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TEMA: COMO VIVER NA CIDADE DOS HOMENS?

EXERCENDO A CIDADANIA COM


DISCERNIMENTO
Hoje você já se sente receoso, com medo de pregar contra a prática homossexual?
Pregar contra esta prática está dentro do exercício normal da sua cidadania ou evidente
violação legal? Antes de falar mais sobre isso, precisamos saber o que é cidadania.
Um conceito de cidadania
Cidadania é a condição de cidadão. De acordo com o grande constitucionalista Uadi
Lamego Bulos, cidadania é o status das pessoas físicas que estão no pleno gozo dos
seus direitos políticos ativos (capacidade de votar) e passivos (capacidade de ser votado
e ser eleito). É também o estado que credencia os cidadãos a exercerem prerrogativas e
e garantias constitucinais como propor ações populares, assim como faculta ao cidadão
participar da vida democrática (status activae civitates). Para o constitucionalista, na
CF/88 a cidadania é, ao mesmo tempo, um status para o cidadão e um direito
fundamental (BULOS, 2015, p.513). Exercer cidadania é ser cidadão na prática.
Thomas Marshal, professor de Sociologia na London School of Economics, diretor
do Departamento de Ciências Sociais da Unesco e presidente da International
Sociological Associatio, argumenta que cidadania começa pela garantia dos direitos
civis, políticos e sociais. De outra forma, o P.H.D Humberto Dantas, no Curso Para
entender a política brasileira, fundamentado também em Thomas Marshal, define
cidadania como “um estado geral de consciência onde as pessoas formalmente
educadas têm a percepção e a dimensão de seus direitos políticos, civis e sociais”. Diante
destas definições esboçadas, cumpre sabermos o que são direitos civis, políticos e
sociais.
Direitos civis são as liberdades ou direitos individuais e coletivos. Eles estão
espalhados pelo nosso ordenamento jurídico, mas estabelecidos de forma especial no
artigo 5º da nossa constituição. Os Direitos individuais é a garantia do respeito aquilo
que um indivíduo deseja ser ou realizar no mundo sem prejudicar diretamente outra
pessoa. Exemplos são: religião, profissão e identidade de gênero. Direitos coletivos é a
garantia do respeito ao compartilhamento dos meus desejos com outros. Exemplos são:
time, amigos, religião. Direitos políticos são os direitos de representar e ser
representados numa sociedade democrática. Exemplo é eleger e ser eleito. Direitos
sociais são aqueles direitos minimos que capacitam os membros de um estado serem
cidadãos. Ex: saúde e educação. Sem saúde para existir não há como exercer a
cidadania. Sem educação para saber o que são seus direitos e deveres não há como ser
cidadão.
Ser cidadão é defender valores que tornem a convivência em sociedade mais
harmônica e pacífica. Inclusive, viver numa lógica republicana, significa que o interesse
coletivo está acima das minhas categorias particulares ou de grupo. Como diria um
estudioso do tema, numa república não pode ser imposta as vontades de um rei, de um
eu, de um deus. O que isso significa? Num país laico, republicano, a vontade de uma
autoridade, a vontade pessoal de alguém, ou as crenças ideologicas ou religiosas de um
grupo não podem ser impostas sobre os outros.
Diante destas definições, como um cristão exerce sua cidadania com
discernimento? Para sermos claros, definirei discernimento como a capacidade de
compreender com clareza entre o certo e o errado diante das situações cotidianas.
Proponho aprendermos com o paradigma paulino no exercício da sua cidadania romana
como exercer com discernimento nossa cidadania brasileira. Para isso quero usar o relato
do capítulo 16 do livro de Atos.
A título de introdução contextual, como todos os colegas sabem, o livro de Atos é
a segunda parte da grande obra de Lucas-Atos, escrita pelo médico Lucas entre 60 e 70
d.C para uma autoridade romana chamada Teófilo. Atos relata a continuação da obra
de Cristo depois da sua subida aos céus por parte dos apóstolos e da igreja na força e
condução do Espírito Santo. Um dos principais ou talvez o principal personagem de Atos
é o apóstolo Paulo. O bloco de 15.36 a 18.22, onde está inserido o capítulo 16, relata a
segunda viagem missionária deste apóstolo. Nesta viagem ele para em Filipos e liberta
