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Portefólio de História – 2ª Parte

Aluna: Beatriz Escalhorda


1 Santos
11ºG nº4
ÍNDICE

Glossário de conceitos: ................................................................................................................ 3


Cronologias e acontecimentos: ..................................................................................................... 6
Tarefas: ..................................................................................................................................... 12
Pesquisas: .................................................................................................................................. 18
Resumos: ................................................................................................................................... 29

2
GLOSSÁRIO DE CONCEITOS:
Anticlericalismo – Radica na antiga pretensão dos cristãos de que
todo o poder vem de Deus, sobrepondo-se às nações e impondo-se a
todos os outros poderes. O anticlericalismo tem assim como base a
luta pelo primado do poder civil.

Ateísmo – Negação da existência de deus e da possibilidade de a


razão produzir qualquer afirmação sobre o assunto.
Bandeirante – Indivíduo participante numa bandeira, termo pelo
qual ficaram conhecidos as expedições armadas que percorriam o
interior do Brasil em busca de ouro e escravos. As bandeiras
prolongam-se do Séc.XVI ao Séc.XVIII, tendo como centro São
Paulo, pelos que os bandeirantes são também conhecidos como
“paulistas” ou “gentes de São Paulo”. A ação dos bandeirantes foi
também da maior importância para o conhecimento do território e
para a fixação das fronteiras do Brasil.

Constituição* – Diploma elaborado pelos deputados da Nação que define as regras da


vida política:

→ Estabelecendo os direitos e as liberdades dos cidadãos; consagrando a soberania


nacional; determinando a forma de governo e de distribuição dos poderes.

A instituição de uma constituição, lei máxima do Estado, deve-se ao Liberalismo, que


assim legitimava o poder político, pondo cobro à arbitrariedade de Absolutismo.

Consulado – É uma missão diplomática, o escritório de um cônsul, e geralmente está


subordinado à representação principal do estado na capital de um país estrangeiro,
geralmente uma embaixada ou - entre os países da Commonwealth - alta comissão.
Convenção Nacional – Regime político que vigorou em França entre 20 de setembro de
1792 e 26 de outubro de 1795, no processo da Revolução Francesa. Sucedeu ao regime da
Assembleia Nacional Legislativa (o parlamento francês instituído pela Constituição de
1791) e fundou a Primeira República Francesa. Os seus membros foram eleitos por
sufrágio universal masculino, fato inédito na França e no mundo, com a finalidade de dar
uma nova constituição ao país, o que se tornara necessário desde a destituição de Luís
XVI, em agosto de 1792.

Clube Político dos Jacobinos – Desde a primavera de 1790, a França registou um notável
crescimento de clubes onde se discutia a atualidade política. O mais conhecido era este
clube, também conhecido por “Sociedade dos Amigos da Constituição”, frequentado pela
elite burguesa revolucionária.

Democracia Direta – Forma de organização social, na qual todo e qualquer cidadão pode
participar ativamente da tomada de decisões. Pense numa reunião em que todas as
pessoas têm direito a se manifestar e votar: isso é uma maneira direta de exercer a
democracia.

3
Diretório – Regime político adotado pela Primeira República Francesa entre 26 de
outubro de 1795 (no calendário revolucionário, 4 de termidor do ano IV) e o golpe de Estado
do 18 de brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799). O seu nome provém do facto do
poder executivo ter sido exercido por cinco membros, denominados Diretores. De
inspiração burguesa, o Diretório foi instaurado por republicanos moderados, após a
Reação Termidoriana.

Época Contemporânea – Período cronológico da História da Humanidade, no mundo


ocidental, que decorre de finais do Séc.XVIII até aos nossos dias. A periodização
tradicional inicia esta época em 1789, com a eclosão da Revolução Francesa.

Estado Laico – Estado que se assume não confessional, libertando-se da influência


religiosa. Retira à(s) Igreja(s) todo e qualquer poder sobre o ensino, a assistência e a
legislação civil. Em casos extremos, o cismo do Estado conduz ao anticlericalismo e ao
ateísmo.

Iluminismo* – Corrente filosófica que se desenvolveu na Europa do Séc.XVIII e que se


caracterizou pela crítica à autoridade política e religiosa, pela afirmação da liberdade e
pela confiança na Razão e no progresso da ciência, como meios de atingir a felicidade
humana. Originárias da Inglaterra e da Holanda, as “Luzes” fizeram da França o seu
principal centro e, especialmente de Paris, irradiaram para a Europa e para o Mundo. Na
Alemanha, por exemplo, o movimento é conhecido pelo nome é Aufklärung
(esclarecimento) e na Espanha por Ilustración (ilustração).

Modelo Feudal/Feudalismo – Organização econômica, política e social baseada na posse


da terra - o feudo - que predominou na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média.
As terras e títulos de nobreza eram doadas pelo rei como recompensa aos líderes por terem
participado de batalhas. O feudo era uma grande propriedade rural que abrigava o castelo
fortificado, as aldeias, as terras para cultivo, os pastos e os bosques.

Monarquia Constitucional* – Regime político cujo representante máximo do poder


executivo é um rei, que tem a sua autoridade regulamentada e limitada por uma
Constituição.

Montanheses – Grupo político radical, dito da Montanha, durante a Revolução Francesa


(assim chamado porque, na Convenção, os seus deputados ocupavam os lugares mais
elevados da assembleia).

Planície – Grupo mais moderado, e também o mais numeroso, com cerca de 400 deputados
da Convenção, durante o período da Revolução Francesa. Este era responsável por
arbitrar os diferendos.

Republicanismo – Ideologia segundo o qual uma nação é governada como uma república,
na qual o chefe de Estado é indicado por métodos não-hereditários, frequentemente
através de eleições.

República Federal – É aquela que é formada por diferentes estados e que têm uma certa
autonomia. Isto significa que, no seio de uma mesma república, existem vários estados
que dispõem de governos regionais e uma determinada soberania para reger os seus
assuntos internos. Ao governo-geral que administra a estes estados dá-se-lhe o nome de
governo federal.

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Revolução Industrial – Num sentido estrito é um conjunto de transformações técnicas e
económicas que se iniciaram na Inglaterra na segunda metade do Séc.XVIII e se
alargaram a quase todos os países da Europa e da América do Norte no decorrer do Séc.
XIX. Considera-se, geralmente, que foi a invenção da máquina a vapor e a sua
subsequente aplicação aos transportes e à indústria que provocaram a rápida mudança
nos modos de produção (da manufatura passou-se à maquinofatura). Já num sentido lato,
a Revolução industrial significa o conjunto de modificações estruturais profundas que se
estabeleceram na economia, na sociedade e na mentalidade do mundo ocidental, no
período através referido.

Revoluções Liberais* – Movimentos de contestação ao Antigo Regime que se lhe


espalharam pela Europa e as Américas, entre as últimas décadas do Séc.XVIII e XIX.
Tiveram como efeito:

→ A eliminação do absolutismo e da sociedade de ordens;


→ A consagração dos direitos naturais do Homem, da soberania popular e da
divisão dos poderes;
→ A instauração da livre iniciativa em matéria económica;
→ A libertação política de nações.

Sans-Culottes – Membros não privilegiados da sociedade francesa, que desempenharam


um papel fundamental no desenrolar da Revolução Francesa. Os Sans-culottes eram
maioritariamente trabalhadores urbanos, que podiam ter ocupações tão variadas quanto
o artesanato, o comércio, a advocacia e o jornalismo, podendo até mesmo serem
proprietários modestos de terras.

Sistema Bicameral – Divisão do Poder Legislativo federal em duas casas. A sua origem
moderna remota à Inglaterra do século XIV que desenvolveu um Parlamento dividido num
sistema bicameral: a House of Lords (Casa dos Lordes) – que representava os interesses
da alta aristocracia – e a House of Commons (Casa dos Comuns), ligada às demandas das
demais classes como os cavaleiros e a burguesia. Este modelo foi considerado bastante
estável e eficiente devido ao poder das instituições inglesas.
Sistema Representativo* – Processo em que a tomada das decisões políticas cabe a um
corpo especializado de cidadãos (os políticos), mandatados pela Nação, por exemplo,
através de eleições.

Soberania Nacional* – Princípio decorrente da Filosofia das Luzes, segundo o qual a fonte
de poder político reside na Nação. Esta poderá exercê-lo de forma direta ou por delegação
nos governantes (elegendo-os, por exemplo), considerados seus representantes.

Sufrágio Censitário – Modalidade de voto restrito em que este só pode ser exercido pelos
cidadãos que pagam ao Estado uma determinada quantia em dinheiro relativa a
contribuições diretas (impostos) – o chamado censo.

Vintismo – Tendência do liberalismo português, instituída na sequência da Revolução de


1820 e consagrada na Constituição de 1822. Caracteriza-se pelo radicalismo das suas
posições, ao proclamar o princípio da soberania popular, ao limitar as prerrogativas reais
e ao não reconhecer qualquer situação de privilégio à nobreza e ao clero.

*conceito estruturante

5
Cronologias e Acontecimentos:
Época Moderna e Contemporânea:

Época Moderna

1751 Início da publicação da Enciclopédia.


1754 Rousseau: Discurso sobre a origem da desigualdade.
1763 Fim da guerra dos 7 anos.
1764 Voltaire: Dicionário Filosófico.
1773 Boston Tea Party.
1775 Início da guerra da Independência Americana.
1776 Declaração da Independência dos EUA.
1787 Constituição dos EUA.
1789 Início da Revolução Francesa.

Época Contemporânea

1789 Início da Revolução Francesa.


1793 Período do Terror; Inauguração do Teatro de S.Carlos.
1795 Diretório.
1799 Consulado.
1804 Império Napoleónico.
1816 Independência da Argentina.
1817 Lord Byron: Manfred.
1818 Independência do Chile e da Venezuela.
1820 Revoluções liberais em Portugal e Espanha.
1822 Independência do Brasil.
1823 Beethoven: Nona Sinfonia.
1824 Delacroix: Os Massacres de Quios.
1826 A.Garrett: Camões e Dona Branca.
1830 Independência da Grécia e Bélgica; Revolução em Paris;
Insurreição da Polónia.
1831 Victor Hugo: Nossa Senhora de Paris.
1832 - 34 Chopin:Mazurcas (32); Guerra Civil Portuguesa (32-34).
1838 A.Herculano: A Harpa do Crente.
1840 Wagner: Abertura de Fausto.
1848 Revolução em Paris; Revoltas nacionalistas: Berlim e Império Austro-Húngaro

6
Revolução Industrial e Portugal – Séc. XVII-XVIII:

1733 John Kay, Lançadeira Volante.


1750 D.José I sobe ao trono.
1756-1773 Guerra dos 7 Anos
1769 James Watt, patente da máquina a vapor.
1779 Primeira ponte metálica (Inglaterra)

Construção da Modernidade Europeia:

1603 Academia dos Linces.


1620 Bacon, Novum Organon.
1628 Harvey, De motu cordis et Sanguinins.
1632 Galileu, Diálogo sobre os dois principais sistemas do Mundo.
1662 Royal Society, Londres
1680 Newton, Lei da gravitação universal.
1684 Leibniz, cálculo infinitesimal.
1704 300 cafés em Paris.
1735 Lineu, classificação das espécies.
1746 Verney, Verdadeiro Método de Estudar.
1748 Montesquieu, Espírito das Leis.
1751 Inicio da publicação da Enciclopédia.
1755 Terramoto de Lisboa.
1762 Rousseau, Contrato Social.
1772 Novos estatutos da Universidade de Coimbra.
1781 José II, Edito da Tolerância.
1783 Irmãos Montegolfier, primeiro aeróstato.
1793 Condorcet, Quadro dos Progressos de Espírito Humano.

7
Revolução Americana:

1756 Inicio da Guerra dos 7 Anos.


1763 Tratado de Paris.
1764 Impostos sobre mercadorias importadas pelas colónias
Americanas.
1765 Lei do Selo;
Protestos Coloniais.
1766 Revogação da Lei do Selo.
1767 Novos impostos sobre as mercadorias importadas;
Clube secreto “Filhos da Liberdade”.
1770 Massacre de Boston.
1773 Boston Tea Party.
1774 “Leis intoleráveis” fecham o porto de Boston;
1º. Congresso de Filadélfia.
Combates de Lexington e Concord;
1775 2º. Congresso de Filadélfia;
G.Washington, comandante do exército Americano;
Thomas Paine: “Senso Comum”.
1776 Declaração da Independência.
1777 Batalha de Saratoga.
1780 Desembarque das tropas Francesas.
1781 Capitulação de Yorktown.
1783 Tratado de Versalhes: Reconhecimento, pela Grã Bretanha, da
Independência Americana.
1787 Constituição dos EUA.
1789 G.Washington, 1º. Presidente da República dos EUA.
1791 Ratificação do Bill of Rights (10 1ªs emendas à Constituição).

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Revolução Francesa:

A.N.C* A.L* Convenção Diretório Consulado →

M.C* República Império

Abertura dos Estados Gerais (mai);


Juramento da Sala do Jogo da Pela (jun);
1789 Tomada da Bastilha (jul);
Abolição dos privilégios feudais;
Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão (ago).
1790 C.Civil do Clero (jul).
Tentativa de fuga do rei (jun);
1791 Constituição de 1791;
Reunião da Assembleia Legislativa (out).
1792 Invasão da França;
Suspensão do rei (ago);
Massacres de setembro;
Proclamação da República.
Execução de Luís XVI (jan);
Revolta da Vendeia (mar);
1793 Afastamento dos Girondinos (jun);
Constituição do Ano I (jun);
Início do Terror (set);
Calendário republicano (out).
1794 Execução de Robespierre;
Fim do Terror (jul).
1795 Terror Branco (mai);
Constituição do Ano III (ago).
1796 Napoleão derrota os austríacos em Arcole (nov).
1797 Golpe contra os realistas (set).
1798 Golpe contra os jacobinos (mai);
Napoleão domina o Egito (jul).
1799 Golpe de 18 do Brumário (nov).
Napoleão, 1º Cônsul (nov).
1800 Napoleão reconquista a Itália.
1801 Fim do Sacro Império (fev);
Concordata da França com a Sta. Sé (jul).
1802 Napoleão cria a Legião de Honra (mai).
1803 Conflitos entre a Inglaterra e a França.
1804 Promulgação do Código Civil (mar);
Napoleão coroa-se imperador (dez).

*M.C – Monarquia Constitucional; A.N.C – Assembleia Nacional Constituinte; A.L – Assembleia


Legislativa.

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Acontecimentos Pós-Napoleónicos:

1804 Promulgação do Código Civil (03);


Napoleão coroa-se imperador (12).
1805 Vitória de Austerlitz.
1806 Bloqueio Continental.
1807 Paz com o Czar da Rússia;
Invasão de Portugal.
1814 Abertura do Congresso de Viena.
Derrota de Napoleão em Waterloo (06);
1815 Restauração monárquica na França;
Santa Aliança (09);
Quádrupla Aliança (11).
1816 Independência da Argentina.
1818 Independência do Chile e da Venezuela.
1820 Revoluções em Espanha, Portugal e Itália.
1821 Início da guerra de independência grega.
1822 Independência do Brasil.
Independência da Grécia e da Bélgica;
1830 Revolução em Paris;
Monarquia de Luís Filipe de Orleães;
Insurreição da Polónia.
Revolução em França: 2ª Républica;
1848 Revoluções na Áustria, na Itália, na
Hungria, na Boémia, na Prússia e outros
Estados alemães.
1849 Reação antiliberal e antinacionalista.
1852 Proclamação do 2º Império Francês por
Napoleão III.

10
A implantação do Liberalismo em Portugal:

Absolutismo

1806 Bloqueio Continental.


1807 1ª Invasão Francesa;
Deslocação da corte para o Rio de Janeiro;
1808 Abertura dos portos do Brasil.
1809 2ª Invasão Francesa.
Beresford, marechal de campo no exército português.
1810 Tratado comercial entre Portugal e Inglaterra.
3ª Invasão Francesa.
1812 Constituição da Cádis em Espanha.
1815 Elevação do Brasil a reino.
1816 Início do reinado de D.João VI.
1817 Conspirações libertárias em Pernambuco e Lisboa.
1820 Revolução Liberal no Porto – 24/08.
1828 D.Miguel é aclamado rei;
3ª emigração liberal.
1830 Regência liberal nos Açores.
1832 D.Pedro assume a Regência;
Mouzinho da Silveira, ministro da Fazenda;
Desembarque das tropas liberais em Pampelido;
Cerco do Porto – até 1834;
Guerra Civil – 1834.
1833 Código Comercial.

Liberalismo

1820 Revolução Liberal no Porto – 24/08


1822 Constituição;
Independência do Brasil.
1823 Vila-Francada.
1824 Abrilada;
1ª emigração Liberal.
Morte de D.João VI; 2ª emigração Liberal;
1826 Carta Constitucional outorgada por D.Pedro
IV, que abdica a favor de D.Maria II.
1828 D.Miguel é aclamado rei; 3ª emigração
liberal.

