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HISTÓRIA

DO DIREITO

Débora Cristina
Holenbach Grivot
Revisão técnica:

Gustavo da Silva Santanna


Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor de Curso de Graduação
e Pós-graduação em Direito

A139h Abel, Henrique.


História do direito [ recurso eletrônico ] / Henrique Abel,
Marjorie de Almeida Araujo, Débora Cristina Holenbach
Grivot ; revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna. – Porto
Alegre: SAGAH, 2017.

ISBN ISBN 978-85-9502-171-6

1. Direito – História. I. Araujo, Marjorie de Almeida.


II.Grivot, Débora Cristina Holenbach. III.Título.
CDU 34(091)

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147


O Direito e as estruturas
políticas no Império Romano
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar a estrutura política no Império Romano.


 Classificar os instrumentos jurídicos criados no Império Romano.
 Explicar o apogeu e a queda do Império Romano.

Introdução
O Império Romano foi a terceira e última fase da história política da
Roma Antiga, período em que ocorreram o esplendor e a decadência
da civilização romana.
Neste capítulo, você vai ler sobre os principais fatos que determinaram
o apogeu e a queda do Império Romano, identificando as suas estruturas
políticas e classificando os instrumentos jurídicos criados nesse período.

A estrutura política no Império Romano


Podemos identificar muitos motivos como responsáveis pela crise da república.
O mais importante é a formidável expansão dos seus limites territoriais, que
já na época de Júlio César ia desde o oeste da Europa (Hispânia e Gália) até
o Oriente próximo, dominando todo o Mar Mediterrâneo, ou mare nostrum.
Essa expansão territorial foi muito eficaz para a dominação e globalização
implementada no período do Império Romano, mas foi também causa da
crise das instituições republicanas, que não encontraram outra solução senão
a utilização da ditadura como expediente recorrente.
Sebastião Cruz (1969) delimita que, além da expansão territorial, a crise da
república também se justificou pela grave desmoralização da gente de Roma,
64 O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

pelo aparecimento de novas classes sociais e pelo próprio antagonismo da velha


nobreza e da nova aristocracia (armadores de navios, banqueiros, industriais).
Devido a isso, ocorreram lutas de classe de todas as sortes, culminando com
a revolta dos escravos que pretendiam liberdade.

A divisão da história de Roma pode ser assim delimitada: período da realeza ou


monarquia, que começou em 753 a.C. com a fundação de Roma e foi até 510 a.C., com
o início da república romana; fase republicana, que foi até 27 a.C., quando Otaviano
inaugurou o principado; dominato, que começou em 285 d.C., iniciado por Diocleciano,
fase absolutista do Império que, apesar de acabar em 476 d.C. no Ocidente, tem
marco final no Oriente em 565 d.C., data da morte de Justiniano, responsável pela
compilação de todo o Direito romano.

A estrutura política que se instaurou na nova fase da história de Roma foi


o principado, primeira etapa do que na historiografia se chama de Império
Romano, que, nesse primeiro período, é conhecido como alto império. Pelo
menos três séculos englobam esse período e o próximo, chamado de baixo
império ou dominato. Este se diferencia politicamente do primeiro porque são
instaurados uma monarquia absoluta e um regime de tetrarquia, governo de
quatro indivíduos a partir da divisão do território em pars ocidens e pars oriens.
Além disso, nessa primeira fase, podemos identificar as seguintes insti-
tuições político-administrativas:

Príncipe — usa-se a palavra princeps para designar a figura mais importante


da nova constituição política, que é o imperador.

Senado — no início do Império, o Senado ainda tem muita importância


na estrutura política, principalmente porque produz uma fonte de Direito
Civil, com força de lei, denominada senatus consultum. No setor político
propriamente, vai perdendo força, e a sua autoridade vai sendo substituída
pela vontade do imperador.

