Tutoria de Direito Constitucional I- Tutor Marcos Alves

Primeira pergunta teórica sempre acerca dos autores Platão ou Aristóteles

Platão- Saiu na última frequência

Aristóteles- Possivelmente pode sair na frequência

Tem existido alternância entre estes dois filósofos

Bibliografia mais importante e relevante:

Dignidade da pessoa humana: Instituições políticas e constitucionais de Paulo Otero-

Ler na totalidade este livro; A Dignidade da Pessoa Humana - Volume I- Dignidade e
Direitos Fundamentais (2ª Edição) de Jorge Reis Novais- Páginas mais importantes-
Recomendo a leitura das primeiras páginas e, em especial, das páginas 114-161

Poder político- Lições de Direito Constitucional- Volume 1- José Melo Alexandrino- Ler
na totalidade este livro;

A constituição (CRP)- Curso de Direito Constitucional- Volume I e II- Jorge Miranda

Princípio da legalidade- Importante para Paulo Otero

Perguntas para preparar- Estado de Direitos Humanos sobre a guerra entre Israel VS
Palestina/Hammas ou a guerra Rússia VS Ucrânia

Primeiro filósofo e autor abordado é Platão

Platão era discípulo de Sócrates

Principal livro e obra de Platão é “A República” que contraria a democracia. A

democracia ateniense foi muitas vezes criticada, quando ocorria estas critica por parte
da filosofia era uma forma de construção e desenvolvimento deste tipo de regime.
Porém algo que leva ao grito de protesto de Platão na sua obra “A Républica” é o facto
de a democracia escolher o pior destino para Sócrates, a morte por ostracismo
Quais são as principais ideias defendidas por Platão

Divide o mundo em ideias (Estas são perfeita) e sensações (Estas são falhas/erros)

Se o Homem/ser humano se pautar pelas sensações está enganado/errado e morto,

não se pode confiar nas sensações pois estas são falhas

Para Platão o melhor governante é o rei filosofo, como este detém um elevado
conhecimento (compilação de ideias que são perfeitas), resulta na sabedoria. Por que
razão o rei tem de ser filósofo? Pois apenas este detém a supremacia espiritual,
académica e ética em toda a sociedade.

As leis podem deter uma realidade revertida e contrária é por isto as leis não podem
estar acima do rei sábio. Este sabe como é a verdadeira realidade da sociedade,
tomará sempre as melhores decisões para os seus súbditos

A sociedade ideal de Platão é composta por: trabalhadores, militares e governantes

(Da base para o topo). Estes dois últimos referidos apenas detêm o cargo apenas
porque são delegados devido ao facto dessas pessoas terem almas diferentes. Este
defende a separação do corpo e da alma, o que está abaixo da divindade dos deuses
é a alma.

A alma dos trabalhadores- São indivíduos emotivos e pouco racionais, não tem a
racionalidade suficiente, são os menos sábios e têm menos poder na sociedade.

A alma dos militares- São pessoas com ira e raiva, utilizam e canalizam todos estes
sentimentos para as guerras existentes

A alma dos governantes- Estes procuram as ideias perfeitas, procurando assim o

conhecimento, as ideias são o conhecimento e este gera sabedoria. A sabedoria é
necessária para a existência do rei filósofo.

Platão discrimina almas superiores e inferiores, como já fora referido, é necessário

assim um regime pautado pelo absolutismo paternalista

Edifica cinco principais regimes/formas de governo:

1- Monarquia/aristocracia- Degenera-se na timocracia

2- Timocracia- Degenera-se na oligarquia

3- Oligarquia- Degenera-se na democracia

4- Democracia- Degenera-se na tirania- Ocorre a guerra entre ricos e pobres, o poder

está nas ruas e o poder é usurpado pelo um tirano que reivindica o poder

5- Tirania

É assim defendido um governo dos homens por Platão

Segundo filósofo e autor abordado é Aristóteles- Defende o governo das leis e a ideia
material da constituição:

Némesis/Antípoda de Platão é Aristóteles- Aristóteles defende o governo das leis

acima do governo dos homens, tem um pensamento muito diferente de Platão.
As leis devem reger a república, estas não têm emoções ou paixões, os governantes
têm de estar sempre abaixo das leis, assim não há questões de corrupção e má
governação. Crítica o rei filosofo, nunca vai conseguir ser alguém que não tem emoções
nem paixões estas cegam a razão- Defende assim a ideia de limitar o poder

Limita a ação do Estado- É realizada através das leis e de uma futura constituição

Princípio da subsidiariedade do Estado ao Direito, às leis e à constituição

O Homem é um animal da política, a ética é necessária para a construção desta

sociedade perfeita. Há uma alteração pode ser rápida ou devagar, mas isso leva
inevitavelmente à justiça

Na obra de Tratado da Política de Aristóteles- Defende a escravatura, porém é

refutado mais tarde pela escola estoica

Civilização greco-romana- Grande avanço após a revolução judaico-cristã- Altera todo

o direito constitucional, conceitos a ter em conta, ter noções basilares disto

Perante uma lei injusta o que devemos fazer? Segundo Sócrates não devemos fugir e
devemos cumprir a lei que nos é imposta

Já Antígona, este desobedece ao rei, há assim a desobediência de uma lei injusta

A democracia nasceu na Grécia no século V a.C.- Neste regime/forma de estado estão
presentes as ideias de legalidade e de tolerância

Revolução judaico-cristã:

-Esta revolução defende que o centro de tudo e toda a razão é o Homem, a essência
do Homem é a razão e não as paixões, sentimentos e emoções.

