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COLÉGIO ADVENTISTA PAUL BERNARD

A Filosofia Iluminista

Manaus/AM
2021
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COLÉGIO ADVENTISTA PAUL BERNARD


Nicolas Victor – 3° A

A Filosofia Iluminista

Trabalho acadêmico apresentado como


requisito parcial para obtenção de nota no 2°
bimestre, sob orientação do Prof° André Luiz,
ministrante da disciplina de Filosofia.

Manaus/AM
2021
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Sumário:
Introdução............................................................................................................4
Monarquia............................................................................................................5
República.............................................................................................................9
Oligarquia.......................................................................................................... 11
Conclusão..........................................................................................................13
Referências........................................................................................................14
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Introdução:
Neste trabalho serão apresentados três tipos de regimes políticos
(Monarquia, República e Oligarquia), suas características e quais prosperaram
até os dias atuais.
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Monarquia:
A Monarquia é uma forma de governo onde o Rei (monarca) exerce um
papel político, podendo ser mais ativo, governando o Estado, ou mais passivo,
cerimonial, em que cumpre meras funções de representação.

Monarquia pela História:


Estima-se que a Monarquia tenha surgido juntamente com a
organização da própria sociedade, ou seja, com a aglomeração de pessoas e a
formação das primeiras cidades. O poder daqueles que tinham mais recursos
começou a se acumular, e para perpetuá-lo nas mãos concentradas de
poucos, seus detentores começaram a passar para os filhos e
descendentes. Esses grupos poderosos começaram a indicar líderes que por
sua vez acabavam por administrar os recursos e o restante da sociedade.
Assim como a própria sociedade, a monarquia foi se aperfeiçoando e
evoluindo de acordo com o passar do tempo para formas mais organizadas. As
civilizações antigas de Israel, Roma, Egito e os Astecas experimentaram
um modelo de monarquia com características que se aproximam da Monarquia
Absoluta vivenciada na Idade Moderna nos países europeus. Porém, os Reis e
Imperadores das civilizações antigas eram ainda mais poderosos,
considerados portadores de ”divindade”, ou seja, suas atitudes e decisões
eram inquestionáveis.

Monarquia Feudal:
Surge então, após a Antiguidade, a Idade Média e com ela o
Feudalismo, o que fez com que a monarquia sofresse com algumas alterações.
Neste cenário o Rei já não detinha poder divino e dependia dos senhores
feudais que tinham tanto ou até mais poder que o próprio monarca.
Isso porque os senhores feudais detinham a posse das terras, ou seja,
comandavam os vassalos, cavaleiros e servos, deixando a monarquia
totalmente vulnerável e submissa aos seus interesses. Durante este período, a
monarquia juntamente com o clero e a nobreza ostentavam benefícios, porém,
sem autoridade de fato, sendo esta exercida pelos senhores feudais.
Sem muito poder e com a enorme expansão da Igreja Católica – que já
conquistava a autoridade suprema –  a coroa decidiu tornar-se mais poderosa
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e tomar absolutamente o poder. Assim, no momento de surgimento


dos Estados Nacionais, com o apoio da Igreja, as primeiras Monarquias
Absolutistas nascem, fortes e poderosas assim como seus monarcas.

Monarquia Absolutista:
Com o fortalecimento dos Estados Nacionais na Europa, as monarquias
se tornaram fortes e impiedosas, grandes reis e rainhas surgiram e
reinaram superando inclusive o poder da Igreja. Afinal, nesse regime o Rei
representava todo o poder político, econômico e social.
Em toda a existência da monarquia absolutista, os reis exerceram sobre
o seus reinos poder absoluto – sendo chefes de seus exércitos e líderes da
nobreza. Entretanto, conforme a burguesia crescia o desejo pelo poder político
além do econômico também começava a crescer. Assim, é possível observar
as consequências do autoritarismo presente no absolutismo monárquico:
a Revolução Francesa que simbolizou o fim do absolutismo monárquico na
França.
Uma após a outra, as monarquias foram caindo e dando espaço para
as Repúblicas – o que simbolizava na época uma democratização do
poder – apoiadas pela Burguesia, que finalmente viu a chance de conquistar o
poder que lhes era negado pela realeza, nobreza e clero.
Durante este período de revoluções burguesas, alguns países que
chegaram a experimentar o regime republicano, acabaram retornando a
Monarquia, já em sistema constitucional, com o poder do monarca
extremamente reduzido como é no caso da Inglaterra e Espanha. Entretanto, a
grande maioria dos países do globo decidiram por abolir de vez o regime
monárquico, como Portugal, Itália, Alemanha e o Brasil.