11
Tarefas:
Página 128, 1º manual
1. O “mensageiro das estrelas” provocou na população um grande interesse, visto ser
uma pesquisa tão pequena e incomum e nunca antes vista ou pensada, mas ao
mesmo tempo, receio, visto ser a “substituição” das, até aí instituídas, Astronomia
e Astrologia, indignação e repudio.

3. Os cardeais inquisidores baseiam-se na religião e nas sagradas escrituras para


criticar, não só Isaac Newton, como todos os outros que tentassem justificar
acontecimentos anteriormente estabelecidos pela Igreja: de que deus está no centro
do universo e que só ele tem o poder sobre qualquer tipo de animal ou astro.

5. Isaac Newton enuncia a lei da gravitação universal no 2º parágrafo.

6. Dois dos entraves que se colocaram ao progresso das ciências foram:


1º- A ação do Index/Inquisição, que se opunham à difusão das novas ideias, como
podemos ver no doc.5B “A sentença”: « (…) Galileu, vos tornaste, na opinião deste
santo ofício, veementemente suspeito de heresia, nomeadamente de ter defendido
e acreditado na doutrina que é falsa e contrária às sagradas e divinas escrituras».
2º- O ensino tradicional que, controlado pelos jesuítas, apresentava currículos e
métodos ainda baseados nos mestres da antiguidade.

Página 63, 2º manual

1. No Documento 1A, o professor Sechackli refere diversas alterações políticas


europeias, em 1790, entre as quais ressalto: O espírito de Liberdade, que se fez
militante no fim do Séc. XVIII; A queda da monarquia absoluta – “Ontem, os
Franceses arrancavam as fortalezas aos reis infiéis; hoje, eles arrancam-nas ao Rei
Muito Cristão” ; e a Rutura do Equilíbrio Político, que subsistia até essa data na
Europa.

2. O Documento 1B e C confirmam as alterações referidas em A, visto que em ambos


é retratado a obrigatoriedade da imposição da Liberdade e Igualdade, não havendo
qualquer tipo de diferenciação social – “ (…) a abolição da dízima, da feudalidade,
dos direitos senhoriais, das banalidades, da servidão, dos privilégios de caça e de
pesca, das corveias, da nobreza e de todos os privilégios.”, bem como a queda da
monarquia absoluta – “hoje, eles arrancam-nas ao Rei muito Cristão.”, doc1A, “A
nação francesa tratará como inimigo o povo que, recusando a liberdade e a
igualdade, queira conservar o príncipe e as castas privilegiadas”, DocB.

3. As duas imagens da Napoleão opõem-se na medida em que verificamos que no


documento 1D, Napoleão se encontra a conceder uma constituição ao Grão-Ducado
de Varsóvia, Constituição esta que devia promover e proclamar a igualdade e
liberdade do liberalismo, e no DocF, onde se encontra num papel de déspota e se
encontra a beber vinho da Ibéria, sentado num trono de crânios, enquanto observa
o solícito Pierrot condecorar os seus soberanos vassalos.

12
4. A mudança de opinião dos Holandeses face os Franceses, deu-se devido a diversos
fatores que são ilustrados no documento 1F: A redução dos capitais que os
Holandeses investiram nos fundos de França; Os Assinados/ Certificados de
empréstimo ao Estado que causaram inúmeras perdas; e principalmente a conduta
de alguns indivíduos Franceses de todas as classes, desde o mais simples
representante do povo até ao mais vulgar condutor de cavalo (nobreza), que
desprezaram, exibiram e oprimiram, embora tivessem à pouco tempo sido
celebrados como libertadores. Este é o principal fator que Gogel considera como o
especial motivo para a asfixia do espírito Nacional.

Página 65, 2º manual

1.
• Durante a formação do território Napoleónico, ocorreram muitas vitórias bem
como derrotas: Inicialmente, durante a 3º coligação, Napoleão foi derrotado pelo
exército Inglês- Batalha de Trafalgar, no entanto deu a volta por cima,
respondendo aos seus opositores monarquistas com uma histórica vitória nas
batalhas de Austerlitz e Ulm, onde abateu as forças russo-austríacas. A
conquista do território Germânico, resultou não só na extinção do Sacro Império
e na criação de configuração do reino, como também rendeu importantes
conquistas econômicas para França. Tendo em vista que a hegemonia da força
industrial britânica era ainda um grande obstáculo econômico, Napoleão
instituiu, em 1806, o Bloqueio Continental, decreto este, que proibiu todas as
nações europeias de estabelecerem comércio com a Inglaterra, que passados 2
anos empreendeu a invasão de Espanha e Portugal. Entre 1806 e 1807, Napoleão
derrotou a Quarta Coligação com as vitórias obtidas em Friedland, Iena e Eylau.
Logo depois de dominar os países ibéricos, Napoleão ainda conseguiu abafar a
reação militar austríaca com a vitória conseguida na Batalha de Wagram, a 6
julho de 1809. Num dos períodos de instabilidade, ignorando a aliança firmada
com os franceses, o czar russo Alexandre I abriu os portos do seu país para as
embarcações inglesas. Inconformado com a traição da Rússia, Napoleão enviou
uma tropa para combater sob o extenso território russo. No entanto, o rigoroso
inverno russo e a tática de “terra arrasada” abalaram os exércitos franceses.
Nesse momento, percebendo a fraqueza militar de Napoleão, as monarquias
europeias formaram a Sexta Coligação, composta por Inglaterra, Prússia, Rússia
e Áustria. Em 1813, durante a Batalha de Leipzig –ou Batalha das Nações – os
exércitos monarquistas venceram os franceses. Completamente abatido,
Napoleão Bonaparte foi obrigado a assinar o Tratado de Fontainebleau. Já a
decorrer no seu 2º reinado, governo dos cem dias, na Batalha de Waterloo as
forças napoleônicas foram definitivamente destruídas.
• Napoleão tinha familiares colocados em tronos europeus, como os seus irmãos
Luís I da Holanda, Jerónimo Bonaparte, rei de Vestfália e José Bonaparte, rei
de Nápoles; e familiares no trono de Itália e Espanha.
• Napoleão visava ressuscitar o Império francês, bem como a sua grandeza.

2. Através da análise do doc.5, podemos observar que as potências beneficiadas com


o Congresso de Viena foram a Rússia, a Áustria e a Prússia.

13
3. O caráter antirrevolucionário do Congresso de Viena e da Santa Aliança listava-se
pelo facto do mesmo ter 3 objetivos: 1º- Restaurar a legitimidade monárquica, 2º-
Impedir as ambições revolucionárias e 3º - Apagar a obra da Revolução francesa.
As liberdades prometidas, aquando da guerra de Napoleão sistematicamente
alterados pelas conquistas de Napoleão, ficaram esquecidas e o princípio das
nacionalidades foi desrespeitado. O fim da época napoleônica, provocou mudanças
políticas e econômicas em toda a Europa: os países vencedores, Áustria, Rússia e
Prússia sentiram a necessidade de selar um tratado para restabelecer a paz e a
estabilidade política na Europa, visto que viviam momentos de instabilidade e
receavam uma nova revolução. Para acabar com esses receios e instabilidade, foi
criada a Santa Aliança, que tinha o objetivo de unir estes países, não só
economicamente como em termos de segurança e de receios “Os três monarcas
permanecerão unidos pelos laços de uma verdadeira e indissolúvel fraternidade.
Em qualquer ocasião e em qualquer lugar, prestar-se-ão assistência, ajuda e
socorro.”, doc.6A, propagar os princípios da Fé cristã e, principalmente, manter o
absolutismo como sistema político dominante na Europa.

Página 84, 2º manual

1. Tendo em conta a análise do Doc.10B, verifico que o grupo social maioritariamente


representado nas cortes é a Burguesia.

2.

• Os direitos concebidos aos portugueses eram: a liberdade, segurança,


propriedade e igualdade perante a lei.
• Os artigos que põem em causa a sociedade do antigo regime são o 9º e 12º, Doc.11:
Estes dizem-nos que a lei é igual para todos sem apresentar qualquer tipo de
distinção entre os diversos grupos sociais, Art.9º, e que todos os Portugueses
podiam ser admitidos nos cargos políticos, sem qualquer outra distinção para
além dos seus talentos e virtudes, Art.12º.
• Os artigos que põem termo ao absolutismo régio são o
26º,29º,30º,105º,110º,121º,122º,127º e 176º, Doc.11: Estes baseiam-se no facto da
soberania residir essencialmente na Nação, cujos representantes são legalmente
eleitos – Art.26º e 30º, do governo da Nação ser agora uma monarquia
constitucional hereditária, com leis fundamentais, que regulem o exercício dos
poderes legislativo, executivo e judicial, que agiam de forma independente –
Art.29º e 30º, da iniciativa direta das leis competia somente aos representantes
da Nação juntos em cortes – Art.105º, da autoridade do rei provir da Nação, sendo
indivisível e inabalável e consistia em fazer executar as leis – Art.121º e 122º, e
do poder judicial pertencer exclusivamente aos juízes - Art.176º.

14
Página 75, 2º manual

3.
1ª Invasão – Liderada pelo General Junot, de 1807-1808.
Nesta 1ª invasão as tropas Francesas entraram pela Beira Baixa, Castelo Branco,
a 19 de Novembro de 1807, tendo chegado a Lisboa no dia 29. Para tal, passaram
por Abrantes, a 23, pela Golegã, a 27, e pelo Cartaxo, a 28. Numa 1ª fase, que se
realizou na Roliça, são derrotadas devido à inferioridade numérica. Já numa 2ª
fase, que se realizou no Vimeiro em Agosto de 1808, são derrotados por forças luso-
britânicas sob comando do General Wellesley.

Percurso: Castelo Branco – Abrantes – Golegã – Cartaxo – Lisboa.

2ª Invasão – Liderada pelo Marechal Soult, em 1809.


Nesta 2ª invasão, aproveitando a vitória sobre o general britânico Moore, em
território espanhol, os franceses liderados por Soult entram no país pela zona de
Chaves e chegam ao Porto. Contudo, a forte resistência das forças do exército luso-
britânico e também de muitos populares, reunidos em grupos de guerrilha,
obrigaram os franceses a abandonar o país.

Percurso: Chaves – Braga – Porto – Amarante – Orense.

3ª Invasão – Liderada pelo Marechal Massena, de 1810-1811.


Nesta 3ª e última invasão, Massena entra em Portugal, à frente de um exército
com mais de 65 mil homens, por Almeida em Julho de 1810. A praça portuguesa
rende-se depois da explosão de um paiol. No percurso para a capital sofrem uma
derrota pesada na batalha do Buçaco, mas prosseguem o caminho tentando entrar
em Lisboa. Contudo os seus planos falham quando são detidos de frente às Linhas
de Torres Vedras, abandonando o país meses depois.

Percurso: Almeida – Buçaco – Linhas de Torres Vedras.

5. No Documento E1 podemos analisar diversos propósitos anunciados por Junot,


todos eles com um caráter atribuído: Em termos de caráter político – Após a
renuncia a todos os direitos à Soberania de Portugal, feita por D.João VI, o
Imperador Napoleão Bonaparte queria a total administração de Portugal nas suas
mãos e nas do general-chefe; de Caráter económico – Ordenou que abrissem as
estradas e que rompessem os canais para facilitar as comunicações e tornar
florescentes a agricultura e a indústria nacionais; de Caráter Social – Ordena que
as tropas portuguesas sejam não só comandadas por chefes recomendados por
Napoleão, como também que se unam com os soldados de Marengo, de Austerlitz,
de Iena e de Friedland tal qual uma família; de caráter Cultural – Anunciou que
as rendas públicas bem administradas assegurariam a cada empregado o prémio
do seu trabalho e que a instrução pública se derramará pelas províncias; e de
Caráter religioso – Manteve a religião professada até então, dado que era a mesma
que a dos Franceses, protegendo-a e socorrendo-a pela “mesma vontade que soube
restaurá-la no vasto Império Francês.

15
6. Através da análise dos Documentos E2,3 e 4,verificamos uma discrepância em
termos da reação social: Enquanto a grande maioria da população Portuguesa,
como os Clérigos, as Milícias Populares e os Funcionários Públicos – Clero,
Burguesia e Povo, estava revoltada com a situação do país e lutava vorazmente,
sem qualquer desistência, para resistir aos invasores e a todas as mortes,
pilhagens, destruições e vandalizações das crenças e objetos Nacionais e/ou
religiosos, uma menor parte da população, a Nobreza, convencida que a Casa de
Bragança tinha deixado de reinar, decidiu relacionar-se com o General Junot, bem
como todos os que o acompanhavam, presenteando-o com bailes, festas, jantares e
até mesmo com acompanhamento às suas missas militares.

7. Tendo em conta a cronologia do Doc.A, um facto que poderá ter influenciado a


atitude ilustrada no Doc.E5 foram as Sublevações, de Trás-os-Montes ao Algarve,
contra o domínio Francês.

8.

• Uma confirmação do que é expresso pelo funcionário público, no Doc. G3 é a 3


“estes são os franceses que se apossaram do ouro que existe na cidade de Lisboa”.
Esta frase é, no meu entender, semelhante à seguinte “Roubar os vasos sagrados/
Com sacrilégio tremendo (…)”.
• “Este é John Bull [símbolo emblemático da Grã-Bretanha], muito zangado,
olhando os barcos que levam o ouro e a prata e o saque que os franceses pilharam
com tanto denodo, após a convenção (…)”.

Tarefa 6 - Questões

1. Porque parte a revolução do Porto?


Esta revolução parte do Porto, dado que o mesmo era não só a 2ª cidade do reino
como também um notável centro de atividade mercantil, onde se pontificavam
abastados burgueses ligados ao negócio dos vinhos, Doc.7b.

2. Quem preparou e executou a Revolução de 1820, ocorrida no Porto?


A revolução de 1820 foi preparada e executada pelo brigadeiro António da
Silveira, pelos coronéis Sepúlveda e Cabreira (Doc.8b 1,2) e pelos burgueses
Manuel Fernandes Tomás (doc.8d), José Ferreira Borges e José da Silva
Carvalho.

3. Qual a forma de governo que os revoltosos se propunham implantar?


Os revoltosos propunham-se substituir o regime absolutista por uma monarquia
constitucional, através de uma Constituição de caráter liberal:
"Nossos avós foram felizes porque viveram nos séculos venturosos em que
Portugal tinha um governo representativo nas cortes da Nação […]", doc.8c, e
"(…) haveis de estabelecer outra forma de governo, empregaremos todas as
nossas forças para [elaborar] uma Constituição que segure solidamente os
direitos da monarquia e os vossos […]", doc.8c.

16
Tarefa 7 – Continuação

1. Com base no conceito de vintismo (pág.82), transcreva do texto da Constituição


(Doc.11, págs.82-83):
• Afirmação que mostra a limitação das prerrogativas reais - "A soberania
reside essencialmente em a Nação. Não pode porém ser exercida senão pelos
seus representantes legalmente eleitos. […]" - Art.26º.
• Afirmação que mostra não ser reconhecida situação de privilégio à nobreza e
ao clero - "Todos os Portugueses podem ser admitidos aos cargos públicos, sem
outra distinção que não seja a dos seus talentos e das suas virtudes. […]" -
Art.12º.

Tarefa 8 - Questões

1. Porque se deslocou a corte portuguesa para o Brasil em 1807?


A corte Portuguesa deslocou-se para o Brasil em 1807, para fugir às invasões que
se iriam realizar por Napoleão Bonaparte.

2. De que condições favoráveis dispôs o Brasil desde que a Corte nele se instalou?
Desde que a corte Portuguesa se instalou no Brasil, este passou a dispor de
diversas condições favoráveis: Passou do estatuto de colónia portuguesa para o de
reino unido ao de Portugal; o seu comércio externo passou a ser livre; construíram-
se grandes obras públicas; e desenvolveram-se importantes obras científicas e
culturais.

3. De que modo o regresso da corte a Portugal, em 1821, contribuiu para a


independência do Brasil?
Após o regresso das cortes a Portugal, em 1821, estas queriam restabelecer o poder
defendendo: o regresso de D.Pedro a Lisboa; estatuto de colónia para o Brasil; e o
fim do comércio externo livre. Contudo estas imposições desagradaram o Brasil
que, acompanhado de D.Pedro, a 1822,proclamou a independência do Brasil.

Página 88, 2º manual

4. Este caráter antibrasileiro que verificamos nas cortes portuguesas é nos possível
ver nos seus decretos: No 1º, que ocorreu a 29 de setembro de 1821, é possível
verificar a exigência do regresso do príncipe real, que se encontrava no Brasil,
sugerindo/exigindo que o mesmo fizesse uma "desintoxicação" de toda a cultura,
das ideias e dos costumes brasileiros, solicitando que o mesmo passa-se mais
tempo "acompanhado por pessoas dotadas de luzes, virtudes, e adesão ao Sistema
Constitucional […]"; Nos decretos 2 e 3, é possível verificar que a maioria dos
deputados queria, efetivamente restituir o Brasil à condição de colónia, rejeitando
o estatuto de "Reino Unido", do que usufruía. Assim, tendo este objetivo em mente,
pretendiam controlar economicamente, através da imposição de restrições e altos
impostos, exercido pela coroa portuguesa no Brasil.

