O estado legal de direito consolida-se ao longo do Século XIX, quando o constitucionalismo experimenta a Superação do absolutismo e do jusnaturalismo, característicos do período pré- moderno. Esse novo Modelo deriva principalmente da revolução francesa, onde ganha relevância o parlamento; a lei; a separação dos poderes; e a proteção aos Direitos individuais (especialmente os direitos políticos). Com a Revolução Francesa, movimento que tocou o mundo (EUA e Inglaterra foram nacionalistas), implantou-se o Estado Legal de Direito, Estado Moderno e Era da Razão, pautadas no iluminismo, os quais buscaram combater a monarquia absolutista. O homem passa a ser dotado de razão/racionalidade, é quando surge os direitos políticos, o homem pode ser votado e votar, fazendo leis para quem o elegeu (positivismo). Até a Revolução francesa prevalecia a soberania do monarca, no sistema de privilégios. A revolução Francesa inaugura uma nova etapa do constitucionalismo. Com ela surge o Estado Moderno ou Estado Legal de Direito, o homem passa a ser considerado como um ser dotado de razão. Instalado um governo representativo, em que a soberania desloca-se do monarca para a nação. As antigas fontes do direito (jus naturalismo) são derrotadas pelo jus positivismo. O cidadão eleito pelo voto, compõe a assembleia nacional e aprovará as leis positivas da França (que repercutirão por toda Europa com reflexo na América do Sul). O direito passa a ser legislado, o juiz exercia função meramente técnica e era obrigado a basear sua sentença na Lei gramatical (juiz conhecido como boca da lei). A lei era infalível e ocupava o centro do sistema político e jurídico em toda Europa. A perfeição jurídica da lei justificava-se por ela representar a vontade geral da nação, na qual instalou-se a soberania. A constituição apenas organizava politicamente o estado, mas não aplicava para litígios inter-subjetivos. A lei formal passa a ser a fonte de estabilidade da nação; a par disso, importante lembrar que não havia no período, controle de constitucionalidade. A doutrina exercia papel meramente descritivo. Esse modelo na Europa, perdurou até metade do século XX (supremacia do parlamento e da lei formal). O estado moderno surge com as promessas de modernidade da revolução francesa. Fonte do direito: LEI FORMAL. A lei ocupava a posição de centralidade no sistema jurídicos; era fator de unidade e de estabilidade nacional. As constituições nesse período previam apenas direitos individuais: liberdades públicas, de expressão, livre culto religioso, devido processo legal, legalidade penal, direito a vida, etc. Quando se diz lei não se menciona, ao contrário, exclui-se a constituição. Significa que não havia qualquer possibilidade de nulidade de uma lei que contrariasse a constituição. O estado legal de direito só começou a perder consistência, dando lugar ao estado constitucional, com as tragédias advindas da 2ª guerra mundial, onde finalmente a constituição passa a ocupar seu lócus adequado: o centro do sistema jurídico.
2. o estado liberal e sua passagem para o estado social;
As primeiras décadas do século XIX é marcada pela afirmação do estado liberal – erigido sobre o aspecto dos direitos individuais – e pelo fenomenal desenvolvimento da economia industrial. Para o liberalismo, apegado à lição iluminista de supervalorização da lei, o estado tinha na constituição a sua mais forte plataforma jurídica. Justamente com a revolução industrial estruturou-se o estado capitalista liberal: o estado do “laissez-faire” (liberdade para fazer – deixar fazer, sem intervenção estatal na ordem econômica – o que franqueava o fortalecimento das oligarquias, das grandes fortunas, na dominação do mercado, do livre comércio). O estado que privilegia o capital em detrimento do trabalho/trabalhador. A classe dos trabalhadores estava submetida a todo o tipo de exploração: jornada de trabalho excessiva, remuneração indigna, condições laborais insalubres; etc. Nesse palco, presentes situações cruéis e desumanas, o proletariado reagiu do modo como podia: com greves, agitações e rebeliões por toda parte, como as revoluções de 1848, ocorridas na frança e na alemanha, ou a célebre “comuna” de paris (1871), movimentos primordialmente operários na sua origem. Por imperativo das pressões da sociedade, acabou se dando a transição do modelo liberal clássico para o estado social, perceptivo pelo paulatino abandono da atitude abstencionista por uma posição intervencionista propiciadora de meios de acesso aos bens sociais. A questão do conteúdo dos direitos humanos, portanto, foi transferida ao século XX. A ideologia liberal, demonstra-se individualista, baseada na busca dos interesses individuais. O teor dos direitos fundamentais nessa época seriam os direitos individuais relativos à liberdade e igualdade. Entretanto, convém ressaltar que a base fundamental deste estado liberal, foi o direito de propriedade, que era absoluto e intocável.