Assembleias populares — as assembleias não foram formalmente abolidas


por Otaviano, mas foram, aos poucos, esvaziadas e chegam ao fi m por
inatividade.
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Governadores das províncias — província significa originariamente cargo


confiado a um magistrado (CRUZ, 1969), mas secundariamente significa o
próprio território sobre o qual o magistrado exerce seu poder. Na prática,
todos os territórios ficavam fora da península itálica. Durante a república, um
magistrado governava esses territórios; no principado, Otaviano divide em
dois tipos de províncias (senatoriais e imperiais) e decide quem as governa.

Burocracia funcional ou funcionários administrativos — já desde Otaviano


surge uma nova estrutura administrativa composta dos seguintes cargos:
legados, prefeitos, procuradores e auxiliares.
A Figura 1 apresenta um dos símbolos do Império Romano: o Coliseu.

Figura 1. Coliseu romano, um dos mais famosos símbolos do Império Romano.


Fonte: Belenos/Shutterstock.com.

O princeps e a constituição política no principado


Em 23 a.C., Otaviano renunciou ao cargo de cônsul que exercia desde 27 a.C.,
mas foi aclamado Augusto pelo Senado e recebeu a tribunicia potestas em
caráter vitalício. A tribunicia potestas era o direito e o poder de um tribuno
sobre a plebe, contendo nele tanto o direito de veto das demais deliberações
como o direito de administrar a justiça. Ele não era magistrado, mas era o
primeiro cidadão, que reunia em si muitos outros títulos, como Augustus,
66 O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

Imperator e Pater Patriae. Assim, além de inaugurar com a sua habilidade


política a Pax Augusta, fez uma série de reformas.
Entre elas, criou o consilium principis, que, segundo Sebastião Cruz (1969),
no surgimento, era composto por algumas pessoas escolhidas pelo imperador
por serem amigos próximos e integrantes da família, mas logo depois se
transforma em um órgão permanente constituído principalmente por juristas
com duas atribuições primordiais: (adsessores) assistir como técnicos os
juízes no tribunal do imperador e (consiliarii) assistir como técnicos o próprio
imperador na elaboração dos documentos legislativos.

De qualquer forma, Otaviano foi um hábil político, porque, de uma forma


muito estratégica, conseguiu criar uma estrutura política sui generis. José
Carlos Moreira Alves (2007, p. 32) descreve:

[...] O principado apresenta dupla faceta: em Roma, é ele monarquia mitigada,


pois o príncipe é apenas o primeiro cidadão, que respeita as instituições polí-
ticas da república; nas províncias imperiais, é verdadeira monarquia absoluta,
porque o princeps tem aí poderes discricionários.

Com isso, o primeiro imperador consegue agradar tanto aqueles que pre-
tendiam ver restaurada a monarquia como os republicanos, já que não acaba
imediatamente com as magistraturas, mas começa a reunir em suas mãos todos
os poderes antes repartidos na estrutura democrática e republicana do período
anterior. Como o cargo não é propriamente de magistrado, mas uma inovadora
forma de governar, Otaviano vai esvaziando o poder das magistraturas sem
acabar com elas imediatamente.
Um dos poderes mais importantes que concentrou nas suas mãos foi o
imperium proconsulare maius, pelo qual, além de comandar todos os exérci-
tos, poderia fiscalizar pessoalmente a administração de todas as províncias
(tanto as imperiais, submetidas diretamente ao princeps, como as senatoriais,
submetidas ao Senado), o que, na prática, dava a ele poder pleno de comando
de toda a estrutura política inaugurada com ele. E então uma surpreendente
evolução: as antigas magistraturas, responsáveis pelo esplendor da democracia
em Roma, agora submetidas ao poder e controle do imperador, transformaram-
-se em um corpo burocrático de funcionários estatais.
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A classificação da estrutura funcional e burocrática é a seguinte (CRUZ, 1969, p. 75):


 Legati Augusti pro praetore — encarregado do governo das províncias.
 Legatus legionis — encarregado do comando das legiões.
 Praefecti praetorio — chefe da guarda imperial, superintendente em assuntos cíveis
e criminais.
 Praefectus urbi — encarregado de substituir o imperador e policiar a cidade.
 Praefectus vigilum — encarregado do policiamento noturno.
 Praefectus annonae — encarregado de abastecer a cidade e regular os preços, além
de jurisdição sobre delitos.
 Praefectus aerarii — encarregado da administração do tesouro público, além da
jurisdição em negócios fiscais.
 Praefectus Aegypti — encarregado de governar o Egito.
 Procuratores — encarregados de administrar a fazenda pública.

