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História A

O Liberalismo político
e
A secularização das instituições

Rafael Félix; Nº19 17/03/2023


Índice:

● Introdução……………………………………………………………………………………………3
● O liberalismo político………………………………………………………………………….4
● A secularização das instituições(Estado Laico)......................................6
● Paralelismo com atualidade……………………………………………………………….7
● Conclusão…………………………………………………………………………………………….8
● Bibliografia/Webgrafia……………………………………………………………………….9

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Introdução

A elaboração desta atividade tem como objetivo realizar um estudo autónomo


sobre o liberalismo político e a secularização das instituições. Sendo assim, as
temáticas serão abordadas porque a política é um dos pilares da sociedade e que não
pode ser menosprezada por outros temas relacionados com a sociedade e com o
liberalismo, também é importantíssimo haver uma conscientização e dialogação do
debate liberal e político, sendo, na minha perspectiva, a melhor jeito de “abrir os
olhos” para a política e, por pouco que seja, converter os jovens para o debate político
por meio de fatos e fontes históricos e fidedignas.
Portanto, para conseguir concretizar as minhas motivações e abordar os temas
pretendo pesquisar sobre o pensamento liberal, a secularização das instituições e o
funcionamento do sistema político liberal na primeira metade do século XIX no
contexto nacional e europeu.
Em suma, pretendo elaborar um trabalho sobre o liberalismo político e a
secularização das instituições de forma a conscientizar as faixas etárias baixas, tendo
por base pesquisas sobre a política liberal, a secularização das instituições e o sistema
político.

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O Liberalismo Político

Para evitar o despotismo, os regimes absolutos monárquicos e as ditaduras


populares, o liberalismo político se proveu de uma variedade de fórmulas que
limitam o poder. Fundamentando-se em diplomas constitucionais(Carta
Constitucional ou Constituição), funcionando-se na base da separação de poderes e
da soberania nacional exercida por uma representação, bem como proceder à
secularização das instituições.
Através dos textos constitucionais que os liberais legitimaram o seu poder
político.
As constituições liberais resultaram de dois processos: as Constituições
propriamente ditas, votadas pela assembleia constituinte; e as Cartas Constitucionais
outorgadas pelos soberanos. Na verdade, embora manifestassem a sua crença por um
regime republicano, os liberais não rejeitaram a monarquia. Para o liberalismo
moderado e conservador deveria ser o rei o chefe de estado, usando das prerrogativas
e privilégios que historicamente detinha, a outorgar um documento constitucional
que se tornasse no código político da nação.
Os moderados do liberalismo faziam depender os direitos e garantias dos
cidadãos da observância rigorosa da separação e do equilíbrio dos poderes
político-constitucionais. Para evitar que uma assembleia legislativa ou o supremo
magistrado sequestrassem os outros poderes políticos para si, provocando o
despotismo, defendiam a necessidade de se proceder à distribuição dos diversos
poderes pelos diferentes órgãos governamentais.
Para os moderados, o princípio liberal da separação e do equilíbrio dos
poderes não invalidava, todavia, o reforço do poder executivo, característica existente
na Grã-Bretanha e à qual atribuíam a prosperidade económica e a paz civil no país.
Foi essa a tendência seguida em Portugal com a Carta Constitucional de 1826(fig.1).
O liberalismo pôs em prática o princípio iluminista da soberania. No entanto, a
nação soberana não exercia de forma direta, mas deputava-o a uma assembleia
representativa constituída por cidadãos possuidores de um certo grau de fortuna.

Fig.1 – Carta Constitucional de 1826

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Os parlamentos, denominados de Câmara, Dieta, Estados Gerais ou
simplesmente Assembleia, eram o centro deste sistema representativo, a quem
cabiam as funções legislativas e a fiscalização do poder executivo. O liberalismo
moderado revelou-se partidário do bicameralismo, segundo o qual uma Câmara
Baixa(ou Câmara de Deputados), de deputados eleitos, se completava com uma
Câmara Alta(ou Câmara de Pares), composta pelos descendentes da aristocracia ou
outros vultos influentes, todos eles escolhidos pelo monarca(doc.1).