17
Pesquisas:
Sínteses, página 75:
9. As Invasões Francesas foram três: a 1ª Invasão, liderada pelo General Junot, que
decorreu desde 19 novembro de 1807 até Agosto de 1808; a 2ª Invasão, liderada
pelo Marechal Soult, decorreu em março de 1809 e teve fim no mesmo ano; e a 3ª
Invasão, liderada pelo Macheral Massena, que decorreu em agosto de 1810. Estas
invasões aconteceram como forma de resposta à não obediência de Portugal ao
Bloqueio Continental decretado por Napoleão Bonaparte. Este bloqueio
Continental tinha como objetivo proibir os países europeus de estabelecerem trocas
comerciais com Inglaterra e, ao mesmo tempo, impedir a entrada dos navios
Ingleses nos portos europeus, o que faria com que Inglaterra perdesse uma das
suas mais importantes fontes de rendimento, enfraquecendo-a economicamente.
A invasão de Portugal pretendia fazer com que a Inglaterra perdesse um aliado
estrategicamente importante, diminuindo o poder inglês e, ao conquistar o nosso
país, aumentar o império francês.
As invasões francesas tiveram um efeito devastador na economia e na sociedade
portuguesa. Para além das grutescas e frequentes destruições e roubos que as
tropas francesas faziam, tinham ainda um comportamento extremamente violento
para com a população portuguesa. Este fator por deixava a população portuguesa
enraivecida e ansiosa por uma mudança rápida! Esta começou por se encaminhar,
através da grande resistência popular aos invasores.
O povo, apoiado por alguns nobres e membros do clero, resistiu à violência e à força
dos invasores. O mesmo não aconteceu com o Rei, com a família real e com a Corte
portuguesa, que presenciando e antecipando a vinda das tropas de Napoleão, se
acobardou, retirando-se para o Brasil. Este alegava que, enquanto Rei não se
poderia deixar ficar cativo de Napoleão, caso este ocupasse a cidade de Lisboa. Esta
fuga pode até ter sido boa ideia para proteger a sua própria pele, bem como a de
sua família, mas acabou por trazer exorbitantes consequências para o nosso país,
não só em termos políticos, por não termos qualquer órgão para nos defender, mas
também economicamente.
No preciso momento em que partiu para o Brasil, o país ficou entregue à vontade
política Inglesa. Como forma de responder a estas Invasões, Inglaterra, a nossa
tradicional aliada, enviou para Portugal, tropas comandadas pelo general
Wellesley, para unirem forças ao nosso exército. Unidas as forças com o exército
português, fundaram então o exército anglo-português. Este fator foi essencial para
o desfecho vitorioso da nação portuguesa.
Como nem tudo são rosas, aquilo que começou por ser um apoio militar, acabou por
se traduzir, política e economicamente, numa longa presença britânica por todo o
pais, dado que o reino de Portugal tinha sido entregue ao Marechal Inglês
Beresford, que o comandava em nome do Rei D.João VI, que passara a residir no
Brasil, de forma despótica e de acordo com os interesses britânicos.
Como referi anteriormente, não ocorreram 1 mas 3 Invasões, invasões estas que
acabaram todas com o mesmo desfecho, a vitória de Portugal e a expulsão das
tropas Francesas. Ficaram conhecidas várias batalhas, como a Batalha da Roliça
ou do Vimeiro. Também ficou conhecida a linha de fortificações para a proteção da
cidade de Lisboa, as chamadas “Linhas de Torres Vedras”.

18
Numa perspetiva bem mais ampla, as invasões francesas, para além da destruição
provocada pelos anos de guerra, deixaram no nosso país outras consequências,
entre as quais ressalto as seguintes: A família real fugiu para o Brasil; Na ausência
do rei os ingleses dominaram o governo português; Perseguição aos suspeitos de
jacobinismo; As invasões francesas contribuíram para a divulgação das ideias
liberais; As invasões são responsáveis pela destruição e desorganização da
produção económica; A abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional;
Tratado de comércio com a Inglaterra que abria o mercado nacional aos têxteis
ingleses; A burguesia foi muito afetada economicamente.

Biografia:
Napoleão Bonaparte:

Ficha Biográfica

Ocupação: Imperador francês


Data do Nascimento: 15/08/1769, em Ajaccio,
França
Data da Morte: 05/05/1821, em Longwood
1º Reinado: 18 de maio de 1804 a 11 de abril de
1814
Coroação: 2 de dezembro de 1804
Sucessor: Luís XVIII
2º Reinado: 20 de março de 1815 a 22 de junho
de 1815
Esposas: Josefina de Beauharnais e Maria Luísa
da Áustria
Descendência: Napoleão II de França
Figura 1- Napoleão Bonaparte
Pai: Carlo Maria Bonaparte
Mãe: Maria Letícia Ramolino
Religião: Catolicismo

Carreira Militar

• Napoleão iniciou os seus estudos em Ajaccio e com 10 anos de idade ingressou no


colégio militar de Brienne, em França.
• Em 1784 ingressou na Escola Real Militar de Paris, onde começou a sua carreira.
• Aos 16 anos de idade já era subtenente de artilharia.
.

19
Revolução Francesa e Napoleão

• No dia 21 de janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi guilhotinado na Praça da Revolução
em Paris.
• No dia 2 de junho de 1793, os jacobinos (representantes da média e da pequena
burguesia e das classes populares) tomam a Convenção Nacional.
• Napoleão marcou presença na Revolução Francesa, inicialmente contra ela. Fiel à
monarquia à disciplina militar, condenou a insurgência popular.
• Aos poucos, os soldados do seu destacamento, começaram a juntar-se aos patriotas
na defesa dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
• Napoleão mudou de lado e entrou para o partido dos jacobinos. Nessa época, já
realizava missões secundárias pelo interior de França.
• Ainda em 1793, Napoleão teve sua grande oportunidade em Toulon. A cidade se
rebelara contra o novo governo republicano do país. O comandante da artilharia
local foi ferido na batalha e Napoleão assumiu o comando.
• Derrotou os revoltosos, sendo nomeado general de brigada, com apenas 24 anos.
• No dia 4 de outubro de 1795, Napoleão vence mais uma batalha, na revolta dos
partidários da monarquia. Em consequência recebe uma nova patente – é nomeado
comandante do Exército Francês.
• Nessa época conhece Josefina Beauharnais, viúva de um general guilhotinado na
Revolução. No dia 9 de março de 1796, realiza-se a cerimônia de casamento.
• Dois dias depois de casado, Napoleão partiu para a guerra na Itália, onde revela
seu extraordinário gênio militar.
• No comando do exército, derrotou as tropas da Itália e da Áustria, derrubando os
velhos regimes monárquicos e obtendo importantes conquistas territoriais para a
França.

O Golpe e a Instalação do Consulado

• A insatisfação na França era grande, a burguesia se ressentia da instabilidade


social e política.
• Em 1799, os girondinos (partido da alta burguesia) aliaram-se a Napoleão e juntos
deram um golpe derrubando o Diretório, no chamado “Golpe de 18 Brumário” (9 de
novembro de 1799).
• Napoleão é nomeado Primeiro Cônsul, depois Cônsul Vitalício. Em 1804, aclamado
pelo povo e sagrado pelo papa, Napoleão se nomeou Imperador da França.
• Napoleão foi coroado na catedral de Notre-Dame, pelo Papa Pio VII, com o título de
Napoleão I. Nesse mesmo ano, foi promulgado o Código Civil Napoleônico, inspirado
no direito romano.
• Napoleão Bonaparte cercou-se de uma corte suntuosa, os generais e os altos
funcionários recebem títulos de nobreza.
• Seus irmãos se transformam em monarcas: Joseph torna-se rei de Nápoles, Louis
rei da Holanda, Jerôme rei da Westfália. Elisa, sua irmã, torna-se grã-duquesa de
Toscana.
• Sem filhos para o suceder, separa-se de Josefina, e casa-se com Maria Luísa da
Áustria, filha de Francisco II e irmã de D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I. Enfim
teve um filho, mas que teve uma vida curta.

20
Império Napoleônico

• Como imperador da França, Napoleão implantou uma ditadura sem disfarce,


voltada para o atendimento e defesa dos interesses da burguesia.
• As liberdades políticas, individuais e de pensamento foram aniquiladas. Tudo
estava sob seu controle, a educação, a imprensa, intelectuais, estudantes,
operários.
• Tentando transformar a França em uma potência industrial e destruir a
prosperidade britânica, Napoleão entrou em guerra com várias coligações militares
lideradas pela Inglaterra.
• Em pouco tempo, seu exército conquista a Itália, os Países Baixos, a Polônia e
vários principados da Alemanha.
• Em 1806, na tentativa de arruinar a Inglaterra, decreta o Bloqueio Continental.
• Em 1808, usurpa o trono espanhol e nomeia seu irmão José Bonaparte como rei da
Espanha.
• Em 1812, com mais de 600 mil homens, Napoleão invade a Rússia, mas encontra
Moscou incendiada. Sem a base de apoio, enfrenta um inverno rigoroso e a
resistência do povo. Vencido, retira-se.

Prisão e Morte
• Em 1814, forças militares de vários países, liderados pela Inglaterra, invadem a
França, chegam a Paris e obrigam Napoleão a abdicar do trono francês e o levam
para a ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.
• Em 1815, Napoleão foge de Elba, entra em Paris e é aplaudido pelo povo e pelas
tropas. Reassume o poder e governa por cem dias.
• Em junho de 1815, seu exército é definitivamente derrotado, na batalha de
“Waterloo”, por tropas estrangeiras coligadas e comandadas pelo inglês Wellington.
• Napoleão foi preso e enviado para a ilha de Santa Helena, uma colônia inglesa
localizada no sul do Atlântico.
• Napoleão Bonaparte faleceu na ilha de Santa Helena, no dia 5 de maio de 1821,
depois de 6 anos de exilo.
• Em 1840, seus restos mortais foram transladados de Santa Helena para o Panteão
dos Inválidos, em Paris.

George Washington:

Ficha Biográfica
Ocupação: Político e militar norte-
americano
Data do Nascimento: 22/02/1732
Data da Morte: 14/12/1799
Pais: Mary Ball e Augustine Washington
Prêmios: Medalha de Ouro do Congresso;
Agradecimento do Congresso.
Esposa: Martha Dandridge (1759–1797)
Filhos: John e Patsy, adotados Figura 2- George Washington

21
Carreira militar
• Em 1751 George Washington ingressou na milícia local para lutar contra os
franceses e os índios. No mesmo ano, comandou um dos distritos militares do
Estado da Virgínia.
• Com a morte de seu meio irmão e tutor, em 1752, George herdou uma grande
propriedade em Mount Vernon, tornando-se um dos homens mais ricos da
Virgínia.
• No ano seguinte, chefiou a expedição que deveria submeter e exterminar alguns
contingentes de soldados franceses que haviam ultrapassado os limites de Ohio.
• Em 1754, recebeu a missão de estabelecer um forte onde hoje se localiza a cidade
de Pittsburgh, iniciando uma luta contra os franceses, derrotando as primeiras
forças enviadas ao seu encontro.
• Em 1755, George Washington assumiu o posto de comandante das milícias do
Estado da Virgínia para combater os franceses ali sediados.
• Depois de duas derrotas, recrutou um contingente de colonos da Virgínia e
preparou um ataque, vitorioso, contra o Fort Duquesne, em novembro de 1758.
• No mesmo ano, deixou o Exército e em 1759 casou-se com a rica viúva Martha
Dandridge, que tinha quatro filhos do casamento anterior.

Carreira Política
• Em 1759, George Washington foi eleito para o Parlamento de Virgínia, viu de perto
a insatisfação do povo em viver numa colônia britânica e logo se torna o líder da
oposição à política colonial britânica.
• Em 1765, o Parlamento Britânico aprovou o Stamp Act (Lei do Selo) um imposto
que obrigava o uso de um selo e o pagamento de uma taxa por qualquer transação
comercial.
• Os colonos criticaram abertamente a lei, pregaram o boicote às mercadorias
inglesas, depredaram a residência do Governador Hutchinson, em Boston, e
queimaram os selos nas ruas.
• Em 1770 desencadeou-se a violência, primeiro no “Massacre de Boston”, depois no
“Boston Tea Party” (1773), quando um grupo atirou ao mar todo o carregamento
de chá, em represália ao monopólio desse artigo concedido pela Inglaterra à
Companhia das Índias Ocidentais.
• George Washington foi um grande combatente da dominação inglesa nos EUA.
Como administrador de terras, revoltou-se contra o excesso de regulamentos
britânicos e os impostos cobrados.
• Porém, resolveu agir de forma moderada e política. Em 1774, o governador
britânico da Virgínia dissolveu a Assembleia, o que acirrou o ânimo para a criação
de em conflito armado.
• Em 1775, após as batalhas de Lexington e a de Concord, o Segundo Congresso
Continental se reuniu na Filadélfia, onde deram início à Revolução Americana ou
Guerra da Independência (1775-1781).
• No dia 04 de julho de 1776, no início da Revolução, foi assinada uma declaração
que proclamava: "Estas colônias unidas são e devem ser, de direito, Estados livres
e independentes".
• Estava assim declarada a Independência dos Estados Americanos.

22
Presidentes dos Estados Unidos
• Em 1787, George Washington foi chamado para retornar à política e escolhido
para presidir a convenção federal da Filadélfia.
• Propôs a votação da constituinte de 1787 e foi eleito, por unanimidade, em 4 de
março de 1789, o primeiro presidente dos Estados Unidos, derrotando John
Adams.
• George Washington tomou posse em 30 de abril de 1789. Reeleito por
unanimidade em novembro de 1792, iniciou o segundo mandato em janeiro de
1793.
• Recusou-se a concorrer ao terceiro mandato, o que estabeleceu um regulamento
para as eleições americanas.
• Após um discurso de despedida ao povo americano, em 19 de setembro de 1796,
retirou-se da vida pública em março de 1797.
• Porém, em 1798, a ameaça de uma guerra com a França foi levado a aceitar, em
3 de julho, a função de tenente-general e a chefia do comando do Exército, posto
que manteve a sua morte.
• A sua participação na política americana foi decisiva para que fosse considerado
o “Pai da Pátria”. Como forma de o homenagear, foi dada à capital Federal do
País, o seu nome – Washington.
• George Washington morreu em Mount Vermon, na Virgínia, no dia 14 de
dezembro de 1799.

Estátua da Liberdade:

O que é?
• A Estátua da Liberdade é um grande
monumento localizado nos Estados
Unidos.
• Ela foi declarada pela Unesco como
Patrimônio Mundial, em 1984.

Simbolização:

• É um ícone que simboliza a liberdade,


a democracia e a esperança do povo
estadunidense.
Figura 3- Estátua da Liberdade

O que representa?
• O monumento representa a deusa romana da liberdade: “Libertas”.
• Esta sustenta uma tocha na mão direita, que está estendida para o alto, e na
esquerda ela segura o Declaração da Independência dos Estados Unidos com a
data da Independência do país escrita em números romanos: 4 de julho de 1776.

23
Onde se situa?

• A Estátua da Liberdade está


localizada na Ilha da Liberdade –
Liberty Island, em Manhattan, Nova
York, Estados Unidos.
• Ela é avistada de vários locais da
cidade.

Sabias que…

• O nome oficial da Estátua da


Liberdade é “Liberdade a iluminar o
Mundo” - Liberty Enlightening the
Figura 4 - Liberty Island
World.

História:

• Em estilo neoclássico, a Estátua da Liberdade foi construída em cobre, aço e cimento.


• O monumento foi projetado pelo escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi (1834-
1904) e o engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923), que também trabalhou no projeto da
Torre Eiffel, em Paris.
• Ela foi oferecida aos Estados Unidos pelos franceses, em 1886, em comemoração ao
centenário da Independência do país.
• Sua construção ocorreu em Paris e as 350 partes do monumento foram enviadas de
navio para os Estados Unidos. Ela foi concluída em julho de 1884 na França e
inaugurada em 28 de outubro de 1886, em Nova York.

Curiosidades:
• Há diversas réplicas da Estátua da
Liberdade pelo mundo: França, Japão,
Brasil, etc.
• A Estátua da Liberdade pesa cerca de 225
toneladas, sendo considerada a mais pesada
do mundo.
• Atualmente é o ponto turístico mais
emblemático e visitado de Nova York. O
acesso ao local é feito por barcos ou balsas.
• Anualmente, a Estátua da Liberdade recebe
de 3 a 4 milhões de visitantes.
• Para visitar a Estátua é necessário subir as
escadas. Para subir ao pedestal são 215
degraus, já até a coroa são 354.
• O rosto da estátua foi inspirado no rosto da
mãe do escultor Frédéric Auguste Bartholdi.
• Na coroa da estátua existem 25 janelas as
quais simbolizam as joias encontradas
naquelas terras. Já os 7 raios da coroa
representam os sete continentes e os sete
mares do mundo.

24
Curiosidades da Revolução Francesa:

1ª – Qual o motivo do uso de perucas brancas?