Os instrumentos jurídicos criados


no Império Romano
O Direito nunca está dissociado do poder. Mudando a estrutura constitucional
e o deslocamento do poder, as fontes de Direito sofrem as mesmas variações
de um reboque que segue o automóvel. Mais do que isso, algumas fontes
jurídicas são criadas para legitimar e assegurar a efetividade do exercício do
poder do imperador. Essa nova estrutura política iniciada no Império Romano
determina as seguintes fontes do Direito:

 o costume;
 as leis comiciais;
 o edito dos magistrados;
 os senatus consultum;
 as Constituições Imperiais;
 a jurisprudência.
68 O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

As fontes do Direito

Costume

Chamado de mos maiorum, foi fonte primária no período da realeza e fonte


material para a positivação da Lei das XII Tábuas, mas chegou ao período
clássico sofrendo diversos ataques, desde a própria expansão territorial até
a crise da república. Como fonte de Direito, pode ser compreendido como
“Direito baseado no costume o que o tempo consagrou, sem a intervenção da
lei, com a aprovação geral” (Cícero. De inventione, II, 22, 67). No principado,
passou a ter colocação secundária em face da concentração do poder nas mãos
do princeps.

Leis comiciais

O mais importante sobre as leis comiciais no tempo do Império refere-se à


chamada reforma de Augusto ou Leis Júlias: Leges Juliae Judiciariae e Lex
Julia de maritandis ordinibus. Depois dessas leis, os comícios entraram em
franca decadência e chegaram ao fim pela falta de conteúdo legislativo a votar,
principalmente porque, pela tribunicia potestas, a proposta era do imperador,
e este, com o intuito de concentrar o poder (e o Direito) nas suas mãos, não
utiliza mais esse expediente legislativo. Segundo José Carlos Moreira Alves
(2007, p. 37), “é certo, todavia, que o poder legislativo dos comícios não foi
abolido, expressamente, mas desapareceu por ter, de fato, deixado de ser
exercido pelos comícios”.

Edito dos magistrados

O edito era uma fonte do Direito provinda do atributo da magistratura de


ditar regras. No início da república, essa fonte se dava com uma proclamação
oral do programa de governo do magistrado, sendo que, mais tarde, passou a
ser escrito em uma tábua pintada de branco (álbum). Essa fonte foi uma das
mais poderosas na história de Roma, porque, por meio dela, os magistrados
tinham função judiciária (o pretor) e faziam o planejamento do seu trabalho,
que se desdobrava na concessão das ações judiciais e, por isso, do direito de
processar. Cada pretor tinha o seu edito, mas poderia repetir o anterior.
Assim, consolidaram-se as produções edilícias e formaram um conjunto
jurídico espetacular, cujo nome pode ser dado de ius honorarium ou direito
O Direito e as estruturas políticas no Império Romano 69

decorrente da atuação do pretor. Essa fonte formidável de Direito também


sofreu a tendência de concentração do poder nas mãos do imperador, o que
se deu pela elaboração do edito perpétuo. O imperador Adriano designou
o jurisconsulto Sálvio Juliano (130 d.C.) para elaborar um texto único que
reunisse o conteúdo de todos os anteriores, dando, assim, imutabilidade ao
texto. Depois de confeccionado esse documento, toda produção por meio de
editos só poderia se dar por solicitação do princeps ou do Senado.