Doc.1 – artigos retirados da Carta Constitucional de 1826

Fig.2 – Sala do Senado

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A secularização das instituições

Afora um Estado neutro que respeitasse as liberdades e que fizesse aplicar


uma lei igual para todos, o Liberalismo pretendia um Estado laico que separasse a
política da religião e secularizasse as instituições.
Defensores da liberdade religiosa e das liberdades de consciência, de
pensamento, de expressão, de ensino, os liberais defenderam um acervo de reformas
destinadas a emancipar o indivíduo e o Estado da tutela da Igreja:
● legislação sobre o registro civil(fig.3) para os nascimentos, casamentos e
óbitos que, até então, estavam registados nos registos paroquiais;
● criação de uma rede de assistência e de ensino absolutamente laicos,
revelando-se a escola pública um importante instrumento de divulgação dos
ideais liberais, que se substituíram à fé, obediência e caridade cristãs pregadas
pelos párocos;
● expropriação e nacionalização do património das ordens religiosas, medidas
que contribuíram para enfraquecer o poderio económico da Igreja, base da
sua influência política;
● privação do clero dos privilégios judiciais e fiscais que auferia.
Esta retirada de poder à Igreja acompanhou uma certa descristianização dos
costumes, bem como episódios de anticlericalismo, que atingiram o auge no século
XX, com a publicação das Leis de Separação da Igreja e do Estado pelo Governo
Provisório da República Portuguesa em 20 de abril de 1911.

Fig.3 – O divórcio da imperatriz Josefina, pintura de Henri Fréderic Schopin(1843).


A 9 de março de 1796, Napoleão casou pelo civil com Josefina, viúva do conde de
Beauharnais e mãe de duas crianças. Em novembro de 1809, Napoleão repudia a sua
esposa pelo facto de esta não lhe assegurar descendentes, consumando-se o divórcio
no mês seguinte, numa imponente cerimónia no Palácio das Tulherias. Nesta tela, o
pintor regista o momento em que Josefina, apoiada pela sua filha Hortênsia, assina o
acordo de divórcio perante o olhar imperturbável de Napoleão.

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Paralelismo com a atualidade

Pode-se facilmente correlacionar as constituições liberais com a atual


Constituição da República Portuguesa. Pelo facto das constituições liberais serem a
grande inspiração para a Lei Fundamental de Portugal, estando presente os ideais
iluministas da soberania popular, liberdade individual, entre outras. Os mesmos
presentes nas primeiras constituições após as revoluções liberais na França e nos
Estados Unidos da América no final do século XVIII e no início do século XIX.
Comprovando a influência preponderante dos princípios dos liberais e do
Liberalismo político nos nossos tempos mais modernos no contexto político atual da
República Portuguesa, visto que existe uma separação dos poderes, sendo dividido as
funções governamentais pelo executivo(fig.4), legislativo e judiciário, assim como, os
direitos dos cidadãos portugueses(doc. são os mesmos fundamentados e propagados
pelo Liberalismo nas constituições e decretos-leis.
Em síntese, é possível entender-se que os pensamentos liberais foram um
estímulo para as atuais leis fundamentais europeias e, principalmente, portuguesa,
sendo, de alguma forma, a constituição liberal portuguesa de 1822 e a Carta
Constitucional de 1926, outorgada por D.Pedro IV, que foram inspiração para a
criação da Constituição Portuguesa de 1976. Assim como, num contexto mais amplo
politicamente, havendo a separação de poderes e um equilíbrio entre elas e a
aplicabilidade dos direitos e deveres essenciais para o bem-estar nacional e social.

Artigo 27.º
Direito à liberdade e à segurança
1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.
2. Ninguém pode ser total ou parcialmente privado da liberdade, a não ser em
consequência de sentença judicial condenatória pela prática de ato punido por lei
com pena de prisão ou de aplicação judicial de medida de segurança.
Doc.2 – Artigo retirado da Constituição portuguesa de 1976

Fig.4 – Palácio de Belém, residência do poder executivo, o presidente da república.

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Conclusão

A realização do trabalho foi plácida, descomplicada, com algumas


complicações de simples resolução,satisfatório durante o processo e fiquei
esclarecido sobre algumas matérias que tinha um conhecimento menos aprofundado.
Para começar, no decorrer do trabalho houve alguns problemas ínfimos que
colmatei com o recurso do livro de História, volume 2, e por meio de dilucidações
facultadas pelos colegas de turma.
No que toca ao processo satisfatório, basicamente, achei interessantíssimo o
tema e fiz com gosto e sem muitos entraves que poderiam desestabilizar a realização
da tarefa.
Em seguida, alguns conceitos sobre os temas que não estavam bem
consolidados foram, posteriormente, colmatados com uma análise mais aprofundada
e concentrada das matérias, aqui, pesquisadas, sendo, por exemplo: a respeito da
convicção liberal da existência de duas câmaras.
Concluindo, num prisma global do trabalho, a execução foi tranquila e fácil,
havendo entraves que foram prontamente colmatados, foi um tema interessante,
sendo assim algo agradável e, por fim, o meu conhecimento relacionado a estas
temáticas foram consolidados.

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Bibliografia/Webgrafia:

● Monterroso Rosas, M.A., Pinto do Couto, C., Costa, A. e Santos, A.C. (2022).
Entre Tempos – História A – 11.º Ano. 1ª Edição, Porto Editora. Porto.
● https://www.parlamento.pt/
● Constituição da República Portuguesa de 1976
● Carta Constitucional de 1826

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