Ao contrário do que muitos pensam, a moda das perucas brancas, que caracterizavam a
alta sociedade, não surgiram do nada e sem qualquer propósito, mas sim devido a 2
grandes motivos: a calvície do rei Luís XVI e a epidemia de piolhos originada no Palácio
de Versalhes, esta acabou por atingir toda a França.

2ª – O último pedido de Maria Antonieta antes da sua morte:


Antes de ser guilhotinada, a rainha Maria Antonieta terá pedido por um tempo para se
arranjar, para assim, morrer de maneira elegante.

3ª – Horário de Luís XVI:


Curiosamente o rei Luís XVI tinha o hábito de defecar sempre no mesmo horário. O que
começou por ser uma atividade do quotidiano do rei, passou a ser uma fonte de atração
para a sociedade, que passaram a assisti-lo.

4ª – A moda: De França para o mundo:

• A moda francesa também foi fortemente influenciada pelo período revolucionário,


tornando-se uma referência mundial. Se anteriormente, os trajes luxuosos e de
fortes cores distinguiam a nobreza dos mais pobres, agora o estilo “grego”, simples,
sem muitos babados e ornamentos passou a vestir diversos franceses de todas as
classes sociais.
• Este estilo de roupas certamente barateava a sua produção, o que facilitou a
promoção dos modelos franceses por toda a Europa e tornou a França uma referência
na moda do mundo todo.

Figura 5- Luís XVI com a sua peruca branca Figura 6- Moda Francesa Séc.XXI

25
Os principais filósofos iluministas e as suas ideias mais polêmicas:

John Locke (1632-1704)


• Filósofo inglês que defendia a liberdade de
expressão.
• Considerado o "pai" do que hoje chamamos de
liberalismo e fundador do empirismo, ou seja,
a ideia de que homem era uma folha em
branco, que se preenchia apenas com as
experiência.

A polêmica de Locke:
Além de não acreditar que Deus tinha poder sobre
o destino dos homens, o que era um escândalo na
época, Locke acreditava no direito de propriedade
como sendo natural do ser humano, e isso incluía
escravos. O pensador investia no tráfico de Figura 7- John Locke
escravos de pessoas negras e defendida a
liberdade e a tolerância, mas não aos homens
primitivos, ou seja, povos que não estavam ou não
sabiam como conviver com dinheiro.

Voltaire (1694-1778)

• O filósofo francês que tem uma imagem


marcada como símbolo da revolução iluminista,
que depois influenciou a Revolução Francesa.
• O pensador escrevia muito, foram mais de
setenta obras, em forma de livros, peças de
teatro, romances, poemas e outros.

Polêmicas que envolveram Voltaire:

Chegou a ser preso duas vezes por ser um crítico


mordaz da Igreja Católica, que na época interferia
muito no sistema político francês. Defendia uma
linha de pensamento conhecida por Liberalismo,
Figura 8- Voltaire que resguardava as liberdades civis. Se por um lado
isso soa positivo, suas ideias se espalharam de
forma controversa ao longo do tempo. Por exemplo,
na queda da monarquia e instauração de repúblicas
que, por sua vezes, aumentaram impostos para
financiar guerras de poder.

26
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

• Filósofo suíço que defendia a democracia


direta, onde cada indivíduo seria capaz de
participar de todas as decisões políticas,
ou seja, fazer prevalecer a soberania
popular.

As polêmicas de Rousseau:
Ao contrário de todos os outros iluministas,
Rousseau não acreditava no
individualismo, indo contra as teorias
liberalistas da época. Para ele, com a
igualdade não seria possível que as pessoas
tivessem propriedades privadas, e que o
bem estar social só seria possível se a posse
de bens acabasse. Ou seja: nada de bens Figura 9- Jean-Jacques Rousseau
próprios para ninguém, toda a gente
deveria ter as mesmas coisas, ser tratado da
mesma forma e ter o mesmo poder.

Montesquieu (1689-1755)

• Conhecido principalmente pela sua teoria


de separação de poderes - em Legislativo,
Executivo e Judiciário.
• Este filósofo francês fez parte da primeira
geração de pensadores iluministas e atuou
principalmente no ramo da política e da
psicologia.

Ideias polêmicas de Montesquieu:


Contra a monarquia absolutista, o filósofo
acreditava que o poder precisava ser dividido
em três âmbitos, para ser melhor controlado e
evitar o domínio absoluto por parte dos reais
da época. O problema dessa ideia é que ele
Figura 10- Montesquieu também defendia o critério censitário, ou seja:
apenas as pessoas com renda e propriedades
poderiam fazer parte da estrutura de poder,
inclusive votar. A população de camadas
empobrecidas ficariam de fora.

27
Denis Diderot (1713-1784)

• Devemos a este escritor e filósofo


iluminista francês a criação da primeira
enciclopédia do mundo.
• Como um grande defensor da expansão do
conhecimento, juntamente com Jean Le
Rond d´Alembert (1717-1783), o escritor
passou boa parte da sua vida organizando
pensamentos e conhecimentos da época,
para divulgar a filosofia iluminista no
mundo.
As polêmicas envolvendo Diderot:
Tudo que foi organizado por Diderot e
d´Alembert negava a influência de Deus na
humanidade. Toda ciência só poderia ser
alcançada pela razão. Denis desprezava Figura 11- Denis Diderot
qualquer forma religiosa e acreditava ainda que
a religião destruía paixões e desequilibrava o
homem.

Adam Smith (1723-1790)


• Filósofo e economista escocês, que é
considerado o pai da economia moderna e
o nome mais importante quando se fala
em liberalismo econômico.
• Adorado pela burguesia, é em seu livro A
Riqueza das Nações de 1776 que fala pela
primeira vez em conceitos de auto-
interesse e "mão invisível".

Ideias polêmicas de Adam Smith:

Contra a intervenção do Estado na economia,


a favor do livre mercado, Smith falava da
"mão invisível" que regia a economia, por
exemplo, a lei da oferta e da procura. Suas
Figura 12- Adam Smith ideias deram origem a uma filosofia voltada
para a riqueza, acumulação de capital, ou
capitalismo. O que, convenhamos, por si só já
é bastante polêmico!

28
Resumos:
O arranque Industrial

Espaço e Tempo
O processo de industrialização
iniciou-se em Inglaterra, na segunda
metade do Séc.XVIII.

Setores desenvolvidos:
Figura 5- Inglaterra
→ Algodoeiro (têxtil);
→ Metalúrgico;
Causas
→ Vapor.
→ Os avanços agrícolas;
→ O aumento demográfico;
→ O alargamento dos mercados;
→ A capacidade empreendedora dos ingleses;
→ O avanço tecnológico.

Indústria Têxtil

Devido a um aumento da procura (interna e


externa) e à abundância em matérias-primas
provenientes das colónias, houve progressos no
sector algodoeiro.

Graças aos melhoramentos na tecelagem, na


fiação e estampagem, houve um aumento
enorme na produtividade e na produção.
Figura 6- Máquina de fiar

29
Ciclo de Progresso

1º - Invenção da Lançadeira Volante.

Inventor: John Kay (c.1704-1780)

Resultados/Aplicações:

→ Maior velocidade na tecelagem.


→ Permitia aumentar a largura dos
tecidos.

Fonte de energia: manual

Figura 7- Lançadeira Volante

Ciclo de Progresso

2º - Spinning-jenny

Inventor: James Hargreaves (1720-1778)

Resultados/Aplicações:

→ Veio solucionar os problemas da 1ª


lançadeira.
→ Permitia a uma só fiadeira trabalhar 7
ou 8 fios ao mesmo tempo.

Fonte de energia: manual.


Figura 8- Spinning-jenny

Figura 9- Principais progressos

30
Metalurgia

→ Este sector foi, talvez, o sector mais importante


de todos, uma vez que é ele que fornece
máquinas e outros equipamentos para os outros
sectores se poderem desenvolver.
→ 1ª construção metalúrgica – Ponte de
Coalbrookdale – Figura 7.
→ Abraham Darby: utilizou na fusão do ferro, o
Figura 10- O carvão coque, em vez do carvão vegetal.
→ No Séc.XIX, o crescimento deste setor
intensificou-se.
→ A partir de 1830, a metalurgia tornou-se no
principal setor industrial.

Coque

→ Obtido a partir da hulha (tipo de


carvão);
→ Abundante no solo Inglês;
→ Não exigia, como o carvão vegetal,
a abate maciço de árvores, que
coloca grandes entraves à
expansão da Indústria.

Ferro

→ Mais barato;
→ Mais resistente;
→ Começou a substituir muitos
materiais.

Figura 11- Ponte de ferro, emblema da revolução industrial

31
Figura 12- A indústria metalúrgica

A força do vapor

James Watt:

→ Procurou usar o vapor como força


motriz;
→ Inventor da máquina a vapor.
→ Com ela foi possível mover teares,
martelos, locomotivas, todo o tipo
de maquinaria que outrora
dependeram da força animal ou
humana.
→ Tirou o “lugar” à manufatura. Figura 13- James Watt

Figura 14- A revolução do vapor

32
Consequências da Revolução Industrial
→ Grandes vagas de camponeses migraram para as cidades – êxodo rural, que
cresceram negras com o fumo das fábricas e se espraiaram em bairros pobres, de
habitação operária (péssimo em termos ambientais).
→ Aparecimento de uma nova classe – a Burguesia Industrial, que se elevou ao topo
da sociedade e do poder político, impondo os seus valores, a sua cultura e a sua
forma de viver.
→ Os transportes aceleraram-se e encurtam distâncias, fazendo circular mercadorias,
homens, notícias, ideias e novos hábitos.
→ O capitalismo tornou-se o sistema económico vigente.
→ Mudança de uma economia de base agrícola e artesanal para uma economia de base
industrial e mecanizada.
→ Aumento significativo de indústrias e, consequentemente, da produção.

Portugal – Dificuldades e Crescimento Económico

Portugal
→ País Europeu de
vocação atlântica;
→ Partilha os destinos da
Europa e as flutuações
Figura 15- Portugal - Séc.XVIII
do seu comércio.

Figura 16- Economia Global Séc. .XVII-XVIII

33
Século XVII Século XVIII
→ Grandes dificuldades → Mais propicio.
económicas. → Descoberta do ouro, no Brasil.
→ Tentativa de as resolver → Traz um desafogo financeiro
através das medidas breve, mas intenso (marca o
protecionistas. reinado de D.JoãoV).
→ No fim do século, é a política
económica do marquês de
pombal que dá os seus frutos –
período de acentuada
prosperidade.

Crise Comercial de finais do Séc.XVII

No séc. XVII, Portugal vivia,


sobretudo, da reexportação dos
produtos coloniais, sobretudo
daqueles que nos chegavam do
Figura 17- Portugal Séc.XVII Brasil.

Figura 18- Crise Económica

34
Características gerais da Economia Portuguesa
→ Exploração dos recursos dos territórios que constituíam o império: da Ásia ao Brasil.
→ O desenvolvimento interno e produtivo era menosprezado pela atividade do
comércio ultramarino.
→ A base da economia era o comércio do Atlântico, em especial do Brasil.

Riquezas que afluíam o reino


Modelo Económico do reino
→ Açúcar – Figura 15;
→ Base cerealífera e tradicional;
→ Tabaco;
→ Profundamente dependente do comércio
→ Madeiras;
colonial e do exterior;
→ Especiarias e produtos
→ Exportação de vinhos e do sal português.
vindos do Oriente.

Figura 19- O engenho do açúcar


Crise de 1670-1692
→ Fez-se sentir na Ásia e na zona atlântica.

Fatores

→ Conjuntura internacional adversa ao comércio colonial português.


→ Concorrência dos holandeses, franceses e ingleses no Oriente conduziu ao declínio da
hegemonia portuguesa.
→ A produção de açúcar e do tabaco, desenvolvida pelos holandeses e franceses, nas
Antilhas, provocou a queda dos preços.
→ Portugal perdeu mercados para os seus produtos ultramarinos.
→ As guerras da Restauração e as despesas elevadas acentuaram a dependência de
Portugal face à Inglaterra.
→ A navegação portuguesa sofreu ataques dos corsários.
→ As exportações do sal e do vinho português enfrentaram a concorrência francesa e
espanhola.
→ A adoção de políticas mercantilistas protecionistas, em França e na Inglaterra,
fechou os mercados aos produtos portugueses.

35
Política Mercantilista em Portugal

Objetivos
→ Dinamizar a economia
nacional;
→ Responder às dificuldades
conjunturais;
→ Assegurar as necessidades
internas;
→ Evitar as importações;
→ Aumentar as exportações.

Figura 20- Uma resposta à crise

Defensor das novas ideias

→ Introdução das manufaturas para diminuir


as importações;
→ Promoção de uma política de nacionalismo
económico;
→ Adoção de medidas para evitar a fuga de
metais preciosos;
→ Adoção de políticas para evitar a
dependência face ao estrangeiro;

Figura 21- Duarte Ribeiro de Macedo

O conde da Ericeira adotou as seguintes medidas

→ Promulgação das Pragmáticas;


→ Criação das manufaturas e reorganização de fábricas antigas;
→ Concessão de privilégios;
→ Proibição da importação de matérias-primas;
→ Publicação de regimentos para regulamentar a produção e a qualidade;
→ Contratação de artífices estrangeiros;
→ Criação de companhias comerciais, para o comércio colonial, em regime de monopólio.

36
A descoberta do ouro brasileiro e a sua apropriação pelo mercado britânico

Figura 22 - O ouro do Brasil

Os bandeirantes organizaram bandeiras, com objetivo de:

→ Encontrar novas riquezas, no interior do Brasil;


→ Prover novas fontes de rendimento para fazer frente à crise com
que o reino se debatia;
→ Explorar o interior do Brasil e delimitar as fronteiras do território
brasileiro;

A descoberta do ouro veio dar novo fôlego à


economia portuguesa, entre 1697 e 1750
→ No final do século XVII encontraram se
as primeiras jazidas no interior do
Brasil, na região de Minas.
→ O afluxo de metal precioso permitiu
resolver alguns dos problemas
económicos do reino.

Figura 23 - Os quintos do Brasil

37
A economia viveu um período de relativa prosperidade
→ Aumentou a moeda em circulação.
→ Possibilitou o recurso às importações.
→ Contribuiu para o abandono das políticas de fomento da produção interna.
→ Não diminuiu o défice comercial que passou a ser pago com o ouro brasileiro.

Portugal tornou-se num ponto de passagem do metal precioso

→ Devido ao contrabando ou aos fretes marítimos, assegurados pelos ingleses;


→ Devido ao aumento das importações;
→ A Inglaterra acabou por ser o destino preferencial do ouro do Brasil.

Figura 24 - Tratado de Methuen

Tratado de Methuen
→ As relações económicas entre Portugal e a Inglaterra foram marcadas pela sua
assinatura, em 1703;
→ Consagrava a admissão, sem restrições, dos tecidos de lã ingleses, no mercado
português;
→ Permitia a entrada dos vinhos portugueses em Inglaterra, a taxas favoráveis.

Figura 25- Os resultados

38
O Tratado de Methuen contribuiu para:

→ Canalizar os vinhos portugueses para o


mercado inglês;
→ Aumentar a importação dos lanifícios
ingleses;
→ Abandonar as restrições às importações;
→ Anular as leis anti sumptuárias –
pragmáticas;
→ Abrandar o surto manufatureiro;
→ Agravar o défice da balança comercial
portuguesa – Figura 22.
→ Garantir a supremacia económica da
Inglaterra;
→ A apropriação do ouro brasileiro pela
Figura 26- Balança comercial luso-britânica
Inglaterra.

Política económica e social de Pombal

Política económica pombalina

Figura 1- O estado da economia portuguesa segundo D.Luís da Cunha

39
Em 1750, a conjuntura económica era adversa:

→ Excessiva dependência da economia nacional face à Inglaterra;


→ Elevado défice da balança comercial;
→ Diminuição do afluxo do ouro e dos diamantes;
→ Dificuldade de colocação dos produtos coloniais no mercado internacional;
→ Produção
excessiva manufatureira
dependência reduzida e de fraca qualidade, asfixiada pela concorrência
da economia
inglesa;
nacional face à Inglaterra;
→ Comércio colonial sujeito à concorrência e aos interesses estrangeiros;
→ Agricultura atrasada e pouco produtiva;
→ Perda de qualidade, baixa de preço e recuo das exportações dos vinhos.

D. José ascendeu ao trono e procedeu a


reformas económicas com o objetivo de:
→ Diminuir as importações e reduzir a
dependência face aos ingleses;
→ Desenvolver a produção manufatureira;
→ Retirar o controlo do comércio nacional aos
estrangeiros;
→ Aumentar a produção agrícola;
→ Dotar o comércio colonial de uma maior
rentabilidade;
→ Equilibrar a balança comercial, no sentido
de promover a criação de riqueza.

Figura 2 - D.José I

Sebastião de Carvalho e Melo optou pela aplicação de medidas mercantilistas:

Figura 3- O marquês de Pombal Figura 4- A reorganização do grande comércio

40
1º - Criou companhias comerciais monopolistas na metrópole, apoiadas pelo Estado

→ Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro;


→ Companhia Geral das Reais Pescas do Algarve;

2º - Para o comércio ultramarino


→ Companhia da Ásia;
→ Companhia Geral do Grão-Pará e
Maranhão;
→ Companhia Geral de Pernambuco e
Paraíba.

