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Sobreviver utilizando técnicas e táticas são


fundamentais ao Policial Militar, e este trabalho visa
apresentar soluções que serão necessárias no cotidiano
dos atendimentos de ocorrências policiais militares.

CIAF -2020

Assinatura Avançada realizada por: Ten.-cel. Qopm Sthefano Roberto Janata (XXX.866.549-XX) em 06/05/2023 11:00 Local: PM3/CT/SPUDF. Inserido ao protocolo
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SUMÁRIO

UNIDADE I - O USO DA FORÇA POLICIAL ..........................................8


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8

2 O USO DA FORÇA POLICIAL: FUNDAMENTAÇÃO....................................................... 8

3 DA ATITUDE TÁTICA PROATIVA................................................................................. 13

4 OS PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA O USO DA FORÇA POLICIAL ..................... 14

5 O PADRÃO PMPR DE USO SELETIVO OU DIFERENCIADO DA FORÇA ................... 15

6 O TRIÂNGULO DA FORÇA LETAL: A DECISÃO PARA O DISPARO ........................... 22

7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 25

UNIDADE II - EQUIPAMENTOS POLICIAIS ........................................ 26


1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 26

2 FARDAMENTO ............................................................................................................. 26

3 EQUIPAMENTOS POLICIAIS – GENERALIDADES E EMPREGO ............................... 28

4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 80

UNIDADE III - BALÍSTICA APLICADA À ATIVIDADE POLICIAL ........ 83


1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 83

2 BALÍSTICA ................................................................................................................... 83

3 INCAPACITAÇÃO DO OPONENTE .............................................................................. 87

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 98

5 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 99

UNIDADE IV - EFEITOS PSICOFISICOS DO ESTRESSE .................. 100


1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 100

2 EFEITOS PSICOFISICOS DO ESTRESSE................................................................. 100

3 SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO ....................................................................... 104

4. ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA A PREVENÇÃO E O MANEJO DO ESTRESSE . 106

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5. PREPARAÇÃO PARA EVENTOS ESTRESSORES AGUDOS ................................... 106

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 109

UNIDADE V - PLANEJAMENTO MENTAL ........................................ 111


1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 111

2. PREPARAÇÃO MENTAL E ESTADOS DE ALERTA .................................................. 112

3. POSTURA E CUIDADOS EM AMBIENTES EXTERNOS (FORA DE SERVIÇO) ......... 118

4. CONDIÇÃO DA ARMA DE FOGO ............................................................................... 121

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 122

UNIDADE VI - RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO ............................. 123


1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 123

2 RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO NAS MÃOS........................................................... 124

3 RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO NO COLDRE ........................................................ 126

4 RETENÇÃO DE ARMA LONGA .................................................................................. 127

5 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 129

UNIDADE VII - CONFRONTOS EM BAIXA LUMINOSIDADE ............ 130


1 CONTEXTO DO COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE .......................................... 130

2 ADAPTAÇÃO DO OLHO HUMANO ............................................................................ 130

3 TÁTICAS PARA COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE ........................................... 132

4 EQUIPAMENTOS PARA COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE.............................. 136

5 TÉCNICAS PARA USO DE LANTERNAS ................................................................... 140

6 EXERCÍCIOS SUGERIDOS ........................................................................................ 151

UNIDADE VIII - PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE


OCORRÊNCIAS PM ........................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 157

2 PASSAGEM DE SERVIÇO ......................................................................................... 157

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3 PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA. ................................ 158

4 CARÁTER GERAL ...................................................................................................... 165

UNIDADE IX - PROTEÇÕES E POSICIONAMENTO DO POLICIAL


MILITAR NO TERRENO ..................................................................... 168
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 168

2 PROTEÇÃO DO POLICIAL MILITAR EM TERRENO ABERTO .................................. 168

3 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 181

UNIDADE X -TÉCNICAS E TÁTICAS PARA CONFRONTOS ARMADOS


...................................................................................................... 182
1 CONFRONTOS ARMADOS PARTINDO DA VIATURA ............................................... 182

2 CONFRONTOS ARMADOS DESEMBARCADOS ....................................................... 224

3 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 236

UNIDADE XI - APROXIMAÇÃO, ENTRADA E PROGRESSÕES EM


EDIFICAÇÕES .................................................................................... 237
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 237

2 DESLOCAMENTO E APROXIMAÇÃO........................................................................ 238

3 TÉCNICAS DE VARREDURA EM EDIFICAÇÕES ...................................................... 246

4 PASSAGEM POR JANELAS COM COBERTURA ...................................................... 252

5 APROXIMAÇÃO, VISUALIZAÇÃO E ADENTRAMENTO DE PORTAS ....................... 256

6 PROCEDIMENTOS DE VARREDURAS NOS CÔMODOS DA EDIFICAÇÃO. ............ 262

7 PASSAGEM POR CORREDORES ............................................................................. 264

8 PROGRESSÃO EM ESCADAS................................................................................... 266

9 COMUNICAÇÃO POR SINAIS E COMUNICAÇÃO VERBAL ...................................... 267

10 TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS ......................................................................... 268

11 CONTROLE, CONTENÇÃO E INCAPACITAÇÃO DA AMEAÇA ................................. 271

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 273

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UNIDADE XII - AGRESSOR ATIVO ................................................... 274


1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 274

2 CONTEXTO BRASILEIRO .......................................................................................... 275

3 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES ......................................................................................... 276

4 TÉCNICAS E TÁTICAS............................................................................................... 281

5 EXERCÍCIO DE TREINAMENTO SUGERIDO ............................................................ 295

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 298

UNIDADE XIII - PROCEDIMENTOS EM RELAÇÃO A CRIMES


VIOLENTOS CONTRA O PATRIMÔNIO ............................................ 300
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 300

2. CLASSIFICAÇÃO DE ROUBOS A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ............................ 301

3. PLANOS DE CONTINGÊNCIA/DEFESA ..................................................................... 304

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 311

UNIDADE XIV - OCORRÊNCIAS POLICIAIS COM DESDOBRAMENTO


EM ÁREA DE MATA ........................................................................... 312
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 312

2 DEFINIÇÃO ................................................................................................................ 313

3 DESDOBRAMENTOS EM ÁREA DE MATA................................................................ 313

4 EQUIPES ESPECIALIZADAS ..................................................................................... 314

5 MEDIDAS PRELIMINARES DA PATRULHA RURAL .................................................. 316

UNIDADE XIV - PORTE E SAQUE VELADO .................................... 323


1 INTRODUÇÃO AO TEMA ........................................................................................... 323

2 TIPOS DE COLDRE VELADO .................................................................................... 325

3 SAQUE VELADO COM TRAJE CASUAL .................................................................... 330

4 SAQUE VELADO COM TRAJES SOBREPOSTOS..................................................... 348

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5 SAQUE VELADO COM USO DE SHORTS DE CORDÃO........................................... 356

6 SAQUE VELADO EM BOLSA FEMININA ................................................................... 357

7 SAQUE VELADO APENAS COM UMA DAS MÃOS.................................................... 363

9 TREINAMENTO PESSOAL......................................................................................... 370

10 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 376

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 378

UNIDADE XVI - METODOLOGIA DE INSTRUÇÃO PRÁTICA DE TIRO


...................................................................................................... 379
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 379

2 DOUTRINA FORCE ON FORCE................................................................................. 385

3 MODELO DE SEQUÊNCIA DA INSTRUÇÃO DE TÁTICA E DE TIRO ........................ 391

4 AVALIAÇÃO PADRONIZADA ..................................................................................... 395

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 396

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autores

Os policiais militares referenciados em cada Unidade foram os responsáveis pela


elaboração do conteúdo.

UNIDADE I - O Uso Da Força Policial Cap. QOPM Willian Vinicius Dias


Cap. QOPM Lauro Sperka Junior
1º Ten. QOPM Daniel Aguiar Zambon
UNIDADE II - Equipamentos Policiais Cap. QOPM Felipe Vitor Hess
Cap. QOPM Flares Frederico Boell
UNIDADE III - Balística Aplicada Na Maj. PMSE Josebel Silveira Do Nascimento
Atividade Policial E Incapacitação Da 1º Ten. QOPM Vitor Renan De Almeida
Ameaça
UNIDADE IV - Efeitos Dos Psicofisicos Do Cap. QOPM Rodrigo Kravetz De Oliveira
Estresse 2º Ten. QOPM Rafael Gustavo Merege De Mello
UNIDADE V - Planejamento Mental Do Cap. QOPM Carlos Cesar De Souza Peres
Policial Militar Cap. QOPM Thiago Moraes Escobar
UNIDADE VI - Retenção Da Arma De Fogo 2º Ten. QOPM Gabriel Henrique Nagata
UNIDADE VII - Confrontos Em Baixa Cap. QOPM Tiago Brigagao Croce De Moura
Luminosidade 1º Ten. QOPM SC Alan Pereira Wiggers
UNIDADE VIII - Procedimentos Para 1º Ten. QOPM Diego Da Silva Gutierrez
Atendimento De Ocorrências PM
UNIDADE IX - Proteções E Posicionamento Cap. QOPM Anderson Marcelo Figueredo
Do Policial Militar No Terreno 1º Ten. QOPM Gabriel Colere Salata

UNIDADE X –Técnicas e Táticas Para Maj. QOPM Sergio Do Prado Nabozny


Confrontos Armados Cap. QOPM Fabio Antonio Matucheski Zarpelon
2º Ten. QOPM Gustavo Cardoso Dos Santos
UNIDADE XI - Aproximação, Entrada E 1º Ten. QOPM Vinicius Castro Rodrigues
Progressões Em Edificações 1º Ten. QOPM Gabriel Ferreira Pinto De Oliveira
UNIDADE XII - Atirador Ativo Maj. QOPM Sthéfano Roberto Janata
2º Ten. QOPM Paulo Vinicius Gomes Nogueira
Sales
UNIDADE XIII - Procedimentos Em Relação 1º Ten. QOPM Anderson Vale De Oliveira
A Quadrilhas Armadas
UNIDADE XIV - Ocorrências Policiais Com 2º Ten. QOPM Antonio Martins De Melo Junior
Desdobramento Em Área De Mata
UNIDADE XIV - Porte E Saque Velado 1º Ten. QOPM Danilo Alexandre Mori Azolini
1º Ten. QEOPM Reginaldo Terencio Cason
UNIDADE XVI - Metodologia De Instrução Cap. QOPM Andre Luis Seniski
Prática De Tiro 2º Ten. QOPM Kaique Rocha Witkowski

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UNIDADE I - O USO DA FORÇA POLICIAL

1 INTRODUÇÃO
Diante do cenário em que as forças de segurança pública atuam, dentre elas
as polícias militares, onde a nível nacional rotineiramente são registrados confrontos
armados entre agentes de segurança e indivíduos que optaram atuar às margens da
lei, e, principalmente, considerando os bens jurídicos envolvidos nessa relação, qual
seja, o maior deles, a vida, é mais do que oportuno que a PMPR capacite, treine e
atualize em nível satisfatório os seus integrantes para que, quando necessário se fizer,
façam o uso da força em total consonância com os ditames legais, éticos e morais.

Policial militar nenhum pode estar inseguro ao portar uma arma de fogo!

A decisão de sacá-la (no caso de uma arma de fogo de porte1 e coldreada),


apontá-la em direção a um opoente e puxar o seu gatilho, apesar de ser tomada na
maioria das vezes em frações de segundo, deve ocorrer de maneira instintiva, pautada
em incansáveis horas de treinamento, necessárias à condicionar o policial militar a
não hesitar no momento em que tiver que agir.
De acordo com Wilquerson F. Sandes, Coronel da Polícia Militar do Estado do
Mato Grosso2, o resultado positivo da ação policial torna a ocorrência rotineira, trivial,
conquanto, o erro pode ser irreparável e tragicamente fadado à perda da vida ou da
liberdade, inclusive, do operador de segurança pública.
Nesse sentido, considerado o teor da presente obra, imprescindível que o
policial militar compreenda o significado do uso da força, inclusive a letal, e seus
princípios norteadores, e identifique a legislação pertinente.

2 O USO DA FORÇA POLICIAL: FUNDAMENTAÇÃO


É mais do que sabido que a Polícia Militar do Paraná3, assim como as demais
polícias militares do Brasil, tem a missão constitucional de preservar a ordem pública,

1 Arma de porte é aquela que, por seu pouco peso e dimensões reduzidas, pode ser conduzida em um coldre. Ex.:
pistolas, revólveres, garruchas (MACHADO, Maurício Corrêa Pimentel. Coleção armamento: armas, munições e
equipamentos policiais. Cascavel: Gráfica Tuicial, 2010).
2 SANDES, Wilquerson Felizardo. Dimensões da ação policial em uma troca de tiros: Um estudo psicossociológico

da decisão pelo uso da força. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Educação da
Universidade Estadual de Campinas. 2013.
3 A PMPR foi criada pelo Lei nº 07, de 10 de agosto de 1854, e instituída com a missão de garantir a segurança

interna e manutenção da ordem do território estadual.

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a incolumidade das pessoas e do patrimônio4. E para a fiel execução do mandamento


legal, a PMPR cumpre sua missão por meio do policiamento ostensivo, personificado
essencialmente por um policial militar devidamente identificado, fardado, munido de
armamento e equipamentos para o desempenho da sua atividade.
Sem entrar em maiores discussões, é adequado consignar que a carreira
policial militar impõe a investidura dessa condição vinte e quatro horas por dia, sete
dias por semana, razão pela qual do PM se exige a disponibilidade integral para o
desempenho da missão5.
Nesse sentido, para o desempenho das suas missões constitucionais, aos
policiais militares, garantidores da vida, da lei e da ordem, o Estado lhes atribui o
poder de polícia6, que doutrinariamente corresponde àquele destinado a “assegurar
o bem estar geral, impedindo, através de ordens, proibições e apreensões, o
exercício antissocial dos direitos individuais, o uso abusivo da propriedade, ou a
prática de atividades prejudiciais à coletividade” (SILVA, 2006).
Logo, o PM é revestido da autoridade devida para o desempenho da sua
atividade precípua, e para tanto, mister se faz para combater a criminalidade, portar
os instrumentos necessários a esse enfrentamento.
De acordo com Robson Lima de Oliveira, o uso da força pela polícia é
legalmente permitido posto ser estritamente necessário no desempenho da
função. Assim sendo, é necessário situar o PM que, estando ele em serviço,
devidamente identificado como tal, ou até mesmo fora dele, mas em razão da sua
investidura em tempo integral, a qualquer momento poderá ser necessário fazer o uso
da força, inclusive a letal, mediante o emprego de arma de fogo7.

4 Constituição da República Federativa do Brasil/1988: “Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos: [...]
V –polícias militares e corpos de bombeiros militares. [...]
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
5 Sobre a dedicação integral e exclusiva a carreira policial militar, o Decreto Estadual nº 5.075/98 – Regulamento

de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná, assim define como dever do militar estadual:
Art. 7º Os deveres éticos, emanados dos valores militares e que conduzem a atividade profissional sob o signo da
retidão moral, são os seguintes: [...]
XV -dedicar-se em tempo integral e exclusivamente ao serviço Policial Militar e Bombeiro Militar, buscando com
todas as energias, o êxito do serviço, o aperfeiçoamento técnico-profissional e moral;
6 O Estado é dotado de poderes políticos exercidos pelo Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário no

desempenho de suas funções constitucionais, e de poderes administrativos que surgem secundariamente com
atos da Administração Pública e se efetivam de acordo com as exigências do serviço público e com os interesses
da coletividade, não deixando que o interesse particular se sobreponha. Enquanto os poderes políticos se
identificam com os poderes do Estado e só são exercidos pelos respectivos órgãos constitucionais do Governo,
os poderes administrativos se no Art. 144 da Constituição Federal, as polícias militares correspondem a um dos
órgãos dotados do poder administrativo do Estado (SILVA, Flávia Martins André. O Poder de Polícia. Disponível
em: www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2634/O-poder-de-policia. Publicado em: 18 mai. 2006).
7 O art. 6º da Lei nº 10.826/03, que dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição,

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Nesse contexto, no ano de 2010 o Ministério da Justiça do Governo Federal


editou a Portaria Interministerial nº 4.226 a fim de ditar as “Diretrizes Nacionais para
o Uso da Força e Armas de Fogo”8, com o objetivo principal de direcionar a ação
policial, respeitando-se o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim, em total
harmonia com os ditames legais que pregam, inclusive, o respeito aos direitos
humanos, a Polícia Militar do Paraná regulamentou a referida portaria por meio da
Diretriz nº 004/2015-PM/3, pela qual se estabeleceram as normas sobre o uso
seletivo ou diferenciado da força no âmbito da Corporação.
Importante consignar que, além dos preceitos legais acima referenciados,
conforme enfatizado pelo Cel. PMMT Wilquerson F. Sandes (SANDES, 2013),
existem outros instrumentos legais que também visam democratizar a atuação das
polícias com relação ao uso da força e armas de fogo, a saber: o Código de Conduta
para Funcionários Encarregados de Fazer Cumprir a Lei, a Resolução do Oitavo
Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos
Infratores, com destaque para os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas
de Fogo.
Isso posto, necessário destacar que o Código Penal Brasileiro prevê em seu
artigo 23 que as causas de exclusão da ilicitude do ato praticado, tido como crime,
são o estado de necessidade, a legitima defesa, o estrito cumprimento do dever
legal, e o exercício regular do direito9.
Ainda, temos que o Código Penal Militar, que assim como o CPB (Código
Penal Brasileiro), estabelece no artigo 42 e seguinte os mesmo critérios para a
exclusão da ilicitude10.

sobre o Sistema Nacional de Armas, define crime e dá outras providências, define o seguinte:
Art. 6ºÉ proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação
própria e para:
[...]
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, II, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
da Força Nacional de Segurança Pública;
8 Em sua obra, o Cel. PMMT Wilquerson F. Sandes (SANDES, 2013) destacou que, enquanto atuou junto a

Secretaria Nacional da Segurança Pública do Ministério da Justiça, entre os anos e 2008 e 2010, participou do
grupo de trabalho constituído com o objetivo de elaborar uma política nacional relacionada ao uso da força e armas
de fogo.
9 Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito.
10 Exclusão de crime

Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:


I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.

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Assim, o policial militar que fizer o uso de força em serviço ou até mesmo em
horário de folga, mas em razão da função, terá sua conduta apreciada pelo Poder
Judiciário ao passo de sua ação ser, se revestida da legalidade devida, caracterizada
como legitima defesa ou estrito cumprimento do dever legal, oportunidade em que a
consequência advinda da força empregada, seja o dano, a lesão corporal ou a morte,
restar justificada ao ponto de não ser considerada como crime.
Nos termos do Código Penal pátrio, considera-se legítima defesa quando
uma pessoa, em defesa própria ou de outrem, utiliza moderadamente os meios
necessários para repelir injusta agressão11. Para exemplificar, citamos o caso de um
policial militar que se vê vítima de agressão de um assaltante que atenta contra sua
incolumidade física, ocasião em que poderá usar da força proporcional para afastar o
risco à sua vida.
Já o estrito cumprimento do dever legal consiste na realização de um fato
típico em razão do desempenho de uma obrigação imposta por lei, nos exatos limites
desse mandamento. De um modo mais objetivo, Fernando Capez (CAPEZ, 2002)
ensina que a lei não pune quem cumpre um dever que ela impõe. Como exemplo
dessa excludente, citamos o caso de policial militar que, no exercício de sua função
ou em razão dela, intervém para defender a vida de uma pessoa ameaçada por uma
agressão injusta de um terceiro, estará atuando no estrito cumprimento dever legal de
proteção àquele cidadão.
Conquanto, apesar do Estado atribuir ao policial militar ao uso da força para
a manutenção da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, o
poder a ele conferido não é ilimitado.
De acordo com Robson L. de Oliveira (OLIVEIRA, 2014), a utilização da força
se justifica quando estiver amparada na lei, de modo a ser utilizada de maneira
proporcional à situação, baseando-se, assim, nos princípios da legalidade,
necessidade, proporcionalidade, conveniência, tendo como limite os direitos dos
cidadãos (de acordo com o regime democrático em que vivemos), as prerrogativas

Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na
iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e
manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a
revolta ou o saque.
11Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante
a prática de crimes.

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individuais e liberdades públicas garantidas pela Constituição Federal.


Nesse entendimento, oportuno destacar que o Código Penal pátrio estabelece
que o excesso da ação, mesmo que amparada nas causas excludentes de
ilicitude, será apurado aos rigores da lei12.

2.1 As forças policiais e a promoção aos direitos humanos


Conceitualmente, os direitos humanos são tidos como “os direitos inerentes a
todos os seres humanos, independentemente raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma,
religião, ou qualquer outra condição”13 e deverão ser respeitados de maneira
inequívoca por todo policial militar.
O Major da Polícia Militar do Paraná Marcos Antonio Tordoro nos ensina que
direitos humanos são aqueles “garantidos legalmente, protegendo indivíduos e grupos
contra ações que interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade da pessoa
humana”.
Assim, considerando a atribuição constitucional ao Estado de promover,
mediante políticas públicas, os direitos humanos, as polícias militares, forças estatais
para a manutenção da ordem e da lei, estão diretamente inseridas nesse contexto.
Todavia, sobre a atuação das PPMM na promoção dos direitos humanos, o
Major QOPM Marcos Tordoro (TORDORO, 2019) prega que é necessário desconstruir
a falsa contradição de que o uso da força policial não se coaduna com a promoção
dos direitos humanos. Muito pelo contrário, pois quando um policial militar atua, seja
salvando uma vida ou aplicando a lei, inclusive com a força necessária (letal ou não)
“ele está atendendo um anseio social, ele está servindo a comunidade e zelando pelos
direitos de todos os cidadãos, indistintamente”.
Logo, inexiste incompatibilidade entre o uso da força policial e os direitos
humanos.
Por derradeiro, as forças policiais, dentre elas a PMPR, devem pautar suas
ações nas normas e diretrizes nacionais e internacionais que versam sobre a
promoção dos direitos humanos, e, nos termos do autor (TORDORO, 2019) “atuar no

12 Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:


I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.
Excesso punível
Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
(Destacou-se)
13 O conceito foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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escopo de pactuar os princípios basilares que protegem a dignidade humana e as


garantias e liberdades individuais e coletivas”.

3 DA ATITUDE TÁTICA PROATIVA


Antes de discorrermos sobre os princípios que regem o uso da força pelo
policial militar, imperioso se faz destacar que durante o atendimento de ocorrências
muitas vezes o policial precisa decidir como agirá em curto espaço de tempo e sob
influência de forte estresse, havendo quase sempre uma linha tênue entre a situação
de normalidade e a situação de risco a justificar o uso da força. Por esse motivo,
nenhuma ocorrência poderá ser subestimada pelo agente de segurança.
A atitude de atenção do PM é um dos fatores considerados como de maior
importância para a garantia de sua segurança e de todas as pessoas eventualmente
envolvidas em ocorrências.
Esta atitude de atenção não pode ser confundida com falta de coragem ou
indecisão, mas, sim, traduzir-se no compromisso que todo policial militar tem com o
cumprimento de seu dever, o que exige uma postura tática diferenciada e a
obrigatoriedade de adotar as medidas necessárias para assegurar a incolumidade das
pessoas em todas as intervenções.
O policial militar que relaxa nas regras de segurança, que não fica
permanentemente atento e/ou que não faz uma criteriosa avaliação dos riscos
envolvidos na ocorrência, ficará propenso a ser surpreendido no desenrolar da
situação. O preço a ser pago pela distração é alto e pode levar o policial a agir por
impulso ou sobressalto, colocando em perigo a sua vida e também a vida de outras
pessoas.
Todavia, a obrigatoriedade da adoção de atitude tática proativa e de máxima
atenção não autoriza o operador de segurança tratar as pessoas de maneira
desrespeitosa ou mesmo a considerar que todas as pessoas são suspeitas até prova
em contrário, ou que todas as abordagens devam ser realizadas sob a mira de armas.
O conjunto de técnicas de abordagem, condicionamento físico, defesa
pessoal, tiro e outras habilidades específicas, aliados à formação continuada em
direitos humanos, polícia comunitária, deontologia PM, aspectos legais afetos ao
desempenho da atividade policial, atrelados à experiência e ao treinamento constante,
são fatores importantes para que o policial possa bem desempenhar a sua missão no
campo da polícia ostensiva e da preservação da ordem pública de maneira ímpar.

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4 OS PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA O USO DA FORÇA POLICIAL


Diante da ruptura da normalidade ou do descumprimento de mandamento
legal, o policial militar deverá atuar para que se restabeleça a ordem, ao passo de,
para cumprir a sua atribuição, em sendo imprescindível, deverá14 fazer uso de força.
Nos termos da Diretriz nº 004/2015-PM/315, temos que força é “intervenção
coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do agente de segurança
pública com a finalidade de preservar a ordem pública e assegurar o cumprimento da
lei”. Assim, pela mesma normativa, o nível de força a ser empregado corresponde à
“intensidade da força selecionada pelo militar estadual em resposta a determinada
ameaça real ou potencial enfrentada”.
A referida norma define também que: “o uso da força pelos Militares Estaduais
pertencentes à Polícia Militar do Paraná deverá, em todas as circunstâncias, obedecer
aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e
conveniência”.
Sobre os princípios em destaque, a diretriz assim os conceitua:
a. Legalidade: a força somente poderá ser empregada para a
consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei.
b. Necessidade: determinado nível de força só pode ser empregado
quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos
legais pretendidos.
c. Proporcionalidade: o nível da força utilizado deve ser compatível
com a gravidade da ameaça representada pela ação/agressão do opositor e com os
objetivos pretendidos pelo agente de segurança.
d. Moderação: o emprego da força deve ser proporcional e moderado,
de modo a atingir o objetivo mediante o menor nível possível de uso de força.
e. Conveniência: a força não poderá ser empregada quando, em função
do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais
pretendidos.
Logo, no caso de ser inevitável o uso da força para atender o objetivo legítimo
da preservação da vida, aplicação da lei e manutenção da ordem pública, o policial
militar deverá guiar sua conduta de acordo com princípios impostos legalmente.

14 Utilizou-se da palavra “deverá” tendo em vista o imperativo legal imposto ao policial militar para atuar em
uma situação de flagrância.
15 Estabelece normas sobre o uso seletivo ou diferenciado da força no âmbito da PMPR.

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5 O PADRÃO PMPR DE USO SELETIVO OU DIFERENCIADO DA FORÇA


Como já enfatizado, o uso da força pelo policial militar deve ser proporcional
a cada situação de conflito em que ele estiver envolvido. Nesse contexto, oportuno se
faz citar a terceira Lei de Newton, pela qual tem-se que “para cada ação existe uma
reação”16. Contudo, há que se destacar que a reação do policial militar se traduz no
meio pelo qual ele utilizará para fazer cessar o conflito/perigo existente, fazendo-o da
maneira mais moderada possível.
A Diretriz nº 004/2015-PM/3 já referenciada, ao estabelecer os parâmetros
para o uso da força no âmbito da PMPR, pautada na legislação afeta ao tema,
disciplina os níveis de força a ser empregado pelo policial militar diante de
determinadas situações, senão vejamos:

Fonte: Diretriz nº 004/2015-PM/3.

O modelo adotado pela PMPR para o uso seletivo ou diferenciado da força é


representado na forma de face piramidal que contém degraus que indicam os diversos
níveis de ação/agressão de “pessoas em geral” e também os níveis de força a
serem empregados pelo “policial” para fazer frente às ações/agressões a serem
enfrentadas.

16 A Terceira Lei de Newton integra as chamadas Leis de Newton, que correspondem a princípios básicos da
mecânica clássica. De acordo com a terceira lei, para toda força de ação existe uma força de reação que possui o
mesmo módulo e direção, porém em sentido contrário. Assim, se um corpo A exerce uma força sobre um corpo B,
o corpo B, consequentemente, exerce uma força de mesma intensidade sobre o corpo A. Essa força de interação
resulta nas forças de ação e reação que possuem a mesma direção, porém os sentidos são diferentes(As Leis de
Newton. Disponível em: www.brasilescola.uol.com.br/fisica/leis-newton.html.)

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Assim, as ações das pessoas em geral e a correspondente reação do policial


militar estão separadas por uma seta que apresenta sentidos ascendente e
descendente, o que indica a possibilidade do nível de força a ser empregado pelo
policial variar para mais ou para menos, de acordo com a ação ou a agressão
enfrentada.
É importante ressaltar, ainda, o fato de que o modelo faz referência a
ações/agressões que podem partir de pessoas em geral, uma vez que a finalidade é
alcançar, com tal terminologia, todos os casos que são diuturnamente atendidos pela
polícia, ora envolvendo cidadãos em questões do dia a dia, outras vezes, dizendo
respeito a pessoas em atitude suspeita de cometimento de ilícitos.
O uso da força pela polícia é imperativo nos casos em que outros meios não
forem suficientes para se atingir o objetivo legítimo de salvar vidas e assegurar o
cumprimento das leis. Desta forma, o emprego da força pelo PM não se constitui
apenas em autorização, mas também em dever, a ser exercido sempre que
necessário para a garantia da ordem pública.
Embora o policial militar tenha o poder/dever de empregar a força para fazer
valer a autoridade do Estado, para que haja legitimidade no uso da força é inafastável
a obrigatoriedade de atendimento aos parâmetros reconhecidos pela sociedade como
justos e autorizadores da derradeira intervenção. É neste sentido que, em todos os
casos, deve haver rigorosa observância da legalidade, necessidade,
proporcionalidade, moderação e conveniência do uso da força, já citados no presente
trabalho.
Necessário constar que, diferentemente do que foi adotado em normativas
anteriores, o que se preconiza no modelo PMPR é o aspecto seletivo ou
diferenciado da força, e não mais o uso progressivo da força. O que se busca
com o novo conceito é demonstrar que inexiste obrigatoriedade do emprego de um
nível de força inferior para, somente após, avançar para o nível seguinte da
escala de gradação da força, existindo a possibilidade do policial empregar, de
imediato, até mesmo a força letal, desde que seja esta a única alternativa capaz e
necessária para a proteção da sua vida ou para a proteção da vida de terceiros.
Não obstante, o fato de algumas situações não permitirem ao policial qualquer
alternativa senão o uso imediato da força letal, a doutrina e o treinamento devem
buscar o estabelecimento de um padrão de conduta que oriente o policial militar a
somente recorrer a um determinado nível de força quando, na tentativa de

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alcançar o objetivo legítimo de salvar vidas e/ou assegurar o cumprimento das


leis, todos os demais níveis de força menos severos disponíveis se mostrarem
como ineficazes.
Por fim, o que se busca com modelo instituído é proporcionar ao policial um
referencial para que ele possa ter a exata compreensão de que o nível de força a ser
utilizado estará sempre condicionado à situação que é enfrentada. Nestes termos, não
existe óbice quanto ao uso imediato da força letal, desde que seja esta a única
alternativa apta a fazer cessar a ação/agressão que pode causar a morte ou uma
lesão grave no policial ou em uma terceira pessoa.

5.1 Os níveis de força do segundo o padrão PMPR


Tendo em vista que o objetivo do presente trabalho é tratar do emprego da
arma de fogo, trataremos dos demais níveis de uso da força (não letal) de maneira
direta e objetiva, enfatizando, pois, de maneira pormenorizada, sobre o uso da força
letal.

5.1.1 Da presença policial


O primeiro nível do uso seletivo da força se perfaz na própria presença do
policial militar, fardado, ostensivo, visível a todos aqueles que o circundam, ao passo
de, em uma situação de normalidade, a sua PRESENÇA ser suficiente para inibir
qualquer desvio de conduta e até mesmo ato ilícito. Esse é o mister da missão
constitucional das polícias militares: o policiamento ostensivo preventivo.
Assim, em uma SITUAÇÃO DE NORMALIDADE, a presença policial é na
maioria das vezes, suficiente para a prevenção de ilícitos e para a mudança de atitude
de pessoas que estejam se portando de maneira inconveniente ou em contrariedade
à ordem pública, uma vez que um policial militar em atitude expectante, posicionado
em local estratégico, onde possa ver e ser visto pelo público, é capaz de prevenir, pela
simples presença, o afloramento de inúmeras infrações.
Nesse nível, a atitude expectante, a postura e a compostura do policial são
fatores primordiais para se atingir os objetivos de prevenção da criminalidade e de
proporcionar sensação de segurança para as pessoas.

5.1.2 Da verbalização
Nos casos em que houver uma mínima conduta inadequada, mesmo com a

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presença policial militar, a VERBALIZAÇÃO será o instrumento a ser utilizado pelo


agente de segurança, desde que haja, obviamente, uma TENDÊNCIA À
COOPERAÇÃO da(s) pessoa(s) envolvida(s).
Neste nível de gradação, ao contrário do que ocorre em outros modelos de
uso da força, se optou pela terminologia tendência à cooperação e não “cooperação”
propriamente dita.
A distinção se justifica porque muitas vezes será neste momento que ocorrerá
o primeiro contato direto entre o policial militar e pessoas em geral, ainda não
existindo, por este motivo, certeza de cooperação ou colaboração em relação à
intervenção policial.
De qualquer forma, por parte do policial sempre haverá a expectativa de
encontrar receptividade em relação ao acatamento das orientações ou ordens que
eventualmente forem necessárias em uma determinada intervenção.
Não ocorrendo inicialmente a cooperação, caberá ao operador de segurança,
antes de avançar para um nível mais gravoso de gradação da força, empregar
técnicas de verbalização que permitam transmitir ao cidadão, de forma clara e
inequívoca, a necessidade de respeito e acatamento às orientações que lhe são
transmitidas.
Como imperativo, tem-se que a interpelação do policial militar ocorrerá
sempre em tom de voz proporcional à situação que está sendo enfrentada. Assim, em
alguns casos o PM se comunicará com o cidadão por meio do diálogo, outras vezes,
precisará empregar comandos de voz firmes e em tom elevado, principalmente em
casos que digam respeito a situações envolvendo pessoas suspeitas da prática de
algum delito.
No tocante à verbalização é importante dedicar especial atenção à questão
da identificação no momento das abordagens, visto que em alguns casos a
ostensividade proporcionada pelo fardamento, armamento, equipamentos e viaturas
caracterizadas já é suficiente para demonstrar ao cidadão que a ação diz respeito a
uma intervenção policial.
Outras vezes, seja pela ausência de iluminação, seja pela distração, ou
mesmo pela tensão que envolve o desenrolar de algumas ocorrências, o cidadão não
percebe a presença policial e, por consequência, pode reagir inadequadamente no
momento de uma abordagem policial.

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Por este motivo, a necessidade da inequívoca identificação dos agentes


da lei em todas as intervenções:

“POLÍCIA MILITAR!”, “ABORDAGEM


POLICIAL!”

A verbalização é uma das habilidades mais importantes no desempenho da


atividade policial, sendo normalmente utilizada em todos os níveis de gradação de
força eventualmente necessários na resolução de uma determinada ocorrência,
exatamente como se demonstra no modelo PMPR de uso da força, o qual, à direita
da estrutura piramidal, por meio de barras coloridas dispostas em cada um dos níveis
de gradação de força a serem empregados pelo policial, indica a necessidade da
verbalização em cada um dos níveis de uso de força a serem empregados pelo
agente do Estado, o qual irá procurar, por meio das técnicas de verbalização, mudar
a atitude de pessoas que insistam em não acatar a ordem legal, seja no enfrentamento
da resistência passiva, da resistência ativa, da agressão não letal, ou ainda, da própria
agressão com potencial letal, desde que no caso concreto seja possível ao policial,
sem risco à sua própria vida ou à vida de terceiros, utilizar a verbalização para tentar
dissuadir o agressor a mudar sua atitude.

5.1.3 Das técnicas de controle de contato


O terceiro degrau da pirâmide dos níveis da força ilustra a situação em que a
verbalização não é suficiente para fazer a pessoa interpelada mudar de atitude,
passando a mesma a agir de acordo com aquilo que tecnicamente se denomina
resistência passiva, o que exige do Militar Estadual a adoção de medidas conhecidas
como controles de contato. Sobre esse tema, atualmente utiliza-se como padrão na
PMPR o Manual de Técnicas de Contato para a Atividade Policial Militar (PIROG,
2019).

5.1.4 Das técnicas de controle físico


O quarto nível de uso da força diz respeito aos casos em que houver uma
RESISTÊNCIA ATIVA, ou seja, sem o risco a integridade física das pessoas
envolvidas, mas com a utilização de força física, ocasião em que deverão ser
utilizadas TÉCNICAS DE CONTROLE FÍSICO para cessar a resistência. Essa é uma

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situação que ocorre quando o indivíduo, embora não esteja tentando agredir
diretamente o policial, resiste com vigor físico e tenta se desvencilhar do controle de
contato utilizado pelo agente da lei para o controle da resistência passiva. Da mesma
maneira que o nível de força destacado anteriormente, o manual de técnicas de
contato mencionado direciona a conduta a ser adotada pelo policial militar nesses
casos.

5.1.5 Das táticas defensivas não letais


Quando houver qualquer tipo de agressão física por instrumento não letal, a
resposta compatível pelo operador de segurança é o emprego de TÁTICAS
DEFENSIVAS NÃO LETAIS.
Considerando a importância desse tema – táticas não letais – a PMPR instituiu
no ano de 2015 a Diretriz nº 008-PM/3, que estabeleceu as normas gerais sobre
segurança, instrução, emprego operacional, distribuição, armazenamento, descarga
e logística reversa de instrumentos não letais, também chamados de Instrumentos de
Menor Potencial Ofensivo (IMPO) no âmbito da Corporação.
Nesse sentido, dentre os tantos conceitos apresentados pela normativa em
questão, tem-se que instrumentos ou materiais de menor potencial ofensivo (ou não
letais) são o “conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a
finalidade de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas, utilizados
para, com baixa probabilidade de causar mortes ou lesões permanentes, conter,
debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas”.
Sob esse espeque, em sendo essas ferramentas de significativa importância
na atividade policial militar, com a finalidade máxima de conter e debilitar
temporariamente ao agressor, sem com isso, causar-lhe lesões graves e/ou morte, o
emprego de IMPO não pode estar dissociado de rígidas imposições, regulados pela
Diretriz nº 008/2015-PM/3 da seguinte maneira:
1) Nos mesmos termos da Diretriz nº 004/2015-PM/3, a utilização de
instrumentos de menor potencial ofensivo no âmbito da PMPR está
condicionada ao atendimento dos princípios da legalidade, necessidade,
proporcionalidade, moderação, conveniência, à adequada e prévia
habilitação do operador, e ainda, à especialidade da Unidade Policial
Militar.
2) O emprego de IMPO somente será admitido naquelas situações em

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que outros meios menos severos não forem suficientes para se atingir o
objetivo legítimo de garantia da ordem pública.
3) A utilização de IMPO visa a preservação da vida e minimização dos
danos à integridade de pessoas, sendo empregados para, com baixa
probabilidade de causar mortes ou lesões graves, conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente o agressor ou resistente à ordem legal.
4) Nas atividades operacionais, caso o comandante de fração policial não
seja habilitado para operação com IMPO, ele deverá identificar os policiais
militares sob seu comando que são detentores de especialização ou
habilitação para operação com os IMPO, sendo atribuída a estes, a
responsabilidade pelo correto emprego técnico dos materiais.
Assim, não por menos, além de exigir dos operadores de determinados IMPO
uma habilitação especial, ainda, de maneira diligente, a referida diretriz impôs aos
policiais militares que se valem destes instrumentos e materiais, o cuidado no
necessário contingenciamento dos danos/efeitos físicos e/ou materiais, no agressor e
no ambiente.

5.1.6 Do uso da força letal


Os casos mais perigosos são aqueles em que existe uma ameaça letal. Neste
nível, a resposta a ser apresentada pelo policial militar será o uso da força letal,
mediante o emprego de arma de fogo.
Conforme especificado no Diretriz nº 004/2015-PM/3, “não existe
obrigatoriedade de emprego de um nível de força inferior para, somente após, avançar
para o nível seguinte da escala de gradação da força, existindo a possibilidade do
policial empregar, de imediato, até mesmo a força letal, desde que seja esta a única
alternativa capaz e necessária para a proteção da sua vida ou para a proteção da vida
de terceiros”.
Todavia, por óbvio, a presença policial e a verbalização sempre se farão
presente na ação do operador de segurança.
Deste modo, em rápidas palavras, conclui-se que NÃO EXISTE
IMPEDIMENTO QUANTO AO EMPREGO IMEDIATO DA FORÇA LETAL, desde
que seja esta a única alternativa capaz de fazer cessar a ação/agressão que pode
causar lesão grave ou morte.

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6 O TRIÂNGULO DA FORÇA LETAL: A DECISÃO PARA O DISPARO


De acordo com o Cel. PMMT Wilquerson F. Sandes (SANDES, 2013), o uso
da força letal é o ato do agente da lei, dentre eles o policial militar, disparar a arma de
fogo em uma situação de risco de lesão grave ou morte, à ele ou à terceiros, admitido
somente se outros meios menos violentos se apresentarem como ineficazes.
Assim, em sendo necessário o uso da força letal mediante arma de fogo, ao
policial militar impõe o dever de efetuar o disparo a fim de incapacitar fisiologicamente
e neutralizar a ação delitiva do seu oponente17.
Ocorre que, para o exato momento em que decidir puxar, ou não, o gatilho da
arma de fogo, além de todos os requisitos legais e regulamentares já destacados, o
policial militar deve se atentar, ainda, ao referencial tático doutrinariamente difundido
nas forças policiais, inclusive na PMPR, qual seja, o triângulo da força letal.
O triângulo da força letal, também denominado de trinômio do tiro,
estabelece que o uso da força letal somente será efetuado, como medida extrema de
defesa à vida, quando presentes três requisitos: A HABILIDADE, A OPORTUNIDADE
E O RISCO (ou perigo).

Fonte: Diretriz nº 004/2015-PM/3.

6.1 A Habilidade
A Diretriz nº 004/2015-PM/3 prescreve que HABILIDADE é a capacidade
física da pessoa de causar dano à vida ou à integridade física de um policial ou de
terceiros, ou seja, o agressor possui um meio ou instrumento capaz de provocar lesão
grave ou morte, como por exemplo, uma arma branca (lâmina) ou arma de fogo.
Há que se consignar, inclusive, que a habilidade pode ser representada não

17Reforçando o posicionamento já firmado no presente trabalho, temos que o Cel. PMMR Wilquerson F. Sandes
(SANDES, 2013) também ensina que o uso da força é um imperativo que se impõe ao policial militar nos casos
em que outros meios mais moderados não foram suficientes para se atingir o objetivo legítimo de salvar vidas e
assegurar o cumprimento das leis

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apenas por um instrumento aparente (visível), mas também na capacidade física, seja
pela força física representativamente superior à do policial militar, ou a habilidade em
qualquer tipo de arte marcial.
Ademais, nos termos da norma regulamentadora é importante ressaltar que o
conceito da habilidade não corresponde apenas à posse de um armamento, mas
também à capacidade de utilização ou operação. Os exemplos dados são claros: não
representa perigo letal e imediato uma situação envolvendo um agressor que
empunha um fuzil pelo cano, a ser utilizado como objeto contundente, a distância; ou
o caso de uma faca nas mãos de pessoa muito idosa, que mal pode se movimentar.

6.2 A Oportunidade
A OPORTUNIDADE diz respeito à real possibilidade do meio ou instrumento,
hábil, ser utilizado para ferir gravemente ou matar o policial militar ou uma terceira
pessoa.
Assim, o uso de força letal contra um agressor portando uma faca, por
exemplo, pode ser justificado se ele estiver a poucos metros do operador e atentar
contra sua vida. Todavia, oportuno destacar que no exemplo apresentado, o uso de
força letal não se justificaria se esse mesmo agressor estivesse a uma distância
considerável, ou ainda, se estivesse separado do policial militar por uma grade,
ocasião em que o meio ou instrumento por ele portado não seria hábil a provocar o
dano.

6.3 O Risco ou Perigo


Quanto ao RISCO OU PERIGO, este caracteriza-se quando uma pessoa,
valendo-se do instrumento ou meio hábil (habilidade) e da real possibilidade de sua
utilização (oportunidade) para ferir ou matar, age de modo a indicar ação ou agressão
capaz de provocar ferimento ou morte do policial militar ou de uma terceira pessoa.
Destarte, o risco ou perigo se diz configurado quando na iminência ou no exato
momento em que ocorre a agressão com potencial letal contra o policial militar ou
terceiros. Dessa forma, tem-se o modelo para a correta tomada de decisão quanto ao
uso, ou não, de força letal, e, por consequência, revestir a ação policial da legalidade
devida.
Conclui-se, então, que o uso da força letal somente ocorrerá quando
preenchidos concomitantemente os três requisitos do referencial tático especificado –

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habilidade + oportunidade + risco ou perigo –, os quais, frise-se, nos termos da Diretriz


nº 004/2015-PM/3, devem se formar em relação ao agressor.
Nesse sentido, lembrando tudo aquilo que já foi exposto, o policial militar deve
atuar no sentido de preservar a vida, ao passo de agir sempre no sentido de desfazer
o triângulo da força letal e, se possível, utilizar os níveis de força menos agressivos
que a força letal. A diretriz que regula o uso seletivo da força no âmbito da PMPR é
bem clara nesse sentido: "a ausência ou quebra de qualquer dos elementos
componentes do “triângulo de decisão” é suficiente para o policial não empregar a
força letal."
Por certo, o policial militar envolvido em uma situação de risco ou perigo a sua
vida ou a de terceira pessoa, deverá ter a correta leitura do contexto em que os fatos
se dão, ao passo de, conscientemente, agir nos limites da lei, e se, e apenas se, for o
caso, FAZER USO DA FORÇA LETAL PARA REPELIR A IMINENTE E INJUSTA
AGRESSÃO, DEVENDO ATUAR, NESTE CASO, MEDIANTE DISPAROS
DE ARMA DE FOGO, O QUANTO FOR NECESSÁRIO PARA CESSAR A
AGRESSÃO SOFRIDA.
E no momento que assim decidir agir, o policial militar deverá, sempre que
possível, advertir o agressor de que fará o uso da força letal, para, como último recurso
antes do disparo que se impõe como necessário, tentar persuadi-lo18.

18 Sobre o tema a Diretriz nº 004/2015-PM/3 define o seguinte:


[...] o uso da força letal pela polícia deverá, sempre que possível, ser precedido de prévia e inequívoca advertência
acerca da possibilidade de seu emprego, de modo a deixar claro, ao agressor, o fato de que a força letal poderá
ser utilizada pela polícia em caso de resistência, dando- lhe a oportunidade, desta forma, de desistir do seu intento
agressor e render-se para que seja evitado o emprego da força letal pela polícia: “POLÍCIA! / LARGUE A ARMA! /
SE REAGIR, VOU DISPARAR!”[...]

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7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil/1988.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal – Parte Geral. São Paulo: Saraiva,
2002.

PIROG. Francis. Manual de Técnicas de Contato para a Atividade Policial Militar.


1ª edição. Curitiba,2019.

MACHADO, Maurício Corrêa Pimentel. Coleção armamento: armas, munições e


equipamentos policiais. Cascavel: Gráfica Tuicial, 2010.

OLIVEIRA. Robson Lima de. O uso da força policial militar no exercício de suas
funções. Disponível em: www.jus.com.br/artigos. Publicado em: set. 09/14.

PARANÁ, Lei Estadual nº 07, de 10 de agosto de 1854 - criação da Polícia Militar


do Paraná.

PARANÁ, Policia Militar do Paraná - Diretriz nº 004/2015-PM/3 - Estabelece


normas sobre o uso seletivo ou diferenciado da força no âmbito da PMPR.

SILVA, Flávia Martins André. O Poder de Polícia. Disponível em:


www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2634/O-poder-de-policia. Publicado em:
18/05/06.

SANDES, Wilquerson Felizardo. Dimensões da ação policial em uma troca de


tiros: Um estudo psicossociológico da decisão pelo uso da força. Tese de
doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Educação da
Universidade Estadual de Campinas, 2013.

TORDORO. Marcos Antonio. Falsas contradições: Uso da Força Policial e


Direitos Humanos. 1ª edição. AVM: Curitiba, 2019.

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UNIDADE II - EQUIPAMENTOS POLICIAIS

1 INTRODUÇÃO
O objetivo desse capitulo é apresentar ao policial militar e aos gestores da
corporação os principais equipamentos utilizados na atividade de policiamento
ostensivo geral, bem como suas características recomendadas ou minimamente
desejáveis para a atividade policial-militar.
Importante destacar que o presente trabalho é desprovido de qualquer
interesse comercial, inexistindo patrocínios ou contrapartidas de qualquer natureza
oriundas de empresas fabricantes de equipamentos, sendo que as imagens inseridas
destinam-se tão somente à ilustração para melhor compreensão do conteúdo
proposto.
Nesse sentido, registre-se que alguns equipamentos demonstrados são
fornecidos pela corporação ao policial militar, enquanto outros podem ser adquiridos
de forma particular pelo operador.

2 FARDAMENTO
O fardamento não é uma simples vestimenta dos policiais militares, mas um
verdadeiro símbolo da corporação, geralmente associado pela sociedade à estrutura
do poder estatal, traduzindo-se como uma das principais características de
representação do policiamento ostensivo.
Os uniformes em uso na Polícia Militar do Paraná são regulados e descritos
em regulamento próprio (Regulamento de Uniforme da Polícia Militar do Paraná -
RUPM)19, sendo classificados conforme os diferentes tipos e modalidades de
policiamento.
Com o advento de novas tecnologias na construção dos tecidos e materiais
utilizados para confecção de uniformes policiais, bem como face à constante evolução
da própria atividade policial, principalmente quanto ao emprego operacional, impõe-
se a necessidade do fardamento funcionar não apenas como instrumento de
identificação visual da Corporação, mas também proporcionar ao policial militar
qualidades e características essenciais ao bom desempenho da atividade policial.

19Art. 2º do RUPM: O uso correto dos uniformes é primordial na boa apresentação individual e coletiva da Polícia
Militar, constituindo-se em importante fator para o fortalecimento da disciplina, o desenvolvimento do espírito de
corpo e o bom conceito da Corporação no seio da opinião pública

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Dentre as principais e desejáveis características do fardamento policial


destacam-se:
• conforto (térmico, leveza do material, mobilidade e versatilidade);
• proteção (solar, resistência à abrasão);
• resistência (reforço em costuras, durabilidade do tecido, não ignição
ao fogo e impermeabilidade).
Figura 1: policial militar com o atual fardamento 4ª RUPM "A1" (policiamento
ostensivo geral)

Fonte: autores.

Os calçados também são componentes fundamentais para o bom


desempenho da atividade policial, visto que o policial militar passa várias horas
durante o turno de serviço com o mesmo equipamento, utilizando-o ainda em
diferentes terrenos e circunstâncias, estando exposto as mais variadas intempéries
da natureza (chuva, calor, lama, areia, galhos, solo rochoso, etc...) e demais riscos
inerentes à atividade policial.
Algumas das características imprescindíveis de um bom calçado destinado à
atividade policial são: resistência, conforto, leveza, impermeabilidade e
amortecimento.Em geral os órgãos policiais padronizam como calçados os modelos
do tipo “borzeguim”, botas táticas ou coturnos, variando conforme o padrão da
instituição ou atividade realizada.
A cobertura policial, além de servir como componente da identidade visual da
corporação, deve proporcionar ao operador a necessária proteção contra incidência
de raios solares incidentes na região cabeça e nos olhos

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3 EQUIPAMENTOS POLICIAIS – GENERALIDADES E EMPREGO


Todas as ferramentas e aprestos utilizados para a execução da atividade
policial-militar devem ser considerados equipamentos de proteção individual (EPI).
Alguns destacam-se como equipamentos básicos e são os seguintes:
• Colete de proteção balística;
• Capa modular;
• Cinto de Guarnição;
• Porta carregadores de armas de porte ou portáteis;
• Porta munição de espingarda 12 GAUGE;
• Algemas e porta algemas;
• Lanterna de mão e dedicada;
• Tonfa ou bastão retrátil;
• Canivetes, facas e alicates;
• IFAK (Individual First Aid Kit20);
• IMPO (Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo);
• Radio comunicador e aparelho celular.

3.1 Colete de proteção balística


Veste balística maleável que oferece proteção contra impactos de projéteis
provenientes de armas de fogo de baixa velocidade, preservando, geralmente, órgãos
vitais existentes no tronco do policial militar, podendo dispor ainda em alguns modelos
mais completos de proteção pélvica, glúteos, laterais, pescoço e ombros.
Figura 2: policial militar utilizando colete de proteção balística ostensivo nível III-A.

Fonte: autores.

20 kit individual de primeiros socorros.

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Trata-se de um equipamento essencial à proteção da vida e da integridade


física do profissional de segurança em todas as modalidades de policiamento, pois
recobre e protege órgãos vitais como por exemplo o coração, pulmões, estômago,
intestino, rins, alguns vasos sanguíneos calibrosos.

Figura 3: área do corpo humano protegida pelo colete balístico padrão.

Fonte: artigo publicado no portal Infoarmas21.

O colete balístico, popularmente conhecido por "colete à prova de balas", é


composto por dois painéis balísticos flexíveis que geralmente são acondicionados
em capas de nylon impermeáveis, sendo um inserto destinado à proteção da região
dorsal e outro da região do tronco do operador.
Os coletes balísticos modernos são confeccionados em várias camadas
sobrepostas de tecidos de fibras sintéticas altamente resistentes
(Aramida/Kevlar, Polietileno ou outros materiais), variando a quantidade e a inserção
de outros materiais conforme o nível de proteção oferecido, sendo que a trama e a
combinação desses tecidos possuem a capacidade de frear o movimento rotacional
do projétil, impedindo a transfixação do mesmo, amenizando o trauma, de acordo com
seu nível de proteção.

21Disponível em: <https://infoarmas.com.br/amp/uso-de-protecao-balistica-policial/> Acesso em 1º de Fev. de


2021.

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Figura 4: partes componentes do colete balístico.

Fonte Revista Mundo Estranho.

Quando um projétil disparado por uma arma de fogo de baixa velocidade


(revólver ou pistola) impacta contra uma proteção balística flexível (colete nível II, por
exemplo), ele se engaja num emaranhado de fibras muito resistentes que absorvem
e dispersam a energia do impacto, fazendo com que o projétil se deforme,
normalmente ficando como um “cogumelo”. A energia adicional é absorvida nas
camadas subseqüentes do material até que o projétil pare completamente.
Os coletes balísticos são testados e classificados quanto ao nível de proteção
que oferecem, variando a classificação conforme os calibres suportados pela proteção
balística, que são padronizados em norma internacional do Departamento de Justiça
dos Estados Unidos da América (NIJ Standard 0101.04 National Institute of Justice),
seguida também pelo Brasil.

Figura 5: tabela dos níveis de proteção balística.

Fonte: ABNT NBR 15000/2005 (NIJ STD 0101.04).

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A referida norma NIJ ainda estabelece que a profundidade máxima de


deformação não pode ultrapassar a 44 mm em razão da necessidade de se evitarem
lesões graves ou fatais em quem esteja utilizando o colete.
Figura 6: profundidade máxima da deformação no corpo de prova.

Fonte: NIJ STD 0101.04.

Em regra, o colete balístico possui vida útil de 5 (cinco anos), no entanto, além
do prazo de validade, é imprescindível a adoção para se assegurar a vida útil e eficácia
da veste balística, sendo que o mau uso ou negligencia dos cuidados básicos
necessários pode acarretar na diminuição de sua capacidade de proteção ou até
mesmo na anulação da sua função protetora.

a. Principais Cuidados:
• Não dobrar o colete de forma que cause deformação mecânica
(armazená-lo preferencialmente na posição horizontal, em superfície plana, sobre
mesa ou prateleira, sem objetos em cima);
• Não utilizar objetos pontiagudos debaixo do colete (caneta,
isqueiro, jóias) que possam causar a deformação do colete ou se transformarem em
projéteis secundários;
• Não deixar os painéis balísticos expostos diretamente ao sol ou
a altas temperaturas;
• Evitar molhar o colete durante o uso;
• Os painéis balísticos devem ser limpos com pano levemente

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úmido, seguido imediatamente de pano seco;


• Jamais utilizar solventes ou produtos à base de álcool para
limpeza do material;
• Não armazenar o colete estando úmido (sujeito à mofo);
• Após lavar a capa externa, inserir os painéis balísticos quando
ela estiver completamente seca;
• Não secar ao sol (secar os painéis à sombra com ventilação);
• Verificar periodicamente o colete visando identificar desgastes
ou defeitos nos painéis balísticos.

b. Formas De Utilização:
1) Ostensivo
Normalmente utilizado externamente ao fardamento, independente da sua
cor, é facilmente perceptível para quem enxerga o policial militar que o mesmo está
utilizando a proteção balística.
Esta condição oferece algumas vantagens como o conforto, rapidez e
praticidade para se vestir a proteção, bem como vantagem tática e psicológica ao
demonstrar para o infrator que o policial está protegido e preparado para um eventual
combate.
Por sua vez, também apresenta algumas desvantagens, visto que a utilização
ostensiva do colete balístico permite que eventuais infratores busquem atacar
regiões do corpo do policial não protegidas pela veste balística, como cabeça e
membros.
Figura 7: colete balístico em uso ostensivo.

Fonte: autores.

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2) Dissimulado
O uso velado da proteção balística, isto é, quando o colete balístico esta
posicionado internamente à farda, não possibilita que possíveis agressores
identifiquem rapidamente se o policial está ou não utilizando a proteção, fator que
pode oferecer uma vantagem tática ao policial.
Em um confronto armado (MATOS, 2011) a tendência dos infratores é
tentarem atingir o policial no "centro de massa", ou seja, na sua porção do corpo
maior e mais visível, que estará protegida pelo colete.
Esta condição também traz algumas vantagens como um melhor ajuste ao
corpo do operador, melhorando sua eficiência, pois, além de evitar que o colete se
solte involuntariamente durante o serviço, evita a incidência de projéteis secundários
eventualmente localizados em bolsos do fardamento, permitindo também uma melhor
padronização estética da tropa.
Por outro lado, aumenta o desconforto térmico, especialmente em regiões do
Estado de altas temperaturas, suscetível também ao mau cheiro devido à absorção
de suor, bem como, dificulta o tempo e facilidade para retirada do equipamento.
Figura 8: colete balístico em uso dissimulado, sob o fardamento.

Fonte: autores.

3) Ajustes do colete balístico


O colete de proteção balística é equipamento individual indispensável para
execução da atividade de policiamento ostensivo, posto que tem o potencial de reduzir
consideravelmente a gravidade de lesões por disparo de arma de fogo direcionados

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ao centro de massa do policial.


Além dos cuidados básicos com acondicionamento e limpeza do colete já
mencionados, a sua utilização correta é fator preponderante para eficácia de sua
função protetora.
Deve-se também tomar muito cuidado quanto a maneira de se utilizar um
colete balístico, pois deve existir o correto calçamento/anteparo do material para que
a função balística funcione, isto é, quanto mais justo ao corpo, melhor sua eficiência.
Principais regras para um bom ajuste do colete balístico:
• Utilize as placas do tamanho adequado ao seu tronco (Nem muito
grande de forma que atrapalhe a mobilidade, nem muito pequeno de modo que
não proteja os órgãos vitais);
• Aperto lateral através das faixas e velcros de modo que as placas
(frontal e dorsal) se encontrem na lateral do tronco, evitando a exposição do
tronco lateral;
• Ajustar o colete ao corpo (Não pode estar frouxo ou solto, nem
muito apertado que dificulte a respiração);
• Não utilizar objetos debaixo do colete que possam vir a se tornar
projéteis secundários.

Figura 9: forma correta do uso do colete. CORRETO (O colete deve proteger desde
o início da fúrcula esternal até próximo o umbigo, estando justo ao corpo);

Fonte: autores.

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Figura 10: Forma INCORRETA de uso do colete.(Observe-se que o colete está


frouxo e baixo no tronco do policial, além de não estar protegendo a lateral do corpo
do policial).

Fonte: autores.

3.2 Colete multi-proteção ou multi-ameaça


Existem também no mercado painéis balísticos especialmente desenvolvidos
para oferecem além da proteção balística, proteção adicional contra ataques de armas
brancas ou objetos perfuro-cortantes.

Figura 11: Conforme NIJ 0115.00 existem também testes para se mensurar o nível
de proteção para objetos perfurantes, no modelo abaixo, além da proteção balística
o colete possui nível II para objetos perfurantes, sendo identificada essa propriedade
através do triângulo verde gravado em sua capa.

Fonte: Colete Multi-ameaça da CBC.

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3.3 Placas balísticas


Protegem contra disparos de calibres de alta velocidade, como por exemplo
os fuzis. São placas balísticas rígidas que podem ser utilizadas individualmente ou
anexadas e em sobreposição aos coletes padrão de nível III-A. São menores e mais
pesadas dos que os coletes balísticos tradicionais
São confeccionadas geralmente em cerâmica, lâminas de polietileno ou
poliamida prensadas ou ainda em metal super rígido do tipo AR500. Existem também
placa compostas em que são combinados dois ou mais desses materiais.
As versões fabricadas em cerâmica possuem a capacidade de fragmentação
e dissipação de energia, porém são sensíveis à quedas e choques, muitas vezes
exigindo a utilização do colete III-A para atingir o seu nível de proteção balística.
As placas fabricadas em polietileno ou poliamida apresentam vantagem em
relação ao menor peso, bem como, por serem flutuantes, porém possuem maior
espessura podendo gerar desconforto ao operador.
Por sua vez as placas fabricadas em metal são as mais pesadas e pouco
ergonômica, no entanto, possuem vida útil mais longa, são mais finas e baratas que
as outras versões.

Figura 13: Demonstração do impacto de projétil em uma placa composta (Cerâmica


+ Aramida).

Fonte: autores.

As placas compostas, embora impliquem em peso e espessuras


consideráveis, proporcionam uma melhor distribuição do impacto do projétil na
superfície da placa balística, reduzindo drasticamente sua velocidade e absorvendo
por completo a sua energia.

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Cabe ressaltar que embora as placas balísticas ofereçam proteção contra


disparos de armas de alta energia, como 5,56 NATO e 7,62 NATO possuem
espessura e peso muito superiores aos painéis balísticos padrão III-A,se tornando,
portanto, se apresentam como opções inviáveis para o uso por policiais da radio
patrulha, devido a longa jornada de trabalho e às características do policiamento
ostensivo, podendo resultar em problemas de saúde ao policial militar devido ao seu
uso continuo.
Por essas razões, geralmente as placas balísticas são utilizadas por
operadores de grupos táticos ou de operações especiais, sendo acopladas a
compartimentos existentes nos coletes táticos modulares, isolados ou em
sobreposição aos coletes de proteção balística padrão da corporação (nível III-A), ou
ainda, em coletes do tipo Plate Carrier22, que acondicionam apenas as placas rígidas
sem o uso conjunto de coletes balísticos (stand alone).
Importante destacar que as placas rígidas possuem dimensões inferiores a
dos coletes balísticos padrão III-A além de serem confeccionadas em diferentes
formatos, oferecendo proteção específica aos órgãos vitais do tronco e dorso do
operador,sendo recomendável sua utilização em sobreposição ao colete III-A pois
ainda otimiza a eficiência da proteção balística contra estilhaços das próprias placas
balísticas.
Em operações específicas em ambientes de matas ou de longa duração, face
as altas temperaturas e o peso elevado que desgastam o operador e podem
comprometer sua mobilidade e o conforto térmico, poderá ser admitida a utilização
apenas das placas balísticas nos coletes táticos modulares ou em plate carriers.

Figura 14: Capa de colete do tipo "plate carrier" destinado a acondicionar as placas
balísticas.

Fonte: plate carrier marca INVICTUS.

22 Porta-placa.

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Figura 15: Diferentes tipos formatos de placas balísticas.

Fonte: Glágio do Brasil.

