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AULA 06- O DIREITO ROMANO

1- Contribuição Para o Desenvolvimento do Direito:

Em Roma, pela primeira vez em toda a longa história da humanidade, a


apreciação do fenômeno jurídico passou a ser redimensionada por completo,
assumindo, progressivamente, contornos ou ares científicos.

Nesse ambiente, o processo de desvinculação do sagrado é gradual, porém


absolutamente inequívoco. Foram os romanos que desenvolveram, com
renomada maestria no campo da teoria, os principais institutos jurídicos que
conhecemos, notadamente aqueles no âmbito do Direito Privado (mais
precisamente, na órbita do Direito Civil).

2- Evolução Histórica:

A história do Direito Romano, encontra-se dividida basicamente, em quatro


períodos:

- a Realeza (753-510 aC)

- a República (510- 27 aC)

- o Alto Império ou Principado (27 aC-284)

- Baixo Império ou Dominato (284-565).

3- Influências Externas:

O Direito Romano, apesar da sua originalidade, foi produzido a partir da


conjunção de costumes imemoriais de diversas gentes de origem indo-europeia
que vieram habitar a Península Itálica ainda em tempos remotos.
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Dentre os muitos povos que poderiam ser citados, é mister fazer referência
direta aos sabinos e etruscos. Os primeiros ofereceram os alicerces para o
delineamento das instituições jurídicas nascidas no seio da família romana.
Sua contribuição, portanto, vincula-se ao campo do Direito Privado.

Já os etruscos, cosmopolitas por excelência, deixaram como legado um


senso apurado de administração municipal e o conhecimento de uma ousada
prática mercantilista. A sua contribuição, portanto, restringe-se ao Direito
Público.

Sabe-se que os romanos não buscaram nas muitas legislações do Oriente


Próximo, tais como o Código de Hamurábi ou a Torah, os subsídios para a
composição de seu direito. O único paralelismo orientalista que poderia ser
destacado, é com o Direito da Índia Antiga. A verossimilhança é mais
perceptível no que tange ao culto aos mortos e à manutenção do fogo sagrado
nos lares.

A tradição literária, contudo, supõe uma influência grega na experiência


histórico-jurídica romana. É fato que algumas semelhanças, por ora, podem ser
conferidas entre os direitos grego e romano. Ex: caso do pai que rejeita o filho
portador de certa deficiência já no ato de seu nascimento.

Por fim, há que se cogitar a eventualidade da influência cristã. Admitindo


que esta tenha ocorrido, principalmente no Direito de Família romano, mesmo
que tardiamente, entre os séculos IV e VI, quando o império já declinava a
olhos vistos.

4- O Direito Romano na Realeza (753- 510 aC):

Ressalta-se que Roma, sob o aspecto cronológico, inicia tardiamente as


suas investidas no âmbito do Direito. Nesses primeiros anos, ele foi pouco
desenvolvido.

Tinha o costume como única fonte, era formalista, autoritário, elitista e ainda
impregnado de religiosidade.
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Nessa órbita, faz-se uma imersão no cotidiano da família, pois foi


justamente em seu seio que despontaram automaticamente as primeiras
regras. Assim, percebe-se a influência da religião doméstica no delineamento
das instituições jurídicas.

O conteúdo das leis, poderia assim ser resumido:

- leis que ratificavam o poder de vida e morte inerente ao paterfamilias;

- questões relativas às relações conjugais;

- operações cesarianas a fim de salvar a criança de uma mãe que falece no


parto;

- definição do período de luto;

- cidadania concedida aos escravos alforriados;

- relações entre o patronato e os clientes.

5- Direito Romano na República (510-27 aC):

Durante a República, o Senado Romano certamente amealhou maior


influência. Isso ocorre porque, durante a Realeza, os senadores cumpriam
mera função consultiva.

Se a figura dos reis havia desaparecido com o novo regime político


instaurado na cidade, o poder passa a se concentrar agora na figura do
dictator, magistrado destacado pelo senado para cumprir a função exclusiva de
tomar as rédeas do Estado em tempos de absoluta crise social.

Durante os seis meses de duração de sua investidura, as iniciativas por ele


adotadas, não podiam ser alvo de qualquer tipo de contestação.

Data dessa fase a elaboração das famosas Leis das Doze Tábuas, além do
surgimento de figuras decisivas na vida jurídica, tais como o pretor (magistrado
que se encarregava da distribuição da justiça), juízes (designados pelo pretor),
jurisconsulto (eminente conhecedor de leis) e o advogado.
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Lei das Doze Tábuas (451-450 aC): Os plebeus, em razão do descaso


patrício, haviam ameaçado abandonar definitivamente a cidade, pois se
sentiam terrivelmente desprestigiados e prejudicados por não terem o devido
acesso ao conhecimento da lei e a julgamentos justos. Os patrícios, por sua
vez, detentores do monopólio da interpretação normativa, não raro justificavam
suas posições legais evocando como pretexto a existência de costumes
imemoriais.

A importância desse corpo de leis se dá por refletir em uma das primeiras


iniciativas no sentido de reduzir à forma escrita todo o direito preexistente,
fazendo com que este passasse a ser de conhecimento público.

No bojo desse célebre ordenamento jurídico, a exemplo das codificações da


Antiguidade Oriental, encontrava-se prevista a chamada Lei de Talião.

As Leis das Doze Tábuas originais se perderam em meio à guerra contra os


gauleses, no ano 387. Escritas em placas de bronze, elas estavam expostas no
edifício do fórum romano, que foi saqueado e destruído pelo fogo. Todavia, as
leis já estavam tão inculcadas na memória coletiva popular que os escritores
latinos não tiveram muita dificuldade para recompor o seu conteúdo, sendo
essa a prova maior de que o anseio plebeu havia finalmente alcançado êxito.

De fato, foi na República que o Direito romano se estruturou e desenvolveu.

6- O Direito Romano no Alto Império (27 aC- 284):

Na fase inicial, tanto o imperador como o Senado conjugaram esforços para


governar o país, apesar da figura do primeiro ter inquestionável primazia sobre
o outro.

O imperador passou a ser o príncipe, um título honorífico que prepararia o


cenário para a instauração de um governo absoluto.

Nessa fase, a práxis jurídica cada vez mais se especializava. As maiores


transformações jurídicas ocorrem no campo do Direito de Família que começa
a assumir novos e definitivos contornos, com a implantação de uma “nova
ordem conjugal”, reprimindo-se drasticamente o adultério (cometido pela
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esposa), dificultava o divórcio e se valorizava acentuadamente o casamento. O


homossexualismo era proibido.

7- O Direito Romano no Baixo Império (284-565):

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civilis-justiniano-e-o-direito-brasileiro

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