Figura 5- Companhias criadas

3º - Criação da Junta do Comércio, em 1755:


→ O sucesso das companhias comerciais monopolistas dependeu da sua criação;
→ Regulava o comércio do ultramar;
→ Garantia e supervisionava a atividade mercantil;
→ Fiscalizava o contrabando;
→ Melhorou a organização do comércio;
→ Possibilitou o aumento da produção e das exportações;
→ Publicou medidas facilitadoras da circulação no reino.

4º - No domínio da indústria:
→ fomentou o desenvolvimento de
manufaturas – Figura 6;
→ criou novas fábricas, com o apoio
estatal;
→ concedeu privilégios e subsídios a
privados;
→ recorreu a mão de obra estrangeira
especializada;
→ reformou as corporações que resistiam
à inovação.

Figura 6 - O fomento manufatureiro

41
Política social pombalina
→ Valorizou a alta burguesia, considerada a base
social do desenvolvimento económico – Figura 29.
→ Defendeu os interesses dos grandes
comerciantes, concedendo-lhes privilégios;
→ Declarou o comércio atividade nobre;
→ Conferiu à alta burguesia um estatuto social
elevado;
→ Promoveu a criação de uma nova nobreza;
→ Consolidou a situação da alta burguesia, no
domínio do comércio e nas profissões liberais;
→ Aboliu a distinção entre cristãos-novos e cristãos-
velhos.

Figura 7 - O comércio, profissão nobre

A prosperidade comercial de finais do século XVIII

Figura 8 - Os resultados

As políticas económicas do marquês de Pombal produziram efeitos positivos, mesmo


para além do seu afastamento do governo:

→ O saldo da balança comercial melhorou;


→ 1780: pela primeira vez, em cerca de um século, Portugal vendeu à Inglaterra mais
do que comprou – Figura 30 e 31.
→ O saldo positivo teve tendência a manter-se, de forma irregular, até ao início do
século XIX.

Figura 9- Balança comercial favorável

42
A curva tendencialmente positiva da balança comercial foi consequência:
→ Do fomento manufatureiro;
→ Do aumento da produção agrícola com a introdução de novos produtos (milho, arroz
e batata);
→ Do incremento da indústria do sal e das pescas;
→ Do exclusivo colonial que protegeu o comércio português;
→ De uma conjuntura externa que fragilizou as principais economias europeias (guerra
da Independência Americana; Revolução Francesa).

A prosperidade comercial de finais do século XVIII assentou:


→ No Brasil, que manteve acrescida importância na economia portuguesa, não devido
ao ouro ou diamantes, mas aos produtos agrícolas e matérias-primas;
→ No comércio com África, nomeadamente Angola, base do tráfico de escravos que
aumentou a partir de 1790.

Construção da modernidade europeia:

Durante os Séc. XVII e XVIII estabeleceram-se os fundamentos da ciência moderna:

→ Resultou de um longo processo que beneficiou do Renascimento italiano;


→ Do Humanismo;
→ Dos Descobrimentos portugueses.

Contribuíram para questionar a autoridade dos Antigos, a tradição e o costume.

O início da ciência moderna foi marcado por


novos contributos na astronomia:
→ Nicolau Copérnico – 1473-1543: Defendeu
a Teoria Heliocêntrica: a terra gira em
torno do Sol – Figura 32.
→ Tycho Brahe – 1546-1601: Estudo sobre a
posição dos planetas.
→ Johannes Kepler – 1571-1630: Estabeleceu
o movimento elíptico dos planetas.

Figura 1- Modelo Heliocêntrico

43
Os contributos herdados do século XVI, levaram à valorização de novas atitudes face
ao conhecimento, nos séculos XVII e XVIII:
→ A observação direta e o experiencialismo;
→ O conhecimento assente num método rigoroso e na experiência, base da ciência
moderna.

O conhecimento assumiu-se como um processo composto por várias etapas:

Figura 2 - Etapas do conhecimento

Este desenvolvimento teve como principais


impulsionadores:
→ Galileu Galilei.
→ Francis Bacon.
→ René Descartes.
→ Isaac Newton.

Figura 3- Principais impulsionadores


Principais invenções e contributos:

Galileu Galilei
→ Construiu o primeiro telescópio.
→ Descreveu o movimento dos corpos na
Terra.
→ Aperfeiçoou a luneta astronómica.

Figura 4 - Galileu Galilei

44
As observações de Galileu foram fundamentais:
→ Basearam-se na experiência;
→ Abriram um novo caminho no conhecimento matemático e científico;
→ Puseram em causa o saber tradicional e académico assente no conhecimento
livresco;
→ Comprovaram a Teoria Coperniciana, defendendo o Heliocentrismo – Figura 32.

O aperfeiçoamento da luneta permitiu:


→ Fazer observações que comprovaram a teoria
de Copérnico;
→ Observar a lua descobrindo crateras, e
comprovando o relevo da superfície lunar;
→ Descobrir as manchas solares.

Figura 5- Luneta Astronómica

Galileu contribuiu para o nascimento da ciência moderna:


→ Usou métodos que colocaram em causa a autoridade dos antigos sábios;
→ Chocou as opiniões tradicionais, inclusive a teoria religiosa, teocêntrica, defendida
pela Igreja, como um dogma;
→ A condenação de Galileu revela que nessa época não havia ainda a noção de
tolerância.

Francis Bacon
→ Defesa de um novo método para
alcançar o conhecimento – Método do
Experiencialismo.
→ Defendia que apenas a observação de
factos concretos e de experiências nos
permitiria chegar ao verdadeiro
conhecimento através do raciocínio
indutivo.

Figura 6- Francis Bacon

Método do experiencialismo é baseado:


→ Na observação;
→ Na experiência;
→ Na indução (trabalhar partindo do
particular para o geral).

45
René Descartes

René Descartes teve papel relevante na


construção do pensamento científico:

→ evidenciou os princípios racionalistas


para o conhecimento do Homem e do
mundo;
→ estabeleceu o método científico.

Figura 7- René Descartes

Isaac Newton

Foi uma figura cimeira da “revolução


científica” do século XVII:

→ conjugou a razão, a observação, a


demonstração e a análise matemática;
→ formulou a lei da gravitação universal
que pôs fim à cosmologia Antiga;
→ demonstrou que o universo era
infinito;
→ demonstrou que o sistema solar se
regia por regras matemáticas.
Figura 8- Isaac Newton

3 leis de Newton

1ª lei: Lei da Inércia

2ª lei: Lei Fundamental da Dinâmica

3ª lei: Lei das Ações Recíprocas

Figura 9 - Axiomata Sive Leges Motus

Figura 10- Lei da Inércia

46
Os progressos no método experimental e no
conhecimento do Homem e da natureza
foram possíveis devido ao aparecimento de
novos instrumentos de observação e
medida:
→ Luneta astronómica – Galileu;
→ Barómetro aparelho que mede pressão
atmosférica – Torricelli – Figura 11.
→ Noção de vácuo – Pascal Blaise;
→ Termómetro;
→ Microscópio – Leewenhoek.

Figura 11 - Barómetro (experiência)

Resultado dos Progressos baseados no Método Experimental:

Os progressos no conhecimento do Homem e da natureza baseados no método


experimental abriram caminho à crença no progresso científico e técnico, que culminou
no século XVIII, com a Revolução Industrial.

Descobertas noutros domínios do conhecimento do Homem:

Figura 12- Rembrant, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632

1º - Anatomia
→ Melhor conhecimento e compreensão
do corpo humano e do seu
funcionamento.
→ Analisada e estudada por William
Harvey.

47
William Harvey

→ O contributo de William Harvey, um médico


inglês que descreveu o funcionamento do
coração e o sistema circulatório.
Figura 27- William Harvey → Pôs em causa as teorias clássicas de Galeno.

Novo espírito científico:


→ Apaixonou elites e soberanos que apoiaram as academias e os observatórios.

Tornaram-se meios de divulgação do saber:

→ As academias promoviam a ciência e difundiam os conhecimentos e as descobertas.


→ Os gabinetes de curiosidades, espécie de laboratórios improvisados e em pequena
escala, assumiam-se como lugares onde se criavam e exibiam instrumentos e se
demonstravam os fenómenos físicos.

A imprensa permitiu uma maior


circulação do saber:
→ Possibilitou o alargamento da
comunidade científica;
→ Contribuiu para divulgar as
novidades e as descobertas
científicas.

Figura 28- Ilustração de um Gabinete de Curiosidades

48
Filosofia das Luzes

Iluminismo
Movimento intelectual que se
desenvolveu na Europa do Séc.XVIII e
que se caracterizou principalmente
por defender o uso da razão sobre o da
fé para entender e solucionar os
problemas da sociedade.

Figura 1- Ilustração do Iluminismo

Principais características:
→ Crítica à autoridade política e religiosa;
→ Confiança na Razão como motor do Progresso ;
→ Afirmação da Liberdade e do Valor do Indivíduo baseados no Direito natural.

Progressos:
→ científicos;
→ morais – o aperfeiçoamento moral do
Homem;
→ sociais e judiciais: igualdade, liberdade,
tolerância, justiça, posse de bens, julgamento
justo e liberdade de consciência;
→ políticos – novas conceções: contrato social e
separação de poderes .
Figura 2- Iluminismo científico

A apologia da razão:

Figura 3- A luz da Razão

49
Kant – Análise Figura 3

→ Para Kant, o homem do iluminismo deve


libertar-se do “estado de tutela” que o
impede de usar a sua própria capacidade de
conhecimento.
→ O estado de tutela é a submissão ao saber
tradicional (o saber dominado pela Igreja).
→ Quando este refere “sapere aude”, pretende
afirmar que o homem deve confiar nas suas
próprias capacidades e atrever-se a usar a
sua Razão para chegar ao conhecimento.
Figura 4- Immanuel Kant

Figura 5- A luz da Razão

Diderot – Análise Figura 5

→ Para Diderot, tal como na religião cristã, a


fé na graça divina é o melhor caminho para
a salvação. Já na filosofia e no saber, a
confiança na Razão é o melhor caminho para
o conhecimento.
→ Segundo este, o filósofo não se deve limitar
somente à meditação, mas também
encontrar a verdade no fundo de si próprio,
isto é, deve usar as suas próprias
capacidades racionais.
→ Estas são as “Luzes de espírito” a que o
autor se refere.
Figura 6- Diderot

50
Apologia do progresso:

Figura 7- Condorcet Figura 8- A crença no progresso

Figura 7- Condorcet

Condorcet

Progresso Científico: Igualdade entre nações; Igualdade entre cidadãos da mesma


nação; Aperfeiçoamento moral do homem.

O direito natural e o valor do individuo:

Absoluta – Não – perde-se em Sociedade

Igualdade
Direito Natural

Relativa – Sim – define-se pela Lei

Cada indivíduo é livre, mas dependente


Liberdade do uso que faz da Razão para a sua
felicidade.

Figura 9- Esquema acerca do direito natural

51
Os espíritos das luzes são fundamentalmente burgueses:

Apesar de controlaram grande parte do comércio, de investir na banca, criar novas


formas de exploração Agrícola, via-se separado da vida política dos estados em
benefício da nobreza.

Iluministas – pensamentos em relação ao


direito natural:

→ A valorização da razão, que vinha a


estabelecer a igualdade perante todos os
homens, no qual punha em causa a ordem
estabelecida – Figura 10.
→ Consideravam o direito natural superior às
leis impostas pelo estado.
→ Consolidaram o conjunto básico dos
direitos inerentes à natureza humana:
direito à liberdade; julgamento justo;
direito da liberdade de consciência.
→ Combatiam contra a razão do estado,
dizendo que o homem tinha o direito de ser
respeitado.

Figura 10- A igualdade entre os homens

Neste direito natural estabeleceu-se uma moral natural e racional, no qual se baseava
na tolerância e na generosidade.

A defesa do contrato social

A liberdade e igualdade defendida pelos iluministas estava em contradição com a


autoridade dos governos, no qual John Locke teve a ideia de um contrato livremente
assumido entre o governo e os governantes – Contrato Social.

John Locke, XVII: direito natural + igualdade natural = Parlamentarismo


Contrato Social

Jean-Jacques Rousseau: Soberania Popular – contrato livremente


assumido entre governados e governantes e assente na força da lei.

Figura 11- Esquema acerca do contrato social

52
Jean-Jaques Rousseau

Figura 12- Fundamentos do poder político

Análise da Figura 12
1º parágrafo – Distingue as bases de poder ilegítimo e do poder legítimo:

→ Poder ilegítimo: baseia-se na força e não produz qualquer direito;


→ Poder legítimo: baseia-se num pacto ou contrato.

2ª parágrafo – Esclarece em que consiste o contrato social: Uma associação que tem
em vista o bem coletivo no qual estão compreendidos os bens de cada associado.

A defesa da separação dos poderes

Montesquieu, que admirava o regime, defendia um governo monárquico moderado e


representativo, no qual o soberano se governava pelas leis e vem as suas limitações
na separação do poder – Figura 13.

Separação dos poderes:


1. Poder legislativo – faz as leis
2. Poder executivo – encarregado de fazer cumprir as leis
3. Poder judicial – julgava os casos de desrespeito às leis.

53
Figura 13- A separação dos poderes

Análise da Figura 13
1º parágrafo – Defesa da separação dos 3 poderes.
2º parágrafo – Justifica o perigo que a reunião dos poderes legislativo e executivo podem
representar contra a vida e liberdade dos cidadãos, pois a concentração dos dois poderes
numa mesma pessoa ou grupo de pessoas resulta em tirania.

ll.19-25 – Justifica o mesmo perigo entre os poderes judicial e legislativo.

Humanitarismo e tolerância
→ Os iluministas insurgiram-se contra os
atropelos à dignidade moral, efetuada pelo
direito penal – Sobre os Delitos e as Penas
– Figura 15.
→ Outra bandeira das luzes foi a tolerância
religiosa: reforço da defesa da liberdade de
consciência – Figura 14.
→ Defesa da separação entre a igreja e o
Estado;
→ Crença no deísmo, isto é, crença num ser
supremo, ordenador do Universo;
→ Combate à intolerância, ao fanatismo e à
superstição, características das trevas e
não da luz irradiada pela Razão.
Figura 14- Voltaire e o Caso Calas

54
Beccaria

Beccaria publica “Sobre os delitos e as


penas”, onde condenava:

→ a forma violenta como tratavam os


homens no interrogatório, a inquisição
→ a forma como eram cumpridas as
sentenças.

Vozes como estas contribuíram para o


desenvolvimento da fraternidade humana.

Figura 15- Contra a tortura

Meios de difusão do iluminismo:

→ Correspondência entre reis e


filósofos mais conhecidos;
→ Salões aristocráticos e clubes
privados;
→ Cafés;
→ Academias;
→ Imprensa periódica (folhetos e
jornais clandestinos);
→ Lojas de maçonaria;
→ Enciclopédia.

Figura 16- Salões literários

Consequências:
→ A crítica violenta à sociedade, ao poder político e à igreja desencadeou uma onda
de mau estar.
→ Foram inúmeros os iluministas encarcerados, e as suas obras queimadas ou
colocadas no índex.
→ As propostas iluministas invadiram os salões, os clubes privados, as academias e a
imprensa periódica.
→ A enciclopédia criou um impacto maior na sociedade, apesar das duas primeiras
edições terem sido queimadas.
→ A enciclopédia permitia que a população visse os avanços da ciência e da técnica e
com o mundo das ideias iluministas.

55
Portugal- projeto pombalino de inspiração iluminista

Contextualização:
→ Muitos filósofos iluministas eram
favoráveis ao regime monárquico;
→ Os regimes monárquicos aceitam e
favorecem uma fundamentação racional
para reforçar o seu poder;
→ Surge o conceito de “déspotas iluminados”
– Reis que se fazem rodear de filósofos,
poetas e cientistas e governam com base na
razão e no saber.

Figura 1 - O despotismo esclarecido

Antecedentes:
Nos últimos anos do reinado de D.JoãoV, a diminuição das remessas de ouro do Brasil
e a doença prolongada do rei, desorganizaram a máquina governativa:

→ Descalabro financeiro;
→ Corrupção dos oficiais do reino e colónias;
→ Crise comercial;
→ Gastos excessivos;
→ Má arrecadação das receitas.

Necessidade

A- Reformar as instituições
Racionalizar o aparelho do Como?
estado.
B- Reforçar a autoridade do
Estado (pela submissão das
forças sociais)

A- Reformar Instituições

O novo ministro, Sebastião de Carvalho e Melo, entendeu de imediato que havia


necessidade de racionalizar o aparelho de Estado:

56
1º - Reforma Financeira

Objetivos

→ Mudar a política fiscal e financeira das


colónias;
→ Melhorar a cobrança de impostos no reino;
→ Combater o contrabando.

Meios
→ Dissolução da Casa dos Contos;
→ Criação do Real Erário Régio, controlado
por 4 pessoas apenas: Rei, Inspetor geral,
Escrivão e Tesoureiro – Figura 3.
→ Criação da Junta do Comércio – 1755.