uma jovem escrava possessa de um espírito de advinhação. Os proprietários da
escravizada que lucravam muito com ela denunciam Paulo e Silas aos magistrados e
eles são condenados a açoites e ficam presos por uma noite sem direito de defesa.
Act 16:35-39 relata que “Quando amanheceu, os pretores enviaram oficiais de justiça,
com a seguinte ordem: Põe aqueles homens em liberdade. Act 16:36 Então, o carcereiro
comunicou a Paulo estas palavras: Os pretores ordenaram que fôsseis postos em
liberdade. Agora, pois, saí e ide em paz. Act 16:37 Paulo, porém, lhes replicou: Sem ter
havido processo formal contra nós, nos açoitaram publicamente e nos recolheram ao
cárcere, sendo nós cidadãos romanos; querem agora, às ocultas, lançar-nos fora? Não
será assim; pelo contrário, venham eles e, pessoalmente, nos ponham em liberdade. Act
16:38 Os oficiais de justiça comunicaram isso aos pretores; e estes ficaram possuídos
de temor, quando souberam que se tratava de cidadãos romanos. Act 16:39 Então,
foram ter com eles e lhes pediram desculpas; e, relaxando-lhes a prisão, rogaram que
se retirassem da cidade.
A partir do relato, aprenderemos que o cristão exerce sua cidadania com
discernimento quando cumpre seus deveres, conhece e reinvidica seus direitos.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando cumpre seus deveres
Na famosa obra A apologia de Sócrates, Platão narra que quando seu mestre é acusado
e condenado injustamente de ateísmo e sedução dos jovens, ele é convidado pelos seus
discípulos a fugir da aplicação injusta da lei. Sócrates, entretanto, se nega a fugir. O
fundamento usado pelo grande filósofo de Atenas é que desrespeitar a decisão das
autoridades mesmo que injusta é criar um grave precedente de desordem na cidade. A
ideia básica é muito clara: se sempre que acharmos que uma decisão da autoridade é
injusta nós não a obedecermos, quase ninguém vai respeitar as decisões da autoridade.
A consequência será o caos e a desordem que gerará continuos conflitos e e a destruição
da própria sociedade. Depois de usar do seu direito de defesa e não ser atendido,
Sócrates se rende à decisão das autoridades da sua época e se submete à pena de
morte, mesmo que injustamente.
No mesmo sentido, no relato do capítuo 16 não vemos Paulo e Silas esboçarem
reação física ou armada contra as autoridades. Conscientes dos seus deveres de
submissão as autoridades, mesmo diante de flagrante injustiça, os cristãos primeiro
cumprem seus deveres, submetem-se às autoridades e depois se defendem de acordo
com seus direitos. Esta prática advém do ensino do Cristo que ensina, por exemplo, em
Mateus 22:20-21: E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam:
De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Podemos aprender três lições muito importanes sobre a relação com as autoridades
aqui. Primeiro o Senhor Jesus reconhece a autoridade de César. César ou as autoridades
devem ser reconhecidas pelos cristãos. Segundo, Jesus deixa claro que o que é devido a
César deve ser dado a ele, seja imposto, seja respeito. Em terceiro lugar, Jesus também
ensina que as coisas de César e de Deus são distintas, não podemos misturá-las. É o
famoso princípio de separação entre igreja e Estado, tão caro entre os batistas e tão
grandemente ameaçado nas últimas eleições.
O apóstolo Pedro confirma o ensino de Cristo em 1 Pedro 2.13-14 quando declara:
Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como
soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, [...] honrai ao rei. Quando a
monarquia foi tomada pelos militares em 1889, o poder do rei brasileiro foi diluído em
três esferas: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judiciário. No contexto em
que Pedro escreve a carta havia um possível começo de perseguição e ameaças aos
cristãos por parte de particulares com o apoio das autoridades, isso não era licença para
os cristãos se rebelarem. Eles deviam continuar com espírito de mansidão se
submentendo as autoridades e orando por elas. Desta feita, existe uma ordem clara para
sujeição geral dos cristãos ao poder terreno temporal. Eles estão nesta posição por
decisão soberana divina. Eles foram enviados por ele. Ao honrar o rei ou às autorides de
comando, estamos honrando ao próprio Deus.