3.4 Coletes táticos e modulares


Os coletes táticos são geralmente fabricados em cordura, cuja configuração
permite a inserção de painéis e placas rígidas balísticas.Sua principal vantagem
encontra-se no sistema modular (Sistema MOLLE23 e LASER CUT "cortes à laser na
cordura") permitindo maior versatilidade e capacidade para fixação de
equipamentos e acessórios (Porta carregadores sobressalentes, porta HT, IFAK,
bolsos modulares, etc.), conforme a atividade operacional desenvolvida pelo policial.
O colete tático é recomendável à atividade policial ostensiva geral, pois
permite maior e melhor transporte de equipamentos policiais, possibilitando a
personalização conforme a característica física do policial e conforme a missão à ser
executada, sendo que os equipamentos ficam de fácil acesso ao operador em
qualquer condição, dispensando o uso de mochilas ou a indesejada sobrecarga de
equipamentos no cinto de guarnição, gerando mais conforto e segurança para
execução das extensas jornadas de trabalho.
Características importantes dos coletes táticos modulares para uso policial:
• Bolsos administrativos para pequenos objetos;
• Sistema MOLLE para adaptação dos equipamentos policiais;
• Alça de arrasto (Facilita transporte e evacuação em caso

23 Fonte Wikipédia: Desenvolvido pelas Forças Armadas norte-americanas, o sistema MOLLE "Modular Light-
weightLoad-carrying Equipment", traduzindo: Equipamento Modular de Transporte Leve. A modularidade do
sistema é conferida pelo sistema de correias PALS "Pouch Attachment Ladder System", traduzindo: Sistema de
fixação de bolsos por escada.

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de emergência);
• Sistema de soltura rápida (Para casos de emergências médicas
ou necessidade de nadar)
• Compatível para acoplagem de painéis flexíveis balísticos e
placas rígidas balísticas;
• Alças de ombro acolchoadas;

Figuras 16 e 17: colete tático modular e policial militar usando colete tático com
cinto de guarnição.

Fonte: figura 16:Colete tático marca Cobra Tactical e figura 17: autores.

3.5 Coldres
3.5.1 Porte ostensivo
Os coldres ostensivos operacionais são equipamentos fundamentais para
quem utiliza arma de fogo de porte em atividade de policiamento ostensivo. O coldre
tem por finalidade acondicionar a arma de fogo de forma segura para que o policial
possa permanecer com as mãos livres quando necessário.
Coldres de má qualidade podem fazer com que a arma de fogo do operador
fique perigosamente exposta ao arrebatamento de criminosos ou até mesmo caia ao
solo em determinadas circunstâncias, colocando em risco a integridade física e a vida
do policial militar.
Geralmente os coldres são afixados no cinto de guarnição, posicionados na
altura da cintura do lado da mão hábil do operador, mas também podem ser utilizados
na perna (femoral), posição recomendável apenas em atividades específicas como
missões de operações especiais em ambientes verticais, pois permite a utilização de

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técnicas de rapel sem comprometer o saque da arma ou em motocicletas.


Muitos policiais tem a equivocada percepção de que o coldre de perna seria
um equipamento mais adequado para o policiamento ostensivo, todavia, verifica-se
que o coldre de cintura ainda é o que mais apresenta vantagens ao policial militar que
executa o rádio-patrulhamento pois favorece ergonomia no saque aos policiais com
diferentes compleições físicas.
Conforme recente pesquisa realizada na instituição no que concerne ao tempo
e movimento de saque em ambos os coldres (JUNIOR, Mario Picetskei. 2019),
verificou-se que o coldre de perna exige maior carga de treinamento para se atingir a
ação motora ideal (rápida e precisa), sendo que com os coldres de cintura os
movimentos de saque se apresentaram mais lineares, com menos oscilações
horizontais e verticais para se corrigir a empunhadura, pelo que se verificou que o
nível de adestramento e adaptação ao coldre de cintura pelos policiais tende a ser
mais simples e célere.

COLDRE DE CINTURA COLDRE DE PERNA

• Melhor retenção e • Favorece o policiamento com uso de


controle da arma. motocicletas e Operações Especiais.
• Vários modelos • Favorece o saque da arma quando utilizado
disponíveis no mercado coletes táticos com muitos bolsos e
VANTAGENS

para aquisição. equipamentos acoplados.


• Rápido e instintivo • Não atrapalha a utilização de armas portáteis.
acesso pelo policial. • Reduz o peso no cinto de guarnição.
• Possibilidade de ajustes
de altura e inclinação no
cinto de acordo com a
característica e treinamento
do policial.
• Pode atrapalhar o uso • Atrapalha em deslocamentos, principalmente
de armas portáteis. correndo.
DESVANTAGENS

• Aumenta o peso no • Em progressões em mata fechada, "agarra"


cinto de guarnição. na vegetação, dificultando a mobilidade.
• Desconforto durante o • Ao descer de embarcações em ações
patrulhamento com viaturas ribeirinhas, pode afundar no lodo ou lama
auto. existente expondo a arma à sujidades.
• Aumenta o tempo de saque, dificultando a
apresentação da arma e engajamento do alvo.
• Dificulta aplicação de torniquete emergencial;

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*CURIOSIDADE: Chrys Kyle, o famoso sniper americano em seu livro


“American Sniper” relata sobre como carregava sua arma de porte:
"Nos dois primeiros desdobramentos, usei um coldre Robocop. (Ele fica na
coxa, de fácil acesso para a mão da pistola.) O problema desse tipo de coldre é
que ele tende a se mexer. Durante o combate, ou mesmo se a pessoa está apenas
correndo, escorrega pela perna. Então, depois, passei a usar um coldre de cintura.
Dessa maneira, a arma está sempre onde espero que esteja”.

Atualmente existem no mercado soluções para se alternar a posição do


coldre, são conhecidas por plataformas modulares, que permitem o acoplamento do
equipamento em diversas posições do corpo do operador, inclusive nos coletes táticos
modulares, todavia, esta condição é contra-indicada aos policiais militares em
decorrência da exposição do armamento, excesso de peso no tronco do operador,
dificuldades para realização de saque rápido e de retenção da arma.

Figura 18: policial militar com coldre ostensivo de plataforma modular fixado no
colete tático modular.

Fonte: autores.

Um bom coldre policial deve possuir as seguintes características:


• Níveis de retenção (pelo menos três);
Possibilitar ajustes de altura e ângulo do saque;
Fabricação em materiais resistentes, leves e de alta
durabilidade (polímero, kydex, cordura ou outros superiores);
Ter sido submetido e aprovado em testes de qualidade e

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resistência.

Em relação aos níveis de retenção:


a. O primeiro nível de retenção é obtido através da pressão exercida
pelas paredes do coldre, forçando a arma para fixação, gerando um efeito de
"empastelamento" evitando que a arma fique solta no interior do equipamento.
b. O segundo nível de retenção é obtido através da presilha "thumb
break24"que atua na parte traseira da arma (atuando no cão ou ferrolho), que pode ser
fechada por um botão de pressão ou trava metálica que se abre somente com
liberação ou acionamento do botão.
c. O terceiro nível de retenção atua no guarda-mato da arma, evitando
que a ela seja liberada mesmo que a força exercida no punho da mesma vença a
pressão exercida pelas paredes do coldre e mesmo estando solto o "thumb break". A
retenção de guarda-mato é liberada de acordo com o modelo de cada coldre, podendo
ser através do acionamento de um botão de liberação do sistema na lateral do coldre;
com um simples movimento de rotação da arma ou liberação de outras retenções.
Alguns modelos de coldres possuem mecanismos de liberação simultânea de
mais de uma retenção com acionamento de um único dispositivo do coldre
normalmente acionado com o polegar da mão forte, permitindo ao policial realizar uma
empunhadura rápida e plena, bem como, liberando a arma ao mesmo tempo.
Outra característica importante é que os coldres possuam espaçamento que
mantenha o coldre relativamente afastado do corpo. Tal afastamento tem por objetivo
quando o policial estiver utilizando colete de proteção balística, colete tático ou
jaqueta, permitir o acesso rápido e fácil à arma, não atrapalhando o saque.
Alguns modelos de coldres permitem, através de ajustes de parafusos
existentes no próprio coldre, o ajuste de inclinação e altura do equipamento conforme
melhor adequação do operador, no entanto, é sempre importante realizar constantes
conferências dos apertos dos parafusos, visto que eles podem afrouxar ao longo do
tempo ou no caso de choques e quedas.
Embora não seja fundamental, tem-se mostrado cada vez mais importante e
necessária a utilização de lanterna dedicada à arma de fogo de porte, existindo
coldres específicos para essa finalidade.

24 Thumb break = quebra do polegar.

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Figura 19: Diferentes tipo de coldre. 1-cintura, 2-perna, 3- cintura com lanterna
dedicada.

Coldre cintura
Coldre de perna Coldre de cintura com lanterna
dedicada
Fonte: autores.

3.5.2 Porte velado


Os coldres para uso velado são coldres utilizados sob as vestes do policial
que possibilitam que a arma não fique visível, geralmente utilizados em policiamento
velado por setores de inteligência da corporação ou ainda quando o policial está de
folga e à paisana.
Podem ser fabricados em diversos materiais, como kydex, polímero, cordura,
couro (vaca), neoprene, entre outros.
Uma característica fundamental de um bom coldre velado é que o mesmo seja
rígido, de forma que proteja a arma e principalmente seu gatilho, evitando disparos
acidentais, bem como possibilitar firme fixação e dissimulação total sob as vestes do
operador.
Atualmente existem diversas boas opções de coldres velados de kydex no
mercado, sendo que os modelos nesse material são os mais adequados para uso do
policial militar, seja de serviço velado ou na folga.
Os coldres velados podem ser utilizados em várias posições no corpo, sendo
que as posições mais comuns são na cintura, canela e o sub-axilar. Existem também
coldres velados que são posicionados em locais incomuns do corpo, como a região
do tronco, genitais e outros, no entanto esses tipos de equipamentos, por não serem
práticos e comprometerem de alguma maneira o saque e/ou a segurança do operador,
não são recomendáveis para uso do policial.
• coldres de cintura são os mais utilizados, pois oportunizam um
saque mais rápido e confiável quando o policial está bem treinado. Devem ser

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utilizados em conjunto com cintos rígidos e vestes apropriadas (camisetas largas,


calcas e bermudas que permitam utilizar cintos). Tem como desvantagem a
possibilidade de marcar a silhueta da arma sob as vestes, podendo denunciar o porte
da arma, além da cintura ser reconhecida por criminosos como o local mais comum
de porte de armas por policiais na folga.
• coldres de canela são comuns para o porte de armas "back-up" (2ª
arma ou arma reserva), geralmente apropriado para armas dimensões reduzidas e de
cano curto. Podem ser posicionados no lado externo ou interno da canela, sendo a
posição mais comum esta ultima. Este tipo de coldre exige que o operador utilize
calças largas para dissimular o armamento, além de dificultar movimentos básicos
como correr ou chutar.
• coldres sub-axilares são fixados entre o braço e o tronco do
operador, na região axilar. Favorecem a dissimulação da arma, porém dificulta e
aumenta o tempo do saque e apresentação da arma, além de comprometer a
segurança do policial, sendo comum, durante o movimento de saque, apontar a arma
para o próprio corpo. Tem como outra desvantagem obrigar o operador a utilizar uma
jaqueta ou blazer para esconder a arma.

Figura 20: Diferentes posições de coldres velados:

a) Cintura b) Canela c) Axilar

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d) Genital e) Peito f) Bolso modular.

Fonte: Google.

3.6 Cintos de guarnição

3.6.1 Cinto de guarnição padrão - "Dutybelt25"


São cintos/cinturões, normalmente confeccionados em nylon, que recobrem o
cinto tradicional da calça ou cinto tático, projetado para o transporte dos equipamentos
básicos do policial.
Por se tratar de um equipamento que o policial utiliza diuturnamente,exposto,
portanto, às intempéries da natureza e da atividade policial, o cinto de guarnição deve
possuir características essenciais como força, durabilidade, leveza e conforto.
O mau uso do cinto de guarnição (sobrecarga de equipamentos, utilizar o
cinto muito apertado ou distribuir os equipamentos de maneira não recomendada)
pode acarretar problemas de saúde ao operador lesões ortopédicas em quadris e na
coluna vertebral, além de dores crônicas na lombar), principalmente aos policiais que
passam por longas jornadas embarcados em viaturas policiais, visto que o assento do
veículo faz pressão nos equipamentos dispostos na parte de trás do cinto de
guarnição contra o corpo do policial.
Nesse sentido, para se evitar danos à saúde dos operadores, os coletes
táticos modulares se apresentam como uma boa opção para atividade de policiamento
ostensivo geral, pois permite a personalização e melhor distribuição dos
equipamentos no tronco, aliviando a concentração do peso dos equipamentos na
cintura e o desconforto causado pelo cinto de guarnição.

25 Cinto do dever.

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RECOMENDAÇÕES para escolha e utilização do cinto de guarnição:


• Evitar colocar objetos rígidos na posição da coluna vertebral
como porta algemas, rádios comunicadores ou outros (pois exercem pressão
constante nas costas do policial quando ele está sentado no banco da viatura,
podendo também causar danos à coluna vertebral nos casos de queda do
policial);
• Evitar levar objetos ou equipamentos desnecessários no cinto de
guarnição;
• Priorizar a utilização de equipamentos policiais de dimensões e
peso reduzidos, sem prejuízo da qualidade e desempenho destes;
• Utilizar cinto leve, maleável e com regulagem livre;
• Escolher cintos com fivelas, preferencialmente plásticas,
resistentes e com travas anti-soltura indesejada (preferencialmente de tripla
retenção);
• Para maior eficiência, utilizar o cinto de guarnição em conjunto
com cinto tático na calça e com presilhas específicas (Belt-keepers).

Figura 21: Cinto de guarnição.

Fonte: cinto de guarnição marca Uncle Mike. Fonte:Autores.

3.6.2 Cinto modular (cinto de batalha)


Modernamente foram desenvolvidos cintos de guarnição providos de capa
modular com sistema MOLLE-PALS26, também conhecidos por CINTO MODULAR

26 Desenvolvido pelas Forças Armadas norte-americanas, o sistema MOLLE "Modular Light- weightLoad-carrying
Equipment", traduzindo: Equipamento Modular de Transporte Leve. A modularidade do sistema é conferida pelo
sistema de correias PALS "PouchAttachmentLadder System", traduzindo: Sistema de fixação de bolsos por

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OU DE BATALHA.
Trata-se de uma boa opção que oferece uma maior versatilidade e conforto
para o transporte de equipamentos, visto que a capa possui revestimento acolchoado,
bem como, sua modularidade, idêntica aos coletes táticos, permite fixar diversos
equipamentos de acordo com a necessidade do operador e da missão.
Importante ressaltar que o operador deve se atentar para as mesmas regras
mencionadas no item cinto de guarnição, no sentido de se evitar a sobrecarga de
equipamentos e o transporte de objetos rígidos na linha da coluna vertebral.

Figuras 22 e 23: Cinto modular.

Fonte: cinto tático modular marca WTC e autores.

3.6.3 Cinto tático (“under belt”)


Os cintos táticos são cintos desenvolvidos especificamente para a função
militar e policial. São fabricados geralmente em nylon ou poliéster, com fivela em

escada.

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polímero, possuindo estrutura mais rígida que os cintos tradicionais, sendo que alguns
modelos também dispõem de velcros para melhor fixação, características que
conferem maior conforto e segurança para fixação de coldres velados e do cinto de
guarnição, sendo recomendável sua utilização principalmente nas atividades de
policiamento velado ou ao policial de folga.

Figura 24: Cinto tático

Fonte: cinto tático marca Cobra Tactical.

3.6.4 Beltkeepers
Os "beltkeepers" ou "belt clips" (prendedor de cinto) são acessórios
fundamentais para correta utilização do cinto de guarnição, pois asseguram melhor
estabilização e firmeza do equipamento. A função deles, basicamente, é fixar o cinto
de guarnição ao cinto tradicional da calça ou ao cinto tático, mantendo o cinto de
guarnição firme na linha de cintura do operador mesmo em casos de corrida, subida
de muros e outros movimentos, favorecendo também um saque mais rápido e
eficiente da arma de fogo.

Figuras 25 e 26: Belt keepers avulsos e instalados no cinto de guarnição.

Fonte: autores.

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a. Distribuição dos equipamentos no cinto de guarnição:


Visando facilitar o acesso rápido aos equipamentos policiais, bem como,
conferir maior segurança e controle dos mesmos durante a atividade policial,
recomenda-se que os equipamentos básicos policiais sejam dispostos da seguinte
maneira no cinto de guarnição:
• Coldre na lateral da mão hábil;
• Porta algemas na lateral traseira da mão hábil, atrás do coldre;
• Porta carregadores no lado oposto ao coldre, preferencialmente
na lateral ou na frente do corpo;
• Porta bastão retrátil na lateral oposta ao coldre, posicionada na
parte lateral traseira do corpo;
• Porta lanterna na lateral oposta ao coldre, preferencialmente na
frente do corpo.
• Porta torniquete ou IFAK preferencialmente à frente do corpo (no
cinto de guarnição ou colete tático), onde possa ser acessado por
ambas as mãos.

3.7 Porta carregadores


Cada vez mais tem-se constatado a necessidade do policial dispor de um
maior poder de fogo para fazer frente às ameaças que podem sobrevir durante a
atividade policial, sendo importante e útil nesse sentido, a utilização de armas
portáteis, bem como, o transporte de uma maior quantidade de munições durante as
missões.
Os carregadores e porta carregadores sobressalentes são equipamentos
fundamentais para o operador, devendo serem acondicionados no cinto de guarnição
do policial, em posição de fácil acesso tanto para controle (retenção) quanto para
rápida realização de recargas.
Em situações de estresse, o operador acessa com maior facilidade e destreza
os equipamentos que estão entre a linha de seus ombros para o centro do corpo,
sendo menos prático e ergonômico o acesso a equipamentos localizados na parte de
trás do corpo ou nas pernas.

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Figura 27: Porta carregadores de pistola fixado no cinto de guarnição na lateral


oposta a mão hábil do policial.

Fonte: autores.

Recomenda-se que os porta carregadores sejam fabricados em materiais


leves e duráveis, bem como, que possuam ajustes de retenção, sendo que existem
no mercado diversos que atendem esses requisitos, sendo recomendável os porta
carregadores fabricados em polímero.
É fundamental que o policial também realize a manutenção periódica desse
equipamento, haja vista sua constante exposição a chuvas, poeira, lama e demais
intempéries da natureza, que podem favorecer o acúmulo de sujidades, podendo
comprometer a qualidade e eficiência das munições sobressalentes transportadas.
Além disso, é importante que se faça o ajuste de pressão do equipamento, de
modo que os carregadores sobressalentes transportados não se soltem com
facilidade ou que não também fiquem muito apertado de maneira a dificultar a recarga
da arma.
Quanto aos porta carregadores de perna utilizado por alguns policiais
principalmente para o transporte de carregadores sobressalentes de armas portáteis,
pode-se citar além das mesmas desvantagens já citadas com relação ao coldre de
perna, o fato de ter o potencial para comprometer ou limitar movimentos de corrida,
agachamentos ou de chutes, além de também estarem mais distante das mãos e dos
olhos do operador, existindo a tendência,natural e instintiva, durante o combate, do
operador procurar os carregadores reservas primeiramente com os olhos, ao passo

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que, estando eles posicionados nas pernas, por alguns instantes, perde-se o contato
visual com o agressor ou com o ambiente conflagrado.
Além disso, no caso de ferimentos em que seja necessária a aplicação de
torniquete (alto e apertado!), o porta carregador estando na perna, tende a dificultar e
delongar o tempo para esse procedimento, da mesma forma como ocorre com o coldre
de perna.
Em relação ao porta munições de espingarda 12 GA, o mesmo deve permitir
que as munições permaneçam sempre na mesma posição, propiciando ao operador
agilidade nas recargas.
É recomendável que o porta munições possa ser rapidamente aberto e
também que mantenha as munições protegidas, evitando que as mesmas sejam
extraviadas ou fiquem expostas às intempéries da natureza.
Existem no mercado diversos modelos de porta munições de espingarda 12
GA, sendo que os melhores são geralmente fabricados em polímero e não alteram
seu formato quando pressionados, seja em luta corporal ou até mesmo ao assumir a
posição de tiro "deitado", ao mesmo tempo em que possibilitam um acesso rápido e
eficiente das munições sobressalentes.
Independente do modelo de porta-munições ou porta-carregadores escolhidos
pelo operador, é de fundamental importância que o policial conheça seu equipamento
e SE MANTENHA TREINADO de modo a fazer as recargas de forma mais rápida e
eficiente possível.

Figuras 28 a 30: a) porta carregadores de pistola; b) porta carregadores fixado no


cinto de guarnição na lateral do corpo; c) porta munições de 12GA tipo saque rápido.

Fonte: autores.

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Figuras 31 a 33: a) porta munições 12 GA tipo bornal; b) porta carregadores de fuzil


.556 fixado no cinto de guarnição; c porta carregadores de fuzil .556 fixado no colete
tático.

Fonte: autores.

3.8 Algemas
3.8.1 Algemas metálicas
Equipamento geralmente de fabricação metálica (aço ou aço carbono), com
acabamento cromado ou oxidado, que possuem duas argolas conectadas por elos de
corrente ou dobradiças, com sistema de fechamento por dentes (catracas).
Ponderando-se as vantagens e desvantagens dos diferentes tipos desses
equipamentos, verifica-se que o modelo com dobradiças é o mais adequado para
utilização policial, pois permite a aplicação das técnicas de algemamento com maior
rapidez e eficiência.
As algemas são comumente utilizadas nos casos de resistência, tentativa de
fuga do preso ou perigo à integridade física do detido e de terceiros 27.
A maioria dos modelos de algemas possuem mecanismos de segurança do
tipo travamento, geralmente acionados por um pino existente na chave da algema,
que trava a catraca evitando que ela se aperte ou afrouxe involuntariamente.
Os modelos mais comuns e utilizados pelas forças policiais são as algemas
de pulso e de tornozelo (marca-passo).
Em virtude de ser utilizada pelo policial com pouca frequência e quando a
ocorrência já está controlada, muitos operadores negligenciam a manutenção das

27Súmula Vinculante 11/2008 do STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

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algemas, no entanto, a limpeza e lubrificação do equipamento, assim como seu


acondicionamento em um porta algemas apropriado, é de fundamental importância
para se assegurar seu correto funcionamento, bem como evitar o extravio do
equipamento.

Figuras 34 a 36: a) algema do tipo dobradiça; b) algema do tipo corrente;


c) algemas de perna "marca passo".

Fonte: disponível em blog.maxieduca.com.br

3.8.2 Algemas plásticas


As algemas plásticas são hastes finas de plástico resistente que possuem
"dentes" fresados, confeccionadas geralmente em nylon, sendo descartáveis após
utilizadas.
Esse tipo de algemas é de fácil transporte, altamente versátil, flexível e leve,
comumente utilizado em situações de prisões em massa (rebeliões, distúrbios civis,
manifestações, etc.).
Embora seja uma boa opção suplementar, tal equipamento não substitui as
algemas tradicionais metálicas como equipamento básico do policial, uma vez que a
algema plástica não possui a mesma resistência e segurança das metálicas, sendo
recomendável apenas em triagens temporárias de presos.

Figuras 37 e 38: algema plástica e modo de utilização da algema plástica.

Fonte: Google.

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3.9 Bastões
Os bastões policiais são também equipamentos fundamentais para o policial,
devendo o operador sempre carregá-lo consigo no cinto de guarnição e em condições
de uso, assim como, deve deter o conhecimento e a habilidade para sua utilização.
É sempre recomendável a utilização deste recurso ao invés do combate corpo
a corpo28, visto que adiciona proteção ao corpo do policial ao mesmo tempo em que
amplia o alcance e o impacto do golpe. Vale mencionar que os parâmetros e técnicas
de utilização de bastões no âmbito da PMPR estão descritos no "Manual de Técnicas
de Contato para a Atividade Policial Militar - PMPR".
Existem no mercado vários modelos de bastões policiais, sendo que os mais
comuns e mais utilizados, em face de sua portabilidade e eficiência, é o modelo
tradicional do tipo tonfa (PR-24) e os bastões retráteis.

3.9.1 Tonfa ou PR-24


Bastão policial PR-24 ou "tonfa" é um bastão sólido, geralmente fabricado em
fibras plásticas injetadas ou em versões fabricadas em madeira, alumínio e também
em polímero, possuindo comprimento de 24 polegadas (60 centímetros) e
aproximadamente 3 centímetros de diâmetro. Para transportá-lo o policial deve
possuir um porta tonfas acoplado em seu cinto de guarnição, permitindo o
acondicionamento do equipamento e liberação das mãos do operador durante o
serviço, devendo ser posicionado na lateral do corpo no lado oposto à mão hábil, atrás
dos porta carregadores.
A tonfa tradicional do tipo rígida/inteiriça PR-24, face o seu peso e
comprimento, tem como desvantagem a dificuldade de porte no cinto de guarnição,
principalmente enquanto o policial se encontra embarcado em viaturas.

Figura 39: Tonfa do tipo PR24.

Fonte: tonfa marca Bélica.

28 Manual de Técnicas de Contato para a atividade Policial Militar – PMPR.

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3.9.2 Bastões retráteis


Bastões retráteis, também conhecidos como bastões táticos ou telescópicos,
são geralmente confeccionados em aço carbono ou polímero, dotados de um sistema
de prolongamento retrátil com 2 ou 3 seções, com acionamento por botão ou ação
mecânica (golpe no ar), seu design pode ser no formato tonfa ou do tipo"porrete".
Semelhante ao emprego da tonfa, é recomendável que os bastões retráteis
sejam acondicionados em porta bastões específicos acoplados no cinto de guarnição
ou no colete tático do operador, bem como,possuírem fiel em sua empunhadura, o
que facilita o controle e evita a perda do equipamento.
Também é recomendável que o bastão possua as pontas arredondadas,
evitando maiores lesões ou lacerações indesejadas quando utilizado.
Para melhor ergonomia de transporte e melhor acesso ao equipamento,
recomenda-se que o porta bastão retrátil, quando acoplado ao cinto de guarnição,
esteja posicionado na lateral do corpo, atrás dos porta carregadores, no lado oposto
à mão hábil.

Figuras 40 e 41: bastão retrátil e bastão posicionado no cinto de guarnição

Fonte: autores.

3.10 Lanterna tática policial


As lanternas são muito utilizadas na atividade policial, principalmente no
período noturno em que ocorrem a maior parte dos confrontos armados, mas engane-
se quem pensa que sua utilização é restrita apenas a esse período, visto que, mesmo
durante o dia, é muito comum a atuação em ambientes fechados ou com baixa
luminosidade, onde o equipamento se revela imprescindível para ser carregado
diuturnamente.

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As lanternas também são muito utilizadas para a realização de varreduras em


imóveis, veículos, entre outros empregos necessários, sendo que todo policial deveria
carregar consigo, no mínimo, uma lanterna de boa qualidade, bem como, pilhas e
baterias sobressalentes, sendo que o ideal seria o policial portar dois equipamentos
para o caso de uma falhar, extraviar ou esgotar sua energia, valendo nesse caso a
máxima policial "quem tem dois, tem um; e quem tem um, não tem nenhum!".
A potência do feixe de luz de uma lanterna tática contribui para o bom
resultado de uma intervenção policial, pois causa ofuscamento temporário e imediato
no agressor, gerando um efeito psicológico que tem potencial para inibir uma agressão
ou permitir, durante os poucos segundos de confusão mental no suspeito, que o
operador se antecipe à uma eventual reação, se movimentando ou utilizando sua
arma de fogo.
Especialistas recomendam que a potência mínima para uma lanterna policial
seja de 200 (duzentos) lumens que, segundo testes, é justamente a capacidade
mínima para causar desorientação temporária caso o feixe de luz seja acionado para
os olhos de um alvo, sem causar danos.
Com a evolução das lanternas táticas policiais, as quais passaram
apresentam grande entrega de luminosidade e características voltadas ao
desempenho da atividade policial, facilmente encontra-se bons equipamentos e a
preços acessíveis com 500 lumens ou mais, tamanho reduzido (de modo a permitir
segurar seu corpo com a palma de uma mão) e tecnologia para acionamento de seus
recursos táticos com apenas uma das mãos.
As lanternas com lâmpadas em led apresentam desempenho superior aos
modelos com lâmpadas tradicionais incandescentes, visto que, em geral, são mais
potentes e consomem menos energia, o que confere maior autonomia de utilização.
Sugere-se também que as lanternas táticas policiais sejam dotadas de pilhas
ou baterias recarregáveis, as quais geralmente são fabricadas em níquel ou íons de
alta capacidade, garantindo um melhor custo x benefício.

Outras características desejáveis para escolha da lanterna tática policial:


• Alta potência e alcance do feixe de iluminação (preferencialmente
acima de 500 lumens);

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• Botão de acionamento na base da lanterna do tipo Tailswitch29


(permitindo o acionamento com polegar sem prejudicar empunhadura da arma);
• Resistência do material (ser resistente à quedas e à água);
• Leve (geralmente em alumínio resistente);
• Diferentes modos de utilização (possuir seleção para uso luz
fraca, forte, estrobo e outros)
• Possuir fiel em sua base;
• Dimensões reduzidas (possibilitando ser facilmente transportada
em cinto de guarnição e do tamanho da palma da mão);
• Padrão de acionamento sem "click" sonoro do interruptor
(continuar ligada automaticamente), funcionado através de pressão para ligar, e
ao soltar o botão deve desligar.

Figuras 42 e 43: modelos de lanternas táticas policiais.

Fonte: lanterna SUREFIRE. Fonte: lanterna Polytac X Streamlight.

Recomenda-se também a utilização de LANTERNAS DEDICADAS que são


equipamentos acoplados diretamente nas armas de fogo através de trilhos Picatinny30.
Esse tipo de lanterna além de permitir um fácil e rápido acionamento da
iluminação, também proporciona uma melhor empunhadura e por consequência mais
eficiente emprego do armamento, sendo que quando utilizadas nas armas de porte,
necessariamente o policial DEVE POSSUIR UM COLDRE APROPRIADO para utilizar
a arma em composição com a lanterna dedicada.

29 Interruptor traseiro.
30Suporte universal utilizado em armas como plataforma para montagem de acessórios como lanternas,
miras, aparelhos ótico e optrônicos.

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Figuras 44 e 45: pistola com lanterna dedicada e policial utilizado pistola com
lanterna dedicada sem desfazer empunhadura da arma.

Fonte: autores.
Fonte: autores.

A utilização de lanternas dedicadas não afasta a necessidade do policial


possuir uma segunda lanterna tática, que será utilizada em casos de buscas à
veículos, verificação de terrenos, objetos ou até mesmo para leitura de documentos
em missões noturnas ou em baixa luminosidade, sem que o policial necessite sacar
sua arma ou desacoplar a lanterna dedicada.

3.11 Canivetes, multiferramentas e lâminas de combate


3.11.1 Canivetes táticos
São facas dobráveis ou retráteis, que acondicionam a lâmina no interior do
próprio cabo. Embora não devam ser utilizadas como recursos de ataque ou
defesa, são ferramentas bastante versáteis para o uso policial, pois facilitam o corte
de fios, cordas, vestes, cinto de segurança, para quebrar vidros, bem como, para
auxiliar no saneamento de alguns incidentes de tiro (por exemplo para retirar estojo
estufado no interior câmara da arma), entre outras aplicações.
Os canivetes táticos podem ser portados no interior do bolso fixado através de
clipe, com a presilha voltada para o lado externo, ou em porta canivete fixado no cinto
de guarnição ou colete tático.
Recomenda-se as seguintes características para escolha do canivete
tático:
• Lâmina em aço com perfil de corte misto (liso e serrilhado);
• Comprimento de lâmina de pelo igual ou inferior a 10cm;

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• Sistema de abertura com apenas uma das mãos;


• Possuir sistema quebra vidro e corta-cinto;
• Possuir clipe para fixação.

Figuras 46 e 47: modelos de canivetes táticos.

Fonte: FALCON armas.


Fonte: MARINES SEMPER FI.

3.11.2 Multiferramentas
Alicates multifuncionais também podem ser uma boa opção para uso policial,
pois além de servir para a realização da maioria das tarefas que o canivete tático
executa, também possuem outras funcionalidades como por exemplo a função alicate,
chaves de fenda, entre outras que podem, eventualmente, serem úteis na atividade
policial.
Figura 48: modelos alicate tático multiuso.

Fonte: Leatherman.

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3.11.3 Lâminas de combate


Objetos metálicos cortantes e com possibilidade de serem empunhados,
podendo ser utilizadas em ambientes de matas, patrulha rural, socorro e salvamento,
entre outras aplicações. No âmbito da PMPR, a normativa atual padronizou a
autorização para uso da faca tática "Primus Inter Pares" aos concludentes do Curso
de Operações Especiais da Corporação, sendo que aos demais integrantes da
corporação, requer-se autorização específica do escalão superior para uso de lâminas
do tipo faca.

Figura 49: faca "Primus Inter Pares"

Fonte: Companhia "Comandos e Operações Especiais" do BOPE/PMPR.

3.12 Instrumentos de menor potencial ofensivo (impo)


Também denominados Instrumentos ou Materiais Não Letais, IMPO é o
conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de
preservar vidas e minimizar danos à integridade física das pessoas, utilizados para
conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas e com baixa probabilidade
de causar mortes ou lesões permanentes.
A constante necessidade, a eficiência e a versatilidade do emprego de
equipamentos não letais na atividade policial faz com que sejam desenvolvidas e
evoluídas cada vez mais essas ferramentas no mercado.
Muitas vezes o sucesso de uma intervenção policial que implique em uso da
força está associado à disponibilidade de diferentes instrumentos de menor potencial
ofensivo, os quais devem estar em condições de uso e de fácil acesso ao operador.

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Sem a pretensão de esgotar a demonstração dos IMPO's atualmente


existentes no mercado ou a forma de emprego na atividade policial, eis que novas
tecnologias surgem e evoluem rapidamente, assim como, são ferramentas e técnicas
estudadas com maior profundidade no âmbito dos Cursos de Policiamento de
CHOQUE e no âmbito das obrigatórias habilitações para uso desses instrumentos,
tem-se que, atualmente no âmbito da PMPR, os IMPO's existentes e mais utilizados
para atividade de policiamentos ostensivo são os seguintes:
• Bastão PR24 (Tonfa) ou bastão retrátil;
• Espargidores Individuais de agentes químicos OC (Oleoresina
de capsaicina - "gás pimenta");
• Dispositivos Elétricos Incapacitantes (DEI);
• Munições de Impacto Controlado (MIC).

Os IMPO's devem ser acondicionados no cinto de guarnição ou no colete


tático do operador, em condições seguras e sob fácil acesso, sendo recomendável o
posicionamento do DEI na lateral no lado oposto ao coldre com arma de fogo, atrás
dos porta carregadores, justamente para que o operador não confunda os
armamentos numa situação de estresse.
Por sua vez em relação ao porta espargidores sugere-se o seu
posicionamento na parte frontal do cinto de guarnição do operador, facilitando seu
controle e acesso rápido.
IMPORTANTE: As MIC's não devem ficar misturadas com as munições
reais de mesmo calibre, sendo recomendável, inclusive, que o porta munições de
MIC's seja identificado com destaque (sugere-se a cor laranja - padrão de
equipamentos não letais) para que o operador e sua equipe possam rapidamente
localizar e distinguir as munições reais das munições de impacto controlado.

3.13 IFAK ou kit de APH


Um IFAK31 (Individual First Aid Kit) também conhecido por kit de APHC
(Atendimento Pré-Hospitalar de Combate) é, basicamente, um bolso específico para
acondicionamento de materiais de primeiros socorros destinados à realização do
protocolo MARC132 e outras situações emergenciais que possam afetar o operador.

31 Kit individual de primeiros socorros


32 Massivo, Ar, Respiração, Calor

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A realidade operacional e as experiências trágicas observadas na PMPR


revelam, cada dia mais, a importância do policial conhecer, treinar e dominar as
técnicas de APH-C, visto que esses operadores estão na linha de frente no combate
à criminalidade e durante o enfrentamento podem também serem vitimados.
Nesse sentido, atuar no "tempo zero" da lesão é fundamental para tentar
salvar a vida do policial, propiciando o suporte básico emergencial necessário até a
chegada do atendimento médico especializado ou o transporte até um hospital de
referência.
Vale lembrar ainda que muitas vezes o policial poderá estar trabalhando em
locais isolados, sem comunicação ou não conseguir acionar de imediato reforço ou
emergência, mas também, mesmo em ambiente urbanos, a depender da gravidade
do ferimento, poucos minutos podem ser suficientes para que o operador sucumba ou
tenha lesões irreparáveis, razão pela qual, todo policial, minimamente, deveria portar
um torniquete em seu cinto de guarnição e um IFAK acoplado ou em seu cinto de
guarnição ou no colete tático.
Nos EUA e em países desenvolvidos europeus tais conhecimentos e técnicas
já são consagrados há vários anos no seio das forças militares e policiais mais
adestradas, sendo comum nesses países, que civis, incluindo-se crianças e
adolescentes, também possuem o conhecimento básico de APH voltado,
principalmente, aos recorrentes eventos com atiradores ativos.
Um IFAK básico para uso policial deve contemplar os seguintes
insumos:
• 2 pares de luvas de nitrilo (preferencialmente branca);
• Gaze simples estéril para limpeza do ferimento;
• Tesoura ponta romba;
• Torniquete tático (Homologado pelo USSOCOM);
• Gaze de combate estéril em metro (mínimo 3m) com ou sem
agente hemostático, dobrada em “z” e acondicionada a vácuo;
• Selo/Selante de tórax "chestseal" (preferencialmente valvulado);
• Bandagem elástica estéril (preferencialmente militar do
tipo israelense);
• Manta térmica aluminizada ou bolsas de liberação de calor.

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Figuras 50 e 51: IFAK e torniquete fixado no cinto de guarnição.

Fonte: Emergency Kits. Fonte: autores.

Recomenda-se que o bolso IFAK esteja fixado na região frontal do corpo do


operador, em local de fácil acesso visual, tanto pelo próprio policial, quanto por seus
companheiros de serviço.
É importante que os demais componentes da guarnição de serviço também
saibam onde está localizado o torniquete e o IFAK de cada policial, pois poderá o
operador ficar inconsciente, sendo necessário e recomendável que o outro policial
socorrista utilize o próprio kit do policial ferido durante o procedimento.
Características recomendáveis do “estojo” ou bolso em que deve ser
acondicionado o IFAK:
• Robustez;
• Prático e com facilidade para acessar os itens com rapidez,
podendo ser do tipo destacável;
• Tamanho compacto, mas que permita ao policial levar os
itens indispensáveis já citados anteriormente;
• Leve e confortável, pois o policial carregará o equipamento
durante todo o turno de serviço;
• Opções que permitam ser fixados tanto em cinto de
guarnição padrão, quanto em coletes táticos modulares (Sistema
MOLLE-PALS).

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Figuras 52 e 53: Bolso IFAK e bolso fixado em colete tático modular.

Fonte: Medtree - 5.11 UCR IFAK. Fonte: autores.

Além de possuir os materiais, os quais não devem ser de segunda linha ou


falsificados, tampouco improvisados, é importantíssimo que o policial conheça os
parâmetros e treine as técnicas de aplicação dos mesmos, além de,
periodicamente, checar a validade dos itens.

3.14 Cantil para hidratação


É sabida e indiscutível a importância do policial se manter hidratado durante
a jornada de trabalho, afinal nosso organismo é composto de 70% de água, sendo
que durante o dia a dia o corpo vai perdendo líquidos através do suor, urina, fezes,
sendo vital a reposição de água no organismo.
A desidratação pode causar diversos e severos danos às funções fisiológicas
do corpo humano, causando problemas médicos, bem como redução do desempenho
físico e intelectual do operador.
Todo policial deveria levar consigo uma fonte de hidratação, seja ela uma
garrafa de água, um cantil33 ou até mesmo mochila de hidratação.
As modernas mochilas de hidratação, popularmente, mas equivocadamente
conhecidas por "camelbak"34, são equipamentos que ficam nas costas do operador,
possuem uma bolsa (refil) onde fica armazenada a água (em média 2 litros), cujo

33
Recipiente em alumínio, plástico ou outros materiais resistentes, muito usado pelas forças armadas do mundo
todos para transportar água durante as missões.
34
Termo em inglês refere-se marca registrada de um fabricante de tais equipamentos, podem ser usadas no
serviço policial, no entanto observando-se algumas restrições.

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3

acesso é obtido através da sucção em uma mangueira com um bico especial.


Tais modelos são aconselháveis para policiais que não executam
policiamento em viaturas do tipo “auto” por longos períodos, sendo recomendadas e
mais utilizadas para policiamento com motocicletas, montado, náutico, operações
especiais e outros tipos de policiamento.
A mochila de hidratação "camelbak" para policiais de rádio-patrulha ou
policiamento ostensivo geral pode favorecer a ocorrência de problemas de saúde
relacionados à sobrecarga na região da coluna vertebral, pois ficar em uma viatura,
por longos períodos, com uma mochila com 2 (dois) litros ou mais de água entre suas
costas e o banco da viatura, além de desconfortável, pode ensejar problemas
ortopédicos e posturais.
O policial que passa um período longo em viatura policial (auto) pode,
tranquilamente,levar como fonte de hidratação um cantil ou uma garrafa de água que
pode ser fixado em compartimentos específicos da própria viatura policial, o que lhe
conferirá uma posição mais confortável no banco da viatura, não sendo indicado
transportar essa fonte de hidratação no cinto de guarnição, em face da sobrecarga de
peso na linha de cintura do operador.
Vejamos algumas situações peculiares onde podem ser positivos o uso de
mochilas de hidratação:
• MISSÕES ESPECIAIS: onde o policial permanece por longos
períodos desembarcado e em locais inóspitos (matas, reintegrações de posse,
manifestações, presídios, etc.), onde não se sabe quando e onde será
encontrada ou disponibilizada água potável para consumo;
• INSTRUÇÕES DE TIRO ou outras disciplinas onde o policial
permanece por longos períodos na linha de tiro sem poder se deslocar para consumir
água ou onde não haja fonte de hidratação de fácil acesso;
• MOTO-PATRULHAMENTO (ROCAM):onde os policiais
permanecem em motocicletas e o veículo não permite acondicionar a fonte de
hidratação;
• POLICIAMENTO MONTADO:onde os policiais permanecem
montados nos semoventes e não tem a viatura de apoio para acondicionar a fonte de
hidratação do operador, podendo permanecer por longos períodos sem acesso a água
ou ser inviável apear do animal para se hidratar.
As mochilas com a fonte de hidratação podem ser usadas com alças comuns,

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presas ao colete tático através do sistema modular MOLLE-PALLS ou levadas na


mochila tática do operador.
Independente do sistema utilizado, devemos observar algumas
características:
• O material deve ser resistente e de boa qualidade, principalmente do
reservatório de água, pois o policial, caso necessite embarcar em viatura auto, vai
pressionar o mesmo entre suas costas e o banco da viatura e, caso o reservatório seja
frágil, pode se romper;
• Ainda sobre o reservatório e mangueira, devem ser de material
resistente à formação de fungos e bactérias, de modo a manter a água potável por
longos períodos, bem como, permitir fácil limpeza;
• A mochila deve ser composta por material resistente e,
preferencialmente, com propriedades térmicas, uma vez que o líquido permanecerá
por longo período próximo do corpo do policial (que é uma fonte de calor) ou exposto
diretamente ao sol;
• A mangueira, preferencialmente, deve ser recoberta por uma capa de
neoprene ou outro material térmico, que evite o contato direto com a luz solar, além
de proteger contra a fricção em paredes, bandoleiras, etc.;
• A mangueira deve ser bem ajustada e fixada de modo a não enroscar
em hastes e objetos como galhos ou até mesmo ser puxada por terceiros;
• O bico deve ter capa protetora, normalmente em borracha, e ser
precedido de uma válvula com sistema abre/fecha a fim de evitar o gotejamento.

Figuras 54 a 55: Cantil e mochila de hidratação do tipo "camelbak" transportada


pelo operador nas costas;

Fonte: autores.

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3.15 Fiel para arma de porte


O fiel ou fiador tem por finalidade prender a arma de porte ao cinto de
guarnição do policial. Serve como uma segurança (extra) em caso de tentativa de
arrebatamento da arma e também para se evitar o extravio ou queda involuntária da
arma.
É recomendável sua utilização, especialmente ao moto-patrulhamento tático,
policiamento montado, policiamento em locais com aglomeração de pessoas,
policiamento embarcado, operações ribeirinhas, entre outras atividades.
Algumas características do fiel para uso policial:
• Robustez e resistência.
• Esticar de modo a permitir o saque, sem limitar a
apresentação da arma.
• Possibilitar a execução do saque com a mão menos hábil, em
caso de ferimento que impossibilite o uso da mão hábil.
• Deve ser fixado no cinto de guarnição de forma firme e que não
se solte ao ser puxado.
Basicamente, existem 2 (dois) tipos de fieis que são comumente utilizados
na atividade policial e que têm se mostrado mais eficientes e resistentes.

a) O modelo RETRÁTIL é basicamente composto por um cabo resistente


enrolado dentro uma pequena “caixa” com uma mola interna, ficando
acoplado ao cinto de guarnição do operador.

b) O modelo SENÓIDE, semelhantes aos antigos “cabos de telefone”, em


que o fio extensível é normalmente composto por um cabo de aço
revestido por material plástico, que esticam devido ao seu formato
senoidal.

Independente do modelo escolhido, tem-se que as partes mais frágeis de


ambos os equipamentos são as suas junções com a arma de fogo, devendo ser
evitado o uso de “argolas de chaveiro” ou outros acessórios improvisados, pois, devido
a fragilidade, pode não garantir a retenção da arma em caso de tentativa de
arrebatamento.

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Figuras 56 e 57: fiel do tipo retrátil fixado no cinto e movimento de saque da arma
com o fiel retrátil.

Fonte: autores.

Figuras 58 e 59: fiel do tipo senóide fixado no cinto e movimento de saque da arma
com o fiel senóide.

Fonte: autores.

3.16 Bandoleiras
Bandoleiras são correias ou fitas destinadas ao transporte de armas portáteis,
possibilitando que o operador, caso queira, fique com as mãos livres para sacar arma
de porte, transpor obstáculos ou outras atividades.
Existem atualmente no mercado diversos modelos de bandoleiras para uso
policial, variando conforme o padrão de cada fabricante, material utilizado em sua
fabricação e conforme as características das armas que serão utilizadas, sendo que
a escolha das bandoleiras obedecer ao binômio ESTABILIDADE x VERSATILIDADE.
Quanto MAIS pontos de fixação de uma bandoleira maior será a
ESTABILIDADE da arma de fogo, no entanto, terá menor versatilidade em transições,
troca de empunhaduras e manejo da arma. Por sua vez, quanto MENOS pontos de
fixação na arma possuir a bandoleira, maior será sua VERSATILIDADE, contudo,

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perde-se em estabilidade da arma. Sendo assim, o operador deve selecionar a


bandoleira conforme o armamento portátil que irá utilizar, conforme a missão a ser
executada e, principalmente, conforme melhor adaptação ao equipamento.
Via de regra, as armas portáteis adquiridas pela corporação já vêm com
bandoleiras próprias fornecidas pelo fabricante, no entanto, alguns policiais possuem
ou preferem adquirir bandoleiras particulares e utilizá-las no armamento institucional.
Nesse sentido, apesar de não ser vedada a utilização de bandoleiras
particulares, alguns cuidados básicos devem ser adotados pelos policiais:
a) Primeiramente, ao adquirir qualquer equipamento, o policial deve
pesquisar dentre os equipamentos de marcas consagradas no mercado e que tenham
passado por rigorosos testes de qualidade e resistência, devendo ainda o próprio
operador simular técnicas de transição, testando o equipamento para ter confiança no
mesmo e conhecer suas eventuais limitações.
b) Bandoleiras adaptadas com alças de mochila ou projetadas para armas
de airsoft, por exemplo, JAMAIS devem ser utilizadas, devendo ser utilizadas
somente bandoleiras próprias para armas de fogo.
c) Há também que se ter um cuidado muito grande com a qualidade dos
ganchos de fixação, assim como, essas partes específicas das bandoleiras devem ser
periodicamente inspecionadas para se ter certeza de suas plenas condições de uso.
Os principais modelos de bandoleiras são os seguintes:
• 1 (Um) ponto;
• 2 (Dois) pontos;
• 2 (Dois) pontos com ajuste rápido;
• 3 (Três) pontos.
A seguir vamos descrever cada modelo, bem como seu emprego:
3.16.1 Bandoleira de 1 (um) ponto
Existem no mercado diversos modelos com ganchos diferentes, deve-se dar
preferência aos equipamentos com ganchos robustos, de preferência fabricados em
polímero (para diminuir o barulho de metal batendo com metal, devido ao zarelho da
arma portátil). Em ambientes de baixa luminosidade e em ambientes isolados,
qualquer barulho pode ser suficiente para denunciar a posição do operador.
As bandoleiras de um ponto tem como pontos positivos:
• Praticidade de ser intercambiada entre armas, pois fica sempre presa
ao policial;

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• Praticidade em se trocar a empunhadura;


• Praticidade de realizar uma transição para arma de porte;
• Praticidade no controle de cano no interior de viaturas policiais.
Alguns pontos negativos:
• Dificuldade em manter o controle de cano quando a arma fica solta à
frente do policial, podendo ocasionar o seu destravamento involuntário ou até mesmo
disparo acidental. (quando o policial necessita utilizar ambas as mãos para realizar a
transposição de algum obstáculo ou algemar um suspeito, a bandoleira de um ponto
dificulta a transição da arma para retaguarda do corpo, sendo que a arma pode ficar
balançando e em contato direto com os demais equipamentos dispostos no colete
tático do operador.)
• Maior tempo para retirar a arma do policial. (Em caso de atendimento
com uso de técnicas de APH-C a bandoleira permanece fixa e muito ajustada ao corpo
do policial, dificultando a sua remoção. Recomenda-se que policiais que trabalham
em uma mesma equipe conheçam os equipamentos utilizados pelos outros
componentes e igualmente saibam manuseá-los.)
Bandoleiras de um único ponto podem ter ganchos que permitem que a
mesma seja alterada para dois pontos de forma rápida, o que diminui algumas
desvantagens deste modelo, no entanto, tal procedimento deve ser muito bem
treinado pelo policial que a utiliza.

Figura 60: bandoleira do tipo 1 (um) ponto de fixação na arma.

Fonte: autores.

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3.16.2 Bandoleira de 2 (dois) pontos


Este modelo possui dois pontos fixos de travamento com a arma de fogo. São
as mais tradicionais, pois foram muito utilizadas com as antigas carabinas PUMA e
com as antigas espingardas CBC 586.2. É composta, basicamente, por uma alça fixa
com duas extremidades fixadas nos dois zarelhos da arma, normalmente um à
retaguarda da coronha e um na parte da frente, próximo ao cano.
As bandoleiras de dois pontos têm como pontos positivos:
• Pode ser fixa na arma, normalmente amarradas nos zarelhos,
diminuindo assim o barulho metálico;
• Facilidade em retirar a arma do policial em caso de ferimento do
mesmo para atendimento com APH-C.
As bandoleiras de dois pontos têm como pontos negativos:
• Dificuldade em permanecer muito tempo com a arma empunhada, pois
pelo tamanho do seu comprimento e seus ajustes, o policial que a porta não consegue
permanecer com a mesma e realizar uma visada satisfatória com a soleira
corretamente apoiada no ombro;
• Dificuldade em realizar a transição para a arma de porte, uma vez que
a bandoleira não estará com a alça sobre seu corpo, demorando mais tempo que os
outros tipos de bandoleiras e requerendo mais treinamento do operador.

Figura 61: bandoleira do tipo 2 (dois) pontos de fixação na arma.


Demonstração da bandoleira transportada nas costas do operador.

Fonte: autores.

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3.16.3 Bandoleira de 2 (dois) pontos com ajuste rápido


Similares às bandoleiras de dois pontos, este modelo é composto por um
sistema de regulagem rápido, permitindo ao policial empunhar a arma com a soleira
calçada em seu corpo e, quando necessário, rapidamente o operador pode retrair a
mesma para ficar com ambas as mãos livres, permanecendo a arma sempre ajustada
para o operador. Caso precise empunhá-la novamente, o operador pode fácil e
rapidamente acionar o sistema de regulagem rápida da bandoleira e voltar à sua
regulagem inicial.

Figura 62: bandoleira do tipo 2 (dois) pontos de fixação com sistema de ajuste
rápido.

Fonte: autores.

3.16.4 Bandoleira de 3 (três) pontos


Este modelo possui três pontos de fixação na arma portátil, sendo dois fixos
e um móvel, que se destinam a melhorar o equilíbrio quando empunhado o
armamento portátil nas posições 3 e 4.
Também deixa a arma mais próxima ao corpo do policial, além de facilitar a

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transição para a arma de porte, deixando-a também em posição segura para


realização, se necessário, de transposição de obstáculos.
O terceiro ponto da frente pode ser móvel, semelhante à uma bandoleira de 1
(um) ponto ou ainda possuir o terceiro ponto fixo à frente da arma, sendo destravado
por um dispositivo próprio, a depender do fabricante.
Ainda como ponto positivo, podemos citar a facilidade em se realizar a
mudança de empunhadura, semelhante com o que ocorre com a bandoleira de 1 (um)
ponto.
Podemos resumir dizendo que a bandoleira de 3 (três) pontos reúne alguns
dos pontos positivos da bandoleira de 1 (um) e de 2 (dois) pontos.
Nas últimas aquisições de armas portáteis pela PMPR (Carabina Imbel IA2,
SMT Taurus 9mm e Espingarda CBC Military 3.0 RT), os fabricantes entregaram os
armamentos com bandoleiras do tipo três pontos.

Figura 63: bandoleira do tipo 3 (três) pontos.

Fonte: Autores.

Frise-se que, independente do tipo de bandoleira que o policial militar use, o


mais importante é o conhecimento e revisão periódica do equipamento e,
sobretudo, estar bem treinado e adaptado com o mesmo.

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QUADRO COMPARATIVO DAS BANDOLEIRAS:


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Maior versatilidade; • Menos estabilidade;
• Fácil intercâmbio entre armas; • Durante transição de obstáculos
• Facilita troca de ou de armas, a arma portátil fica
empunhadura; muito solta e instável, batendo
• Facilita transição de armas; contra o corpo do operador;
1 PONTO • Otimiza controle de cano; • Cano fica sempre para baixo,
sendo que em situações de
algemamento, APHC ou tiro
ajoelhado, pode obstruir
involuntariamente o cano com
sujidades presentes no solo;
• Facilita retirada da arma em • Uso prolongado torna-se
casos de atendimento APH- C; cansativo;
• Facilita a troca de arma com • Dificulta a transição de armas
2 PONTOS outros operadores; e transposição de obstáculos;
• Fácil transição; • Operador possui dificuldade
• Possibilita várias posições para recuperar empunhadura da
de transporte da arma; arma;


Vantagens da bandoleira • Não possui
2 PONTOS de 2 pontos;
COM AJUSTE • Maior conforto e
RÁPIDO segurança para o transporte da
arma;
• Maior estabilidade; • Menos versatilidade;
• Reúne vantagens das • Difícil de ajustar;
bandoleiras de 1 e 2 pontos, • Prejudica empunhadura tipo
sendo muito versátil; “C-clamp”;
3 PONTOS
• Atrapalha acionamento de
teclas de manejo e acessórios
da arma, podendo atrapalhar
também a ejeção de estojos;

3.17 Mochilas táticas


Conforme a missão a ser executadas, há uma variedade de outros
equipamentos policiais e materiais possíveis de serem utilizados (notebooks, roupas
sobressalentes, carregadores, rádios, etc.), bem como, de acordo com o tempo em
que se prolongará determinada operação (operações de reintegração de posse,
revista em presídios, etc.), pode também ser necessário levar uma quantidade maior
de suprimentos para consumo do policial ou equipe (alimentos e água).

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Nesse contexto, tem-se verificado cada vez mais a importância do operador


possuir e levar consigo uma mochila tática para uso na atividade policial, sempre se
atendo ao cuidado para não levar peso em excesso ou materiais desnecessários,
valendo a máxima "você carrega o seu conforto!".

Algumas características recomendáveis de uma mochila tática policial:


• Mochila de cor preta ou padrão camuflagem tom neutro,
preferencialmente na cor escura ou semelhante ao fardamento.
• Fabricada com materiais de alta resistência (zíperes
resistentes, forração interna reforçada, impermeável ou dispor de
capa).
• Leve, mas robusta (geralmente fabricada em cordura, nylon
ou poliéster).
• Capacidade compatível com a necessidade do operador
(sugere-se tamanho compatível para 2 dias de autonomia na
missão - acima de 25 litros).
• Possuir organizadores internos e externos (os
equipamentos e materiais transportados devem estar
organizados e sob fácil acesso).
• Modularidade via sistema MOLLE ou LASER CUT (Permite a
personalização conforme a missão a ser executada e garante uma
maior versatilidade no uso da mochila).
• Confortável (dispor de alças e costado acolchoado e que permita
ventilação).

Figuras 64 e 65: Mochila tática e policial transportando mochila tática.

Fonte: mochila tática marca INVICTUS. Fonte: autores.

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3.18 Óculos tático de proteção


A visão talvez seja o sentido mais importante para a atividade policial. Durante
a execução das missões policiais, diversas situações podem afetar ou atingir os olhos
do operador, desde a simples incidência dos raios UV do sol, assim como, objetos,
insetos, golpes e até mesmo ricochetes ou disparos de armas.
Algumas atividades policiais como os motociclistas (ROCAM) e policiamento
montado requerem, necessariamente, a utilização de óculos de proteção, assim como,
policiais que utilizam lentes de contato devem sempre utilizar o equipamento de
proteção.
A utilização de óculos de grau ou óculos de sol comum durante as operações,
implicam em maiores riscos de lesões aos olhos do operador em virtude da possível
fragmentação desses objetos.
Nesse sentido, observados os padrões definidos pela Corporação, a
disponibilidade e utilização de óculos táticos é recomendável para atividade policial.

Algumas características desejáveis:


• Possuir proteção anti-choque ou balística.
• Lentes com propriedades anti-embaçamento e anti-riscos.
• Lentes com proteção contra raios ultravioletas UVA e UVB.
• Lentes polarizadas.
• Armação ergonômica, flexível e confortável.
• Lentes intercambiáveis (lentes escuras e transparentes).

Figuras 66 e 67: Óculos tático policial com lentes transparentes e fumê.


Policial utilizando óculos de proteção.

Fonte:ESS CROSSBOW. Fonte: autores.

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3.19 Luvas táticas


A utilização de luvas táticas durante a atividade policial garante maior
proteção às mãos do operador seja contra o frio, abrasão, trauma, suor, água, entre
outros fatores, no entanto, esse equipamento não pode comprometer a sensibilidade
tátil do operador principalmente para acionamento de gatilho, realização de revistas,
manipulação de documentos e de aparelhos celulares, por exemplo.
Existem no mercado diversos bons modelos de luvas táticas policiais, alguns
deles, inclusive, oferecem resistência contra cortes de armas brancas (trama do tecido
em kevlar) e também proteção anti-chamas, sendo que a maioria dos modelos possui
reforço e proteção anti-impactos para dorso da mão e falanges, tecnologias "touch
screnn" para ponta de dedos ou ainda disponibilidade de modelos de luva meio-dedos.
Nesse contexto, não é recomendável a improvisação com a utilização de luvas
de inverno, de motociclistas, cirúrgicas ou outros modelos na atividade policial, visto
que a maioria dessas não possui as características necessárias para os operadores
policiais.
Para policiais que realizam moto-patrulhamento tático, recomenda-se que
façam os treinamentos que envolvem armas de fogo com a mesma luva que utilizam
para durante a condução da motocicleta, pois o equipamento de proteção não pode
dificultar ou atrapalhar o emprego do armamento.
Características desejáveis para luvas táticas policiais:
• Fabricação em material resistente, porém flexível.
• Reforço em costuras e articulações.
• Sensibilidade na ponta dos dedos, principalmente no
polegar e indicador da mão hábil.
• Tecido permitir a transpiração da pele.
• Material antiderrapante na palma das mãos.

Figura 68: luva tática com reforço na palma da mão e falanges.

Fonte: marca 5.11.

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Figura 69: luva meio-dedo com reforço no dorso da mão.

Fonte: INVICTUS

3.20 Monóculo térmico


Ainda não disponível para uso individual aos militares estaduais da PMPR,
mas já em utilização por outras forças policiais de países desenvolvidos, o monóculo
térmico portátil de uso operacional é uma poderosa ferramenta para operações
noturnas ou em ambientes de baixa luminosidade, cuja tecnologia é semelhante aos
equipamentos do tipo imageadores térmicos que algumas aeronaves de asas rotativas
da corporação já dispõem.
Por suas reduzidas dimensões e robustez, pode ser transportado facilmente
por apenas um operador, podendo inclusive ser acoplado ao cinto de guarnição, colete
tático ou levado em mochilas.
Sua principal utilidade é a detecção térmica do ambiente, facilitando a
identificação de criminosos ou vítimas escondidas em matas por exemplo, com a
vantagem da menor exposição dos operadores e maior rapidez na identificação dos
alvos.

Figuras 70 e 71: equipamento monóculo térmico.

Fonte: Revista Digital Security. Fonte: FLIR.

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3.21 Kit de limpeza de armas


Importante que o policial tenha a disposição na Unidade em que trabalha, na
sua residência e até mesmo transporte consigo (na mochila tática) durante a jornada
de trabalho, um kit básico para manutenção de armas.
Esse kit vai permitir que o operador realize a manutenção periódica preventiva
em seu armamento (porte e portátil) deixando-o conservado e em condições de uso,
devendo ser sempre utilizado logo após disparos em operações ou instrução,
ou ainda, em situações de exposição do armamento a sujidades.
Recomenda-se os seguintes materiais para o kit de manutenção
básico:
• Escova de latão.
• Escova de crina ou fibra sintética.
• Escova de algodão ou fibra têxtil.
• Escova de dente ou pincel (para limpeza geral).
• Flanela.
• Solvente para resíduos de pólvora.
• Óleo para lubrificação de armas (específico).
• Extensores de vareta ou cordel de limpeza (armas longas).

Figuras 72 e 73: kits de limpeza de porte e portátil.

Fonte: Az de espadas.

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4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

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2001, do Instituto Nacional de Justiça - NIJ, do Departamento de Justiça dos
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2020.

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Agosto de 2002. Disposição e forma adequada de utilização dos equipamentos
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2015 - Controle, Segurança e Emprego de Instrumentos Não Letais no âmbito
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<http://10.47.0.26/PM3/Documentos%20de%20Estado%20Maior/Diretrizes/2015%20-
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PUGLIA, Anderson. Habilitações com armas de fogo - Manual do Instrutor - 2ª


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UNIDADE III - BALÍSTICA APLICADA À ATIVIDADE POLICIAL

1 INTRODUÇÃO
Conhecer o potencial do conjunto arma/munição é essencial para os
operadores de segurança pública. Isso está diretamente ligado com a legítima defesa
armada, pois, em situações de resistência à prisão cometidas por marginais armados,
o PM precisará conhecer as reais chances de incapacitar seu oponente rapidamente.
Além de armas, munições e sua características balísticas, também necessita
entender um pouco da fisiologia humana para identificar áreas vitais em que a
probabilidade de cessar uma reação seja maior.
Para chegar a esse nível de conhecimento é necessário desmistificar alguns
conceitos ultrapassados e conduzir o conhecimento para testes mais recentes. Porém,
é necessário ressaltar que, principalmente em se tratando de balística terminal, nunca
devemos acreditar que se trata de uma ciência exata, considerando o número de
variáveis que podem incidir no resultado.

2 BALÍSTICA
Para melhor compreensão do conteúdo, preliminarmente faz-se necessário
conceituar balística e suas subdivisões.

a Balística: É a ciência que estuda integralmente as armas de fogo,


munições, trajetórias, efeitos e lesões causadas pelos projéteis. Etimologicamente,
vem do grego ballein, que significa o ato de atirar ou lançar um projétil.
b Balística interna ou interior: Tem por objeto o estudo dos fenômenos que
ocorrem no interior das armas de fogo a partir do disparo, antes do projétil abandonar
o cano, analisando a influência das caraterísticas de cada parte da arma em relação
ao tipo de munição utilizada.
c Balística externa ou exterior: Estuda os fenômenos que ocorrem com o
projétil a partir da saída da boca do cano e todas as influências externas que podem
interferir na trajetória, bem como as implicações aerodinâmicas de sua forma.
d Balística terminal, dos efeitos ou dos ferimentos: Tem como objeto o
estudo dos fenômenos que ocorrem quando o projétil se impacta em seu objetivo,
principalmente no corpo humano, desde a penetração até sua parada total.