Monarquia Parlamentarista:
A tirania, o autoritarismo, a violações aos direitos das pessoas,
crueldade e egoísmo dos monarcas, muito presente na Idade Moderna
degradou a sociedade de inúmeras formas. A única preocupação do Estado
era manutenção e o ostento da coroa, tornando assim insustentável o
absolutismo e gerando revolta no povo.
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Ideias foram surgindo, entre elas o parlamentarismo, que pregava


a eleição de representantes para governar o Estado e defender assim os
interessas da sociedade, garantindo melhores condições de vida para os
indivíduos.
Como já mencionado a pressão popular e burguesa para o fim do
autoritarismo fez com que aqueles países que não se tornaram
República alterassem o regime de seus reinos de absolutos para
constitucionais parlamentaristas.
Mas o que é o Parlamento? A diretriz e principal órgão do
parlamentarismo é uma Assembleia, ou seja, conjunto de cidadãos que são
eleitos para atuarem e representarem politicamente os seus eleitores e o seu
Estado. Tal Assembleia exerce o Poder Legislativo e acumula funções como
a criação, alteração e revogação de leis, assim como de fiscalizar o Poder
Executivo. Os parlamentares serão eleitos para um mandato o qual cumprirão
até que seja convocada novas eleições. Confira mais informações sobre isso
no vídeo abaixo:
A depender do Estado o Parlamento pode assumir diferentes nomes,
entre eles Assembleia, Congresso e Dieta, mas todos representam o poder
Legislativo. Pode se organizar de diferentes formas, com uma casa (câmara),
duas, três ou quatro – embora atualmente só existam Parlamentos uni e
bicamerais, ou seja, que são compostos por uma única Assembleia ou por
duas.
Hoje encontramos ao redor do globo grandes Estados Monárquicos
Parlamentares (pois é o parlamento que nomeia o chefe do Executivo) e
Constitucionais (pois os poderes do monarca estão fixados em Constituição)
onde a soberania popular é respeitada. Nesses sistemas a Chefia de Estado e
Governo se separam e são exercidas por diferentes cargos.
Um importante marco que simboliza a limitação do poder do monarca é
a Carta Magna de 1215, resultado de um conflito entre o Rei João da Inglaterra
e o Papa Inocêncio III. Após a morte de seu irmão, João assumiu o trono, mas
não era querido pela nobreza. Assim, elaborada pelos barões ingleses
insatisfeitos com o reinado de João, a Carta estabelecia a subordinação do rei
a lei, a liberdade da Igreja Católica e reformava aspectos legais, políticos e
judiciais da época, visando restringir os poderes do monarca.
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Os barões por fim conseguiram com que João reconhece-se a


carta. Dos mais relevantes dispositivos lá firmados destacam-se:  o artigo 39
que garantia que a liberdade do homem não poderia ser cerceada se não
diante de julgamento pelos seus pares e o artigo 40 que estabelecia ‘‘a
ninguém venderemos, a ninguém recusaremos ou atrasaremos, direito ou
justiça.”
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República:
República é um regime de governo onde o Chefe de Estado e o Chefe
de Governo são escolhidos através de eleições diretas ou indiretas.
A República surgiu na Grécia Antiga como uma forma de governo para
administrar a polis grega.
Este regime de governo foi discutido por filósofos como Platão e vários
estudiosos se debruçaram para explicar quais eram as características que a
República deveria possuir.
Inicialmente, a República seria um regime de governo onde todos os
cidadãos estavam chamados a participar e dar sua contribuição para o bem
comum. Isto somente seria alcançado através do desenvolvimento de valores
como a justiça.
Posteriormente, com a Independência Americana e a Revolução
Francesa, a República passa a ser vista como um regime alternativo à
monarquia absolutista.

Tipos de República:
Tal qual a monarquia, existem várias formas de se exercer o regime
republicano:

República Presidencialista
O Chefe de Estado e o Chefe de Governo são a mesma pessoa, e
podem ser eleitos tanto de maneira indireta como direta. Desta maneira, o
cargo supõe uma responsabilidade imensa e para tirá-lo do cargo há um custo
enorme de tempo e energia.
Exemplos de república presidencialista com voto direto: Brasil e
Argentina.
Exemplo de república presidencialista com voto indireto: Estados
Unidos.
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República Semipresidencialista:
Neste sistema, convivem o primeiro-ministro e o presidente. Ao contrário
das repúblicas parlamentaristas, aqui o presidente é o Chefe de Estado e
Governo e o primeiro-ministro é escolhido pelo mandatário.
O primeiro-ministro atua como locutor dos interesses do seu partido e do
presidente junto ao Legislativo.
Em caso de crise, o primeiro-ministro pode ser demitido pelo Congresso
ou pelo próprio presidente.
Exemplos: França, Portugal e Egito.

