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Revisão N1 – Ciência Política

INTRODUÇÃO

1. Ciência Política: Pode, preliminarmente, ser definida como a Ciência que estuda as sociedades
humanas organizadas por meio de um poder.
2. Problemas fundamentais da Ciência Política: (segundo BOBBIO)
a. O estudo do PODER
b. A problemática sobre como se deve avaliar as ORGANIZAÇÕES POLÍTICAS
c. Delimitação do CAMPO POLÍTICO em relação à MORAL, ECONOMIA e DIREITO
d. Investigação METACIENTÍFICA da CIÊNCIA POLÍTICA.
PLATÃO

1. Neste tópico serão estudadas as formas de governo na República de Platão. Lembrando que a
República de Platão é um projeto ideal de Organização Política.
2. ARISTOCRACIA: Na República de Platão, essa seria a forma de governo ideal porque seria baseada
na delegação do poder de governo àqueles que têm a excelência.
a. Nesse aspecto, a sociedade precisaria passar por uma transformação nas escolas, por
exemplo, para que desde cedo todos pudessem estar atentos ao desenvolvimento de suas
virtudes, além da própria família como meio para tal descobrimento.
b. Quem deve Governar para Platão?
i. Aquele que tem aptidão para isso. Aquele que tem as virtudes necessárias para
governar.
c. Aristocracia: “aristos” = melhor; “cracia” = poder.

3. TIMOCRACIA: Nessa forma de Governo, ela se enquadra abaixo da Aristocracia em termos ideais.
Nela, o governo ainda é dos melhores, mas esses melhores estão corrompidos com paixões.
Exemplo dessas paixões seria o sentimento de honra, ambição pelo poder.
a. Timocracia: “time” = honra; “cracia” = poder.

4. OLIGARQUIA: Nessa forma de governo, o poder está nas mãos de um grupo que provavelmente
herdou o poder ou o assumiu por meio de um golpe.
a. Na Oligarquia, o grupo governa primeiro para ter mais poder e segundo para se manter no
poder, destruindo qualquer rival.
b. Justamente pela falta de Legitimidade que existe na Oligarquia (como dito ela é herdada ou
tomada) o próprio povo assume o poder (transição para Democracia).
c. Oligarquia: “oligi” = poucos; “arqui” = domínio.

5. DEMOCRACIA: Nessa forma de governo, o poder é exercido por todos. Naquelas pequenas cidades
da Grécia, o povo exercia o poder direto (era a chamada democracia antiga).
a. Nessa forma de governo, torna-se insustentável manter a ordem por longo prazo. Quando
chegam as crises, torna-se necessária a escolha de algum norte a ser seguido pois o estado
fica à deriva do poder/interesse de todos.
b. É nesse momento que surge alguém com ideais revolucionários e toma o poder, dando início
à Tirania.
c. Democracia: “demos” = povo; “kratos” = poder.

6. TIRANIA: Nessa forma de governo, o poder é exercido por única pessoa, o tirano. Seria o próximo
estágio enfrentado por um povo após a democracia. Nesse estágio, o tirano exerce seu poder com
total arbítrio.
7. Conceito de Justiça: “É o interesse do mais forte.” (Cf Platão, República)
ARISTÓTELES

1. Quando estudamos Aristóteles precisamos lembrar que para ele tudo é composto por: FORMA +
MATÉRIA. A MATÉRIA é aquilo que é tangível enquanto que a FORMA não. A FORMA do ser
humano seria sua PSIQUE.

2. Além disso, para Aristóteles tudo tem um fim, uma finalidade. Seria a chamada TELEOLOGIA. O fim
do ser humano é ser feliz. Felicidade para Aristóteles se encontra na ética das virtudes que seria
uma vida equilibradas nos extremos, ou seja, uma vida virtuosa.

3. Para Aristóteles, o ser humano é um animal político, e é na política que o ser humano desenvolver
seu lado racional que é justamente a sua capacidade de distinção entre matéria e forma. Isso é ser
racional para Aristóteles.

4. Estrutura Política para Aristóteles = Sociedade formada por Leis.

5. Virtudes Éticas são as mais importantes para Aristóteles pois são práticas (TJCG)
a. Temperança: DOR e PRAZER
b. Coragem: COVARDIA e AUDÁCIA
c. Generosidade: EGOÍSMO e AUTRUÍSTA
d. Justiça: DIREITOS e OBRIGAÇÕES

6. Formas de Governo para Aristóteles:


a. Monarquia x Tirania – Único Governantes
b. Aristocracia x Oligarquia – Pequeno Grupo no Governo
c. Politeia x Democracia – Grande Grupo no Governo

7. Na Politeia, pode-se dividir os poderes da seguinte forma:


a. Assembleia do Povo (Magistratura Legislativa)
b. Magistratura Administrativa
c. Magistratura Jurídica
MAQUIAVEL

1. Maquiavel é considerado o pai da ciência politica moderna e ele trabalha a questão do poder
baseada na sua experiência prática, ou seja, Maquiavel não cria hipóteses ou teorias da psicologia
do ser humano, ele trabalha a realidade. Por esse motivo, considera-se que Maquiavel inaugura o
Realismo Político.

2. Maquiavel tem um pensamento extremamente pessimista sobre o ser humano, tendo em vista sua
experiência com as relações sociais.

3. Concepção Cíclica da História: Por meio da mera observação da história. Maquiavel percebe que o
ser humano exposto às mesmas condições tende a apresentar os mesmos resultados. Por isso, o
Político precisa conhecer bem a história do seu povo.