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2.1 Ferimentos por arma de fogo


As lesões por arma de fogo podem apresentar três momentos distintos:
2.1.1 ferimento de entrada: em se tratando do corpo humano (tecido vivo),
é o ferimento, lesão ou solução de continuidade provocada pela entrada de projétil de
arma de fogo para dentro do corpo;
2.1.2 trajetória: caminho produzido pelo projétil no interior do corpo; e
2.1.3 ferimento de saída: pode ou não ocorrer, sendo produzido não pelo
projétil diretamente, mas sim pela solução de continuidade que é empurrada a frente
do projétil, em decorrência de duas ações contundentes. Devido a isso o orifício de
saída sempre é irregular.
É importante frisar que as características da trajetória, dentre outros fatores,
vão decorrer da massa, formato e velocidade do projétil.
Entretanto, a balística é uma ciência que envolve diversas variáveis que
tornam impossível garantir quais os efeitos de um disparo em um corpo, porém, no
tocante a análise dos ferimentos ocasionados por arma de fogo, duas características
ganham notoriedade na maioria das lesões:
• Predominância da profundidade em relação a extensão; e
• Ação contundente (esmagamento) produzida pelo projétil, com
compressão dos tecidos, não só pelo projétil, mas pela onda de choque produzida em
maior ou menor intensidade, pela ação do projétil. (Júnior, 2020).
Ressalte-se ainda que o projétil propelido por arma de fogo, à medida que
avança pelos tecidos, provoca, além da lesão propriamente dita, uma onda de
choque, que se desloca radialmente empurrando os tecidos, por meio de uma ação
contínua de compressão e esmagamento.
Dessa forma, mesmo os tecidos não diretamente atingidos pelo projétil,
acabam por perceber a ação do instrumento, ou seja, eles recebem a onda de choque.
Diferentemente, alguns instrumentos que não sejam projéteis, como, por
exemplo, uma faca, provocam deslocamento mínimo ou quase inexistente dos tecidos
adjacentes.
Já em relação à velocidade que um projétil penetra no corpo humano, é
importante destacar que ela é diretamente proporcional ao aumento da onda de
choque, pois, ressalta Mariz (2019), quanto mais veloz o projétil, mais forte a onda se
propaga.
Em virtude da combinação da ação perfurante com a ação de esmagamento

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de tecidos, os projéteis propelidos por armas de fogo são instrumentos


perfurocontudentes. Todavia, essa classificação é genérica, tendo em vista que pode
haver diferentes efeitos, como nos tiros tangenciais, em que o projétil não chega a
penetrar no tecido, mas sim se arrasta sobre ele, resultando em uma ação unicamente
contundente.
Os projéteis possuem massa e velocidade, logo, são dotados de energia
cinética e, ao se chocar contra um alvo, dissipam parte ou toda energia cinética em
outras formas de energia – energia sonora (som), energia térmica (calor) e energia
potencial elástica (deformação dos tecidos).

2.2 Cavidade permanente X cavidade temporária


Ao penetrar no corpo humano, o projétil produz uma cavidade, que
determinará a intensidade das lesões. Para fins de estudo balístico se faz necessária
a diferenciação de dois tipos de cavidades – temporária e permanente.
Com a compressão gerada pela passagem do projétil ocorre um movimento
de expansão, decorrente do aumento da onda de choque. Todavia, após frações de
segundo, ocorre uma reacomodação dos tecidos. Todo esse movimento de expansão
e reacomodação é denominado de cavidade temporária.
A cavidade temporária é produzida em virtude de o projétil empurrar os tecidos
elásticos do corpo humano no sentido radial e, geralmente, seu diâmetro é várias
vezes maior do que o da cavidade permanente. Após a passagem do projétil, os
tecidos retornam ao seu lugar, restando apenas o canal permanente, conforme relata
Mariz (2019).
Logo, a cavidade temporária ocorre, em frações de segundos, em decorrência
de uma onda de pressão produzida pela passagem do projétil e consiste no
deslocamento de tecidos ao redor da cavidade permanente, com duração e raio de
expansão decorrente de diversos fatores, dentre eles a região atingida, a velocidade
e o formato do projétil.
Por sua vez, ao romper os tecidos, o projétil produz um canal denominado
cavidade permanente, que é proporcional ao diâmetro do projétil, a não ser que ocorra
o tombamento do metal, o que ocasionará um padrão diferente. Desta forma, a
cavidade permanente é a área (canal) que era ocupada pelo tecido e que foi destruída
pela passagem do projétil.
As dimensões e características da cavidade permanente dependerão de

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diversos fatores – região atingida, velocidade, energia, dimensões do projétil, etc.


Projéteis que se expandem ocasionam cavidades permanentes maiores do que
projéteis que não se expandem.
Lesões secundárias podem ser produzidas pela cavidade temporária, porém,
somente podemos considerar como significativas quando ocasionada por projéteis de
alta velocidade, tais como disparos de fuzis.
Projéteis mais lentos (armas de porte), as cavidades temporárias adquirem
menores dimensões e não são capazes de provocar lesões em órgãos adjacentes ao
caminho percorrido pelo projétil.
Dessa maneira, não se pode esperar que a cavidade temporária gerada por
projéteis de baixa velocidade gerem sangramentos importantes em áreas não
atingidas diretamente, conforme relata o autor a seguir:

“No caso de projéteis dotados de menor energia e velocidade, a cavidade


temporária terá dimensões menores, com expansão mais lenta, de maneira
que a elasticidade dos tecidos consegue absorver a energia, dissipando-a
pelo aquecimento das fibras sendo as lesões observadas somente nas
regiões diretamente atingidas pelo projétil. Já em projéteis com maior energia
e velocidade, caso de diversos calibres de fuzil, as dimensões muito maiores
da cavidade temporária, com maior velocidade de expansão, podem resultar
em distensão dos tecidos que ultrapassa a capacidade elástica dos mesmos,
produzindo lesões mesmo em regiões não atingidas diretamente pelo projétil”
(Júnior, 2020).

Por outro lado, no caso de projéteis com maior energia e velocidade, como é
o caso dos fuzis, as dimensões da cavidade temporária são bem maiores, assim
como a velocidade de expansão, de maneira que a elasticidade dos tecidos não
consegue absorver a energia produzida em um impacto, podendo resultar em uma
distensão dos tecidos, que ultrapassa a capacidade elástica dos mesmos,
ocasionando lesões até nas regiões não diretamente atingidas pelo projétil.
Vejamos:

“Se a cavidade temporária for produzida rápida o bastante para


ultrapassar a capacidade elástica do tecido, será capaz de produzir lesões
em decorrência do estiramento provocado. Este efeito é percebido em
projéteis de calibres de alta energia, como os fuzis, mas não pelos calibres
mais comuns de armas curtas. Para que a cavidade temporária de um projétil
seja capaz de produzir um efeito lesivo, a velocidade do projétil precisa
exceder a 2.000 pés por segundo (610m/s). Em velocidades menores,
desenvolvidas por armas curtas, a cavidade temporária não possui
velocidade suficiente para produzir nenhum efeito lesivo, portanto qualquer
diferença da cavidade temporária produzidas por calibres de armas curtas é
irrelevante” (DIMAIO, 2016).

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Para melhor visualizar a idéia de cavidade permanente e temporária, segue


a imagem:

Figura 1: cavidade permanente e cavidade temporária.

Fonte: disponível em cielo.mec.pt.

3 INCAPACITAÇÃO DO OPONENTE
Inúmeros são os fatores psicológicos e fisiológicos que envolvem as reações
dos seres humanos quando são alvejados por disparos de armas de fogo. O operador
não terá tempo para analisar se os disparos realizados atingiram áreas vitais ou não,
apenas deverá analisar a reação do seu oponente/agressor no momento de uma
ação. Porém, antes de tudo, deve conhecer bem o potencial do conjunto
armamento/munição que carrega consigo, justamente para entender que,
dependendo disso e de outras variáveis, como compleição física do oponente,
vestimentas volumosas, anteparos etc, necessitará desferir vários disparos até parar
completamente o agressor.

3.1 Incapacitação psicológica


Existirão situações em que um indivíduo será atingido de raspão, por
exemplo, e desistirá da luta. Como dito anteriormente, o operador não analisará onde
ou quantos projéteis atingiram o corpo de um agressor, mas sim a sua reação. A
questão nessa definição é que, nesse caso, o indivíduo está ferido, mas ainda tem
condições de combater, porém não o faz por vontade própria, apenas se rende.

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3.2 Incapacitação fisiológica


Os comandos motores do nosso corpo e a manutenção da consciência
dependem da alimentação sanguínea do cérebro e também da passagem dos
comandos pela via neural, que são emanados pelo cérebro por meio da cervical e
trafegam por toda a nossa rede nervosa. Poderá ser obtida por intermédio dos
seguintes mecanismos:
• Incapacitação direta (imediata) – Atinge a região alta da medula
espinhal, o cérebro ou a região intermediária entre os dois, onde está localizado o
tronco encefálico, que compreende o mesencéfalo, a ponte de varolio e o bulbo
raquidiano. Trata-se de uma região muito específica e protegida do corpo humano,
por ser fundamental para o funcionamento dos órgãos.
Todas as funções do corpo humano são controladas pelo sistema
nervoso central, ou seja, seus comandos passam pelo tronco encefálico, e medula
cervical, que uma vez lesionados, não mais transmitirão as informações do cérebro
para o restante do corpo. Rompendo a ligação não há nenhuma reação do corpo, nem
mesmo espasmos musculares. A pessoa atingida não será capaz de reagir ou esboçar
qualquer tipo de mecanismo voluntário.
• Incapacitação indireta (tardia/mediata) – O disparo lesiona grandes
vasos sanguíneos ou o coração, fazendo com que a pressão arterial caia rapidamente
devido à grande perda de sangue em curto espaço de tempo e, por consequência,
diminui a irrigação do cérebro ocasionando a inconsciência.
Em se tratando de lesões no sistema circulatório, atingindo vasos calibrosos,
com perda de grande volume de sangue, há grande probabilidade de levar o indivíduo
à incapacitação por choque hemorrágico e conseqüentemente à morte. Quanto mais
rápida a perda de sangue, mais rápida será a incapacitação. Todavia, mesmo diante
de sangramentos massivos que não atinjam a base do cérebro, o indivíduo poderá
ainda manter condições físicas de reagir por alguns segundos e até minutos.
Mesmo que o coração seja destruído, uma pessoa ainda tem oxigênio
suficiente no cérebro para praticar ações complexas e voluntárias por, no mínimo, de
10 a 15 segundos. Considerando que uma pessoa normal consegue fazer de dois a
três acionamentos de gatilho por segundo, o tempo de 10 a 15 segundos permite que
a vítima faça um estrago considerável caso também esteja armada (Júnior, 2019).
Nesse sentido, como ensina Dimaio (2016), a perda de sangue repentina

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provoca interferência em atividades quando ultrapassa 20 a 25% do fornecimento total


de sangue, a perda de mais de 40% é uma ameaça a vida. A taxa de sangramento, a
quantidade de perda de sangue, a natureza da lesão e a resposta fisiológica do corpo
determinam o tempo entre o ferimento, a incapacitação e morte. Isto pode variar de
segundos a horas.

3.1 TRÍADE da incapacitação balística


De caráter geral, quanto à balística dos ferimentos, a incapacitação é
influenciada por três fatores:
a. LOCALIZAÇÃO
b. PENETRAÇÃO
c. DIÂMETRO DA LESÃO

Figura 2: tríade da incapacitação.

LOCALIZAÇÃO PENETRAÇÃO

DIÂMETRO DA
LESÃO

Fonte: disponível em cielo.mec.pt.

Conforme mencionado, se o projétil atinge a região alta da medula espinhal,


o cérebro ou a região intermediária entre os dois, onde está localizado o tronco
encefálico, ocorrerá a incapacitação direta. Caso atinja uma região de grandes vasos
sanguíneos, a incapacitação será indireta. Dessa maneira, resta demonstrado que a
localização (região atingida pelo disparo) é um fator de grande relevância quanto a

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incapacitação da ameaça. Além disso, frise-se ainda que a localização adequada dos
tiros é o único fator que depende exclusivamente do atirador. A taxa de acurácia35
se encontra intimamente ligada à habilidade e ao nível de treinamento do operador.
Em contrapartida, se o tiro for efetuado com a máxima perfeição em relação
à acurácia, atingindo a localização almejada, porém, não apresentar a penetração
necessária, não lesionando estrutura nervosa alguma, nem tão pouco vasos
sanguíneos calibrosos, de nada adiantou ter uma boa localização.
Some-se a isso que os vasos sanguíneos mais calibrosos e os órgãos de
maior importância, com mais sangue (baço, fígado, pulmões, coração, etc) estão
localizados mais no interior do corpo, na maioria das vezes protegidos por estruturas
ósseas.
Ademais, diante de um cenário de combate, não é possível prever o
posicionamento da ameaça, se está de frente ou de lado, nem tão pouco se estará
com uma roupa com um tecido mais grosso ou com um agasalho de couro. Assim,
para que ocorra a incapacitação mais rápida, faz-se necessária uma maior penetração
no corpo para que o projétil atinja os órgãos internos e vasos sanguíneos mais
calibrosos, garantindo que vai atravessar as vestes e até mesmo transfixar estruturas
ósseas, como braços, caixa craniana, etc.
Corroborando com esse entendimento, Júnior relata que:

Estudos realizados pelo FBI (FBI, 1987) mostram que para que um calibre
de arma curta seja eficiente para a incapacitação é necessário que o projétil
consiga penetrar no mínimo entre 12 e 18 polegadas (30 a 45 centímetros) na
gelatina balística. Tal premissa é um dos parâmetros de escolha de calibres a
serem adotados pela Instituição, tendo sido um dos requisitos para a substituição
do calibre .40S&W pelo calibre 9mm Luger, anteriormente utilizado” (JÚNIOR,
2019).

Por fim, lesões com maior diâmetro, produzem maior sangramento. Dessa
maneira, projéteis com maior diâmetro produzirão um maior trajeto de dano no corpo,

35
Acurácia:termo que significa simplesmente acertar o alvo de acordo com os objetivos desejados. Por exemplo,
se o operador executa uma prática de tiro em que o alvo é uma folha de papel A4, pouco importa se os disparos
atingiram o centro da folha ou sua região periférica. Na verdade, se o grupamento de tiros ficou muito concentrado
no centro da folha, isso nos mostra que o atirador gastou tempo demais para a execução do exercício.

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ou seja, maior será a quantidade de cm³ de tecido lesionado, o que levará à falência
de algum órgão, assim como, poderá causar um sangramento maior.
Há projéteis que são fabricados para expandir seu raio, ao atingirem um meio
hidro-sólido, aumentando assim a área de superfície dos tecidos que são empurrados
e esmagados no corpo, que aumenta a cavidade permanente, e em caso de
munições de alta velocidade, colabora para aumentar o depósito de energia
relacionada ao efeito lesivo gerado pela cavidade temporária.
Dessa forma, o objetivo de um projétil de ponta oca ou de ponta macia é
exatamente ocasionar sua expansão, no momento do impacto, aumentando a
cavidade produzida e, com isso, causar maior lesão. Ressalte-se ainda que tais
características dos projéteis de ponta oca/macia evitam a transfixação do corpo
alvejado, de maneira que toda energia é transferida para o alvo. Rinker afirma que:
“Um projétil com ponta oca começará a se deformar no impacto com velocidade
a partir de aproximadamente 215 m/s; e com ponta ogival de chumbo, a partir de
340m/s” (RINKER, 2005).
Entretanto, genericamente, quanto maior a expansão, menor a penetração, o
que pode refletir em uma incapacitação menor, principalmente quando se trata de
algumas munições de baixa qualidade ou de calibres menores, a exemplo do
.380ACP. A velocidade deve ser suficiente para que ocorra a expansão desejada em
consonância com a finalidade do tiro.

“Quando tratamos de projéteis expansivos, velocidades mais altas


provocam uma expansão maior. E, quanto maior a expansão de um projétil,
menor sua penetração. Um projétil que se expanda rapidamente durante um
disparo, penetrará pouco; enquanto um de expansão mais lenta penetrará mais”
(MARIZ, 2019).

Dessa maneira, a expansão é uma função da velocidade e da forma do


projétil. A velocidade deve estar de acordo com a expansão desejada pelo objetivo do
disparo. Se a velocidade for excessiva, de maneira a ultrapassar o limite de
deformação do projétil, poderá fragmentá-lo. É necessário que a velocidade dos
projéteis expansivos seja adequada ao fim desejado, pois, se forem muito rápidos,
podem romper-se mais facilmente e não alcançarem penetração suficiente. Outro fator

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a ser levado em consideração é quanto a possibilidade de os projéteis muito lentos


não expandirem de maneira correta, pela falta de velocidade.
Todavia, o corpo humano é composto por diferentes estruturas, desde ossos
extremamente resistentes, até órgãos que se comportam semelhante à água. Desta
forma, a deformação do projétil não será uniforme em todas regiões que atingir, e com
isso não será possível garantir que um determinado projétil se expandirá e provocará
lesão ao atingir uma pessoa, podendo fragmentar-se em várias partes ou ainda
tombar, antes ou durante o impacto, resultando em um comportamento imprevisível.
Ressalta-se ainda que projéteis que penetrem no corpo, após tombarem,
praticamente não se expandirão, mas, em virtude da área transversal o projétil,
quando do impacto, produzirão uma cavidade maior.
Por fim, tendo em vista que em geral observa-se uma redução expressiva da
capacidade de penetração de projéteis expansivos, deve-se ter o cuidado para que a
expansão não comprometa a penetração suficiente para atingir os órgãos internos e
vasos sanguíneos mais calibrosos, diminuindo o desempenho com relação à
incapacitação, ou ainda, a depender do calibre, a expansão simplesmente não ocorra,
porque a energia do projétil não é suficiente para causar a ruptura de sua estrutura
em decorrência do choque em estruturas moles. Existem ainda os casos em que a
expansão ocorre de forma descontrolada, ocasionando a fragmentação do projétil, os
quais terão sua capacidade de penetração reduzida, em decorrência de menor massa,
o que poderá produzir lesões até ser mais complexas, do ponto de vista clínico, porém
isso não diminuirá o tempo para incapacitação da ameaça.
Com isso, apesar dos resultados benéficos, ocasionados pelos projéteis
expansivos, o operador deve sempre levar em conta que o projétil poderá não
funcionar adequadamente.

3.2 Considerações acerca do poder de parada.


O conceito, amplamente difundido, atribuído ao “poder de parada”,
originalmente do inglês “stopping power”, é tecnicamente inadequado, tendo em vista
que não é o impacto do disparo que impede o avanço da vítima e sim a localização
(região) atingida.
O poder de parada é uma ilusão. É importante começar um livro sobre o poder
de parada de armas portáteis com isso em mente. Não existem projéteis mágicos.
Não existem calibres “paradores de homens”. Não existe essa coisa de poder de

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parada com um tiro. (MARSHALL e SANOW,1992).

Em situações em que um determinando indivíduo veio a tombar por ter sido


atingido por um único disparo, não foi o impacto do tiro o responsável por impedir o
avanço da vítima e sim os fatores localização do ferimento, penetração e diâmetro da
lesão. Não se pode atribuir a incapacitação da vítima apenas ao calibre e ao tipo de
munição, tendo em vista que está mais relacionada à balística terminal do que à
balística interna e externa.
Dessa maneira, é imprescindível levar em consideração que o corpo humano
é composto pelos mais diversos tecidos e estruturas, com propriedades físicas
diferentes, como músculos, ossos e outros órgãos, que são afetados de formas
específicas por projéteis de arma de fogo.
É necessário ressaltar ainda que diversos são os aspectos inerentes,
principalmente à balística terminal, que não estão sob o controle do operador, como
gravidade das lesões, motivação e condição mental do agressor, bem como, sua
condição e compreensão física, que corroboram para que a incapacitação não seja
premeditada, devendo o policial militar continuar atirando até que a ameaça seja
totalmente cessada.

3.3 “Double tap” – impraticável e irrelevante.


Ao longo de décadas e até mesmo nos dias atuais, ainda há forças de
segurança pública que desenvolvem a técnica bastante difundida do “double tap”. A
mencionada técnica preceitua a consecução de dois tiros, no menor tempo possível,
com o fim de provocar uma “colisão/soma” das áreas das respectivas cavidades
temporárias.
Contudo, a mencionada “colisão/soma” é humanamente impossível, tendo em
vista que, em média, um indivíduo consegue efetuar um tiro a cada 0,25s, ou seja, o
intervalo entre os acionamentos de gatilho de um atirador mediano é de 25 centésimos
de segundo.

“(...) para ser possível a “colisão/soma” das cavidades temporárias, após


o primeiro disparo, o atirador deveria ser capaz de realizar o segundo tiro em,
no máximo, 19 milésimos de segundo (0,019s), pois a duração das cavidades
temporárias provenientes de projéteis de arma de fogo oscila entre 5” e 19
milissegundos”.(...) em média, uma pessoa consegue realizar um tiro a cada
0,25 segundos (04 tiros em 01 segundo). Todavia, para conseguir materializar
a teoria do “double tap” o ser humano deveria ser capaz de executar, no
mínimo, um tiro a cada 0,019 segundos (aproximadamente 53 tiros por

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segundo). Nota-se que é humanamente impossível realizar a “colisão/soma”


de cavidades temporárias, o que torna inviável a teoria que fundamenta a
utilização do “double tap” (LEANDRO, 2019).

É salutar ressaltar também que além de impraticável, a soma de duas


cavidades temporárias, fundamento teórico do “double tap” é irrelevante, pois,
conforme já exposto, a cavidade temporária não se trata de um fator determinante
para a incapacitação, que aliás não provoca efeitos lesivos, quando provocadas por
projéteis a baixa velocidade.
Diante do exposto, de forma alguma, o emprego da técnica do “double tap”,
quando executada em um confronto armado, garante a incapacitação do agressor,
além do que, a referida técnica condiciona o operador a “baixar a guarda”, após o
segundo tiro, expondo a si ou a terceiros a riscos.
IMPORTANTE:
a. Desse modo, com vistas a incapacitar uma determinada ameaça,
não há como determinar o número determinado de tiros, pois
tanto pode ser um, quanto podem ser vários.
b. Não há nenhuma garantia de que um ou dois tiros sejam
suficientes para incapacitar uma ameaça.
c. Somente após o agressor não constituir mais uma ameaça, os
disparos serão cessados.
d. Atire e recarregue sua arma quantas vezes forem necessárias para
cessar a injusta agressão.
e. Se necessário for, realize múltiplos disparos contra uma ameaça
letal, objetivando a sua incapacitação imediata ou o mais próximo
disso.
f. Destaca-se que a queda do agressor não implica no encerramento
da agressão, tendo em vista que o alvo/ameaça poderá continuar
disparando mesmo que caído ao chão.

3.4 Armas de fogo x lâminas.


Em situações em que o agressor encontra-se armado com lâminas (faca,
machado, enxada, ou outros instrumentos semelhantes) e o Policial Militar faz uso de
sua arma de fogo, emergem discussões acaloradas e repletas de questionamentos,
principalmente acerca da legitimidade e da proporcionalidade da ação policial.
Entretanto, tais análises não levam em conta que instrumentos como facas,

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machados, foices, etc, podem ocasionar perfurações e cavidades permanentes tão ou


mais expressivas do que das geradas por armas de fogo como pistolas e revólveres.
Nesta esteira, ressalta-se que a grande maioria dos confrontos armados
acontecem a curtas distâncias, o que reforça a potencialidade letal de uma faca ou de
instrumentos afins. Nesse ínterim, leciona MacDaniel:
“(...) não há dúvida de que “lâminas” são tão mortais quanto armas de
fogo, especialmente quando se considera que a maioria dos confrontos
armados estão facilmente ao alcance de uma faca. Em muitos aspectos, as
feridas que elas causam são mais dolorosas e duradouras do que ferimentos
de projéteis de arma de fogo”.

Diante disso, Dennis Tueller, oficial do Departamento de Polícia de Utah, EUA,


elaborou um estudo com o fim de identificar a velocidade e a letalidade de um
indivíduo com faca, concluindo que, ao tempo que um atirador saca sua arma e
dispara no centro de massa do alvo, um indivíduo, armado com faca, poderá percorrer
uma distância de 6,4m e desferir golpes - regra dos 21 pés (6,4 metros), conforme
explica MacDaniel:

“Um agressor armado com uma faca pode percorrer uma distância de
pelo menos 21 pés, talvez mais, antes de uma pessoa armada com uma arma de
fogo poder reagir, sacar, disparar. Verifica-se essa possibilidade para uma pessoa
comum armada com uma faca, não há necessidade de ser um lutador marcial
treinado. Portanto, praticamente qualquer pessoa segurando uma faca dentro de
21 pés representa uma ameaça potencialmente letal. (...) muitos comentaristas da
mídia sabem pouco ou nada sobre armas e táticas. Armas de fogo não são
máquinas de morte” (MACDANIEL, 2014).

Convém frisar que em muitas das vezes o policial pode ser surpreendido,
tendo em vista que a arma pode não estar aparente, ou seja, não fica claro para ao
policial se o agressor representa realmente uma ameaça, podendo ser surpreendido,
o que aumenta de sobremaneira o tempo de resposta.
Além disso, outro aspecto a ser levado em consideração é quanto a
possibilidade de o indivíduo (ameaça) ser alvejado por tiros (especialmente de armas
curtas) e, mesmo com ferimentos que o levarão a óbito, ter a possibilidade de
esfaquear o policial durante o deslocamento de sobrevida (de 10 a 15 segundos).

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Dessa maneira, observando-se os princípios da legalidade, necessidade,


proporcionalidade e da razoabilidade, bem como, das especificidades de cada
contexto, em situações onde o agressor esteja portando instrumentos, como facas e
outros similares, mostra-se legítimo o emprego de arma de fogo, visando à
preservação da integridade física do policial ou daqueles injustamente agredidos.
Nunca se deve subestimar o agressor e sim procurar incapacitá-lo
rapidamente, sob pena de se não o fizer sofrer graves lesões ou até mesmo perder a
própria vida.

3.5 Disparo nas extremidades (braços, pernas, mãos, pés).


Em princípio, cabe ressaltar que quanto menor o objeto a ser alvejado, menor
será o nível de acerto (acurácia), bem como, maior será o tempo necessário para
atingir o alvo. Dessa maneira, diante de um contexto de confronto armado, não deve
prosperar a crença da obrigatoriedade da realização de tiros em pequenos alvos,
tendo em vista que, em regra, o tempo de engajamento do alvo, aliado à precisão,
determina a sobrevivência ou não dos envolvidos.
Ademais, diante da difícil e arriscada hipótese em que o policial consiga atingir
os braços ou as pernas da ameaça, a probabilidade do resultado morte, ocasionada
por choque hipovolêmico, é significativamente baixa, em virtude de que as regiões
irrigadas por artérias de grande calibre, como a braquial e a femoral, são relativamente
pequenas.
Outro aspecto relevante é que, diante da enorme dificuldade de se atingir o
agressor, ao se buscar atingir braços ou pernas, potencializa-se a possibilidade de se
acertar pessoas indesejadas/inocentes.
Dessa maneira, mostra-se desarrazoado exigir que uma pessoa, em legítima
defesa, tenha a obrigatoriedade de acertar alvos pequenos, como pernas e braços.

3.6 Tiro nas costas e tiro pelas costas.


Em primeira análise acerca do tema em questão, faz-se necessário ressaltar
que grande parte das afirmações midiáticas simplesmente associam “tiro + costas =
execução”, o que demonstra total falta de fundamentação e conhecimento técnico
acerca do tema.
Conceitualmente as definições de “TIRO NAS COSTAS” e “TIRO PELAS
COSTAS”, possuem grande relevância quanto ao reconhecimento ou não do instituto

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da legítima defesa.
O tiro pelas costas ocorre quando o atingido não ofereceu nenhum tipo de
ameaça ou perigo, o que, a princípio, poderia indicar a existência de uma qualificadora
de homicídio, porém, em contrapartida, o tiro nas costas, não necessariamente
evidencia um ataque inesperado, abrupto, podendo ocorrer em defesa de si próprio
ou de outrem.

“Mais cedo ou mais tarde, um médico legista vai se deparar com um


tiroteio em que um indivíduo alega ter atirado em outro de frente para ele,
mas, na autópsia, o ferimento do disparo é encontrado ao lado ou atrás. Surge
então a questão de saber se a vítima, ao ver a arma apontada em sua direção
ou ao reagir a um estímulo externo, teria tido tempo suficiente para virar-se
no ângulo de 90 a 180 graus desde que o atirador iniciou o processo de
disparo até o impacto do projétil. Casos como este, muitas vezes envolvem
tiroteios policiais. Tobin e Fackler mensuraram o tempo mínimo necessário
para policiais atirarem, com a arma em punho e apontada para um alvo após
a emissão de um sinal. Os testes foram realizados com o dedo no gatilho,
bem como, com o dedo fora do guarda-mato (a forma recomendada por
muitas agências policiais para segurar uma arma). O tempo médio para
disparar a arma foi 0,365s com o dedo no gatilho e de 0,677s com o dedo
fora do guarda-mato. Após isso, foram então filmados os outros voluntários,
a fim de mensurar como eles giravam seus troncos em 180 graus o mais
rápido possível. O tempo médio para girar o tronco em 90 graus foi 0,310s,
enquanto o giro de 180 graus foi 0,676s” (DIMAIO, 2000).

Dessa maneira, é plenamente possível que um agressor, que esteja


efetuando disparos contra uma determinada pessoa e, em determinado momento,
resolve se virar, por ter visualizado uma possível reação, seja atingido por um tiro nas
costas, por alguém que sequer tenha percebido a movimentação brusca daquele
agressor.
Nesse mesmo sentido, é plausível reconhecer a legítima defesa, muito
comum nos confrontos armados, quando o criminoso/agressor empreende fuga e com
sua arma apontada para trás, continua atirando. Com isso, o fato de o criminoso
tentar empreender fuga não comprometerá a incidência da legítima defesa, tendo em
vista que a agressão injusta continuou a ocorrer – permanece assim o reconhecimento
da aplicação da legítima defesa, diante desse contexto.
Diversos são os casos em que o tiro nas costas legitimam a conduta do
atirador, como, por exemplo, no caso de quando um terceiro age atingindo um
criminoso, com disparos nas costas da ameaça, no momento em que esta se
encontrava no cometimento de um crime atirando contra uma outra pessoa ou ainda
quando a ameaça/meliante, simplesmente, por mais que não dispare ou saque sua
arma, levanta a camisa e anuncia o início de um roubo.

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Por mais que um disparo atingia as costas da ameaça nessa circunstância,


sem a ameaça ter percebido que seria alvo de um disparo, há o instituto da legítima
defesa para o atirador, pois, a partir do momento em que a ameaça anuncia o roubo
e mostra sua arma, esta tem plena consciência da sua potencial lesão/grave ameaça
que oferece para sua vítima. Nenhum infrator da lei pratica um crime com arma de
fogo ou arma branca sem esperar uma possível reação por parte de um terceiro ou
agente da lei, pois se não praticaria o crime sem arma alguma.

4 CONCLUSÃO
Conclui-se que:
• Não é possível garantir quais serão os efeitos de um tiro em um corpo,
bem como, não há nenhuma garantia de que um ou dois disparos sejam suficientes
para incapacitar uma ameaça quando se fala em munições de baixa velocidade
(calibres de armas de porte) – O policial militar deve continuar disparando até que a ameaça
seja plenamente cessada (ausência de qualquer reação por parte da ameaça);
• Como regra de caráter geral de combate armado, fazer a visada no
centro de massa da ameaça (na maioria das vezes, região torácica) tende a ter
melhores resultados de acerto e possibilidade de incapacitação;
• Apesar da expansão do projétil ser desejável, pode ser que não ocorra
adequadamente; e
• No caso de armas de porte, a localização, penetração e o diâmetro da
cavidade permanente são os fatores mais relevantes para a obtenção da
incapacitação fisiológica.

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UNIDADE IV - EFEITOS PSICOFISICOS DO ESTRESSE

1 INTRODUÇÃO
Essa unidade explora os efeitos fisiológicos e psicológicos que eventos
estressores, como o atendimento de ocorrências policiais ou o confronto armado,
podem desencadear nos agentes de segurança pública. Será explicado como essas
reações ocorrem, ressaltando a importância dos protocolos médicos para a
recuperação dos militares pós confrontos para o retorno à atividade fim.
Também serão enumeradas uma série de sugestões de treinamentos para
que os efeitos estresse sejam minimizados em situações reais, com a finalidade de
evitar reações paralisantes ou de pânico.

2 EFEITOS PSICOFISICOS DO ESTRESSE

2.1 Estresse
Atualmente, sabe-se que o estresse não é necessariamente uma doença, pois
ele fornece ao organismo mecanismos necessários para o enfrentamento de
ameaças. A resposta a um evento estressor psicossocial varia muito de pessoa para
pessoa, seu ambiente e circunstâncias, habilidades e repertório de recursos de
enfrentamento.
Lipp (2001) conceitua o estresse em quatro elementos:
2.1.1 Evento estressor, como algo que tira o indivíduo de seu equilíbrio
habitual, pode ser interno ou externo;
2.1.2 Alteração do equilíbrio psicofisiológico do organismo do indivíduo,
causa mudanças, como descargas hormonais e de outras substâncias no corpo;
2.1.3 Manifestações neuropsicológicas cognitivas e emocionais,
decorrentes de um desequilíbrio causado pelo estressor, a alteração causada pode
gerar sintomas diversos no organismo do indivíduo, como forma de tentar adaptar a
nova situação e retomar o equilíbrio, tem-se como exemplo as reações do organismo
a uma forte descarga de adrenalina;
2.1.4 Dificuldade na adaptação do indivíduo que não conseguiu voltar ao
seu equilíbrio anterior, com a aparição de sintomas diversos frente ao estresse
vivenciado, como aparição de patologias físicas ou psicológicas.

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2.2 Mecanismos de luta e fuga


Um estressor decorrente de uma situação de ameaça, que coloque o indivíduo
em risco, real ou imaginário, desencadeia uma série de reações protetivas do
organismo por meio de respostas automáticas do sistema nervoso autônomo, elas
podem ser de luta, fuga ou congelamento (na atividade policial a luta e fuga são
respostas necessárias de acordo com a ameaça).
Desta forma, quando sentimos a presença de algo ameaçador através de
nossos sentidos, há uma reação física e psicológica. De acordo com Serafim e Feijó
de Mello (2010), esta reação inicialmente é orgânica, no sistema cardiovascular,
hormonal, permitindo uma reação imediata, para, em seguida, apresentar a reação
psicológica.
A resposta orgânica é caracterizada por uma descarga inicial de adrenalina e
noradrenalina pelas glândulas suprarrenais através do sistema nervoso autônomo
simpático (SNS), e posteriormente de cortisol através do eixo hipotálamo-pituitária-
adrenal.
A adrenalina é um hormônio que prepara o corpo para a reação de luta ou
fuga, e os seus efeitos imediatos são:
• Dilatação dos brônquios, aumentando a área de troca gasosa;
• Respiração mais rápida (taquipneia);
• Vaso dilatação arterial nos músculos esqueléticos, ou seja, o
sangue é priorizado para a musculatura que fará o policial lutar ou fugir;
• Vaso constrição tegumentar (da pele), deixando mais sangue
disponível para ser levado aos músculos. A pele fica pálida e fria;
• Vaso constrição nas vísceras digestivas, ou seja, haverá menos
sangue para a região do intestino;
• Aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial;
• Dilatação das pupilas dos olhos (midríase) e elevação das pálpebras
superiores por contração dos músculos tarsais (que circundam os olhos), propiciando
melhor visão.
Já a reação psicológica aguda (estresse agudo), logo após o evento estressor,
caracteriza-se por choro, raiva, medo ou insônia, principalmente em situações com
risco de morte. De acordo com Serafim & Feijó de Mello (2010), as respostas
psicológicas vão cedendo e, em cerca de 30 dias, a maioria das pessoas deixa de
apresentar esses sintomas de forma mais intensa. Ao final, remanesce o que

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chamamos de memória declarativa, ou seja, a memória da qual a pessoa que passou


pelo evento estressor consegue contar a respeito.
As reações orgânicas e psicológicas ao estresse são, portanto, um processo
fisiológico esperado, e o acompanhamento da evolução dos policiais que passaram
por um evento traumático é essencial para que eles possam futuramente voltar à rotina
de trabalho, sob o risco de desenvolverem doenças ou transtornos.
Se a reação ao agressor for muito intensa ou se o agente do estresse for muito
potente e/ou prolongado, poderá se desenvolver como consequência, uma doença,
ou maior predisposição ao desenvolvimento de doenças, pois a reação protetora
sistêmica desencadeada pelo estresse pode ir além da sua finalidade e dar lugar a
efeitos indesejáveis. Isso ocorre devido à perda de equilíbrio geral dos tecidos e
órgãos e defesa imunológica do organismo. (UFMG, 1998)
Algumas das doenças de adaptação características são úlceras pépticas,
crises de hemorróidas, problemas de pressão arterial, inflamações gastrintestinais,
doenças renais, problemas dermatológicos, artrites reumáticas e reumatóides,
alergias, doenças autoimunes, alterações tireoideanas e perturbações sexuais.
É importante, portanto, que comandantes e pares prestem atenção aos sinais
de alerta, antes que o estresse se torne crônico e possa afetar de forma irreversível a
vida do policial militar. Os principais sinais de alerta, de acordo com Teles (1993, p.
36-37), são:

(...) irritabilidade, dificuldade de concentração, explosões emocionais


desproporcionais ao acontecimento, alta de colesterol e triglicerídeos, aumento no
consumo de tranquilizantes, de cigarro, de café e álcool, dificuldade de deglutir (a
comida não desce), prisão de ventre, nó na garganta, dores difusas, dores de
cabeça sem causa determinada, queda na produtividade, cansaço constante,
taquicardia, músculos tensos (que provocam muita dor na nuca e nas costas),
mãos frias e suadas.

2.3 Trauma
Um evento traumático é diferente de um evento estressor intenso na vida de
uma pessoa por sua essência violenta. Segundo o principal manual de psiquiatria,
DSM-V (2013), trauma se caracteriza pela “Exposição a episódio concreto ou ameaça

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de morte, lesão grave ou violência sexual (...)”, quando a própria pessoa vivenciou o
evento, testemunhou o ocorrido a outra pessoa, quando o trauma ocorre com alguém
próximo ou com a exposição repetida a eventos traumáticos.
Artwohl e Christensen (1997, p. 49-50) realizaram um levantamento sobre
distorção perceptiva em policiais que se envolveram diretamente em um confronto
armado, ou seja, que foram expostos diretamente ao risco de morte, e, portanto, ao
trauma. Estas distorções ocorrem durante o confronto e cessam logo após, os
resultados foram classificados abaixo:
a. Diminuição de som: não se ouvem alguns sons ou os sons tinham uma
distância incomum, com qualidade abafada. Isto se aplica aos sons que normalmente
se iriam ouvir, como tiros, gritos, ou as sirenes;
b. Efeito de “visão do túnel”: a visão tornou-se intensamente focada na
ameaça, com baixa visão periférica;
c. Efeito “piloto automático”: a resposta automática à ameaça percebida,
com pouco ou nenhum pensamento consciente de suas ações;
d. Intensa acuidade visual: quando foi possível visualizar detalhes ou ações
com clareza;
e. Movimento lento do tempo: visualização dos acontecimentos em
“câmera lenta“, sensação de tempo maior do que o real;
f. Perda de memória sobre partes do evento;
g. Dissociação: quando momentos em que se tinha um estranho senso de
desapego, como se o evento fosse um sonho, ou como se estivesse olhando para si
mesmo do exterior;
h. Pensamentos intrusivos: pensamentos não relevantes diretamente para
a situação tática imediata, como pensar sobre seus familiares ou pessoas queridas,
ou planos futuros;
i. Distorção de memória: viu, ouviu ou experimentou algo durante o evento
que mais tarde se descobriu que não tinha acontecido;
j. Intensificação de sons: alguns sons pareciam muito mais intensos que
o normal;
k. Movimento rápido do tempo: eventos pareciam estar acontecendo muito
l. mais rápido que o normal;
m.Paralisia temporária: houve um tempo breve em que a pessoa se sentiu
paralisada.

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A visão focalizada no alvo é considerada uma espécie de distorção cognitiva


vivenciada em situação de confronto policial. Para os policiais, a visão tornou-se
intensamente focada na ameaça e com baixa visão periférica. Esse fenômeno,
denominado de “visão de túnel”, segundo os autores, atinge 88% dos policiais que se
envolveram em um confronto armado. Sob estresse, o campo útil de visão diminui, e
a quantidade de processamento da informação visual é reduzida. Podem ocorrer
outras distorções, como aumento ou diminuição dos sons, movimento lento ou rápido
do tempo na percepção do policial, maior atenção a detalhes relacionados ao alvo.

2.4 TEPT - Transtorno do Estresse Pós Traumático


O Transtorno do Estresse Pós Traumático é descrito no DSM-V (2013), como
um Transtorno Relacionado a Traumas e a Estressores. Segundo o referido manual,
o diagnóstico deve seguir alguns critérios, são eles:
• Exposição a evento traumático;
• Presença de sintomas intrusivos relacionados ao trauma (sonhos,
lembranças, flashbacks, etc.);
• Evitação de estímulos que remetam ao trauma (internos ou
externos);
• Alterações negativas de humor ou cognição (amnésia, isolamento
social, sentimentos negativos, etc.); e
• Alterações na reatividade (irritação, raiva, comportamento
imprudente, hipervigilância, problemas na concentração, etc.).
A perturbação deve durar mais de um mês e causar sofrimento significativo e
prejuízo nas diversas áreas da vida do indivíduo, sem estar relacionada a efeitos de
substâncias ou outra comorbidade médica.

3 SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO


A evolução da respostas ao agente estressor, seja ele um evento único e
isolado (como por exemplo, perder o emprego), sejam vários eventos (ocorrências
policiais), sejam problemas contínuos (por exemplo, cuidar de um ente familiar
incapacitado), ou ainda um evento traumático/trauma, se dá em três fases: alerta,
resistência e exaustão. Alguns autores ainda incluem a fase de “quase exaustão”, a
qual consideramos como parte da fase de resistência, neste manual. Cada fase tem
as seguintes características:

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a. Fase de Alerta: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o


agente estressor. Esta fase é identificada por mãos e/ou pés frios, boca seca, dor no
estômago, suor, tensão e dor muscular, aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer
unhas/ponta da caneta, diarréia passageira, insônia, batimentos cardíacos
acelerados, respiração ofegante, aumento súbito e passageiro da pressão sanguínea,
e agitação.
b. Fase de Resistência: o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O
organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. Nesta fase poderão ser
identificados problemas de memória, mal-estar generalizado, formigamento nas
extremidades (mãos e/ou pés), sensação de desgaste físico constante, mudança no
apetite, aparecimento de problemas de pele, hipertensão arterial, cansaço constante,
gastrite prolongada, tontura, sensibilidade emotiva excessiva, obsessão com o agente
estressor, irritabilidade excessiva, desejo sexual diminuído.
c. Fase de Exaustão: nessa fase é que surgem doenças, como diarréias
frequentes, insônia, hipertensão arterial confirmada, úlcera, impossibilidade de
trabalhar, pesadelos, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade, angústia,
hipersensibilidade emotiva, perda do senso de humor.
Estas fases foram descritas por Hans Seyle (1950), como parte da Síndrome
Geral de Adaptação. Atualmente, de acordo com a classificação internacional de
doenças (CID), os policiais militares que apresentarem algum quadro de estresse
(agudo ou crônico) serão provavelmente diagnosticados na categoria F43, ou seja, na
categoria das “reações ao stress grave e transtornos de adaptação". (DOS SANTOS
& GOMES, 2012)
Neste contexto, é desejável que os próprios militares adotem e apoiem
estratégias de prevenção, para impedir que o estresse agudo se torne crônico,
evitando que aconteçam baixas temporárias ou até mesmo definitivas de policiais
militares. Na prática, nós não devemos nunca depreciar ou tecer comentários
pejorativos com relação àqueles policiais que são afastados do serviço operacional
devido a eventos estressores agudos, como por exemplo confrontos armados, sob o
risco de sua situação clínica piorar.
Devemos entender que as adaptações físicas e psicológicas demandam
tempo e que não é possível “acelerar” o retorno de corpo e mente ao seu estado inicial.
Precisamos acolher colegas e subordinados, encaminhar para tratamento e sempre
respeitar os tempos de recuperação definidos por profissionais qualificados, como

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médicos, psicólogos e psiquiatras. Fisiologicamente, não há como pular etapas.

4. ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA A PREVENÇÃO E O MANEJO DO


ESTRESSE
Os militares estão constantemente em contato com eventos potencialmente
traumáticos no atendimento de ocorrências, com situações de diversos tipos de
violência a terceiros. Portanto, necessitam de atenção psicológica freqüente em razão
dos enfrentamentos diários do serviço. De acordo com a Lei Estadual nº14.448/2007,
agentes das forças de segurança do Paraná devem passar por avaliação psicossocial
anualmente, e de maneira particular, quando se envolverem diretamente em uma
ocorrência em que é utilizada força letal, por parte do policial ou do outros.
a Pré-confronto com uso de força letal: Sendo o confronto
imprevisível, todo o agente de segurança deve passar por etapas que possibilitem o
enfrentamento que promovam uma redução dos efeitos da ação com risco a vida do
policial ou do meliante:
a.1 Atendimento psicossocial, o mais importante, que estará
avaliando necessidades particulares inerentes e individuais do policial;
a.2 Preparo técnico, que permite ao militar estar pronto a dar a
resposta adequada a situações adversas, atenuando possível sensação de
impotência;
a.3 Preparo físico, que aumenta a capacidade de recuperação e
resposta a efeitos estressantes ao organismo causados na hora do confronto, bem
como aumenta a autoconfiança, necessária a uma boa resposta nas ocorrências.
b Pós-confronto com uso de força letal: Tendo acontecido o
confronto, o mais importante é o tempo regular para baixar os sintomas decorrentes
do estresse vivenciado. Como estes efeitos podem durar vários dias, é necessário
afastamento imediato do militar ao serviço, bem como, dentro de 48h, deve ser
realizado o atendimento psicológico (PROAAR-2003).

5. PREPARAÇÃO PARA EVENTOS ESTRESSORES AGUDOS


Um homem combate com sua mente, suas mãos e sua arma
são apenas extensões da sua vontade (COOPER, 1985).

Na prática da sobrevivência policial, é importante que o agente de segurança


pública seja, de forma gradativa e em ambiente controlado, exposto aos efeitos do

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estresse agudo e que conheça as reações de seu corpo, para que possa criar
mentalmente mecanismos de previsão e dessensibilização com relação a eventuais
fobias que possa ter do armamento ou de um confronto armado.
Ainda, recomenda-se que o ensino de disciplinas relacionadas ao armamento,
ao tiro policial e ao confronto armado comece com exposições visuais e da ideação
(projeção pelo próprio aluno) em segurar uma arma de fogo, em manuseá-la e
dispará-la, para que gradativamente o ele seja exposto ao armamento real, ao seu
disparo, e posteriormente ao confronto armado. Esta abordagem é similar aos
protocolos de dessensibilização (perda de medos ou fobias) utilizado por psicólogos.
Na mesma esteira, os Projetos Pedagógicos bem como os planos de
disciplina dos cursos na Polícia Militar devem seguir uma sequência gradual.
Com relação ao policial militar em si, o desconhecimento de técnicas, táticas,
ou mesmo próprio corpo e de suas reações, em uma situação real, podem levar o
agente a uma reação paralisante ou de pânico, o que é totalmente indesejável. Assim,
para mitigar o risco de uma reação inesperada é importante o treinamento constante.
Treine sempre. A continuidade é um importante princípio para que o policial militar
desenvolva confiança em si mesmo e no seu equipamento, bem como para que não
haja deterioração de suas habilidades com o desuso prolongado.
Além disso, PUGLIA (2017) cita que uma habilidade praticada um número
suficiente de vezes torna-se memorizada e que, quando o individuo deseja realizar
essa determinada habilidade, recorre novamente a esse padrão motor particular, que
é executado imediatamente. Esses padrões motores memorizados chamam-se
ENGRAMAS. Assim, para que o policial militar consiga desenvolver um engrama
neuromotor e consiga executar os movimentos do tiro em uma situação de ameaça
real, é muito importante que haja muitas repetições, nem que sejam em seco.
No campo da mente, Becket (2008) cita o entendimento de que a o
treinamento com armas de fogo é 75% físico e 25% mental, enquanto o confronto
armado é 25% físico e 75% mental.
O simples planejamento mental (imaginar um confronto, imaginar uma reação,
imaginar-se sacando a arma, efetuando disparos, incapacitando uma ameaça,
abrigando-se e procurando novas ameaças, por exemplo) começa a criar os
mecanismos neurais de condicionamento para uma resposta a uma emergência.
Há também outros recursos interessantes que podem ser utilizados. Os
simuladores de tomada de decisão e confrontos armados da Academia Policial Militar

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do Guatupê, por exemplo, oferecem uma boa oportunidade para a exposição dos
alunos aos efeitos fisiológicos do estresse agudo, uma vez que permitem a
configuração para que o aluno receba um leve choque caso seja atingido durante a
simulação.
Apesar de o choque não causar dano físico algum, a prática tem demonstrado
que as reações orgânicas em virtude da liberação da adrenalina ocorre na maioria dos
alunos, o que, nas mãos de um instrutor qualificado pode levar ao condicionamento
necessário para a tomada de decisão e o disparo sob estresse.
Um estudo feito por Askend et. Al (2008), demonstrou que policiais que
participaram de um treinamento de uma ocorrência de crise atribuíram uma pontuação
de 6,1 (num total de 10) com relação estresse experimentado; enquanto policiais que
se envolveram em uma situação real atribuíram uma pontuação de 6,2. Ou seja, a
percepção é praticamente a mesma.
De acordo com Asken e Grossman (2011), a utilização de vídeos de
ocorrências reais irá fazer o policial militar entender os desafios que encontrará.
Discutir e identificar falhas cometidas no passado ajudará no preparo
daqueles que nunca estiveram no serviço operacional. Atualmente, com a
quantidade de vídeos disponíveis, principalmente com o advento das câmeras
policiais, não há desculpa para que as instruções não contenham este recurso.
Ainda, os treinamentos devem utilizar uma abordagem proativa. Ou seja, você
deve treinar para quando você for atacado e tiver que usar a força, e não para se
você for atacado. Esta simples diferença de abordagem conceitual irá iniciar o preparo
de sua mentalidade de combate.
Idealmente, os treinamentos devem aproximar-se o máximo possível da
realidade de combate. Portanto, sempre que possível, devem ser usados alvos que
caem ao serem atingidos ou ainda robôs com silhuetas humanóides, que promovem
o feedback imediato se você acertou o alvo ou não, ou ainda a doutrina force on force,
como descrita na Unidade XVI.
Além disso, técnicas de relaxamento muscular, meditação, auto-hipnose e de
respiração podem auxiliar no enfrentamento e no manejo da ansiedade e estresse em
uma situação real.
Como esse é não é objetivo dessa unidade, recomenda-se a quem queira se
aprofundar neste assunto com o livro “On Combat: A psicologia e fisiologia do conflito
mortal na guerra e na paz”.

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UNIDADE V - PLANEJAMENTO MENTAL

1. INTRODUÇÃO

A arma de fogo deve ser aplicada de forma correta e no momento certo, pois
pode tirar a vida de pessoas, sendo de infratores ou se mal empregada, de pessoas
de bem. Por isso é imperioso utilizá-la de forma irrepreensível. O policial militar tem
que estar em condições plenas de atingir seu alvo, e somente ele, cessando a injusta
agressão.
O ser humano é dotado de memória, mas esta é diferente da que encontramos
e temos conhecimento nas máquinas, ou seja, por mais que o cérebro seja o mais
poderoso processador de informações a relação input – processamento – output não
é tão direta no ser humano como nas máquinas (OLIVEIRA, 2007).
Nesse sentido, a memória do ser humano funciona como um registro de
informações que define comportamentos e personalidades, lembram estratégias,
repetem um desempenho e inferem ações (OLIVEIRA, 2007).
A ciência, desde o início do século XX, já estudava métodos de fixação de
memória como Simonides de Ceos, através da fixação de fatos em imagens,
salientando inclusive as características espaciais. De maneira oposta, Ebbinghaus
estudou o esquecimento, relatando que o declínio da retenção da informação se
acentua com o passar do tempo (OLIVEIRA, 2007).
A evolução da ciência alcançou níveis muito bons, com a criação da
inteligência artificial como uma constante forma de auxiliar a memória humana, por
meio de smartphones, smartwatches, dentre outros, os quais lembram
constantemente compromissos, horários de ingerir medicamentos, dentre outros,
porém, a resposta fisiológica frente a uma ação, com a conseqüente reação, ainda
não foi alcançada pela tecnologia, e talvez nunca será, pois trata-se de atividades
práticas essenciais e a tecnologia não consegue ocupar. Como exemplo, seria o
espaço do treinamento continuado com o objetivo claro de absorver uma memória
motora de ação e reação, pois de nada adianta um “lembrete tecnológico” de
técnicas policiais a exemplo de como sacar sua arma de fogo, se no momento do real
emprego você não condicionou seu corpo para realização da tarefa de maneira correta
no tempo certo.
A chamada “memória motora” está mais diretamente ligada à memória não-

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declarativa (de procedimento). É quando a pessoa resgata informações motoras


armazenadas para a realização de alguma ação demandada. Quando este “resgate”
é obtido de uma maneira rápida e eficiente, pode-se afirmar que alguém conseguiu
um bom condicionamento motor. (MINAS GERAIS, 2011, p. 129).
Cabe esclarecer que o policial militar porta sua arma de várias formas distintas
diariamente, ora em serviço (ostensivamente); ora fora dele (veladamente); e, ora de
serviço velado (policiais militares do serviço reservado e de inteligência).
Considerando que o emprego de arma de fogo dentro do uso seletivo ou
diferenciado da força é a reação letal, este emprego deve ser analisado e treinado a
ponto de se tornar uma memória de pronto emprego para que de fato atinja o objetivo
de cessar ações injustas de atentado a integridade física de outrem sem que a reação
gere maior dano que não os esperados (ferir somente o agressor).
A memória associativa ocorre quando uma nova informação se sobressai a
que havia sido armazenada anteriormente. Portanto, o treinamento continuado tem
duas funções principais em relação a memória associativa, sendo a primeira, ser o
principal método para que não ocorra a extinção desta; e segunda função, para que a
memória anterior não seja apagada por falta de utilização (OLIVEIRA, 2007).
Neste sentido o treinamento constante e diversificado de técnicas policiais de
abordagem, patrulhamento, saque e acesso a arma coldreada ou portada de forma
velada são imprescindíveis para que o policial esteja sempre em vantagem técnica e
tática num eventual confronto armado.

2. PREPARAÇÃO MENTAL E ESTADOS DE ALERTA


A preparação mental e os estados de alerta na atividade policial estão
diretamente ligados, conforme leciona Oliveira (2007), ao armazenamento e evocação
de informações aprendidas. Neste caso, utilizamos a memória declarativa (ou
explícita) que é a parte da memória que está acessível, a consciência.

2.1. Planejamento mental


“Prepare-se com antecedência. Você nunca terá problemas
se estiver preparado para eles.” (Theodore Roosevelt)

O planejamento mental é uma tentativa de prever ações futuras e os


consequentes desdobramentos, com o intuito de ter as reações antecipadas e de
forma consciente, tomar a melhor decisão para a demanda apresentada.

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O objetivo principal da preparação mental é não ser pego de surpresa, seja


tanto para ação, quanto para a reação frente a uma ocorrência policial.
Importante que o policial militar saiba controlar a emoção quando for
necessária intervenção policial, assim estará preparado para agir nas mais variadas
alterações da normalidade, inclusive quando da aplicação de força letal.

2.1.1. Em serviço: Antes de começar o turno é muito importante que a


equipe de serviço, desde uma fração elementar a um Pelotão (RONE, ROTAM,
ROCAM, CHOQUE, ETC), realize sempre uma preleção, que vai além dos avisos
administrativos e de cunho profissional (Ordens de Serviço a cumprir, por exemplo).
É fundamental que estas equipes tenham também a apresentação, discussão e
recapitulação das técnicas de abordagem, condições do armamento na abordagem
policial e durante o patrulhamento, entre outras, deixando viva a memória destas
técnicas, táticas e ações a serem realizadas no serviço.
Também importante realizar (com todos os cuidados afetos ao caso) o
treinamento de abordagem e técnicas de patrulhamento como: embarque e
desembarque da viatura, retirada do cinto de segurança, etc.
Lembrar a importância de sempre estar em contato visual com seu(s)
parceiro(s) de equipe para que possam agir em conjunto, evitando ações isoladas ou
que possam interferir na ação ou resposta da equipe frente a uma situação de risco.

2.1.2. Fora de serviço: Estar em constante atitude expectante. A arma de


fogo deve ser uma ferramenta de defesa do policial militar e para isto o acesso a ela
deve ser da forma mais ágil possível.
Perceber o ambiente em que está inserido, observando atentamente ao seu
redor para analisar as melhores ações possíveis a serem efetivadas em caso de real
necessidade, dentro do que o local pode proporcionar.
LEMBRE-SE: ATÉ MESMO A AÇÃO DE NÃO AGIR PODE SER A MELHOR
DECISÃO, POIS O EFEITO COLATERAL NÃO PODE SER PIOR QUE O
RESULTADO DA INTENÇÃO INICIAL PERPETRADA PELOS CRIMINOSOS.
Embora a legislação permita o policial militar à paisana adentrar em ambientes
de grande circulação de pessoas portando arma de fogo, (desde que identificado pelo
estabelecimento, dentre outras determinações) a análise e o planejamento prévio do
militar estadual é primordial, pois uma ação descabida ou desproporcional pode, tanto

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fragilizar a vida pessoal do policial quanto expor negativamente a Corporação.


Deve analisar vias de fuga, cobertas e abrigos, sempre elencando sua ação
mentalmente, caso seja necessário.
Importante ter em mente que fora de serviço,o policial militar tem sua
identificação prejudicada, de relance, pois na maioria das vezes não estará fardado
(excetuando-se os casos em que estará em deslocamento antes ou após seu turno
de serviço, quando poderá realizar fardado), dessa forma quando for agir deve sempre
deixar claro a quem presenciar, que se trata de uma ação praticada por policial militar,
evitando assim ser confundido como um marginal.
Cabe ressaltar a importância da orientação aos familiares e amigos que
costumeiramente estejam próximos, de quais seriam as melhores reações deles numa
eventual ação praticada por criminosos, como por exemplo: permanecerem dentro do
veículo em que estão, mantendo-se abaixados, enquanto isso, você, policial militar,
sairá do veículo com o objetivo de reagir a ameaça, retirando o foco das agressões
para o veículo.

2.2. Estado de alerta


“Um comandante pode ser perdoado por ter sido derrotado,
mas nunca por ter sido surpreendido.” (Napoleão Bonaparte)

Jeff Cooper (John Dean "Jeff" Cooper), um fuzileiro naval americano que
combateu na Segunda Guerra Mundial e Guerra da Coréia, destaca que:

“Os meios mais importantes de sobreviver a um confronto letal, de acordo com


Cooper, não é nem a arma nem as habilidades marciais. A principal ferramenta é
a mentalidade de combate, estabelecido em seu livro Princípios de Defesa
Pessoal” (WIKIPEDIA, 2020).

Baseado neste estudo, os estados de alerta são relacionados a cores,


simbologia esta trazida com o intuito de padronizar as instruções e materializar as
ações a serem tomadas, conforme descrito:
2.2.1. Condição Branca: Inconsciente de seus arredores. Não está em
estado de alerta por sentir-se seguro, por exemplo em sua casa, em horário de
descanso, sonolento. Local em que haverá outras formas de segurança que

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possivelmente dará tempo de uma reação eficiente, pois ser atacado em condição
branca quando não houver outras formas de segurança, provavelmente o opositor terá
êxito.Obs.: Não confundir com o momento de saída e chegada em casa, pois nessa
situação as barreiras físicas, portas e portões estarão abertos.
2.2.2. Condição Amarela: Consciência geral dos arredores. Monitora as
condições do ambiente que circunda. É uma condição que o policial militar pode
permanecer durante as 24h (vinte e quatro horas) do dia.
2.2.3. Condição Laranja: Estado de alerta específico: Identificada a possível
ameaça e se adotam planos de ações para fazer frente ao perigo, decisão do que
fazer ou não fazer (Se o oponente fizer algo determinado, eu reajo com determinada
técnica). Consegue ficar nesta condição por algumas horas.
2.2.4. Condição Vermelha: Condição de luta. Algo ocorreu, o oponente fez
algo determinado que necessita reagir (atirar) e esta ação deve ser imediata porque
está preparado para realizar instantaneamente. O ser humano consegue estar nesta
condição por minutos.
2.2.5. Condição Preta: Esta condição foi inserida pela USMC36, retratando a
condição de pânico. Situação de desvantagem tática, portanto haverá necessidade de
mudar a condição assim que possível para no mínimo vermelha.

2.3. Estado de alerta em serviço


O serviço policial militar demanda trocas contínuas das condições dos estados
de alerta, pois não raramente, sofrem mudanças bruscas. Para tanto, é preciso estar
atento para perceber a situação inserida a fim de se manter no novo patamar de
atenção requerida.
Diante disso, utilizando a doutrina de Cooper, durante o trabalho policial, seja
em patrulhamento a pé, motorizado, embarcado, aéreo, montado, etc. o policial militar
deve estar em condição amarela.
Durante a realização de um PB ou PA (Ponto de Apeamento – Patrulhamento
Hipomóvel), inicialmente em condição amarela, contudo a condição laranja deverá
estar sempre iminente, pois o policial torna-se uma referência e está em destaque no
cenário justamente pela ostensividade da farda, ou da viatura, ou do semovente.
Sendo assim, toda pessoa que se aproxima, deve receber atenção redobrada, um

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O United States Marine Corps (USMC), também conhecido como os fuzileiros navais dos Estados Unidos, é um
ramo das Forças Armadas dos Estados Unidos.

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alerta específico.
Em uma abordagem policial, na ação por iniciativa, condição vermelha, até
que se domine a situação e neste sentido pode-se retrair para condição laranja.
Ao ser acionado para uma ocorrência, seja ela de vulto ou não, (porque não
se pode mensurar o risco em uma ocorrência até dominar a situação) a condição no
deslocamento ainda estará em condição amarela, contudo ao se aproximar do local
ou deparar-se com o fato passa para condição laranja, onde a identificação de
possíveis perigos (opositores) deve ser rápida, de onde o planejamento mental da
ação também está iniciado. Pronto para progredir para a condição vermelha.
Durante todo o atendimento, a condição laranja permanece, mesmo com a
arma de fogo coldreada / em bandoleira.
Caso ocorra a confrontação, condição vermelha, dentro do uso seletivo ou
diferenciado da força, a reação do policial deve ser para encerrar a ação do oponente.
Destaque-se que ESSAS CONDIÇÕES NÃO ESTÃO EM SÉRIE, OU SEJA,
PODE-SE SAIR DE UMA CONDIÇÃO BRANCA OU AMARELA DIRETAMENTE
PARA A VERMELHA.
Na atualidade em que as inovações tecnológicas estão tomando espaço para
melhorar os atendimentos de ocorrências, deve-se lembrar que, enquanto um policial
militar permanece com a atenção voltada para o aparelho eletrônico em questão,
manuseando-o, o outro componente da equipe DEVE OBRIGATORIAMENTE
ATENTAR-SE PARA A MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAS.
Corriqueiramente, nos deparamos com equipes inteiras visualizando
mensagens instantâneas em seus respectivos aparelhos telefônicos ao mesmo
tempo, portanto deixam a condição LARANJA, PASSANDO PARA A BRANCA.

“ISSO NÃO É UMA CONDIÇÃO ACEITÁVEL, POIS NÃO


SE TRATA APENAS DE UMA TRANSGRESSÃO A
DISCIPLINA, E SIM UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA.”

Por diversos motivos, alguns policiais militares deixam que a rotina do serviço
policial militar se torne um hábito, permanecendo durante o serviço com desatenção
e negligência, e mesmo assim retornam ilesos para casa, contudo o dia em que algo
ocorrer, NÃO TERÃO UMA SEGUNDA CHANCE.

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Para melhor visualização das posturas a serem tomadas pelos policiais


militares frente as diversas situações corriqueiras, com o escopo de se tornar
memória, apresentamos abaixo em forma de quadro:

Tabela 1-Estados de alerta e ação policial.