No mesmo sentido, o grande apóstolo Paulo quando em Romanos 13:1 declara: Todo
homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não
proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. No contexto
em que a carta foi escrita, a grande autoridade de Roma era o imperador Nero (54-68
d.C), um dos mais torpes e vis imperadores de toda a história. Com isso aprendemos que
o dever de obediência a autoridade não está ligado à sua qualidade ou sabedoria. O
dever de obediência às leis não depende de gostar delas ou não. Devo honrar e obedecer
às autoridades independente de apoiar ou não o cristianismo. Primeiro eu a obedeço,
depois eu a questiono de acordo com a própria lei que a autoridade me concede para
questionar.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando cumpre seus deveres
e obedece às autoridades. Em possíveis casos de acusações falsas ou perseguições por
causa da nossa fé, primeiro, devemos nos submeter às decisões das autoridades, mesmo
que injustas, depois, como Sócrates, Paulo e Silas buscamos nos defender de acordo com
nossos direitos exercendo com plenitude a nossa cidadania. E caso não sejamos
atendidos, mesmo que injustamente? Nós nos submetemos e entregamos nossas vidas
a Deus.
Mas para exercemos a cidadania, além de cumprir deveres, precisamos conhecer
nossos direitos.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando conhece os seus direitos
No verso 36 do capítulo 16 Paulo expressa evidente conhecimento dos seus direitos
como cidadão romano. Paulo anuncia sua cidadania romana e declara que seus direitos
fundamentais foram violados pelos procedimentos das autoridades. Tanto a Lex Valeria
(509 a.C.) e a Lex Porcia (248 a.C.), reafirmadas na Lex Julia (23 a.C.) protegiam os
cidadãos romanos de punições humilhantes em público, como espancamento com varas.
Além disso, um cidadão romano sempre tinha direito a um julgamento antes que a
punição fosse aplicada.1
Você conhece os seus direitos como cidadão brasileiro? Por exemplo, usando o
paradigma da pregação cristã diante da prática homossexual, caso sejamos
ameaçados de processo por declarar que este comportamento é pecaminoso, temos que
saber que o inciso VI do art. 5º da nossa Constituição estabelece como nosso direito
fundamental que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias”. Teorias seculares não podem obrigar os religiosos a pensar
de uma forma específica contrária aos seus dogmas, isto é violação de liberdade de
consciência e de crença. Os cultos religiosos não podem ser embaraçados ou regulados
de acordo com doutrinas estranhas ao corpo doutrinário daquela religião. Seus cultos
religiosos, seus dogmas e suas liturgias são assegurados por lei.
No mesmo sentido, o inciso VIII do mesmo art. 5º declara que: “ninguém será privado
de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;” Você não pode, por exemplo, ser privado da sua
liberdade por causa da sua crença religiosa. Ninguém pode te prender por acreditar num
dogma estabelecido por sua religião, seja ela qual for.
Por fim, o próprio STF, corte maior consticional brasileira, no informativo do STF de
número 931 do ano de fevereiro de 2019, reconhece que no contexto das pregações
contra a prática homossexual: “Há que se preservar, entretanto, a possibilidade de
exposição e reprodução de narrativas, conselhos, lições ou orientações constantes de
qualquer livro sagrado de qualquer religião (como a Bíblia, a Torah, o Alcorão, a
Codificação Espírita, os Vedas hindus e o Dhammapada budista). Essas práticas não
configuram delitos contra a honra, porque veiculados com o intuito de divulgar o
pensamento resultante do magistério teológico e da filosofia espiritual que são próprios
de cada uma dessas denominações confessionais. Tal circunstância descaracteriza, por
si só, o intuito doloso dos delitos contra a honra, a tornar legítimos o discurso e a
pregação como expressões dos postulados de fé dessas religiões”.
Você entendeu o que o STF está dizendo? Todo cristão ou pregador cristão tem o
direito de pregar contra qualquer comportamento ou estilo de vida que sua religião
proiba ou condene. Claro está que isso inclui a prática homossexual. O que o STF
entende que é proibido fortemente pela Constituição é qualquer pessoa, inclusive