República Parlamentarista:
O Chefe de Estado é o presidente, eleito por voto popular, mas não tem
poderes efetivos. Sua atuação se resume aos casos de crises e exerce como
representante do país no exterior.
Por sua vez, o Chefe de Governo é o primeiro-ministro que é eleito
durante as eleições legislativas.
Geralmente, o primeiro-ministro é o deputado que encabeçou a lista de
candidatos do partido mais votado nas eleições.
O primeiro-ministro pode ser demitido a qualquer momento,
especialmente se seu governo não esteja agradando sua coalização partidária.
Também se a oposição consegue os votos necessários para derrubar o
governo.
Igualmente, se for um governo de coalizão, com vários partidos fazendo
parte do Poder Executivo, e um dos partidos deixar esta aliança, o governo
termina e novas eleições devem ser convocadas.
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Oligarquia:
Oligarquia é considerado um tipo de organização do poder do Estado e
se refere a grupos que controlam este poder baseado em seus interesses ou
visões de sociedade. A palavra deriva do grego e se refere a um governo de
poucos, ou seja, de uma pequena elite. Diferentes momentos da história
tiveram grupos oligárquicos no poder. Para alguns autores da filosofia, uma
oligarquia é um governo corrompido de grupos que manipulam o Estado para
seus interesses.
A oligarquia figura entre os tipos de governo a que se refere Aristóteles,
em sua obra Política. Para o autor os governos podem ser governados por uma
pessoa, poucas ou muitas, e se serão bons dependendo de para quem se
governa. Para Aristóteles, um governo justo governa em prol do bem-comum
sempre, já o injusto seria governado em torno de interesses particulares.
Assim, dos governos justos temos a monarquia, a aristocracia e a politeia. E
dos injustos, a tirania, a oligarquia e a democracia. A democracia seria
corrompida por defender os interesses de muitos sobre os indivíduos e não
trabalhar pelos indivíduos de forma separada. Tomás de Aquino também
defende a mesma ideia inspirado em Aristóteles.
A oligarquia é uma aristocracia corrompida pois tende a defender os
interesses de uma classe pequena ou uma elite na sociedade, de forma que
busca manipular recursos e estruturas para manter-se no poder e atingir tais
objetivos. Esse grupo pode aparecer em diferentes regimes de governos, como
a própria democracia (entendida aqui como o regime democrático e não a
definição de Aristoteles). Robert Michels trata das oligarquias em situações de
burocracia moderna e elabora a ideia de “Lei de ferro da oligarquia”. Para o
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autor, a burocracia se relaciona com a oligarquia política, ou seja, um governo


de poucas pessoas sobre uma grande massa. O controle burocrático evidencia
consigo um poder que busca constantemente ser mantido pelas organizações.
No caso, o autor pensa em seus temas de estudo sobre partidos e sindicatos.
As ideias de Michels se relacionam com a ideia de grupos organizados
que dominando as técnicas da burocracia podem também dominar relações
sociais em que se encontram inseridos. Esse domínio muitas vezes perpassa,
na democracia, a dominação das técnicas burocráticas.
O Brasil tem em seu período histórico a chamada Republica Oligárquica,
que se estende de 1890 a 1930. O regime vigorou no país partindo de grupos
que não concordavam com as tomadas de decisões que aconteciam no regime
monárquico. Surge de uma tomada de poder pelas forças armadas, apoiadas
pelas elites agrárias do país, influentes economicamente na estrutura brasileira.
Essa estrutura pode ser considerada oligárquica pois, apesar das promessas
de democratização, construção republicana e liberdade, suas práticas eram
voltadas para o benefício de poder próprio, com controle dos mecanismos da
política e das eleições, das finanças e políticas públicas. De forma que as elites
controlavam os processos políticos que influenciavam a vida do povo, e este
não tinha autonomia ou espaço de participação política efetiva. Existiram várias
revoltas populares e militares no período, que foram suprimidas com muita
força. Mesmo com uma nova constituição, as interpretações da lei eram feitas
da perspectiva da oligarquia conservadora. Dessa forma o grupo continuaria
controlando o poder e as estruturas nacionais de forma a atingir seus próprios
objetivos.
Assim, a ideia de oligarquia perpassa diferentes situações sociais ao
longo da história, mas tem como constante os grupos minoritários que buscam
controlar as situações de poder e estruturas sociais em benefício próprio.
Podem fazer isso a partir da forma, da corrupção ou mesmo da manipulação
das regras burocráticas que, pela sua própria característica técnica e
hermética, acaba se afastando do geral da população e implicando em um
controle por elites de diferentes espaços.
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Conclusão:
Conclui-se, portanto, que a história sociológica do mundo todo passou
por diversos tipos de regimes políticos, aderindo o que mais se adequava à
época e aos aspectos demográficos.
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Referências:

“O que é uma Monarquia?”, Politize. Disponível em:


https://www.politize.com.br/monarquia-o-que-e/
Acesso em 25/04/2021

“República”, TodaMatéria. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/republica/amp/
Acesso em 25/04/2021

“Oligarquia”, Infoescola. Disponível em:


https://www.infoescola.com/politica/oligarquia/amp/
Acesso em 25/04/2021

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