Estado
de Alerta
• PB ou PA (ao
identificar algo fora da
normalidade)
• Patrulhamento
• Ao chegar em
preventivo sem
ocorrência repassada • Confrontação letal ou
• NUNCA acionamento para
• Ação ESTAR NESSA ocorrência. via COPOM ou por não.
Policial ação policial. • Uso de técnicas não
CONDIÇÃO • PB ou PA
• Após identificar e letais ou letais.
• Deslocamento
controlar abordados.
para ocorrência.
• Durante
• Atendimento de
ocorrência.
• Na mão
• Na mão (na • Para técnica
(durante a abordagem)
viatura, exceto o letal, apontada ao
• Coldre/Bandole
motorista que estará oponente.
ira (PB – PA)
• Arma coldreada) • Não letal, um da
• • Chegada na
mento • No coldre equipe sempre com a
ocorrência (avaliar).
(durante patrulhament arma de fogo na mão
• Após identificar
a pé, motocicleta, para a segurança da
abordados,
hipomóvel) equipe.
coldre/bandoleira.
FONTE: o autor

2.4. Estado de alerta fora de serviço


Fora de serviço o policial militar terá que alterar a forma de porte de sua arma
de fogo, passando da condição ostensiva para velada.
A situação torna-se ainda mais delicada no caso de policiais femininas, que
pela dimensão do armamento regulamentar da Corporação dificulta o porte fora de
serviço.
Superado este detalhamento, fora de serviço o estado de alerta do policial
militar deve ser no mínimo na condição amarela, atentando-se para mudar
rapidamente para as condições laranja e vermelha. Justamente por não estar
identificado pela farda (ostensivo) o policial militar pode passar despercebido por
meliantes ou suspeitos, sendo que nesta condição, o policial militar estará
momentaneamente em vantagem, podendo lograr melhor êxito em uma ação.

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3. POSTURA E CUIDADOS EM AMBIENTES EXTERNOS (FORA DE SERVIÇO)


O homem combate com sua mente. Suas mãos e armamento
são simples extensões de sua vontade. (COOPER, 1985)

Postura é o comportamento, a atitude da pessoa diante das demais, em


sociedade ou em ambientes comuns.
A discrição é a principal atitude do policial militar fora de serviço portando arma
de fogo. Discussões com pessoas descontroladas no trânsito, em filas de banco ou
supermercado, etc. são situações em que o policial militar deve evitar e abster-se.
Portando uma arma de fogo, e em condições de fazer uso dela, o policial
militar deve estar sempre consciente de que ao sacar sua arma de fogo, condição
vermelha, o uso será iminente e sua ação não poderá ter erros, pois poderá ocorrer
prejuízos irreversíveis.
Cabe ressaltar que, ao contrário do relatado por muitas vítimas que os
criminosos surgem “do nada” e desaparecem mais rápido ainda como se estivessem
numa “espaçonave com poderes mágicos de aparecimento”, ELES ESTÃO
TRANSITANDO NORMALMENTE entre as pessoas, esperando uma oportunidade, e
geralmente, esboçam ações suspeitas perceptíveis a quem está na condição amarela.
PORTANTO, ESTEJAM SEMPRE ATENTOS E NUNCA SEJAM
SURPREENDIDOS, ASSIM ESTARÃO SEMPRE EM VANTAGEM.

3.1 Ciclo O.O.D.A. e O3R


Acrônimo O.O.D.A., que significa Observação – Orientação – Decisão – Ação,
foi formulado por John Boyd (1927-1997), o qual identificou, a partir suas experiências
práticas como militar da Força Aérea dos Estados Unidos em batalhas simuladas e
reais, que todo ato de agir taticamente tem como premissa esses quatro elementos e
que se mantêm de forma cíclica (Loop), conforme ilustração:

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•Absorver todas •Contextualizar,


as informações extrair e
do ambiente que processar os
o cerca dados para
subsidiar a
decisão
Observar Orientar-se

Agir Decidir
•Executar a ação •Esolher
decidida mentalmente
previamente qual a melhor
estratégia a ser
aplicada

Fonte: John Boyd

Aquele que consegue manter esse ciclo constante e contínuo, buscando


vantagem tática no combate, acaba quebrando o mesmo ciclo que pode estar sendo
construído mentalmente pelo oponente, o qual necessitará reorganizar seu ciclo com
uma nova observação, conforme quadro abaixo:

PESSOA OBSERVAR ORIENTAR OBSERVAR


1

PESSOA OBSERVAR ORIENTAR DECIDIR AGIR OBSERVAR ORIENTAR DECIDIR AGIR


2

TEMPO
Fonte: o autor.

Como exemplo da utilização prática do ciclo OODA, podemos citar uma


abordagem a um infrator com uma arma na cintura, em que os PMs desembarcam da
viatura e imediatamente se distanciam entre si apontando suas armas e verbalizando
com o indivíduo, formando um cone em relação a ele. Esse procedimento tático de
aproximação pode inibir uma ideação de reagir. Pelo o fato de ter dois oponentes em
posições distintas, acaba quebrando o ciclo de planejamento do suspeito para uma
possível reação armada, pois quando percebe que se encontra em desvantagem
tática, saberá que uma derrota nessa luta se torna crível.

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O “O3R” é outro acrônimo que significa: Observe – Reaja – Reconheça –


Responda.
Diferente do ciclo OODA, o O3R trata das situações repentinas de confronto,
em que o operador não tem tempo para raciocinar, pois, se assim proceder, morrerá.
Aqui o ato de observar se refere a uma informação não cognitiva coletada, ou seja,
sua percepção do ambiente sem processo de consciência total. O ato de reagir, nesse
caso, é instantâneo e instintivo, porém, para que tenha um mínimo de qualidade no
movimento é necessário treinamento motor repetitivo, caso contrário a efetividade se
trona consequência da sorte. Reconhecer significa justamente o fato do operador
entender os padrões que o levarão a uma resposta intuitiva, para depois fazer com
que a prática e os treinamentos condicionem a resposta mais adequada, no menor
espaço de tempo possível. O ato de responder significa que todo estímulo aprendido
desencadeia uma resposta adequada, porém, sem processo cognitivo no momento
da execução, é algo automatizado.
É importante salientar que O3R não substitui OODA, ou vice versa, eles se
complementam. Enquanto um situação está sob nosso controle e podemos usar
estratégias para quebrar o ciclo mental do oponente para confundi-lo e inibir uma
reação, assim o faremos, utilizando OODA. Caso não haja tempo para iniciar uma
tática e nos depararmos com um confronto inevitável e imediato, partiremos para o
O3R.

3.2 Janela de oportunidade


Janela de oportunidade é uma expressão dada a uma possibilidade de ação
durante um curto período de tempo. Trata-se de um período crítico, extremamente
sensível, onde é preciso tomar medida urgente assim que possível, sob pena de não
ter mais “aberta a janela”, ou seja, perder a oportunidade de lograr êxito em recuperar
a vantagem tática.
Nesta situação o policial está sob domínio do oponente, (condição preta) nas
mais variadas formas psicofísicas, sendo necessário buscar e/ou criar uma “janela de
oportunidade” para conseguir uma reação com êxito. Para tanto é necessária uma
análise cautelosa dos riscos e suas consequências, isso tudo numa rapidez elevada
e geralmente sob estresse agudo causado pelo medo.
Mas é extremamente importante tentar manter a calma para procurar a
“janela” e poder retomar a vantagem e controlar a situação.

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4. CONDIÇÃO DA ARMA DE FOGO

4.1 Em serviço:
Foi definido pela Comissão de Instrutores de Tiro da PMPR que o padrão
adotado para a Corporação é utilizar a arma de porte (pistola) CARREGADA E
DESTRAVADA sempre, seja no coldre ou sendo empunhada.
Para armas portáteis a Comissão CONVALIDOU que as armas devem estar
CARREGADAS E TRAVADAS QUANDO NÃO ESTIVEREM NAS POSIÇÕES 4 E 5,
OU SEJA, APONTADA PARA A AMEAÇA, MOMENTO EM QUE DEVERÃO ESTAR
DESTRAVADAS.

4.1 Fora de serviço:


Evitando a tautologia como também aproveitando o treinamento e a
habilitação do policial militar para armas de porte, tendo em vista que armas portáteis
via de regra não serão utilizadas fora de serviço, exceto em casos muito específicos
e particulares (caso o policial tenha uma arma portátil em casa), a condição de
emprego de arma de fogo fora de serviço deve seguir a mesma regra, até mesmo para
que não se confunda na hora do emprego em momento crítico.

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5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

FORO DE SEGURIDAD. Niveles de consciência: Los colores de Cooper.


gestiondelriesgo.com, 2001. Disponível em:
<http://www.gestiondelriesgo.com/artic/discipl/4078.htm>. Acesso em: 12 maio 2020.
WIKIPEDIA. Jeff Cooper. pt.qwe.wiki, 2020. Disponível em:
<https://pt.qwe.wiki/wiki/Jeff_Cooper>. Acesso em: 12 maio 2020.

HENNEMANN, Ana L. Janelas de Oportunidades. Novo Hamburgo, 19 nov/ 2015.


Disponível em:
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2015/11/janelas-de-
oportunidades.html

MINAS GERAIS, Policia Militar. Manual de treinamento com armas de fogo. Belo
Horizonte: Academia de Polícia Militar, 2011;

OLIVEIRA, A. A. (org). Memória:cognição e comportamento. São Paulo: Casa do


Psicólogo, 2007.

PUGLIA, Anderson. Habilitações com armas de fogo - manual do instrutor. 2ª. ed.
Curitiba: [s.n.], 2018.

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UNIDADE VI - RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO

1 INTRODUÇÃO
Durante uma ocorrência policial pode haver muitas variáveis e reações
imprevisíveis que exijam que o policial militar domine técnicas para proteger sua arma
de fogo contra tentativas de arrebatamento por parte de um agressor. A negligência
ou imperícia do policial em reter sua arma de fogo podem trazer consequências fatais,
tendo em vista que a sua arma na mão do agressor possivelmente será utilizada
contra ele próprio e/ou contra terceiros. Para que haja a correta retenção da arma de
fogo, o policial militar deve seguir alguns princípios básicos, sendo eles:
• Manter a atenção e distância do agressor e de terceiros;
• Insistir na verbalização persistindo para que haja a obediência do
abordado;
• Manter a arma no coldre, com todos os dispositivos de retenção
acionados, quando houver proximidade inevitável com o abordado e terceiros
(aglomeração de pessoas), e nas situações em que manter a arma em mãos seja
inconveniente, como, por exemplo, em uma busca pessoal ou mesmo na tentativa de
imobilização de um suspeito em condição de resistência à prisão;
• Nas situações em que um PM estiver com a arma coldreada, devido a
busca pessoal ou tentativa de imobilização de um suspeito, seu parceiro deverá
permanecer com a arma empunhada, fazendo segurança 360º;
• Ter ciência de que o arrebatamento de sua arma de fogo é uma ameaça
letal;
• Utilizar equipamentos do tipo coldre certificados pela Corporação;
• Manter uma empunhadura correta e posição corporal adequada quando
estiver com a arma em mãos.

Os fatores determinantes para saber se há ou não vantagem em um embate


com um agressor, leva-se em consideração a compleição física dos policiais e
abordado(s), vantagem numérica, animosidade de terceiros no ambiente, localidade
e características do terreno, identificação prévia de acessibilidade rápida de arma de
fogo (mãos, cintura, veículos, armários, etc.).
Nas situações em que o abordado não obedecer e houver vantagem
situacional, um dos policiais deve permanecer com sua arma no coldre, estando

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preparado para realizar técnicas de contato, enquanto o segundo deve permanecer


na segurança, pronto para o uso da força letal, observando e auxiliando na contenção
do indivíduo, mantendo atenção no comportamento de terceiros, as técnicas de
contato recomendadas pela PMPR estão expressas no Manual de Técnicas de
Contato para a Atividade Policial Militar – PMPR (PIROG, 2019).
Em algumas situações, mesmo seguindo todos os princípios da abordagem,
o policial militar poderá sofrer um ataque em que o agressor poderá tentar arrebatar a
arma do policial. Para repelir tais ataques, existem técnicas específicas de retenção,
que serão tratadas na sequência, porém, é importante destacar que, caso o PM
agredido esteja na iminência de perder sua arma para o infrator, o seu colega que
estiver na segurança DEVERÁ utilizar a força letal para salvaguardar a vida da equipe.

2 RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO NAS MÃOS


Como ensina Puglia (2018), para falarmos sobre esta retenção é preciso que
o policial tenha ciência de quais são as posições e técnicas de empunhadura
existentes. Começaremos pelas posições de empunhadura apregoadas pelos
instrutores de tiros.

2.1 Posições

2.1.1 Posição 1: Na posição um, o policial está na iminência de sacar sua


arma de fogo, para isso a mão forte deve estar empunhando a arma sobre o coldre,
enquanto a mão fraca, está a frente do corpo esperando para completar a
empunhadura dupla da arma. Além disso, a mão fraca deve permanecer a frente,
para afastar qualquer aproximação inesperada da pessoa abordada. Esta posição é
indicada para ocasiões em que a situação está dominada, entretanto o abordado e a
situação estão sob os cuidados da equipe policial e a natureza da ocorrência exija
atenção.
2.1.2 Posição 2: Nesta posição o policial retira a arma do coldre e deixa ela
retida junto a cintura, enquanto a mão fraca permanece em frente ao corpo. Esta
posição é indicada para ocasiões em que o policial necessite correr com a arma de
fogo em mãos ou ocasiões em que por questões de segurança, ainda seja necessário
estar com arma em mãos, mas que parcialmente a situação já esteja parcialmente
dominada, como ao realizar buscas no terreno.

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2.1.3 Posição 3: Esta é a posição de segurança durante uma abordagem


em que o policial está com a empunhadura dupla focado na movimentação dos
abordados e das pessoas e veículos ao seu redor e a arma está próxima ao corpo
direcionada ao solo. Esta posição é indicada para quando os indivíduos são
abordados e de imediato atendem aos comandos de abordagem, ou seja, quando
estão de costas e com as mãos atrás da nuca com os dedos entrelaçados. Posição
indicada para qualquer policial que esteja executando a função de segurança, seja
num bloqueio policial ou em qualquer outra atividade. Pode ser incluída nesta posição,
a chamada posição "Sul", em que os polegares ficam unidos, e o policial deve
rotacionar a mão fraca para que cubra pela frente, trazendo ela junto ao corpo, é uma
posição que dá maior nível de proteção da arma de fogo e facilita o engajamento
rápido no alvo, caso necessário.
2.1.4 Posição 4: Esta posição é a posição antes de realizar o disparo, em
que o policial coloca a arma a frente dos olhos realizando travamento ósseo ou
muscular da arma de fogo apontando para a possível ameaça. Esta posição é indicada
em ocasiões que existe a iminência de realizar o disparo, ou seja, quando é realizada
a abordagem inicial dos suspeitos até o momento em que eles atendam as ordens de
abordagem, e também, durante qualquer manifestação do suspeito de uma possível
reação a abordagem durante o transcorrer do tempo.
2.1.5 Posição 5: Esta é a posição final e inclui o disparo, sendo que o policial
deve realizar a visada na região do tronco do suspeito e fazer o acionamento do gatilho
de maneira uniforme. Deve ser adotada apenas em ocasiões de legitima defesa
própria ou de terceiros, em que a ação do suspeito cause risco letal a integridade física
dos envolvidos.

2.2 Empunhadura
As técnicas de empunhadura variam e dependem da adaptação do aluno,
entretanto, é recomendado que o policial para situação de abordagem, utilize a
empunhadura dupla tendo em vista que esta contribui para a precisão e uniformidade
dos disparos. Ela deve ser realizada da seguinte forma:
2.2.1 O policial deve empunhar a sua arma com a mão forte, cobrindo a
maior área possível da armação, principalmente na parte traseira, sendo que a mão
fraca deve preencher o restante da armação tentando cobrir ela por completo.
2.2.2 Os polegares podem ficar esticados ou dobrados, sendo que a

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empunhadura pode variar dependendo do tamanho da mão do indivíduo.


2.2.3 Após realizada a empunhadura dupla, a mão forte tem a função de
"empurrar" a arma de fogo e a mão fraca de "puxar" sendo que deve ser usada força
moderada para não ocorrerem erros na realização do disparo.

2.3 Tentativa de arrebatamento de arma empunhada


O policial deve estar empunhando corretamente sua arma de fogo, usando o
peso do corpo, deve empurrar o agressor, enquanto o agressor é movido pela inércia
do movimento, o policial deve inclinar a arma a 90° e puxar ela com força, fazendo
com que a pegada seja perdida (PIROG, 2019). Devendo se afastar do agressor,
tomando as medidas necessárias.
Ainda, nos casos em que o agressor consegue segurar a arma e o policial
sente dificuldade em retirá-la das mãos do agressor e perceber que ficará em
desvantagem, o policial pode se ajoelhar em direção ao agressor trazendo para
próximo ao corpo, apontando para o tronco do indivíduo e realizar um disparo, sendo
que após o disparo, a tendência é de que o indivíduo solte a arma de fogo. Logo na
sequência ocorrerá um incidente em sua pistola, tendo em vista que a mesma não irá
realizar o ciclo de carregamento. Assim, o policial deve dar um tapa na base do
carregador e puxar o ferrolho a retaguarda, para que seja possível realizar novos
disparos.

3 RETENÇÃO DA ARMA DE FOGO NO COLDRE

3.1 Retenção israelense


O policial estará com sua arma retida no coldre, momento em que, o agressor
tentará arrebatar a arma do policial, assim, ele deve recuar com a perna do lado em
que fica localizado seu coldre para trás, fazendo com que a distância entre a arma e
as mãos do agressor aumente, ao mesmo tempo em que empurra o agressor,
realizando a resposta adequada com a janela de oportunidade criada, conforme a
situação exigir (PIROG, 2019).

3.2 Tentativa de arrebatamento frontal


A arma do policial será mantida no coldre, sendo que uma das mãos deve
permanecer empunhando a arma por cima do coldre, enquanto a outra mão desfere

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golpes no agressor até que a agressão cesse, caso não obtenha sucesso em livrar-
se do agressor, deve atacar os dedos do oponente, torcendo-os para que a pegada
da arma seja desfeita, empurrando o agressor na sequência para tomar as medidas
necessárias (PIROG, 2019).

3.3 Tentativa de arrebatamento pelas costas


A arma do policial será mantida no coldre, sendo que uma das mãos deve
permanecer empunhando a arma por cima do coldre, enquanto com o braço oposto a
arma, o policial desfere golpes com o cotovelo no agressor, na tentativa, de fazê-lo
largar a arma, caso não obtenha sucesso nos golpes, o policial mantendo a arma no
coldre, deve realizar um giro de quadril se movimentando, para se desvencilhar da
pegada, empurrando o agressor na seqüência para tomar as medidas necessárias
(PIROG, 2019).

4 RETENÇÃO DE ARMA LONGA


A arma longa deve ser empunhada com as duas mãos, utilizando-se
obrigatoriamente de bandoleira, podendo a arma estar posicionada de maneira
cruzada em frente ao corpo ou apontada ao solo/alto na angulação adequada, quando
na função de segurança ou em posição de disparo (4), apontando para o alvo, nos
casos em que a ameaça e o risco de vida aos policiais ainda forem iminentes.
Nos casos de tentativa de arrebatamento, o policial deve manter o armamento
próximo ao corpo, no momento em que o agressor tocar a arma para tentar arrebatá-
la, caso esteja com ela voltada para o alvo, o policial deve puxar a arma para próximo
ao seu corpo se afastando do agressor, ainda existe a possibilidade do policial utilizar
da arma para realizar golpes, lembrando que a arma deve estar travada em tal
situação.
Ainda, caso esteja com a arma cruzada em seu corpo, assim que o agressor
tocar o armamento, pode reter a arma com uma das mãos e golpear o agressor na
região da face ou dorso, podendo, inclusive utilizar o armamento para tal manobra,
tentando sempre se afastar do oponente para retomar o controle da situação. Nesse
caso, ainda é possível reter a arma com as duas mãos, puxando-a em direção ao seu
corpo (cruzando) e realizar um chute frontal para afastar o agressor. O policial deve
ter cautela quando for realizar chutes no oponente, tendo em vista que ficará em uma
posição de desequilíbrio (apenas um pé no chão).

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A condução e manuseio do armamento poderão variar, conforme o tipo de


bandoleira utilizado pelo militar estadual e o próprio modelo do armamento. Assim, o
operador deve ter pleno conhecimento dos equipamentos que está utilizando.
Principalmente, nos casos de retenção de arma longa, pelo potencial lesivo
que o armamento representa, qualquer tipo de tentativa de arrebatamento deve ser
visto como uma agressão letal, desde que haja habilidade, oportunidade e risco por
parte do agressor. Assim, se a desvantagem da situação colocar em risco a vida dos
policiais, este deve primar por sua vida, e realizar disparos no agressor até que a
ameaça seja inibida.

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5 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

PIROG, Francis. Manual de técnicas de contato para a atividade policial militar.


PMPR, Curitiba – PR, 2019.

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UNIDADE VII - CONFRONTOS EM BAIXA LUMINOSIDADE

1 CONTEXTO DO COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE


A atividade policial-militar, essencial por natureza, é desenvolvida vinte e
quatro horas por dia, sete dias por semana, e, frente a isso, não é difícil perceber que,
seja durante o dia em ambientes confinados, ou no período noturno, o policial
encontrará rotineiramente condições de baixa luminosidade.
Corroborando com isso, estudo baseado em dados e pesquisas do FBI, nos
EUA, demonstra que dois terços dos policiais que entraram em confronto e vieram a
óbito, combateram em situações de baixa luminosidade37. A mesma realidade é
encontrada no estado do Paraná, vez que, conforme Relatório Estatístico Criminal nº
026/2020, elaborado pela Terceira Seção do Estado Maior Geral da PMPR, 60,41%
dos confrontos armados envolvendo policiais militares entre os anos de 2014 e 2020
ocorreram nos períodos da noite e da madrugada, períodos nos quais prevalece a
condição de baixa luminosidade38. Aqui reside a justificativa para a criação de uma
doutrina de treinamento para combate em circunstâncias de baixa luminosidade, isto
é, o alto índice de confrontação com óbito policial no período noturno, muito acima do
período diurno, no qual, por vezes, em ambientes internos de edificações, o combate
também ocorre em situações de baixa luminosidade.
Portanto, conhecer a forma como o olho humano se comporta em tais
circunstâncias, as táticas a serem seguidas durante um combate em baixa
luminosidade, os equipamentos e técnicas existentes, e, mais que isso, treinar
constantemente é crucial para aumentar os índices de sucesso do policial militar
quando confrontado em condições de baixa luminosidade.

2 ADAPTAÇÃO DO OLHO HUMANO


Para a atuação em condições de baixa luminosidade é preciso entender como
o olho humano se comporta nesses ambientes, e, com isso, aumentar as chances de
adaptação, ou, ao revés, evitar condutas que comprometam tal processo por parte do
organismo, porquanto indispensável ao combate, já que, como se sabe, a
identificação positiva do alvo é o primeiro passo diante de um iminente confronto
armado.

37 Betini, 2011, p. 3
38 Paraná, 2020, p.16

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O olho humano possui dois tipos de células de interesse para o combate em


baixa luminosidade, os bastonetes e os cones. Os bastonetes são células
fotorreceptoras da retina, e a atuação mais importante deles é justamente na baixa
luminosidade, pois são cem vezes mais sensíveis à luz que os cones. Eles detectam
apenas tons de cinza e são responsáveis pela visão periférica. Já os cones são
fotorreceptores responsáveis pela visão nítida e em cores, mas, inversamente, são
cem vezes menos sensíveis à luz se comparados com os bastonetes 39.
Com isso, percebe-se que a visão nítida e em cores proporcionada pelos
cones estará muito mais prejudicada na baixa luminosidade do que a visão
periférica e opaca propiciada pelos bastonetes. Em outras palavras, nossa
dificuldade de visão na baixa luminosidade decorre da menor capacidade dos cones
captarem luz, e, consequentemente, proporcionarem uma visão nítida.
Com boa luminosidade, temos visão central por meio dos cones, já com baixa
luminosidade temos visão periférica por meio dos bastonetes, e, neste caso, ficamos
mais sensíveis aos movimentos do que às cores40. Assim, em baixa luminosidade não
devemos olhar diretamente para aquilo que queremos enxergar, mas sim utilizar a
visão periférica para escanear e entender o ambiente41.
Além disso, o olho humano só possui duas formas de se adaptar às
condições de luminosidade.
a A primeira ocorre de forma fisiológica, com a dilatação ou a
contração da pupila, regulando quanto de luz entra nos olhos.
b A segunda está ligada à nossa capacidade de produzir
rodopsina, uma proteína responsável pela captação da luz pelos olhos. Isso porque,
a rodopsina é consumida no processo de absorção da luz. Se o policial for ou
ficar excessivamente exposto à luz (fachos de lanterna, celular, computador, sol forte,
etc) sem que o organismo tenha tempo de repor a rodopsina (horas de sono ou
período de descanso para os olhos, por exemplo), terá maior dificuldade para
enxergar em situação de baixa luminosidade42.
Por todas essas razões, em situações de baixa luminosidade o policial militar
precisa adaptar sua visão à quantidade de luz fornecida pelo ambiente. A transição
da visão diurna, feita sobremaneira pelos cones, para a noturna, realizada

39 Betini, 2011, p. 165/166


40 BRASIL, Polícia Federal, slide 7
41 SÂO PAULO, Polícia Militar, slide 4
42 Betini, 2011, p. 166/167.

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principalmente pelos bastonetes, não é imediata, mas depende de alguns fatores,


entre eles a dilatação das pupilas. O tempo para adaptação “total” varia de indivíduo
para indivíduo, e gira em torno de 15 a 20 minutos43.

3 TÁTICAS PARA COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE


Além da necessária adaptação visual, há uma série de condutas, isto é,
procedimentos ou táticas que, realizadas ou evitadas, aumentam a efetividade do
policial no combate em baixa luminosidade. Em outras palavras, o presente tópico,
tem por finalidade apresentar ao policial militar táticas a serem empregadas em
condições de pouca luz, aumentando, com elas, suas chances de sucesso diante de
ameaças nesses cenários.

3.1 Análise o ambiente.


Como nenhuma reação é mais rápida que uma ação, a antecipação é a alma
do negócio, e, para tanto, a análise do ambiente quando do ingresso em uma condição
de baixa luminosidade deve ser a primeira tática a ser empregada.

PARE E ANALISE O AMBIENTE!

Procure por indicativos de alvo, possíveis camuflagens ou esconderijos, funis


fatais, gradientes de luz e adapte sua visão às novas condições.
Essa análise proporciona antecipação necessária a uma progressão segura,
dando maiores chances de agir ofensivamente ao invés de reagir à uma ameaça com
a qual se depare. Neste segundo caso, o policial contará somente com ações
reflexivas, uma vez que a análise não lhe permitiu antecipar a ameaça. Aqui deverá
praticar a tática de “fogo e movimento”, isto é, disparar com precisão e
agressividade, movimentando-se para fora da linha de ataque.
Esse processo de escaneamento do ambiente deverá ser constante, do início
ao fim da ocorrência que levou o policial a essa condição.

3.2 Ocupe as áreas com menores níveis de luz.


Em situações de baixa luminosidade, onde o cenário apresenta áreas com

43 SÂO PAULO, Polícia Militar, slide 5

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níveis distintos de luz, prefira ocupar as áreas com pouca luz. O policial militar, nestas
circunstâncias, deve procurar ver sem ser visto, ocupando, para isso, as áreas mais
escuras do ambiente. Isso dificultará ser enquadrado como alvo pela o criminoso.

LEMBRE-SE: SEU TEMPO NA LUZ É IGUAL AO SEU TEMPO COMO ALVO.

Ambientes mais iluminados nos trazem uma falsa sensação de segurança, é


preferível abandoná-los e ocupar áreas escuras. Prefira, por exemplo, não
permanecer embaixo de um poste de luz.

3.3 Cuide com a luz à sua retaguarda.


Durante a atuação ou progressão em cenários de baixa luminosidade, o
policial militar deve sempre avaliar sua posição a fim de evitar foco de luz à sua
retaguarda.
Neste sentido, ao sair de um cômodo iluminado e adentrar em outro não
iluminado, devemos rapidamente abandonar a moldura do batente da porta, pois a luz
à retaguarda projetará nossa silhueta e facilitará uma reação contra nós. Ao
passar pela porta, portanto, desloque-se lateralmente, evitando a luz à retaguarda.
Acaso não possa deslocar lateralmente ao adentrar em cômodo menos
iluminado, faça uso de sua lanterna durante a passagem pela porta. Isso equaliza a
quantidade de luz à frente e às costas, evitando a moldura do “cone da morte”.
Além disso, nunca permaneça à frente de policial que esteja acionando a
lanterna à sua retaguarda e em sua direção. Desloque-se lateralmente para evitar ser
emoldurado. O inverso também é válido, nunca acione sua lanterna de modo a
iluminar o colega à sua frente.

3.4 Foque a lanterna nos olhos do agressor


Em cenários com pouca luz, não só o policial, mas também o agressor,
necessitar manter a visão minimamente adaptada para fazer uso da força, e, todo o
processo de adaptação, já demonstrado, é interrompido quando os olhos são
atingidos, ainda que momentaneamente, por luz focal de alta intensidade.
Partindo-se deste princípio, utilizar o foco da lanterna contra os olhos de
possível agressor que esteja em um cenário de baixa luminosidade, criará uma

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janela de oportunidade - por OFUSCAMENTO e CONFUSÃO MENTAL - para uma


ação assertiva pelo policial, letal ou não letal.
Em situações de confronto armado, o foco da lanterna deve ser dirigido à face
do oponente, visando desorientação, enquanto o aparelho de pontaria da arma do
policial será direcionado para o tórax do agressor, visando disparos na grande massa.

3.5 Disparos em baixa luminosidade


Trata-se, aqui, da tão conhecida tática dos 3 “F”, do inglês “flash, fire, fly”, que,
traduzidos, significam: ilumine, atire e voe, em referência à tática segundo a qual o
policial, em situação de confronto em baixa luminosidade, deve iluminar e identificar
seu alvo, engajá-lo e atingi-lo com disparos, apagando a lanterna e abandonando
rapidamente sua posição.

Os 3 “Fs”, do inglês “flash, fire, fly”, que,


traduzidos, significam: ilumine, atire e voe

Melhor do que atingir um possível agressor, é não ser atingido por ele. Para
tanto, a movimentação é fator de singular importância na sobrevivência policial.
Em um combate em baixa luminosidade, policial precisará ter a capacidade
de empunhar sua arma e sua lanterna, acionar a lanterna e efetuar disparos, ao
mesmo tempo em que se movimentar lateralmente ou em diagonais alternadas em
relação ao alvo.
Isso dificultará que o agressor seja assertivo em suas ações contra o policial,
que só deve deixar de se movimentar quando encontrar um abrigo adequado, ou
quando tiver uma identificação visual de incapacitação do agressor.
Além disso, é preciso ter em mente que, mesmo que o policial consiga
inicialmente sacar sua arma e sua lanterna, direcionar o foco de luz contra os olhos e
ofuscar a visão do agressor, este ainda poderá ter em sua memória a posição
aproximada do local em que se encontrava policial, e contra esta dirigir seu ataque.
Assim, somente a movimentação do policial impedirá que uma agressão
o atinja quando dirigida à posição em que ele se encontrava quando do acionamento
da lanterna.

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E, ainda que o policial não seja tão assertivo nesse processo de empunhar
uma arma em conjunto com uma lanterna, focar a luz contra a face do agressor e a
arma contra o tórax deste, atirar e se movimentar, a utilização dessa tática lhe será
de grande serventia para dificultar ou impedir que o agressor venha a lhe atingir. Os
disparos servirão, ao menos, como fogos de contenção.
A idéia central é que fogo e movimento sejam uma constante no combate em
baixa luminosidade. FOGO E MOVIMENTO!

FOGO E MOVIMENTO!

3.6 Use luz intermitente a alturas variadas


A regra, no combate em baixa luminosidade, deve ser o uso da lanterna de
forma intermitente, realizando acionamentos momentâneos para navegação ou
identificações (alvo, objetos, etc). Isso porque, quanto mais tempo o policial
permanecer com sua lanterna acesa, mais tempo ele se encontrará na condição de
alvo.
RECOMENDA-SE que o uso da lanterna em condições de baixa luminosidade
seja feito da seguinte maneira: “acenda a lanterna, oriente-se, apague a lanterna,
navegue”44.
O uso do feixe contínuo deve ser exceção, indicado apenas quando for
realizar a passagem pela porta para adentrar em cômodo menos iluminado do que
aquele em que se encontra, ou quando localizado o seu alvo. Nesta segunda hipótese,
ainda, havendo o confronto, o policial deve se valer da tática anterior, ou seja, usar o
feixe contínuo para a identificação e os disparos contra o alvo, mas desligar a lanterna
e mover-se tão logo possível.
Vale destacar que, se o ambiente proporcionar condições, face à existência
de luz residual ou incidental, como a luz da lua ou de postes, casas, etc, é preferível
que o policial navegue pelo ambiente de baixa luminosidade sem utilizar sua lanterna.
Uso da lanterna nestas condições, aliás, poderá fazer com que a adaptação visual de
toda a equipe volte à estaca zero45.
Em suma, use a lanterna somente quando necessário, preferencialmente

44 BETINI, 2011, p. 99.


45 Ibdem, p.98.

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de forma intermitente com acionamentos curtos e em alturas variadas,


dificultando o estabelecimento de um padrão por parte do agressor e
aumentando sua desorientação.

3.7 Alinhe pistola, lanterna e alvo.


Durante uma situação de combate em baixa luminosidade, o policial somente
deve acionar sua lanterna quando ela e a arma estiverem já alinhadas ou
direcionadas ao alvo, evitando, assim, que na transição entre as posições de
condução do armamento, da posição dois ou três para a posição quatro, a lanterna
“varra” o chão já acionada, identificando com grande precisão a localização do policial
no terreno, tornando-o um alvo.

Não faça com sua lanterna um caminho de luz até sua posição!

Ocorre que, em um confronto iminente ou atual, ainda que a lanterna não


esteja perfeitamente direcionada aos olhos do agressor, iluminará o suficiente para
identificação positiva do alvo e ofuscamento do agressor. Isso reforça o conceito de
que o faixo de luz da lanterna não precisa estar exatamente alinhado com o aparelho
de pontaria da arma para poder disparar. Por isso é desejável que a as lanternas,
apesar de compactas, sejam potentes.
ATENÇÃO: As táticas apresentadas nessa seção destinam-se ao emprego
em ambiente urbano, pois, embora seja possível que o policial militar também se
encontre em condições de baixa luminosidade quando em ambiente de mata, neste
caso deverá observar as táticas e técnicas especificadas na doutrina de patrulha rural,
evitando quebrar a disciplina de luzes e comprometer a segurança da equipe.

4 EQUIPAMENTOS PARA COMBATE EM BAIXA LUMINOSIDADE


Tão importante quanto o conhecimento de táticas para combates em
ambientes com baixa luminosidades, ou seja, o conhecimento e aplicação de
princípios de combate em ambiente com baixa luminosidade, é conhecermos e
verificarmos os equipamentos e acessórios disponíveis atualmente para trabalho
policial, analisarmos seu funcionamento, emprego, bem como a sua viabilidade de
aplicação.
Existem diversos equipamentos para atuação policial militar em situações de

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baixa luminosidade ou inexistência total de luz, tais como os mono ou binóculos de


visão por infravermelho, ou por visão termal, os quais, por se tratarem de
equipamentos importados, apresentam custo muito alto para uso ordinário. Há,
também, lasers dedicados, nas cores verde e vermelho e infravermelho, os quais após
terem sua pontaria aferida, são ferramentas muito interessantes para realização de
visadas em posições não ortodoxas e tiros de reação.
O principal equipamento, entretanto, que é de comum uso entre as forças
policiais, no serviço ordinário, principalmente por apresentar custo mais baixo, é a
lanterna, a qual se apresenta em diversos tamanhos, formas de funcionamento, tipos
de emissão de luz, formatos, composição de materiais e, quando utilizada em serviço
policial, são denominadas como lanterna de mão, lanternas de combate (handheld
flash lights) ou dedicadas (pistollights).

4.1 Lanternas de mão


As lanternas de mão serão classificadas a seguir de acordo com o seu tipo de
acionamento, ou seja, o posicionamento do interruptor e a tecnologia utilizada no
interruptor do equipamento, sendo apresentado os três tipos mais utilizados no meio
policial:
a. Botão deslizante lateral;
b. Botão de apertar lateral;
c. Botão de apertar traseiro.

4.1.1 Lanternas com acionamento lateral


Quanto a forma de acionamento da lanterna, as primeiras gerações traziam o
botão deslizante na lateral do corpo da mesma, sendo seu acionamento comumente
realizado com o dedo polegar. Devido a essa peculiaridade de acionamento, seu uso
no serviço operacional, principalmente em situações extremas, ou seja, no combate,
é dificultado devido ao posicionamento para segurar e acionar, ao mesmo tempo em
que se empunha o armamento utilizado. Essas lanternas de primeira geração, devido
a tecnologia da época de lançamento, anos 60, apresentavam-se pesadas,
normalmente com corpo em metal, não tinham foco dirigido, além de baixa quantidade
de lumens.

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Figura 1: lanterna com botão deslizante na lateral.

Fonte: (imagem disponível em: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1381795753-lanterna-


antiga-sem-uso-na-cor-azul-_JM>, 13 dez. 2020.)

Na seqüência temporal, por volta dos anos 70 a início dos anos 80, a evolução
trouxe para o uso policial lanternas com capacidade maior de lumens, ainda grandes
e fabricadas em metal, porém mais resistentes, e com o diferencial do acionamento
ser por botão lateral. Algumas dessas lanternas, botão de apertar lateral ou
“pushbutton” como a da marca Maglite, eram utilizadas no serviço operacional da
PMPR no início dos anos 2000, e por seu tamanho e rigidez, serviam como espécie
de bastão.

Figura 2: lanterna com botão de apertar lateral.

Fonte: (Imagem disponível em: <https://maglite.com/collections/police-security/products/ml300l-4d-


led-long-running-flashlight-nasar>, 13 dez. 2020.)

4.1.2 Lanternas com acionamento traseiro.


A evolução das lanternas chega aos dias atuais com as chamadas lanternas
de combate, as quais apresentam grande entrega de luminosidade, chegando a mais
de 1000 lumens, tamanho reduzido e ideal para segurar todo o seu corpo na palma
de uma mão. Trazem, também, ranhuras por todo o corpo devido o uso em
empunhaduras diversas no uso tático. Elas apresentam, normalmente, o sistema de
botão de apertar traseiro, o “Tailswitch”, ou seja, na parte final da lanterna, o que
facilita seu acionamento com o dedo polegar ou, quando segurada na forma seringa,
com a palma da mão. Na PMPR, por exemplo, no ano de 2013, todos os policiais

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militares do BPFron receberam sua lanterna tática COBRA, de 500 lumens, com
Tailswitch, através e de projeto próprio junto à SENASP.
Figura 3: lanterna com botão de apertar traseiro.

Fonte: (Imagem disponível em: <https://www.surefire.com/products/illumination/flashlights/fury-


intellibeam-dual-fuel/>, 13 dez. 2020.)

4.2 Lanternas dedicadas


As lanternas dedicadas, “Pistol Flash lights”, são desenvolvidas para
serem encaixadas e fixadas diretamente nas armas de fogo. Estas lanternas
normalmente são de tamanho reduzidos para pistolas e de tamanho tático para armas
portáteis e entregam grande luminosidade, tais como as lanternas de combate. Elas
podem ser acopladas no armamento em diversos locais, de acordo com a
especificidade técnica de cada armamento, sendo em pistolas comumente acopladas
em Trilho Picatinny a frente do guarda mato na armação e com acionamento por
botões bilaterais. Em armas portáteis, são normalmente acopladas também em trilhos
picatinny nas laterais ou parte de inferior do guarda mão, podendo seu acionamento
ser realizado simultaneamente com outros equipamentos tais como Lasers de forma
única na própria lanterna ou com acionamento remoto via interruptor tipo Pads em
locais fixados de acordo com a adaptação do atirador.
Figura 4: lanterna dedicada.

Fonte: (Imagem disponível em: <https://www.crosster.com.br/olight?product_id=526312757>, 13 dez.


2020.)

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5 TÉCNICAS PARA USO DE LANTERNAS


Assim, conhecendo o contexto da atividade policial em baixa luminosidade, o
comportamento do olho humano frente a ela, as táticas a serem observadas em tais
circunstâncias, e, também, os equipamentos disponíveis e recomendados, faz-se
necessário aprender as técnicas existentes e as mais adequadas à atividade policial
militar, as quais, juntamente com a série de procedimentos apresentados junto às
táticas do combate em baixa luminosidade, vão compor a “caixa de ferramentas”
para atuação ou confrontos nessas circunstâncias.
Desta forma, apresentamos as mais conhecidas técnicas policiais para uso de
lanterna normalmente ensinadas nos bancos de acadêmicos, de acordo com a
especificidade técnica da lanterna, seja por suas dimensões, forma de acionamento,
aplicações táticas e, principalmente, a adaptabilidade motora de cada Policial Militar.

5.1 Técnicas para lanternas de grandes dimensões


Lanternas de grandes dimensões demandam atenção especial em situações
de recarga da arma de fogo ou solução de panes. Desta forma, como elas
normalmente não apresentam fiel, faz-se necessário o treino para automatizar a
reação motora nos casos citados, sendo como sugestão a lanterna acondicionada na
axila da mão que empunha a arma ou entre as pernas quando se diminui a silhueta.

5.1.1 Chapman
A Técnica de RAY CHAPMAN é utilizada quando dispomos de lanternas,
normalmente grandes, com botão de acionamento lateral e deslizante, o que obriga o
operador a utilizar o polegar para acionamento.
Há que se fazer a oposição de forças entre a mão forte que empunha a arma
e a mão fraca que segura a lanterna apontando-a para o alvo com indicação do
polegar.
É uma posição não confortável e, pelo fato de não haver uma empunhadura
dupla, que não desenvolve boa precisão do tiro.

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Figura 5 a 8: Técnica de RAY CHAPMAN.

Fonte: autores.

5.1.2 Ayoob
Outra forma de emprego de lanternas grandes é a Técnica AYOOB, a qual
tem grande similaridade com a Chapman, porém não há somente oposição de forças
para estabilidade do tiro, pois, como essa técnica necessita de lanterna com botão
simples, pushbutton, é possível realizar com a mão fraca uma semi- empunhadura
dupla, fato que estabiliza e melhora a condição de disparo. Isso decorre do fato
de o botão ser pressionado transversalmente ao sentido da lanterna, liberando os
outros dedos da mesma para se fixarem na empunhadura da arma.

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Figura 9 a 11: Técnica de AYOOB.

Fonte: autores.

5.2 Técnicas para lanternas de combate


Diferentemente das lanternas de grandes dimensões, em situações de
transição de armas, recarga de arma e soluções de panes, as lanternas de combate
apresentam a facilidade do uso de fiel, o qual deve ser acoplado na parte posterior da
mesma e, durante o uso da lanterna, presa ao punho da mão fraca do Policial
Militar, de forma que, nos momentos de recarga do armamento ou em soluções de
pane, a lanterna pode ser rapidamente solta ou recuperada pelo operador.

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Figura 12: momentos de recarga do armamento.

Fonte: autores.

5.2.1 Armas de Porte


5.2.1.1 Harries
Com a evolução das qualidade das lanternas, principalmente com o advento
das lanternas de combate, com acionamento traseiro, as técnicas seguiram o mesmo
caminho e Michael Harries apresentou sua técnica. Esta consiste na oposição de
forças das mãos, porém, agora com o dorso das mãos que empunham a arma e que
empunham a lanterna de dimensões reduzidas. Essa técnica, porém, apresenta a
desvantagem de não ser possível o disparo com empunhadura dupla, bem como a
dificuldade de engajar alvos para o lado da mão que empunha a arma.

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Figura 13 a 16: técnica Harries.

Fonte: autores.

5.2.1.2 Rogers
Bill Rogers, também trouxe sua técnica a qual é uma das mais utilizadas
atualmente no meio policial com utilização de lanternas táticas. Nesta técnica, o
operador segura a lanterna entre os dedos indicador e médio, da mão fraca, forçando
sua parte traseira, tailswitch, contra a palma da mão. Ao segurar a lanterna assim, é
possível deixar a lanterna paralela com o cano da pistola, bem como realizar a
empunhadura dupla, promovendo estabilidade no disparo.

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Figura 17 a 19: técnica Rogers.

Fonte: autores.

5.2.1.3 FBI Modificada


Outra técnica importante de uso de lanterna é a FBI modificada, pela qual o
policial deve segurar sua lanterna alta, acima da cabeça e lateralizada em relação ao
eixo medial do corpo, de forma a auxiliar a iluminação em ambientes com mobiliário
ou com muitos objetos, bem como não ter sua posição revelada.
A FBI modificada vem da FBI, pela qual o braço da mão que segura a lanterna
fica totalmente estendido e paralelo ao solo. O principal ponto negativo desta

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técnica é o uso de empunhadura simples, dificultando a estabilidade do disparo e


facilitando o arrebatamento do armamento, motivo pelo qual recomenda-se que a
arma seja carregada próximo ao corpo em situação de combate aproximado.

Figura 20: técnica FBI modificada.

Fonte: autores.

5.2.1.4 Pescoço (Neck Index)


A última técnica que trataremos para armas de porte é a Técnica do
Pescoço, na qual se posiciona a lanterna junto da junção pescoço/cabeça, com a
parte medial do punho voltada para frente em direção ao alvo. Desta forma, é possível
realizar o acionamento pelo botão traseiro ou lateral da lanterna, bem como dirigir o
feixe de luz automaticamente para onde o rosto está visualizando, tendo em vista que
ao girar a cabeça para qualquer lado a mão que segura a lanterna acompanha o

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movimento.

Figura 21: técnica do Pescoço (Neck Index).

Fonte: autores.

5.2.2 Armas portáteis


Para armas portáteis, tendo em vista toda a diferença em empunhadura,
tamanho, peso, recuo após o disparo, bandoleiras, etc, duas técnicas são as mais
utilizadas no âmbito policial, sendo a Tocando Telha/Guarda Mão e a Cruzada.

5.2.2.1 Tocando a Telha / Guarda mão / Carregador


O uso de lanterna com acionamento traseiro é fundamental, visto que a mão
fraca que segura a lanterna tática entre os dedos indicador e médio, também apoia no
guarda mão ou telha da arma ou o carregador, de forma a pressionar o botão traseiro
contra a telha ou contra o carregador da arma longa para ligar ou desligar a lanterna.
Trata-se de uma técnica eficaz, com bom controle de estabilidade dos disparos e
boa empunhadura.

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Figura 22 a 25: técnica do uso da lanterna em arma portátil.

Fonte: autores.

5.2.2.2 Cruzada
Para a técnica Cruzada, entretanto, a estabilidade da arma portátil durante a
empunhadura não se dá com o uso da mão fraca que segura a lanterna tática e sim
com o uso da articulação anterior de cotovelo, visto que a frente da lanterna deve estar
voltada para frente, ou seja, para parte medial da mão e botão de acionamento junto
ao polegar. Desta forma apóia o guarda mão sobre a lateral do cotovelo para

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estabilização vertical. É possível, também, além de apoiar a arma sobre o braço fraco,
envolver o carregador da arma portátil com a parte anterior do cotovelo, o que
proporcionará certa estabilidade lateral no disparo.

Figura 26 a 27: técnica do uso da lanterna em arma portátil.

Fonte: autores.

5.3 Lanternas dedicadas


Por fim, mas não menos importante, o uso da lanterna dedicada, ou
acoplada, que utiliza lanternas específicas para acoplagem e fixação na própria arma
de fogo.
Uma grande vantagem é o fato de após realizar a acoplagem e a devida
regulagem, essas lanternas possuem grande vantagem durante situações de uso de
força letal, visto que elas não ocupam lugar nas mãos do policial, fato que propicia
a perfeita empunhadura da arma de fogo, seja ela de porte ou portátil, propiciando
precisão no tiro.
Outro ponto de destaque neste tipo de lanterna é que elas podem ser
acompanhadas do sistema de laser, o que facilita a visualização aproximada do ponto
de impacto do projétil, principalmente em posições não ortodoxas.

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3

Figura 28 a 29: empunhadura lanterna dedicada.

Fonte: autores.

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3

6 EXERCÍCIOS SUGERIDOS

TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE


Exercício/ Qtde de
Descrição do Exercício
Arma tiros
Dividir a turma em três linhas de 10 alunos.
Posicionar os alunos a 10 metros de alvos metálicos,
preferencialmente.
Apresentar e executar com os alunos, de forma
sequencial, as técnicas Harries, Rogers, FBI, FBI Modificada
e Pescoço Indexado.
Ao silvo de apito os alunos deverão sacar a pistola (mão
ativa) e a lanterna (mão reativa ou de apoio), alinhando ambas
Técnicas com o possível alvo, acionar a lanterna, identificar o alvo,
individuais acionar o gatilho de 3 a 5 vezes, apagar a lanterna, e então
em seco de recoldrear os equipamentos. 0
forma Neste exercício não são realizadas movimentações.
estática Corrigir os alunos quanto aos procedimentos da seção 3
deste capítulo, tal qual para não criar um caminho de luz com
acionamento precoce da lanterna.
Executar ao menos 5 vezes cada técnica antes de passar
para a técnica seguinte.
Após passar e executar com todas as linhas todas as
técnicas aqui indicadas, seguir para o próximo exercício.
O exercício pode ser feito também com lanterna dedicada,
caso o alunodisponha.

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TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE


Exercício/ Qtde de
Descrição do Exercício
Arma tiros
Dividir a turma em três linhas de 10 alunos.
Posicionar os alunos a 10 metros de alvos metálicos,
preferencialmente.
Apresentar e executar com os alunos a forma como podem
solucionar incidentes tendo que empunhar arma e lanterna ao
mesmo tempo durante confronto em baixa luminosidade.
Partindo os alunos da posição quatro com arma em pane
seca e com o conjunto arma- lanterna alinhados ao alvos, o
instrutor executará um silvo de apito.
Após o silvo os alunos deverão iluminar a arma
identificando a pane seca, e, seja soltando a lanterna
Solução de
apagada em um fiel, seja passando a lanterna apagada para
incidentes e
a mão ativa (entre os dedos mínimo e anelar), realizar a troca
realização de 0
de carregador.
recargas em
Repetir o exercício ao menos 5 vezes.
seco
Realizar o mesmo procedimento (soltar lanterna no fiel ou
passar para a mão ativa) com as técnicas de solução de
incidentes, sendo ao menos 5 vezes para o procedimento
tapa-golpo-tiro, e ao menos 5 vezes o procedimento para
solução de dupla alimentação.
Após passar e executar com todas as linhas as três
seqüência de procedimentos aqui indicadas, seguir para o
próximo exercício.
QUESTÃO: VERIFICAR POSSIBILIDADE DE
SOLUÇÃO/RECARCA USANDO THYRM
SWITCHBACK.

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3

TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE


Exercício/ Qtde de
Descrição do Exercício
Arma tiros
Dividir a turma em três linhas de 10 alunos. Posicionar os
alunos a 10 metros de alvos metálicos, preferencialmente.
Apresentar e executar com os alunos, de forma sequencial,
as técnicas Harries, Rogers, FBI, FBI Modificada e Pescoço
Indexado. O procedimento será: ao silvo de apito os alunos
deverão sacar a arma (mão ativa) e a lanterna (mão reativa
ou de apoio), alinhando ambas com o possível alvo, acionar
a lanterna, identificar o alvo, realizar os disparos até pane
seca, uma recarga e repetir esta sequência com o segundo
carregador. Serão três séries. Na primeira série, realizar
o procedimento para técnica harries (dois carregadores com
duas munições em cada um).
Técnicas Na segunda série, realizar o procedimento para técnica
individuais Rogers (dois carregadores com duas munições em cada um).
com tiro real Na terceira técnica, realizar o procedimento para as 14 tiros
de forma técnicas FBI, FBI Modificada e Pescoço indexado (dois
estática carregadores com três munições em cada um, sendo um
disparo com cada uma destas três técnicas, recarga e mais
um disparo com cada uma destas três técnicas).
Panes e incidentes os alunos deverão solucionar sem
comando.
Ao final de cada série os alunos deverão realizar o follow
through (acompanhamento do alvo e busca por novas
ameaças), tomando o cuidado de não direcionar o cano da
arma para o fundo do estande, mas tão somente a lanterna.
Após passar e executar com todas as linhas as três séries
aqui indicadas, seguir para o próximo exercício.
O exercício pode ser feito com lanterna dedicada, caso o
aluno disponha.

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TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE


Exercício/ Qtde de
Descrição do Exercício
Arma tiros
Dividir a turma em equipes de 4 policiais.
Posicionar os alunos a 10 metros de alvos metálicos,
preferencialmente, deixando um espaço de 5 a 7 metros entre
cada aluno, os quais trabalharão de forma alinhada.
Ao silvo de apito os alunos deverão sacar a pistola (mão
ativa) e a lanterna (mão reativa ou de apoio), alinhando
ambas com o possível alvo, acionar a lanterna, identificar o
alvo, disparar 3 vezes, apagar a lanterna deslocar
lateralmente de 2 a 3 passos em posição de controle de cano
(sugere- se temple index para este exercício), realinhar arma-
lanterna com a possível posição do alvo, acionar a lanterna
para identificar incapacitação fisiológica da ameaça, iluminar
sua arma buscando por incidentes, apagar a lanterna e
deslocar lateralmente de 2 a 3 passos em posição de controle
Fogo e
de cano (sanando possíveis incidentes neste percurso), e, 4 tiros
movimento
nesta nova posição, buscar novamente pelo alvo, iluminar e
efetuar outros três disparos.
Realizar o follow through ao final de cada série
(acompanhamento do alvo e busca por novas ameaças),
tomando o cuidado de não direcionar o cano da arma para o
fundo do estande, mas tão somente a lanterna.
Repetir o exercício duas vezes para cada lado, partindo
sempre de uma posição alinhada com o alvo.
Realizar de uma a duas passagens em seco antes de
realizar a passagem com disparos reais.
O aluno deverá adotar ao menos duas técnicas com as
quais melhor se adapte durante esta sequência de
exercícios. O mesmo exercício pode ser feito com lanterna
dedicada, caso o aluno disponha.

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TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE

Total: 38 tiros

Observação: recomenda-se que os alunos pendurem no pescoço ou prendam ao peito


e às costas um bastão de luz química, sendo de cor verde na parte posterior do tronco
e vermelho na parte frontal do tronco, de modo que o instrutor tenha, nestas condições
de baixa luminosidade, a possibilidade de visualizar a posição de cada aluno, e se este
se encontra de frente ou de costas para o instrutor, gerando maior segurança durante
a instrução.

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7 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

PIROG, Francis. Manual de técnicas de contato para a atividade policial militar.


PMPR, Curitiba – PR, 2019.

BETINI, Eduardo Maia. Lanterna tática: atividade policial em situações de baixa


visibilidade: treinamento policial. Niterói: Impetus, 2011. 175 p.

BOLÍVAR, Enio. Baixa Luminosidade: técnicas e táticas. 2. ed. rev. e atual.

BRASIL. Academia Nacional de Polícia. Polícia Federal. Apresentação de


slides: tiro em baixa luminosidade. XIX Curso de Formação de Instrutores de
Armamento e Tiro. 32 slides.

PARANÁ. Secretaria da Segurança Pública. Polícia Militar do Paraná.


Estado Maior Geral: 3ª Seção. Relatório Estatístico Criminal nº 026/2020:
estatísticas sobre os confrontos armados. Paraná, 2020. 19 p.

SÃO PAULO. Polícia Militar. GATE: apresentação de slides: baixa luminosidade.


19 slides.

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UNIDADE VIII - PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE


OCORRÊNCIAS PM

1 INTRODUÇÃO
O nível de segurança e eficiência nas ações Policiais Militares está
diretamente ligado ao seu conhecimento e habilidades adquiridos ao longo da carreira.
Portanto, adquirir, ampliar e exercitar técnicas e táticas desta profissão deve ser uma
atitude contínua na vida do Militar. Procedimentos para atendimento de ocorrências
são um conjunto de técnicas, táticas e outros conhecimentos diversos que auxiliam
na atividade policial.
O atendimento de uma ocorrência policial normalmente advém de uma quebra
da ordem pública, portanto normalmente representa uma situação de risco tanto para
os policiais quanto para terceiros. Dessa forma, buscamos apresentar algumas
técnicas e táticas que possam auxiliar o Policial Militar a aumentar sua segurança bem
como garantir uma boa eficiência durante seu turno de serviço, no momento em que
pode vir a enfrentar tipos diversos de ocorrências,
O conhecimento repassado nessa Unidade considera que princípios
fundamentais de abordagem e de patrulhamento já estão inseridos no policial, sendo
aqui colocadas, experiências obtidas no trabalho policial que colaboram no
atendimento de ocorrências, sendo esta a atividade principal da RPA.

2 PASSAGEM DE SERVIÇO
Sempre ao assumir o serviço os policiais devem verificar se seu companheiro
está apto, física e mentalmente, considerando que o trabalho policial exige que o
operador esteja atento, sendo que problemas particulares podem expor a equipe ao
risco.
A equipe sempre deve saber exatamente onde os materiais estão distribuídos
na viatura, bem como qual armamento e equipamento que cada policial miltiar
carrega. Em uma situacão de confronto, caso o companheiro não esteja em condições
de responder fogo, poderá o parceiro fazer uso de seus materiais para auxiliar na
ocorrência, como carregadores reserva, por exemplo.
Na assunção de servico deve haver troca de informações entre as equipes,
momento em que a equipe que esta sendo substituida deve repassar detalhes
importantes sobre as ocorrências atendidas durante seu turno, pois essas

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informações podem auxiliar a equipe que assume o serviço a dar continuidade a


diligências.
Quando as distâncias entre destacamentos for grande o Oficial CPU deve
buscar realizar uma passagem de serviço ”on line”, a qual propiciará o necessário
contato com todo o efetivo, tanto para troca de informações, quanto para verificar as
condições de cada operador.

3 PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA.


3.1 Repasse da ocorrência:
As ocorrências chegam até a Policia Militar pelo telefone 190, pelo “App 190”,
por solicitação direta ao Policial ou ainda por iniciativa deste ao visualizar a possível
quebra da ordem. De qualquer uma das formas, o profissional que recebe a
solicitação, deve desdobrar esforços ao máximo possível para a obtenção de
informações, a fim de garantir a segurança da equipe e o sucesso no atendimento da
ocorrência.
As informações devem ser repassadas de forma precisa, concisa e rápida as
equipes que farão o atendimento. Quem recebe a solicitação, deve estar apto a
classificar a gravidade, a fim de bem orientar as equipes de rua, bem como
estabelecer prioridades e até mesmo solicitar de reforços para o atendimento da
situação.
Caso já vislumbre inferioridade de força por uma única equipe RPA para
determinada situação, por exemplo, deve alertar a rede sobre a ocorrência recebida e
que a(s) equipe(s) não se aproximem até a chegada de reforço. Também deve
informar imediatamente seu superior imediato como Coordenador do Policiamento
da Unidade, Chefe do COPOM, ou aquele que faz as vezes no seu local de trabalho.
Algumas informações importantes a serem coletadas com o solicitante, conforme
a ocorrência:
• Descrição do fato ocorrido;
• Se o solicitante está diretamente envolvido na ocorrência ou se é uma
testemunha;
• Se haviam ou há pessoas armados no local e que tipo de arma;
• Se alguém está ferido;
• Quantos infratores;
• Características dos envolvidos;

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• Sentido de fuga;
• Se na fuga foi levado algum veículo ou se foi verificado em qual veiculo
se evadiram;
• Possibilidade de existir reféns em poder dos infratores;
• Objetos subtraídos; e
• Se há elementos suspeitos ou veículos suspeitos na frente ou próximo
do local.
O despachante, se necessário, deve entrar em contato com o solicitante
quantas vezes precisar ou até manter-se com este na linha, para auxiliar as equipes
que iniciaram o atendimento da ocorrência.
Caso seja possível o repasse da ligação do solicitante para a equipe policial,
o despachante deve analisar o estado emocional do solicitante e evitar caso este
esteja alterado.

3.2 Aproximação
Diante da ciência da ocorrência, lembrando que normalmente estamos
tratando de situações de perigo a vida, a equipe deslocará de forma rápida e segura.
No deslocamento nos atentamos para os seguintes detalhes:
• Esteja atento ao rádio, nos deslocamentos de prioridade, aumente o
volume ao máximo, pois com a sirene acionada possivelmente não escutará o rádio
no volume normal;
• Perceba se o rádio operador esclareceu todas as informações vitais para
a ocorrência, caso não, questione informações pertinentes.
Enquanto a equipe desloca para o atendimento, é importante que discutam
uma linha de ação para o atendimento daquela ocorrência. Algumas considerações
abaixo listadas podem auxiliar neste planejamento mental da linha de ação:
• Na maioria das vezes a ligação é realizada quando o autor do ilícito já
se evadiu do local, mas isso não ocorre sempre! Toda aproximação do local da
ocorrência deve ser com atenção e cautela.

ACREDITE SEMPRE NA OCORRÊNCIA.

• O indivíduo do causador do ilícito pode estar com um comparsa que

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próximo, seja para lhe dar segurança ou auxiliá-lo na fuga. Ele pode estar dentro de
um automóvel ou motocicleta, estacionado em ruas laterais ou quadra próximas.
• Se o autor esteja a pé poderá percorrer pelo menos 200 metros em cerca
de 4 minutos andando, isso equivale a duas quadras para qualquer sentido.
Lembrando que dentro desse espaço existe uma infinidade de comércios, residências,
terrenos ou qualquer lugar no qual ele pode se esconder.
• Caso utilize o carro e não consiga superar a velocidade média 40km/h,
em quatro minutos ele estaria num raio de 2,5km do local do fato.
• Ao sair do local o autor pode também trocar de roupa. Há casos em que
autores usam duas ou mais mudas de roupas, de cores bem diferentes, uma por cima
da outra, para ir tirando durante a fuga e despistar testemunhas e a polícia. Por isso
a importância da atenção quanto às características físicas repassadas, como
tatuagem, equipamentos, capacete, altura, peso, idade, dentre outros.
A troca de informações entre as equipes de serviço é primordial como, por
exemplo, identificação de um local comumente usado como homizio, um autor de
crimes que nos últimos dias estaria usando sempre uma mesma roupa, veículo ou que
tenha determinadas características físicas.
Sempre deve ser considerado o tempo. Para todo o tipo de ocorrência ele
é pertinente para definir linhas de ação. É relevante informar-se sobre o horário da
ocorrência, seja solicitando ao despachante ou verificando também no despacho da
ocorrência no aplicativo PMPR do Smartphone, e conforme for, poderá inclusive
estipular seu tempo de chegada no local. Caso perceba que a chamada acabou de
ocorrer e que a chance de flagrar o ato ilícito seja grande, reforce a rede que o fato
acabou de ocorrer. Em muitas vezes esse repasse faz com que equipes que estejam
próximas possam se aproximar para o apoio.
Todo cuidado no deslocamento com a viatura é fundamental. Em situações
de normalidade, a regra é respeitar as leis de trânsito, ser cordial e manter a
atenção.
Em situações de PRIORIDADE E ACOMPANHAMENTO TÁTICO A
VIATURA DA POLICIAL TEM PRIORIDADE DE PASSAGEM, POR ISSO DEVE-SE:
USAR OS DISPOSITIVOS LUMINOSOS E SONOROS, SEM NO ENTANTO
PERDER O ZELO PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO. Todos os integrantes da
viatura devem auxiliar o motorista com informações de navegação e de segurança.

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Pessoas distraídas não escutam o dispositivo sonoro e


não visualizam o dispositivo luminoso da viatura

Lembre-se que pessoas distraídas não escutam o dispositivo sonoro e


não visualizam o dispositivo luminoso da viatura, alguns policiais militares, em
cruzamentos mais movimentados, utilizam-se da lanterna no modo strobo,
direcionando a veículos que estão transitando, no intuito de trazer a atenção do
condutor para a viatura que esta passando em prioridade. Deve-se ter muito cuidado
com esta técnica, pois conforme a distancia e direção do facho, os motoristas dos
veículos poderão ser ofuscados pela luz da lanterna do policial militar.
LEMBRE-SE “a viatura não abre passagem, ela pede a passagem”.
Conforme consta no Código de Transito Brasileiro: a prioridade de passagem na via
e no cruzamento, DEVERÁ se dar com velocidade reduzida e com os devidos
cuidados de segurança, obedecidas as demais normas daquele Código. Pessoas
podem apresentar reações inusitadas no trânsito, por nervosismo e inexperiência ao
se depararem com uma viatura em deslocamento com luzes e sonoros de
emergência, por isso, CUIDADO.