1
William J. Larkin Jr., Atos, vol. 5, The IVP New Testament Commentary Series (Westmont, IL: IVP Academic, 1995), At
16.35–40.
religiosos, incitar violência física ou moral contra qualquer outra pessoa por ser
homossexual. Ora, não concordariamos com isso? Porventura nós discipulos de Jesus
Cristo bateriamos palmas para qualquer pessoa, inclusive colega pastor, que incitasse
a violência contra outras pessoas? Por acaso, a lei deve proteger até mesmo religiosos
que incitam a violência contra outras pessoas? Todos concordariamos que não.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando conhece os seus direitos.
Você tem lido a Constituição? Você tem lido o Código Penal e o Código Civil do seu país?
Você tem falado mal de leis e decisões de juízes de forma atabalhoada e ignorante sem
nunca ter lido um artigo das leis do seu país? O cristão exerce sua cidadania com
discernimento quando conhece os seus direitos.
Mas em terceiro e último lugar, além de cumprir seus deveres e conhecer seus
direitos, o cristão exerce sua cidadania com discernimento quando reivindica ou exige
respeito aos seus direitos.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando reivindica seus direitos
Paulo e Silas eram cidadãos romanos e, como tais, não podiam ser açoitados com varas
sem processo formal. Esse castigo, além de ilegal, era também injusto. Os magistrados
romanos tinham a seu serviço os lictores, ou portadores de varas, soldados da polícia.
Esses oficiais carregavam os símbolos da lei e da ordem – os fasces, um feixe de varas
com um machado. Eram com estas varas que eles ministravam o castigo corporal e, por
vezes, a punição de morte. 2
De acordo com as ordens dos magistrados, os oficiais rasgaram as roupas de
Paulo e Silas e os espancaram com os fasces sem um processo formal e os jogaram na
prisão. No dia seguinte as autoridades mandaram Paulo e Silas serem soltos, mas,
curiosamente, Paulo decidiu não sair. Como assim? O que estava acontecendo? Por que
Paulo não queria se ver livre da prisão? Para muitos estudiosos, a partida de Paulo e
Silas dessa maneira poderia ter aberto um precedente perigoso para o futuro tratamento
dos missionários e também poderia ter deixado os cristãos em Filipos expostos a
tratamento arbitrário dos magistrados. Como nos ensina Howard Marshall, “Os
magistrados erraram. Eles não apenas espancaram e prenderam os missionários sem
verificar adequadamente as acusações contra eles, mas também não consideraram se
eles poderiam ser cidadãos romanos”.
Cidadãos romanos estavam expressamente isentos da pena de espancamento.
Por exemplo, em um famoso caso anterior ao de Paulo, um cidadão romano havia sido
espancado por ordem de Verres, governador da Sicília, mesmo enquanto gritava 'Civis
Romanus sum' (sou cidadão romano). Tal injustiça não poderia ser negligenciada. Paulo
exigiu um pedido público de desculpas: deixe que os magistrados que ordenaram a
prisão pessoalmente a ponham fim3. O que isso significava? Uma admissão pública de
que os magistrados estavam errados e que os cristãos não representavam nenhuma

