Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lei das XII Tábuas: A Lei das XII Tábuas, que fora promulgada no século V a.C.,
representou um marco na história do direito e em especial do direito romano ao ser
considerado o primeiro código escrito acessível ao público. Estas doze tábuas
continham assim disposições legais abrangentes, abordando questões como a
propriedade, a família, dívidas e crimes. A Lei das XII Tábuas visava proporcionar
transparência e uniformidade nas práticas jurídicas, estabelecendo dessa forma um
padrão para resolução dos diversos litígios existentes. Embora tenha refletido algumas
desigualdades sociais e dificuldades de aplicação, esta primeira tentativa de codificação
contribuiu significativamente para o desenvolvimento do direito romano, influenciando
futuras formulações legais, codificações e sistemas jurídicos.
O cargo de Pretor, na Roma Antiga, teve a sua origem em 367 a.C., quando a Lex Licinia
Sextia estabeleceu a criação de uma nova magistratura. Esta magistratura designava-se
por Pretor, tendo sido inicialmente criada e desenvolvida para auxiliar na
administração da justiça. Focava-se especialmente em casos envolvendo cidadãos
romanos, existindo assim uma evolução significativa no sistema legal romano.
O Pretor tinha um papel fundamental na administração da justiça como já referido
anteriormente. A sua autoridade era expressa através do edictum. Este consistia num
pronunciamento anual que delineava as suas intenções e políticas judiciais para o ano.
O edictum permitia assim a adaptação da aplicação da lei conforme as mudanças
sociais e oferecia uma abordagem flexível para garantir uma justiça pautada pela
equidade.
Para se ser eleito existiam diversos requisitos a ser cumpridos. Um candidato a Pretor
precisava de apresentar um programa que delineasse as suas intenções e propostas
para a administração da justiça. Esta eleição estava vinculada ao "cursus honorum", ou
seja os magistrados não repetem cargos e a sua carreira é nomeada como carreira das
honras, pois cada magistrado serve, de forma gratuita, a cidade. As magistraturas estão
hierarquizadas da seguinte forma: Questor, Edil, Pretor, Cônsul e Censor, estando
assim representadas numa ordem crescente.
Esta era então uma sequência hierárquica de cargos públicos que os candidatos
precisavam seguir para serem considerados elegíveis para o cargo, no caso em
concreto para se ser eleito Pretor o cidadão romano precisava de ter sido
anteriormente Questor e Edil para depois ambicionar chegar a Pretor. O programa
deste era dividido em três partes: "translatiço," envolvendo a transferência de ações
legais entre tribunais, o "novum," introduzindo novos processos ou práticas judiciais e
"repentinum," tratando de casos urgentes e imprevistos. Estas categorias forneciam
uma estrutura abrangente para a abordagem do Pretor à justiça.
Com o tempo, a magistratura romana degradou-se e o sistema judicial enfrentou
desafios significativos. A instituição do edictum repentinum, destinada a responder
rapidamente a casos urgentes, perdeu a sua eficácia. A corrupção e a falta de respeito
pela tradição legal romana contribuíram para o declínio do sistema.
A degradação das Magistraturas levou consequentemente a um processo de
codificação, procurando assim uma forma de consolidar e sistematizar as leis e as
práticas judiciais. Este processo no qual os imperadores como Adriano e Justiniano
desempenharam papéis cruciais, visava obter ordem no sistema legal e preservar a
tradição jurídica romana.
O imperador Adriano, durante seu governo no século II, iniciou esforços para
consolidar e organizar as leis já existentes. Outro imperador romano, por exemplo
Justiniano, no século VI, empreendeu um esforço ainda mais amplo de codificação do
que o de Adriano, resultando assim nas codificações conhecidas como o Código de
Justiniano, o Digesto, as Institutas e as Novelas. Estas foram essenciais para a
preservação e continuidade do legado jurídico romano, influenciando
significativamente o desenvolvimento do direito posteriormente na Europa medieval.
Em suma, a vida e morte do Pretor não reflete apenas a evolução do sistema judicial
romano, mas também as complexas interações entre a política, a administração da
justiça e os esforços de codificação que marcaram a história legal romana.
A vida do Pretor estava intrinsecamente ligada à aplicação da lei, enquanto a "morte"
do Pretor, simbolicamente, poderia ser vista na conclusão do seu mandato. Esta
abordagem de rotação no cargo contribuía para a renovação e diversificação da
liderança legal. A análise da vida e morte do pretor na Roma Antiga oferece pontos de
vista valiosos sobre a evolução do sistema judicial romano e a interseção entre política
e justiça na antiguidade. Este tema proporciona uma visão abrangente de todo o
caminho do Pretor na Roma Antiga, desde sua criação até seu declínio, destacando
assim os elementos-chave como o edictum, o processo eleitoral e as mudanças
históricas que moldaram esta figura central no sistema jurídico romano.