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1.

A filosofia política distingue-se de outros campos de saber que tem a política


como o objecto de estudo pelos métodos e formas como problematiza a própria
política.

Demonstre quatro problemas que constituem o cerne da filosofia política.

R: É de capital importância desferir que a filosofia política não tem uma fronteira bem
delineada no concernente às questões que ela trata, no entanto, restritamente, assenta-
se nos problemas relativamente à origem do estado (naturalista e contratualista),
melhor forma de governo (monarquia), função do Estado (salvaguardar os direitos
naturais, garantir a paz, igualdade) natureza da acção política, organização do Estado
(governantes, guardiões e artesãos), o que é e para que serve o poder político e a
constituição das relações de poder.

2. Os filósofos da Idade Antiga sempre tiveram aversão à forma de governo


democrática, ou seja, o governo da maioria, onde o povo é o titular de poder.

Por que Platão tinha aversão à democracia?

R: naturalmente, para Platão, os homens nascem diferentes e, por isso, divididos em


classes sociais onde o governante ou rei devia somente um filósofo. Sendo a
democracia um governo da maioria, onde todo cidadão pode eleger ou ser eleito ou
seja, todo o cidadão é potencialmente governante. Desta forma, Platão tinha aversão à
democracia pois, segundo ele, esta forma de governo corrompe a ordem natural da
organização social.

3- Maquiavel é um dos mais originais pensadores do renascentismo, uma figura


brilhante, mas também polémica. A sua obra O Príncipe é quase uma receita para
todos que querem, com sucesso, conquistar e manter o poder. Além disso, é
considerado o fundador da ciência política.

Evidencie quatro argumentos que Maquiavel propõe ao príncipe para a conquista e


manutenção do poder.

R: Os argumentos propostos ao Príncipe para a conquista e manutenção do poder são:


 Deve ter a arte da guerra (guerreiro) e organização e disciplina militares.
 Ser mais temido do que amado (crueldade).
 Deve ter características de dois animais: raposa, caracterizada pela astúcia,
pelo engano, ou seja, simular e dissimular. Leão, que assenta-se na Ferocidade
e força.
 Sem escrúpulo, traiçoeiro, mentiroso, má-fé.

Por que é considerado o fundador da ciência política?

R: Maquiavel é considerado o fundador da ciência política por ser o primeiro pensador a


tomar a política e analisá-la como uma categoria autónoma. O seu pensamento político
poder ser caracterizado em duas perspectivas: O realismo extremo que rompe com uma
tradição oriunda ainda da Grécia Antiga, a da construção de utopias políticas, para
descrever não como o homem deve agir, mas sim, como o homem age de fato e como,
de fato, é o governo; rejeição completa ao legado ético cristão da Medievalidade e a
constituição de uma moral laica de base naturalista, investiga a política pela política
sem recorrer a Ética, Moral e Religião para direcionar seus estudos. Portanto, é com ele
que se dá a autonomia da política.

4- Dois grandes pensadores marcaram a reflexão política moderna: Hobbes e


Locke. Todos convergem que a origem do Estado está no contracto social. Porém,
enquanto o contracto social de Hobbes o levou ao absolutismo, o de Locke ao
liberalismo.

Explique a sua divergência, ou seja, as razões que levaram o contratualismo de Hobbes


ao absolutismo e Locke ao liberalismo.

R: Para Hobbes, o poder para ser eficaz, deve ser exercido de forma absoluta. Este
poder resulta, no entanto, da transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. Ou
seja, as razões que o levaram ao absolutismo prendem-se no facto de que o soberano
não tem nenhum dever para com os súbditos, uma vez que estes renunciaram para
sempre à sua liberdade de homens isolados para usufruírem os benefícios da sociedade
no Estado. Por isso, o soberano não é obrigado a prestar contas de seus actos a
ninguém. Assim sendo, os súbditos não podem exigir de volta seus direitos porque a
renúncia, uma vez feita, vale para sempre.

Já o contratualismo de Locke o leva ao liberalismo na medida em que concebe o Estado


como meio que o homem usa para potencializar os seus direitos, ou seja o Estado existe
para fundamentar os direitos naturais que o indivíduo delega ao estado.

5- No segundo tratado sobre o governo, Locke procura fundamentar a origem do


Estado, suas funções e atribuições.

Mencione e justifique as principais funções do Estado segundo Locke.

R: salvaguardar os direitos naturais,

Garantir a ordem e harmonia:

6- Disserte sobre a relevância do estudo da filosofia política.

R: A relevância do estudo da filosofia política prende-se no facto de que não só se


preocupa em perceber as organizações e as formas de governo existente como também
propor a forma ideal da organização para os homens na sociedade.
A filosofia política não se limita a descrever as formas de governo como também
procura se ocupar dos problemas políticos relacionados com a origem do Estado sua
organização, a sua forma ideal, sua função e o seu fim específico, a natureza da acção
política e as suas relações com a moral, relação entre o Estado e o Indivíduo, entre o
Estado e a igreja e entre o Estado e os políticos.
7- Segundo Agostinho a autoridade política é uma dádiva de Deus.

Discuta as implicações directas desta colocação no exercício do poder político.

R: A colocação agostiniana tem como consequências a criação do absolutismo pois se


alguém é concedido o poder (supostamente divino), ele não pode ser questionado
porque considera-se uma dádiva. Por tanto não cabe aos homens julgar se os governos
são ou não justos; este pensamento remete ao pensamento de que para se chegar ao
poder, pode-se usar as pessoas e quando alcançado o mesmo não pode ser questionado.

8- O que é contrato social?

R: O contracto social é o momento intermediário entre o Estado de Natureza e o


Estado Civil que culmina com criação da autoridade e se confia a alguns o encargo de
velar pelos direitos de todos.

9- O que é contratualismo?

R: O contratualismo é uma corrente filosófica que parte da premissa de que nos


primórdios o ser humano vivia num estado de natureza, onde não havia estado,
instituições ou leis e onde a liberdade era plena não existindo, limites para a conduta
humana, para assim responder questões relacionadas a origem do estado, seus
fundamentos, seu objecto e sua finalidade.

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