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DIREITO À REVOLUÇÃO E ANTIGONA

esmo depois de escritas,


estas garantias são muitas vêzes postergadas pelo Poder
e só a reação popular, em lutas célebres, consegue consolidar
a conquista das liberdades cívicas. Dêste modo, a constitui-
ção, não escrita, do povo inglês, sofre uma modificação lenta
e imperceptível pelos usos e pelos costumes, conseqüentes,
muitas vêzes, de movimentos de opinião e, outros, do próprio
ato do parlamento, por ação ou por omissão. Por ação,
quando legisla e consolida o uso

O que é certo,
porém, é que a Declaração de Direitos, conquista da revolu-
ção, impunha a todos um respeito sagrado, porque ela era
anterior às leis dos homens; simplesmente declarava direitos
fundamentais e, por isso, fora do alcance dos legisladores

são
rígidas e, por isso, só podiam ser reformadas adotando-se
processos especiais, diferentes dos adotados para a legis-
lação ordinária.

Na verdade, a constituição sôbre a qual vive-


mos não é a elaborada pelos patriarcas da independência,
mas aquela que a Côrte Suprema elabora com arestos e com
a sua interpretação construtiva”

 Aristoteles: antigona é um cinflito entre direito natural e direito positivo


 Hegel :ez o esrado vs o inividuo – as razãoes de estado vs as objeções de consciência

Para creonte a lei era uma questão de sobrevivência]

A religiosidade=- a religião no livro diz respeito a uma ligação entr homens e deuses,
deiuses como forças da natureza agindo e responsabilizando os homens

No livro polinice é enterrado e=sobre a ameaça das força dos deuses

Tireses- tireses não consegue mais ler nafumaça do sacrifico dos animais não consegue
mais propicionar a leitura- as aves comeram a carne de um morto- uma força eh a força do
hades- se não vão para o hades não a mais equilíbrio nesse cosmos

Creonte eh vitima de sua absurda prepotência


A atitude antigona em face do estado – desobediência civil- revolução- contra algo injusto

 Objeção de consciência- por causa de sua consciência moral, vc pode se rebelar, vc


deve se rebelar contra a ordem injusta de um tirano
 Antigona se levanta contra a determinação de crreonte que dizia estar criando um
direito novo , para a guerra , e q so poderia ser modificado qndo a aguerra
acabasse
 Antigona- desobediência originaria? Há ali uma mistura de vontade, principio e
religiosidade, - uma questão de humanidade,e religiosidade( não eh apenas uma
religião, eh a vida religiosa dql pessoa e tbm tem uma questão familiar) ela vive
numa grecia em q a mulher não t=esta no mesmo lugar q o homem, a força da
heroína se da por muito fatores-
 O direito de enterrar os mortos era fundamental. Existem valores, até hoje q não
podem ser negados pela lei do e stado . em antigona vemos que o direito sem a
consideraçãoe s desses valores morais é mera vontade de arbítrio

 A partir da revolução francesa . com o positivismo uma das características eh a


separação entre direito e moral. A mra eh trazida de volta com as experiências
catastróficas de separação de morla e direito- a antigona nos coloca desde a grecia
antigona que as estruturas humanas dessas categoorasi .

 Nomina e nomina-a questão do direito num estado democrático - a cf de 88


pretende a construção de um estado de direito , nós não odemos aplicar o rexto
constitucional sem ter uma conexão moral anterior a ela

 O modod poético de antigona- o texto as palavrs atravessam os séculos e mostram


uma realidade contemporânea- a força da literatura- a literatura se nutre dessas
fontes- a vida do direito eh mais vivida nos textos literários , pela força e
ambiguidade dessa linguagem poetica

apresentação, a seguir, de
trechos da tragédia grega Antígona serve a esta função, de
se identificar e se projetar na
narrativa, experimentando as emoções dos personagens
para refletir a vida, a tradição e a
própria humanidade, na constante busca pela sensibilização
do jurista frente aos problemas
sociais.

ortanto, observa-se que o homem temia mais a privação


da sepultura do que a morte, porque dependia dela para o
repouso e para a felicidade eterna.
Nesse desiderato, nas cidades antigas, a lei punia os
grandes criminosos com a privação da
sepultura, punindo, desse modo, à própria alma

Antígone simboliza a resistência


Por não ser submissa a nenhuma instituição, característica
dos heróis trágicos,
Antígone prefere ser castigada/punida a ser silenciada

