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Segundo teste de Direito Romano- Aluno Martim Fernandes Marques- Nº69721

Turma A- Subturma-7 Nº69721

Lex Rogatae: A expressão "Lex Rogatae" remete a um processo legislativo da Roma


Antiga, onde as leis eram propostas pelos magistrados e submetidas à aprovação
popular em comícios. Este método envolvia a apresentação formal da lei ao povo
romano, que exercia assim o seu direito de voto. Este processo democrático destacava
a importância da participação popular na criação das leis e refletia o compromisso da
República com os princípios de um governo representativo. As leis aprovadas desta
forma desempenhavam assim um papel vital na evolução do sistema jurídico romano,
demonstrando assim a interligação entre a autoridade legislativa e a vontade da
população.

Lei das XII Tábuas: A Lei das XII Tábuas, que fora promulgada no século V a.C.,
representou um marco na história do direito e em especial do direito romano ao ser
considerado o primeiro código escrito acessível ao público. Estas doze tábuas
continham assim disposições legais abrangentes, abordando questões como a
propriedade, a família, dívidas e crimes. A Lei das XII Tábuas visava proporcionar
transparência e uniformidade nas práticas jurídicas, estabelecendo dessa forma um
padrão para resolução dos diversos litígios existentes. Embora tenha refletido algumas
desigualdades sociais e dificuldades de aplicação, esta primeira tentativa de codificação
contribuiu significativamente para o desenvolvimento do direito romano, influenciando
futuras formulações legais, codificações e sistemas jurídicos.

Comente a frase: "O Principado já é o início do Dominado.":

A frase "O Principado já é o início do Dominado" sugere a transição significativa da


estrutura de governo romana, marca assim a mudança da República para o Império.
Esta frase sugere que o Principado, que é uma forma de governo associada ao início do
Império Romano, representa o início de um período de domínio ou controlo. A
designação "Dominado" pode ser interpretada de várias formas, como por exemplo o
aumento do poder nas mãos do líder central, como era o caso do imperador. Isto
destaca uma mudança significativa em direção a uma forma mais centralizada de
governo.
O Principado teve origem com Augusto, anteriormente conhecido como Octávio, que
consolidou o seu poder após as guerras civis existentes e, em 27 a.C., ofereceu ao
Senado o controlo aparente das províncias e exércitos, tendo assim uma supervisão
crucial do império. Este modelo, que fora formalizado como "Prínceps," representou
uma tentativa de preservar as aparências republicanas como foi o caso da
“manutenção” das instituições da república enquanto estabelecia uma autoridade
monárquica.
Apesar dos esforços republicanos e as diversas tentativas de regressar à antiga forma
de governo, o Principado teve um enorme e forte acento no lado monárquico do
governo como já foi mencionado. O "Prínceps" detinha autoridade militar vitalícia,
poderes legislativos significativos e o título de "Augusto”, indicando a sua elevada
posição, especialmente em termos divinos. Esta centralização de poder nas mãos do
imperador refletiu características monárquicas, mesmo mantendo uma fachada
republicana.
O enfraquecimento do Senado, das Magistraturas e dos Comícios romanos estava
interligado à instabilidade política, corrupção e à necessidade de um governo mais
forte. Os procedimentos republicanos tornaram-se ineficazes diante das disputas
internas e das crises que assolaram a República. O Principado emergiu assim como
uma resposta pragmática para restabelecer a ordem e garantir a estabilidade política.
Mais tarde com imperador Diocleciano, embora esta figura surgisse mais tarde, no final
do século III, também desempenhou um papel crucial na evolução do governo romano.
Ao dividir o Império em partes administráveis, a denominada Tetrarquia, Diocleciano
procurou melhorar a forma de governo e a sua eficiência. A abordagem, embora
refletisse a necessidade de um governo central forte, marcou uma transição adicional
longe da estrutura original do Principado tendo diversas diferenças.
Abordando todos os tópicos já mencionados que nos levam a crer que o início do
Principado já é o início do Dominado, podemos concluir que a transição do Principado
para o Dominado marca não apenas uma mudança política, mas também uma
transformação profunda na natureza do poder em Roma. O Principado, embora
inicialmente concebido como uma forma de governo que preservava as instituições
republicanas, viu gradualmente o acentuar do lado monárquico, à medida que líderes
como Augusto consolidaram a sua posição. A ineficácia do Senado, das Magistraturas e
dos Comícios, combinada com a ascensão de líderes carismáticos, contribuiu para a
transição inevitável para o Dominado. Diocleciano, em particular, desempenhou um
papel crucial ao reorganizar o império, fortalecendo o poder central e consolidando
elementos autocráticos que caracterizariam o período dominado de Roma."
Em resumo, a frase destaca a transformação do Principado romano, revelando a
complexidade e a natureza híbrida do governo imperial, que incorporou elementos
republicanos e monárquicos em uma síntese única. Esta alteração marcou o início de
uma nova fase na história romana, onde a autoridade centralizada se tornou uma
característica duradoura do Império.

