dessa parte do Reino, e todo o aparato
administrativo instalado pelo rei. D. Pedro I nomeou seu ministério, porém ele é
que exercia a maior autoridade do Brasil, porém, com vigor e impetuosidade,
as vezes contrapondo aos interesses da metrópole.

Em 1822, d. Pedro I declarou a independência e instituiu o governo do


Brasil, onde em 1824 outorga a Constituição, onde mantinha a monarquia, a
dinastia da Casa de Orléans e Bragança e d. Pedro I como imperador e
defensor perpétuo do Brasil. Onde foi constituído um Estado unitário e
centralizador, os poderes políticos eram quatro – Legislativo, Moderador,
Executivo e Judicial.

Em 1832 foi feita uma reforma constitucional, que instituiu a Regência


Uma, aboliu o Conselho de Estado e criou as assembleias legislativas
provinciais, em substituição aos conselhos gerais, passos tomados no sentido
da descentralização, instituindo o Poder Legislativo provincial e a divisão de
rendas entre governo central e os governos provinciais. Outra mudança
constitucional importante foi em 1847, onde foi criado o cargo de presidente do
conselho de ministros, o que significou a instituição do regime de gabinete,
conferindo maior estabilidade ao governo imperador.

Nos últimos 10 anos do Império, houve muitos conflitos, exercendo forte


pressão sobre o governo e neste ambiente político germinava um incipiente
movimento republicano, apoiado num vago programa de reformas que tentava
conciliar interesses opostos de monarquistas liberais e de escravocratas
descontentes com a política abolicionista do Império. O movimento republicano
se dividia em dois polos- o federalismo e o liberalismo. E foi em 15 de
novembro de 1889 que foi proclamada a república.

A República Velha que já se tornou um regime obsoleto, desde a


proclamação da República, a principal mudança no Poder Executivo foi a
criação dos ministérios da Instrução Pública, de brevíssima existência; da
Viação e Obras Públicas; e da Agricultura, Indústria e Comércio, cujos nomes
sofreram pequenas modificações. Este período durou cerca de 40 anos. Aos
poucos, foi se tornando disfuncional ao Brasil que se transformava, pela
diversificação da economia, pelo primeiro ciclo de industrialização, pela
urbanização e pela organização política das camadas urbanas. Novos conflitos
de interesse dentro dos setores dominantes, entre as classes sociais e entre as
regiões punham em causa o pacto oligárquico, as eleições de bico de pena3 e
a política do café-com-leite. Por outro lado, desde a guerra contra o Paraguai
(1864-70), o Exército passou a ser um ator político cada vez mais importante,
como arena de revoltas ou sujeito de ações determinantes, perseguindo ideais
modernizadores ou salvacionistas. E foi com a eleição do paulista Júlio Prestes
para suceder o também paulista Washington Luís, derrotando o gaúcho Getúlio
Vargas, desencadeou o rompimento do pacto com os mineiros e com as
demais oligarquias estaduais, abrindo espaço para mais uma intervenção do
Exército — a Revolução de 1930.

A “burocratização” do Estado nacional se dá nos anos 30, um estado


fortemente centralizador e intervencionista, onde a classe empresarial era
altamente dependente de autorizações, proteções e favores oficiais. A criação
de novas instituições fazem parte da dinâmica de instauração da modernidade.
A burocracia está no horizonte da administração pública que se consolida e
atualiza, seu ponto de inflexão e aceleração na Revolução de 1930. E é neste
cenário de aceleração da industrialização brasileira, assumindo o Estado um
papel decisivo que lhe permite intervir diretamente no setor produtivo de bens e
serviços. Durante a ditadura de Vargas, e com base nas reformas promovidas,
a administração pública burocrática transparece claramente a emergência de
um capitalismo moderno no país. Est nova prole a qual assumiu o poder a
partir de 1930 objetivava a reorganizar totalmente o Estado brasileiro,
acreditando que tal reforma estivesse preparando para que boas políticas
surgissem naturalmente a partir disto. A liderança do processo de
modernização econômica e social do país é assumida pelo Estado, intervindo
na produção e criando um modelo de desenvolvimento, reforma esta criada
para combater o “patrimonialismo” e o “coronelismo”, e dando espaço ao
“clientelismo”. Dando uma imagem a Getúlio Vargas de um “grande coronel
nacional”, paternalista, preocupado em lutar em defesa do povo de seus
inimigos. Apesar de ter sido eficaz no início e ter alcançado ótimos níveis de
desenvolvimento durante algum temo, a modelo se tornou inconveniente
devido a fatores externos como uma grande crise econômica mundial, onde
somente os países capitalistas desenvolvidos conseguiram se sobressair.

Com a queda de Vargas, surge então o nacional desenvolvimento. Com


eleições e a Assembleias Nacional Constituinte.

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