Figura 3- Erário Régio

A junta do comércio era responsável:


→ Organização das frotas.
→ Fiscalização do comércio.
→ Pagamento de marinheiros.
→ Fiscalização de produtos proibidos.
→ Licença para a aberta de novas manufaturas.
→ Concessão de privilégios.
→ A cobrança de impostos, no qual o dinheiro deveria de sair do erário.

2º - Reforma Judicial

Objetivos
→ Credibilizar o sistema judicial;
→ Acabar com o clima de insegurança
e impunidade;
→ Uniformizar o sistema judicial em
todo o reino;
→ Acabar com os antigos privilégios de
foro.

Meios

→ Criação de abundante legislação.


→ Criação da Intendência Geral da
Polícia.

Figura 4- A reforma da Justiça

57
B- Reforçar a Autoridade do Estado

Reformas administrativas do Marquês de Pombal levaram a descontentamentos –


Figura 5.

Figura 5- A perseguição aos jesuítas

Figura 6- A perseguição aos jesuítas


Figura 5- Descontentamentos Sociais

Ordenação do espaço urbano – Antecedentes:

→ Terramoto de 1755, em Lisboa.

Consequências:
→ Destruição de grande parte da
cidade de Lisboa: a Baixa;
bairros do Rossio; Paço/palácio
real; Casa da Alfândega;
biblioteca real e ópera.
→ Pilhagens de corpos mortos.

Figura 7- Gravura do Terramoto

58
Necessidades:
→ Sepultar os mortos e cuidar dos vivos.
→ Reerguer a cidade com um traçado completamente novo: Planificação central,
Geometrismo, Racionalismo e Uniformidade.

Lisboa Pós-Terramoto:

Figura 8- Baixa de Lisboa (reconstruída)

O resultado de Eugénio dos santos, Carlos Mardel e Manuel Maia:

→ Ruas longas e amplas, com traçado retilíneo onde se localizava o poder.


→ Ruas com passeios, redes de esgotos e de água.
→ Edifícios semelhantes, no qual o rés do chão ficavam para comércio ou escritórios e
os de cima para habitar.

Figura 9- Lisboa pré-terramoto Figura 10- Projeto de reconstrução aprovado

59
Antecedentes:
→ Ensinada pelos jesuítas;
→ Tipos de ensino – Escolástico: rejeição de todas as novidades, centralização na
religião, memorização de longos textos das “autoridades”.
→ Instituições: colégios, Universidade de Évora – faculdades de Cânones, Teologia,
Leis e Medicina.

A reforma no ensino:
→ A reforma do ensino foi realizada já no final da
governação do marquês de pombal.
→ Principais iluministas: Luís António; Pina e
Proença; Ribeiro Sanches.
→ Esta reforma foi conseguida graças a um
imposto que foi posto - imposto literário.

Mudanças:

→ Retirada das licenças de ensino aos jesuítas;


→ Criação do cargo de Diretor Geral dos Estudos
Menores;
→ Criação de escolas gratuitas;
→ A real mesa censoria contratou os primeiros
professores (mestres) para as primeiras letras Figura 11- As bases do ensino público
e para disciplinas como o latim, grego e a
filosofia;
→ Inspirando-se em Ribeiro Sanches criou-se o
real colégio dos nobres, destinados aos nobres
• em regime internato, tendo disciplinas de

• caracter literário e científico.


→ Comerciantes: criou aulas do comércio, cabendo
à junta do comércio a sua manutenção. Nestas
aulas sabiam as regras de contabilidade e
conversão de pesos e de moedas.
→ Dividiu a universidade de Coimbra em 6
faculdades: teologia; cânones, leis, medicina,
matemática e filosofia.
→ Ciência: criação de um hospital escolar, um
observatório astronómico – Figura 12.
•→ Criação, em 1768, da Junta da Previdência
literária, incumbida de estudar a reforma da
universidade.
→ Foram estabelecidas novas bases de ensino:
retórica, filosofia, gramática grega e literatura
latina – Figura 11. Figura 12- O ensino das ciências

60
A Revolução Americana, Uma Revolução Fundadora:

Tempo e Espaço

→ A Revolução Americana foi a revolta


das colónias inglesas na América do
Norte, ocorrida entre 1775-1783, e
que resultou na constituição dos
Estados Unidos da América.

Figura 29- EUA atualmente

A vida nas Colónias

→ No século XVIII muitos Ingleses, Escoceses e Irlandeses abandonaram a Grã-


Bretanha por motivos religiosos e políticos e fundaram colónias neste novo território.
→ Em meados do séc. XVIII, a Inglaterra possuía treze colónias na costa atlântica do
continente Americano. Apesar de autónomas, uniam-se pela língua, pela religião,
pelos inimigos comuns (franceses e índios), pelo espírito de trabalho, pela forte
tradição de Liberdade de pensamento e pela submissão à coroa Inglesa – Figura 2.

Colónias do Norte e
Colónias do Sul
do Centro

•A base económica •Viviam da


era a Agricultura, agricultura, das
complementada plantações de
pela pesca, criação algodão e tabaco;
de gado, comércio e •Usavam mão-de-
construção naval.; obra escrava;
•Defendiam ideais •Produziam, muitas
democráticos e a vezes em regime de
tolerância entre monocultura, para
todos os povos. exportar para a
•Usavam Mão-de- metrópole.
obra livre.

Figura 30- As 13 Colónias Inglesas

61
Iluminismo nas Colónias Americanas

→ O iluminismo não ficou restrito à França e


expandiu-se não só pela Europa, como pela
América, tornando-se uma das principais
influências da Independência dos EUA e de
outros movimentos emancipacionistas
como a Inconfidência Mineira.
→ Os líderes da Revolução Americana foram
influenciados pelas ideias iluministas como
a Liberdade de Expressão, a Igualdade, a
Liberdade de Imprensa e a Tolerância
Religiosa. Como os colonos americanos não
tinham esses direitos, motivou-os também
a revoltarem-se contra a Inglaterra pela
independência.
Figura 31- Iluminismo na América

Antecedentes/Causas

→ Contestação ao sistema de
exclusividade do comércio, uma vez
que as colónias só podiam comprar e
vender produtos a Inglaterra;
→ Consequências da Guerra dos 7
anos (1763): para fazer face às
despesas, o Parlamento britânico
aplicou nas colónias novos impostos;
→ Insatisfação perante os impostos
sobre o chá, açúcar e papel selado –
Figura 5;
→ Ausência de representação das
colónias no Parlamento inglês;
→ Sobrecarga fiscal.

Figura 32- Guerra dos 7 anos

62
A- Resolução do Congresso sobre a Lei do 4- O povo das colónias não está, e por
Imposto de Selo (1765-10-19) circunstâncias locais não pode estar,
representado na Câmara dos Comuns da
1- Os súbditos de Sua Majestade nas
Grã-Bretanha.
colónias devem a mesma fidelidade à
Coroa da Grã-Bretanha que os súbditos 5- Os únicos representantes das colónias
do reino, e toda a obediência ao são os seus eleitos. Nenhum imposto
parlamento da Grã-Bretanha. poderá ser constitucionalmente exigido
2- Os súbditos de Sua Majestade nas deles, a não ser através das suas
colónias podem pretender os direitos e assembleias legislativas. […]
liberdades inalienáveis dos súbditos do
8- A última lei do Parlamento, intitulada
reino da Grã-Bretanha.
“lei para decidir e tributar o imposto de
3- A liberdade de um povo e o direito
selo e outros direitos nas colónias e
reconhecido dos Ingleses baseiam-se
plantações da América” […] e as outras
essencialmente no facto de que
leis […] têm como objetivo destruir os
nenhum imposto poderá ser decidido
direitos e as liberdades dos colonos. […]
sem o seu consentimento ou o dos seus
representantes. Em Henry S. Commager, 1968 – Documents of
American History, Nova Iorque,
Appelton-Croft-Century

Figura 33- A luta contra os impostos

A Revolta dos Colonos

→ O início da revolta geral dos colonos


aconteceu quando os ingleses
decretaram a Lei do Chá, que
determinava que o chá nas Treze
Colônias somente seria vendido pela
Companhia das Índias Orientais.
→ A insatisfação com a lei levou 150
colonos, disfarçados de índios, a
invadirem o porto de Boston durante
Figura 34- Boston Tea Party – 16/12/1773 a madrugada, atacarem três navios e
jogarem ao mar 340 caixas de chá.
→ Este acontecimento ficou conhecido
como Boston Tea Party – Figura 6.

63
1º. Congresso de Filadélfia

Em que consistiu este congresso? Quando e Onde


se realizou?

Consistiu numa convenção entre os 12 delegados


das treze colónias (com exceção da Geórgia). Este
ocorreu a 10 de setembro de 1774, na Filadélfia,
Pensilvânia.

Principal Objetivo do Congresso:

Pedir o fim dos impostos e entraves ao


desenvolvimento das colónias, fazendo-o através
de uma carta escrita ao rei George III e ao
Figura 35- 1º Congresso de Filadélfia
Parlamento do Reino Unido.

Como reagia a População Americana face a tudo


isto?

A população Americana já estava bastante


enraivecida com a Grã-Bretanha dado que a
metrópole já tinha interferido demasiado
economicamente na sua colónia. A situação
rapidamente tomou um rumo ainda mais
desvantajoso, visto que, após os acontecimentos
da Festa do Chá de Boston, a Grã-Bretanha
impôs as leis mais ultrajantes, as apelidadas, de
Leis Intoleráveis.
O que ficou estabelecido neste Congresso?

O Primeiro Congresso Continental, em geral,


firmou a soberania das associações e tentou
cancelar as Leis Intoleráveis. Não satisfeitos com
o congresso, o governo inglês ordenou a
destruição de um depósito de armas dos colonos
(Batalhas de Lexington e Concord). Em 1775, os
conflitos armados deram o início à guerra da
independência.

64
2º. Congresso de Filadélfia

Em que consistiu este 2º. Congresso? Quando e


Onde se realizou?

Foi uma convenção de delegados das Treze Colônias


que se reuniram a partir de 10 de maio de 1775, na
Filadélfia, Pensilvânia, logo após ter começado a
luta na Guerra da Independência dos Estados
Figura 36- 2º Congresso de Filadélfia Unidos.

Declaração da Independência dos EUA:

Dada a intransigência do governo inglês, os colonos


juntos firmaram um documento em grande parte
redigido por Thomas Jefferson: a Declaração da
Independência dos Estados Unidos – Figura 9.
Em tal ocasião, também se deu a consagração de
George Washington como primeiro comandante do
Exército Continental, formado pelas milícias das
colónias.

Figura 37- Declaração da Independência dos EUA

65
Batalha de YorkTown

Quando e Onde se realizou?

A Batalha de YorkTown ocorreu em 1781 durante


a Guerra de Independência dos Estados Unidos
entre 26 de setembro e 19 de outubro de 1781.

Apoio Francês:

Nesta batalha, as forças rebeldes dos Estados


Unidos foram apoiadas pelos franceses contra as
tropas do Reino da Grã-Bretanha.
Figura 38- Batalha de Yorktown
Quais foram os comandantes?
Os seus principais comandantes foram George
Washington e Marquês de La Fayette, pelos
franco-americanos, e Lorde Cornwallis dos
ingleses. O resultado foi uma decisiva vitória para
os rebeldes.

Fim da Resistência:

A rendição inglesa em YorkTown marcou o fim da


resistência armada britânica à independência dos
Estados Unidos. Dois anos depois, um tratado foi
assinado entre os países, colocando um fim nas
hostilidades.

Consequências da Revolução Americana

→ Consolidação dos Estados Unidos enquanto nação independente;


→ Os ideais iluministas defendidos pelos americanos inspiraram movimentos de
independência noutras partes da América, inclusive no Brasil;
→ Republicanismo consolidou-se como alternativa política.
→ No Séc.XIX, as colônias espanholas, por exemplo, converteram-se em repúblicas, após
conquistarem a sua independência;
→ Declínio do domínio colonial da Inglaterra na América continental;
→ França e Espanha recuperaram parte dos seus territórios na América, após a derrota
Inglesa na guerra.

66
Modelo Político Americano

→ O modelo político adotado pela jovem nação veio a ser o de uma República Federal, a
república dos Estados Unidos da América, consagrada na Constituição de 1787.
→ Segundo esse modelo, um governo central poderoso ocupava-se das questões
militares, monetárias e das relações internacionais, enquanto os vários estados
federados gozavam de uma grande autonomia.
→ O governo central ou federal assentava na divisão dos poderes que se fiscalizavam
mutuamente.

Constituição Americana de 1787

→ Determinou que a forma de governo fosse


uma República Presidencialista Federativa.
→ O poder estaria dividido em Executivo,
Legislativo e Judicial;
→ Unificou o sistema monetário e as medidas
que seriam utilizadas;
→ Os estados deveriam respeitar os direitos
individuais dos cidadãos;
→ Estabeleceu o Sistema Bicameral: Congresso
dos Deputados e Senado;
→ Criou-se a Suprema Corte;
→ O Chefe de Estado e do Governo seriam
eleitos pelos cidadãos livres, através do
Colégio Eleitoral.

Figura 39- Constituição de 1787

67
Revolução Francesa

Tempo e Espaço

→ A Revolução Francesa, iniciada no dia


17 de junho de 1789, em França, foi
um movimento impulsionado pela
burguesia e contou com a participação
dos camponeses e das classes urbanas
que viviam na miséria.
→ A 14 de julho de 1789, os Parisienses
arrebataram a prisão da Bastilha
desencadeando profundas mudanças
no governo francês.

Figura 1- Império Napoleónico em França (1804-1815)

Contexto Histórico

→ No final do século XVIII, França era um país maioritariamente agrário, com a


produção estruturada no modelo feudal. Isto significava que existiam impostos e
licenças que só eram válidos para determinadas regiões.
→ O poder político estava concentrado no rei e num pequeno número de auxiliares.
→ Por isso, para a burguesia e parte da nobreza era preciso acabar com o poder absoluto
do rei Luís XVI.
→ Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, a Inglaterra, principal rival,
desenvolvia o processo de Revolução Industrial.

Fases da Revolução Francesa

1ª Fase – Assembleia Nacional


Constituinte (1789-1792);

2ª Fase – Convenção Nacional


(1792-1795);

3ª Fase – Diretório (1795-1799).

Figura 40- Revolução Francesa – Fases

68
Divisão da Sociedade

A sociedade francesa era estamental, dividida em três estados ou ordens e sem qualquer
mobilidade social, que mantinha os privilégios de nascimento da nobreza.

Rei

1º Estado -
Clero

Clero:
2º Estado - Nobreza Alto – Bispos e Abades (origem nobre).
Baixo – Padres (origem popular).

3º Estado - Povo e Nobreza:


Burguesia De sangue – Herdeiros da nobreza
feudal. De toga – Burgueses que
compravam ou ganhavam títulos de
Figura 3- Pirâmide Social
nobreza.

3ºEstado:
Burguesia – Alta, média e pequena.
Povo – Camponeses, trabalhadores
urbanos e desempregados.

Figura 4- Uma sociedade desigual

69
Causas da Revolução Francesa

→ A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, queria acabar


com as barreiras que restringiam a liberdade do comércio internacional. Desta forma,
era preciso que se adotasse em França, segundo a Burguesia, o Liberalismo
Econômico;
→ A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem
sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos.
Apesar de ser a classe social economicamente dominante, a sua posição política e
jurídica era limitada;
→ O gasto com guerras, que pesou na economia do país: França participou na Guerra
da Independência dos Estados Unidos, fator que empobreceu os seus cofres públicos
em mais de £2 bilhões, e perdeu na Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra;
→ A assinatura do Tratado de Livre-Câmbio, em 1786, com a Inglaterra (vinhos
franceses em troca de tecidos ingleses) que levou à falência das indústrias Francesas
e aumentou o descontentamento burguês;
→ As ideias iluministas, que influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas:
Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da
bandeira e também no hino da França – Figura 6;
→ Além disso, o Quadro econômico em França era péssimo e a Fome ameaçava a
população: Secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria, e havia
escassez de alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população – Fig. 7.

Figura 5- A crise económica

70
Iluminismo

→ O iluminismo propagou-se entre os Burgueses e


propulsionou o início da Revolução Francesa.
→ Este movimento intelectual fazia duras críticas
às práticas econômicas mercantilistas, ao
absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero e à
nobreza.
→ Os autores mais conhecidos foram Voltaire,
Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.

Figura 6- Iluminismo - Uma das Principais Causas

Crise Económica e Política

→ A crítica situação econômica, às vésperas


da revolução de 1789, exigia reformas,
mas gerava uma crise política. Esta
agravou-se quando os ministros
sugeriram que a nobreza e o clero
deveriam pagar impostos.
Figura 7- Da Crise Financeira à Crise Generalizada

71
Assembleia dos Estados Gerais – 1789

Pressionado pela situação, o rei Luís XVI convoca os Estados


Gerais, uma assembleia formada pelos três estamentos da
sociedade francesa: Figura 4 e 8.