A viatura não abre passagem, ela pede a passagem

Diante das informações, a equipe deve se aproximar do local evitando


derrapagens e frenagens bruscas, bem como desligando os sinais sonoros e
luminosos, quando assim for prudente. Essas medidas podem manter o efeito
surpresa e o princípio da oportunidade ao seu lado.
Se cabível ao tipo de ocorrência, desligar o motor do veículo e pará-lo a uma
distância considerável antes do local que os infratores estão, pois dependendo do
caso, passar em frente ao local da ocorrência fará com que os infratores realizem a
fuga, ou potencializar ataques antes mesmo do desembarque da equipe e
reconhecimento da ameaça.

3.3 Atendimento da ocorrência


Com as informações obtidas, o policial elaborará um plano de ação. Supondo
que com as informações obtidas a equipe entendeu que possivelmente se tratam de

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criminosos que residem em determinada região, ele deverá mentalizar por onde os
indivíduos se evadiriam e tentar interceptá-los. Para isso, deve se realizar um cálculo
de raio aproximado com base no tempo da ocorrência. Vale ressaltar a importância
do rádio operador para estas ocorrências. Os minutos seguintes são fundamentais,
dessa forma, é esperado que as outras equipes mantenham o rádio livre para troca
de informações importantes. O Rádio operador deve realizar contato com o solicitante
buscando saber mais informações para poder repassar melhor a equipe.
Cabe esclarecer que a EQUIPE DESPACHADA NÃO FOI ACIONADA PARA
ESCREVER UM BOLETIM, MAS SIM PARA RESOLVER UMA
OCORRÊNCIA.
Dessa forma, dependendo do caso, ela não desloca diretamente ao local. No
exemplo acima mencionado, os criminosos já haviam deixado o local, assim, fica é
mais lógico tentar interceptar os autores nas proximidades do que propriamente
chegar ao local para realizar o boletim, a não ser que seja indispensável coletar
informações das vítimas. Considerando o caso onde há muitas viaturas realizando
buscas dos autores, por vezes é viável que a equipe titular desloque ate o local da
ocorrência para subsidiar com melhores informações as equipes nas buscas.
Sempre é importante que as equipes do mesmo batalhão, que trabalham no
mesmo turno, tenham um grupo especifico de serviço. Hoje essa ferramenta auxilia
em muito nas distribuições de informações. Um exemplo é quando uma equipe titular,
que chega ao local do roubo e verifica as câmeras de segurança, pode encaminhar
as imagens no grupo policial, aumentando as chances de captura.
O policial atento aos grupos policiais consegue fazer links que ajudam a
direcionar decisões na ocorrência. Por exemplo: com a informação que certos
indivíduos que residem em determinada região estão realizando roubos. As equipes
poderão, diante da informação, realizar patrulhamento pelas possíveis rotas de fuga,
bem como reforçar o patrulhamento próximo da região da onde pertencem.

3.4 Chegada ao local e verbalização


Ao chegar ao local a equipe informará a rede sobre sua chegada (primordial
para segurança), deverá fazer o desembarque da viatura e também diminuir o volume
do rádio HT, no intuito de não ser escutado pelos infratores ou que estes tomem
conhecimento de alguma informação estratégica. Nesse momento a LEITURA DO
CENÁRIO DA OCORRÊNCIA É FUNDAMENTAL.

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A identificação de ameaças, rotas de fuga e abrigos/cobertura para a equipe


é importante.
Independente de uso de aplicativo como gerenciador de ocorrência, a equipe
que primeiro chegou deve reportar no rádio que está no local e assim que possível,
repassar a informação da situação inicial, bem como fatos relevantes e pertinentes a
rede. Nesse ponto o entrosamento e o treinamento da equipe farão muita diferença.
As ações devem ser coordenadas, evitando-se atitudes isoladas.
Em uma situação de risco a equipe policial nunca deve se separar,
buscando manter contato visual um com o outro. Nunca deve sair sozinho correndo
atrás de um possível autor, abandonando seu(s) parceiro(s) ou pior, sem estes
tomarem ciência de sua saída do local. Toda ação deve ser no mínimo em dupla de
policiais e a atitude de cada um deve ser informada ao(s) outros através de sinais
pré-determinados ou mesmo verbalmente, conforme o caso.
Em casos em que seja necessária a abordagem, a equipe buscará a melhor
posição para sua segurança, de preferência um local abrigado/coberto. A verbalização
deve ser clara e enérgica, mas sem ser desrespeitosa (nunca utilizar palavras
pejorativas, de baixo calão ou gírias).
A equipe deve buscar que o suspeito em abordagem, saia de sua
localização de conforto e não que a equipe se coloque em risco, colocando-se
em posição de desvantagem.
Caso tenha que progredir em direção a ameaça, este deslocamento tem que
ser extremamente tático, utilizando-se das técnicas constantes neste manual, para
que possa agir com eficiência em caso de ataque.
Se for veículo, a melhor opção é fazer com que os indivíduos saiam de dentro
deste enquanto a equipe se mantém em posição segura. Aproximar-se do veículo
suspeito, coloca o policial em desvantagem e dá a possibilidade ao marginal de
pensar e atacar.
O mesmo princípio vale para residências e homizio. A EQUIPE DEVE TER
EM MENTE OS LIMITES DE SUA CAPACIDADE DE ATUAÇÃO. Ocorrências
envolvendo reféns, suicidas ou situações semelhantes, devem ser acionados grupos
especializados e as equipes ordinárias devem fazer o melhor isolamento do local
possível até a chegada daqueles.
Cabe esclarecer que neste momento pode haver a rendição dos infratores; ou
a permanência e confirmação da resistência daqueles; ou tentativa de fuga; ou até

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mesmo não ocorrer nada.


A equipe deve continuar atenta, na condição laranja do estado de alerta, e
caso ninguém responda e não ocorra nada, a equipe deverá verbalizar novamente.
Como dito, somente se necessário, a equipe fará a aproximação, progredindo sempre
pensando em sua segurança e pronta para uma possível reação.
Sempre lembrar que quando constatada inferioridade de força para atuar, a
equipe deve pedir prioridade e reforço, buscando local seguro até a chegada do apoio.
O uso de HT auxilia consideravelmente tanto a segurança da equipe quanto a
coordenação de seus integrantes no cenário da ocorrência.
O tirocínio policial o auxiliará a identificar variáveis que o levarão a desvendar
melhor os fatos na cena da ocorrência. Muito deste tino está ligada a experiência e
também a atenção a detalhes como: sinais de arrombamento, movimento de pessoas
dentro de imóveis (cheiro de comida, barulho de televisão ou rádio ligado), janelas
abertas, veículos estacionados com motor quente, (vale lembrar aqui uma dica, caso
possível, verifique a temperatura do disco do freio, ele revelará com mais precisão se
o veiculo esta recentemente ali), presença de cães (se estão presos/soltos, se
aparentemente são brabos/mansos e se latem em alguma direção (principalmente, se
mesmo com a chegada da equipe ele não altera sua atenção para determinado local).
As equipes em apoio devem chegar até o local em prioridade, o que
demonstrará aos meliantes, ao solicitante e a vitima a presença de mais policiais
militares na região. Desta ação tem algumas consequências importantes: a primeira
gerada pelo aumento da segurança da primeira equipe (a demonstração de força
causa muitas vezes a intimidação no infrator e sua rendição); também pode ocorrer
que a vítima neste momento, ao perceber a presença policial, destaque sua posição
com um grito ou algo assim.
O solicitante ao presenciar as equipes, pode ajudar a apontar e esclarecer
melhor algumas dúvidas. Dependendo da ocorrência, a primeira equipe não terá a
oportunidade de conversar com o solicitante devendo as outras equipes, na medida
do possível, tentar aumentar o nível de informações a rede, reforçando a importância
do HT com policiais a pé.
Vale ressaltar que existem pontos negativos a ser considerado quando da
chegada das outras equipes em prioridade: o criminoso ao perceber as equipes
policiais, pode modificar seu comportamento por se sentir acuado, o nervosismo deixa
de ouvir a razão, aumentando exponencialmente o risco da ocorrência. Outra

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desvantagem poderia ser a perda do elemento surpresa da abordagem, caso a


primeira equipe não tenha sido identificada pelo infrator.
É importante neste momento a função do CPU. Este deve ser uma central de
informações no local. Todo detalhe do que esta ocorrendo, deve ser repassado a ele,
sendo ele o coordenador da ocorrência, dessa forma, conseguira decidir melhor
quando estiver a par de todos os detalhes. Considerando a sua função, o CPU sempre
deve deslocar para ocorrências de vulto, no sentido de poder coordenar e buscar
informações valiosas para a ocorrência.
Dicas Importantes:
• Informar-se constantemente no turno sobre os últimos alertas
dos veículos furtados ou roubados, mantendo sua lista atualizada para identificar e
abordar possíveis envolvidos.
• Caso tenha um GPS na viatura, mantenha sempre ele ativado.
Em situações de acompanhamento tático poderá haver locais aonde a equipe não
conhece bem, desta forma, o GPS poderá auxiliar a equipe a repassar os locais por
onde está acompanhando o veículo em fuga.
• Em situações de prioridade, muitas vezes a equipe que esta
lidando com a situação fica muito nervosa e acaba pedindo prioridade sem reportar
sua localização. Para esses casos, as equipes que irão deslocar no apoio, devem se
ater ao prefixo da viatura, pois ela indica em que região atua.
• No deslocamento para o apoio, o rádio-operador deve verificar o
AVL no intuito de reportar a rede aonde consta a viatura da equipe, ao mesmo tempo,
caso a equipe estivesse num atendimento de ocorrência o COPOM deve reportar a
rede a situação que a equipe estava atendendo.

4 CARÁTER GERAL
O caráter geral é um documento montado pelas equipes do serviço diário e
foi criado no intuito de melhorar a busca por veículos com alerta.
O documento é montado em uma folha de papel A4, composto por colunas
divididas em 10 partes identificados com um numero grande de 0 à 9, sendo que cada
parte destas têm 7 linhas e 6 colunas, com os seguintes dados: placa, modelo, cor,
ano, furto/roubo e local. e 10 partes. Cada linha é a referencia para a anotação de um
veículo com alerta. As colunas estão disposta na seguinte sequencia:

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4.1 Forma de preencher:


Cada parte começa com um número grande, o qual serve para indicar o
primeiro número da placa e, na sequência, aparecem outros três quadrados pequenos
para anotar o restante do número da placa.
A próxima célula será preenchida com as letras da placa. Este formato facilita
a busca rápida de veículos na lista. Por exemplo: no patrulhamento, ao avistar um
veiculo suspeito, o policial olha para a placa APH 1215. Como o primeiro número é
“1”, já dirige sua atenção para as linhas em que estão localizadas na parte em que o
número “1” é a referência.
Muitos têm o hábito de decorar as letras da placa de veículos com alerta de
furto ou roubo. Essa postura e dificulta a busca, pois existem muitos carros que
possuem as mesmas características e as mesmas letras de placa.
Com o “caráter geral” não necessitamos decorar placas, mas e sim, somente
modelos.
Perceber rapidamente se o veículo tem alera ou não, diminuem-se as chances
de fuga e risco de ataque à equipe.
Cabe salientar que nas placas novas, também chamada de "placa padrão

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Mercosul", também existem quatro algarismos, sendo ainda possível a continuidade


de uso do documento "Caráter Geral".

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UNIDADE IX - PROTEÇÕES E POSICIONAMENTO DO


POLICIAL MILITAR NO TERRENO

1 INTRODUÇÃO
Este capítulo busca conscientizar o policial militar, que a utilização de cobertas
e abrigos, é essencial para o desenvolvimento da sua atividade operacional,
proporcionando-lhe maior segurança, transformando-se em alguns casos, como
verdadeiros escudos protetores da vida.
É importante informar que existem diferentes entendimentos de conceitos a
respeito do tema encontrados em diversos manuais, como as seguintes definições:
abrigo (proteção), coberta (ocultação), cobertura (ocultação), encoberta (ocultação),
dentre outros.
Logo para seguirmos um padrão utilizaremos as expressões ABRIGO, no
sentido de (proteção) e COBERTAS (ou coberturas), no pensamento de (ocultação)
terminações encontradas e definidas na Portaria nº 008 – COTER, de 2009 (caderno
de instrução CI7-5/1).
Buscamos esclarecer aos integrantes da corporação, os procedimentos
quanto à seleção e utilização de abrigos e cobertas na atividade policial, possibilitando
ações com maior eficiência e eficácia, minimizando, dessa forma, os riscos a que
estão sujeitos nossos recursos humanos quando em efetivo emprego operacional,
estando sozinho e em dupla.

2 PROTEÇÃO DO POLICIAL MILITAR EM TERRENO ABERTO


Devido ao desconhecimento e ao estresse durante o confronto armado,
muitos policiais não utilizam qualquer tipo de coberta ou abrigo, mesmo, por vezes,
tendo ao seu lado a possibilidade de utilização de uma proteção natural (árvores,
morros, etc) e/ou artificial (postes, muros, objetos, etc) que podem oferecer uma
excelente proteção contra os disparos do oponente, agindo como uma ocultação
(coberta) ou proteção (abrigo).

2.1 Como identificar abrigos e cobertas no terreno, diferenciando proteções de


ocultações
Nos deslocamentos táticos, os policiais deverão identificar locais no ambiente
que lhe permitam proteção e ocultação.

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Figura 1: proteções.

Fonte: autores.

As cobertas e os abrigos são anteparos existentes na natureza ou produzidos


pelo homem, encontrados ao longo do deslocamento ou no cenário onde ocorre a
intervenção policial, sabendo que é importante, a fim de obter o benefício máximo de
segurança, que se compreenda bem os seguintes aspectos:
Os abrigos (Figura 2) são usados como proteções, e são anteparos que, por
suas características e dimensões, são capazes de proteger o policial contra disparos
de arma de fogo e arremesso de objetos. O abrigo (proteção)visa diminuir o risco do
policial ser agredido ou alvejado pelo suspeito.
Em conformidade com a Portaria nº 008 – COTER de 2009, citamos a
classificação de abrigo, como: “qualquer coisa que proteja contra os efeitos do fogo
inimigo, particularmente contra os do fogo direto”.

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Figura 2: Policial utilizando um abrigo natural.

Fonte: autores.

As cobertas (Figura 3) são usadas como ocultação. Em regra não têm a


capacidade de deter projéteis disparados contra o policial. A Portaria nº 008 – COTER
de 2009, define coberta como sendo: “qualquer material natural ou artificial, moita,
capim, rede de camuflagem,etc, que possa esconder da observação terrestre ou
aérea, a posição de um combatente ou de uma arma e sua guarnição”.

Figura 3 e 4: Visão do policial/suspeito aplicada em uma coberta.

Fonte: autores.

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Obs.: Para maximizar a proteção nos deslocamentos e nas abordagens, deve-


se, sempre que possível, conjugar o abrigo e coberta.

2.1.1 Como selecionar o melhor abrigo/coberta, entre possíveis opções.

Fonte: autores.

Um policial, ao se deparar com uma situação de risco, na iminência de ocorrer


um confronto armado, deve pensar rapidamente como reagir ao ataque do inimigo, o
qual pode lhe ferir e até mesmo levar-lhe a óbito. Se na situação existir a possibilidade
de se abrigar o policial-militar deverá buscar se proteger, observar e reagir conforme
a necessidade.
Obviamente qualquer “coberta” é melhor do que nenhuma. Mesmo assim,
determinadas barricadas são mais adequadas à proteção do que outras, e onde existe
uma opção, o segredo está em compreender a diferença.
Nos confrontos armados é muito comum notar que os envolvidos recorrem a
objetos de grande porte, sem considerarem a sua capacidade protetora. Por ser maior,
não quer dizer que seja a melhor, uma mesa pequena de centro, com tampo de
mármore, pode proteger muito mais, do que um guarda-roupa de dois metros de
altura, por três de largura.

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É necessário entender que se tratando de proteções o relativismo quanto à


capacidade protetora dos materiais, leva em conta “forma, espessura e densidade”.
Essas variantes poderão fazer de um abrigo uma coberta e vice-versa. Também
devem ser consideradas outras CIRCUNSTÂNCIAS VARIÁVEIS como:
a. Calibre e armamento utilizado pelo criminoso. (Exemplo: armas
portáteis que disparam projéteis com grande energia possuem maior poder de
penetração se comparadas as armas de porte com menor energia.)
b. Luminosidade do ambiente. (Exemplo: Janelas/Portas com
películas de escurecimento/refletivas podem ocultar a posição da equipe policial,
porém, também podem ocultar a ameaça).
Para realizar a MOVIMENTAÇÃO DE UM ABRIGO PARA O OUTRO,
deverão ser levados em conta os seguintes fatores:
a Necessidade: não troque de proteção simplesmente por mudar. O
fato de estar protegido por um abrigo, não impede o policial militar de mudar para
outro, se isto não implicar em desvantagem tática e risco de vida. Primeiramente, o
policial militar deve continuar protegido e observar o local.
b Vulnerabilidade: avaliar se o deslocamento para a mudança não irá
expô-lo de forma desnecessária. Caso tenha que fazê-lo deverá optar por deslocar o
mais rápido possível na menor distância entre dois pontos (linha reta), com arma em
retenção, se possível transversalmente à posição da ameaça, dificultando o
engajamento pela ameaça.
c Localização: avaliar se o novo abrigo proporcionará uma posição
tática mais adequada com referência ao seu oponente. Evitar abrigos em que a única
opção de visada seja por cima do anteparo, pois dessa forma a cabeça do policial
ficará mais exposta se comparada com a visada realizada lateralmente.
d Resistência: “O novo abrigo é mais resistente a disparos do que o
atual?”. O policial deverá ficar atento aos ruídos dos disparos ou mesmo tentar
observar o armamento utilizado pela ameaça, para melhor avaliar a condição da sua
proteção.
e Mobilidade: avaliar se o novo local escolhido permite a locomoção
do operador. Em confrontos armados a mobilidade é muito importante, portanto,
verifique se o local escolhido possui pontos de fuga.
f Observação: o campo de visão do policial militar deve lhe
possibilitar a verificação de 360º ao seu redor, para que possa observar todo o local,

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verificando possíveis deslocamentos e melhores locais para se posicionar. FLORES


e GOMES (p.77) conceituam campo de tiro consistindo na avaliação do ambiente da
abordagem, e a exata localização de pessoas inocentes e transeuntes, identificando
o alvo agressor ou o indivíduo com fundada suspeita de estar armado. A constante
observação do inimigo deverá ser considerada, evitando que o policial abrigado fique
um momento muito grande sem contato visual com a ameaça ou seu ambiente,
evitando ser surpreendido.

2.2 Posicionamento do atirador nos abrigos/coberturas


O policial iniciará seu posicionamento na fase de APROXIMAÇÃO. Para os
deslocamentos ponto a ponto deverá empreender o máximo de velocidade possível,
considerando sempre que: “quando estiver correndo, não atire!” (por isso a máxima
velocidade), “se desejar atirar em movimento, faça isso andando!” e “se estiver
parado durante o confronto é porque está abrigado!”. Chegar ao seu próximo
abrigo o mais rápido possível é um objetivo, mas devemos evitar quedas, por isso é
importante visualizar o trajeto antecipadamente. O momento da parada é o mais
crítico para as quedas, por isso se torna importante utilizar a técnica do “sapateado”
para uma parada rápida, mas ao mesmo tempo gradativa, evitando uma “frenagem”
brusca, que pode gerar tropeços ou escorregões. Quando estiver em cada abrigo
sempre deverá tentar reduzir sua silhueta/envergadura ao máximo para se adequar a
cada tamanho de proteção.
A DISTÂNCIA do operador em relação ao seu ponto de proteção dependerá
de algumas circunstâncias. A “batalha de ângulos” entre o policial e a ameaça é fator
importante para definir essa questão. Quando se executa um fatiamento para
visualizar o interior de um cômodo, por exemplo, quanto mais longe da parede puder
ficar, mais vantagem visual terá. Em campo aberto isso também ocorre, porém, depois
de identificar a posição de um oponente, o ideal nessas condições é que o operador
passe o cano da arma do ponto de proteção devido ao “offset” 46 na relação vertical,
pois, se você estiver inclinado para executar o disparo, o aparelho de pontaria
pode estar no enquadrado no alvo, mas o cano, logo abaixo, poderá estar apontando
para o anteparo, o que, consequentemente, gerará um ricochete e perigo de ferimento
ao usuário da arma. Se a ameaça estiver em plano mais elevado que o operador, este

46 Alinhamento do aparelho de pontaria com o centro do furo do cano.

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deverá ficar sempre próximo à barricada.

2.2.1 Posição em pé
Essa posição é a que oferece maior mobilidade, porém, menor estabilidade
para a arma. Para assim abrigar-se, demanda de proteções que sejam compatíveis
com a altura do operador, como árvores, postes, paredes etc.
É importante deixar claro que o posicionamento do operador no abrigo deverá
sempre levar em consideração a posição da ameaça para evitar que se exponha
desnecessariamente. Para tanto deverá seguir o posicionamento abaixo:
a. Posição das pernas: levará à frente a perna correspondente ao lado
em que se realizará os disparos, posicionando o pé da frente no limite da barricada,
pois saberá dessa forma que todas as partes do corpo que ultrapassarem esse ponto,
estarão expostas.
b. Posição do tronco: a inclinação como pêndulo, fatiando o anteparo,
proporciona uma menor exposição do corpo como um todo.
c. Posição dos cotovelos: de acordo com o lado em que realizará os
disparos, o cotovelo correspondente deverá ficar mais próximo ao tronco. Exemplo:
Em disparos pela esquerda do abrigo deverá considerar a retração do cotovelo
esquerdo para diminuir silhueta.

Figura 5 e 6: posicionamento em pé.

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3

Fonte: autores.

2.2.2 Posição ajoelhado


Ajoelhado o operador poderá usufruir de proteções com tamanhos reduzidos.
Da mesma forma que em pé, o atirador levará à frente a perna correspondente ao
lado em que realizará os disparos, o joelho da perna oposta tocará o solo.

Figura 7: posicionamento ajoelhado.

Fonte: autores.

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2.2.3 Posição deitado


Embora tenha desvantagens quanto à mobilidade do atirador, essa posição
poderá ser considerada caso haja apenas abrigos com tamanho reduzido disponíveis,
em que para oferecer real proteção seja imprescindível utilizar essa posição. Ex: meio-
fio, motocicleta caída no solo, se estiver em um plano mais elevado etc. Em que pese
prejudicar a mobilidade, essa é a posição mais estável para o tiro, considerando o
número de apoios.

Figura 8 e 9: posicionamento deitado.

Fonte: autores.

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2.2.4 Posições não ortodoxas


Existem diversas posições de tiro, bem como, há uma infinidade de variações
de abrigos, diante destas variantes apresentamos algumas posições de tiro que não
são comuns, mas que podem ser utilizadas em determinado momento. Logo podemos
utilizar as seguintes posições ortodoxas:

a Posição agachado: nessa posição o policial avaliará se a altura do


abrigo comportará a utilização dessa posição. Nela o policial ficará agachado sem
encostar seus joelhos no solo e sua posição de pernas seguirá o padrão da posição
ajoelhado, porém, com vantagem de locomoção, principalmente se o abrigo for
longitudinal e tiver mais de uma flanco para visada. Agachado terá uma maior
mobilidade, porém seu desgaste físico também será maior.

Figura 10 e 11: posicionamento agachado.

Fonte: autor

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b Posição Sentado: nesta posição o policial se adequará ao abrigo,


nela a mobilidade fica bastante prejudicada, também terá dificuldade em delimitar sua
exposição a ameaça, mas se for a única forma de se adequar à proteção deverá ser
considerado.

Figura 12: posicionamento sentado.

Fonte: autores.

Vale ressaltar que independentemente da posição escolhida pelo atirador a


sua empunhadura deverá ser efetivada como se não houvesse nenhum anteparo,
porém, visando sempre reduzir silhueta através de posicionamento adequado.

2.3 Posicionamento em dupla


Policias em duplas deverão observar os mesmos cuidados apresentados no
item anterior, porém, poderão aprimorá-los com outras técnicas. Poderão utilizar o
abrigo de forma simultânea, visando um maior poder de fogo ou cobertura para
deslocamentos.
Caso o abrigo não permita a ação simultânea da equipe, poderão utilizar a
formação alto e baixo (High-low), conhecida também como posição torre. Desta forma
o primeiro policial que estiver no abrigo adotará a posição ajoelhado. O segundo
policial adotará a posição em pé, da seguinte forma:
Posição em alto-baixo: um policial ficará na posição ajoelhado, conforme o
item 2.2.2. O segundo policial adotará a posição em pé, conforme o item 2.2.1, levando
a frente à perna correspondente ao lado em que se efetuará o disparo, encostando
suas pernas no policial ajoelhado. Empunhando a arma de fogo de forma a evitar que

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o policial ajoelhado ao levantar fique em sua linha de tiro. O contato dos policiais é
importante para manter a coesão da equipe.

Figura 13 e 14: Posição em alto-baixo.

Fonte: autores.

2.4 Posicionamento em célula


A fração mínima de uma equipe policial são dois policiais, porém, as equipes
de 1º e 2º esforço da primeira malha de recobrimento poderão atuar em conjunto
formando células, em quarteto. Desta forma havendo necessidade de usufruírem de
um mesmo abrigo deverão atentar para utilizar o máximo número de flancos de visada
do abrigo. Para tanto, deverão aplicar as posições já apresentadas. As ações táticas
serão abordadas nos próximas unidades.

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Caso a equipe em célula se depare com uma edificação onde seus abrigos
sejam pequenos para acolher toda a fração, deverá ser considerado o fracionamento
para que todos possam estar seguros, evitando tornarem-se alvo fácil e aumentando
a capacidade de resposta frente à ameaça. Se o ambiente for amplo a equipe poderá
interagir de forma coesa em deslocamentos mesmo fracionada.

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3 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

BRASIL, Exército. Comando de Operações Terrestres. Caderno de Instrução,


abrigos e espaldões, CI 7-5/1. Brasília, DF, 2009, 2º Edição.

BRASIL, Exército. Comando de Operações Terrestres. Caderno de instrução, O


pelotão de fuzileiros no combate em área edificada, EB70-CI-11.40. Brasília, DF,
2017, 2º Edição.

MATOS, Péricles. Táticas para confrontos armados. Academia Policial Militar do


Guatupê. Curitiba, 2011.

PUGLIA, Anderson. Manual de habilitações com armas de fogo, Curitiba, 2º


Edição, 2018.

PARANÁ, PMPR. Estado-Maior - PM3. Nota de Instrução nº 008/2001, Curitiba, PR,


01 outubro de 2001.

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UNIDADE X -TÉCNICAS E TÁTICAS PARA CONFRONTOS


ARMADOS

1 CONFRONTOS ARMADOS PARTINDO DA VIATURA


Analisando a atual realidade em que a viatura policial, dentro da função
constitucional precípua da Polícia Militar (realizar o policiamento ostensivo e
preventivo, atuando de maneira a realizar a repressão imediata pelo atendimento de
emergências – telefone 190), é o meio logístico de transporte mais utilizado, acaba
sendo natural que o policial militar permaneça grande parte do tempo, enquanto em
serviço, dentro deste veículo e que esse desperte, dentre as diversas situações táticas
e técnicas, relevante estudo com foco nas ações desenvolvidas pelo policial em
situações de confronto armado, tudo primando pela sobrevivência em situações de
alto risco.
Diante disso, precisamos refletir que da mesma maneira que o veículo policial
proporciona ostensividade, e isso é totalmente positivo para a segurança pública, em
total oposição, em uma situação de confronto armado, ele será um alvo fácil, pela sua
identificação, tamanho e iluminação, principalmente se o confronto ocorrer no período
noturno e a luz de emergência da viatura estiver ligada. Observe a imagem abaixo.

FIGURA 1: Viatura ostensiva da PMPR, visível a grandes distâncias.

Fonte: autores.

Não é sem motivo que a melhor técnica policial indica que a equipe não deve
parar a viatura no local exato da ocorrência, mas sim, que a mesma seja deixada nas

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proximidades e a aproximação seja feita a pé, utilizando-se de cobertas e abrigos


existente no terreno, conforme visto na Unidade “IX”.

1.1 Procedimento de proteção policial militar enquanto embarcado


Para o presente estudo, levamos por base equipe composta por dois policiais
militares em serviço rotineiro de patrulhamento ostensivo e de atendimento de
emergência, ou seja, a nossa RPA – Rádio Patrulha Auto.
Diante da necessidade de proteção da equipe policial devemos fazer algumas
reflexões:
• Precisamos acreditar que independentemente da situação a equipe
policial militar estará utilizando o fardamento completo, utilizando colete balístico e
estará atenta ao que está acontecendo, e que isso, com o treinamento adequado, lhe
dará a vantagem de uma reação imediata, tendo segundos preciosos que
possibilitarão salvar suas vidas.
• Precisamos acreditar que a equipe policial estará totalmente
familiarizada com a viatura, suas limitações espaciais, seus possíveis defeitos, as
posições de tiro exequíveis, locais de abrigo e coberta e que a comunicação entre os
policiais, sendo de extrema importância, deve estar sempre alinhada. Esses fatores
são cruciais e por isso, treinar com sua equipe e viatura utilizada no serviço é
essencial. Esta compreensão é tão importante quanto saber o momento exato de
realizar disparos.
• Outro fator importantíssimo é saber como a equipe estará postada na
viatura policial. Assim enfatizamos que todos os ocupantes da viatura deverão estar
utilizando o cinto de segurança.
Além disso, trazemos o conhecimento já consolidado no Manual de
Habilitações com Armas de Fogo:

FIGURA 2: Para utilização em viaturas, admite-se o uso de arma de porte na


mão, desde que não seja o motorista. O controle de cano e o dedo fora do gatilho são
essenciais para a segurança da equipe em todos os momentos, sendo que a direção
do assoalho, apontando entre os próprios pés, é sempre a direção mais segura. No
caso do motorista, a arma deve permanecer no coldre, podendo deixá-lo aberto para
pronto emprego quando no interior da viatura. (PUGLIA, 2018, p. 42)

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Fonte: autores.

Dessa forma, estando os policiais de cinto de segurança, o motorista estará


com a arma coldreada e com o thumb break (trava de polegar) do coldre, aberta. O
patrulheiro estará com sua arma na mão em condições de pronto emprego, cuidando
com as regras básicas de segurança, e por isso, tendo o cano voltado para o banco,
conforme foto acima.
Ainda temos a possibilidade de o patrulheiro estar com uma arma portátil.
Ocorrendo isso, obrigatoriamente utilizará bandoleira e estará com a arma portátil
travada e em condições de emprego. Estará com a arma de porte no coldre (com
todas as retenções do coldre ativadas conforme padronização PMPR).

1.2 Proteção parcial oferecida pela viatura policial


Após a contextualização inicial precisamos ter fácil na memória a diferença
conceitual estudada anteriormente entre coberta (local que não permite a visão de
onde está o policial em relação ao inimigo, mas que não o protege de disparos) e
abrigo (local em que o policial estará protegido do fogo inimigo, estando visível ou
não). Entender ainda que poucos locais da viatura policial poderão dar proteção ao
policial, ou seja, o veículo utilizado atualmente (sem proteção balística) nos mais
diversos tipos de patrulhamento é, quase a sua totalidade, considerado uma
coberta e não um abrigo (salvo o bloco do motor, isso se o criminoso não estiver
utilizando um armamento de calibre .50, por exemplo).
Dessa reflexão surgem outros questionamentos sobre o tipo/modelo de
viatura ideal para a atividade policial militar, se seria blindada ou não, qual a

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motorização, etc. Independente disso, este manual não tem o objetivo de debruçar-
se sobre esse assunto, assim precisamos nos preparar, treinar e trabalhar com o que
temos.
Informamos ao leitor, ao operador, que as táticas e técnicas apresentadas têm
por base o policiamento ostensivo realizado por equipe de dois policiais militares, mas
que em sua essência podem ser facilmente adaptados para equipes com três ou
quatro policiais, bastando o treinamento adequado.
Voltando ao assunto, regra geral, as viaturas atuais da PMPR não possuem
blindagem (se tivesse poderiam caracterizar-se como abrigos) e dessa forma pelo que
já foi exposto acima, em situação excepcional, pode ser utilizada como coberta/abrigo
de fogo, explicamos a seguir.
Aqui fica nosso primeiro ensinamento sobre esse assunto: estando em
patrulhamento (viatura em movimento), tendo possibilidade, recue ou saia
imediatamente do local de disparos, ainda mais se a ameaça não foi identificada. Por
mais que a viatura policial seja um alvo, é um alvo que se movimentará bem mais
rápido do que você pode correr. Priorize manobras rápidas e evasivas, buscando sair
o mais rápido possível da linha de tiro inimiga. Após isso, a equipe policial terá mais
tranquilidade para solicitar apoio e atuar na repressão ao fato.
Em sendo necessário e possível, com a viatura em movimento, o patrulheiro
e jamais o motorista, deve responder fogo. Lembre-se que essa é uma situação de
risco grave de morte, e que a resposta pode evitar outros disparos por parte do
criminoso. Técnicas e mais detalhes sobre isso serão abordadas na sequência.
Salienta-se que a missão do policial militar atrelada a segurança pública exige
mais técnica e tática em situação de confrontos armados. Precisamos nos preocupar
com terceiros inocentes, por isso a doutrina já confirma que em situações de
acompanhamento tático não se usa disparos com a finalidade de acertar o pneu e
parar o veículo. Neste mesmo sentido não se admite, que com a viatura em
movimento, principalmente com manobras evasivas, o motorista utilize sua arma de
fogo, pois o risco de um inocente ser ferido ou mesmo do policial militar se lesionar é
muito grande. Por isso deixamos essa missão ao patrulheiro.
Outro ponto muito importante é a compreensão por parte do policial militar que
estar dentro da viatura não lhe dá proteção suficiente quando se inicia um confronto
armado, pois a viatura policial oferece proteção balística limitada. Assim tão
importante quanto conhecer técnicas, táticas, doutrinas, legislações etc, é estar atento

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ao que está acontecendo ao seu redor, reconhecer rapidamente uma situação de risco
e agir de imediato conforme treinamento.
Abrimos um parêntese para um assunto que salvará a sua vida: uso de
cinto de segurança. Estamos falando em táticas para confrontos armados e atividade
operacional e esta se relaciona diretamente com sobrevivência policial. Se você quer
sobreviver, use o cinto de segurança, principalmente em deslocamentos mais longos
e em alta velocidade. Até os dias atuais, ao menos no Estado do Paraná, não existe
caso reportado em que o policial militar morreu em confronto porque não conseguiu
tirar o cinto de segurança (até porque é uma ação extremamente simples e treinável
e pode ser realizada pouco antes de chegar ao local de ocorrência ou abordagem),
entretanto, infelizmente existem registros de policiais militares que morreram em
acidentes de trânsito por não estarem utilizando o cinto de segurança.
Esclarecido o acima exposto e consolidado o entendimento de que não há
vantagem tática parar a viatura policial para ingressar no confronto, aqui vem nosso
segundo ensinamento: em situação em que a viatura já esteja parada, sabendo que
não existe vantagem tática em tentar colocar a viatura em movimento, pois isso leva
tempo demais em relação ao desembarque, a equipe irá desembarcar, dependendo
do tipo de ameaça, conforme abaixo:
a Ameaça Iminente47:
• Responda fogo imediatamente (combate), se possível – dependendo
do local de onde vem a ameaça, o que será verificado à frente;
• Use a viatura policial como coberta, de maneira provisória e pelo
menor tempo possível, sempre combatendo;
• Busque abrigo imediatamente e combata.

b Ameaça Ativa48:
• Busque abrigo imediatamente e combata;
• Não havendo abrigo ou não identificado de pronto, use a viatura
policial como coberta, de maneira provisória e pelo menor tempo possível, sempre
combatendo.

47
Ameaça Iminente é aquela já identificada e que inicia os movimentos de saque de arma de fogo para atingir
a equipe policial. Nesta situação a equipe não foi surpreendida.
48
Ameaça Ativa: é aquela, identificada ou não, que está efetuando vários disparos contra a viatura. Neste caso
a equipe policial foi surpreendida.possibilidade de combate, focando na proteção, vale o policial colar o corpo o
mais próximo possível do bloco do motor, diminuindo ao máximo a silhueta, principalmente se o oponente estiver
em local de altura superior.

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OBS: Dentre toda essa sequência, não havendo possibilidade de combate


(intensidade de disparos em direção à viatura), preocupe-se
primeiramente em BUSCAR ABRIGO.

Com exceção do bloco do motor (para a maior parte dos calibres), nenhum
outro local lhe oferecerá proteção adequada, assim torna-se necessário buscar abrigo
compatível. Antecipamos que em tópicos posteriores será demonstrado como isso
deve ocorrer.
Compreendendo isso, podemos refletir também que em não existindo abrigo
adequado, melhor será utilizar a viatura como coberta, como anteparo, pois um
disparo em que o projétil já perdeu força e velocidade colidindo contra a lataria, bancos
etc, teoricamente terá menor potencial lesivo se comparado com um disparo direto.
Aqui vem nosso terceiro ensinamento: o confronto, quando não existe abrigo
adequado nas proximidades, se dará tendo a viatura como coberta e essa deverá
estar obrigatoriamente entre a equipe policial e seu oponente. Lembre-se que utilizar
a proteção oferecida pelo bloco do motor pode ser a melhor alternativa no momento.
Os pneus também oferecem vantagem em relação a ricochetes. Outro detalhe, os
demais pontos como portas, vidros, etc, não lhe abrigam, podendo apenas oferecer
coberta, por isso diminua ao máximo sua silhueta e exponha-se o mínimo possível.
Também devemos recordar que o confronto é dinâmico e que o agressor
estará buscando a melhor posição para lhe atingir, tudo neste contexto converge para
a verificação de ângulos (guerra de ângulos). No caso de não haver
Havendo possibilidade de combate, ao redor da viatura policial o operador
deverá se movimentar buscado o melhor posicionamento para cada momento do
combate, e isso exige que tanto os disparos como as movimentações ocorram a uma
distância mínima aproximada de 2 metros da viatura, evitando o equívoco de apoiar o
armamento no veículo para a realização do disparo, além disso, mantendo uma
distância da viatura a visualização do terreno e da ameaça se mostrará mais eficiente.
Corroborando com isso, muitos disparos efetuados pela ameaça podem atingir partes
da viatura (como o capô) e ricochetear para cima, por isso a distância ajuda na
proteção quando o policial estiver em posição de combate, ou seja, em posição de tiro
olhando a ameaça e o terreno.
Ainda sobre a movimentação ao redor da viatura, o policial militar, sempre que

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possível, deverá preferir utilizar as partes sólidas do veículo para coberta (mesmo que
ofereçam baixa proteção) e quanto a forma de efetuar disparos para incapacitar a
ameaça, procurar a melhor posição para isso (uma questão de ângulos de tiro),
expondo-se o mínimo possível, podendo explorar disparos pelas janelas, pela lateral
da viatura ou mesmo pela parte de baixo do veículo.

1.3 Viatura em movimento – possibilidades de disparo


Aqui começamos a detalhar melhor nossos ensinamentos. Conforme já
abordamos acima, os disparos realizados com a viatura em movimento são complexos
e somente ocorrerão quando:
a A vida dos policiais militares ou terceiros estiver em perigo: Isso
evidencia-se quando disparos forem realizados em direção a viatura ou existam armas
de fogo apontadas para a equipe.
b A ameaça for identificada: o policial tem que ter certeza da identificação
da ameaça, ou corre-se o risco de efetuar tiros a esmo ou ferir terceiros inocentes.
c Houver devida comunicação a equipe: é muito importante a equipe ter
conhecimento que serão realizados disparos, face os efeitos sonoros causados no
interior da viatura. O estampido de um disparo, dependendo da forma realizada
poderá provocar o acidente da viatura. Além disso, a tentativa de um disparo pelo
patrulheiro ocorrendo concomitantemente uma manobra brusca do motorista se
tornará inócuo, senão atingindo outros alvos não desejados. Deverá ser dito por quem
realizará o disparo a palavra “ARMA!” Portanto, a realização de disparo de arma de
fogo deve ser comunicada imediatamente antes da realização do disparo se a situação
exigir, ou como forma de alertar o motorista para a realização de disparos futuros,
dependendo do caso.

OBS: os disparos com a viatura em movimento nunca ocorrerão por


parte do motorista, somente pelos patrulheiros. O motorista tem a missão
de tirar a equipe do local de risco.

Tendo em mente a necessidade do preenchimento das três regras acima para


a realização de disparos com a viatura em movimento deixamos claro que ocorrência
em que enseje acompanhamento tático o cenário é o mesmo, ou seja, somente em
situação excepcional ocorrerá disparos.

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Neste assunto ainda, vale lembrar que a maior parte dos acompanhamentos
táticos que ocorrem são motivados por infrações de trânsito ou outras em que os
ocupantes do veículo nem armados estão. Assim não se justifica o emprego do uso
do armamento. Lembre ainda, que a doutrina de Policiamento Ostensivo Geral deixa
evidente que não se efetua disparos durante acompanhamento tático, isso porque não
existe efetividade dos disparos e há possibilidade grande de ferir terceiros inocentes.
Vencido esse entendimento e compreendido que seguir essas regras é vital
para o bom desempenho do serviço policial, vem a pergunta: estando a equipe em
situação que preenche todos os requisitos, como realizar os disparos efetivos com a
viatura em movimento?. Para isso devemos entender que além de todos os
fundamentos do tiro aplicados a situação (posição não ortodoxa, empunhadura,
visada, e acionamento do gatilho), o policial militar ainda terá que se preocupar com
a velocidade empregada pela viatura, compensações táticas, oscilações de terreno,
manobras bruscas por parte do motorista e ângulo de tiro. Tudo isso torna o disparo
efetivo com a viatura em movimento muito difícil e pouco efetivo com pouco
treinamento.
Nesse sentido, assim como em todas as situações de confronto, a sintonia e
grau de comunicação entre a equipe é fator crucial. No momento do disparo, em sendo
possível, o motorista deve evitar manobras bruscas e tentar manter a velocidade
constante, isso facilitará o disparo.
Por parte do patrulheiro, importante não utilizar apoio em nenhuma parte da
viatura, pois estar apoiado fará com que pequenas oscilações interfiram ainda mais
na precisão do disparo. Lembrar que somente será possível efetuar disparo se a
ameaça estiver à frente, do lado direito ou atrás da viatura, salvo se a equipe estiver
composta com o terceiro homem. Por isso o motorista deverá efetuar as manobras
necessárias para isso, ou conforme melhor entendimento já consolidado acima, retirar
a equipe do local imediatamente.

1.4 Viatura parada – proteção e possibilidades de disparo


Vale lembrar que nosso primeiro ensinamento é: estando a viatura em
movimento, ao verificar situação de risco com disparo de arma de fogo, devemos nos
evadir do local com manobras rápidas e evasivas buscando local adequado para
parar, abrigar-nos, solicitar apoio e agir na repressão do ato.
Devemos também ter claro posicionamento de que estando a viatura parada,

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mesmo que apenas em situação de semáforo, não existe vantagem tática em tentar
colocar a viatura em movimento, pois isso leva tempo demais em relação ao
desembarque da equipe, salvo se a análise do cenário assim possibilitar.
Chegando a esse ponto (viatura parada) podemos aferir que o veículo está
nesta situação possivelmente por dois motivos:
a Já estava parada por qualquer situação (PB, estacionamento, etc) estando
a equipe ainda embarcada. Neste contexto provavelmente o freio estacionário (freio
de mão) já estará acionado.
b Estando em movimento foi obrigada a parar (emboscada, artefatos para
furar pneu - “miguelitos”, disparos de armamento que comprometeu o funcionamento
do motor, etc). Nesta situação o motorista deve preocupar-se em acionar o freio
estacionário da viatura, ou poderá não conseguir utilizar essa como coberta devido a
continuidade do movimento, ainda mais se estiver em local de aclive ou declive.
Importante: utilizaremos o termo ameaça para criminoso (s) que está (ão)
atirando contra a equipe policial.
Quando a viatura estiver parada, teremos por base 04 momentos de atenção
dos policiais, os quais não necessariamente sejam realizados em sequência, veja:

QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO DE


VIATURA POLICIAL:

a Resposta Imediata: A melhor defesa em um confronto é o ataque rápido,


contundente e preciso (eficaz), por isso, combata sempre que possível;

b Desembarque: Treine as técnicas de desembarque com a viatura que


você estará utilizando;

c Busca de Coberta Provisória e Combate: Se imediatamente não


localizou um abrigo ou a situação impede o deslocamento, a melhor escolha será
utilizar uma coberta, mesmo que de maneira provisória;

d Deslocamento ao Abrigo e Combate: Treine e se habitue a melhor e


mais rápida técnica de deslocamento (observar o contido neste Unidade),
MOVIMENTO É VIDA. Abrigar-se é necessário.

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IMPORTANTE: Dentre todas essas opções, que não são sequenciais, não
havendo possibilidade de combate (intensidade de disparos em direção a viatura),
preocupe- se primeiramente em BUSCAR ABRIGO, movimento é vida.

1.4.1 Ameaça não identificada


Essa é uma das situações mais complexas. Imagine ser surpreendido com
disparos de arma de fogo (Ameaça Ativa) e não saber de onde vem. Além disso, não
é possível evadir-se com a viatura, o que seria a primeira opção.
Diante desse cenário não se pode efetuar disparos a esmo e sem direção,
entender isso é tão importante quanto saber o momento exato de realizar disparos.
Temos que perceber que somente realizaremos disparos após identificar a ameaça,
ou seja, IDENTIFICAR rapidamente A AMEAÇA é fator crucial de sobrevivência.

IDENTIFICAR rapidamente A AMEAÇA é fator crucial de


sobrevivência.

Tiros a esmo não são adequados quando estamos em áreas habitadas


realizando a segurança pública. Um disparo sem alvo certo pode ser tão prejudicial
quanto não efetuar um disparo quando deveria, seja pelo perigo de atingir um inocente
ou por desperdiçar munição.
A melhor técnica nesta situação leciona que cada policial deverá diminuir ao
máximo sua silhueta, desembarcar rapidamente pela sua porta, buscar abrigo e
localizar a ameaça o mais rápido possível. Importante que, já no desembarque, cada
policial esteja em posição de combate, e se for possível, esteja com sua arma em
mãos e em pronto emprego, pois poderá localizar a ameaça a qualquer momento.
Importante também que, ao diminuir a silhueta, o operador não baixe a cabeça de
forma a perder completamente a visualização do cenário.
Caso tenha alcançado algum abrigo parcial (parcial por não saber de que
ponto parte a ameaça), os esforços devem ser direcionados para a localização do
agressor. Salientamos que essa é uma ação extremamente complexa e dinâmica e
que os passos aqui descritos não, necessariamente, devem ser seguidos na ordem
apresentada.

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3

FIGURA 3: Ameaça não identificada: equipe abrigada no terreno


escanceando o ambiente para localizar o ponto da ameaça.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

RESUMO DOS QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO


DE VIATURA POLICIAL COM AMEAÇA NÃO IDENTIFICADA:

a Resposta Imediata: Prejudicada por não saber onde está a ameaça.


Sendo essa identificada e havendo possibilidade combata imediatamente;

b Desembarque: Por não saber de onde está a ameaça o desembarque


mais rápido será pela respectiva porta de cada ocupante, inclusive confundindo ou
dividindo a atenção da ameaça;

c Busca de Coberta Provisória e Combate: Não havendo abrigo próximo,


utilize a própria viatura como coberta provisória até conseguir deslocar a um abrigo,
sempre com pensamento combativo;

d Deslocamento ao Abrigo e Combate: localizado o abrigo desloque o


mais rápido possível para esse e combata. Lembre-se de, sempre que possível,
estar em comunicação com seu companheiro de serviço.

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1.4.2 Ameaça identificada


Quando a ameaça está identificada é mais fácil identificar os 4 momentos do
confronto armado partindo da viatura policial, pelo que, passaremos a discorrer.

1.4.2.1 Ameaça frontal


Identificando que a ameaça está à frente da viatura policial, imediatamente
ambos os policiais irão retirar o cinto de segurança e abrir suas respectivas portas,
por onde irão desembarcar. O motorista ainda terá a missão de acionar o freio
estacionário da viatura, se o mesmo ainda não estiver acionado. O patrulheiro, que
deverá realizar com mais rapidez a abertura da porta, em sendo ameaça iminente,
responderá fogo imediato na tentativa de incapacitar ou cessar a ameaça. A técnica
adotada para esta resposta será adotada conforme as condições impostas pelos
elementos apresentados no cenário e deverá ser rápida, focando na resposta imediata
eficaz (quando possível), desembarque da viatura, busca de coberta provisória e
deslocamento para abrigo, combatendo sempre que possível.
Sendo assim, a primeira opção deve ser realizar disparos após a abertura da
porta, entre essa e a coluna (utilizando-a como proteção, mesmo que limitada) ainda
sentado, avançando o armamento para o exterior do veículo, para que o projétil não
atinja barreiras, podendo ocorrer variações como o desembarque e disparos em pé,
entre a abertura da porta e coluna. Frisamos que caso a ameaça esteja próxima, os
disparos poderão ocorrer através da lataria ou mesmo dos vidros, observando
características que serão analisadas à frente. Após essa resposta inicial e rápida, o
patrulheiro busca coberta provisória na parte traseira direita da viatura e combate.
Enquanto o patrulheiro realiza a primeira resposta, o motorista desembarca e
busca abrigo no terreno que, além de lhe conferir segurança, lhe possibilite responder
fogo. Caso o terreno não proporcione abrigo, o motorista utiliza a parte traseira a
esquerda da viatura. Importante que fique alinhado com os pneus buscando a
proteção limitada ofertada pelas rodas. Após se posicionar, responderá fogo e
comunicará o patrulheiro salientando que está realizando a cobertura de fogo
necessária para que esse busque abrigo. O patrulheiro por sua vez deverá, da mesma
forma que fez o motorista, diminuir ao máximo sua silhueta e deslocar o mais rápido
possível para algum abrigo oferecido pelo terreno, se houver. Salienta- se que, mesmo
após ter utilizado a viatura como coberta, é necessário buscar abrigos no terreno pois,
como já relatado, a viatura, de forma geral, é apenas uma coberta e oferece proteção

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limitada.
Ressaltamos que esses procedimentos foram pensados e estudados,
conforme já alertamos na parte introdutória, para equipe composta por dois policiais,
porém pode ser facilmente adaptada para equipes maiores, desde que com
treinamento adequado e policiais entrosados.
Observações:
• O tiro embarcado não proporciona posições ideais ao operador.
Entretanto, sendo essa a exigência da situação, o policial deverá buscar o máximo de
proteção abaixando-se no interior da viatura enquanto efetua os disparos;
• Indicamos que o primeiro a desembarcar da viatura busque, num
primeiro momento, coberta provisória no terreno em virtude de propiciar mais
segurança para o desembarque dos próximos operadores, realizando a cobertura de
fogo, quando isso for possível; Não sendo possível, a busca pelo abrigo é a melhor
alternativa.
• Ao tratar de ameaça frontal, é indicado a utilização da posição
isósceles, pois, além da empunhadura dupla, possibilitará cobrir uma vasta área na
porção frontal da viatura;
• Como o desembarque deve ocorrer de forma rápida e o estresse
estará elevado, é importante dedicar maior atenção ao controle de cano e
principalmente ao dedo fora do gatilho. Para tanto, o operador poderá utilizar a
posição 3, posição 4 ou mesmo a temple index, desde que esteja treinado para utilizar
qualquer uma delas, evitando colocar em risco outros integrantes da equipe policial
(isso principalmente durante os treinamentos); Quanto ao deslocamento, em situação
de combate isso se dará da forma mais natural e rápida possível.
• Quanto a técnica de atirar pelo para-brisa da viatura, esclarecemos
que, dentro de nossas análises, esse procedimento deve ser evitado, pois a mesma
não oferece vantagens o suficiente para ser utilizada em relação ao tempo para
utilização de outras.
Para melhorar nosso entendimento citamos as palavras do então Ten.-Cel
Péricles de Matos (2011, p. 78):

Penso que um tiro efetuado desta forma seja completamente inócuo, pois,
como sabemos, contra superfícies de vidro os projéteis sofrem um
considerável desvio em suas trajetórias, e, dependendo da resistência do
vidro e do ângulo de tiro, poderão nem o romper, causando um perigoso
ricochete no interior da viatura.

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Outro perigo dos disparos no interior da viatura e contra o vidro é a projeção


cinética de fragmentos de vidro contra as mãos dos policiais, que estarão próximas
ao vidro e ainda contra o rosto dos mesmos, podendo atingir os olhos.
Destaca-se ainda (MATOS, 2011, p. 78): “Também devemos considerar que,
conforme o tipo de vidro, laminado ou temperado, seus processos de fragmentação
são diferentes”.
Entenda-se que o vidro laminado racha-se de forma difusa no local do
impacto, permanecendo íntegro, mas dificultando a visão do policial neste ponto,
enquanto que o vidro temperado se despedaça completamente quando quebrado,
impedindo, da mesma forma, a visão da guarnição.
Colaborando com as palavras acrescentamos que:
• Não é possível prever com exatidão a trajetória do projétil. Em
estudos realizados na Academia Policial Militar do Guatupê, em data de 09 de
Dezembro de 2020, com a presença do Perito João Bosco Silvino Junior, observou-
se que a maior parte dos projéteis ogivais encamisados disparados da parte interna
de veículo tendem a ter sua trajetória modificada para cima, enquanto projéteis ponta
oca tendem a manter um pouco mais a trajetória, mesmo que, alguns
apresentem divisão de massa, não sendo possível aferir precisamente sua trajetória.
Outro ponto interessante foi notar que projéteis mais pesados, como o do calibre .45,
com munição ogival, tende a ter sua trajetória alterada para baixo.
• Poderá ocorrer a perda de massa do projétil e este sofrerá efeitos
balísticos indesejados;
• Ocorrerá perca de visibilidade com a fragmentação do vidro;
• Existe o risco de ricochete;
• Para que a técnica ocorra satisfatoriamente existe a necessidade de
realizar uma saturação de disparos para quebrar a resistência do vidro e diminuir os
efeitos indesejados no projétil, para somente após isso tentar um disparo efetivo, o
que demanda tempo excessivo e desperdício de munição. Ademais, deve-se
considerar que a ameaça se movimentará, fato que dificultará ainda mais esta técnica.
Independente disso, jamais existirá uma proibição na utilização desta técnica,
e sua utilização dependerá de análise do caso concreto e por quem estiver na situação
de perigo.
Contudo os estudos empíricos e a experiência demonstram que, ao aumentar
a distância, a deflexão do projétil também aumentará, dificultando assim, a

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incapacitação da ameaça.
O efeito psicológico causado na ameaça pode contribuir, mesmo que
momentaneamente, para que essa cesse os disparos contra a equipe policial, criando
uma janela de oportunidade.
Além disso, em distâncias curtas a técnica pode ter resultados adequados.
Observe abaixo o exemplo de posicionamento e atitudes dos policiais militares
levando em conta a ameaça ser iminente (à frente) e a existência de abrigos no
terreno:

FIGURA 4: Ameaça iminente à frente: patrulheiro engajando à ameaça de


dentro da viatura. Isso pode ocorrer da forma representada ou com a porta já aberta.

FIGURA 5: Ameaça iminente à frente: patrulheiro engajando à ameaça de


dentro da viatura. Motorista desembarcando e procurando abrigo no terreno.

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FIGURA 6: Ameaça iminente à frente: motorista abrigado no terreno.


Patrulheiro desembarcando e continuando o engajamento com a ameaça.

FIGURA 7: Ameaça iminente à frente - motorista e patrulheiro deslocam


cautelosamente em direção a ameaça incapacitada para verificação e demais
procedimentos.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

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RESUMO DOS QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO


DE VIATURA POLICIAL COM AMEAÇA IDENTIFICADA À FRENTE:

a Resposta Imediata: Em caso de ameaça iminente, combata primando


pela rapidez, contundência e precisão, lembrando que isso é apenas o início caso
a ameaça não seja incapacitada imediatamente; Não perca muito tempo sem estar
abrigado; Em caso de ameaça ativa, essa resposta possivelmente será prejudicada,
preocupe-se em desembarcar e abrigar-se.

b Desembarque: sabendo que a ameaça está à frente, cada integrante


da equipe desembarcará pela sua porta, o que é mais natural e rápido. Cuidado
para que ao abrir a porta essa não volte e bata contra sua arma, por isso, sugere-
se que, se a opção for realizar disparos ainda sentado, o pé do lado da porta sirva
de suporte para que a mesma não retorne; Lembre-se de diminuir a silhueta quando
for deslocar a retaguarda da viatura ou em busca de abrigo; O desembarque deve
ser treinado para ser o mais rápido possível.

c Busca de Coberta Provisória e Combate: Utilize de cobertas


provisórias até conseguir deslocar a um abrigo. Se a escolha for pela viatura policial,
posicione-se de maneira que seu corpo fique alinhado com os pneus da viatura, se
a ameaça ainda continuar à frente. Combata e assim que possível busque um
abrigo;

d Deslocamento ao Abrigo e Combate: localizado o abrigo desloque o


mais rápido possível para esse e combata. Lembre-se de, sempre que possível,
estar em comunicação com seu companheiro de serviço.

1.4.2.2 Ameaça na lateral direita


Identificando que a ameaça está à lateral direita da viatura policial,
imediatamente ambos os policiais irão retirar o cinto de segurança. O motorista terá a
missão de acionar o freio estacionário da viatura, se o mesmo ainda não estiver
acionado.
Em caso de ameaça iminente, o patrulheiro responderá fogo de imediato na
tentativa de incapacitar ou cessar a ameaça. Sendo a ameaça incapacitada o
patrulheiro desembarca pela sua porta (lado direito da viatura) e adota as medidas
cabíveis para a situação.
Importante perceber que enquanto o patrulheiro realiza a primeira resposta, o

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motorista desembarca e busca abrigo no terreno que lhe proporcione segurança e


possibilite responder fogo. Caso o terreno não proporcione abrigo o motorista
desembarca e desloca rapidamente, e com o mínimo de silhueta possível, até a parte
frontal da lateral esquerda onde tem o bloco do motor da viatura. Importante que fique
alinhado com os pneus procurando utilizar a proteção oferecida, mesmo que pequena.
Após se posicionar, responderá fogo e comunicará ao patrulheiro salientando
que está realizando a cobertura necessária para que o mesmo busque abrigo. Nesse
momento, tendo em vista que a ameaça não foi incapacitada de imediato,
provavelmente o patrulheiro já estará saindo da viatura ou mesmo utilizando a traseira
da lateral esquerda da mesma como coberta provisória, ou seja, são situações que
ocorrem quase que simultaneamente, não necessitando aguardar o motorista realizar
a comunicação, visto que a saída mais ou menos rápida da viatura por parte do
patrulheiro tem íntima sintonia com as atitudes da ameaça.
Veja a seguir ilustrativamente os passos táticos necessários para os casos de
ameaça iminente:
FIGURA 8: Ameaça iminente à direita - patrulheiro respondendo fogo de
dentro da viatura e motorista desembarcando para o abrigo. Note que, pela dinâmica
e rapidez do deslocamento (corrida) se o saque da arma de fogo ocorrer somente no
abrigo, não haverá prejuízo.

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FIGURA 9: Ameaça iminente à direita - patrulheiro respondendo fogo de


dentro da viatura e motorista abrigado no terreno.

FIGURA 10: Ameaça iminente à direita - Após a queda da ameaça,


patrulheiro desembarca pela sua porta e continua o engajamento a mesma, pois pode
ser necessário mais disparos para sua incapacitação. Motorista inicia a aproximação
para verificação.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

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Caso a ameaça se torne ativa (vários disparos em direção a viatura), ou for


essa a situação inicial da ameaça, o patrulheiro deverá diminuir ao máximo sua
silhueta e desembarcar pela porta do motorista (lado esquerdo da viatura),
literalmente se jogando pelo banco do motorista e deslocando o mais rápido possível
até a parte lateral esquerda traseira da viatura ou a algum abrigo adequado próximo.
Salienta-se que, mesmo após ter utilizado a viatura como coberta provisória, é
necessário buscar abrigos no terreno pois, como já relatado, a viatura, de forma geral,
oferece proteção limitada.
Vale lembrar que o motorista já desembarcou e buscou abrigo, ou na ausência
deste estará utilizando o bloco do motor como coberta.
Realizamos a ressalva de que para não ocorrer o cruzamento da linha de tiro
entre os integrantes da equipe, o motorista ao desembarcar deverá preferir utilizar
abrigos e cobertas que estejam, na lateral esquerda frontal da viatura (incluindo o
bloco do motor) e o patrulheiro na lateral esquerda traseira.
Veja a seguir ilustrativamente os passos táticos necessários para os casos de
ameaça ativa:

FIGURA 11: Ameaça ativa à direita - motorista desembarcado e coberto na


viatura respondendo fogo. Patrulheiro desembarcando pelo lado esquerdo da viatura
e buscando abrigo. Não havendo abrigo próximo o melhor local para iniciar a resposta
será a lateral esquerda traseira da viatura.

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FIGURA 12: Ameaça ativa à direita: motorista desembarcado e coberto na


viatura respondendo fogo. Patrulheiro desembarcado e abrigado, respondendo fogo.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

Observações:
• Para que seja possível realizar disparos eficazes à lateral da
viatura, exige-se a modificação do posicionamento do corpo no assento da viatura e
alguns “contorcionismos” por parte do policial.
• A coluna lateral do veículo pode ser usada como proteção limitada,
mas também deve ser analisada como um fator limitante de movimentação e de
visualização.
• É possível realizar disparos laterais utilizando a empunhadura
tradicional, todavia, o ângulo de ação fica diminuído. O grau de dificuldade para
realização de disparos para o lado da mão hábil fica ainda maior.
• Como possibilidade para a realização de disparos à lateral,
indicamos a posição Extended do sistema de tiro CAR System (Center Axis Relock).
Este sistema de tiro permite que o operador efetue disparos com a empunhadura
dupla, exige uma menor modificação no posicionamento do corpo no assento do
veículo e aumenta o ângulo de ação. Ademais, estes fatores, por economizar

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movimentos, possibilita uma reação mais rápida do policial. A posição Extended


possibilita um grande ângulo de ação ao operador e a realização de disparos com
empunhadura dupla. Ademais, a estrutura do veículo pode ser usada como apoio para
melhorar as condições de disparos.
• Quando a ameaça estiver na lateral direita da viatura policial o
motorista não poderá realizar disparos de dentro da viatura em direção a ameaça, pois
isso coloca o patrulheiro em risco.

FIGURA 13: Patrulheiro na posição Extended.

Fonte: autores.

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RESUMO DOS QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO


DE VIATURA POLICIAL COM AMEAÇA IDENTIFICADA NA LATERAL
DIREITA:

a. Resposta Imediata: Em caso de ameaça iminente, o patrulheiro


deverá, combater, primando pela rapidez, contundência e precisão, lembrando que
isso é apenas o início caso a ameaça não seja incapacitada imediatamente; Não
perca muito tempo sem estar abrigado. Em caso de evolução ou mesmo diretamente
de ameaça ativa, essa resposta possivelmente será prejudicada, preocupe-se em
desembarcar e abrigar-se.

b. Desembarque: sabendo que a ameaça iminente está na lateral direita,


enquanto o patrulheiro combate (se possível), o motorista deve abrir sua porta e
deslocar até um abrigo, ou utilizar-se do bloco do motor como coberta provisória,
entrando no combate e possibilitando a saída do patrulheiro até o abrigo ou coberta
provisória (o que não depende exclusivamente disso); Para o desembarque do
patrulheiro, recomenda-se a utilização da técnica na qual deita-se no banco do
motorista, coloca o pé direito no banco em que estava sentado e se impulsiona para
fora da viatura.

c. Busca de Coberta Provisória e Combate: Utilize de coberta


provisórias até conseguir deslocar a um abrigo. Se a escolha for pela viatura policial,
posicione-se preferencialmente atrás do bloco do motor, de maneira que seu corpo
fique alinhado com os pneus da viatura. Combata e assim que possível busque um
abrigo;

d. Deslocamento ao Abrigo e Combate: localizado o abrigo desloque o


mais rápido possível para esse e combata a ameaça. Lembre-se de, sempre que
possível, estar em comunicação com seu companheiro de serviço.