4. Existem 2 interesses que norteiam as decisões políticas de uma sociedade:


a. Desejo dos poderosos em oprimir e governar
b. Desejo do povo de não ser oprimido nem comandado.

5. O Príncipe: ensina como conquistar o poder e mantê-lo. O critério do bom governo é a estabilidade.

6. A Política tem sua própria lógica de funcionamento a despeito da sociedade. Importante ressaltar
que Maquiavel fala única e exclusivamente sobre política. Política com ela é, não como devia ser.

7. A Sociedade precisa de estabilidade política para poder se desenvolver:


a. Fortuna: são fatores externos ao homem que influenciam suas atitudes;
b. Virtudes: é a forma como o homem reage sobre as fortunas que lhe ocorrem.

8. Ponto muito importante para entender a visão de Maquiavel é que a finalidade do Poder é
simplesmente manter o Poder, ou seja, é o Poder pelo Poder. Todo direito deriva do poder político.

9. Nesse aspecto, Maquiavel defende a ideia que a Virtude Política está no quanto ela consegue ou
não cumprir o seu fim. Se um Governo tem um objetivo, sua eficiência será medida não pelo meio,
mas sim pelo fim. Daí surge a ideia que os fins justificam os meios.

10. Formas de Governo:


a. Principados (governo de um só)
i. Monarquia
b. República (governo de vários)
i. Aristocráticas (alguns)
ii. Democráticas (muitos)
HOBBES
1. Hobbes é o primeiro dos Contratualistas.

2. Por meio de um contrato que o Estado (Leviatã) não é parte, cada indivíduo aliena sua liberdade
para que esse Governante possa governar e manter a paz na sociedade.

3. Contrato: alienação da liberdade natural em troca da segurança normativa. Em face do medo da


morte violenta no estado de natureza, “é como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e
transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens,
com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas
ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas”.

4. Leviatã é formado, em seu corpo, por pessoas e carrega consigo uma espada que simboliza o poder
do estado de punir e carrega na outra mão um báculo que simboliza a legitimidade que este tem
perante sociedade que governa.

5. As partes do contrato (súditos) devem obediência ilimitada ao soberano, não lhes assistindo nenhum
direito de resistência. A única exceção é quando o Estado dispõe arbitrariamente contra a vida de
um cidadão. No caso, o princípio da autoconservação é inalienável. Única forma seria pela guerra.

6. Formas de Governo:
a. Monocracia (seria o ideal, pois as leis estariam no controle de um só, o cabeça)
b. Oligarquia
c. Democracia

7. Direito de Propriedade: Para Hobbes não é um direito natural.

8. Hobbes NUNCA falou que o ser humano é mau por natureza. Apenas entende que no estado ne
natureza, o ser humano é imprevisível e que seu instinto é o ATAQUE.

9. Leis Distributivas: são as leis que tornam os indivíduos previsíveis.

10. Leis Penais: são as leis que que autorizam a vingança institucionalizada pelo Estado.

11. Liberdade Religiosa é livre para ser exercida, mas quem tem o poder da ação é o Estado.
JOHN LOCKE
1. Locke acredita que o estado de natureza não é um estado de guerra, mas de Liberdade.

2. Pelo fato de sermos racionais, Locke defende que poderíamos agir em sociedade. O problema é que
além de sermos seres racionais também somo seres passionais.

3. Diferente de Hobbes, Locke traz alguns DIREITOS NATUAIS:


a. Propriedade: a propriedade é fruto do Trabalho.
b. Liberdade: o próprio trabalho é uma atividade livre.
c. Vida: seria o nosso primeiro direito natural.

4. Pelo fato de sermos seres passionais, não conseguimos fazer justiça com as próprias mãos porque
sempre seremos influenciados por elas. Por conta disso, precisamos de um juiz imparcial que, na
sociedade, figura como o Estado.

5. Enquanto que para Hobbes nós alienamos a nossa liberdade, para Locke nós delegamos o poder
da liberdade.

6. Locke é um dos pais do Liberalismo e, por conta disso, acredita na intervenção mínima do estado,
sendo necessário apenas no que tange aspectos que garantam: a vida, a liberdade e a
propriedade. O Estado não cria direitos, apenas garante direitos naturais acima mencionados.
7. O contrato, para que tenha legitimidade para Locke, deve ser feito por meio da eleição de um
representante.
8. Estrutura do Estado:
a. Legislativo: É o poder máximo. É lá que são votadas as leis que tratam sobre os direitos
naturais. Importante destacar que não devem ser perenes. Após os trabalhos, o Legislativo
deve ser dissolvido.
b. Executivo: Órgão que executa as leis, estando o judiciário também dentro.
c. Federativo: Cuida das questões externas ao estado. Lembrando que Locke é britânico e está
indo de encontro ao regime da época. Ele acredita que deve haver distinção e autonomia
entre as questões externas e internas. Independência diante do Executivo.
9. Diferente de Hobbes, para Locke é possível que seja feito o EXERCÍCIO DE REVOLTA, desde que
seja a maioria para tal.
10. DIREITO DE RESISTÊNCIA:
a. O estado desrespeitou seus direitos arbitrariamente;
b. Você esgotou todos os meios possíveis;
c. É um direito específico e não requer dissolução do Estado.

11. Regulação do Poder: Exercido nos limites da Lei.

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