Senatus consultum

Essa fonte inicialmente significava uma consulta feita ao Senado (senatus


+ consultum), já que, desde os tempos mais remotos, alguns magistrados
consultavam o Senado para acessar a sua experiência (senex) a fim de resolver
determinadas questões, mesmo que não fossem ainda obrigados a segui-las.
Assim, era uma espécie de parecer emanado do Senado sobre assuntos impor-
tantes na vida dos cidadãos. Inicialmente não tinham força vinculativa, sendo
que, a partir do primeiro século a.C., tornaram-se fonte mediata de Direito,
mormente por meio do edito do pretor, e chegam ao principado como fonte
direta e imediata de Direito, criando o Direito Civil.
Foi uma fonte importante no campo do Direito Privado, tratando de di-
versas matérias, desde Direito Sucessório (senatus consultum Tertuliano e
senatus consultum Orficiano, que determinam a vocação hereditária entre
mães e filhos, cumpridos diversos requisitos) até Direito Obrigacional (senatus
consultum macedonianum, que proibiu o empréstimo de dinheiro a quem não
fosse plenamente capaz para todos os atos da vida civil).

Constituições imperiais

São decisões de caráter jurídico proferidas diretamente pelo imperador.


Sebastião Cruz é bem incisivo em ensinar: “diretamente quer dizer, no
sentido de que o princeps não necessita de cooperação nem mesmo mediata
ou indireta quer do senado quer do povo, são decisões que procedem do
imperador unilateralmente” (CRUZ, 1969, p. 269). Essa fonte de Direito foi
muito poderosa. O jurisconsulto Gaius, descrevendo o seu alcance, afi rmou
que a Constituição Imperial é tudo aquilo que o imperador constitui por
decreto, por edito ou por epístola, o que nunca se duvidou que tivesse força
de lei, já que o próprio imperador recebe o poder em virtude de uma lei (lex
curiata de império).
70 O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

Jurisprudência

A palavra jurisprudência (iurisprudentia) significa ciência do Direito, sabedoria.


Primitivamente, eram os sacerdotes máximos (pontífices) que realizaram esse
saber. Depois, foi criado um corpo de jurisconsultos, chamados de jurisprudentes,
cuja tarefa era dedicar-se a esse saber. Foi conceituada pelos próprios romanos
como conhecimento das coisas divinas e humanas, a ciência do justo e do injusto.
O exercício da jurisprudência se dava com três principais atividades: cavere
— auxiliar na elaboração de negócios jurídicos, agere — auxiliar no desen-
volvimento do processo e respondere — apresentar uma resposta ou opinião a
questões jurídicas controvertidas. Esta última atividade, no período do Império,
passou a se chamar responsa prudentium, ou resposta dos jurisconsultos,
que era então uma fonte do Direto porque o imperador concedeu-lhe uma
autoridade (ius respondendi). Gaio afirmou que as respostas dos prudentes
são as sentenças e as opiniões daqueles a quem é permitido constituir o Direito
(Gaio, 2004). A partir do imperador Adriano, essas respostas têm força de lei.

As Constituições Imperiais se apresentam, principalmente, sob um dos quatro tipos


(ALVES, 2007, p. 38):
 Edicta (editos) — normas gerais que, em virtude do ius edicendi do príncipe, dele
emanavam e se assemelhavam, na forma, às oriundas dos magistrados republicanos.
 Mandata (mandatos) — instruções que o príncipe transmitia aos funcionários
imperiais, principalmente aos governadores e funcionários das províncias.
 Rescripta (rescritos) — respostas sobre questões jurídicas que o imperador dava
a particulares, ou a magistrados e a juízes; no primeiro caso, diziam-se subscriptio-
nes, porque eram escritas abaixo da pergunta, para que a resposta desta não se
separasse; no segundo, epistulae, pois eram redigidas em carta.
 Decreta (decretos) — eram sentenças prolatadas pelo príncipe em litígios a ele
submetidos em primeira instância ou em grau de recurso.