1.4.2.3 Ameaça na lateral esquerda


Identificando que a ameaça está à lateral esquerda da viatura policial,
imediatamente ambos os policiais irão retirar o cinto de segurança. O motorista terá a
missão de acionar o freio estacionário da viatura, se o mesmo ainda não estiver
acionado.
Em caso de ameaça iminente, o motorista responderá fogo de imediato na
tentativa de incapacitar ou cessar a ameaça. Sendo a ameaça incapacitada o

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motorista desembarca pela sua porta (lado esquerdo da viatura) e adota as medidas
cabíveis para a situação.
Importante perceber que enquanto o motorista realiza a primeira resposta, o
patrulheiro desembarca e busca abrigo no terreno que lhe proporcione segurança e
possibilite responder fogo. Caso o terreno não proporcione abrigo o patrulheiro
desembarca e desloca rapidamente, e com o mínimo de silhueta possível, até a parte
frontal da lateral direita onde tem o bloco do motor da viatura. Importante que fique
alinhado com os pneus procurando utilizar a proteção oferecida, mesmo que pequena.
Após se posicionar, responderá fogo e comunicará o motorista salientando
que está realizando a cobertura necessária para que o mesmo busque abrigo. Nesse
momento, tendo em vista que a ameaça não foi incapacitada de imediato,
provavelmente o motorista já estará saindo da viatura ou mesmo utilizando a traseira
da lateral direita da mesma como coberta provisória, ou seja, são situações que
ocorrem quase que simultaneamente, não necessitando aguardar o motorista
realizar a comunicação, visto que a saída mais ou menos rápida da viatura por parte
do motorista tem íntima sintonia com as atitudes da ameaça.
Veja a seguir ilustrativamente os passos táticos necessários para os casos
de ameaça iminente.

FIGURA 14: Ameaça iminente à esquerda: patrulheiro respondendo fogo


utilizando como coberta o bloco do motor. Motorista ainda no interior da viatura.

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FIGURA 15: Ameaça iminente à esquerda: patrulheiro respondendo fogo


utilizando como coberta o bloco do motor. Motorista desembarcando pela sua porta
tendo em vista que a ameaça já foi incapacitada.

FIGURA 16: Ameaça iminente à esquerda: Motorista e patrulheiro realizam a


aproximação, com cautela, para verificar a incapacitação da ameaça e demais
procedimentos.

Fonte: autores.

Caso a ameaça se torne ativa (vários disparos em direção a viatura), ou for


essa a situação inicial da ameaça, o motorista deverá diminuir ao máximo sua silhueta

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e desembarcar pela porta do passageiro (lado direito da viatura), literalmente se


jogando pelo banco do patrulheiro e deslocando o mais rápido possível até a parte
lateral direita traseira da viatura ou a algum abrigo adequado próximo. Salienta-se
que, mesmo após ter utilizado a viatura como coberta provisória, é necessário buscar
abrigos no terreno pois, como já relatado, a viatura, de forma geral, oferece proteção
limitada.
Vale lembrar que o patrulheiro já desembarcou e buscou abrigo, ou na
ausência deste estará utilizando o bloco do motor como coberta.
Realizamos a ressalva de que para não ocorrer o cruzamento da linha de tiro
entre os integrantes da equipe, o patrulheiro ao desembarcar deverá preferir utilizar
abrigos e cobertas que estejam na lateral direita frontal da viatura (incluindo o bloco
do motor) e o patrulheiro na lateral direita traseira.
Veja a seguir ilustrativamente os passos táticos necessários para os casos de
ameaça ativa:

FIGURA 17: Ameaça ativa à esquerda: patrulheiro desembarcando e


procurando abrigo no terreno. Caso não houvesse abrigo a melhor alternativa seria a
utilização do bloco do motor.

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FIGURA 18: Ameaça ativa à esquerda: patrulheiro abrigado no terreno


respondendo fogo. Motorista desembarcando o mais rápido possível na busca de
abrigo.

FIGURA 19: Ameaça ativa à esquerda: patrulheiro e motorista abrigados no


terreno respondendo fogo.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

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Observações:
• As mesmas do item anterior 4.2.2 Ameaça na lateral direita,
apenas com a mudança do lado.

RESUMO DOS QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO


DE VIATURA POLICIAL COM AMEAÇA IDENTIFICADA NA LATERAL
ESQUERDA:
a. Resposta Imediata: Em caso de ameaça iminente, o motorista deverá,
combater, primando pela rapidez, contundência e precisão, lembrando que isso é
apenas o início caso a ameaça não seja incapacitada imediatamente; Não perca
muito tempo sem estar abrigado.Em caso de evolução ou mesmo diretamente de
ameaça ativa, essa resposta possivelmente será prejudicada, preocupe-se em
desembarcar e abrigar-se.

b. Desembarque: sabendo que a ameaça iminente está na lateral


esquerda, enquanto o motorista combate (se possível), o patrulheiro deve abrir sua
porta e deslocar até um abrigo, ou utilizar-se do bloco do motor como coberta
provisória, entrando no combate e possibilitando a saída do motorista até o abrigo
ou coberta provisória (o que não depende exclusivamente disso); Para o
desembarque do motorista, recomenda-se a utilização da técnica na qual deita-se
no banco do patrulheiro, coloca o pé esquerdo no banco em que estava sentado e
se impulsiona para fora da viatura.

c. Busca de Coberta Provisória e Combate: Utilize de cobertas


provisórias até conseguir deslocar a um abrigo. Se a escolha for pela viatura policial,
posicione-se preferencialmente atrás do bloco do motor, de maneira que seu corpo
fique alinhado com os pneus da viatura. Combata e assim que possível busque um
abrigo;

d. Deslocamento ao Abrigo e Combate: localizado o abrigo desloque o


mais rápido possível para esse e combata a ameaça. Lembre-se de, sempre que
possível, estar em comunicação com seu companheiro de serviço.

1.4.2.4 Ameaça à retaguarda


Identificando que a ameaça está à retaguarda da viatura policial,
imediatamente ambos os policiais irão retirar o cinto de segurança. O motorista terá a

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missão de acionar o freio estacionário da viatura, se o mesmo ainda não estiver


acionado. Em sendo a ameaça iminente, tanto o patrulheiro quanto o motorista
poderão responder fogo imediato, dependendo do ângulo de tiro em que a ameaça se
encontre, na tentativa de incapacitar ou cessar a ameaça.
Aqui temos uma situação bem diferenciada das demais, pois a ameaça está
em posição privilegiada. Sendo assim, atirar pelo vidro traseiro das viaturas que não
tem camburão, pode ser uma alternativa para responder fogo imediato. Entretanto,
não podemos esquecer dos pontos já mencionados sobre disparos através de vidros.
Enquanto o patrulheiro ou o motorista realiza a primeira resposta, o outro
integrante da equipe desembarca, com o mínimo de silhueta possível e desloca
rapidamente até um abrigo próximo adequado, podendo utilizar a parte frontal da
viatura como coberta provisória até localizar um abrigo adequado. Se isso ocorrer,
interessante estar alinhado com os pneus da viatura, aproveitando a proteção limitada
oferecida pelos pneus.
Salienta-se que a comunicação entre a equipe é muito importante e deve
ocorrer a todo momento, salvo se as circunstâncias não permitirem.
Muito importante também, que em caso de ameaça ativa, a primeira
preocupação deverá ser buscar abrigo ou coberta provisória, para então realizar a
resposta.

FIGURA 20: Ameaça à retaguarda: equipe desembarcada e coberta


provisoriamente na viatura.

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FIGURA 21: Ameaça à retaguarda: equipe desembarcada e abrigada no


terreno.

Fonte: autores.
OBS: galões representando abrigo. Destacamos que o posicionamento dos
policiais nas fotos e esquemas são referências e base para treinamentos. O melhor
posicionamento durante a ocorrência será determinado pelo cenário tático
apresentado.

Observações:
• As posições ortodoxas apresentam inúmeras dificuldades que
inviabilizam a realização de tiro à retaguarda.
• Uma das possibilidades para esse caso é a realização de disparos
com a empunhadura simples. Todavia, apresenta certa instabilidade e, para cobrir um
ângulo maior, exige flexibilidade e movimentação do policial.
• Outra possibilidade para a realização de disparos à retaguarda, é a
posição Extended do sistema de tiro CAR System (Center Axis Relock). Este sistema
de tiro permite que o operador efetue disparos com a empunhadura dupla, exige uma
menor modificação no posicionamento do corpo no assento do veículo e aumenta o
ângulo de ação. Ademais, estes fatores, por economizar movimentos, possibilitam
uma reação mais rápida do policial.

FIGURA 22: Patrulheiro na posição Extended engajando o alvo à retaguarda


pelo interior da viatura que não tem camburão.

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Fonte: autores.

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RESUMO DOS QUATRO MOMENTOS DO CONFRONTO ARMADO PARTINDO


DE VIATURA POLICIAL COM AMEAÇAIDENTIFICADA À RETAGUARDA:

a. Resposta Imediata: em caso de ameaça iminente, tanto o motorista


quanto o patrulheiro, caso a situação permita, poderão combater, primando pela
rapidez, contundência e precisão, lembrando que isso é apenas o início caso a
ameaça não seja incapacitada imediatamente; Não perca muito tempo sem estar
abrigado;

b. Desembarque: sabendo que a ameaça está à retaguarda, enquanto um


dos integrantes da equipe combate (quando possível), o outro busca abrigo ou
utiliza-se da parte frontal da viatura como coberta provisória, ingressando no
combate facilitando o deslocamento do outro policial.

c. Busca de Coberta Provisória e Combate: Utilize de cobertas


provisórias até conseguir deslocar a um abrigo. Se a escolha for pela viatura policial,
posicione-se preferencialmente atrás do bloco do motor, de maneira que seu corpo
fique alinhado com os pneus da viatura. Combata e assim que possível busque um
abrigo;

d. Deslocamento ao Abrigo e Combate: localizado o abrigo desloque o


mais rápido possível para esse e combata a ameaça. Lembre-se de, sempre que
possível, estar em comunicação com seu companheiro de serviço.

OBS: A dinâmica do confronto armado é complexa e pode se apresentar infinitas


formas de combate, com uma, duas ou mais ameaças, vindo de diversos ângulos
possíveis, por isso, o mais importante neste contexto é combater, quando
possível, e buscar abrigo imediatamente.

1.5 Exercícios sugeridos


Os exercícios aqui mencionados são apenas sugestões e podem ser
treinadas em seco pelos componentes de equipe RPA. Além disso podem ser
complementados ou modificados dentro dos critérios técnicos de cada Instrutor.

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AMEAÇA NÃO IDENTIFICADA


LOCAL: área com possibilidade de posicionar uma viatura, com abrigos e cobertas.
RECURSOS: viatura policial; armas de airsoft ou paintball de porte e/ou portáteis;
papel kraft ou bala clavas; materiais para construir simuladores de cobertas e abrigo
(tambores, tapumes...).
OBJETIVOS: executar o exercício de force on force de forma que os instruendos
não saibam de qual ponto do cenário a ameaça está atacando visando estimular a
tomada de cobertas e abrigos disponíveis no terreno com a identificação simultânea
da ameaça.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Posicionar a equipe policial, já com o armamento de airsoft ou paintball
em condições de funcionamento, no interior da viatura de forma que não tenham
visual do exterior (com olhos vendados ou com os vidros vedados);
• Caso o terreno não disponha de cobertas e abrigos, os instrutores
posicionam no terreno os simuladores;
• Os figurantes, já com o armamento de airsoft ou paintball, devem
posicionar- se no terreno de forma que a equipe não tome conhecimento;
• Delimitar os papais dos figurantes e lhes orientar a executar suas
ações conforme determinado.

DESENVOLVIMENTO DA SIMULAÇÃO
• O exercício se inicia com o comando sonoro do instrutor,
simultaneamente os figurantes efetuam disparos de airsoft ou paintball contra à
equipe policial;
• Se a opção foi pela utilização de vendas, estas serão retiradas antes
do desembarque da equipe, caso a opção foi por vedar os vidros, a equipe apenas
abre as portas e realizam o desembarque;
• Patrulheiro e motorista desembarcam o mais rápido possível
diminuindo a silhueta e buscam um abrigo tentando visualizar o máximo do terreno
para identificar as ameaças;
• Ao identificar a ameaça, o policial responde fogo e comunica
imediatamente a localização desta (frente, retaguarda, direita, esquerda ou pontos
de referência do cenário);

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• Durante o exercício, é fundamental que a equipe mantenha a


comunicação constante e adote as opções táticas (movimentação, tomada de
cobertas e abrigos, momento de disparo...) de forma coordenada visando a melhor
resposta à situação e a incapacitação da ameaça;
Repetir o exercício invertendo a função dos policiais (patrulheiro > motorista;
motorista > patrulheiro) modificando também a localização das ameaças.

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AMEAÇA FRONTAL ATIVA


LOCAL: estande de tiro com possibilidade de acondicionar uma viatura.
RECURSOS: viatura policial; armas de porte utilizadas pelos policiais; 6 munições
para cada policial; alvos (metálicos ou de papel); materiais para construir
simuladores de cobertas e abrigo (tambores, tapumes...).
OBJETIVOS: propiciar treinamento para que o instruendo execute uma ação
coordenada com o outro componente da equipe visando a tomada de coberta de
forma provisória na viatura policial e posteriormente buscando abrigo no terreno,
congregando técnicas de tiro policial.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Posicionar a viatura policial de frente para a parede balística tendo
atenção para a distância de segurança no caso de uso de alvos metálicos;
• Posicionar um alvo na região frontal da viatura à esquerda de
forma que o motorista consiga realizar disparos coberto na retaguarda esquerda
da viatura;
• Posicionar um alvo na região frontal da viatura à direita de forma
que o patrulheiro consiga realizar disparos coberto na retaguarda direita da
viatura;
• Posicionar os simuladores de abrigo afastados da viatura policial
de forma que fiquem alinhados com a retaguarda da viatura;
• Cada policial estará com dois carregadores com três munições
cada e sua arma estará em condições de emprego.
• Posicionar os policiais no interior da viatura, ambos com as armas
coldreadas, para que aguardem a ordem do instrutor.
DESENVOLVIMENTO DO EXERCÍCIO
• O exercício se inicia com o comando sonoro do instrutor,
simultaneamente a equipe policial desembarca e corre para a retaguarda da viatura
buscando coberta provisória;
• Após estar coberto na retaguarda da viatura, ambos sacam suas
armas e buscam ângulos para efetuar disparos nos alvos posicionados em seus
respectivos lados;
• Ao encontrar ângulo, os policiais efetuarão dois disparos cada e

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deslocarão (motorista para a esquerda e patrulheiro para a direita) para o abrigo;


OBS: se o instrutor optar por deslocamentos com maior segurança, poderá utilizar
a posição temple index;
• Ao chegar no abrigo, efetuarão disparos no respectivo alvo até a arma
parar aberta, ocorrendo o recarregamento e mais três disparos. Com a arma aberta
por falta de munição, o instruendo simula o recarregamento, faz o acompanhamento
do alvo, a verificação de 360º (escaneamento do local), comunica o “limpo” e faz a
verificação de ferimentos.
• Havendo possibilidades logísticas, repete-se o exercício invertendo as
funções dos policiais.
OBS: para ameaça ativa à retaguarda basta inverter a viatura.

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AMEAÇA FRONTAL IMINENTE


LOCAL: estande de tiro com possibilidade de acondicionar uma viatura.
RECURSOS: viatura policial; armas de porte utilizadas pelos policiais; 6 munições
para cada policial; alvos (metálicos ou de papel); materiais para construir
simuladores de cobertas e abrigo (tambores, tapumes...).
OBJETIVOS: propiciar treinamento para que o instruendo execute uma ação
coordenada com o outro componente da equipe visando responder fogo a uma
ameaça iminente de dentro da viatura congregando técnicas de tiro policial.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Posicionar a viatura policial de frente para a parede balística tendo
atenção para a distância de segurança no caso de uso de alvos metálicos;
• Posicionar os simuladores de abrigo afastados da viatura policial
de forma que fiquem alinhados com as portas traseiras;
• Posicionar um alvo na região frontal da viatura à esquerda de
forma que o motorista consiga realizar disparos abrigado nos simuladores à
esquerda da viatura;
• Posicionar um alvo na região frontal da viatura à direita de
forma que o patrulheiro consiga realizar disparos abrigado nos simuladores à
direita da viatura;
• Cada policial estará com dois carregadores com três munições cada
e sua arma estará em condições de emprego.
• Posicionar os policiais no interior da viatura, sendo que o patrulheiro
estará com sua arma na mão (condição de patrulhamento) e o motorista com a arma
coldreada.

DESENVOLVIMENTO DO EXERCÍCIO
• O exercício se inicia com o comando sonoro do instrutor;
• O patrulheiro realiza dois disparos, avançando a arma para fora
através da janela da viatura, ou abrindo a porta e efetuando disparos entre a coluna
e a porta;
• Após isso, o patrulheiro desloca-se para o abrigo acondicionado à
direita da viatura, de onde tomará ângulo, efetuará o terceiro disparo e após isso o

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recarregamento e mais disparos até a arma parar aberta por falta de munição; Com
a arma aberta por falta de munição, o instruendo simula o recarregamento, faz o
acompanhamento do alvo, a verificação de 360º (escaneamento do local), comunica
o “limpo” e faz a verificação de ferimentos.
• Simultaneamente ao ocorrido acima, o mesmo momento do comando
sonoro do instrutor, o motorista desembarca e se desloca para o abrigo posicionado
na esquerda da viatura. Após chegar no abrigo, saca sua arma, toma ângulo e
efetua disparos por um lado do abrigo até a arma parar aberta, efetua a recarga de
combate e realiza mais três disparos pelo outro lado do abrigo; Com a arma aberta
por falta de munição, o instruendo simula o recarregamento, faz o acompanhamento
do alvo, a verificação de 360º (escaneamento do local), comunica o “limpo” e faz a
verificação de ferimentos.
Repete-se o exercício invertendo as funções dos policiais.

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AMEAÇA LATERAL ATIVA


LOCAL: estande de tiro com possibilidade de acondicionar uma viatura.
RECURSOS: viatura policial; armas de porte utilizadas pelos policiais; 6 munições
para cada policial; alvos (metálicos ou de papel); materiais para construir
simuladores de cobertas e abrigo (tambores, tapumes...).
OBJETIVOS: propiciar treinamento para que o instruendo execute uma ação
coordenada com o outro componente da equipe visando buscar um
posicionamento adequado abrigando-se no terreno para buscar o melhor
posicionamento para combate.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Posicionar a viatura policial com a lateral direita voltada para a
parede balística;
• Posicionar um alvo afastado da viatura alinhado com o para lama
dianteiro e outro alinhado com a lateral traseira da viatura;
• Posicionar os simuladores de abrigo afastados da viatura policial
de forma que fiquem alinhados com a lateral esquerda;
• Cada policial estará com dois carregadores com três munições cada
e sua arma estará em condições de emprego;
• Posicionar os policiais no interior da viatura, ambos com as
armas coldreadas, para que aguardem a ordem do instrutor.
DESENVOLVIMENTO DO EXERCÍCIO
• O exercício se inicia com o comando sonoro do instrutor;
• O motorista desembarca pela porta esquerda da viatura e se cobre na
porção frontal esquerda da viatura utilizando o bloco do motor como proteção
balística, saca a arma, busca ângulo e efetua dois disparos no alvo mais à esquerda;
• Simultaneamente ao desembarque do motorista, o patrulheiro
desembarca pela porta do motorista o mais rápido possível e se cobre na lateral
traseira esquerda da viatura, saca a arma, busca ângulo e efetua dois disparos no
alvo mais à direita;
• Após os dois disparos, ambos os policiais deslocarão ao abrigo, de
onde efetuarão disparos no respectivo alvo até a arma parar aberta, ocorrendo o
recarregamento e mais três disparos; Com a arma aberta por falta de munição, o

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instruendo simula o recarregamento, faz o acompanhamento do alvo, a verificação


de 360º (escaneamento do local), comunica o “limpo” e faz a verificação de
ferimentos.
• Repete-se o exercício invertendo as funções dos policiais.
• OBS: se o instrutor optar por deslocamentos com maior segurança,
poderá utilizar a posição temple index;
• OBS: para situação de ameaça na lateral esquerda basta mudar o
lado da viatura.

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AMEAÇA LATERAL IMINENTE


LOCAL: estande de tiro com possibilidade de acondicionar uma viatura.
RECURSOS: viatura policial; armas de porte utilizadas pelos policiais; 6 munições
para cada policial; alvos (metálicos ou de papel); materiais para construir
simuladores de cobertas e abrigo (tambores, tapumes...).
OBJETIVOS: propiciar treinamento para que o instruendo execute uma ação
coordenada com o outro componente da equipe visando responder fogo a uma
ameaça iminente de dentro da viatura, congregando técnicas de tiro policial.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Posicionar a viatura policial com a lateral direita voltada para a parede
balística;
• Posicionar os simuladores de abrigo de forma que um fique alinhado à
lateral esquerda à frente da viatura e outro fique alinhado com o centro da traseira
da viatura;
• Posicionar um alvo alinhado com o para lama dianteiro da viatura (ALVO
A);
• Posicionar um alvo a três metros da viatura alinhado com a porta
dianteira da viatura (ALVO B);
• Posicionar um alvo alinhado com a lateral traseira da viatura (ALVO C);
• Cada policial estará com dois carregadores com três munições cada e
suas armas estarão em condições de emprego;
• Posicionar os policiais no interior da viatura, sendo que o patrulheiro
estará com arma na mão (condição de patrulhamento) e o motorista com a arma
coldreada.
DESENVOLVIMENTO DO EXERCÍCIO
• O exercício se inicia com o comando sonoro do instrutor;
• O patrulheiro efetuará disparos no “ALVO B” até a arma parar aberta, a
partir do interior da viatura, utilizando a posição extender ou girando o corpo de
forma a ficar de frente com a porta, possibilitando a posição isósceles;
• Após a arma parar aberta, o patrulheiro desembarca pela porta direita e se
desloca para a coberta localizada na lateral esquerda traseira da viatura realizando

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a recarga de combate; O instrutor pode optar também pela realização de apenas


um disparo ou dois, utilizando para o deslocamento a posição temple index (questão
de segurança);
• Após estar posicionado na coberta, o patrulheiro toma ângulo e efetua
disparos no “ALVO C” até a arma parar aberta. Com a arma aberta por falta de
munição, o instruendo simula o recarregamento, faz o acompanhamento do alvo, a
verificação de 360º (escaneamento do local), comunica o “limpo” e faz a verificação
de ferimentos.
• Com o comando sonoro do instrutor para início do exercício, o motorista
desembarca e se posiciona na lateral esquerda da viatura utilizando o bloco do
motor como coberta e aguarda comando (questão de segurança);
• Quando o patrulheiro sair da coberta da viatura e estiver deslocando para
o abrigo, o instrutor comanda para que o motorista saque sua arma e efetue dois
disparos no “ALVO A”;
• Após os dois disparos, o motorista deslocará para o abrigo, tomará ângulo
e efetuará um disparo e a recarga de combate. Com a arma recarregada, o motorista
mudará o lado do abrigo, tomará ângulo e efetuará o restante dos disparos. Com a
arma aberta por falta de munição, o instruendo simula o recarregamento, faz o
acompanhamento do alvo, a verificação de 360º (escaneamento do local), comunica
o “limpo” e faz a verificação de ferimentos.
• Repete-se o exercício invertendo as funções dos policiais.
OBS: para situação de ameaça na lateral esquerda basta mudar o lado da viatura.

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2 CONFRONTOS ARMADOS DESEMBARCADOS


Em situações de confrontos armados em que o policial militar se encontra
desembarcado, é imprescindível que o mesmo leve em conta as seguintes regras para
o emprego da arma de fogo conforme previsto no Manual do Instrutor em Habilitações
com arma de fogo (PUGLIA, 2018):

SE ESTIVER PARADO, DEVERÁ ESTAR ABRIGADO;

SE ESTIVER DESABRIGADO E ATIRANDO, DEVERÁ ESTAR ANDANDO,


NUNCA CORRENDO;

SE ESTIVER DESABRIGADO E CORRENDO, NÃO DEVERÁ ATIRAR.

Dessa forma, levando em conta as regras acima, o policial militar poderá se


deparar com algumas situações que requerem diferentes atitudes em um
confronto armado.
Outro fator importante é que não existe uma quantidade pré-determinada de
disparos necessários para incapacitar a ameaça. Deve o policial militar fazer
quantos disparos forem necessários até que o oponente esteja incapacitado sem
condições de ferir o policial militar ou terceiros. Por isso, após uma série de disparos
que em tese incapacite o oponente, é necessário verificar novamente as condições
da ameaça, visto que ela ainda pode estar apta a efetuar mais disparos em direção
do policial militar.
O estado de alerta do policial militar é um fator de suma importância, haja vista
que influenciará diretamente nas ações do mesmo frente a uma ameaça, o ideal é
que já esteja no estado de alerta na condição laranja e/ou vermelha.A posição do
armamento antes de iniciar o confronto armado também é de suma importância no
resultado final do mesmo. Visto que, como dito, o estado de alerta do policial militar
estará alto e já se espera por um possível confronto, a posição do seu armamento
tende a estar na posição 3, ou na posição “4”, dessa forma, para realizar o disparo o
tempo de reação é muito mais rápido do que quando precisa realizar o saque da
posição zero.

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2.1 Disparos efetuados pelo policial militar em movimento


Levando em consideração a premissa básica do tiro, se o policial militar está
atirando em movimento é porque ele não está abrigado e não possui condições de se
abrigar naquele momento.
Situações como essas são comuns quando um suspeito reage a uma
abordagem ou quando o policial militar ou a equipe policial militar é surpreendida por
uma emboscada, ou até mesmo durante uma tentativa de roubo por parte de
criminosos quando o policial militar está de folga.
O ideal é que o policial militar consiga prever a ação criminosa e busque um
abrigo antes de iniciar um confronto armado, entretanto, nem sempre isso é possível
e o confronto se dá de forma rápida e sem o planejamento prévio.
O cenário dos confrontos armados podem ser tanto em ambientes abertos –
como vias públicas, quanto em ambientes fechados – como residências. Porém, ao
adentrar em uma residência, o policial militar já deve estar com sua atenção muito
mais elevada do que durante um patrulhamento, por exemplo, e o planejamento de
possíveis abrigos já deve estar feito, evitando o disparo desabrigado.

2.1.1 Sequência das ações em movimento


Havendo uma ameaça de arma de fogo a frente do policial militar e este não
possuindo condições de abrigo imediato, caso não esteja com sua arma em punho na
posição “3” ou “4”, deve fazer o saque da arma de fogo de forma mais rápida possível
e efetuar disparos em direção daquela ameaça até incapacitá-la, devendo iniciar seus
disparos já na posição “2”, até chegar na posição “4”, onde estará com a empunhadura
dupla preferencialmente, e visada na ameaça. A movimentação do policial durante os
disparos é imprescindível, seja se movimentando para trás, para as laterais ou de
forma diagonal. O importante é sempre se movimentar, se afastando da ameaça. O
policial militar não deve ir ao encontro da ameaça, pois a aproximação é desvantajosa.
Ainda o policial militar, podendo, deverá verbalizar no intuito de que a ameaça
largue a arma. “POLÍCIA! LARGUE A ARMA, SENÃO VOU ATIRAR!’
Durante a movimentação o policial militar deve realizar passos mais altos do
que normalmente realiza, para evitar tropeçar em objetos ou buracos, já que a atenção
do policial militar estará voltada para a ameaça e para o aparelho de pontaria
de sua arma (PUGLIA, 2018). Ressalta-se que a movimentação do policial durante os
disparos não é correndo. Não se dispara arma de fogo correndo. A movimentação

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deve ser da forma mais sutil possível para que a arma de fogo não oscile de forma
exagerada, prejudicando dessa forma a qualidade dos disparos.
Os pés devem atingir o solo primeiramente com o calcanhar, tentando
amortecer a pisada, de modo a gerar o mínimo de oscilação da arma (a chamada
caminhada tática). Finalmente, para o total domínio dos disparos em movimento, o
ideal é atirar no exato momento em que ambos os pés tocam o solo (PUGLIA, 2018,
p. 82).
Porém nem sempre o policial militar conseguirá realizar os passos da forma
tática conforme descritos acima. Diante da oscilação da arma, o ideal é que os
disparos sejam efetuados quando a massa de mira se sobrepõe ao alvo, importante
sempre se atentar para não correr durante os disparos e não tropeçar, seja em objetos
no chão ou até mesmo nas próprias pernas, por isso é importante não cruzá- las
quando estiver realizando os deslocamentos.

FIGURA 23: deslocamento sem cruzar as pernas.

Fonte: autores.

Caso o policial militar necessite correr para buscar um abrigo ou para se


distanciar da ameaça diminuindo a capacidade desta em atingí-lo, deverá fazê-lo da
forma mais rápida possível. O que será explanado no decorrer desta unidade.
Considerando que aproximadamente 70% dos confrontos armados ocorrem
numa distância inferior a 7 metros, e que a maioria dessa porcentagem acontecem
dentro de um raio de 5 metros (PMPR, 2020), é interessante efetuar os disparos e

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se afastar de forma geral para trás (diagonais) até que neutralize a ameaça ou
encontre um abrigo.
Esse deslocamento deve ser realizado sem trocar passos com as duas
pernas, mas sim utilizando o sobrepasso na mesma perna, para que o policial não
tropece em nada que esteja na sua retaguarda durante o deslocamento.

FIGURA 24: deslocamento realizando o sobrepasso.

Fonte: autores.

Quando parado/estático, as posições mais confortáveis e precisas para se


atirar são: Isósceles e Weaver, sendo estas as que mais o policial militar utiliza
principalmente no tiro de precisão. Portanto o policial militar em movimentação para
frente ou para trás, deve preferencialmente utilizar da posição isósceles, pois o seu
corpo estará voltado para a ameaça, potencializando assim o uso do colete balístico.
Atualmente vem se aprimorando técnicas de movimentação durante os disparos
da arma de fogo. Para Castle, as atuais posição utilizadas em confronto, em que a
movimentação é essencial para se manter vivo, coloca o policial militar em
desvantagem, visto que o atirador necessita ficar de frente para a ameaça causando
desequilíbrio na movimentação além de tornar o policial militar um alvo grande mais
fácil de ser atingido (CASTLE, 2010).
A saída para conseguir movimentação para qualquer direção e atirar ao
mesmo tempo é o sistema C.A.R. (Center Axis Relock). “O sistema C.A.R. foi
essencialmente desenvolvido como uma plataforma de tiro para confrontos armados,

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e tiro rápido e preciso” (CASTLE, 2010, p. 17), que consiste basicamente em ser um
alvo menor, ser móvel (um alvo difícil de atingir) enquanto atira e atingir o alvo antes
de ser atingido (rapidez de resposta).
Entretanto, essas técnicas requerem aprendizado e treinamento, a Policia
Militar do Paraná vem adotando parte destes conceitos, principalmente no que
consiste no tiro em deslocamento para as laterais, pois para não haver cruzamento
de pernas, o que pode causar tropeços nas próprias pernas, adotou a posição de tiro
“extended”.
A posição “extended” consiste no policial militar se lateralizar para a ameaça
num ângulo aproximado de 45 graus, numa boa base (base de luta), fazer um
anteparo com a mão de apoio na altura dos ombros, próximo destes (sem quebrar o
punho), e a mão que empunha a arma irá se encontrar com a mesma unindo os
polegares e fazendo leve força em direção ao ombro e a altura do olho que está do
lado que se fará os disparos.

FIGURA 25: posição “extended”.

Fonte: autores.

2.1.2 Variáveis do disparo em movimento


Conseguir atirar antes da ameaça é um fator determinante para quem vai
viver ou morrer. A movimentação durante os disparos é fundamental para não ser
atingido pela mesma. Ainda, acertar o oponente com os disparos é mais importante
do que somente disparar a arma de fogo sem precisão.

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O objetivo principal é que o policial militar se mantenha vivo, sem nenhum


ferimento.
O objetivo secundário é de incapacitar a ameaça para que não efetue mais
disparos ou não tenha capacidade de efetuar disparos contra o policial militar. Após
incapacitar a ameaça o policial deve analisar a situação e se ainda o oponente
continuar oferecendo risco efetuar mais disparos até cessar a ameaça.
Busca-se ainda não ferir nenhum terceiro durante a ação, por isso a
importância de ter efetividade e precisão nos disparos feitos pelo policial militar, que
inicia com o correto posicionamento no saque e ou apresentação do armamento, até
o disparo. O policial militar pode estar em estado de alerta baixo, e para tanto,
necessitar fazer o saque da arma de fogo correto, bem como aplicar corretamente os
fundamentos do tiro até conseguir incapacitar a ameaça.
Caso a ameaça já esteja totalmente incapacitada e não oferecendo mais
riscos ao policial militar, este deve cessar imediatamente os disparos. É imprescindível
a verificação de outras ameaças no local. Ainda o policial militar deve aproveitar o
momento para fazer recarga tática, visando deixar a arma em condições plenas caso
encontre novas ameaças. Deve também fazer a verificação de possíveis feridos dos
disparos, para o acionamento do socorro médico.

2.1.3 Condutas que podem gerar erros Algumas condutas tem que ser
evitadas, como:
• efetuar disparos sem se movimentar, permanecendo de forma
estática;
• após incapacitar a ameaça não conferir se a mesma ainda
possui capacidade de continuar atirando;
• não conferir o ambiente após cessar a ameaça inicial, na busca
de outros alvos; e
• não realizar recarga tática antes de conferir demais ameaças.
Tais condutas não sendo observadas podem ser fatais para o policial militar.
Eventuais panes no armamento podem ocorrer durante o confronto, as quais
devem ser sanadas imediatamente pelo policial militar. Importante que durante a
pane do armamento o policial militar, utilizando das técnicas aprendidas se
mantenha em movimento para que não seja um alvo fácil para a ameaça.

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2.2 Disparos efetuados pela ameaça em movimento


Partindo da premissa que, se a ameaça está em movimento e o policial militar
está parado, é porque obrigatoriamente ele está abrigado.
Desta forma, o engajamento dos disparos tendem a ser mais precisos,
contudo a posição do atirador vai se adequar ao abrigo que tem disponível. Por
exemplo, um poste, onde o policial militar consiga ficar em pé; ou um meio-fio, onde
o policial militar deverá permanecer deitado; ou ainda uma viatura, em que a posição
que o dará abrigo poderá ser ajoelhado, cócoras ou deitado.
Nessa situação, o disparo do policial militar deverá ser com empunhadura
dupla, visto a melhor precisão nos disparos, aproveitando-se da proteção do abrigo.
Há de se atentar ainda, nesse caso, para que o policial militar não utilize “falsos
abrigos”, como por exemplo, uma parede de madeira, um móvel ou ainda uma árvore
com pouca espessura, sendo que sua ameaça está com uma arma de grande potência
de disparos.
Durante os disparos, para tentar um melhor engajamento do alvo, o policial
militar tende a se expor em seu abrigo, contudo deverá fazê-lo com a menor exposição
possível. Portanto, permanecer abrigado é vital para o policial militar. E ainda,
somente trocar de abrigo se for mais vantajoso para o confronto e se estiver com
cobertura de fogo.
Outro ponto é não perder o foco da ameaça e permitir que ela se aproxime
demais de seu abrigo, podendo alvejá-lo no momento que se expõe para engajar o
alvo. Ainda efetuar disparos precisos na ameaça que está se movimentando requer
uma maior qualidade nos disparos, bem como para que não atinja terceiros inocentes.

2.2.1 Condutas Que Podem Gerar Erros Algumas condutas tem que ser
evitadas, como:
• Se expor demais no seu abrigo para engajamento de alvos;
• após incapacitar a ameaça não conferir se a mesma ainda
possui capacidade de continuar atirando;
• não conferir o ambiente após cessar a ameaça inicial, na busca
de outros alvos; e
• não realizar recarga tática antes de conferir demais ameaças.

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2.3 Disparos efetuados quando ambos estão em movimento


“Ser um alvo menor, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365
dias por ano (24/7/365), ser móvel (um alvo difícil de atingir)
enquanto atira e atingir o alvo antes de ser atingido é a resposta”
(CASTLE, p. 16).

Quando se depara em uma situação extrema onde não há possibilidade de


nenhum tipo de abrigo e ambos estão em movimento, tanto o policial militar quanto a
ameaça, sobressairá quem tem o melhor treinamento para conseguir atirar antes, com
efetividade, e ter a movimentação adequada a ponto de não ser atingido pelo
oponente.
O policial militar deverá agir como descrito no item “Disparos efetuados pelo
policial militar em movimento”. Cabe referenciar que muitas vezes o policial militar irá
iniciar um acompanhamento correndo atrás de um infrator, o qual foge de uma
abordagem, por exemplo. Bem como poderá ter que se afastar de uma ameaça tendo
que correr. Em situações como essa o policial militar poderá correr com a arma em
várias posições, cabendo ao mesmo escolher a qual melhor lhe convém, diante das
reais possibilidades da ameaça. Podendo fazê-la:
2.3.1 NO COLDRE: com a arma no coldre, caso necessite imprimir maior
velocidade e necessite das mãos para outra situação, como pular um muro, como se
vê na FIGURA 26:

Fonte: autores.

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2.3.2 TIPO CORRIDA: ainda poderá fazê-la com a arma na mão forte e
movimentação normal ao lado do corpo, visto que desta forma também conseguirá boa
velocidade de deslocamento, como se observa na FIGURA 27:

Fonte: autores.

2.3.3 PRONTO ALTO: também poderá fazê-la com a arma a frente do corpo
em pronto alto, como se vê na FIGURA 28:

Fonte: autores.

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2.3.4 POSIÇÃO 2: bem como na lateral do corpo na posição “2”, no intuito


de um melhor controle de cano, como se vê na FIGURA 29:

Fonte: autores.

2.3.5 TEMPLE INDEX: o que também é conseguido com a arma na


lateral da cabeça na têmpora (temple index), como se vê na FIGURA 30:

Fonte: autores.

Contudo as três últimas posições apesar de possibilitar um bom controle de


cano elas dificultam muito a corrida, visto que não é uma movimentação natural do

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corpo.
O que é fundamental em todas as posições em que o policial militar decida
correr com sua arma em punho é manter sempre o dedo fora do gatilho, para que não
haja um disparo sem intenção do mesmo, haja vista a oscilação do corpo ou uma
contração muscular devido a algum movimento involuntário em virtude de um tropeço
por exemplo.

2.4 Sistema "C.A.R." (CENTER AXIS RELOCK)


Ao enfrentar uma ameaça em movimento, o policial militar deve buscar
também a sua própria movimentação enquanto efetua os disparos, porém a
dificuldade em acertar o alvo é maior. Dessa forma, as técnicas de movimentação,
quando passadas corretas, bem como utilização do sistema C.A.R. nessas situações
determinarão o final do confronto de forma positiva ao policial militar.
Movimentações de formas simples, como andar para frente e para trás nesses
casos tornarão o policial militar alvo fácil.
Portanto, movimentações nas laterais, em diagonais, lateralização do corpo
(diminuir a silhueta), e qualidade dos disparos no alvo são fatores decisivos para a
vida do policial militar. Efetuar disparos com precisão durante o confronto armado e
manter a movimentação para não ser atingido, bem como, incapacitar a ameaça o
mais rápido possível são fundamentais.

FIGURA 31: Sistema "C.A.R." (Center Axis Relock)

Fonte: autores.

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2.5. Sugestão de exercício


CONFRONTOS ARMADOS DESEMBARCADO
Exercício/ Arma Descrição do Exercício Quantidade de tiros
O policial militar deverá se
posicionar de frente a um alvo, arma
na posição “4” como se estivesse
fazendo uma abordagem, e ao ser
dado o sinal de início pelo instrutor,
o mesmo deverá iniciar o
Disparos com deslocamento com sobrepasso para a
deslocamento para retaguarda (podendo ser em diagonal).
20 tiros
trás e laterais / efetuando disparos até atingir uma
Pistola distância determinada pelo instrutor, 5
a 7 metros, devendo nesse
momento o aluno passar para a
posição “extended” e deslocar para
a direção indicada pelo instrutor,
fazendo ainda disparos em direção aos
alvos

Este exercício deverá inicialmente ser realizado em partes para melhor


fixação pelo aluno, das situações de deslocamento e disparos, para que após o
mesmo conseguir deslocar à retaguarda ou diagonais, bem como lateralmente,
fazendo disparos, seja unido em um único exercício.

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3 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS

CASTLE, Paul. Center Axis Relock: Sistema com armas de fogo - Treinando
para a realidade. 001. ed. [S. l.]: Sabre Tactical Sul, 2010. 63 p.

MATOS, Péricles de. Apostila Tática para Confrontos Armados. Disponível em:
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Armados-Versao-Finaldoc< consulta em 30/03/2020

PUGLIA, Anderson. Habilitações com armas de fogo – manual do instrutor. 2ª


ed. Curitiba, 2018.Disponível na Intranet PMPR: Caminho para download: Intranet /
Administração /Estado-Maior / PM3 – Documentos / Documentos para Instrução / 01.
Manuais / Habilitações com Armas de Fogo – Manual do Instrutor.pdf.

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UNIDADE XI - APROXIMAÇÃO, ENTRADA E PROGRESSÕES


EM EDIFICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
A abordagem, prática constante e rotineira no serviço da Polícia Militar, requer
de seus integrantes ações pautadas em técnicas, de forma a garantir máxima
eficiência e segurança a si e a terceiros. De acordo com a natureza das ocorrências
ou do patrulhamento realizado, o policial militar pode se deparar com a necessidade
de realizar aproximação, entrada e varredura em edificações, seja para simples
verificação, como também em busca de pessoas homiziadas, os quais tem vantagem
em relação àqueles que executam a entrada, pelo uso de abrigos e por já conhecer o
ambiente. Com isso, deve o policial ser conhecedor de técnicas de progressão, de
entradas em edificações e varredura, bem como treiná-las, visando a correção de
atitudes e perfeita execução.
Durante a execução das técnicas elencadas nesta Unidade, o policial deve
pautar suas ações nos princípios de trabalhar em duplas e preencher os espaços
no ambiente. O primeiro deles consiste na convicção de que as ações não devem ser
isoladas, sob o risco de comprometer sua segurança e dos demais envolvidos. Ao
trabalharem em células mínimas de dois homens, a segurança para aquele que
executa um deslocamento, varredura ou adentramento é potencializada. Cabe
salientar que, para que os riscos sejam minimizados nas ações destacadas nesta
Unidade, as equipes devem executá-las em pelo menos 04 (quatro) policiais. Neste
caso, quando uma equipe composta em número inferior a este se deparar com a
necessidade de realizar a aproximação e verificação de uma edificação, deve solicitar
apoio para sua execução, exceto nos casos estudados neste Manual que
demandarem a entrada imediata.
O princípio do preenchimento dos espaços denota a importância da
verificação de todos os cômodos existentes numa edificação, de forma que todos
sejam “esterilizados”. Isto significa que a evolução da progressão numa edificação
deve ser realizada, à medida que todas as áreas sejam verificadas e a equipe
certificada da inexistência de pessoas homiziadas, evitando que os policiais sejam
surpreendidos.
Importante também para o policial que executa as ações estudadas nessa

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Unidade é ser conhecedor dos conceitos de área de responsabilidade, área de


risco, área de segurança.
Durante o adentramento, preferencialmente realizado por pelo menos dois
policiais e nos casos em que o tamanho permite, o cômodo deve ser divido em áreas
de responsabilidade para que se tenha maior observação, melhor verificação e
rapidez na resposta em caso de localização de pessoa no cômodo. Para que esta
divisão ocorra visualmente e mentalmente pelos policiais, é importante a observação
pelos policiais, da localização da entrada do cômodo. Nos casos em que a entrada é
localizada na extremidade de um cômodo (porta de canto), as áreas de
responsabilidade devem ser divididas tomando por base a linha imaginária que divide
o cômodo ao meio, em diagonal, ligando dois cantos opostos. Para os casos em que
a entrada é localizada no meio do cômodo (porta de meio), as áreas de
responsabilidade serão estabelecidas pela linha imaginária que divide o cômodo ao
meio, ligando a entrada do cômodo ao meio da parede oposta à entrada.

2 DESLOCAMENTO E APROXIMAÇÃO

2.1 Ponto a ponto


Trata-se de uma técnica de deslocamento onde a segurança é priorizada,
quando o confronto armado é iminente ou já tenha se iniciado. Este deslocamento é
marcado pela rapidez dos policiais durante a transição entre os pontos, conhecido por
lanços, sendo contudo, um deslocamento lento e cansativo em razão da repetição de
movimentos por todos os policiais envolvidos no deslocamento. O lanço ao próximo
abrigo deve ser realizado após o planejamento mental, respondendo as seguintes
perguntas:
a. Para onde vou? O policial nunca deve abandonar um abrigo ou
cobertura sem ter a certeza de que encontrará outro. Esse ponto preferencialmente
deve, além de segurança, proporcionar boas condições de efetuar disparos caso
necessário;
b. Como vou? Antes de iniciar o lanço, o policial deve decidir de que
modo e por onde será seu deslocamento;
c. Quando vou? O policial deve iniciar o lanço após certificar-se que está
sendo coberto, ou seja, seu companheiro está fazendo a segurança para o seu
deslocamento.

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O deslocamento ponto a ponto pode ser realizado por uma formação policial
de patrulha ou até mesmo por uma dupla de policiais.Nos casos em que a disciplina
de ruído tenha sido quebrada e a progressão silenciosa não seja mais vantajosa, os
deslocamentos devem ser precedidos de verbalização padronizada previamente, com
palavras que transmitam aos demais policiais a intenção ou a execução de ações,
como por exemplo as palavras COBERTURA e COBRINDO.

2.1.1 Execução
Após, respondidas as perguntas acima, o policial que está à frente da equipe
ou da patrulha, conhecido como ponta, deve adotar a Posição Torre.
Nesta posição, o ponta adota a posição de tiro ajoelhado, mantendo seu
tronco ereto, sem apoiar o corpo sobre o tornozelo da perna apoiada no solo, enquanto
seu companheiro posiciona-se logo atrás na posição de tiro em pé, devendo passar o
cano de sua arma da cabeça do ponta,tendo a capacidade evitar um disparo acidental
no momento do início do deslocamento do ponta. Esta posição garante maior poder
de fogo sem aumento da exposição de silhueta dos policiais.

FIGURA 01: Posição Torre com arma de porte.

Fonte: autores.

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FIGURA 02: Posição Torre com arma portátil.

Fonte: autores.

Ao adotar a posição de tiro ajoelhado, o policial que a adota demonstra sua


intenção de deslocar ao próximo ponto e externa a necessidade de cobertura para
segurança de seu deslocamento, enquanto que seu companheiro, ao adotar a posição
de tiro em pé, logo a sua retaguarda, demonstra que está pronto para realizá-la. O
deslocamento deve então ser iniciado de forma rápida e segura, devendo o policial
evitar tropeços e consequentes quedas, bem como adotar a posição correta de
condução de sua arma de fogo. Durante a progressão do ponta, seu companheiro faz
cobertura de fogo (ou garante possibilidade de fogo) para garantir-lhe a segurança.
Ao chegar ao próximo ponto, o policial deve engajar o alvo em potencial ou
ponto onde possa estar ou surgir o seu oponente, a fim de garantir cobertura de fogo
para o deslocamento de seu companheiro até o ponto onde se encontra. Com a
chegada de seu companheiro, os movimentos são repetidos almejando o
deslocamento ao próximo ponto, seguindo assim até o destino pretendido.
Alguns cuidados devem ser observados pelo policial durante a execução
desta técnica de deslocamento. Como já exposto, o primeiro cuidado do policial deve
ser o de, sempre efetuar seu deslocamento a partir do momento em que se encontra
coberto por outro policial.
Um segundo cuidado diz em relação a escolha do ponto a ser atingido por

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lanço, sabendo diferenciar se o local é considerado uma abrigo ou encoberta. Outra


ação que demanda atenção dos policiais está na tomada da posição torre, quando o
policial que adota a posição de tiro em pé deve preocupar-se em passar a extremidade
do cano de sua arma, de porte ou portátil, da linha projetada da cabeça de seu
companheiro, o qual adotou a posição de tiro ajoelhado. Este, por conseguinte, antes
de levantar-se para iniciar o deslocamento, deve levantar seu olhar de forma a
observar o armamento de seu companheiro, bem como sua posição corporal. Com
isso, objetiva-se a escolha do lado para levantar-se, de modo a não passar em frente
a linha de tiro do companheiro que garante a sua segurança, nem tão pouco impactar
a sua arma, a ponto de fazê-lo perder sua linha de visada e pôr em risco a cobertura
proposta para o deslocamento.

FIGURA 03: Observação de cano.

Fonte: autores.

Por fim, uma vez rompida a disciplina de ruído, outro cuidado deve ser
despendido à comunicação verbal entre os policiais, devendo ser clara, de modo a
não pôr em risco o deslocamento, nem tão pouco interrompê-lo pela falta de contato
entre a equipe.
A execução correta desta técnica proporciona a aproximação do objetivo de
forma mais segura, com aproveitamento de abrigos naturais ou artificiais dispostos
no terreno, que garantem segurança e conforto na adoção de posições ortodoxas e
não ortodoxas de tiro, bem como tranquilidade para o engajamento de alvos.
Assim como ocorre com outras técnicas, os policiais devem treinar e serem

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treinados de forma a repetir os movimentos, com especial atenção aos cuidados


elencados acima, de forma a corrigirem erros e reforçar os acertos, bem como
identificar a necessidade de melhorias como ajuste de equipamentos, melhorar o
condicionamento físico e outras.

2.2 Em coluna
Consiste na técnica voltada para deslocamentos que demandem menor
exposição da equipe policial e para deslocamentos longos, proporcionando disciplina
de ruído nos casos em que os policiais não foram identificados ou visualizados.

2.2.1 Execução
Neste deslocamento, os policiais devem se posicionar um atrás do outro,
mantendo a atenção e segurança a frente, aos lados e a retaguarda. Dependendo da
distância e do local em que ocorre o deslocamento, os policiais devem manter
distância entre si, de modo que, em caso de ataque, não sejam vários policiais
atingidos e que a equipe tenha condições de resposta a agressão. Em outros casos,
o agrupamento dos policiais, mantendo a formação hora estudada, proporciona
melhor comunicação e visualização do local, como na aproximação de quinas.

FIGURA 04: Deslocamento em coluna.

Fonte: autores.

2.3 Em “L”
Consiste na técnica recomendada para o deslocamento em locais ou ponto
do terreno que demande segurança a frente e a um dos lados.

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2.3.1 Execução
Nesta técnica, os policiais deslocam formando um “L” imaginário, mantendo
distanciamento corporal a fim de dificultar o impacto de disparos em ambos os policiais
em caso de ataque, postando-se um policial voltado para o sentido do deslocamento,
enquanto que seu companheiro desloca no mesmo sentido, contudo garantindo
segurança ao lado vulnerável. A formação pode ser alterada nas mudanças de
direção, quando necessárias no deslocamento, mudando as áreas de
responsabilidade de cada policial, mantendo-se, contudo, o “L” entre os policiais.

FIGURA 05: Deslocamento em “L”.

Fonte: autores.

2.4 Costa a costa


Consiste na técnica voltada para o ambiente que demande cuidados em
relação ao sentido do deslocamento, bem como a retaguarda, como em corredores.

2.4.1 Execuão
Nesta técnica, os policiais devem manter contato entre si e deslocar juntos,
no sentido pretendido, com segurança a frente e a retaguarda. O contato entre os
policiais pode ser feito por meio da mão fraca do policial responsável pela retaguarda,
a qual segura o cinto do policial responsável pela segurança frontal. Esta forma de
contato e posicionamento dos policiais garante menor exposição da silhueta dos

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policiais. Como desvantagem, o deslocamento nesta condição requer cuidados com


relação a tropeços, em especial pelo policial responsável pela segurança a
retaguarda, além do mesmo conduzir sua arma com empunhadura simples, condição
que pode comprometer um disparo em caso de necessidade.
Outra variável da técnica é a disposição dos policiais unidos pelo contato de
seus ombros, cada qual mantendo sua área de responsabilidade. Esta forma de
contato, garante deslocamento mais rápido, além de empunhadura dupla a ambos os
policiais. Como desvantagem, esta forma de contato proporciona aumento da
exposição de silhueta dos policiais.

FIGURA 06: Deslocamento costa a costa com apoio de cinto.

Fonte: autores.

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FIGURA 07: Deslocamento costa a costa com apoio de ombros.

Fonte: autores.

2.5 ALTO E BAIXO


Consiste na técnica utilizada em corredores ou em ambientes estreitos,
garantindo maior apoio de fogo em relação ao sentido do deslocamento.

2.5.1 Execução
Consiste em um policial, preferencialmente o de menor estatura, progredir
agachado, enquanto o de maior estatura progride projetando seus braços sobre seu
companheiro, de forma a ultrapassar o armamento de sua cabeça, adotando os
mesmos cuidados elencados no item 2.1.1 desta Unidade.
Esta técnica garante menor exposição de silhueta dos policiais, além de
garantir mais de uma linha de tiro em ambiente estreito. Como desvantagem, esta
técnica demanda considerável esforço físico pelo policial que se desloca agachado, o
que provoca lentidão, fator prejudicial quando na passagem por corredores.

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3 TÉCNICAS DE VARREDURA EM EDIFICAÇÕES

3.1 Tomada de ângulo


Trata-se de uma técnica que converge os objetivos de visualização e
deslocamento. A tomada de ângulo, também conhecida por “fatiamento”, é uma
opção ao policial quando se deparar com quebra de ângulo no terreno como uma
quina de um muro, uma esquina ou até mesmo no uso de uma cobertura.

3.1.1 Execução
Para a realização correta da técnica, o policial deve se posicionar a pelo
menos 01 (um) passo de distância da quina, e com o posicionamento correto das
pernas, mantendo a frente a perna para o lado que pretende se movimentar. A
movimentação corporal consiste em inclinar o tronco, obtendo a visualização do
ambiente, propiciada pela angulação alcançada pela inclinação.

FIGURA 08: Postura na tomada de ângulos.

Fonte: autores.

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FIGURA 09: Vista interna na tomada de ângulos.

Fonte: autores.

Uma vez visualizado o ambiente por meio da inclinação do tronco, o policial


deve efetuar a passada natural de pernas, contudo, não ultrapassando o limite da
linha imaginária originada entre parte de sua cabeça e a quina. Feito isso, o policial
deve repetir continuamente os movimentos, procurando afastar-se gradualmente da
quina até aproximadamente 02 (dois) metros, efetuando movimento parabólico em
relação a quina, até obter total visualização do ambiente.
Durante buscas em edificações, em ambientes externos e até mesmo em
acompanhamento a pessoa a pé, o policial pode se deparar com uma abrupta quebra
de ângulo, quando deve evitar a exposição corporal, optando assim pela técnica da
tomada de ângulo.
Durante a execução desta técnica, o policial pode vir a observar algo, pessoa
suspeita, ou infrator confirmado, contudo, sem ser visto. Neste caso, deve o policial,
além do planejamento mental, comunicar a equipe sobre aquilo que observa. Nos
casos em que o policial que executa a técnica seja visto, ou mesmo que isso não
ocorra e exista a necessidade de abordagem, o policial deve imediatamente iniciar a
verbalização, procurando trazer o abordado até a área de segurança, ou seja, área já
verificada pela equipe policial. Esta ação visa evitar a exposição dos policiais em
ambiente ainda não verificado, considerado área de risco, pela possibilidade da
existência de outras pessoas homiziadas no local. Para os casos em que as ordens
policiais não forem acatadas e após análise de riscos, considerando as variáveis
envolvidas, como a natureza da ocorrência, poderá a equipe policial optar pelo
adentramento na edificação, devendo empregar as técnicas previstas para tal.
Especial atenção deve ser dada pelo policial na análise do armamento

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utilizado pelo oponente, quando houver, antes mesmo da tomada de ângulo, uma vez
que, diante da ocorrência com infratores portando armas portáteis, seus projéteis
podem vir a danificar a quina utilizada para a execução da técnica, expondo assim o
policial. Nestas ocorrências, e sendo o policial visualizado pelo oponente, a quina
utilizada poderá ser saturada com disparos por ele, impedindo assim a continuidade
da execução da técnica pelo policial, quando então deve abrigar-se.
Outro ponto a ser observado pelo policial que se depara com uma quina é a
largura do anteparo em relação ao ambiente, a fim de que seja garantido espaço
para a tomada de ângulo e afastamento da quina de aproximadamente 02 (dois)
metros. Não tendo largura suficiente, o policial deve optar por outras técnicas de
observação tais como a Rápida Espiada (Quik Pick) e Entrada Israelense.

3.2 Rápida espiada (QUICK PICK)


Consiste na técnica de observação com mínima exposição corporal, podendo
ser executada em várias alturas, recomendada para os casos em que o policial se
encontra atrás de um anteparo, sem espaço para a realização da técnica tomada de
ângulo, ou quando o policial julgar ser esta a melhor opção de acordo com as variáveis
do ambiente.

3.2.1 Execução
Uma vez posicionado atrás de um anteparo, o observador não deverá realizar
duas observações de uma mesma altura. Para que isso não ocorra, uma vez realizada
a primeira observação, o policial deverá escolher altura ou local diferente do utilizado
anteriormente, sem que seja necessário trocar de anteparo, bastando para isso
modificar a altura de onde irá observar.
O policial deverá se postar de frente ao anteparo, mantendo a perna do lado
para o qual se pretende observar postada a frente, com o pé próximo ao anteparo. A
arma de porte deve ser empunhada pela mão do lado em que se pretende observar,
com cano voltado para a direção a ser observada, com cuidado para a não exposição
da arma. Tal posição de condução do armamento visa rápido engajamento de alvo
nos casos de necessidade de revide de disparos ou rápido engajamento em caso de
necessidade de abordagem.
O policial deve utilizar a mão que não empunha armamento para sustento da
posição, podendo mantê-la espalmada no anteparo, com braço esticado e rente o

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mesmo. O policial pode ainda utilizar de gradis, janelas e saliências no anteparo para
apoio e base da posição.
Para as mudanças de altura, deve o policial utilizar a perna posicionada a
retaguarda, aumentando ou diminuindo sua angulação em relação o anteparo, o que
por consequência, influenciará na altura de exposição da cabeça do policial no
anteparo. Para a execução da técnica na parte baixa do anteparo, deve o policial
agachar, adotando as mesmas posições em relação a braços e o armamento.
A exposição da cabeça deve ser mínima e rápida, proporcionando a
observação do cenário. A observação com velocidade demasiada pode prejudicar na
visualização do cenário em si, assim como a visualização lenta, expõe o policial a
identificação e possíveis disparos.

FIGURA 10: Rápida espiada – baixa altura.

Fonte: autores.

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FIGURA 11: Rápida espiada - média altura.

Fonte: autores.

FIGURA 12: Rápida espiada - alta.

Fonte: autores.

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3.3 Entrada limitada israelense


Consiste na técnica de observação em que a entrada do policial no cômodo é
inviável, ou quando pelo tamanho do cômodo, uma rápida observação garante a
verificação da inexistência de pessoas em seu interior, possibilitando a continuidade
da varredura nos demais cômodos.

3.1.1 Execução
A execução desta técnica consiste na aproximação do batente de porta, quina
ou anteparo, adotando os mesmos procedimentos elencados no item 3.2.1 desta
Unidade em relação a pernas e braços. Expondo minimamente o seu corpo, o policial
deve empunhar o armamento de porte com a mão do lado que se pretende realizar a
entrada e com empunhadura simples, projeta braço, armamento e minimamente a
cabeça para o interior do cômodo, realizando a varredura do ambiente.
Em caso de visualização de pessoa e julgando ser necessária a abordagem,
deve ser iniciada verbalização, com o objetivo da saída do abordado a área de
segurança. Em sendo necessária a entrada no ambiente, deve a equipe realizá-la de
acordo com as técnicas preconizadas neste Manual.

FIGURA 13: Postura na adoção da entrada limitada.

Fonte: autores.

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FIGURA 14: Vista interna da adoção da entrada limitada.

Fonte: autores.

3.4 Uso de espelho tático


Consiste na observação do ambiente sem que haja necessidade de exposição
da silhueta do policial. Ao se aproximar de uma quina, batente, anteparo ou abertura
de alçapão, o policial deve projetar um espelho tático, de forma a observar o ambiente.
Assim como em todas as demais técnicas de observação, o policial, ao visualizar uma
pessoa e optar pela abordagem, deve iniciá-la com verbalização, trazendo-a para a
área de segurança, de forma que a mesma saia do ambiente ainda não verificado.

4 PASSAGEM POR JANELAS COM COBERTURA


Durante a varredura externa em edificações, a equipe policial pode se deparar
com janelas. Neste caso, por ser considerado o interior da edificação uma área de
risco por ainda não ter sido verificada, a equipe deverá adotar técnicas para que os
riscos sejam minimizados ao passar por janelas. Considera-se minimizar riscos, uma
vez que a visualização do interior da edificação, mesmo que a janela esteja aberta, é
limitada. Em todas as técnicas, objetiva-se a mínima exposição corporal, em especial
a cabeça.
O ato de passar por uma janela requer trabalho conjunto de pelo menos 02
(dois) policiais. Isso se dá em virtude de, ao mesmo tempo que a equipe necessita

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garantir segurança voltada para a direção do deslocamento, a equipe não pode


ignorar a janela, pelo risco de sofrer ataque advindo do interior da edificação. Ciente
disso, os policiais devem observar a condição da janela a ser passada, considerando
os casos em que ela estará aberta ou fechada, e neste caso, com bloqueio total ou
parcial da visão para a área externa, de acordo comas características do revestimento
e/ou do vidro que a constitui, assim como devem considerar a necessidade ou não de
rapidez na execução da passagem. O policial que se desloca a frente da equipe, ao
se deparar com uma janela, assim como diante de portas, deve parar, observar as
condições e sinalizar para os demais que está diante de uma abertura, informando a
condição em que se encontra (aberta ou fechada), podendo ser a comunicação de
forma verbal ou por gestos, como veremos em item posterior deste Manual. Para a
passagem, os policiais devem trabalhar de acordo com as seguintes técnicas:

4.1 Posição siamesa


Nos casos em que a janela se encontra fechada, com bloqueio total da visão
para a área externa ou quando a equipe necessita executar uma passagem rápida, os
policiais devem executar a Técnica Siamesa. Consiste em trabalhar em contínuo
contato corporal entre os policiais, para igualdade de velocidade e segurança, com
potencial cobertura de fogo para a direção do deslocamento e ao lado onde está
localizada a janela. Esta técnica proporciona também a possibilidade de alternância
entre os policiais, para os casos de corredor, com janelas em ambos os lados.

4.1.1 Execução
Realizada a comunicação para equipe da presença de janela e sua condição
de fechada, bem como a solicitação de cobertura à frente, os policiais devem iniciar a
passagem, afastando-se aproximadamente 02 (dois) metros em relação a parede,
efetuando movimento parabólico em relação a janela. Tal medida visa evitar a
exposição do policial a possível contato corporal com pessoas que estejam no interior
da edificação, bem como evitar a exposição da arma de fogo ao risco de
arrebatamento. A seguir, é possível observar nas figuras a execução da Técnica
Siamesa.

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FIGURAS 15 à 20: Sequência da adoção da posição siamesa.

Um policial olha a frente, enquanto


o outro olha a janela.

Fonte: autores.

4.2 Posição ALTO e BAIXO


Para os casos em que a janela se encontra com bloqueio parcial para a visão
externa ou se encontra aberta, os policiais devem executar a passagem por baixo da

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janela, a fim de evitar a visualização advinda do interior e conseqüente identificação


da presença policial. Para isso, a segurança em relação a janela e na direção do
deslocamento devem permanecer, sendo contudo, realizadas não mais com contato
corporal entre os policiais como na Técnica Siamesa.