→ O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para


que as votações das leis fossem individuais e não por
Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia
impor normas que os favorecessem.
→ No entanto, o Primeiro e o Segundo Estado recusaram
esta proposta e as votações continuaram a ser
realizadas por Estado.

Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro


Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero) separam-se da
Assembleia. Em seguida, declaram-se os legítimos
representantes da nação, formando a Assembleia Nacional
Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse
pronta a Constituição – 17/07/1789.

Figura 8- A palavra aos Franceses: Os Cadernos de Queixas

72
1ª Fase: Assembleia Nacional Constituinte – 1789-1792

→ Todas as funções que o monarca


deveria executar passaram a caber
á Assembleia Nacional. Em
consequência, a Nação Soberana, e
não Deus, tornou-se a fonte do
Poder Legislativo e a nova
Autoridade Política.
→ A 20 de junho, desse mesmo ano, os
seus deputados pronunciaram o
célebre Juramento da Sala do Jogo
da Pela – Figura 9. Assim, esta
Constituição representava o fim do
absolutismo monárquico em
França;

Figura 9- O Juramento da Sala do Jogo da Pela

Tomada da Bastilha

→ Em Paris, a 14 de julho de 1789, o povo invadiu a


antiga prisão da Bastilha, num momento que
representou, simbolicamente, o fim do Antigo
Regime;
→ Nos finais de julho e inícios de agosto, na zona
rural, os camponeses invadiram castelos,
incendiaram plantações e massacraram membros
da nobreza e do clero (o Grande Medo), como
forma de protesto, lutando pela emancipação
Figura 10- Tomada da Bastilha
completa da terra e pela libertação individual das
cargas feudais – Figura 13.
→ A basílica foi destruída e o governador
massacrado.

73
Decisões da Assembleia Constituinte

1ª- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Figura 11:

→ Todos têm direito à Liberdade e à defesa da propriedade privada;


→ Rejeita o Absolutismo;
→ Legitimar as conquistas obtidas em relação ao rei e aos privilegiados;
→ Fundamentasse a futura constituição.

2ª- Abolição dos Direitos Feudais – Figura 12:

→ Abolição das corveias e servidões;


→ Supressão da dízima à Igreja;
→ Possibilidade de resgatar rendas e foros;
→ Eliminação das jurisdições privadas
→ Supressão da venalidade (compra) dos cargos públicos;
→ Livre admissão aos empregos públicos civis e militares.

3ª- Aprovação da Constituição Civil do Clero :

→ Confisco das terras da Igreja e subordinação dos seus membros ao Estado francês.
→ Clero Secular: é-lhes atribuído a simples qualidade de funcionários do Estado; era-
lhes exigido um juramento de fidelidade á nação e ao rei.
→ Clero Regular: ficou condenado à extinção, em virtude da supressão das ordens e
congregações religiosas.

4ª- Reorganização Administrativa e Económica:

Nova organização administrativa

→ Mais descentralizada.
→ As antigas províncias deram lugar a 83 departamentos, divididos em comunas,
distritos e cantões.
→ Os órgãos eleitos e os funcionários pagos pelo Estado encarregavam-se de aplicar
as leis, superintender no ensino, na salubridade, nas obras públicas, no
policiamento, na cobrança de impostos e no exercício da justiça.
→ Estabeleceu uma nova fiscalidade: todos os grupos sociais ficaram sujeitos ao
imposto direto sobre receitas e rendimentos.

Organização Económica

→ Eliminação das alfândegas internas e dos monopólios.


→ Previu-se um uniforme sistema de pesos e medidas que facilitassem as trocas.
→ Agricultura: Liberdade de cultivo e de emparcelamento; Mantiveram-se os
Baldios,
→ Indústria: Medidas mais radicais – Aboliram as corporações e declarou-se a
liberdade da empresa – Liberdade Económica.

5ª- Promulgação da Constituição de 1791:

→ Estabelecia o voto censitário e a tripartição dos poderes .

74
Figura 11- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Figura 12- A abolição dos direitos feudais

Figura 41- "O Grande Medo"

Monarquia Constitucional – 1791-1792

→ Luís XVI aceitou a Constituição, contudo foi apanhado a tentar fugir com sua família
para a Áustria e preso no Palácio das Tulherias;
→ As monarquias absolutistas da Europa começaram a organizar uma ofensiva contra
a França e, diante da invasão prussiana, a Assembleia convocou todos os cidadãos à
guerra;
→ A multidão, enfurecida, invadiu o local onde o rei estava preso, considerando-o um
traidor. Os revolucionários aboliram a monarquia e proclamaram a República .

75
A constituição de 1791

→ Ficou consagrada em França;


→ Votada pela Assembleia Nacional e jurada pelo rei;

Impôs:

→ O governo foi transformado numa Monarquia Constitucional – Figura 14;


→ O cumprimento dos Direitos do Homem e do Cidadão;
→ O cumprimento da Soberania Nacional, sob a qual a Nação residia;
→ A Nação, declarada una e indivisível, era constituída por todos os cidadãos sem “outra
distinção que não fosse o mérito e o talento”;
→ O cumprimento da Separação dos Poderes – o poder executivo caberia ao rei, limitado
pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
→ Os deputados teriam um mandato de dois anos;
→ Foi instituído o Sufrágio Censitário (só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima) e
o direito de voto de cada cidadão era exercido de forma indireta;
→ Suprimiram-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
→ Os critérios de fortuna distinguiam os cidadãos ativos dos passivos – Para se ser ativo
era necessário o pagamento de um imposto direto igual ou superior ao valor de 3 dias de
trabalho e tinham de ter mais de 25 anos.
→ A abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
→ Manteve-se a escravidão nas colônias;
→ Foi instituído um Sistema Representativo;
→ Os cidadãos passivos eram excluídos do Sufrágio e dos Direitos políticos;
→ As mulheres estavam afastadas da cidadania – Figura 15.

Figura 42- A Monarquia Constitucional Figura 15- Livres mas não Cidadãs

76
2ª Fase: Convenção – 1792-1795

→ Devido às tensões, a alta Burguesia viu-se obrigada a tirar todo o poder político de
Luís XVI, assim, antes da Monarquia Parlamentar cair, proclamou a República
Girondina com intenção de assegurar os interesses e o poder político do Estado.
→ A Convenção Nacional (Regime Político que vigorou em França) era formada,
essencialmente, pelos Jacobinos e pelos Sans – Culottes , sendo também vasta a
presença dos Girondinos, que condenavam o radicalismo desta revolução.
→ Esta convenção foi criada com vista para a construção de um novo mundo na França
Revolucionária.

Girondinos e Montanheses

→ Embora ligados ao Clube Político


dos Jacobinos e sendo Republicanos
e Burgueses, os deputados da
Convenção apresentavam projetos
diferenciados, o que esteve na
origem de significativas polémicas.
→ Assim, distinguiam-se entre eles:

Figura 43- Convenção

Figura 44- Girondinos vs. Montanheses

77
Julgamento de Luís XVI

→ A arbitrar os diferendos estavam os


deputados da Planície.
→ Podemos presenciar a diferença entre as 2
Figura 18- Condenação de Luís XVI ideologias, através da análise do julgamento
de Luís XVI – Figura 17:

Figura 45- Julgamento de Luís XVI

O veredito dos deputados é conhecido:

→ 387 pronunciaram-se a favor da pena


de morte – Montanheses;
→ 334 votaram contra – Girondinos.

Assim, em 21 de janeiro de 1793, o mesmo


foi executado na guilhotina – Figura 18.

78
Pressão dos Sans-Culottes

Desde a suspensão do rei, a 10 de agosto de 1792, e


principalmente, desde a proclamação da República, o
rumo da Revolução, foi maioritariamente determinado
pela ação popular dos Sans-Culottes, caracterizados por
serem:

→ Um grupo essencialmente urbano, formado por


artificies, lojistas e alguns operários;
→ Patriotas e Trabalhadores;
→ Adeptos de uma Democracia Direta – Adeptos das
Figura 46- Sans-Culottes manifestações populares no que dizia respeito às
decisões parlamentares e, inclusive, na sugestão de
alterações da Constituição.
→ Frequentadores das sociedades populares, dos
clubes e das assembleias de secção, onde votavam
verbalmente;
→ Elaboravam moções e petições que, no meio de
ruidosas manifestações, faziam chegar à Convenção.

Figura 47- A força dos Sans-Culottes

79
Afastamento dos Girondinos

A pressão dos Sans-culottes sobre a Convenção era tão grande que acabou por afastar
a fação moderada dos Girondinos (inícios de julho);

A Convenção, dominada agora só pelos Montanheses, aos quais os Sans-Culottes


nutriam companheirismo e simpatia, votou numa nova Constituição, que ficou
conhecida como a Constituição do Ano I – Figura 20:

Constituição do Ano I

→ Mais democrática;
→ Instaurava o Sufrágio universal
direto (reservado ao sexo
masculino) na escolha para a
Assembleia Legislativa.

Figura 48- Constituição do Ano I

Estalara-se uma insurreição federalista,


instigada pelos Girondinos, monárquicos e
católicos sublevavam-se contra tropas
republicanas;

A França debatia-se com uma vasta coligação


de países europeus, entre os quais incluíam: a
Áustria, a Prússia, a Inglaterra, a Espanha, a
Rússia, Portugal e estados alemães e italianos
– Figura 21.

A mesma reagia à política de anexações


territoriais da Convenção e à execução de Luís
XVI, que tanta repulsa causara na Europa.

Figura 49- A Revolução em Perigo (1792-1794)

80
O Governo Revolucionário e o Terror

Profundamente centralizado e ditatorial, o governo revolucionário colocou o interesse


do Estado Republicano acima dos seus interesses privados:

Figura 22- Órgãos para a Administração Figura 23- Medidas da Convenção

81
Período do Terror

A lei dos Suspeitos semeou a denúncia e a arbitrariedade,


levando ao encarceramento de cerca de 300 000-500 000
pessoas.

Em paris e na província os tribunais revolucionários


condenaram à morte cerca de 17 000 suspeitos;
Acrescentando as mortes na prisão e outras execuções,
calculam-se em cerca de 40 000 as vítimas do Terror.

Entre essas vítimas encontramos: a Rainha Maria


Antonieta, Madame Roland, Brissot, Vergniaud, Bailly,
todos os políticos girondinos, e até o químico Lavoisier.
Embora repleta de vanguardismo e de antecipações
demográficas, a obra da Convenção foi ditatorial e
profundamente repressiva.

Conquistas

Figura 50- Conquistas

82
O fim do Governo Revolucionário e da República Jacobina

O radicalismo jacobino teve os seus dias contados e


o governo revolucionário acabou vítima dos seus
excessos.

Ardoroso defensor da unidade republicana,


Robespierre mandou executar todos os que o
Figura 51- Fim do Terror criticavam. Entre ele, Danton, que gozava de grande
popularidade e ousara falar na reconciliação
nacional;
A 9 do Termidor uma conjura da Convenção afastou
Robespierre do poder e executou-o sumariamente;

A fase mais radical e violenta da Revolução Francesa


tinha chegado ao fim.

Figura 52- Bandeira com os princípios da Revolução

Resultados do fim da Convenção

→ Restabelecimento da liberdade de preços.


→ Promulgação de uma nova Constituição, que estabelecia que o Poder Executivo
seria exercido pelo Diretório, além do retorno do voto censitário .

83
3ª Fase: O Diretório – 1795-1799
A 22 de Agosto de 1795, foi aprovada, pela Convenção, a Constituição do Ano III, que
deu origem ao Diretório – Figura 25. Este foi uma forma de Governo Constitucional
que vigorou entre Outubro de 1795 e Novembro de 1799. Em termos sociais e políticos:

→ Afastou-se das fações mais radicais.


→ Setores mais moderados da burguesia ascendem.
→ Garantiu o controle do poder.

Sendo os principais inimigos dos Jacobinos, o seu primeiro ato é revogar todas as
medidas que eles haviam feito durante sua legislação.

Figura 53- Diretório

Constituição do Ano III


→ Destinada a restabelecer a ordem e a concórdia
sob a égide da Burguesia.;
→ Continha a Declaração Dos Direitos e dos
Deveres, que era portadora de uma nova
conceção de igualdade (“A igualdade consiste no
facto de a lei ser a mesma para todos”) e
defensora da Propriedade e da Liberdade
Económica;
→ Restabeleceu o Sufrágio Censitário Indireto;
→ Os eleitores deveriam ter uma idade  aos 25
anos, e ser proprietários ou possuidores de um
rendimento  a 200 dias de trabalho;
→ O poder Legislativo foi entregue a duas
assembleias: Concelho dos Quinhentos, que
propunha as leis, e o Concelho dos Anciões, que
as votava; Elas não podiam funcionar
Figura 54- Constituição do Ano III
separadamente.
→ O poder Executivo pertencia aos 5 diretores,
que não podiam ser demitidos ou dissolver os
Concelhos – Figura 27.

84
Figura 55- Constituição do Ano III - Esquematizada

Causas – Fim do Diretório


→ Prosseguia a guerra da França contra a Europa.
→ O período do Diretório coincidiu com um tempo de crise económica e de
especulação e corrupção.
→ Esta Crise Económica agravou-se e os contrastes sociais eram mais chocantes
que nunca – Figura 28.
→ Os novos-ricos exibiam-se despudoradamente (sem-vergonha), enquanto os
assalariados sofriam com a subida dos preços.
→ A oposição entre realistas e radicais não dava tréguas ao Diretório, que foi
obrigado a recorrer à força militar e ao golpe de Estado para abater as
conspirações e anular resultados mais desfavoráveis de eleições.
→ O golpe executado por Napoleão Bonaparte, no 18 do Brumário do Ano VIII.

Figura 56- Contrastes sob o Diretório

85
Consulado – 1799-1804
Foi em resultado do golpe de Novembro de 1799 – 18 do Brumário, e da procura de
ordem, que surgiu o Consulado. Este regime vigorou na França até 1804.

Numa França cansada de revoluções, períodos de medo e terror, instabilidade


económica, social e política, o Consulado, dirigido por 3 cônsules, entre os quais se
destacou Napoleão, pretendeu garantir a pacificação e estabeleceu uma nova ordem
jurídica e institucional.

Napoleão e o Consulado

→ A nova Constituição do Ano VIII, aprovada a 24


de Dezembro de 1799, concentrou o poder nas
mãos de Napoleão. Feito primeiro-cônsul por 10
anos, competiam-lhe a iniciativa das leis e a
nomeação dos juízes.
→ A 1802, Napoleão foi declarado cônsul vitalício.
→ Em 1804, o Consulado acabou e também a
Figura 57- Napoleão Bonaparte primeira república.
→ Iniciou-se o Império, a 2 de Dezembro, quando
Napoleão Bonaparte se auto-coroou Imperador
na Catedral de Notre Dame, em Paris.

Obra do Consulado
→ Centralização
administrativa e
judicial;
→ Recuperação
Financeira;
→ Reconciliação
Nacional;

Figura 58- Napoleão, Imperador dos Franceses

86
Consulado Napoleónico - Medidas

→ A Administração Local coube aos funcionários nomeados


pelo Governo – Prefeitos e subprefeitos;
→ Criaram-se prefeituras, bairros, cantões, áreas que
dispunham de funcionários nomeados e de assembleias
eleitas.
Figura 59- Napoleão – medidas → Reforma a nível Administrativo e Fiscal: O orçamento de
Estado estava equilibrado; Criou-se o Banco da França;
Reforma monetária – nova moeda (franco-germinal).
→ Codificação das leis, abrangendo o domínio civil, criminal,
comercial e legal.
→ Consagrou-se uma maior uniformização de fração e a
igualdade dos cidadãos perante a lei.
→ Valorizou-se a instrução, através da criação de liceus e
escolas superiores – Na Educação.
→ O aparelho de Estado foi modernizado e burocratizado;
Assumiu-se claramente a função com salários; Sem
compra e venda de Cargos; Carreiras abertas ao talento e
não ao nascimento.
→ Quanto à religião, Napoleão procurou a pacificação
religiosa e reorganização da Igreja Francesa.
→ Em termos sociais, procurou hierarquizar a Sociedade,
eliminar as fações políticas opositoras e reintroduzir a
escravatura.

Figura 60- Franco-germinal Figura 33- Banco de França

87
A geografia dos movimentos revolucionários na 1ª metade do Séc. 19

A Europa e a Revolução Francesa

→ A Revolução Francesa foi saudada pelos homens do seu tempo como um


acontecimento verdadeiramente excecional, suscetível tanto das adesões mais
entusiásticas como das mais violentas rejeições – Figura 1.
→ Esta atraiu os liberais e foi rejeitada pelos conservadores;
→ Em 1792, os Franceses iniciaram a guerra com a Europa para, não só, defender a
sua Revolução, mas também, para espalharem a Liberdade pelo mundo,
libertando-o dos tiranos;
→ Depressa, porém, a guerra de libertação se transformou em guerra de conquista,
com a política expansionista da Convenção e do Diretório; Napoleão Bonaparte
conquistou um vasto império Europeu – Figura 3.
→ Em fins de 1811, auge da glória napoleónica, a França dominava um vasto império
Europeu – Figura 2.
→ Com o apoio da Inglaterra e através de alianças militares, os povos conquistados
revoltaram-se contra as tropas napoleónicas. Esta revolta durou cerca de 23 anos
(1792-1815).