Antigo testamento- Tem por base a Torah (Texto sagrado dos Judeus) - Existem três
grandes momentos

1- O ser humano é criado à semelhança de Deus, temos uma dignidade quase divina
devido a este facto, por mais inferiores que sejamos a Deus somos então semelhantes
a este, o Homem foi criado do barro e moldado por Deus

2- Há procura por uma terra prometida e o caso do pecado original, leva à questão da
liberdade e de desobediência às regras. Conflito de direitos fundamentais- Ou
praticamos a liberdade de forma absoluta e quebramos a lei ou aceitamos as regras e
não praticamos o nosso livre-arbítrio de forma absoluta.

3- História de Abel e Caim- Caim mata Abel, Deus pergunta onde está o irmão o Abel e
esta pergunta se este não é o seu guarda? Está aqui a chave do Estado social, nós
somos guardas dos nossos irmãos, nós precisamos de contribuir para cidadão ao nosso
lado (Preocupar-nos com os nossos irmãos)

Novo testamento- Tem por base a Bíblia (Texto sagrado para os cristãos)

- Não temos liberdade sem dignidade, é uma relação de interdependência. Jesus Cristo
morreu por todos nós, houve um sacrifício- Aborda assim a questão de igualdade, só
somos seres dignos se tivermos igualdade

Constitui assim um dos momentos mais importantes de Direito Constitucional

Ius cogens- É a ideia da dignidade da pessoa humana/Ideia do princípio do direito da

pessoa humana

Surge nesta revolução filósofos como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e
Marsílio de Pádua após a revolução judaico-cristã:

Santo Agostinho- Responde à pergunta: O que distingue o Estado de um bando de

ladrões? É a justiça praticada pelo próprio Estado; Defende ainda que a liberdade é o
próprio livre-arbítrio
São Tomás de Aquino- Existe a dignidade humana através da criação do bem comum
da coletividade, podemos assim cumprir os planos de deus. Defende que há a possível
desobediência, porém esta depende segundo o princípio da proporcionalidade. Está
neste autor a raiz da igualdade entre homens e mulheres.

Marsílio de Pádua- Autor não tem santo no nome pois foi favorável entre a separação
do Estado e da religião. Vigorava a res publica cristiana e a autoridade do Papa - O
Papa mandava nos reis, este destituía e elegia os reis. Concluindo assim defende a
liberdade religiosa- Fim da república cristã, há assim uma reviravolta constitucional,
dividindo-se em contratualistas, liberalistas e outras conceções diversas

Descobrimentos portugueses leva a questões como a imposição ou não da nossa fé,

imposição ou não do nosso tipo de direito, o uso ou não da força e até a questão da
justiça. Como se irá resolver todas estas questões?

Para isto vamos abordar quatro autores que irão ter uma grande influencia no direito
internacional publico como conhecemos hoje

Bartolomeu de Las Casas- Defende que todos nascemos livres, defende o direito dos
índios, sem uso da forca nem de normas de escravidão, tortura e penas pesadas e
totalmente desumanas.

Francisco de Vitória- Apenas é possível ter uma fé verdadeira e pura se esta for livre e
de espontânea vontade por parte do crente. Devem estar em vigor nas colónias leis
próprias ou espanholas? – Defende que podemos aplicar leis iguais a todos, em síntese
defende assim direito comum público ou direito internacional público

Francisco Suárez- É considerado o pai do direito internacional público- Condena

regras/leis/normas injustas, porém admite guerras justas- Guerras legitimas, ou seja, a
forma como estas se justificam

Padre António Vieira- Quanto no Maranhão e no Grão-Pará pregou a palavra de Deus e

trouxe uma conceção diferente para o mundo lusitano, baseava-se em não maltratar os
índios, não impor a língua nem impor a fé

Há uma contradição entre a fé professada e a fé praticada- Muitos reis diziam-se

cristãos, porém não aplicavam os princípios judaico-cristãos

Existem três ideias que provam esta contradição:

1- Defesa da legalidade da escravatura- É contrária à palavra expressa na bíblia

2- Desigualdade perante a lei- Existem penas diferentes em litígios iguais, apenas o que
muda é a pessoa, mais precisamente o estatuto social desta, existiam tribunais
específicos para os nobres e membros do clero

3- Penas pesadas com torturas e outras medidas desumanas