4.2.1 Execução
Para a execução desta segunda técnica, o policial que se encontra a frente
da equipe, deve parar antes da janela a ser passada, assim como na Técnica
Siamesa e comunicar a equipe a condição da janela. Busca-se com isso evitar a
exposição de sua arma, afastando a possibilidade de seu arrebatamento ou a
identificação prematura do policial.
Concomitantemente, enquanto o primeiro policial se responsabiliza por
garantir segurança em relação a janela, o segundo policial da formação deve se
posicionar ao lado do primeiro, passando a se responsabilizar pela segurança a
vanguarda, reduzindo sua silhueta e iniciando o deslocamento por baixo da janela.
Concluída sua passagem, este policial deve manter a segurança a frente. O
terceiro policial da formação deve executar o mesmo procedimento, passando por
baixo da janela, com controle de cano em relação ao companheiro que se encontra a
frente.
Realizada a passagem, este policial deve se voltar a janela e realizar a
segurança em relação a ela, enquanto o segundo policial da formação executa a
passagem por baixo, até alcançar o primeiro policial, conforme ilustrações a seguir:
Importante destacar que durante a passagem de janelas, seja ela em qualquer
das técnicas apresentadas, a equipe estará exposta ao contato visual com pessoas
que estejam no interior da edificação.
A equipe deve, salvo quando a situação não permitir ou quando prejudicar a
continuidade da missão, iniciar imediata verbalização, sem contudo, romper com a
segurança da área externa.
Nos casos de janelas de porão, os policiais não devem caminhar ou andar
diante de tais. Nessa situação, o procedimento correto é ficar próximo à parede e
executar um salto além da janela, evitando a exposição das pernas, sem contudo
quebrar a disciplina de ruído, quando a situação assim demandar.

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FIGURAS 21 à 26: Sequência da adoção da posição alto e baixo.

Fonte: autores.

5 APROXIMAÇÃO, VISUALIZAÇÃO E ADENTRAMENTO DE PORTAS

5.1 Aproximação e visualização


Durante uma busca em edificação, a equipe policial pode se deparar com
portas, e surgindo a necessidade do adentramento, deve proceder com uso de

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técnica, com vistas a minimizar os riscos decorrentes da exposição que se submetem


os policiais durante a movimentação.
Durante a passagem pelo alinhamento formado pelos batentes da porta, os
policiais encontram-se no que chamamos de Cone da Morte ou Túnel Fatal.
Este ponto caracteriza-se pela exposição da silhueta dos policiais, provocada
pelo facho de luz projetado através da porta, por estar ela aberta ou por sua abertura.
A seguir vemos a definição de Cone da Morte sob a ótica do Coronel QOPM Péricles
de Matos, em apostila sobre Táticas para Confrontos Armados de sua autoria:

Cones da Morte são os pontos de um ambiente que


possuam a maior probabilidade de serem atacados por
eventuais agressores que estejam naquele local.E continua
com a sua explicação exemplificando o que seria o "Cone
da morte":

Em uma sala, por exemplo, as portas e as janelas são os


locais em que os agressores irão ficar atentos para reagir
contra a entrada de Policiais, fazendo a visada e tiros
naquela direção. A ação do Policial nessa situação é não
permanecer na área do cone da morte. (Cel. Péricles, 2011)

CONES DA MORTE são os pontos de um ambiente que


possuam a maior probabilidade de serem atacados por
eventuais agressores que estejam naquele local.E
continua com a sua explicação exemplificando o que
seria o "Cone da morte":

5.2 Portas abertas


Assim como nas janelas, ao se deparar com uma porta aberta, o primeiro
policial da equipe deve comunicar aos demais, por meio de gesto ou verbalmente,
indicando a presença de porta a frente e sua condição de porta aberta, assim como
deve solicitar, quando possível, cobertura a frente.
O segundo policial deve iniciar a técnica de tomada de ângulo até alcançar o
batente oposto, observando a área interna da edificação.

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FIGURAS 27 à 30: Sequência da verificação de portas abertas.

Fonte: autores.

Com a adoção deste procedimento, agora é possível realizar uma entrada,


conforme avaliação e necessidade. Segundo o Coronel Péricles, o objetivo de realizar
a tomada de ângulo antecedendo uma possível entrada, é conseguir observar tudo o
que for possível antes de entrar e, até quem sabe, identificar eventual ameaça.

5.3 Portas fechadas


Nos casos em que a equipe se deparar com porta fechada ou simplesmente
encostada, o primeiro policial, em Posição Siamesa com o segundo, deve passar a
porta mantendo segurança em relação a mesma, enquanto seu companheiro garante
segurança a frente, executando ambos movimento parabólico em relação a porta,
concluindo a movimentação no batente oposto.
Neste caso, não se faz necessária a tomada de ângulo haja vista a
impossibilidade de visualização interna do ambiente, passando os policiais
rapidamente pela porta, por ser esta considerada encoberta na maioria dos casos.
Assim, como nos casos de porta aberta, dois policiais estarão no batente

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oposto e pelo menos um no batente inicial. Com isso, é possível a equipe seguir em
frente ou realizar a entrada, conforme avaliação e necessidade. Esta técnica pode ser
utilizada nos casos em que a equipe deve passar por porta aberta, tendo a equipe
ciência da ausência de risco daquele cômodo ou nos casos em que a equipe
visualizou a entrada da pessoa alvo em porta localizada adiante em relação a porta
aberta a ser transposta.

FIGURAS 31 à 35: Sequência de passagem por porta fechada.

Fonte: autores.

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5.4 Adentramento
Ao se falar em adentramento em edificações, podemos dizer que existem
duas formas principais de executar essa missão, entrada silenciosa e a dinâmica.
Mas antes de se escolher uma ou outra existe toda uma gama de variáveis que devem
ser analisadas. Ambas buscam a mesma finalidade, mas cada técnica se adéqua
melhor a um cenário diferente.

5.4.1 Entrada Silenciosa


A ENTRADA SILENCIOSA é aquela executada inicialmente de forma a não
ser notada a presença policial até que se alcance o alvo da operação ou até que uma
adversidade force uma ação policial que resulte em identificação da equipe envolvida.
Ou ainda que o alvo saiba que há policiais ao redor, mas não saiba identificar aonde
esses policiais estão.
Podemos ter entrada silenciosa feita por equipes de assalto (tropa
especializada), mas policiais de patrulhamento ordinário (Rádio Patrulha) podem se
ver pegos em situação em que seja necessário fazer uma entrada silenciosa em
determinada localidade. Um exemplo corriqueiro de entrada silenciosa policial
realizada por Rádio Patrulha seria uma chamada de um comerciante que chegou a
loja dele pela manhã e constatou que esta estava arrombada, não sabendo informar
se há alguém no interior, sendo necessário que os policiais adentrem ao lugar para
certificar de que o criminoso não se encontra mais no local.
Para a segurança dos policiais, efeito surpresa e maximizar chances de prisão
é interessante que os policiais façam o adentramento de forma silenciosa, com
comunicação de tal forma que não seja percebida por terceiros.
Grupos especializados podem usar esta técnica de acordo com a necessidade
da operação. Nesta modalidade se dá preferência por comunicação por meio de
gestos, quando o efetivo tem este treinamento, ou por comandos em baixo tom, de
modo a não identificar a posição dos policiais envolvidos. Aqui as tomadas de ângulo,
avanços no terreno, varreduras são feitas de forma gradual e mais devagar, sem
pressa em tomar o ambiente.

5.4.2 Entrada Dinâmica


Quando falamos em ENTRADA DINÂMICA, nos referimos a uma tomada de
posição, de adentramento rápido, geralmente em situações em que o alvo já tem

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conhecimento da presença policial e percebe quando se inicia a operação de


adentramento.
Ela se caracteriza por ser impactante e explosiva, começando muitas das
vezes com arrombamento por aríete, explosão de porta ou parede ou outros meios
que abram caminho até então fechados, seguida de rápida ocupação do terreno pelo
efetivo, podendo ainda serem utilizadas granadas indoor conforme o caso.
Aqui falamos de um procedimento que deveria ser feito unicamente por tropa
especializada. Uma vez que uma equipe de policiamento ordinário se depare com uma
situação em que seja necessária uma entrada dinâmica geralmente a situação é
complexa demais para ser resolvida por apenas dois policiais sem material adequado
e podendo faltar treinamento adequado.
Nesta modalidade, como a operação é rápida e dinâmica, a comunicação
entre os operadores é alta e em bom tom, para que cada policial, sem ter que perder
o foco na sua área de atuação, saiba como está o desenvolvimento dos demais
policiais, sendo usual informações do tipo “Limpo! Saindo!”, dentre outras.
Geralmente ela é precedida de um mínimo estudo prévio e conta com
utilização de material diferenciado, como armas longas (armas de assalto, fuzis e/ou
submetralhadoras com melhor sistema de pontaria, apoio no ombro, maior capacidade
de tiro sem, no entanto ter o cano demasiadamente grande a ponto de dificultar
varreduras em locais estreitos). Um exemplo de situação em que seja necessária a
entrada dinâmica seria o caso de uma situação com refém onde as negociações não
estão sendo frutíferas e o chefe da operação decide enviar a equipe de assalto para
tentar salvar a vítima e prender se possível ou incapacitar fisiologicamente o CEC.
Atividades críticas que podem ter relação com os diferentes tipos de entrada
seriam os momentos em que se deva opinar pela melhor técnica para o momento em
questão e o desenvolvimento da operação. Via de regra a equipe policial, em ambos
os casos, não sabem onde se encontra o criminoso e nem se este está pronto para
se entregar e ser preso ou se oferecerá resistência e oferecendo se esta será letal.
Resultados esperados são que as ocasiões em que sejam necessário usa
destas técnicas os policiais tenham o discernimento de avaliar o cenário e opinar pela
melhor intervenção, ainda que esta seja a de isolar o local e solicitar apoio.
Ações corretivas serão estudadas a partir de casos concretos, buscando
sempre aperfeiçoar as técnicas.
Condutas que podem gerar erros são a má escolha da melhor técnica a ser

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aplicada ou a aplicação da entrada mais adequada mas feita de forma errada. A


equipe mais bem treinada, caso um operador faça um erro de procedimento pode
comprometer todo o grupo, assim como um policial sem o devido preparo e
equipamentos que se ache demasiadamente destemido pode colocar a si a ao
parceiro em risco desnecessário.
Vale mencionar que nenhuma técnica é absoluta e que podem haver doutrinas
diferentes, no livro Irmandade de Guerreiros (Aaron Cohen, LAROUSE. 2008) o autor
cita que as forças especiais israelenses utilizam uma técnica mista, onde os
operadores adentram de força ostensiva, fazem comunicação verbal em alto tom mas
fazem a varredura de modo lento e gradual.

6 PROCEDIMENTOS DE VARREDURAS NOS CÔMODOS DA EDIFICAÇÃO.

Como visto no item 5.4, há duas formas de se realizar a entrada em uma


edificação, de forma silenciosa ou dinâmica. Essas diferenças ensejam em diferentes
velocidades de adentramento, formas de comunicação e uso de equipamentos. No
entanto os procedimentos usados nestas duas formas são semelhantes, uma vez que
seguem alguns princípios.
Normalmente, inicia-se a varredura de fora para dentro, de baixo para cima.
Isso para garantir um princípio básico da varredura, o que se ganhou não perde mais.
Falaremos a seguir especificamente disso.
Com isso espera-se que o policial, tendo varrido o exterior da edificação tenha
convicção de que ali não há a presença de agressores, e com isso a garantia de que
em uma eventual necessidade de evacuação aquela área estará livre de ameaças.
Para tanto, grupos utilizam técnicas diversas para garantir isso, seja mantendo
sempre um operador cuidando exclusivamente da retaguarda do grupo ou mantendo
de fato presença policial por onde passar, impedindo assim que surjam novos
agressores na área onde já fora verificado.
O mesmo princípio norteia a ideia de varrer a edificação de baixo para cima
(caso ela possua mais de um andar). Nessa linha, durante um adentramento não se
deixa cômodos para trás da equipe sem que se tenham vasculhado esse ambiente e
garantido que ele esteja livre de agressores. Tudo para evitar ataques surpresas a
equipe, especialmente oriundos de um local onde não se espera por acreditar que
esteja livre de ameaças.

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Praticamente toda varredura em edificação se inicia com uma porta, a qual


sempre requer muita atenção, por se tratar de um funil fatal, ou seja, o agressor,
sabendo que é pela porta que os policiais devem entrar, foca sua atenção e em caso
de reação os tiros dele em direção ao local onde ele acredita que os policiais passarão
ou aonde ele viu os policiais pela última vez, por isso a importância de permanecer o
menor tempo possível neste local.
Para tal existem diferentes técnicas que podem ser utilizadas pelos policiais,
destacando entre elas a entrada em "X" e a entrada em "gancho", ambas executadas
em dupla. Isso ocorre devido ao tamanho da porta geralmente impede que mais
policiais passem ao mesmo tempo, ao passo que dois policiais conseguem dominar
com mais velocidade um novo cômodo, com cada policial cuidando dos pontos cegos
do outro policial. Em uma edificação, o policial deve entrar com exposição mínima da
sua silhueta. Para isso, deve selecionar o local de entrada durante a visualização e
aproximação da edificação, evitando quando possível, a passagem por janelas e
portas.

6.1 Técnica de entrada cruzada:


Técnica de entrada cruzada consiste no posicionamento de dois policiais, um
em cada batente da porta. Ao sinal de entrada pelo policial que obteve maior
visualização do interior durante a técnica de varredura, inicia-se a entrada simultânea
pelos dois policiais. Ao acessar o cômodo, eles deverão ocupar a parede oposta de
onde se encontram e observar o cômodo, do da extremidade (local ainda não
visualizado) ao centro (com visualização proporcionada já na entrada do cômodo).
Em todas as técnicas, os policiais devem cuidar para que sejam evitados tropeços
e quedas durante a passagem na porta, provocados por degraus ou pelo próprio
companheiro.

6.2 Técnica em “gancho”


A técnica de entrada em ‘‘Gancho’’, assim como na técnica anterior, inicia-se
com o posicionamento de dois policiais, um em cada batente da porta.Ao sinal de
entrada pelo policial que obteve maior visualização do interior durante a técnica de
varredura, inicia-se a entrada simultânea pelos dois policiais. Ao acessar o cômodo,
eles deverão ocupar as costas da parede onde se encontravam quando na área
externa, e observar o cômodo, do da extremidade (local ainda não visualizado) ao

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centro (com visualização proporcionada já na entrada do cômodo).

7 PASSAGEM POR CORREDORES


Quando o policial necessita progredir em corredores, sejam eles em
ambientes internos ou externos, deve ter em mente que estará em um ponto
vulnerável por natureza, exigindo preparo técnico e rigorosa observância a alguns
procedimentos de segurança, com o propósito de minimizar riscos.
Inicialmente não se deve encostar nas paredes, pois eventuais disparos nesse
tipo de ambiente tendem a escorrer pelas paredes ou próximos a ela. Não é correto
ainda permanecer no meio do corredor para não atrair os disparos para si.
Nos corredores internos a edificações, é preciso avaliar a necessidade de
“varrer” cômodos na medida em que eles vão sendo deixados para trás. Em
residência, isso pode representar uma tarefa de baixa complexidade, porém, em se
tratando de imóvel vertical ou em um hotel por exemplo, o panorama é outro,
considerando que nem sempre será possível proceder à vistoria do quarto por razões
legais, inclusive.
Quando o corredor possuir extensão elevada é possível que o comandante
da equipe designe um dos operadores para cobrir o final do corredor, mediante a
utilização de uma carabina ou um fuzil de assalto. Tal medida é altamente
recomendada em ações policiais de alto risco ou naquelas em que se tenha
conhecimento de que o ponto crítico fica ao fundo.
Ao se aproximar de um corredor, a equipe deve observar as portas que o
compõe, portas estas locais de possível saída de ameaças a equipe. Além disso, a
equipe deve observar a localização das mesmas, se todas estão dispostas do mesmo
lado do corredor ou em ambos os lados, e se neste caso, estão dispostas de forma
frontal ou intercaladas. Esta variável é importante para avaliação de risco em relação
à quantidade de policiais empregados e a disposição das equipes para tomada dos
cômodos do corredor.
A passagem dos policiais pela frente das portas deve ocorrer de maneira
técnica, mediante a utilização dos sinais de mão, a realização de tomadas de ângulo
nas portas abertas e a obrigatoriedade de se manter cobertura ao fundo do corredor.
O escudo balístico é uma ferramenta de elevada importância nesse tipo de ambiente,
na medida em que ele poderá ser utilizado para cobrir com eficiência a progressão
da equipe policial.

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Como explicitado acima, para a progressão em corredores, temos as


seguintes possibilidades:

7.1 Portas em um dos lados


A equipe deverá ser composta por pelo menos 03 (três) policiais, os quais
progredirão próxima a parede onde estão localizadas as portas. A cada aproximação
e após análise em relação a necessidade de varredura, a equipe deve realizar a
técnica de aproximação de porta, seja ela aberta ou fechada, conforme o item 5. Uma
vez verificado o cômodo, a equipe deve repetir a ação pelas portas subsequententes,
até que se conclua a passagem pelo corredor. Em caso de visualização de pessoa no
cômodo, deve ser realizada a abordagem com e retirada da mesma da área de risco
para área de segurança.

7.2 Portas em ambos os lados (intercaladas)


Em caso do número mínimo de 03 (três) policiais, a equipe deve proceder
como no item anterior, mudando de lado no corredor conforme a aproximação e
disposição das portas. Na existência de mais policiais, as equipes podem ser divididas
nos lados do corredor, sendo cada fração responsável pelas portas em seu lado de
responsabilidade. Cabe ressaltar que, durante a passagem pela porta em um dos
lados, a fração que se encontra no lado oposto não deve passar em frente a porta
oposta, evitando assim a sua exposição.

7.3 Portas em ambos os lados (frente a frente)


Neste caso, recomendasse uma quantidade de policiais que permita a
passagem simultânea das portas frontais. Para isso, as frações executam a técnica
conforme o item 7.2, de forma simultânea, percorrendo juntas o corredor até o seu
término.
Importante salientar que, nos casos de atirador ativo e dispondo as equipes
de pelos menos um escudo, é possível a utilização de escudeiros ao centro e a medida
que as equipes progredirem pelo corredor, as frações saem de trás dos escudeiros e
executam a técnica de entrada dinâmica nos cômodos, simultaneamente nos casos
de portas frontais, ou intercalada para os casos de portas em mesmas condições.
Cabe ressaltar ainda que, em ocorrências envolvendo atirador ativo, a
progressão em corredores deve ser rápida em direção a localização do alvo, sem

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contudo, ignorar as técnicas acima descritas.

8 PROGRESSÃO EM ESCADAS
A progressão em escadas pode ser classificada como a que mais oferece
riscos ao policial, juntamente com a progressão em corredores. Isto por que em
corredores, o policial se coloca diante de um funil fatal e com fatores que podem
dificultar ainda mais o trabalho, como a presença de portas e janelas. As escadas por
sua vez apresentam constantes pontos cegos, colocando um eventual agressor num
ponto mais alto que os policiais e logo, com melhor visão e abrigo. A progressão em
escadas é assim uma ação vulnerável por natureza, por não oferecer possibilidades
de abrigo para o policial, exigindo que este adote medidas de cautela, lembrando
sempre que em escadas, a desvantagem é do policial.
Na progressão em escadas, da mesma maneira que nos corredores,
inicialmente, quando da aproximação, o policial que segue a frente deve permanecer
atento ao que ocorre em no plano superior, à frente e aos ângulos mais altos da
escada, devendo se posicionar com a lateral do corpo próximo da parede oposta ao
ângulo formado pelo próximo lance de escadas ou pavimento e com a arma apontada
na direção do próximo lance de escadas ou pavimento.
O próximo policial, apoio do policial que segue a frente, deve direcionar a sua
atenção ao próximo lance de escada, cobrindo angulo oposto ao policial que segue a
frente.
Cumpre destacar que nas progressões em escadas é importante observar o
posicionamento dos pés, pois o ponto superior da escada é varrido sempre com os
dois no mesmo degrau.
Para as escadas que terminam em balcões um dos policiais pode auxiliar o
outro segurando seu corpo pelo cinto de guarnição, de forma a permitir a tomada do
ângulo de baixo para cima, mantendo o ponto de perigo coberto enquanto o restante
da equipe continua o deslocamento.
Sempre lembrar que em escadas se trabalha com pelo menos dois policiais,
cada qual cobrindo um ângulo diferente. Além disso, em escadas deve-se seguir o
mesmo princípio de não progredir, sem que um cômodo durante a subida não seja
verificado e livre de ameaças. Assim, caso a equipe policial se depare com portas que
levem a outros cômodos, é recomendável que parte do efetivo adentre aquele local
fazendo a devida varredura, e após isso, continue a progressão.

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Apesar de difícil execução, quando a situação exigir, é possível a utilização


de escudo para potencialização da equipe que progride.

9 COMUNICAÇÃO POR SINAIS E COMUNICAÇÃO VERBAL


A comunicação entre os policiais, seja em operações de alto risco ou numa
abordagem rotineira, é um ponto de fundamental importância. Grupos especiais com
treinamento constante combinam palavras e sinais para que em momentos críticos, o
grupo haja de forma uniformizada e sob o devido comando. Já policiais de Rádio
Patrulha (RP) que devido a rotatividade das equipes, podem apresentar uma falta de
uniformidade de procedimentos nas ocorrências, que podem ser equalizadas por meio
da comunicação adequada.
A forma que será feita a comunicação entre os policiais pode ser verbal e/ou
por sinais. A forma verbal é a mais usual, no entanto a comunicação por sinais pode
ser uma ferramenta crucial em determinadas ocasiões, não sendo ela algo exclusivo
de grupos especiais. Policiais de RP que trabalham bastante tempo juntos acabam
por desenvolver sinais próprios, chegando a se entenderem por pequenos olhares e
gestos de mãos.
Cada forma de comunicação atende a uma demanda. Pelotões de choque
tendem a ser comandados por comunicação de voz, uma vez que o comandante fica
a retaguarda do pelotão. No entanto há ocasiões no próprio CDC em que sinais são
utilizados, como, por exemplo, quando um escudeiro levanta o seu bastão para que
os demais o tomem por referência e organizem adequadamente a linha.
Assim, ambas as formas de comunicação atendem a diferentes demandas,
sem hierarquização entre elas, mas sim se complementando.
A comunicação por sinais, em ocorrências de alta periculosidade, tende a
ser usada durante aproximação do alvo, momentos onde a disciplina de ruídos é vital
para que os policiais não sejam identificados. Ela tem a vantagem de, além da
discrição, não depender de meios de comunicação tais como rádios, que podem falhar
em momentos importantes. Ela requer,via de regra, interação dos policiais envolvidos,
seja por terem uma gama de sinais pré-determinados ou por trabalharem juntos há
tempos.
Outra vantagem é que esta forma de comunicação não pode ser interferida,
ou seja, diferente de uma canaleta de rádio freqüência, que pode ser copiada ou até
mesmo interferida, a comunicação por sinais é feita diretamente entre os policiais.

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Ainda que o alvo observe os policiais efetuando sinais uns para os outros, ele não
consegue interferir. Como ponto negativo, a comunicação por sinais requer contato
visual entre os comunicadores, o que é um fator limitante.
Outro ponto que deve ser considerado é que o receptor necessariamente deve
estar olhando para o emissor da mensagem, o que faz com que ele deixe de estar
observando com total atenção o cenário e/ou alvo. Ainda que os sinais militares sejam
efetuados apenas com uma das mãos, para que a outra permaneça segurando o
armamento, em determinados momentos há perda da empunhadura dupla, o que
pode prejudicar o disparo, seja em arma de porte ou portáteis.
A comunicação verbal é a mais instintiva e possivelmente, a mais eficaz em
situação de confronto armado ou durante uma invasão, momentos em que o nível de
estresse do policial está extremamente alto, sofrendo seus efeitos psicofísicos.
Sendo assim ordens curtas e claras, proferidas em alto tom, podem ser a
melhor forma de repassar uma mensagem. Ao realizar o adentramento em uma
residência com diversos cômodos, ao se ouvir o “limpo!”, os demais policiais tem a
ciência, mesmo que sem visualização, que o cômodo em que o outro militar adentrou
está isento de ameaças, podendo assim prosseguir no adentramento. A comunicação
verbal vem sendo incrementada constantemente com o uso de tecnologias, tais como
rádios portáteis, fones de ouvido dentre outros. Tecnologia essa que maximiza a
positividade da comunicação, mas com eventuais desvantagens mencionadas
anteriormente.
A atividade crítica das comunicações verbal e por sinais consiste de transmitir
a mensagem desejada nas condições mais adversas. O objetivo de tais formas é a
adequada comunicação entre policiais, especialmente durante operações críticas,
usando-se a técnica mais adequada para o cumprimento da missão naquele momento.

10 TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS
A equipe policial, ao chegar no local de ocorrência ou durante varredura de
edificações, poderá se deparar com obstáculos que o impeçam de progredir, sendo
necessária sua transposição.
Muros, grades, cercas, telhados são os tipos mais comuns de serem
encontrados no serviço policial. Sua transposição pode se tornar vital diante da
complexidade de uma ocorrência.
Diante disso, deve o policial executar a transposição por meio de técnicas que

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visam evitar ou minimizar os riscos de lesão provocada pela sua execução.


Estando o policial com arma portátil, já estando a mesma em condição de
segurança travada, a arma deverá ser transportada em bandoleira, de forma que as
mãos estejam livres para a auxílio na transposição do obstáculo.

10.1 Apoio de joelho simples


Nesta técnica, ideal para transposição de obstáculos baixos, um policial
deverá se posicionar lateralmente ao obstáculo, com um dos joelhos no solo, de forma
que o outro seja utilizado como degrau para que seu companheiro ou demais
integrantes da equipe possam executar a transposição.

FIGURA 36: Apoio de joelho simples.

Fonte: autores.

10.2 Apoio de joelho duplo


Nesta técnica, utilizada na transposição de obstáculos de média e grande
altura, um policial deverá se posicionar com as costas apoiada no obstáculo, com as
pernas flexionadas de forma que suas coxas fiquem paralelas ao solo, como sentado
em uma cadeira. Seu companheiro ou os demais integrantes da equipe devem se

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aproximar e utilizar suas coxas e ombros como degraus. O policial que está servindo
como escada deve conduzir os pés de seu companheiro com suas mãos, das coxas
ao ombro, um a um, de modo a evitar que receba impacto em sua face e cabeça. O
policial que se encontra executando a transposição, deve tracionar seu corpo para
cima com uso da força de seus braços e não utilizando impulso das pernas, a fim de
não ferir ou lesionar o policial que serve como escada.

FIGURAS 37 à 40: Sequência do apoio de joelho duplo.

Fonte: autores.

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Em todas as técnicas apresentadas, os policiais devem observar as


características do obstáculo em relação a presença de objetos que possam feri-los,
como pregos e vidros. Além disso, o policial que está utilizando seu companheiro
como escada, deve cuidar para que não exponha sua silhueta demasiadamente,
expondo seu corpo apenas quando estiver apoiado na coxa de seu companheiro, no
caso da técnica do item 10.1 ou apoiado nos ombros de seu companheiro na técnica
do item 10.2, cuidando ainda para transpor o obstáculo com o corpo o mais rente
possível.

FIGURA 41: Transposição com corpo rente ao obstáculo.

Fonte: autores.

11 CONTROLE, CONTENÇÃO E INCAPACITAÇÃO DA AMEAÇA


Durante uma ação de progressão e/ou varredura, os policiais podem se
deparar com criminosos, os quais ao receberem as ordens policiais, podem se
entregar, reagir de forma não letal ou de forma letal, cabendo ao policial a árdua
missão de, em milésimos de segundos, identificar o tipo de ação do criminoso e
responder na mesma proporção, seguindo a doutrina de uso diferenciado da força.
No caso de rendição, deve os policiais ordenar que o criminoso saia do
cômodo que se encontra, considerado área de risco quando ainda não verificado pelos

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policiais, e se desloque até os policiais, área considerada de segurança, por já ter sido
verificada. Na impossibilidade de saída do criminoso, os policiais devem adentrar ao
cômodo, de acordo com as técnicas elencadas neste Manual e realizar a aproximação
do criminoso. Em ambos os casos, o acessar o criminoso, deve ser procedida a busca
pessoal para retirada de ilícitos e conseqüente algemamento.
Nos casos em que durante a varredura na edificação, os policiais se deparam
com infrator que não acata as ordens policiais e resiste ativamente, sem uso de
instrumentos letais, os policiais devem efetuar a aproximação, executando as técnicas
de varredura e adentramento elencadas neste Manual. Uma vez alcançado, deve a
equipe utilizar de técnicas de defesa pessoal ou Instrumentos de Menor Potencial
Ofensivo. Uma vez contido e algemado, as varreduras devem ser continuadas na
edificação, até que toda área esteja segura. Durante este procedimento, um policial
deve permanecer na guarda do infrator. Se a situação ainda permitir, pelo menos dois
policiais devem fazer a retirada e condução do infrator da edificação, enquanto os
demais policiais procedem a varredura na edificação
Nos casos do não acatamento das ordens policiais e investida letal contra a
equipe, e que da ação resulte em incapacitação temporária ou permanente do infrator,
deve a equipe realizar o adentramento conforme as técnicas elencadas neste Manual,
realizando a varredura no cômodo onde se encontra o infrator, até que o local seja
considerado área de segurança. Ato contínuo, enquanto um policial realiza a guarda
do infrator alvejado, os demais policiais devem dar continuidade a varredura da
edificação, até eu toda a área seja considerada área de segurança.Após esta
condição, a equipe deve realizar os procedimentos de acionamento de socorro médico
para verificação das condições do infrator.

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12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, M. V.; MOREIRA, C. N. Manual de Prática Policial - Geral, Minas Gerais:


PMMG, 2002.

MATOS, Péricles. Táticas para confrontos armados. Academia Policial Militar do


Guatupê. Curitiba, 2011.

SANTOS, Elias Abílio dos, Força Tática. São Paulo: Editora Clube de Autores, 2013.

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UNIDADE XII - AGRESSOR ATIVO

1 INTRODUÇÃO
Dentre as situações de Primeira Intervenção em Crises que um policial militar
poderá enfrentar, ocorrências envolvendo atiradores ativos destacam-se pela
necessidade de uma resposta diferente dos já conhecidos “10 Passos da Primeira
Intervenção em Crises” (SILVA, 2015).
Agressor Ativo é um indivíduo ativamente engajado no ato ou tentativa de
matar pessoas em uma área confinada e ocupada (DHS, 2008).Outro conceito, da
Agência Federal de Gestão de Emergências - EUA (Federal Emergency Management
Agency – FEMA) define o atirador ativo como: “um indivíduo ativamente empenhado
em matar ou tentar matar pessoas em uma área povoada ou confinada. Na maioria
dos casos, atiradores ativos usam armas de fogo e não há um padrão ou método para
a sua seleção de vítimas” (FEMA, 2014). Situações com atirador ativo são
imprevisíveis e podem evoluir rapidamente.Segundo o Departamento de Segurança
Interna (DHS) estadunidense, os atiradores “não possuem um método ou padrão de
seleção de vítimas”, entretanto, escolhem o ambiente conforme ligação emocional ou
ideológica, com o maior número possível de vítimas potenciais (DHS, 2008). As fontes
supracitadas demonstram que a ação é marcada pela imprevisibilidade, rapidez,
aleatoriedade na escolha das vítimas e pela carnificina.
A Police Executive Reasearch Forum diferencia as crises com Atiradores
Ativos das demais quando afirma que tais crises “são fundamentalmente diferentes
de situações com reféns ou ameaças por pessoas armadas e barricadas porque
essas, até determinado momento, não estão ativamente ferindo alguém. A distinção
é tal que atiradores ativos buscam infligir o maior número de baixas possíveis,
usualmente em poucos minutos. ” (2014, p.8).
A ocorrência mais conhecida e a que realmente foi utilizada como base para
a mudança de conceitos ocorreu nos Estados Unidos, no chamado “Massacre de
Columbine”, em que dois estudantes da Columbine High School, da cidade de Litleton,
em 20 de abril de 1999, através de um ataque complexo e extremamente planejado
efetuaram vários disparos de armas de fogos, além da utilização de artefatos
explosivos, que resultou na morte de alunos e de um professor, várias pessoas feridas
e terminando com o suicídio dos atiradores. (CULLEN, 2006)
Esta ocorrência foi o fato gerador para o chamado “efeito Columbine” em que,

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em decorrência deste primeiro, outros ataques ocorreram nos Estados Unidos, com a
mesma violência e com o mesmo estilo. Também serviu para a mudança na forma de
intervenção norte americana, substituindo nestes casos específicos o protocolo
conhecido como “Os 4 C’s” (conter, comunicar, controlar, chamar a SWAT),
resultando no desenvolvimento de um protocolo no qual interromper a ação do atirador
deve ser a prioridade do primeiro interventor (BLAIR, et al, 2013).
Estabeleceu-se então duas diretrizes a serem seguidas pelo primeiro
interventor: Stop the Killing (parar a matança) e Stop the Dying (parar as mortes).
Por “parar a matança” compreende-se a capacidade técnica de intervir de
maneira efetiva no local do atentado e incapacitar a ameaça que ali se interpõe.
Por “parar as mortes” infere-se a proficiência do interventor, uma vez que a
ameaça tenha sido parada, mas antes que local tenha sido liberado para atuação de
socorristas, em realizar manobras de atendimento pré-hospitalar nas vítimas do
atirador. (JUNIOR, 2018).

2 CONTEXTO BRASILEIRO
No Brasil, no ano de 2002, em Salvador/BA, um jovem de 17 anos, armado
com um revólver calibre .38, entrou em um colégio e fez duas vítimas fatais. A
ocorrência foi apurada pela Polícia e a conclusão foi que a ação foi motivada por
ciúmes. (FOLHA DE PERNAMBUCO, 2019).
O caso brasileiro de maior repercussão foi em uma escola no município de
Realengo/RJ, no ano de 2011, quando um atirador de 23 anos realizou cerca de 60
disparos em menos de quinze minutos, deixando doze mortos e dezesseis feridos. A
intervenção deu-se por um policial militar que estava de serviço próximo ao local e
após confrontar o atirador, este, ferido na perna, cometeu suicídio. (FOLHA DE
PERNAMBUCO, 2019).Um estudo bem simplificado deste caso, se traduz em dois
importantes pontos: 60 disparos em menos de quinze minutos e um policial militar
precisou atuar de forma isolada.
No Paraná, mais precisamente na cidade de Medianeira, no ano de 2018, dois
causadores, 14 e 15 anos, inspirados em Columbine e Realengo, realizaram um
ataque a uma escola deixando duas pessoas feridas. A intervenção deu-se através
de uma equipe policial militar local. Segundo informações, assim que os policiais
adentraram na escola, os causadores arremessaram um explosivo caseiro no pátio e
atiraram contra os agentes, na sequência se esconderam em uma sala e foram detidos

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(G1, 2018).
Houve outros ataques em território brasileiro, alguns com pouca visualização
e cobertura da mídia. Importante destacar que as ocorrências com atiradores ativos
estão se tornando cada vez mais comuns em nosso país. O que exige por parte do
Estado um protocolo de atendimento e um treinamento adequado, principalmente para
os policiais militares, considerando que, provavelmente, serão eles os primeiros
interventores.

“Investimento na capacitação do policial militar é necessária para que não


sejamos pegos de surpresa por uma crise envolvendo Atirador Ativo, nos
encontrando reféns da teoria do resultado, onde nossas chances de sucesso
e fracasso serão estatisticamente iguais, quando sim poderíamos estar na
vanguarda do treinamento policial a nível nacional, nos tornando referência
nesse campo como já somos em outras áreas. A qualificação trará um
benefício não só intra Corporação, mas também para o cidadão, cujo bem-
estar e segurança é o objetivo pelo qual a PMPR envida esforços a 163
anos.”(JUNIOR, 2018, p. 65).

A Polícia Militar do Paraná, buscando aprimorar e padronizar a atuação dos


policiais militares e preocupada com o crescente aumento de casos no Brasil
envolvendo "atiradores ativos", desenvolveu e implementou no ano de 2019 o
Procedimento Operacional Padrão 200.2, que serve, independentemente do local e
das circunstâncias, como base para a atuação nas situações reais.
A leitura do supracitado POP 200.2 é necessária para continuar o estudo
deste Capítulo, visando a melhor compreensão da sequência de ações e técnicas que
serão descritas.

3 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES


Considerando as características supracitadas e a leitura do POP 200.2,
detalharemos os doze passos da sequência de ações prevista no Procedimento
Operacional Padrão adotado pela PMPR em ocorrências com atiradores ativos,
adicionando mais variáveis que deverão ser consideradas nos casos concretos.
a Passo 1: Chegar ao local indicado com extrema segurança para
confirmar se a ocorrência crítica está de fato ocorrendo.
A ocorrência com atirador ativo poderá ser despachada com outra natureza
(disparo de arma de fogo, a apurar etc.), o policial deverá levar em consideração que
se o local em que está descrito a ocorrência for de aglomeração de pessoas, há
chances de se deparar com uma situação de atirador ativo e preparar-se, planejando

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sua chegada da maneira mais segura possível. Tal raciocínio adquire-se com
conhecimento e tirocínio.
Ao chegar no local, analisar o cenário buscando informações que confirmem
a ação de atirador ativo, como barulho de disparos de arma de fogo, vítimas correndo
em direção a saída e testemunhos de pessoas que estejam no local.

b Passo 2: Confirmando o fato, solicitar de imediato apoio de mais


equipes de área e também equipes de socorro médico, bem como, acionar as
equipes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) via canal técnico, sem
prejuízo dos canais hierárquicos e das demais ações seguintes.
Ao confirmar à central de operações a veracidade da ocorrência, esta fica
responsável por fazer o acionamento dos apoios supracitados. Deixando a equipe que
está no local livre para planejar a entrada e primeira resposta.
É de extrema importância que ao fazer tais acionamentos, a central informe
às demais equipes da existência de policiais no local e seu descritivo, caso os
interventores estejam à paisana, evitando confrontos entre os agentes de segurança
que estão no local e os que chegarão em apoio.

c Passo 3: Afastar para ambientes seguros e dentro das


possibilidades, as pessoas que estiverem nas imediações do local indicado
como ponto crítico.
Além de pedir aos terceiros para que se afastem e busquem um lugar seguro,
solicitar que informem às demais equipes policiais, que por ventura encontrem no
caminho, sobre a existência de agentes de segurança pública dentro do local, quais
suas vestimentas e o caminho por onde seguiram, novamente para evitar “fogo
amigo”.

d Passo 4: Coletar informações de forma rápida, com testemunhas


ou pessoas que escaparam do local da crise, fazendo-lhes as seguintes
perguntas:
• Quantos atiradores? Onde estão?
• Que armas o atirador utiliza?
• Há outras pessoas dentro? Onde estão?
• Há feridos? Há mortos?

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Questionar também sobre as características físicas e vestimentas do atirador,


isso auxiliará na identificação do alvo.
Importante para a equipe que está no local, se munida de radiotransmissor
portátil, repassar as informações colhidas ao rádio operador para que este informe as
equipes de apoio.

FIGURA 1: Policiais na entrada de uma escola, abrigados, um deles está


buscando informações com uma vítima e outros mantendo a segurança da entrada.

Fonte: autores.

e Passo 5: Planejar, rapidamente, com os policiais militares de


apoio que já estiverem no local, os procedimentos a serem tomados para o
adentramento ao local indicado.
Confirmada a situação e coletada as informações iniciais, os policiais da
primeira intervenção deverão agir o mais rápido possível. Os conceitos de conter e
isolar previstos nos “10 Passos da Primeira Intervenção em Crises”, nestes casos,
ficam em segundo plano. Entretanto, não se pode esquecer da segurança, tanto dos
policiais militares, como das pessoas que não estão próximas do local em que está
atirador ativo, porém estão nas proximidades. Lembre-se que ações improvisadas e
sem o mínimo de planejamento poderão resultar em fracasso na missão ou morte de
um policial.
Por isso, ao planejar a entrada os policiais devem se preocupar com o “fogo
amigo”, evitando cruzar linhas de tiro e deslocar de maneira coesa e organizada. Os
interventores deverão ainda planejar qual técnica de aproximação e deslocamento
utilizarão, considerando o ambiente que está à frente.

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As técnicas a serem utilizadas para adentramento e deslocamento neste caso


serão abordadas neste capítulo, e complementam as já descritas no Capítulo 4 deste
manual.

f Passo 6: Adentrar ao local mantendo a segurança num ângulo de


360º, utilizando-se de equipamentos de proteção individuais disponíveis, bem
como, cobertas e abrigos existentes no ambiente.
Levando em consideração que os policiais interventores não sabem o local
exato do (s) atirador (es), é de suma importância a atenção e cobertura de um ângulo
de 360º do ambiente, para evitar serem surpreendidos.
Neste ponto, serão apresentadas técnicas de deslocamento e adentramento
neste capítulo para serem utilizadas com um, dois ou mais policiais militares, que
deverão ser treinadas até seu domínio.

g Passo 7: Envidar todos os esforços para localizar o atirador ativo,


ficando atento a barulhos de disparos, gritos, explosões e outros indicativos de
possíveis localizações do atirador, bem como, utilizar técnicas de adentramento
e deslocamento, sem nunca descuidar da própria segurança.
Frente à variedade de cenários que poderão ser encontrados, fica difícil prever
quais sinais estarão disponíveis para localizar o atirador. Portanto, os policiais devem
observar os detalhes da situação in loco com o máximo de atenção e de maneira
criteriosa buscar indícios do paradeiro do atirador.
Ao se aproximar do local em que está o atirador ativo, possivelmente haverá
deslocamento de vítimas assustadas, em pânico, feridas leve ou gravemente, talvez
até pessoas mortas. Muito embora seja obrigação do policial militar auxiliar os feridos,
o foco é incapacitar o atirador ativo e interromper sua ação danosa.
Portanto, os policiais militares não deverão, neste momento, parar para
ajudar os feridos.

h Passo 8: Incapacitar a ação do atirador ativo de forma efetiva e


rápida, visando a eliminação total do risco que ele proporciona, preservando
vidas e evitando mais mortes.
Como foi abordado no início do capítulo, os americanos chamam seu
protocolo de “Stop the killing”, que poderia ser traduzido como “Parar a matança”. Não

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deve restar dúvidas de que a atuação policial militar imediata e urgente é necessária,
válida e aceitável. Portanto, devido a necessidade de uma solução rápida, o policial
militar ou a equipe policial, com o propósito de salvar vidas, deverá interromper a ação
do atirador o quanto antes, reduzindo os danos e evitando mais mortes.
Embora as chances de enfrentamento sejam grandes, nem toda situação será
necessariamente resolvida com a incapacitação do atirador ativo através de força
letal. A situação poderá se finalizar em uma rendição ou exigir a aplicação dos já
conhecidos 10 Passos da Primeira Intervenção em Crises, como veremos no Passo
12. Entretanto, o policial militar deverá estar pronto para um possível confronto.
Todo treinamento em técnicas de tiro e táticas em confrontos armados
poderão ser utilizados no momento do enfrentamento ao atirador ativo. Identificar
corretamente o alvo e qual seu potencial de ameaça, realizar disparos precisos e evitar
ser atingido, tudo isso de maneira rápida, será o diferencial no sucesso da
incapacitação do atirador.
Neste momento, o agressor ativo tem que ser corretamente identificado pois
é crucial a confirmação exata de quem é o infrator. Essa definição correta do atirador
ativo é o que fará o interventor diferenciar uma vítima em pânico de um agressor
armado, evitando lesões em pessoas inocentes.

i Passo 9: Proporcionar condições de segurança para que as


equipes de socorro médico atuem no atendimento aos feridos.
Neutralizada a ação do atirador ativo, o policial militar ou a equipe policial
militar deverá proporcionar condições de segurança para que as equipes de socorro
médico atuem no atendimento aos feridos. Deve-se considerar a necessidade de
definir equipes de apoio para realizar triagem nas pessoas, a fim de averiguar se são
vítimas ou ameaças em potencial que não foram identificadas. Além disso, podem
auxiliar as equipes médicas na triagem dos feridos e organização do cenário, visando
um atendimento mais rápido.
O que deve ficar claro neste ponto é que o acesso das equipes de resgate
(SIATE/SAMU) só deve ocorrer depois, ou, juntamente, com as equipes de
intervenção.

j Passo 10: Preservar o local em que a ocorrência foi finalizada,


realizando esforços no sentido de estabelecer rapidamente os perímetros de

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segurança necessários, afastando terceiros que porventura queiram se


aproximar da área isolada.
As equipes que chegarem em apoio, sabendo que o atirador ativo já fora
incapacitado fisiologicamente, iniciar imediatamente os procedimentos de isolamento,
conforme já preconiza a doutrina de Primeira Intervenção em Crises.
Utilizar ainda como referência a Diretriz nº 005/2011 – PM/3 e seu Anexo B.

k Passo 11: Acionar os órgãos competentes para realização das


perícias necessárias que o caso requer.
Os acionamentos ficam, preferencialmente, a cargo do centro de operações
ou rádio operador local;

l Passo 12: No caso de o atirador tomar vítimas ou reféns no


momento da intervenção, não efetuar disparos e iniciar a tomada das 10 ações
técnicas previstas pela doutrina de Primeira Intervenção em Crises (vide POP nº
200.1).
Diante do possível cenário já descrito, fica evidente que o momento em que o
atirador ativo for localizado será repleto de fatores estressantes, com possibilidade
altíssima de confronto. Entretanto, o policial interventor deverá procurar manter seu
raciocínio e percepção aguçados para caso, ao encontrar o atirador, este tome uma
pessoa como refém ou vítima, o interventor consiga ler o cenário e iniciar as ações
tradicionais de Primeira Intervenção em Crises.
Além da tomada de reféns, o atirador pode se esconder em algum ambiente
sem vítimas e se barricar, colocando-se em uma posição de vantagem em relação
aos policiais interventores. Diante de tal cenário, se o atirador estiver cercado em um
local sem vítimas, ou seja, sem o potencial de ferir mais alguém além dos
policiais, deve-se iniciar também as ações técnicas tradicionais de Primeira
Intervenção em Crises.

4 TÉCNICAS E TÁTICAS
As ocorrências que envolvem “atirador ativo” situam-se na última gradação do
uso seletivo ou diferenciado da força, portanto, o uso de arma letal é a única alternativa
capaz e necessária para a proteção da vida de terceiros e do policial militar.
Os ambientes e cenários que podem ocorrer estas situações são os mais

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diferentes, tais como: colégios, empresas, parques, igrejas, ou até mesmo na rua e
que tem como característica em comum, serem locais com aglomeração de pessoas.
Tanto como existem uma grande variável de ambientes, deve ser levado em
conta a possibilidade de ocorrer a noite, ou, até mesmo durante o dia, em um local
confinado que não tenha iluminação apropriada, o uso da lanterna será necessário,
sendo que o capitulo 5 tratou sobre o tema.
Outro ponto é o uso de proteções e progressões do terreno/ambiente, que
também tem no capítulo 2 as técnicas necessárias para aprendizagem.
Entretanto, mesmo utilizando os conceitos aprendidos, nos casos com
atiradores ativos existem algumas variáveis que podem prejudicar a aplicação das
técnicas aprendidas, pois nestes cenários, muitas vezes serão deixados ambientes
sem ser realizada uma vistoria mais aprofundada, para simplesmente, uma varredura
da porta mesmo, sem realizar nenhuma entrada tática, pois o policial militar ou a
equipe policial militar, estão escutando o atirador ativo; estão vendo de onde as
pessoas estão fugindo; estão escutando os disparos; e por fim, estão vendo o
desespero das pessoas em geral.
A compressão de tempo é tão grande e os minutos perdidos para entrar em
um ou outro ambiente são tão preciosos, que algumas regras gerais de segurança
deverão ser suprimidas, para que o policial interventor chegue o quanto antes no ponto
do evento crítico e neutralize a ação do atirador.
Eventualmente, e considerando que os conceitos e técnicas estão tão
difundidas, o atirador ativo poderá ter o conhecimento prévio que a Polícia Militar
nestes casos, não utiliza seu efetivo para isolar, conter e iniciar as primeiras
intervenções e que, devido a urgência de uma solução aceitável, no objetivo de
preservação de vidas, acabam por agir de imediato. Neste caso, sabedor desta
técnica, pode ser que o policial militar ou a equipe policial militar, encontrem, dentro
de um ambiente confinado, portas fechadas, bloqueios de portas, com o intuito de
impedir a entrada de policiais. Como dito, a urgência de uma ação imediata, pode
fazer com que alguns pontos de segurança tenham menos exigência, do que teriam
se fosse uma ação tática treinada. Em resumo, nas ocorrências envolvendo atiradores
ativos, a urgência de agir acaba por suprimir algumas condutas de segurança, e o
policial militar deve estar ciente disso.
Importante destacar que as técnicas dos capítulos anteriores deste manual
serão muito utilizadas e aplicadas durante os exercícios na atuação de ocorrências

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envolvendo atiradores ativos, e o treinamento constantes daquelas técnicas são


essenciais para o aprimoramento do policial militar.

4.1 Protocolo com apenas um policial


Estudos americanos, discutidos em 2014, em um Congresso/Fórum que
participaram instituições policiais daquele país, uma das palestras, cujo tema era
sobre: "Analysis of 84 Active Shooter Incidents Since 2000", em que o Professor J.
Pete Blair, da Universidade do Estado do Texas, discorre sobre o título: "Solo entry to
an activite shooting event is dangerous" (Tradução: "A entrada individual em evento
de atirador ativo é perigosa?"), chegou o professor Blair a conclusão que:
"A ENTRADA SOZINHO É MUITO PERIGOSA. Aqui está algo
importante a considerar. As pessoas falam que desde o evento de Columbine,
asrespostas aos atiradores ativos mudaram e os policiais são incentivados,se
forem os primeiros a chegar no local, aentrarem individualmente no ponto do
evento crítico. E em algumas das discussões que ouvi, a lógica por trás disso
parece ser: “Realmente não é tão perigoso, porque o atirador geralmente se
mata.” Então, eu dei uma olhada nos nossos dados, objetivando ver se
realmente situação acima descrita era tão clara.
A primeira coisa que descobri é que em 57% dos casos em que há uma
entrada de um único policial, a cena ainda está ativa. Ainda há tiros sendo
efetuados. O atirador ainda está matando pessoas. Esse número (57%) é o
mais alto dos que foram apresentadosnos dados gerais, mas faz sentido,
porque o policial sozinho normalmente está chegando mais rápido ao local
do que nos casos em que vários policiais chegam ao mesmo tempo.
O dados da pesquisa são aqui apresentados e, em relação a entrada de
um policial sozinho no local do ponto crítico (cena ainda ativa), demonstrou
que: 62%das vezes, o policial atira no "atirador ativo". Outros 13%, o policial
o subjuga (rende) e nos 25% restantes, o atirador se mata.
Então, 75% das vezes em que o policial entra sozinho e a ocorrência ainda
está "quente" (atirador ativo presente e efetuando disparos), o policial está
tomando uma ação direta contra o atirador. Desta ação se tem uma estatística
ainda mais importante: em todas as entradas individuais em que o "atirador
ativo" ainda estava atirando (cena ainda quente), identificamos que um terço
dos policiais que fizeram essa entrada sozinho foram baleados.Não sou
contra a entrada individual dos policiais, mas acho que devem ser informados
explicitamente sobre quais são os riscos, se quiserem correr esse risco."49

Importante trazer a tradução da parte final da apresentação, pois serve como


base estatística que merecem algumas considerações, como por exemplo: em 57%
das entradas individuais dos policiais ainda estava ocorrendo a ação do atirador ativo,
logo, mais da metade dos casos. Lembrando que a compressão do tempo para salvar
vidas é muito importante e quanto mais rápida ação policial, mais vidas serão salvas.
A Polícia Militar está em todos os municípios do Paraná. Em alguns casos,
pode ocorrer de ter apenas um único policial militar no município. Na maioria dos

49 Tradução realizada pelos autores.

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casos são dois policiais militares, mesmo assim, pode ocorrer daquela equipe,
naquele momento estar com apenas um único policial militar na viatura. Ou até, um
próprio policial que não está de serviço e que mesmo de folga pode se deparar com
uma situação de "atirador ativo" e decida atuar, como na ocorrência de na cidade de
Suzano/SP, no ano de 2019.
O ideal é sempre esperar outros policiais militares, para que pelo menos as
aproximações/entradas sejam realizadas, no mínimo, por dois policiais militares. O
número ideal seriam uma equipe de quatro a cinco policiais militares, mas existem
situações como já ditas, que a compressão de tempo “não permite" essa espera para
montar uma equipe.
A velocidade em localizar e incapacitar o atirador será fundamental para
diminuir o número de vítimas. Contudo, isso não significa que o policial interventor
deverá entrar no ambiente do atirador sem realizar a devida leitura dos ambientes,
captando as informações que o ajudarão a entender o que está ocorrendo. A
segurança do policial será proporcional à compreensão do ambiente a sua volta,
sendo assim, o que ditará a velocidade da progressão será a capacidade cognitiva do
interventor. O policial deverá entender o contexto do ambiente, captar informações e
progredir.
No tocante a atuação de um policial sozinho e não estando de serviço, a
primeira regra é: sem colete balístico não atue diretamente no confronto. Atue no
acionamento do apoio necessário; colete informações e repasse em tempo real as
equipes que estão vindo no apoio; e ajude as pessoas a se afastarem do local.
Estando de serviço, realizar as mesmas orientações acima, e se realmente for
o caso de ir ao ponto do evento crítico na necessidade de incapacitar as ações do
atirador ativo, observar as técnicas abaixo.

4.1.1 Técnica de retenção de arma de fogo fora do coldre


O ambiente em que está ocorrendo o ataque, na maioria dos casos, será de
aglomeração de pessoas.

AS PESSOAS, DEVIDO AO PÂNICO E AO TUMULTO, ESTARÃO CORRENDO


PARA A SAÍDA EM SENTIDO CONTRÁRIO AO POLICIAL MILITAR.

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Nesse sentido, o policial militar deve estar com a sua arma em mãos, deve
protegê-la de quedas ou arrebatamento. A técnica a ser utilizada é a de desfazer a
empunhadura dupla e encostar a arma de fogo com a mão hábil próximo do colete
balístico, com o cano perpendicular ao solo, apontando para o chão.
Com a mão menos hábil, o policial pode cobrir a arma de fogo, protegendo- a,
ou abrir espaço entre as pessoas que estão vindo em sua direção.

FIGURA 2: Exemplo 1 -Policial militar fardado e equipado, com a mão hábil


empunhando arma de fogo encostada no colete e cano apontado para o chão, mão
menos hábil cobrindo a arma. Também conhecida como posição sul modificada.

Fonte: autores.

FIGURA 3: Como seria na situação caso fosse necessário proteger a arma:

Fonte: autores.

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FIGURA 4: Exemplo 2 - Policial militar fardado e equipado, com a mão hábil


empunhando arma de fogo encostada no colete e cano apontado para o chão, mão
menos hábil esticada a frente para abrir caminho pela multidão).

Fonte: autores.

FIGURA 5: Como seria na situação se fosse necessário abrir espaço entre as


pessoas que estão vindo em sua direção.

Fonte: autores.

4.1.2 Técnica de passagem por portas de ambientes que não serão


adentrados.
Ao adentrar no ambiente que está sofrendo o ataque, percebendo o
policialmilitar do possível local do atirador ativo, através dos indícios já descritos, e
decidindo pelo deslocamento ao ponto crítico, existe grande possibilidade de durante

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este percurso sejam verificadas a presença de portas e corredores.


Essas portas e corredores dão acesso a outros ambientes, que inclusive
podem fazer ligação ao local que se encontra o atirador ativo.
O policial militar deverá passar por tais entradas sem realizar a verificação de
cada um desses ambientes, pois já existe a indicação do local e a compressão do
tempo é o fator que impulsiona essa ação. Portanto, a ação de não verificar as salas
e nem os corredores é necessária para chegar ao atirador o quanto antes.
Entretanto, a segurança do policial militar é tão importante como a rapidez no
deslocamento, portanto, dentro das limitações, passar pelas portas da maneira mais
segura possível. O que neste caso seria dividir a atenção entre o caminho a ser
tomado a frente e o ângulo que a porta faz com tal caminho, mantendo a arma de fogo
em pronta condição de disparo caso alguma ameaça surja a frente ou dentro do
ambiente que não será verificado.
O policial militar deve estar pronto para, surgindo uma ameaça, voltar-se de
frente para ela, com o intuito de ter maior área de proteção balística de seu colete. Ao
passar pela porta, seguir em frente o mais rápido possível, ou que a segurança no
momento permitir.
Tal cuidado deve ser tomado mesmo que haja uma porta fechada, visto que,
no momento da passagem da equipe, o atirador ativo ou outro atirador ativo pode
realizar disparos através da porta ou sair de dentro daquele ambiente,ou até pessoas
assustadas podem sair correndo de lá de dentro. O policial militar tem que tomar
cuidado extremo, pois a situação é crítica e os efeitos do estresse no policial também.
A doutrina regente nos EUA é que as pessoas que não consigam sair das
salas que se encontram se afastar da ameaça devem trancar as portas, apagar as
luzes, desligar o som dos celulares e se esconder. No Brasil não existe este tipo de
cultura e pode ocorrer, inclusive, de sair do ambiente uma das vítimas, uma ou várias
pessoas que estavam escondidas.
Vale destacar que, estando o policial militar sozinho, sua segurança diminui
comparado com o caso de estar em dois ou mais policiais. Sendo assim, seu
deslocamento exige muito mais atenção e cautela, e consequentemente, será mais
lento.

4.2 Protocolo com dois policiais


A progressão no ambiente com dois policiais pode ser feita em célula (policiais

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próximos) ou com os policiais mais afastados. Ambas possuem vantagens e


desvantagens e devem ser analisadas conforme o cenário no momento da ação
(tática).
A primeira técnica - deslocamento em célula - tem a vantagem de a equipe
estar próxima ao ponto de estar em contato físico o tempo todo. Quando se trata de
atirador ativo, há possibilidade de várias pessoas estarem correndo no momento da
progressão da equipe. O uso da progressão em célula permite uma melhor
comunicação entre a equipe, visualização do parceiro em meio à multidão, assim
como maior eficiência em avançar no terreno entre às pessoas. Além de facilitar o
controle de cano e reduzir as chances de fogo amigo.
A desvantagem decorre da proximidade dos policiais militares, pois, por
estarem tão próximos, juntos um ao outro, se tornam alvo mais fácil para o atirador
ativo.

FIGURA 6: Deslocamento em célula de dois policias militares próximos.

Fonte: autores.

Já a progressão com os policiais mais afastados, por exemplo, estando um


em cada lado de um corredor, permite uma divisão da atenção do atirador ativo no
momento do confronto.
Entretanto, como desvantagem, perde-se o contato físico entre os policiais
militares e dependendo da quantidade de civis que estão correndo do ponto crítico em
direção à saída e do barulho de gritos e disparos, pode ser que os policiais percam
contato visual e até comunicação durante a progressão, prejudicando a técnica de
passagem por entradas que será descrita na seqüência.

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FIGURA 7: Deslocamento em célula de dois policias militares afastados.

Fonte: autores.

A comunicação entre a equipe será fundamental para a manutenção da


segurança e atenção no ambiente. Os policiais militares devem informar ao seu
parceiro a todo momento o que vêem e ouvem, para que seu parceiro possa tomar
conhecimento de algo que talvez não esteja visualizando ou percebendo. Exemplos:
“Porta aberta a direita, é minha”, informando que ficará responsável pelo ângulo da
porta. “Corredor é meu”, informando que manterá a atenção à frente. “Tem gente
saindo correndo da última sala à esquerda”, informando possível localização do
atirador. A comunicação poderá salvar a integridade da equipe.
Outro ponto importante é a equipe combinar qual dos dois terá a
responsabilidade pela retaguarda, lembrando que este policial militar não caminhará
de costas para a direção do atirador ativo, apenas verificará a retaguarda quando
perceber necessário, parando seu parceiro se for preciso.
Novamente, quanto mais policiais na equipe, maior a segurança e,
conseqüentemente, mais rápido poderá ser o deslocamento, portanto em células de
dois, o deslocamento será mais rápido do que individualmente e mais devagar do que
uma célula em que se tenham 4 ou 5 policiais militares.
Por fim, o protocolo com dois policiais abrange as técnicas descritas no
Capítulo 4, adicionando também a técnica de retenção da arma de fogo fora do coldre,
descrita anteriormente. O que difere do protocolo anterior, com apenas um policial, é

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a técnica de passagem por entradas de ambientes que não serão vistoriados, descrita
a seguir.

4.2.1 Técnica de passagem por entradas de ambientes que não serão


adentrados
Levando em consideração o descrito no protocolo com apenas um policial
militar, desta vez, estando a equipe policial em dois a atenção pode ser dividida em
dois setores, sendo um o caminho a ser tomado a frente em direção ao atirador, e
outro sendo a angulação que este caminho faz com a entrada que será passada
(conhecida como funil).
Assim, o se aproximar da entrada/porta/corredor de um ambiente que não
indica que o atirador ativo esteja lá e apenas está no caminho até o local do atirador,
um dos policiais deve assumir a tomada de ângulo da porta e voltar seu corpo para
ela, enquanto o outro policial mantém a atenção ao que está à frente. Destaca-se que
tal tomada de ângulo é feita de maneira rápida, apenas para cobrir tal entrada caso
surja alguma ameaça.
O contato físico continuará a existir.

FIGURA 8: Deslocamento em célula de dois policias militares passando em


locais que não serão adentrados.

Fonte: autores.

Cabe ressaltar que o policial militar que está a direita, tem a responsabilidade
das entradas/portas/corredores do lado direito, e o que está a esquerda o inverso.

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Sendo que ambos têm a responsabilidade mútua do ângulo de frente, e um deles,


conforme decidirem a do ângulo de trás.
Caso haja duas portas, uma em frente a outra, cada policial assumirá a
angulação de uma delas e passarão por elas estando um de costas para o outro,
mantendo ainda a atenção ao caminho que será percorrido a frente.

FIGURA 9: Passagem em locais que não serão adentrados.

Fonte: autores.

Dividida a responsabilidade dos setores, a equipe continua progredindo até


passar pela entrada e retornar à posição inicial.

FIGURA 10: Passagem em locais que não serão adentrados.

Fonte: autores.

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4.3 Protocolo com quatro policiais ou mais


Uma equipe formada por quatro policiais é o mínimo necessário para ser
considerado ideal ao agir em resposta a um cenário de ataque por atirador ativo. As
técnicas não diferem do que foi visto anteriormente, apenas aumenta-se a segurança
proporcionalmente ao número de integrantes, uma vez que divisão dos setores de
responsabilidade será mais eficiente. Podendo desta vez, um dos policiais assumir a
função exclusiva de segurança da retaguarda, um como segurança da esquerda, um
da direita e um sempre mantendo a segurança à frente.
As formações utilizadas nesse caso serão as recomendadas pela POP 200.2,
sendo elas a de diamante e alternando para a formação em T nos casos de
corredores quem não tenham aberturas/portas nas laterais. Na formação diamante,
os quatro policiais dividem os setores de responsabilidade em frente, esquerda, direita
e retaguarda, com um policial sendo responsável por cada setor. Já na formação
em T, os dois policiais da direita e esquerda assumem a segurança à frente
juntamente com o terceiro que já estará na função.

FIGURA 11: Formação em "T" - mais de dois policiais militares.

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3

Fonte: autores.

O policial responsável pela retaguarda deslocará no mesmo sentido dos


demais policiais e permanecerá de frente, olhando para trás periodicamente para
verificar seu setor.
As recomendações anteriores quanto à comunicação entre todos os
integrantes da equipe mantêm-se e o deslocamento poderá ser mais rápido, como
explicado anteriormente.

4.3.1 Técnica de passagem por entradas de ambientes que não serão


adentrados
A passagem por entradas de ambientes que não serão vistoriados será igual
à do protocolo com dois policiais, alterando apenas nos casos em que haja duas
portas, uma de frente para a outra.
Nesse caso, os policiais das laterais fazem a cobertura das portas sem
prejudicar o policial que está na segurança a frente que continuará mantendo seu
setor de responsabilidade.

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FIGURA 12: Passagem em locais que não serão adentrados - mais de dois
policiais militares.

Fonte: autores.

Comunicando a visualização da(s) entrada(s) ou porta(s), a equipe continua


progredindo até passar por ela e retornar à posição inicial.

4.4 Confronto em campo aberto


Além da utilização das técnicas descritas acima, estando em locais mais
abertos, como por exemplo: shoppings, feiras de exposições, praças, pátio de escola
etc; o policial ou equipe policial deverá focar em realizar a leitura do cenário com
clareza e manter a comunicação entre os policiais, a fim de localizar e incapacitar o
atirador o quanto antes.

