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HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS

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A civilização Romana, a par de tantas outras que marcaram a nossa história deve ser exultada, pela
sua relevância evolutiva em vários campos que ainda hoje se fazem sentir e persistem no nosso
quotidiano. Desde as artes, à filosofia, ao direito e em outros variadíssimos campos, deparamo-nos
com reminiscências romanas que sobrevivem numa infinidade de instituições e princípios presentes
no mundo contemporâneo.
Como todas as outras civilizações, a romana não diferiu e formou-se a partir da necessidade do
homem viver em sociedade, agrupando diversos povos num só. Esta amálgama de indivíduos –
salientando os etruscos, latinos, gregos e sabinos- que viriam a fundar Roma no século VIII a.C.
sendo o ano de 753 a.C. apontado como baliza inicial desta civilização. No decorrer desta sociedade
ocorreram vários marcos importantes como alterações políticas e crises económicas que
possibilitam a delineação de épocas por parte dos historiadores, na qual a primeira se inicia aquando
a sua fundação – Época Antiga- e o seu término em 130 a.C.
A Época Antiga ficou marcada por vários acontecimentos que ditaram o progresso desta sociedade,
distinguindo dois como os mais marcantes – Lei das XII Tábuas e a República.
Inicialmente a sociedade Romana estava assente numa monarquia que se encontrava dividida em
três tribos genéticas que se foram alterando ao longo do tempo e consoante os seus governantes. Já
por esta altura o povo romano distinguia-se pela organização social, que embora ainda arcaica e
revelando frequentes deturpações e arbitrariedade devido à ausência de leis escritas alicerçada por
costumes -o Direito Consuetudinário. Já manifestava um sentido rigoroso por normas que permitia
um controlo da população rural e urbana.
Ius quiritium ou ius civile, referenciando os cidadãos romanos quirites ou cives respetivamente, era
uma outra designação para o direito romano antigo, exercido desde a formação da cidade até à
codificação da célebre Lei das Doze Tábuas no século V a.C.
Por volta de 510 a.C. a supressão da monarquia acarretada por uma revolução chefiada por patrícios
e militares dá lugar a uma república com características aristocráticas na qual a sua administração
estava subdividida em várias magistraturas. O rei seria comutado pelo poder consular liderado por
dois cônsules que se revezavam alternadamente na condução da civilização.
Poder esse que seria posteriormente repartido por outros indivíduos, adquirindo funções específicas
– os questores, os censores, os pretores, os edis curtis e os governantes das províncias.
A organização política da república não era só formada pelos cônsules mas também pelo senado e
pelo povo, um como órgão consultivo e legislativo e outro composto por patrícios e os plebeus que
se reuniam em comícios para votar, respetivamente.
A prosperidade económica advinda da alteração de poder político favoreceu a transformação da
sociedade romana e fruto dessa conjuntura surgiria a Lei das XII Tábuas, a codificação jurídica.
Considerada por Tito Lívio como “a fonte de todo o direito publico e privado”.
A lei das XII Tábuas viria a ser implantada apesar da forte oposição por parte do senado e dos
patrícios, pois esta privava os últimos de evocarem a sua relevância politica na sociedade, adquirida
por costumes antecedentes. Embora não se destinando a atribuir igualdade as todos os indivíduos, a
lei das XII Tábuas acabou por facultar “voz” ativa aos plebeus no acesso às magistraturas.
O foco principal deste código passava pela resolução que problemas quotidianos na sociedade que
surgiam em diversas áreas – a família, o casamento, o divorcio, os assaltos e as injurias contra
pessoas e bens, as dívidas, as heranças, a posse e transferência da propriedade e a escravatura.
Ao longo do período Antigo a codificação da lei viria a sofrer alterações e inovações do direito
romano que iriam ajudar na resolução das lacunas existentes da primeira codificação,
responsabilizando, na sua maioria, os magistrados e os pretores por tal processo.
A Lei Canuleia (445 a.C.) – que permitia o casamento entre patrícios e plebeus-, Lex Poetelia
Papiria (326 a. C.) – que melhorou a situação dos devedores insolventes-. Lex Ovinia (318-316
a.C.) - transferiu a escolha dos senadores para os censores-, Lex Aquilia de damno dato ( 287 a.C.) -
tratava da indeminização por motivo de dano- e a Lex Cincia de donis et muneribus (204 a. C.) -
limitava a liberdade de doações- foram as alterações implantadas posteriormente à codificação do
direito Romano.
Como agente pacificador e de união entre povos, a Lei das XII Tábuas tornou-se no ponto de
partida do direito Romano e revelou-se fulcral para o aperfeiçoamento e progresso da República,
garantindo a ordem e a justiça e atuando no cumprimento das normas da sociedade.

Bibliografia:
CENTENO, Rui Manuel Sobral (coord.), Civilizações Clássicas – II. Roma, Lisboa, Universidade Aberta,
1996
Webgrafia:
The Roman Republic[em linha] 2010 [Consult.15 Dec.2012] Disponível em:
http://www.teacheroz.com/romans.htm#art
Government in the Roman Republic and the Empire [em linha] 2010 [Consult.15 Dec.2012] Disponível em:
http://jaysromanhistory.com/romeweb/govt/govt.htm

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