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A Formação do Estado

Psicologia e Políticas Públicas


Cláudia Maio Antonelli
Qual é o papel do Estado na sociedade?
Por que recorremos ao Estado para resolver conflitos?
Por que responsabilizamos o Estado pelas demandas
sociais não atendidas?
Por que o Estado representa a lei?
Conceitos básicos
ESTADO – instituição criada pelos homens a fim de
garantir a sobrevivência, o bem comum, os valores
tidos como fundamentais a manutenção da vida em
sociedade.

unidade administrativa de um determinado território,


formado pelo conjunto de instituições públicas que
representam, organizam e atendem a população
(governo, escolas, prisões, hospitais, exército, etc)

GOVERNO - uma das instituições que compõem o


Estado, possui a função de administrar o Estado. Os
governos mudam e podem apresentar diferentes
formas de um lugar para outro.
Conceitos Básicos
POLÍTICA (duas origens)

Politics –ciência da governança de um Estado e também


uma arte de negociação para compatibilizar interesses.
Pessoas se organizam politicamente para atingir objetivos
comuns.

Grego- polis - cidade organizada , relativo a organização do


espaço público.

POLICY - conjunto de regras ou normas de uma


determinada instituição ou nação.
Origem da Ideia de Estado
Formulada e reformulada por filósofos e pensadores ao
longo da história e de acordo com contexto histórico e
cultural que viviam.

A origem da palavra ESTADO é relativamente recente,


citada em O Príncipe de Maquiavel em 1513.
Mas a ideia provem de pensadores da Filosofia Clássica,
aproximadamente 400 A.C
História – Aristóteles (340 AC.
Grecia antiga)
CONCEPÇÃO NATURALISTA
Homem é animal naturalmente político: organizado
socialmente com vistas a sobrevivência e ao desenvolvimento.

Evolução Natural da associação entre os homens: inicio na


família, evoluindo para aldeia até chegar a sociedade
autossuficiente a Polis - Estado.

Homem reune-se por instinto, por possuir razão capaz de


distinguir bem e mal.

Estado como instituição suprema que representava as


ambições de poucos mas as necessidades comuns dos
homens.
História - Aristóteles
Poder de participação ligado a hereditariedade, nacionalidade
e propriedade de terras. (não mulheres e escravos)

Grecia- nascidos nas Demos (centros de poder político por


território) participavam das decisões.

Roma – Patrícios (ricos) detinham poder, a plebe (sem terra)


elegia um representante.

Esse pensamento filosófico clássico de papel do Estado é


anterior aos impérios onde desaparece a polis e a res pública
(coisa pública), sucumbindo a regimes despóticos, sem
participação do povo.
História: pensadores
contratualistas
Pensadores Modernos: Hobbes, Locke, Montesquieu e
Russeau (1600 a 1770)

CONCEPÇÂO CONTRATUALISTA
O estado continua sendo uma instituição a serviço do
bem comum, mas sua constituição não é “natural” e sim,
produto de uma escolha da vontade humana, uma
construção racionalizada e acordada (contrato) entre os
homens.

“Contrato Social” é movimento civilizatório e se


contrapõe ao “estado de natureza” isolado, primitivo.
História: Thomas Hobbes
Estado de natureza: refere como caos generalizado,
quando não estão sob direcionamento de um poder, sem
controle de impulsos e agressividade.
“o homem é o lobo do homem”. Lei da selva. Podemos
sempre retroceder a barbárie.

Estado de Sociedade: Civilização, ordem pela Razão


humana os homens optam por renunciar seus desejos
ilimitados e dão poder ao Estado (guardião) para sua
preservação.

Nesse sentido não era contra a monarquia absoluta, o


controle social deveria ser feito pelo soberano com poderes
ilimitados – monopólio da violência. (período de guerras)
História: John Locke
Defensor do Liberalismo, mais tarde doutrina do livre-
comércio, democracia e autodeterminação nacional (sec.
XIX).
Homem por natureza era moral, autônomo e racional. O
“estado de natureza” era ausência de regras jurídicas e
só a ordem jurídica garante a liberdade inata do homem.
O estado continua soberano mas não está acima da lei,
deve ser justo democrático na garantia de direitos.
(contra monarquia absoluta)
Separou:
Sociedade civil -esfera econômica e privada
Estado – esfera pública e regradora da vida social
História: Charles de Montesquieu
Filho de nobres, criticou severamente o absolutismo
Homem em estado natural não é Vil, tem desejo de paz.
Auto-controle da máquina estatal, limites na atuação do
Estado para evitar abusos de poder. Separação poder:
LEGISLATIVO- criação de leis e políticas
(deputados e senadores)

ESTADO EXECUTIVO – execução das leis e políticas


3 Poderes (presidente e órgãos públicos)

JUDICIÁRIO – aplicação e controle das leis


(tribunais de justiça e contas)
História: Jacques Russeau
Criticou severamente regime monárquico absolutista. Ideais
influenciaram a Rev. Francesa.

Homem bom por natureza a sociedade que o corrompe.


Defesa dos direitos inalienáveis do homem - naturais,
universais e invioláveis. Homens nascem livres e iguais.

Liberdade bem supremo, o “contrato social” limitou a


liberdade, passa da liberdade individual para liberdade civil, há
limites pela ordem jurídica.

O poder emana do povo, o Estado deve apenas administrá-lo,


se não atender as demandas do povo não tem razão de ser.
(democracia)
Considerações Finais
É fundamental conhecer as ideias desses pensadores que
originaram nossas leis e princípios políticos da sociedade atual.
Compreender a função do Estado, da Constituição, da
administração pública e das políticas públicas é fundamental a
todos nós – cidadãos e profissionais psicólogos.

Esses princípios legais garantem a proteção dos cidadãos e


seus direitos. De igualdade, liberdade e dignidade da pessoa
humana.

Tolhindo abusos de poder e desvios de finalidade, através de


instituições nacionais como a Constituição Federal e
organizações internacionais como a ONU.

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