A tragédia surge do povo e nele toma forma, sendo usada


como ferramenta política,
no intuito de manter as características democráticas da
Grécia em seu tempo áureo. Seria
lícito imaginar que Sófocles quisesse prover a reflexão em
seus ouvintes sobre os velhos e
novos valores morais da democracia grega? Os costumes
eram passados a limpo nas
tragédias. Não se apresentavam alternativas ou lições
morais, mas sim desafios aos ouvintes
para pensar como os costumes deveriam ser aplicados
frente aos casos concreto

a desobediência civil da heroína trágica de Sófocles se


inicia com o fato de que o nómos basileus, Creonte,
determina que o corpo de seu irmão
Polinice não seja sepultado como determina os costumes
gregos. Nómos basileus é o mesmo
que leis do rei. O rei, de posse desta, acaba legislando de
acordo com suas necessidades
políticas e alianças, de modo que é quase impossível às
normas serem justas a todos.

que demonstraram a função da tragédia


Antígona para invocar o repensar a vida coletiva e a
disposição para abrir mão do velho e
adaptar ao novo, a sociedade contemporânea foi forçada a
abraçar o novo em tempos de
exceção

Portanto, assim como em Antígona, deve-se (re) pensar


para
saber se as leis da Pólis não ultrapassam limites e avançam
sobre os direitos e garantias que
antes eram de todos em detrimento de alguns

Verifica-se que
Sófocles retrata diversos aspectos e contradições da vida
humana pelo espectro de
perspectivas realizáveis, o que faz com que seja entendido
em qualquer tempo

Importa ressaltar que, em Antígona, Sófocles promove a reflexão sobre a


disposição
dos gregos em abraçar o novo ao mesmo tempo em que tenham a
capacidade de questionar as
leis dos governantes desviadas do interesse público para o atendimento de
interesses pessoais.
Também expõe as contradições da Pólis, o silêncio dos cidadãos na mesma
medida em que
contesta as suas instituições
I

DIREITO A REVOLUÇÃO E

 Mas a experiência dos povos tem ensinado que tôdas as


cautelas constitucionais, declaração de direitos, garantias, por
extensas que sejam as suas enumerações, são, muitas vêzes,
insuficientes para assegurarem o homem contra o poder,
mesmo o poder por êle próprio criado e exercido, que é o
poder público das democracias.
 E quais são essas garantias não organizadas ?
Entre elas —
e a principal delas — é o “direito de revolução” .
Assim, susten-
tamos, desde já, que o direito de revolução, pela
Constituição
de 1946, é constitucional; é, afinal, um direito
público subje-
tivo, segundo a técnica de J e l l i n e c k , fundado e
implícito no
preceito geral do artigo 144 citado. Por isso, à
preliminar,
que se impunha, de saber se a revolução era um
direito,
ou não, nos regimes constitucionalizados,
respondemos pela
afirmativa e fundamos no dito texto
constitucional a nossa
asserção.
 Por isso, o direito de revolução, nos regimes de consti-
tuições escritas, não está escrito, mas implícito no própiio
texto constitucional; está implícito no regime democrático.
O povo, que é o poder constituinte em ato, elabora a cons-
tituição, distribui o exercício do poder máximo, de que é ti-
tular, o executivo, o legislativo e o judiciário. Fixa, na
própria constituição, os limites de cada um dos poderes.
Fixa-lhes a competência; enumerando os direitos individuais,
impõe o limite intransponível à ação dos seus delegados.
Com êsse documento de mandato imperativo, que é o texto
da constituição, diz como quer ou admite em ser governado

pelos seus representantes.


 Agora, quando tudo é posto de lado pelos seus procura-
dores, o povo cassa, violentamente, o mandato outorgado e re-
toma a plenitude dos seus direitos, sintetizados no direito
de revolução.
 A opressão irremediável, porque exercida pela união cri-
minosa dos poderes delegados, é que constitui o fundamento
do direito de revolução
 Então, somente o Poder constituinte originário, o seu
titular, o povo em ação revolucionária, pode criar nova ordem
jurídica e substituir a antiga Constituição por outra Cons-
tituição completamente diversa
 Antes, analisamos as revoluções políticas. Agora exami-
namos as revoluções sociais. As primeiras procuram manter
a Constituição que foi violada pelos delegados do povo, que
usurparam o poder que lhes fôra conferido. A resistência
revolucionária à opressão visa à restauração da Constituição
na plenitude da sua fôrça. A própria revisão constitucional,
nesta hipótese, pode prevenir a revolução política quando o
mal estar do povo resulta da aplicação da Constituição em
pontos que precisam ser modificados.
 As reformas são aci-
dentais e o sistema jurídico conserva os seus princípios fun-
damentais. Agora, quando o povo duvida dêstes princípios,
quando o povo duvida da justiça inspiradora do seu sistema
político e deseja a sua mudança, então, a revolução não tem
por objeto restaurar a vigência da Constituição, mas substi-
tuí-la por outra, em outras bases totalmente diversas da an-
terior. Neste caso, a opressão que o povo sofre não é do
desrespeito da Constituição vigente, mas, ao contrário, do seu
cumprimento integral pelos delegados do povo. O mal estar
é conseqüente do sistema jurídico na sua totalidade. O povo
quer outro sistema. Então, retoma a plenitude do poder cons-
tituinte que faz a revolução social. A Revolução Francesa,
de 1789, foi uma revolução social. A Revolução Soviética, de
1917, é mera paródia de revolução social, porque as coisas re-
tomam a feição antiga; mudam os cavaleiros mas continua
a mesma cavalgadura — o povo continua oprimido, outrora
pelos czares, hoje, pela burocracia totalitária do Estado so-
viético .
Quando a revolução é verdadeiramente social, susten-
tamos, com B u r d e a u , que o fenômeno é igualmente jurídico
e não somente político.
 Numa e noutra espécie, na revolução política ou na re-
volução social, a revolução é um direito do povo. No primeiro
caso, é um direito implícito nas constituições e, no outro,
confunde-se com a sua própria soberania, que é o seu poder
absoluto de fixar competência. O povo é o senhor dos seus
destinos e o titular definitivo e irredutível do poder consti-
tuinte originário, que é um poder criador de direitos]