Figura 1- A Europa e a Revolução Francesa Figura 2- Império Napoleónico – 1811

Figura 3- A queda em massa da Europa

88
As “revoluções em cadeia” da Era Pós-Napoleónica

→ De 1812 a 1815, Napoleão acumulou derrotas;


→ Foi forçado a abdicar, depois da derrota de Waterloo;

Congresso de Viena

→ Chegara a hora de a diplomacia europeia construir


uma nova ordem política e reorganizar as
fronteiras. Para tal reuniu-se o Congresso de
Viena.
→ O Congresso de Viena (1814-1815) empenhou-se
em restaurar as monarquias e apagar as
conquistas da Revolução Francesa – Figura 4.
→ A Alemanha e a Itália são fragmentadas;
→ A Rússia, a Áustria e a Prússia, governadas por
monarcas absolutos, são recompensadas com mais
territórios;
→ As liberdades prometidas , aquando da guerra
contra a França são desrespeitadas;
→ O princípio de “a cada povo corresponde uma
Nação e a cada Nação um Estado”, não foi
cumprido;
→ As grandes alianças: Santa Aliança (Áustria,
Prússia e Rússia) e Quádrupla Aliança (Áustria,
Prússia, Rússia e Inglaterra) não vão conseguir
Figura 4- A Santa Aliança
extinguir o surto de revoluções que vai marcar o
século XIX – Figura 5.

Figura 5- A Europa em 1815

89
Vagas Revolucionárias, Liberais e Nacionais

1ª Vaga

→ Entre 1820 e 1824, desencadeiam-


se revoluções liberais em: Espanha,
Nápoles, Portugal e Grécia;
Praticamente toda a América
Latina se torna independente;
→ Em 1822, já quase toda a América
Espanhola tinha rompido os laços
com a metrópole e o Brasil
declarava a sua independência em
Setembro.

Figura 6- A independência da Grécia

2ª Vaga

Entre 1829 e 1839 desencadeiam-se


novas revoluções:

→ Em França, uma revolução popular e


burguesa, depôs o monarca Carlos X
(absolutista) e nomeou rei Luís Filipe,
duque de Orleães;
→ A Bélgica torna-se independente da
Holanda;
→ Surgem revoltas na Polónia (ocupada
pela Rússia), na Alemanha e Itália;
→ Espanha e Portugal sofrem guerras
civis entre liberais e absolutistas.

Figura 7- Luís Filipe, Duque de Orleães

3ª Vaga

Em 1848, provocadas por uma depressão económica, ressurgem várias revoltas:

→ França, os Republicanos ocupam o poder;


→ O Império Austro-húngaro, a Alemanha e a Itália estalam várias revoltas; Muitas
destas revoltas (Itália, Hungria e Boémia) foram esmagadas;
→ Na França, Luís Napoleão, o presidente da República francesa, proclamou-se
Imperador em 1852.

90
A implantação do Liberalismo em Portugal

Antecedentes e conjuntura (1807-1820)

→ Nos inícios do século XIX, Portugal era um país típico


do Antigo Regime: A agricultura era a principal
atividade económica e a sociedade continuava com os
antigos privilégios da nobreza e clero;
→ A Inquisição, a Real Mesa Censória e a Intendência-
Geral da Polícia continuavam a sua ação repressiva
sobre todos aqueles que pretendiam alguma mudança;
Figura 1- D.João VI
→ Nos centros urbanos, uma burguesia comercial, ligada
ao comércio com o Brasil e alguns intelectuais
esperavam uma mudança;
→ Os ideais da Revolução Francesa espalhavam-se aos
poucos, sobretudo entre a Burguesia;
→ Surgem lojas maçónicas – A maçonaria é uma
sociedade secreta, cujos membros cultivam os
princípios da liberdade, igualdade, fraternidade e
aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma
associação iniciática e filosófica.
→ Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células
autónomas, designadas por Lojas, todas iguais em
direitos e honras e independentes entre si.

Figura 2- O peso do Antigo Regime

91
Bloqueio Continental
O Bloqueio Continental consiste na ordem de Napoleão Bonaparte para que todos os
portos se fechassem aos navios ingleses pois este queria controlar Inglaterra, embora
sem sucesso, uma vez que esta resistia.

Caso de Portugal…

O príncipe regente vendo-se


num impasse entre a nossa
velha e fiel aliada Inglaterra
e o Imperador Francês, que o
fazia temer com a
possibilidade de invadir
Portugal, decidiu tomar uma
política ambígua: Fugir de
Portugal e esconder-se no
Brasil, em junção da Corte –
Figura 4.
Figura 3- Bloqueio Continental e a Europa Napoleônica (1812)

Resultados desta decisão:


Sofremos 3 Invasões por parte de França (1807-1811):

→ Devastador para a nossa economia e sociedade portuguesa;


→ Grutescas e frequentes destruições e roubos por parte das tropas francesas;
→ A região do Tejo ficou particularmente destruída pelos combates e pelas
crueldades dos soldados.
→ A agricultura, o comércio e a indústria foram profundamente afetados;
→ O património Nacional sofreu importantes perdas em consequência do saque de
mosteiros, igrejas e palácios.

Figura 4- O príncipe regente

92
Invasões Francesas e a dominação Inglesa em Portugal

No início do século XIX, as Invasões Francesas vão proporcionar grandes


transformações em Portugal – Figura 3.

1ª Invasão
Liderada pelo General Junot, de 1807-1808.

→ As tropas Francesas entraram pela Beira


Baixa, Castelo Branco, a 19 de Novembro de
1807, tendo chegado a Lisboa no dia 29.
→ Numa 1ª fase, que se realizou na Roliça, são
derrotadas devido à inferioridade numérica.
→ Já numa 2ª fase, que se realizou no Vimeiro
em Agosto de 1808, são derrotados por forças
luso-britânicas sob comando do General
Wellesley.

Percurso: Castelo Branco – Abrantes – Golegã –


Cartaxo – Lisboa.

Figura 3- O percurso das 3 Invasões

2ª Invasão
Liderada pelo Marechal Soult, em 1809.

→ Nesta 2ª invasão, aproveitando a vitória sobre o general britânico Moore, em


território espanhol, os franceses liderados por Soult entram no país pela zona de
Chaves e chegam ao Porto.
→ Contudo, a forte resistência das forças do exército luso-britânico e também de
muitos populares, reunidos em grupos de guerrilha, obrigaram os franceses a
abandonar o país.

Percurso: Chaves – Braga – Porto – Amarante – Orense.

3ª Invasão

Liderada pelo Marechal Massena, de 1810-1811.

→ Nesta 3ª e última invasão, Massena entra em Portugal, à frente de um exército


com mais de 65 mil homens, por Almeida em Julho de 1810.
→ A praça portuguesa rende-se depois da explosão de um paiol. No percurso para a
capital sofrem uma derrota pesada na batalha do Buçaco, mas prosseguem o
caminho tentando entrar em Lisboa.
→ Contudo os seus planos falham quando são detidos de frente às Linhas de Torres
Vedras, abandonando o país meses depois.

Percurso: Almeida – Buçaco – Linhas de Torres Vedras.

93
Estas invasões provocaram o descontentamento entre o povo português devido:

→ Crueldade e impiedade das 3 invasões;


→ Fuga da família real para o Brasil;
→ Perda de exclusividade do comércio com o Brasil;
→ Abandono dos campos;
→ Ocupação de cargos administrativos por parte dos ingleses.

1º. Corte ausente, Ingleses presentes

→ De 1808 a 1821, Portugal viveu na dupla condição


de protetorado inglês e de colónia brasileira.
→ D. João V teimava em permanecer no Brasil,
proclamado reino em 1815, para grande
descontentamento dos Portugueses, que sofriam a
humilhação da presença inglesa – Figura 4.

Figura 4- D.João VI

O marechal Beresford tornou-se comandante das tropas portuguesas:

→ Responsável pela reestruturação do exército e pela organização da defesa do reino


contra os Franceses.
→ Os seus poderes chegaram, até, a sobrepor-se aos da Regência.

Beresford:

→ Exerceu um rigoroso controlo sobre o


funcionalismo e a economia.
→ Reativou a Inquisição.
→ Encheu as prisões de suspeitos de jacobinismo.

A repressão de Beresford - Atingiu a maior crueldade


Figura 5- Marechal Beresford em 1817:

Quando o general Gomes Freire de Andrade e mais


11 oficiais do exército foram executados, por suspeita
de envolvimento numa conspiração – Figura 6.

Figura 6- Execução do General


Gomes Freire de Andrade

94
Entretanto, a situação económica e financeira assumia controlos de elevada gravidade:

→ em 1820, as despesas ultrapassavam as receitas.


→ a agricultura definhava.
→ o comércio decrescia.

2º. Para esta situação muito contribuíram a


abertura dos portos do Brasil:

→ Em 1808, ao comércio internacional –


assim como o tratado do comércio de 1810
com a Grã-Bretanha, considerado uma
espécie de confirmação do Tratado de
Methuen.
→ As mercadorias britânicas, nomeadamente
as manufaturas, entravam com grandes
facilidades em Portugal e os seus
domínios.

Figura 7- Abertura dos portos do Brasil

Situação política e económica do Brasil e de Portugal:

Portugal Brasil
→ Esta abertura dos portos → Ao abrigo do pacto colonial, a colónia
Brasileiros veio demonstrar- brasileira abastecia, a bom preço, a
se muito prejudicial na metrópole de alimentos (arroz, café,
economia Portuguesa. açúcar) e de matérias-primas (algodão,
→ Privada de importantes peles, couros, tabaco, madeira), muitos
tráficos, em consequência deles, depois reexportados.
da conjuntura relatada, a → Constituía, ao mesmo tempo, um
burguesia portuguesa sofreu mercado garantido de escoamento para
sérios prejuízos. a produção manufatureira nacional.

A rebelião em marcha:

Não espanta, portanto, que a agitação revolucionária lavrasse no seio da burguesia – a


ela se ficou a dever a preparação da rebelião.

95
Sinédrio:
→ No Porto, Manuel Fernandes Tomás fundou, em 1817, uma associação secreta com
o nome de Sinédrio, cujos membros pertenciam à Maçonaria.
→ Atento aos acontecimentos políticos, o Sinédrio propunha-se intervir logo que a
situação se revelasse propícia, o que veio a acontecer em 1820.

Revolução de 1820:

Antecedentes e Conjuntura:

Pronunciamento militar com larga participação de


24 de agosto de
negociantes, de magistrados e até de proprietários
1820, no Porto
fundiários.

• Recusa do domínio Inglês;


• Respeito pela Monarquia;
• Exigir o regresso do rei e
“Manifesto aos Objetivos da da família real;
Portugueses” Revolução: • Defesa da Religião Cristã e
do Catolicismo;
• Convocar as cortes;
• Aprovar uma Constituição.

Pronunciamento Militar:

→ Junta Provisional do Governo Supremo do Reino exigiu:


• uma nova governação do país.
• a convocação de Cortes.
• a elaboração de uma Constituição.
→ Um 2º. levantamento militar, a 15 de setembro de 1820, em Lisboa, conduziu à
destituição dos governadores e à constituição de um Governo Interino.
→ A 28 de Setembro a Junta do Porto e o Governo Interino de Lisboa uniram-se e
formaram a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino:
• manteve a ordem;
• orientou a política externa;
• preparou as eleições para as Cortes Constituintes;
• as eleições tiveram lugar em dezembro de 1820.

Resultado:
A Revolução liberal de 1820 saiu vitoriosa.

96
Dirigentes da revolução:

→ António da Silveira, Manuel


Fernandes Tomás, José Ferreira
Borges e José da Silva Carvalho.
→ Todos eles vieram a fazer parte
da Junta Provisional do Supremo
Governo do Reino.
→ A Manuel Fernandes Tomás
coube a redação do Manifesta aos
Portugueses, no qual dava a
conhecer os objetivos do
movimento.

Figura 1- Revolução de 1820

A revolução de 1820 e as cortes constituintes:

1ª - Elaboração da Constituição de 1822

→ Aprovada em setembro de 1822 e jurada por D. João VI em outubro de 1822.


→ Lei Geral do reino.

Características – Figura 1:

→ Tendência mais radical do


liberalismo português, consagrada
na Constituição de 1822.
→ Defesa da soberania popular.
→ Defesa da limitação do poder do rei.

Figura 1- Excerto da Constituição de 1822

2ª - Consagra os direitos e deveres dos Cidadãos:

→ Liberdade, Igualdade, Segurança e Propriedade;


→ Soberania da Nação.

3ª - Consagra o exercício do Poder:

→ Divisão dos poderes: supremacia do poder legislativo.


→ Redução do poder do rei: mas com direito de veto suspensivo.
→ Sufrágio direto e universal, com exceções.

97
Outros objetivos das Cortes Constituintes:

→ Aprovação da legislação vintista;


→ Reformas legislativas para abolir o Antigo Regime e a sociedade de ordens.
→ Principais medidas:
• Extinção da Inquisição e da censura.
• Consagração da liberdade de imprensa e de ensino.
• Nacionalização dos bens da Coroa.
• Extinção dos privilégios das ordens religiosas.
• Supressão da dízima.
• Reforma dos forais.
• Abolição do regime senhorial.
• Não reconhecimento de privilégios políticos à nobreza e ao clero.
• Defesa da Câmara única nas Cortes.

Resistência e contrarrevolução absolutista:

• Radical;
Tendência
• Progressista;
Vintista
• Democrática.

Figura 1- D.Miguel
O facto de ser demasiado avançada para a
época e a conjuntura externa desfavorável

Resistência ao Libertismo
=
Contrarrevolução Absolutista

Liderado por:

Figura 2- D. Carlota Joaquina

A partir de 1821 ocorreram os golpes antiliberais:

→ A primeira tentativa contrarrevolucionária aconteceu em Vila Real.


→ Em março de 1823, sob o comando de D. Miguel, ocorreu a Vila-Francada que
proclamou a restauração do absolutismo.

98
A atuação de D. João VI:
O rei D. João VI procurou uma solução de compromisso:

→ prometeu uma Constituição mais moderada;


→ dissolveu as Cortes e suspendeu a Constituição de 1822;
→ adotou um regime absolutista moderado que não agradou aos absolutistas.

30 abril de 1824:

→ Os absolutistas desencadearam outro


golpe, a Abrilada, liderado por D.
Miguel e apoiado pela sua mãe, D.
Carlota Joaquina – Figura 3.
→ A Abrilada instaurou um clima de
terror.
→ D. João VI teve de procurar refúgio
num navio inglês.
→ O rei retirou a D. Miguel o comando
das tropas e impôs-lhe o exílio em
Viena.

Figura 3- A abrilada (1824)

Em março de 1826
→ Morreu D. João VI.
→ A Infanta D. Isabel Maria foi designada regente.
→ Reconheceu D. Pedro, ausente no Brasil, como rei de Portugal, com o título de D.
Pedro IV.

1826

→ D. Pedro, Imperador do Brasil, independente desde 1822, não podia ser,


simultaneamente, rei de Portugal.
→ D. Pedro, num esforço de conciliação política, outorgou, a 29 de abril de 1826, uma
nova lei constitucional, a Carta Constitucional.
→ D. Pedro abdicou da coroa portuguesa a favor da sua filha, então com sete anos,
D. Maria da Glória.
→ D. Maria devia casar com seu tio, D. Miguel, que tinha de jurar a Carta de 1826,
outorgada por D. Pedro, assumindo o cargo de regente.

1828

→ D. Miguel regressou a Portugal no ano de 1828, mas não respeitou os


compromissos e, em março, procedeu à dissolução das Cortes.
→ D. Miguel, em maio de 1828, convocou as Cortes à maneira antiga e foi aclamado
rei absoluto – Figura 4.

99
Figura 4- O regresso de D.Miguel

O clero e a nobreza, prejudicados com a abolição dos privilégios, eram apoiados por D.
Carlota Joaquina e pelo infante D. Miguel, claros defensores do absolutismo.

Guerra Civil

11 de Agosto de 1829 1832

Combate na Vila da Praia da D. Pedro chegou aos Açores, depois


Vitória. de ter abdicado do trono do Brasil,
passando a liderar a causa liberal.

Organização da
As tropas liberais Cerco do Porto
expedição de uma Desembarque no
partem em pelas tropas
esquadra de cerca Mindelo
direção ao reino. absolutistas.
de 7500 homens.

Consequências e Fim da Guerra Civil:

→ Os liberais tomaram Lisboa.


→ O cerco do Porto foi levantado.
→ As tropas miguelistas rumaram para o Sul, em direção a Lisboa.
→ Foram derrotadas na batalha de Almoster (fevereiro de 1834) e na batalha de
Asseiceira (maio de 1834).
→ Chegava ao fim a guerra civil em Portugal.
→ A 26 de maio de 1834 foi assinada a Convenção de Évora-Monte.
→ D. Miguel foi obrigado ao exílio.
→ Triunfava então o liberalismo que se instaurava definitivamente em Portugal.

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