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compilação de direito que tivesse solução para tudo. Para isso, era necessário
dividir as fontes em duas grandes áreas: Constituições imperiais de
imperadores anteriores (leges) e a jurisprudência romana e editos dos
magistrados, bem como legislação da República (iura/ius).
A iurisprudentia desaparece como fonte de direito e os juízes, integrados
na administração hierarquizada do imperador passam a ser “aplicadores do
direito das leis”.
O Codex Gregorianus (292 d.c) é a primeira coleção de textos rescritos,
compilados por Gregório. Este Código gerava grande confusão no que tocava a
invocar leis para fundamentar soluções perante o juiz e pior que isso eram as
tentativas de citar as opiniões dos jurisprudentes antigos. Os jurisprudentes
desta época eram-no unicamente de nome, pois não tinham nem
independência, nem cultura, nem romanidade para interpretar os textos dos
jurisprudentes clássicos. Esta solução aumentava, portanto, a subjetividade
decisória e o arbítrio judicial.
O Codex Hermogenianus (294 d.c) foi uma coleção de leis romanas
compiladas por Hermogeniano. Este Código abrangia uma variedade de temas
legais, incluindo direito civil, direito penal e direito administrativo. A compilação
foi feita com base em constituições imperiais e respostas a consultas legais, e
buscava fornecer uma referência útil para estudantes de direito e juristas da
época.
A Constituição do Imperador Valentiniano III (426 d.c) é uma constituição
imperial que vinha proibir citações como as do Código Gregoriano. Continha
uma instrução clara destinada aos juízes para não aceitarem senão a opinião
do jurisconsulto original e não os comentários críticos nas alegações dos
advogados. Apresentava assim um caráter geral e integral com força de lei. É a
primeira que disciplina e hierarquiza legalmente as fontes de direito na
perspetiva do seu uso pelos juízes.
A Lei das Citações parte do texto que tratava de assuntos de iura. Fixava
os 5 jurisprudentes que podiam ser citados perante o juiz com plena autoridade:
Papiniano, Paulo, Ulpiano, Modestino e Gaio. Em caso de discordância sobre
um assunto entre os 5 autores, o juiz deveria seguir um critério quantitativo
resolvendo pelo maior no de opiniões idênticas. Em caso de empate, deveria
seguir a opinião de Papiniano.
O Código Teodosiano (429 d.c) é a primeira codificação oficial de leges.
Foi revogado no Oriente pelo Código de Justiniano, mas a sua vigência no
Ocidente prolongou-se até ao Breviário de Alarico.
No ano 527 d.c , Justiniano I, Imperador Bizantino (Oriente), sentiu a
necessidade de ultimar uma fonte que continha todo o Direito vigente, pois o
Direito estava muito disperso e ele pretendia restaurar a unidade do Império e a
grandeza de Roma pelas vias política, religiosa, militar e jurídica. Preocupado
com a segurança jurídica e com vista a dar a conhecer o Direito a todas as
pessoas, o Imperador Justiniano manda compilar, numa só obra, todo o Direito
que se encontrava em vigor com o fim de nesta comtemplar todos os
problemas jurídicos e dar uma solução a tudo: o Código de Justiniano que,
mais tarde, viria a ser conhecido por Corpus Iuris Civilis. Diz-se que o mesma
foi compilado em cinco anos, porém, há dúvidas de que uma obra destas tenha
sido acabada em tão pouco tempo.
4 – Iluminismo e Direito
6 – Humanismo e Direito