2
Uma prisão romana tinha três partes distintas. Na comuniora, os prisioneiros tinham luz e ar fresco. Na interiora,
que era uma prisão subterrânea, úmida, fria, não havia luz nem ar fresco. Nessa prisão fechada por fortes portões e
trancas de ferro, cada cela possuía cinco buracos – dois no chão para os pés e três buracos para os braços e para a
cabeça –, o prisioneiro era torturado a cada movimento que fazia. Por fim, havia o tullianum, ou cela subterrânea, o
lugar de execução ou o lugar de um prisioneiro condenado à morte. Hernandes Dias Lopes, Atos: A Ação do Espírito
Santo na Vida da Igreja, ed. Juan Carlos Martinez, 1a̱ edição., Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos,
2012), 311.
3
I. Howard Marshall, Atos: uma introdução e comentário, vol. 5, Tyndale New Testament Commentaries (Downers
Grove, IL: InterVarsity Press, 1980), 291.
ameaça à lei romana.

Lucas narra que a notícia da cidadania romana de Paulo deixou os magistrados


amedrontados. De acordo com John B. Polhill: “O “alarme” dos magistrados era
compreensível. O abuso dos direitos de um cidadão romano era uma ofensa grave. Os
magistrados poderiam ser afastados do cargo [...] um município poderia ter seus
direitos reduzidos. Por exemplo, o imperador poderia privar Filipos de todos os
privilégios de seu status de colônia por tal ofensa”4. A exigência por Paulo do respeito
aos seus direitos como cidadão deu um choque de realidade naquelas autoridades. Os
cristãos podem ser mansos, mas não são bestas.
O que percebemos por meio da atitude de Paulo é que cristãos exercem sua
cidadania com clareza e discercimento quando não apenas conhecem, mas reivindicam
ou exigem respeito aos seus direitos. Paulo e Silas foram tratados como criminosos, mas
eram inocentes. Os magistrados que os condenavam eram os verdadeiros infratores da
lei. Quando pessoas ameaçarem os direitos dos cidadãos cristãos, eles possuem o
direito de exigerem que eles sejam preservados.
O preceito da lei romana que Paulo relembra àquelas autoridades influenciou
diretamente o mundialmente famoso due process of law, o princípio do devido processo
legal, insculpido nos incisos 54 e 55 da nossa Constituição que declara: LIV (54) -
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV
(55)- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.
Como qualquer cidadão brasileiro, o cristão não pode ser privado da sua liberdade
ou ser condenado a indenizações financeiras sem o devido processo legal. O cristão
acusado tem assegurado o contraditório e ampla defesa com todos meios e recursos
para que sua defesa seja plenamente garantida. Se alguém, por exemplo, acusar um
cristão de homofobia ele tem que provar a incitação à violência. É verdade que alguns
membros do movimento LBTQIA+ argumentam que a atitude de apenas dizer que esta
prática é pecado já é suficiente para configurar a homofobia. Entretanto, como vimos
no informatvo do STF, as mais altas cortes de justiça do país, graças a Deus, ainda não
entendem que dizer que uma prática é pecaminosa é incitar a violência.

CONCLUSÃO
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando exige respeito aos seus
direitos. Não é pecado você buscar ter seus direitos preservados se a sua própria
autoridade te concedeu. Também existe aqui o aspecto didático. Se nós líderes
começarmos a deixar ser violados os nossos direitos constitucionais de forma abusiva,
nossas ovelhas vão achar que elas também assim devem fazer e vamos cercear o que
lhes pertecem por direito.
O cristão exerce sua cidadania com discernimento quando cumpre seus deveres,
conhece e reinvindica seus direitos.
Que o Senhor Deus nos nos dê coragem, sabedoria e amor! Amém.

4
John B. Polhill, Acts, vol. 26, The New American Commentary (Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1992), 357–
358.

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