O apogeu e a queda do Império Romano


A partir de determinado momento, a estrutura político-administrativa estabe-
lecida no início do Império (principado) começa a apresentar falhas e incon-
sistências, sendo ineficaz diante das novas realidades sociais, econômicas e
religiosas que se apresentavam. Segundo os ensinamentos de Sebastião Cruz
O Direito e as estruturas políticas no Império Romano 71

(1969), podem ser identificados como circunstâncias motivadoras da crise do


principado e determinantes para o estabelecimento do poder absoluto do im-
perador no dominato:

 as lutas políticas internas em matéria de sucessão dinástica;


 o fato de muitas províncias pretenderem se equiparar politicamente a
Roma;
 a falta de prestígio da autoridade romana;
 os violentos conflitos entre o Império Romano e o cristianismo;
 a crise econômica que assolava a população, submetida a altíssimos
impostos;
 a extraordinária extensão territorial do Império;
 a permanente migração dos povos, chamada de invasão dos bárbaros.

O início do dominato se deu com Diocleciano, que se intitulava Dominus


et Deus (senhor e Deus), isso porque o seu poder não provinha mais de uma
lex curiata de Império, mas de uma investidura divina (CRUZ, 1969), tendo
cabimento até mesmo uma adoratio, justo quando, em sede social, a população
começava a se identificar com o cristianismo, abrindo ainda mais o abismo entre a
autoridade romana e o súdito por ela governado. As primeiras reações do governo
são a perseguição e a violência contra os cristãos, mas um imperador chamado
Constantino determinou, em 313 d.C., a tolerância religiosa e fez as bases para o
cristianismo se tornar a religião oficial do Império. Mas não é só essa a importância
do período do dominato: nele, o Império foi dividido, e a parte ocidental recebeu
toda a cultura e religião latina proveniente dessa história magnífica.
A queda do Império Romano pode ser resultado das migrações paula-
tinas e silenciosas dos povos bárbaros ainda dentro desse período. Essas
infiltrações criaram um regionalismo no vastíssimo território romano e
principalmente nos exércitos responsáveis por protegê-lo, assim como na
população. Mesmo com a atitude de Antonino Caracala, em 212 d.C., de
elaborar uma Constituição Imperial, determinando e concedendo a cidadania
romana a todos os habitantes do Império, fator positivo para a tributação
e contingente bélico, não foi possível impedir o esvaecimento da unidade
espiritual da romanidade, aquele fator importante que era motivo de orgulho
dos primeiros tempos de Roma.
De tudo isso, uma conclusão é necessária: a herança cultural do Império
Romano. Essa herança cultural pode ser compreendida em muitos sentidos.
Jean Gaudemet (1988, p. 50) escreveu um texto muito inspirador sobre essa
herança, intitulado O milagre romano, no qual descreve:
72 O Direito e as estruturas políticas no Império Romano

[...] A herança jurídica de Roma, a mais citada e a mais evidente, inscreve-se


numa herança ideológica mais ampla. Não nos cabe aqui apreciar seu alcance
no campo das letras e das artes. Mas ela é inegável no pensamento político. [...]
Em diversos outros pontos, nossos códigos nada mais fizeram do que conservar
a herança romana. Sem dúvida, muitas reformas, sobretudo nos últimos trinta
anos, levando em conta as transformações da sociedade e das mentalidades,
romperam com as tradições romanas. A herança se enfraquece, mas não
desaparece. E, para além da linguagem comum e dos sistemas econômicos
aparentemente divergentes, talvez continue sendo ela a melhor garantia de
eventuais aproximações entre os direitos das várias nações.

No link a seguir, você encontra o caminho para um artigo


que relaciona as fontes de Direito no período romano e a
metáfora das fontes:

https://goo.gl/rjtxxq

ALVES. J. C. M. Direito romano. Rio de janeiro: Forense, 2007.


CRUZ, S. Direito romano. Coimbra: Almedina, 1969.
GAIO. Institutas do jurisconsulto Gaius. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
GAUDEMET, J. O milagre romano: os homens e a herança no mediterrâneo. São Paulo:
Martins Fontes, 1988.

Leituras recomendadas
GILISSEN, J. Introdução histórica ao Direito. Lisboa: Calouste, 2008.
ROLIM, L. A. Instituições de Direito romano. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:

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