 também sustenta que o espírito e o processo revolucionário devem calibrar o


funcionamento do estado de direito para que ele não se torne mero mecanismo
formal das democracias liberais. O estado de direito deve fortalecer a revolução e
a revolução deve fortalecer o estado de direito.

 esse sentido, o enlace Direito – Literatura assegurou a


abordagem de questões
jurídicas, como direitos em tempos de exceção, reforço
de crises e conflitos entre direito
natural e positivo, com o auxílio da teimosia da
personagem feminina, contribuindo na
experiência para além do tecnicismo jurídico e para a
aproximação do direito e das reflexões
jurídicas da racionalidade prática
objeção de consciência : A objeção de consciência coincide com as
liberdades públicas clássicas, que im-põem um não-fazer do
indivíduo, estabele-cendo uma fronteira em benefício do titulardo
direito que não pode ser violada por quemquer que seja, nem pelo
Estado. Essa idéiaespelha a liberdade de consciência, isto é,viver
de acordo com sua consciência, pau-tar a própria conduta pelas
convicções reli-giosas, políticas e filosóficas. Dela decorreque cada
ser humano tem o direito de con-duzir a própria vida como “melhor
enten-der”, desde que não fira o direito de tercei-ros

A objeção de consciência, como espécie

do direito de resistência, é a recusa ao cum-

primento dos deveres incompatíveis com as

convicções morais, políticas e filosóficas. A

escusa de consciência significa a soma de

motivos alegados por alguém, numa preten-

são de direito individual em dispensar-se

da obrigação jurídica imposta pelo Estado

a todos, indistintamente

A outra fonte de justificação é, finalmen-


te, a idéia da autonomia da liberdade indi-
vidual que se antepõe a toda forma de po-
der sobre o homem, especialmente o poder
do Estado. A justificação tem origem jusna-
turalista, que só ergue a supremacia do in-
divíduo – informado por alguns direitos
natos – sobre o Estado. Essa tese jusnatura-
lista sustenta que a consciência individual
está acima de cada lei e que é legítimo resis-
tir em nome dos direitos naturais ou da hu-
manidade ofendida, pois o ato impugnado
repugna a consciência. Salienta-se, nessa
perspectiva, o homem como centro da esfe-
ra política e social e, de outro lado, o Estado
como o ente artificial legitimado para distri-
buir justiça. O Estado, por sua vez, nada
mais é do que uma associação criada pelos
próprios indivíduos, por meio do contrato social, para proteger seus direitos funda-
mentais e assegurar o desenvolvimento hu-
mano baseado na tolerância e na convivên-
cia pacífica.

 O Estado que admite a objeção de cons-


ciência, como o Brasil, por conseqüência,
admite a desobrigação jurídica por parte de
alguns dos seus cidadãos. Conflagram-se
dois direitos: os direitos do Estado e os di-
reitos fundamentais, em que o primeiro re-
conhece e administra as exigências do se-
gundo, mediante estudo e observação da
formação da tensão e resolução do conflito
sócia

A objeção de consciência procura sua


legitimidade moral na dignidade da pessoa
humana, solidificada como princípio polí-
tico, para fazer frente à recusa à obrigação
política,
seja ou não partidária, não requer, necessa-
riamente, uma alegação de consciência e,
sim, exterioriza-se por variáveis próprias do
campo político, como: interesse, tradição, cultura e afeto. A oposição política faz
parte
da teoria do poder, sendo parte do sistema
político-jurídico do Estado, de importância
capital para legitimar os processos de deci-
são política, seja eleitoral ou parlamentar.
Dessa forma, a oposição política é sempre
legal, enquanto a objeção de consciência nem
sempre é admitida no ordenamento jurídico.

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