3. O Estado Constitucional/Democrático de direito:
Levando em conta três marcos fundamentais: o histórico, o teórico e o filosófico. Neles estão contidas as ideias e as mudanças de paradigma que mobilizaram a doutrina e a jurisprudência nesse período, criando uma nova percepção da constituição e de seu papel na interpretação jurídica em geral. (A) Marco histórico: 2º guerra mundial O marco histórico para o novo constitucionalismo, foi pela humanidade mundial. Pois instrumento regular (leis) que permitiram o discurso de ódio, tudo ocorreu com a tolerância criminosa do parlamento – seja nos EUA, seja na Alemanha, que deram carta branca para o presidente e o chanceler alemão massacrar impiedosamente milhões de pessoas. é certo que no centro desse holocausto está Hitler que, com base em leis aprovadas na década de 1930 (lei habilitante de 1933, leis de nuremberg, de 1935), simplesmente retirou a cidadania de compatriotas, especialmente os judeus, comunistas, testemunhas de jeová, homossexuais. O marco histórico do novo direito constitucional, na Europa continental, foi o constitucionalismo do pós-guerra, especialmente na Alemanha e na Itália. No Brasil, foi a constituição de 1988 e o processo de redemocratização que ela ajudou a protagonizar. Principais referências “normativas” para o desenvolvimento do “novo direito constitucional”: criação da ONU, em 1945 e Declaração Universal dos Direitos Humanos. A principal referência no desenvolvimento do novo direito constitucional é a lei fundamental de BONN (constituição alemã), de 1949, e, especialmente, a criação do tribunal constitucional federal, instalado em 1951. a partir daí teve início uma fecunda produção teórica e jurisprudencial, responsável pela ascensão científica do direito constitucional. A dignidade da pessoa humana é o valor supremo da Constituição alemã, e todos os outros direitos e liberdades são baseados nesse princípio fundamental. A segunda referência de destaque é a da constituição da Itália, de 1947, e a subsequente instalação da corte constitucional, em 1956. Ao longo da década de 70, a redemocratização e a reconstitucionalização de Portugal (1976) e da Espanha (1978) agregaram valor e volume ao debate sobre o novo direito constitucional. NO caso brasileiro, o renascimento do direito constitucional se deu, igualmente, no ambiente de reconstitucionalização do país, por ocasião da discussão prévia, convocação, elaboração e promulgação da constituição de 1988. (B) Marco filosófico: Não se despreza o positivismo, mas aproxima as leis da racionalidade e ponderação. O marco filosófico do novo direito constitucional é o pós-positivismo. O jusnaturalismo moderno, desenvolvido a partir do século XVI, aproximou a lei da razão e transformou-se na filosofia natural do direito. O pós-positivismo busca ir além da legalidade estrita, mas não despreza o direito posto; procura empreender uma leitura moral do direito, mas sem recorrer a categorias metafísicas. a interpretação e aplicação do ordenamento jurídico hão de ser inspiradas por uma teoria de justiça, mas não podem comportar voluntarismos ou personalismos, sobretudo os judiciais. No pós positivismo há uma reaproximação do jus positivismo e do jus naturalismo, o qual assegura o direito pela filosofia, hermenêutica, valores, princípios, argumentação jurídica, ponderação, razão prática e teoria da justiça. Não existe hierarquia de direitos fundamentais. A argumentação jurídica desempenha um papel fundamental no campo do direito constitucional, pois é por meio dela que se discute e se interpreta a constituição de um país. A argumentação jurídica no direito constitucional busca fundamentar as decisões e interpretações com base nos princípios constitucionais e na jurisprudência. A ponderação é um método que envolve a atribuição de pesos relativos aos direitos em conflito, considerando sua importância para a sociedade e os princípios constitucionais envolvidos. No entanto, é importante destacar que a aplicação da teoria da ponderação não é um processo mecânico e pode envolver considerável subjetividade. Quando ocorre uma colisão entre direitos, é necessário realizar uma análise ponderada que leve em consideração a importância e a intensidade dos direitos em jogo, a fim de determinar qual direito deve prevalecer em determinada situação. (C) Marco teórico: Força normativa da constituição: as constituições deixam de ser um conjunto de recomendações abstratas, de promessas a serem cumpridas no futuro, sem data certa; não é para ser declamada ou adorada como uma poesia ou uma santa no altar, passa a ter força cogente, de Império: é normativa, obrigatória. O debate acerca da força normativa da constituição só chegou ao brasil, de maneira consistente, ao longo da década de 80, tendo enfrentado as resistências previsíveis. Expansão da jurisdição constitucional: o direito só é fundamental quando previsto na constituição e efetivamente aplicado. Anteriormente, no Estado Legal, baseava-se somente na lei, pois ela era o centro, após, surge a supremacia da constituição. Expansão ocorre com a criação de tribunais e juízes constitucionais, que garantem os direitos humanos. Inspirado pela experiência americana: o da supremacia da constituição. A fórmula envolvia a constitucionalização dos direitos fundamentais, que ficavam imunizados em relação ao processo político majoritário: sua proteção passava a caber ao judiciário. Inúmeros países europeus vieram a adotar um modelo próprio de controle de constitucionalidade, associado à criação de tribunais constitucionais.
4. a pesquisa que realizaram sobre o fornecimento de medicamentos.