Tema de desenvolvimento: Vida e Morte do Pretor na Roma Antiga:

O cargo de Pretor, na Roma Antiga, teve a sua origem em 367 a.C., quando a Lex Licinia
Sextia estabeleceu a criação de uma nova magistratura. Esta magistratura designava-se
por Pretor, tendo sido inicialmente criada e desenvolvida para auxiliar na
administração da justiça. Focava-se especialmente em casos envolvendo cidadãos
romanos, existindo assim uma evolução significativa no sistema legal romano.
O Pretor tinha um papel fundamental na administração da justiça como já referido
anteriormente. A sua autoridade era expressa através do edictum. Este consistia num
pronunciamento anual que delineava as suas intenções e políticas judiciais para o ano.
O edictum permitia assim a adaptação da aplicação da lei conforme as mudanças
sociais e oferecia uma abordagem flexível para garantir uma justiça pautada pela
equidade.
Para se ser eleito existiam diversos requisitos a ser cumpridos. Um candidato a Pretor
precisava de apresentar um programa que delineasse as suas intenções e propostas
para a administração da justiça. Esta eleição estava vinculada ao "cursus honorum", ou
seja os magistrados não repetem cargos e a sua carreira é nomeada como carreira das
honras, pois cada magistrado serve, de forma gratuita, a cidade. As magistraturas estão
hierarquizadas da seguinte forma: Questor, Edil, Pretor, Cônsul e Censor, estando
assim representadas numa ordem crescente.
Esta era então uma sequência hierárquica de cargos públicos que os candidatos
precisavam seguir para serem considerados elegíveis para o cargo, no caso em
concreto para se ser eleito Pretor o cidadão romano precisava de ter sido
anteriormente Questor e Edil para depois ambicionar chegar a Pretor. O programa
deste era dividido em três partes: "translatiço," envolvendo a transferência de ações
legais entre tribunais, o "novum," introduzindo novos processos ou práticas judiciais e
"repentinum," tratando de casos urgentes e imprevistos. Estas categorias forneciam
uma estrutura abrangente para a abordagem do Pretor à justiça.
Com o tempo, a magistratura romana degradou-se e o sistema judicial enfrentou
desafios significativos. A instituição do edictum repentinum, destinada a responder
rapidamente a casos urgentes, perdeu a sua eficácia. A corrupção e a falta de respeito
pela tradição legal romana contribuíram para o declínio do sistema.
A degradação das Magistraturas levou consequentemente a um processo de
codificação, procurando assim uma forma de consolidar e sistematizar as leis e as
práticas judiciais. Este processo no qual os imperadores como Adriano e Justiniano
desempenharam papéis cruciais, visava obter ordem no sistema legal e preservar a
tradição jurídica romana.
O imperador Adriano, durante seu governo no século II, iniciou esforços para
consolidar e organizar as leis já existentes. Outro imperador romano, por exemplo
Justiniano, no século VI, empreendeu um esforço ainda mais amplo de codificação do
que o de Adriano, resultando assim nas codificações conhecidas como o Código de
Justiniano, o Digesto, as Institutas e as Novelas. Estas foram essenciais para a
preservação e continuidade do legado jurídico romano, influenciando
significativamente o desenvolvimento do direito posteriormente na Europa medieval.
Em suma, a vida e morte do Pretor não reflete apenas a evolução do sistema judicial
romano, mas também as complexas interações entre a política, a administração da
justiça e os esforços de codificação que marcaram a história legal romana.
A vida do Pretor estava intrinsecamente ligada à aplicação da lei, enquanto a "morte"
do Pretor, simbolicamente, poderia ser vista na conclusão do seu mandato. Esta
abordagem de rotação no cargo contribuía para a renovação e diversificação da
liderança legal. A análise da vida e morte do pretor na Roma Antiga oferece pontos de
vista valiosos sobre a evolução do sistema judicial romano e a interseção entre política
e justiça na antiguidade. Este tema proporciona uma visão abrangente de todo o
caminho do Pretor na Roma Antiga, desde sua criação até seu declínio, destacando
assim os elementos-chave como o edictum, o processo eleitoral e as mudanças
históricas que moldaram esta figura central no sistema jurídico romano.

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