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Caso o confronto seja inevitável, tente se aproximar utilizando de coberturas


e abrigos. Ao passar por ruas, antes de atravessá-las, certifique-se que o "atirador
ativo" não esteja nas ruas adjacentes. Proteja-se utilizando de carros, postes de
iluminação, lixeiras, arvores, muros como barricadas, utilizando as técnicas descritas
no Capítulo 2 deste Manual.
A única vantagem estando sozinho é não ser visualizado pelo atirador ativo,
para que se possa efetuar um tiro de precisão e a distância. O atirador ativo buscará
matar pessoas, portanto se o policial militar que está sozinho se aproximar demais
pode ser mais uma vítima. Lembre-se que para um atirador treinado, que está em
confronto com um menos treinado, a distância é uma vantagem, visto que o atirador
mais treinado terá mais precisão em seus disparos.

5 EXERCÍCIO DE TREINAMENTO SUGERIDO

5.1 Simulação de atirador ativo em ambiente de aglomeração de pessoas

SIMULAÇÃO DE ATIRADOR ATIVO EM AMBIENTE DE AGLOMERAÇÃO DE


PESSOAS
LOCAL: ambiente com aglomeração de pessoas, com diversas portas e vias de
acesso. Exemplos: escola, igreja, shoppings etc
RECURSOS NECESSÁRIOS: apitos, armas de air soft, radiocomunicador portátil
(HT), figuração à paisana.
OBJETIVOS:
• Criar um cenário com segurança para que o treinamento seja o mais
próximo de uma situação real;
• Gerar estresse nos policiais interventores através da atuação da
figuração, simulação dos disparos com os silvos de apito e da metodologia force on
force com as armas de airsoft;
• Permitir a aplicação das técnicas e táticas ensinadas neste Manual.
DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
PREPARAÇÃO
• Dividir os figurantes entre atirador(es), vítimas dentro do local feridas,
vítimas que correrão em direção à saída, vítimas que ficarão na entrada do local
para passar informações. Definir ainda como será a atuação de cada um deles no

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cenário simulado;
• Distribuir os recursos materiais. Armas de air soft para os
alunos/instruendos e atirador(es), apito para o atirador(es), radiocomunicador
portátil para os alunos/instruendos e para os figurantes para informar o início da
simulação;
• Combinar com todos os participantes que os silvos de apito ouvidos
no local simulam disparos de arma de fogo realizados pelo atirador(es);
• Combinar com o aluno ou equipe de alunos a forma como será o início
da simulação, se através de acionamento via rádio ou pelo próprio instrutor.

DESENVOLVIMENTO DA SIMULAÇÃO
• A dar início, o aluno ou equipe de alunos simulará atendimento de
ocorrência com atirador ativo;
• Os figurantes atuam conforme fora combinado na preparação com a
intenção de tornar o cenário o mais próximo de uma situação real;
• O(s) atirador(es) utilizam os apitos para simular o barulho de disparos
e causar a percepção de urgência no aluno para que localizem o atirador e cessem
sua carnificina;
• O aluno deverá cumprir a sequência de ações previstas no POP
200.2;
• A simulação deverá estimular o aluno a utilizar as técnicas pevistas
no Manual de TCA da PMPR, a tomar decisões e definir táticas considerando a
leitura do cenário simulado;
• O instrutor deverá acompanhar o aluno ou equipe de alunos durante
a simulação, observar sua conduta, e coordenar os figurantes;
• Ao localizar o atirador, o aluno deverá fazer o que for necessário para
neutralizar sua ação; considerando a possibilidade de não necessariamente ser
através do uso de força letal, mas também com a rendição ou, em caso de tomada
de refém, com os 10 Passos da Primeira Intervenção em Crises tradicional;
• Lembrando que o aluno não deve ser estimulado a cessar o combate
caso seja atingido pelo atirador com as munições de plástico; pelo contrário, deverá
treinar sua mentalidade para combater mesmo ferido;
• Já o atirador, em caso de confronto com o aluno, deverá cessar sua

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ação apenas quando perceber que foi alvejado por mais de uma vez e em partes do
corpo que causariam sua incapacitação fisiológica;
• Lembrando que a simulação não se finaliza com a incapacitação
fisiológica do(s) atirador(es), mas com a segurança do local e início de atendimento
das vítimas pelo aluno.

FEEDBACK
O instrutor poderá corrigir o aluno durante ou após finalizada a simulação. Caso faça
a correção depois, preferencialmente deverá fazer uma nova passagem dos alunos
para oportunizar realizar as técnicas e táticas de maneira correta.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CRC Press, 2013.

BUERGER, Michael E.; BUERGER, Geoffrey E.ThoseTerribleFirstFew


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16/04/2006. Disponível em: <https://slate.com/news-and-politics/2009/04/the-four-
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Exercise (TTX) Situation Manual (SitMan). 2014. Disponível em:
<https://www.hcanj.org/files/2013/09/LTC-SHots-Fired-Situation-
Manual.pdf>Acessado em: 26.07.2020.

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G1. Aluno armado atira e fere dois colegas em colégio de Medianeira.


28/09/2018.Disponível em:<https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2018
/09/28/aluno-atira-em-colegas-de-colegio-em-medianeira.ghtml>. Acessado em:
26.07.20.

JUNIOR, Vanio Galbino da Silva. Atiradores ativos: Percepção e desempenho do


curso de formação de soldados policiais militares 2017/ 2018 da Academia
Policial Militar do Guatupê em cenário envolvendo atiradores ativos. 2018. 72 f.
Monografia – Academia Policial Militar do Guatupê, Polícia Militar do Paraná, São José dos
Pinhais, 2018.

LOGAN, Joshua. Marshall County HS Attack. Officer. 05/11/2019. Disponível


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PARANÁ, Polícia Militar. POP 200.2_Primeira Intervencao em Crises envolvendo


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SILVA, Marco Antonio da Primeira Intervenção em Crises Policiais: teoria e

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U.S DEPARTMENT OF HOMELAND SECURITY. Active Shooter: How to


Respond. National Tactical Officers Association. Washington, D.C.
2008.Disponívelem:<https://www.dhs.gov/xlibrary/assets/active_shooter_booklet.pdf
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UNIDADE XIII - PROCEDIMENTOS EM RELAÇÃO A CRIMES


VIOLENTOS CONTRA O PATRIMÔNIO

1 INTRODUÇÃO
No Estado do Paraná a maior atuação de grupos armados se dá contra
instituições financeiras.
Normalmente esses criminosos atuam de maneira organizada e planejada,
sendo as cidades do interior ou de regiões metropolitanas os principais alvos pelo fato
de terem localização que dificulta a chegada rápida das equipes de apoio, facilitar o
bloqueio de vias estratégicas, e, ainda, pelo déficit de policiamento e equipamentos
locais, facilita o domínio das forças de segurança locais e posterior fuga.
Várias são as possibilidades de atuação criminosas no que se refere às
quadrilhas armadas. Essas quadrilhas podem atuar em crimes como sequestros,
roubos a residências, roubos a comércio, roubos a veículos de transporte de valores,
instituições bancárias e bases de valores.
Um dos mais conhecidos e violentos atualmente denomina-se "Novo
Cangaço", assim chamado pela semelhança da atuação desses criminosos com a dos
cangaceiros que atuaram no Sertão Nordestino entre os séculos 18 e meados do
século 20.
Existiram vários grupos de cangaceiros, no entanto o mais popular foi o grupo
de Virgulino Ferreira da Silva, conhecido vulgarmente como Lampião, que começou a
atuar no ano de 1920 e teve Maria Bonita como sua companheira.
Para Calandrini, o "Novo Cangaço" surgiu como uma nova forma de atuação
criminosa, no qual os marginais tem a intenção de praticar o furto ou roubo de
numerários e para tanto cercam cidades e aterrorizam a população, conforme segue:

O Novo Cangaço é utilizado como denominação para atuação de grupos


fortemente armados que sitiam cidades e aterrorizam a população local para
praticar furtos ou roubos de numerários guardados em agências bancárias ou
empresas de vigilância e transporte de valores (CALANDRINI, 2018, n.p).

O termo citado passou a ser utilizado de forma generalista para definir todos
os crimes violentos contra o patrimônio, os quais já possuem definições mais
específicas pela doutrina atual, conforme vermos a seguir.

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2. CLASSIFICAÇÃO DE ROUBOS A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS


As quadrilhas armadas que atuam contra as instituições financeiras evoluíram
com o passar dos anos e as características de cada modalidade precisam ser
entendidas pelas Polícias do Brasil para poder enfrentá-las. Isso não significa que um
grupo que agiu em uma modalidade não possa também atuar em outra.

2.1 Roubo a agência bancária comum


Caracteriza-se por ações rápidas em agências bancárias, em horário de
funcionamento, nas quais poucos indivíduos (máximo de cinco), normalmente
portando armas curtas, invadem o local com domínio do segurança privado, dos
funcionários e clientes, com intuito de subtrair os valores disponíveis nos caixas.

2.2 Sequestro de funcionário (“sapatinho”)


É realizado por meio do sequestro da família de um funcionário da agência
bancária na véspera do roubo. A família é mantida em cativeiro enquanto o infrator e
o funcionário vão até a agência fazer a retirada do dinheiro discretamente (motivo do
termo “sapatinho”). Normalmente são utilizadas armas curtas nas ações e os grupos
compostos por cinco indivíduos, em média.

FIGURA 1 e 2: roubo a agência bancária na Bahia e roubo a agência bancária


no Paraná.

FONTE: correio24horas50. FONTE: canal38.com.br.51

2.3 Roubo a carro forte


São ações predominantemente diurnas e bastante violentas. Quadrilhas em
torno de dez indivíduos e nessa modalidade surgem armas de alta potência, de calibre

50 https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/operacao-contra-quadrilhas-de-assalto-a-bancos-termina-com-4-
mortos-na-bahia/
51 https://www.canal38.com.br/sequestro-de-familia-de-gerente-de-banco-seguido-de-roubo-mobiliza-a-policia-em-
cambira/

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até .50’. Podem ser utilizados explosivos ou não. Uma variação desse tipo de roubo,
que é um dos que mais gera perigo para a polícia atender, é a chamada “calçada”.
Trata-se do momento em que uma equipe de carro forte faz a coleta de malotes em
locais de comércio. Frisa-se o risco devido à presença de inocentes e locais de grande
aglomeração.

FIGURA 3: roubo a carro forte no Paraná.

FONTE: gazetadopovo.com.br52.

2.4 Roubo: modalidade “Novo cangaço”


Foi assim denominado por analogia às ações de cangaceiros do passado,
como lampião. Caracteriza-se pela violência e utilização de pessoas como escudo
humano. Normalmente são realizadas durante o dia, em horário de expediente
bancário, em cidades pequenas e com pouco efetivo policial. As quadrilhas são
compostas, em média, por dez indivíduos armados com fuzis de diversos calibres.

FIGURA 4: roubo a agências bancárias em Borrazópolis/PR.

FONTE: vidabancaria.com.br.53

52 https://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/tentativa-de-roubo-de-5- carros-fortes-transforma-br-376-em-praca-
de-guerra-15d2vpq79dssy4aldiv01irjb/
53 http://www.vidabancaria.com.br/imprensa/noticia/15/7/2015/quadrilha-age-com-muita-violencia-em-assalto-ao-
bb-e-sicredi-em-borrazopolis

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2.4.1 Novo Cangaço Noturno


A atuação criminosa de quadrilhas armadas com utilização de explosivos em
terminais de autoatendimento, geralmente, ocorre durante a madrugada.
Normalmente são realizados, em média, por dez indivíduos armados com fuzis, com
domínio da força policial local em cidades com pequenos contingentes.
Os marginais realizam bloqueios das vias com veículos incendiados e/ou
realizando a segurança armada de forma a impossibilitar a aproximação de viaturas
policiais de apoio. Pode ocorrer a contenção da equipe policial dentro do
destacamento sob fogo, além do uso de “miguelitos” defronte ao destacamento.

FIGURA 5: roubo a agências bancárias em Andirá/PR.

FONTE: portaltanosite.com.54

2.4.2 “Novo cangaço” - DOMÍNIO DE CIDADES


Com a estratégia de diminuir valores em agências bancárias e carros-fortes,
bases de valores passaram a armazenar mais dinheiro e se tornam o principal alvo
dessa modalidade. Nessas ações, que ocorrem também em cidades de médio a
grande porte, as quadrilhas participam com considerável número de marginais (por
vezes mais de 30), os quais utilizam fuzis de diversos calibres, inclusive vários em
.50.
Utilizam múltiplas cargas explosivas muito precisas, montadas por técnicos
especificamente contratados para esse ofício. Agem com grande capacidade
operativa, com missões bem definidas, cronometradas e com pessoal treinado por

54https://www.portaltanosite.com/noticia/11583/quadrilha-fortemente-armada-invade- agencia-do-banco-do-brasil-
em-andira

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militares ou policiais. Normalmente realizam bloqueios nas principais vias de acesso


em de aquartelamentos utilizando normalmente veículos incendiados e/ou miguelitos.

FIGURA 6: roubo a empresa de transporte de valores em Guarapuava/PR.

FONTE: correiobraziliense.com.br55 FONTE: temlondrina.com.br.56

3. PLANOS DE CONTINGÊNCIA/DEFESA
Para o enfrentamento de ataques como os descritos retro, principalmente no
que se refere aos domínios de cidades, se faz necessário que a PMPR tenha um plano
de reação adequado e específico para cada localidade, no sentido de conseguir se
equiparar ao poderio bélico organizado que surge nessas situações, mas,
principalmente, prevenir que policiais militares sejam feridos ou percam a vida.
Quando se tem notícia sobre a possibilidade de ocorrência envolvendo ações
de quadrilhas armadas, o primeiro passo é a confirmação da ocorrência e coleta do
maior número de detalhes possível.
A aproximação ao local da ocorrência por parte das equipes policiais deve ser
EVITADA! Inclusive das imediações da instituição financeira atacada, com exceção
de “Atiradores Designados Policiais” (ADP), sobre os quais haverá tópico específico à
frente. As informações podem vir de câmeras de monitoramento de cidades,
ligações/filmagens de moradores, ADPs posicionados e DRONES da PMPR.

55 https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/04/5001323-terror-em-guarapuava-assaltantes-
abandonaram-seis-carros-durante-fuga.html
56 https://temlondrina.com.br/policial/tres-pessoas-foram-baleadas- durante-grande-assalto-em-guarapuava/

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Os PLANOS DE DEFESA devem conter de maneira clara, objetiva e organizada


por ordem de prioridade, o plano de acionamento dos efetivos de apoio.

Esses efetivos devem providenciar bloqueios de via e barreiras policiais


alguns quilômetros depois, buscando promover uma “zona estéril”. Os objetivos
dessas ações são: quebrar o planejamento de fuga dos marginais, não expor PMs em
desvantagem numérica e bélica a confrontos com a quadrilha e proteção de populares
que porventura estejam trafegando na direção da situação.
Com a fuga dos marginais é importante tentar identificar a possível rota por
meio das fontes de informações já citadas. É importante ficar atento às possíveis
trocas de veículos por parte dos marginais e também ao isolamento daqueles que
forem localizados. Materiais, principalmente genético, podem colocar marginais em
várias cenas de crime e fomentar mandados de prisão.
Nesse plano deve conter ações preventivas que abarquem:
a. Proporcionar instalação de câmeras no DPM e convênios com a
prefeitura e, ou, instituições financeiras, a fim de possibilitar o monitoramento por
câmeras na parte externa do Destacamento e das instituições financeiras, de forma a
proporcionar às equipes informações acerca de eventuais marginais na frente ou
imediações do DPM – Câmeras nas ruas, frente, fundos e laterais do DPM, ou nas
proximidades das agencias bancárias.
b. Adequação da estrutura a fim de suportar disparos de arma de fogo
sem colocar em risco a integridade da equipe que for surpreendida em seu interior.
c. Adequação para proporcionar meios para responder ao fogo. Torre de
observação, local para abrigo etc.
d. Avaliação prévia dos riscos que podem estar sujeitos eventuais
vizinhos, identificando a melhor forma de responder ao fogo.
e. Estabelecer outros meios de deixar o DPM para buscar a melhor
forma de fazer frente à agressão.
f. Estabelecer pontos estratégicos em que equipes de apoio possam se
posicionar para emboscar os marginais, ou até mesmo posições estratégicas para
equipes locais.
g. Marcar pontos estratégicos no mapa com coordenadas,
principalmente para aeronaves chegarem com mais facilidade.
h. Número telefônico de moradores de sítios em estradas que possam

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ser rotas dos marginais.


i. Instruir o efetivo acerca da função de cada equipe policial em caso de
ocorrência nas diversas cidades sob sua responsabilidade, desde as obrigações da
equipe local, das equipes de cidades vizinhas, do COPOM e do CPU, para melhor
coordenação na operação.
j. Alinhar o serviço de inteligência com outras instituições, como a
Polícia Civil, para se antecipar ás ações criminosas.

Cada Batalhão deverá elaborar seu próprio plano de ação, levando-se em


consideração as peculiaridades e características de cada DPM (Destacamento Policial
Militar), contendo informações sobre cada cidade de sua circunscrição.
É necessário, dessa forma, um planejamento antecipado com protocolos de
atuação em nível de OPM, bem como do restante da PMPR.

É necessário planejamento antecipado com protocolos


de atuação em nível de OPM.

Isso significa que os PLANOS DE DEFESA são, na verdade, institucionais,


pois uma OPM dependerá de várias outras para poder reagir adequadamente a um
sinistro como esse, e os apoios precisam saber qual será sua missão em caso de
acionamento.
É de suma importância realizar treinamentos e simulações de ocorrências
dessa natureza, com a finalidade de minimizar os erros.
A fuga de quadrilhas armadas por regiões de matas merece uma atenção
especial, pois os riscos às equipes são muito grandes.
A primeira observação é que não se deve entrar em região de mata a noite,
mesmo tropas especializadas, a não ser que tenham equipamentos de visão noturna
e/ou termais, além de treinamento específico.
Mesmo durante o dia só é recomendando a entrada em matas por equipes
especializadas, que tenham treinamento e armamento para esse fim, devendo ser
observado o capítulos desse manual que fala especificamente sobre buscas e
patrulhamentos em área de mata. Importante também é que não seja "contaminado"
o local de entrada na mata pelos marginais, e tampouco o veículo abandonado, para

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que o cão de faro tenha maior facilidade captar o odor e rastreá- los.

FIGURA 7: equipe da Polícia Militar se aproximando de um criminoso.

Fonte: acervo do autor.

FIGURA 8: equipe da Polícia Militar prendendo o criminoso.

Fonte: acervo do autor.

Os drones têm se mostrado um equipamento muito eficiente e seguro, mesmo


com aplicação noturna. Utilizam-se de câmeras com sensor de calor que captam a
presença de qualquer ser vivo que emita calor, tornando possível a localização exata

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dessas quadrilhas armadas em meio ao mato sem comprometer a segurança das


equipes policiais. É importante destacar que este equipamento também é utilizado nas
aeronaves do BPMOA, dessa forma atualmente é possível realizar buscas
proporcionando maior segurança às equipes policiais que realizam as buscas
terrestres.
Durante a fuga dos marginais, ainda com a utilização dos veículos, é
importante lembrar que os bloqueios policiais pelas possíveis rotas rurais ou rodovias
podem e devem ser realizados com a utilização de veículos pesados, como tratores,
caminhões e etc. E caso a equipe policial tenha disponível, poderá ser utilizada a
"cama de faquir".
Ao realizar uma barreira na via é importante que os policiais se postem
somente de um lado da via, para que em caso de confronto não se tenha risco de
um policial entrar na linha de tiro do outro. A equipe deve sempre desembarcar e evitar
falsos abrigos, como a própria viatura policial que será o primeiro local em que os
marginais irão atirar. Fundamental é procurar abrigo seguro, como barrancos, árvores,
pedras etc, bem como manter-se em plano elevado em relação aos marginais, sempre
que possível.

3. TREINAMENTOS E SIMULAÇÕES
Os treinamentos e simulações, além de adestrar as equipes policiais para
eventuais ações criminosas, ainda podem inibir esses tipos de crimes, uma vez que
demonstram a capacidade de resposta da PMPR, dessa forma desencorajando as
ações.
Algo extremamente importante e que se comunica umbilicalmente com o
plano de defesa da OPM é que os policiais recebam treinamento específico para
pronta resposta.
O treinamento constitui peça fundamental para que as equipes policiais
possam ter o conhecimento necessário para agir prontamente em resposta a essas
ações criminosas, preservando a integridade dos policiais e de terceiros.
Após os ensinamentos pontuais, capacitando e qualificando detalhadamente
os policiais para agirem nesse tipo de atuação é imperioso que todo esse
conhecimento seja colocado em prática e, tendo em vista a característica do tema,
nada melhor do que realizar uma simulação do que poderá ser enfrentado pelas
equipes policiais.

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Por meio de dados de inteligência e informações estatísticas e de


vulnerabilidade, deverá a unidade realizar estudos e aplicar treinamentos e
simulações iniciando nos locais mais suscetíveis, elencando prioridades, até que esse
treinamento chegue aos locais mais seguros.
Depois de identificada a agência “modelo” deverá ser feito contato com o
gerente ou responsável pelo local, bem como com os comerciantes e moradores de,
no mínimo, 100 metros de raio, preferencialmente em finais de semanas, feriados ou
em período noturno, para que minimize os transtornos no trânsito e na rotina dos
moradores locais.
A fim de simular o máximo de realidade possível, o efetivo policial a ser
utilizado deverá ser exatamente o mesmo que, num possível caso em concreto,
estaria de serviço e, ou, chegaria em apoio. De igual forma, deverá ser realizado
simulações de acionamento de equipes de apoio, verificando o tempo de resposta em
cada cidade da OPM.
Importante mencionar que todo o cuidado deve ser adotado para a realização
do treinamento, avisando os comerciantes e moradores sobre a simulação, checando
atentamente os armamentos a serem utilizados.
Para fins de feedback, análise de acertos, erros, pontos a serem melhorados,
aprimoramento das técnicas e táticas, entre outros fatores, convém ao oficial P/5 da
OPM filmar a simulação, de modo que toda a tropa possa visualizar todo o contexto
do treinamento, facilitando sua compreensão a respeito do planejamento utilizado e
ilustrando melhor como possivelmente se dará a ocorrência em ampla visualização.
A P5 da unidade terá papel fundamental em simulações, pois além de
feedback ainda poderá divulgar partes desse treinamento, incluindo entrevistas, o que
demonstrara força, organização e treinamento policial, desencorajando os criminosos
a agirem nessa região. No entanto é fundamental que essa divulgação seja parcial,
não divulgando informações estratégicas e sigilosas.
As simulações devem ser coordenadas com o máximo de segurança
possível, de forma que alguns itens jamais devem ser desprezados, sendo eles:
1 Limpeza coordenada das armas empregadas na simulação;
2 Controle de cano;
3 Dedo fora do gatilho;
4 Sempre considerar que sua arma está carregada;
5 Deslocamento de viatura com segurança;

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6 Prévio planejamento com comunicação a outras instituições de


segurança, para que desavisados não confundam a simulação com uma ocorrência
real.

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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALANDRINI, Bruno. O novo cangaço como expressão do terrorismo no Brasil:


Artigo 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/63990/o-novo-cangaco-como-
expressao-do-terrorismo-no-brasil> . Acesso em 16 maio 2020.

RODRIGUES, Anderson Lima. Livro dos criminosos - Instituições financeiras -


Acesso restrito.Vol. I, Minas Gerais-MG, 2019.

POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ - PM3. Procedimento Operacional Padrão (POP)


nº 200.4. Atual. 2019.

NAVARRO, Roberto. O que foi o cangaço? Artigo 2018. Disponível em:


<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o-cangaco/>. Acesso em 21
jun. 2020.

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UNIDADE XIV - OCORRÊNCIAS POLICIAIS COM


DESDOBRAMENTO EM ÁREA DE MATA

1 INTRODUÇÃO
Atualmente o Paraná é o estado onde se concentra o maior remanescente
do bioma Mata Atlântica de todo o país. Essa vegetação está distribuída - em sua
maioria - nos trechos que ligam as cidades paranaenses, dividindo espaço com
plantações de inúmeras culturas existentes no estado. Existe também a parcela de
mata que foi preservada dentro dos centros urbanos, tanto nos locais públicos, quanto
em áreas privadas.
A pluralidade da atividade policial militar obriga os policiais a operarem em
diversos tipos de ambientes, como, por exemplo, em áreas edificadas, estradas,
localidades rurais, plantações e, inclusive, nas áreas de mata. Embora não seja uma
constante para a maioria das equipes policiais, o desdobramento das ocorrências
em áreas de mata vem se tornando uma realidade diante das práticas criminosas
da atualidade.

FIGURA 1: Área de mata utilizada para prática de crimes.

Fonte: Autor (2019)

Diante da necessidade de emprego em ocorrências policiais com


desdobramento em área de mata é imprescindível que a corporação estabeleça uma

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padronização de procedimentos a serem adotados, propiciando a seus integrantes o


conhecimento mínimo para operarem com profissionalismo e eficiência,
desencadeando estas ações de forma técnica.

DEFINIÇÃO
Inicialmente devemos entender que nas ocorrências com desdobramento em
área de mata atendidas pela Polícia Militar do Paraná - independente da existência ou
não de ilicitude - somente adentrarão em uma área de mata as equipes com
adestramento específico para comporem uma Patrulha Rural.

PATRULHA RURAL:
Grupo composto por pequeno efetivo policial destacado para cumprir missões
específicas em área de mata que, por sua complexidade, exigem homens,
treinamentos equipamentos especiais, além de uma conduta previamente
padronizada, que busca o máximo de segurança, efeito surpresa e ação de
choque.

De uma forma geral estas equipes policiais especializadas adentram a uma


área de mata com a finalidade de rastrear, buscar, capturar ou resgatar pessoal
e/ou material. O processo decisório que norteia o lançamento de uma Patrulha
Rural está diretamente atrelado ao tipo de desdobramento em área de mata.

DESDOBRAMENTOS EM ÁREA DE MATA


Durante a rotina das atividades de policiamento ostensivo os policiais militares
poderão se deparar com dois tipos de situações em que as ocorrências policiais
se desdobrarão em um ambiente de mata. Para que haja uma padronização de
procedimentos o primeiro passo será distinguir essas duas possibilidades de cenários.

3.1 Desdobramentos sem ilicitude:


Estes desdobramentos se dão nas situações em que a presença policial nas
áreas de mata não está relacionada diretamente a práticas ilícitas. O emprego
mais comum ocorre nas situações de apoio ao Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil
durante desastres naturais, ou ainda na busca e salvamento de pessoas perdidas

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ou extraviadas em área de mata.

3.2 Desdobramentos com ilicitude:


Estes desdobramentos se dão nas situações em que a presença policial nas
áreas de mata está relacionada à flagrância de prática criminosa, ou, ainda, à
continuidade dela.
Os casos mais comuns ocorrem nas fugas de estabelecimentos prisionais,
bem como quando criminosos utilizam uma área de mata para a prática de
tráfico/consumo de entorpecentes, rota de fuga ou local de homizio após um
acompanhamento tático, ou ainda quando as quadrilhas armadas utilizam áreas de
mata atuando na modalidade "Novo Cangaço".
Importante salientar que nas ações de quadrilhas armadas atuando em
domínio de cidades, por exemplo, em que os criminosos utilizam uma área de mata
como rota de fuga planejada, o caráter coordenado das ações policiais se torna
primordial, uma vez que os marginais conhecem o terreno e sentem-se à vontade
nesse ambiente, o que potencializa os riscos às equipes policiais.

EQUIPES ESPECIALIZADAS
No âmbito da Policia Militar do Paraná, existem algumas tropas
especializadas na execução de Patrulhas em ambiente rural, como a Companhia
de Comandos e Operações Especiais (COE) do Batalhão de Operações Especiais
(BOPE), efetivo que deve ser acionado em casos de marginais homiziados em mata.

FIGURA 2: Equipe de Patrulha Rural do COE.

Fonte: PMPR - COE (2020)

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No entanto, devido à necessidade de celeridade nas ações relacionadas aos


desdobramentos em área de mata, aliada à extensão territorial do estado, é inviável
afirmar que a tropa da COE terá condições de prestar um apoio efetivo em todas as
ocorrências com este tipo de desdobramento.
Dessa forma as unidades operacionais de área, principalmente as do interior
do estado, devem dispor de frações de tropa que não apenas dominem a técnica de
Patrulha Rural, mas que também mantenham um adestramento contínuo desta.
Para tanto é interessante a capacitação dos Pelotões de Choque, dos Pelotões
ROTAM e ainda das equipes de Patrulha Rural Comunitária, devido a suas
características de pronto emprego.
Devido ao emprego de frações de tropa em situações diferenciadas, algumas
unidades da corporação possuem efetivos que empregam a técnica de Patrulha Rural
rotineiramente. Um exemplo é o Corpo de Operações de Busca e Repressão
Aquática (COBRA) do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), que aplica
este recurso no desenvolvimento de atividades de Patrulha de Interdição, coibindo
crimes transfronteiriços e ações de contrabandistas.

FIGURA 3: Equipe de Patrulha Rural do COBRA.

Fonte: COBRA (2020)

Outra fração que já aplica a técnica de Patrulha Rural no desenvolvimento de

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suas atividades é a Patrulha Costeira do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM).


Esta tropa opera primordialmente no patrulhamento ribeirinho e, quando atua
desembarcada, utiliza-se dos recursos da Patrulha Rural em larga escala.
Por fim cabe citar que algumas atividades desenvolvidas pelo Batalhão de
Polícia Ambiental - Força Verde (BPAmb-FV) também se valem das técnicas de
Patrulha Rural para coibir ações que representam ameaça ao meio ambiente. Em sua
grande maioria estas patrulhas têm como objetivo localizar pontos de desmatamento
e também dissuadir a caça e pesca ilegais.

MEDIDAS PRELIMINARES DA PATRULHA RURAL


Diante de uma situação de ocorrência em que seja vislumbrada a necessidade
de entrada de equipe policial em área de mata é imprescindível que o policial mais
antigo dentre as equipes que deram o primeiro atendimento assuma a função de
Coordenador das Medidas Preliminares.

COORDENADOR DAS MEDIDAS PRELIMINARES:


Atua na coordenação e controle das Medidas Preliminares, executadas pela tropa
regular com a finalidade de garantir o máximo de condições favoráveis para o
emprego efetivo de uma Patrulha Rural.

Respeitadas as variáveis de cada situação, as Medidas Preliminares que


devem ser adotadas no primeiro atendimento nessas situações serão detalhadas a
seguir:
a. MEDIDAS PRELIMINARES:
1) Comunicação com a Central de Operações;
2) Solicitação de Equipes Especializadas;
3) Realização do Isolamento do Local;
4) Estabelecimento do Cerco Policial;
5) Ocupação de Pontos de Bloqueio de Vias de Acesso

5.1 Comunicação com a Central de Operações


A primeira medida a ser considerada pelo Coordenador de uma situação de
ocorrência com desdobramento em área de mata é a necessidade de comunicação
com a central de operações (COPOM, Sala Rádio ou equivalente) para o repasse

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de informações vitais ao seguimento das ações.


Neste contato devem ser informados, por exemplo, a quantidade de
criminosos que se evadiram para mata, o seu poder de fogo e a natureza da
evasão - se foi proposital ou ‘de oportunidade’. Também deve ser repassada uma
breve análise do tipo de terreno e da vegetação do local, bem como o tempo
decorrido da entrada dos marginais na região de mata.

5.2 Solicitação de equipes especializadas


Ainda nesse contato com a central de operações o Coordenador das ações
irá solicitar os apoios necessários, baseando-se nas informações supracitadas para
mensurar o efetivo e a natureza das equipes de apoio.
Aos policiais responsáveis pelas centrais de operações cabe o acionamento
imediato de uma equipe especializada em Patrulha Rural, a qual deve deslocar-se
ao local de atuação com a maior brevidade possível. Independente do grau de
complexidade da situação e da viabilidade em prestar o apoio à ocorrência, a
Companhia de Comandos e Operações Especiais (COE) deverá ser informada da
situação assim que possível.
Deve ser considerado também o acionamento do Canil Setorial mais
próximo, mais precisamente de uma equipe de operações com cães de faro, que
possuem um adestramento especifico para busca em área de mata. Cabe ressaltar
que a utilização de cães de faro no rastreamento de pessoas carece de uma série de
cuidados especiais em relação ao isolamento do local de entrada dos fugitivos na
mata, que serão pormenorizados adiante.

FIGURA 4: Equipe de Cão de Faro em área de mata.

Fonte: Canil 1º BPM (2020)

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Outro apoio a ser considerado é o da equipe de Operação de Drones da


unidade, a qual poderá prestar apoio às equipes realizando um sobrevoo na área de
mata e auxiliando na localização dos fugitivos, até mesmo com utilização de
tecnologia infravermelho (IV).

FIGURA 5: Utilização de drone em área de mata.

Fonte: Autor (2019)

Cabe ressaltar que em algumas regiões do estado, dependendo da


envergadura da situação, é possível um acionamento de apoio de aeronaves do
Batalhão de Policia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), as quais dispõem de
equipamentos de observação que auxiliam na identificação de fugitivos homiziados e
proporcionam maior segurança às equipes policiais.

5.3 Realização do isolamento do local


Tendo informado a situação e solicitado os apoios - ciente de que policiais
que não têm adestramento em Patrulha Rural jamais adentram em uma região
de mata, o Coordenador das ações deve lançar mão de três Medidas Preliminares de
contenção da área de atuação, que farão total diferença na execução da Patrulha
Rural.
A primeira medida de contenção é a realização do Isolamento do Local de
acesso à mata, que consiste em afastar qualquer indivíduo - inclusive os policiais
militares - de todos os objetos abandonados pelos criminosos. Dentre estes
objetos costumam ser deixados veículos (queimados ou não), equipamentos táticos,
peças de roupas e até mesmo armamento e munição.

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Esse afastamento pode ser garantido com a utilização de cordões/fitas de


isolamento, e tem o intuito de preservar os vestígios deixados viabilizando o
emprego de rastreadores e de cães de faro, bem como não comprometendo a
possibilidade de perícia a ser realizada no local.

5.4 Estabelecimento do cerco policial


De forma simultânea ao isolamento o Coordenador das Medidas Preliminares
deve providenciar o estabelecimento de um Cerco Policial, distribuindo todo o efetivo
disponível de forma que a área de mata esteja totalmente cercada por policiais
militares, em todas as direções.
O Coordenador deve se atentar para a influência do tempo de entrada dos
marginais na região de mata e do tipo de vegetação, indicando uma previsão do raio
de cobertura do Cerco Policial.
É importante salientar que nestas situações as equipes policiais tendem a
dirigir-se diretamente ao local de entrada dos criminosos na mata, portanto - para
evitar esta aglomeração - a coordenação do Cerco Policial deve ser iniciada o mais
breve possível. Para a distribuição das equipes no Cerco o Coordenador das ações
deve conhecer a área de atuação, do contrário deverá buscar assessoramento com
os policiais ou guias locais que a conheçam.

5.5 Ocupação de pontos de bloqueio de vias de acesso


As vias de acesso consistem basicamente em locais que poderiam servir
como pontos de entrada/saída para as áreas de mata, podendo ser utilizadas pelos
criminosos para o acesso às trilhas, estradas rurais, cursos d’água ou localidades
(vilas) próximas à área de atuação. De forma concomitante à distribuição do efetivo
no Cerco Policial deve ocorrer a ocupação de Pontos de Bloqueio em todas as
possíveis vias de acesso visualizadas.
Os policiais que efetuam o Cerco Policial e os Bloqueios de vias de acesso
devem agir de maneira astuta e dissimulada em relação aos criminosos, para tanto,
devem ocupar posições na orla da mata, de forma que ‘vejam antes de serem
vistos’.
Considerando a possibilidade de um confronto armado com os criminosos que
venham a abandonar a área de mata, os policiais devem se posicionar anulando
qualquer possibilidade de fratricídio (fogo amigo), bem como buscando posições

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abrigadas como, por exemplo, barrancos, árvores, pedras e etc.


Como fora mencionado anteriormente a Patrulha Rural propriamente dita será
realizada somente por equipes especializadas - previamente definidas - que
tenham recebido preparação técnica específica para tal. Esta atividade somente se
inicia após a tropa regular ter desencadeado as medidas de contenção da área
de atuação.

5.6 Peculiaridades das áreas de mata


Por se tratar de um ambiente estranho à atividade rotineira da maioria dos
policiais militares, as áreas de mata possuem algumas peculiaridades e nuances que
até mesmo o policial militar que irá desenvolver apenas as Medidas Preliminares
da Patrulha Rural deve conhecer e levar em consideração.
a. Peculiaridades das áreas de mata:
1) Necessidade de Reconhecimento Prévio;
2) Influência da Geografia do Terreno;
3) Possibilidade de Contato Fortuito com moradores;
4) Utilização de moradores como Guias Locais;
5) Restrição de Policiais em Trajes Civis;
6) Potencialização do Efeito Surpresa.

O primeiro fator a ser considerado é a possibilidade de reconhecimento


prévio das áreas, principalmente quando se trata de equipes policiais que realizam
ações de patrulhamento preventivo em áreas mais retiradas, pois ao patrulharem
diversas vezes pelos mesmos locais os policiais tendem a ‘mapear mentalmente’ as
características especificas do terreno daqueles locais.
Outra peculiaridade é a existência de informações preliminares em relação à
geografia do terreno no local de atuação, como por exemplo: o tipo de vegetação,
localização das vias de acesso, existência de estradas rurais e trilhas nas
proximidades, acidentes geográficos de interesse, existência de cursos d’água e a
possibilidade de transposição destes, dentre outros. Todos estes fatores influenciam
diretamente no planejamento e no desdobramento das Medidas Preliminares.
Ainda em relação à geografia do terreno deve ser considerada pelos policiais
a possibilidade da existência de habitações no local de atuação. Quando essa
hipótese for confirmada deve-se, automaticamente, considerar também a

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possibilidade de contato fortuito com moradores durante as Medidas Preliminares.


Para tanto cabe ressaltar que todo indivíduo que for localizado nas imediações da
área de mata deve ser imediatamente abordado, de forma a garantir a segurança
de todo o efetivo policial empregado.
Nas situações em que o local de atuação é totalmente inexplorado pelas
equipes policiais, nos casos em que seja confirmada a existência de habitações, pode
ser considerada a utilização de moradores como guias locais. Os guias devem ser
voluntários para tal atividade, podendo acompanhar os procedimentos operacionais
a fim de assessorar a tomada de decisão, sendo que os policiais devem garantir a
segurança deste colaborador.
Cabe ressaltar que os policiais que operam em trajes civis (serviço
reservado ou apoio de policiais civis) não devem adentram na área de mata durante
as ações, devendo seu emprego restringir-se ao apoio fora da área de mata e,
preferencialmente, em posições ocupadas por outros policiais fardados.
Por fim durante a atuação em áreas de mata deve ser constantemente
reforçada a vantagem do efeito surpresa - no que diz respeito à segurança - que
possui aquele que ocupa o ambiente primeiro. Como na maioria das ocorrências
policiais é o agente criminoso quem adentra a mata por primeiro, é importante que as
equipes policiais redobrem a atenção no quesito segurança.

CONCLUSÃO
Conclui-se que, se os policiais militares tiverem conhecimento das
peculiaridades e nuances das ocorrências com desdobramento em área de mata, e
desencadearem as Medidas Preliminares da Patrulha Rural com excelência, a
corporação terá plenas condições de coibir toda e qualquer ação criminosa que tente
se utilizar das matas existentes em nosso território.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMAZONAS, Polícia Militar. Manual de Policiamento em Área de Selva. BRASIL.


Caderno de Instrução Patrulhas - Exercito Brasileiro - CI 21-75.

PARANÁ, Polícia Militar. Procedimento Operacional Padrão - Primeira


Intervenção em Ocorrências do Tipo Novo Cangaço - POP 200.4.

SANTA CATARINA, Polícia Militar. Procedimento Operacional Padrão - Patrulha


Rural PMSC - POP 105.6.2.

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UNIDADE XIV - PORTE E SAQUE VELADO

1 INTRODUÇÃO AO TEMA
Desde o ingresso do neófito nos bancos escolares do curso de formação de
praças, antigo curso de formação de soldados, é ensinado ao aluno diversas técnicas,
táticas, metodologias e conhecimentos acerca da atuação policial enquanto em
policiamento ostensivo, em especial por seu superveniente emprego na atividade-fim
da polícia militar.
Contudo, muitas vezes se deixa de lado todo o ensinamento necessário para
a ação e defesa policial nos momentos em que o militar não está exercendo o
patrulhamento ostensivo, isto é, sem o uso de fardamento e sem a viatura policial
caracterizada, podendo ser em serviço de inteligência (P/2) ou, na maioria das
ocasiões, para o eventual emprego de arma de fogo em sua folga.
O que ambas as hipóteses elencadas acima possuem em comum é que o
policial militar não estará, em regra, munido de seu cinto de guarnição, veste de
proteção balística carregadores sobressalentes e demais equipamentos básicos de
sua atividade de patrulhamento ostensivo, ou seja, estará munido tão somente de sua
arma de fogo, o que inevitavelmente o coloca em situação de vulnerabilidade diante
de um possível enfrentamento letal.
Inúmeros casos observados em todo o país, e principalmente no Estado do
Paraná, permitem inferir que uma parcela significativa dos confrontos armados
ocorrem no momento de folga do policial, de modo que, para salvaguardar sua vida
ou a vida de terceiros, necessita empreender o uso de força letal diante de uma
empreitada criminosa.
Por outra senda, diversos policiais militares que atuam em funções
estratégicas junto a setores de inteligência e investigação, como exemplo policiais das
Agências Locais,Regionais e Central de Inteligência, Departamento de Inteligência do
Paraná (DIEP), Corregedoria e Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (GAECO), os quais não utilizam fardamento, também podem ser
surpreendidos diante da necessidade do uso de força letal por ocasião de diligências
investigativas, cumprimento de mandados judiciais e demais ações de serviço policial
discreto.
Desse modo, torna-se imperioso coadunar metodologias e treinamentos
dentro do processo de formação do militar, com a finalidade de preparar o policial

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para, se necessário for, utilizar-se de sua função pública ainda que fora do horário
ordinário de patrulhamento ostensivo para agir de modo técnico, tático e incisivo para
cumprir a lei e salvar vidas.
Diante das circunstâncias fáticas que ora se apresenta, será abordado no
presente capítulo as técnicas necessárias para o porte e saque velado de arma de
fogo, demonstrando as posições de portabilidade mais conhecidas e,
minuciosamente, detalhando os aspectos positivos e negativos, bem como sua
viabilidade de emprego para, ao final, permitir que o leitor possa formar sua convicção
pessoal acerca do melhor modo ou o modo que seja o mais apropriado para o porte e
saque velado diante de sua realidade, conforme suas particularidades físicas e
pessoais.
Desde já é imperioso destacar que serão apresentadas as principais técnicas
e, diante das qualidades, inclusive simplicidade e eficiência, serão indicadas aquelas
técnicas que podem ser escolhidas como as mais efetivas e também aquelas que não
são indicadas, porém, independente de qual método ou portabilidade será escolhido
pelo operador, somente logrará êxito em sua utilização real se treinado à
exaustão, pois do contrário nenhuma das técnicas surtirá o efeito desejado para a
defesa do policial.
Preliminarmente, é de vital importância mencionar que os tipos de trajes
referenciados no presente capítulo dizem respeito tanto para policiais militares do
sexo masculino como para policiais militares do sexo feminino, não havendo distinção
com relação ao tipo de vestimenta ou quanto à forma de se aplicar as técnicas de
saque velado.
Naturalmente, tanto entre o público de militares estaduais masculinos como
também feminino, a distinção e diferenciação entre estaturas, compleição física,
siluetas, biótipo e diversas outras peculiaridades de cada corpo humano se apresenta
de modo absolutamente natural em todo grupo de pessoas, e no grupo de policiais
militares não há como ser diferente.
A forma como cada pessoa se veste é uma escolha de cunho pessoal e
personalíssimo e, de forma alguma, há modos corretos e errados de se vestir.
O que se buscará demonstrar no presente momento, contudo, é que as
melhores e mais seguras técnicas para saque velado podem ser utilizadas e aplicadas
em variadas vestimentas, independente do sexo do operador.
No entanto, sempre é importante que o operador tenha em mente que ao

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utilizar determinada vestimenta, antes, é necessário se ater à possibilidade de que


tenha que agir em determinada situação real e, desse modo, a surpresa, simplicidade
e eficiência no saque e engajamento do agressor podem decidir entre a vida e a morte
do policial ou de um terceiro.

2 TIPOS DE COLDRE VELADO


É possível facilmente encontrar no vasto mundo comercial de armas de fogo
e acessórios que cada vez mais vem crescendo em todo o mundo, inúmeros modelos
e tipos de coldres velados, com diferentes formatos, tamanhos, espessuras, estrutura
e mecanismo de acesso.
Contudo, essa gama variada de modelos de coldres velados deve ser
afunilada na presente análise para aqueles tipos de coldres internos para uso em
cintura, em especial pelo fato de ser o local onde a imensa maioria dos militares
estaduais do Paraná utilizam seu armamento quando à paisana.
Em todo o presente capítulo a simplicidade e eficiência será sempre buscada
e, para tanto, serão apresentados alguns dos modelos de coldres velados mais usuais
entre os policiais militares do Paraná e, separadamente, analisados seus pontos
positivos e negativos.
Apenas serão tratados os coldres internos de cintura no presente momento,
tendo em vista que é o tipo de coldre majoritariamente utilizado entre os policiais
militares do Paraná, de modo que outros tipos de coldres, como os coldres axilares
ou de tornozelos, por exemplo, não serão abordados nesta oportunidade, pois são
muito pouco utilizados entre policiais militares na sua folga.
Em tempo, é muito importante mencionar que o uso da arma de porte pessoal
diretamente em contato com o corpo e a vestimenta, sem a utilização de nenhum tipo
de coldre velado, é algo absolutamente contra-indicado, inapropriado e inseguro.

O uso da arma de porte pessoal sem a utilização de


nenhum tipo de coldre velado, é algo absolutamente
contra-indicado, inapropriado e inseguro

Sem a devida utilização de coldre velado as chances de eventual queda do


armamento em solo ou acionamento indevido do gatilho, e consequente disparo

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acidental, ampliam as possibilidades de que uma fatalidade ocorra, colocando em


risco real a vida do policial e de terceiros.
Vale salientar que uma das grandes finalidades do coldre velado é manter o
distanciamento entre o gatilho do armamento e o corpo do policial, mantendo-se as
condições mínimas de segurança para que seja possível realizar as ações do dia a
dia sem o risco de nenhum disparo indesejado.
O equipamento é um fator que, infelizmente, é pouco levado em consideração
entre a maioria dos policiais militares, pois o que se observa em vários estudos de
caso é que existe uma gama variada de coldres velados impróprios e de baixa
qualidade para o uso policial e que prejudicam a aplicação das técnicas de saque
velado pelo operador, e que muitas vezes acabam sendo adquiridos pelos policiais
em razão do baixo custo.
É imperioso ter consigo um bom equipamento e que, principalmente, seja
apropriado e seguro para sua utilização policial, apesar de ter um custo mais elevado
do que outros tipos e modelos de coldres velados, certamente fará a diferença em
determinada situação real, na qual seja necessário o saque rápido, simples, seguro e
eficiente pelo operador.
O operador, ao analisar as opções e decidir o equipamento que irá adquirir
deverá ter em mente alguns requisitos básicos que devem, necessariamente, estarem
presentes no coldre, como exemplo:
Um coldre que tenha um clipe de alta resistência e que não possua flexões
que o faça sair facilmente de sua vestimenta;
Um coldre que tenha resistência de proteção especialmente na área do gatilho
de modo a evitar um disparo acidental;
Faz-se necessário, também, que o coldre tenha uma retenção de
acoplamento ao entrar da arma no respectivo coldre e evitar que arma venha a cair
ao chão em uma posição não ortodoxa, considerando-se minimamente como retenção
determinada pressão entre a arma e o coldre, de modo que a arma de porte
permaneça fixa e rígida, apenas permitindo o saque quando retirada para esta
finalidade.
Adiante, serão indicados três dos principais tipos de coldres mais utilizados
entre os policiais militares do Paraná, elencando aspectos positivos e negativos de
cada um deles, de modo que a decisão de cada leitor e operador possa ser embasada
por critérios técnicos e táticos.

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Vale mencionar que existem coldres que mesclam alguns dos materiais
abaixo elencados, como, por exemplo, coldres que parte é constituído de kydex e
parte constituído de couro, porém a adesão pela tropa é baixa e o valor para sua
aquisição é muito alto. Porém, coldres que mesclam materiais terão, ao mesmo tempo,
os pontos positivos e negativos de ambos materiais que o constituem, não se
apresentando como algo que difere muito dos coldres elencados.

2.1 Coldre rígido ou de kydex


Esse modelo de coldre, apesar de ser um dos mais eficientes, acaba sendo
um modelo não tanto utilizado, principalmente devido ao custo relativamente alto para
sua aquisição.
Entretanto, merece ser destacada sua importância tática, pois em diversos
treinamentos realizados com vários modelos e tipos diferentes de coldres velados, o
coldre de material rígido, em especial o de kydex, apresentou-se extremamente
eficiente e, quando realizado o saque, demonstrou-se absolutamente seguro e de
simples acesso pelo operador.
O kydex, material pelo qual o coldre é moldado e composto, apresenta-se
como um material resistente e com grande durabilidade, o que torna compensatório
eventual custo relativamente alto para sua aquisição, pois o operador terá um coldre
de qualidade e por um grande período de tempo.
Além do ótimo material, outro ponto positivo a ser comentado é que o clipe ou
presilha de retenção que prende o coldre ao cinto é resistente e eficaz, apresentando-
se nos treinamentos como um mecanismo que, de fato, realiza a retenção do coldre à
calça ou shorts do operador, tornando simples e livre o saque com a rapidez
necessária.
No entanto, um ponto relativamente negativo deste modelo de coldre,
produzido a partir de material rígido ou de kydex, é que pode causar certo incômodo
ou pequenas dores a utilização àqueles operadores que portam o coldre na região
ignal, devido ao fato do referido coldre ser de material duro e inflexível e que. Em
determinadas posições, como sentado por grande período de tempo dirigindo um
veículo, por exemplo, o operador pode se sentir incomodado e, por vezes, sentir
grande desconforto na região do porte. Em pouco tempo de utilização o operador se
acostumará com a sensação e a rigidez do coldre, deixando-se de sentir o incômodo,
bastando um breve período de tempo de adaptação.

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FIGURA 1: coldre de Kydex.

Fonte: os autores.

2.2 Coldre de couro


Coldres fabricados em couro acabam se tornando um atrativo pelo baixo valor
de custo para sua aquisição e pela facilidade em localizar locais para a compra, sendo
um modelo de coldre muito utilizado por policiais militares com mais tempo de serviço
na corporação e militares aposentados.
Esse modelo de coldre velado é muito popular entre policiais militares mais
antigos devido ao fato de que, em especial a época em que a Corporação tinha como
armamento de porte padrão o revólver, os policiais militares utilizavam o coldre de
couro no cinto de guarnição e, por sua vez, como coldre velado.
Por mais que a diversidade e conhecimento aos demais tipos e modelos de
coldres velados foi se tornando mais acessível, muitos militares ainda utilizam esse
modelo de coldre de couro pelo hábito e costume, sentindo-se mais confiantes por o
utilizarem por um grande período de tempo.
É possível mencionar como pontos positivos do coldre de couro, por exemplo,
a maleabilidade do material, pois o couro não acarreta em maiores incômodos
no operador e, também, aponta-se como positivo o fato de que a acessibilidade de
sua compra e valor para aquisição são um atrativo.
Todavia, é imperioso destacar que esse modelo de coldre, juntamente com o
coldre de “tecido”, demonstrou-se nos treinamentos como de grande insegurança ao
operador quando do saque velado, principalmente pelo fato do coldre “grudar” na arma
de porte e vir junto do armamento ao realizar o saque, o que numa situação de
estresse e que se exige rapidez e ação vigorosa pelo operador, pode ser crucial na

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resolução da ocorrência.
Por fim, vale mencionar também que, ao longo do tempo, com o suor e
desgaste de colocar e retirar a arma de porte no coldre, o material vai se desgastando
aos poucos e, por vezes, apresentando mau cheiro devido à proximidade constante
do couro com o suor do operador.

FIGURA 2: coldre de couro.

Fonte: os autores.

2.3 Coldre de “tecido” ou demais materiais maleáveis


Esse modelo de coldre veio como uma certa modernização do coldre de
couro, demonstrando-se como uma forma de inovação da área comercial de coldres
e acessórios, porém não difere muito do coldre de couro.
É possível indicar que os coldres fabricados em tecido ou qualquer outro
material que seja maleável são confortáveis de serem utilizados e não causam
maiores incômodos no operador, apresentando-se com baixo custo para aquisição e
fácil acesso de compra.
Porém, após uma série de treinamentos, esse modelo de coldre se
demonstrou como inseguro ao realizar o saque velado, apresentando igual problema
com relação aos coldres de couro, isto é, ao realizar o saque do armamento o coldre
vem “junto” com a arma, dificultando o acesso do operador à arma de porte e
colocando-o em risco.
Com relação ao material, por mais confortável que seja, o desgaste ocorre em
pouco tempo de uso, sendo necessária sua substituição.

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FIGURA 3: coldre de tecidos/materiais maleáveis.

Fonte: os autores.

3 SAQUE VELADO COM TRAJE CASUAL


Tendo por base os estudos acerca das técnicas de saque velado mais
utilizadas em todo o mundo foi possível identificar algumas diferenças de movimentos
entre as principais maneiras de se realizar o saque velado e, desde já, serão
mencionadas para padronizar a didática das técnicas.
Uma das diferenças foi com relação ao modo pelo qual se acessa a arma de
fogo junto ao coldre velado, ou seja, há como empunhar a arma com o dedo polegar
logo atrás do ferrolho do armamento e, também, há como se empunhar a arma com o
dedo polegar junto do cabo do armamento, completando a empunhadura simples.
Com relação a essa diferença, será utilizado como ilustração no presente
manual a modo pelo qual o polegar realiza o movimento de fechamento da
empunhadura simples, de modo que o movimento seja o mais simples possível, pois
da outra forma, com o polegar atrás do ferrolho, o operador deverá lembrar de baixar
o polegar e completar a empunhadura depois de retirar a arma do coldre, o que pode
se tornar mais uma dificuldade para o saque rápido e efetivo.
Apenas em casos excepcionais e para policiais que eventualmente estejam
muito acima do peso e que utilizam o coldre velado com a portabilidade frontal/ignal,
pode ser benéfica a utilização do polegar atrás do ferrolho, porém se atendo para que
a arma não tenha cão exposto, pois durante a execução do movimento o policial
poderá armar o cão e efetuar um disparo acidental quando em situação de estresse
elevado.
Outra diferença técnica encontrada é com relação ao modo pelo qual se eleva

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o cotovelo e ombro da mão menos hábil durante a elevação da vestimenta, há quem


defenda a ascensão da veste com o braço junto ao corpo, argumentando que desse
modo há mais força de tração da veste e, por outro lado, há quem defenda a elevação
do cotovelo e ombro afastado do corpo, utilizando-se como argumento de que desse
modo o braço ficará distante do armamento, caso necessário disparo na técnica
Speed Rock, que será abordada na sequência.
Com relação a este ponto, serão detalhados os dois modos, tendo em vista
que ambas as formas de se realizar o movimento possuem relevância técnica e tática
e que, por sua vez, merecem guarida de serem apreciadas e que, de acordo com a
escolha do operador e conforme seu treinamento, poderão ser utilizadas.
Por fim, a terceira diferença identificada é com relação à altura pela qual se
eleva o armamento, após realizar o saque da arma junto ao coldre velado, há quem
defenda que a arma deverá ser apontada para o alvo logo após sua saída do coldre,
conforme a técnica Speed Rock, argumentando que isso se justifica diante da
necessidade do primeiro disparo de modo extremamente rápido e, por sua vez, há
quem defenda que a arma deverá ser elevada até a posição natural em que o policial
realizará a empunhadura dupla e, de modo retilíneo, engajará o alvo.
No tocante a essa diferença, optou-se por utilizar o movimento de elevação
da arma até a posição em que, respeitado o biotipo, biomecânica e aspectos pessoais
de treinamento de cada operador, naturalmente se elevará a arma para que o
engajamento seja realizado de modo reto, gerando economia de movimentos e
reduzindo as possibilidades de erros no disparo. No entanto, a outra forma de
elevação da arma será abordada também, ao explanar acerca da técnica Speed
Rock.
Por fim, é importante comentar sobre a posição do corpo ao se realizar o
saque velado, há quem defenda que o corpo deverá se inclinar levemente para trás e
há quem opte por permanecer com o corpo ereto.
Salvo melhor juízo, ambos os modos estão corretos e cumprem com sua
finalidade para que seja possível a realização do saque de modo rápido, efetivo e
seguro, porém para fins de ilustração dos movimentos será demonstrado o modo em
que o corpo fica ereto, sem realizar nenhum movimento a mais, com o intuito de gerar
economia dos movimentos e mais agilidade no saque velado.
Vale salientar que não há nenhum modo que seja errado de se proceder, há
somente variados modos de realizar os movimentos conforme a necessidade exija do

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operador agir dessa ou daquela maneira, contudo tendo por finalidade demonstrar as
técnicas para todos os policiais militares do Estado do Paraná, buscou-se padronizar
alguns movimentos e técnicas que, medianamente, possam ser realizadas de modo
eficaz por todos os militares estaduais, conforme suas peculiaridades físicas e
diferenças estruturais e pessoais.

3.1 Portabilidade frontal/ignal: TÉCNICA DA MÃO EM “L”


Esta técnica consiste em realizar o formato de “L” na mão menos hábil,
espaçando-se o máximo que puder o polegar com relação aos demais dedos, de modo
que seja possível o acesso ao interior da camiseta ou blusa com facilidade.
Nessa técnica, os dedos devem estar totalmente esticados, a fim de que o
processo de acesso à veste superior ocorra sem qualquer tipo de obstrução ou
dificuldade tátil.
Nessa técnica, o dedo polegar possui uma função primordial no processo de
alavancagem da vestimenta, tendo em vista que realiza o papel inicial de fixação
manual da veste.
O dedo polegar deve ser fixado dentro da vestimenta, pois o movimento de
“pinça” será realizado a partir deste enquadramento, enquanto que o resto da mão
ainda permanece em posição externa.
Algo que pode ser utilizado como forma de dissuasão, isto é, para que seja
possível acessar a vestimenta sem que o agressor note e perceba qualquer sinal de
reação, consiste em “simular” que a mão menos hábil esteja apoiada no bolso da calça
ou shorts que esteja sendo utilizado, de modo que, caso o policial confirme que há
uma ameaça iminente à sua vida ou de terceiros, possa realizar o primeiro acesso à
camiseta ou blusa de modo fácil, rápido e cirúrgico, sem ocasionar qualquer risco de
erro.
Contudo, tal método de “disfarce” somente é possível nos casos em que o
policial possui alguns segundos para pensar e se preparar antes de agir, ou seja, para
os casos onde o policial surpreende o agressor.
Em regra, as ocorrências policiais onde o saque velado foi necessário não
permitiram ao policial ter um tempo de decisão estratégica, em especial pelo fato da
maioria das vezes ter sido surpreendido pelo agressor.
Algo extremamente importante de se mencionar é que, independente do
local ou da situação, o policial deve estar SEMPRE ATENTO E EM ESTADO DE

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ALERTA, de modo que ele possa surpreender o agressor, e não ser surpreendido.
O elemento “surpresa”, por si só, pode decidir a ocorrência, representando-
se como crucial com relação à eficiência da reação policial ou, por outro lado, na sua
submissão ao agressor.
Como já comentado, nessa técnica o primeiro passo a ser realizado pelo
policial consiste em acessar o interior da sua camiseta ou blusa com o polegar,
estando sua mão menos hábil espalmada e rígida.
Após ter realizado o acesso inicial com o polegar, é necessário ter total
segurança e estabilidade tátil para que a vestimenta seja efetivamente levantada para
o pleno acesso ao armamento.
Desse modo, a mão que até este momento estava em formato de “L” e
espalmada, deve ser “comprimida”, ou seja, deve ser fechada como se estivesse
preparando a mão para realizar um “soco”, a fim de que o policial tenha toda a força
e plenitude tátil para proceder com os demais passos do saque, minimizando-se
eventuais erros ou travamentos no processo.
Com a mão menos hábil comprimida e com total acesso à vestimenta,
passamos agora ao processo de ascensão da camiseta ou blusa, isto é, levantá-la de
modo eficiente para que o policial tenha acesso ao saque velado.
Para tanto, faz-se necessário que o ato de levantar a veste seja realizado de
modo diagonal ou “cruzado”, principalmente devido ao fato de que o coldre estará
fixado no lado contrário ao lado da mão menos hábil, sendo este o principal movimento
que impedirá a veste de “enroscar” no cabo da arma, em alguma saliência do coldre
velado ou até mesmo em alguma parte do cinto que possivelmente o policial estará
utilizando.
É importante frisar que o policial deve levantar sua veste até a região superior
do peitoral, a fim de que o acesso ao coldre e liberação tátil seja máxima.
Como é possível visualizar, o policial possui neste momento total acesso ao
seu coldre, liberando-o para a realização do saque sem risco de obstrução pela veste,
o que garante segurança, eficiência e rapidez ao operador.
Por fim, o policial realiza o saque subindo o armamento até a altura do corpo
em que naturalmente realizará a empunhadura dupla e engajamento retilíneo do alvo,
conforme treinamento pessoal e biotipo de cada um, mantendo-se a mão menos hábil
alavancada na parte superior do peitoral, liberando sua veste somente quando a arma
de fogo estiver totalmente fora do coldre, realizando-se em seguida sua empunhadura

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dupla e engajamento retilíneo do agressor.

FIGURA 4: sequencial de fotos do saque frontal - "técnica mão em L".


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3.2 portabilidade frontal/ignal: TÉCNICA DA MÃO EM “GARRA”


Outra técnica que é muito precisa e que, a depender da situação fática,
consolida-se num método muito eficaz de saque velado em situações que exige a
rápida resposta e reação imediata do policial, é a técnica da mão em “garra”.
Nesta técnica, ideal para reações que exigem tempo mínimo de resposta, o
dedo polegar não possui uma finalidade específica, como na técnica da mão em “L”,
pois no presente método a mão menos hábil por inteira é que produz a
alavancagem da veste.
Utilizando-se a portabilidade frontal/ignal é imperioso que a mão em “garra”
acesse a região próxima da veste em que o armamento está coldreado, contudo é
imperioso que toda a mão tenha contato direto com a veste, de modo que a força de
alavancagem seja totalmente destinada à sua subida e liberação para acesso ao
coldre.
Ademais, insta salientar que uma “garra” mal feita pode causar interrupção ou
eventual obstrução do movimento, em especial por conta das alças de passagem do

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cinto nas calças ou shorts que se esteja usando, como também qualquer saliência do
cinto como a fivela ou, até mesmo, puxando erroneamente a presilha de retenção do
coldre, em especial nos modelos de coldres velados em que a presilha possui uma
saliência exposta no sentido contrário do corpo do operador.
Principalmente pelo fato dessa técnica permitir o acesso à veste de modo
ampliado, devido ao contato com todos os dedos das mãos e de modo espaçado,
podemos considerá-la como eficaz para reações rápidas, pois com um treinamento
básico já será possível absorver o movimento que, se feito de modo correto, produzirá
um ótimo resultado.
Portanto, o policial deve acessar a vestimenta com a mão menos hábil,
literalmente como uma “garra”, acessando com todos os dedos a camiseta ou blusa,
próximo ao local de fixação de sua arma de fogo, a fim de que sejam reduzidas as
chances de qualquer interrupção durante o saque.
Com a mão menos hábil devidamente fixada na veste, o próximo passo será
o de alavancagem da camiseta ou blusa, que ocorrerá de modo levemente cruzado
até a altura superior do peitoral ou, caso o operador utilize o porte um pouco mais
lateral, porém ainda de modo frontal, a ascensão da veste ocorrerá de modo vertical,
salientando-se que a veste seja elevada ao máximo, até a região superior do
peitoral, com a finalidade de que se evite ao máximo qualquer obstrução no
movimento e amplie a lacuna de acesso ao coldre.
Após a finalização desta etapa de movimento, o policial terá total acesso ao
coldre, sem qualquer obstrução, permitindo-o que realize o saque de maneira rápida,
segura e precisa.
Somente com o saque realizado de modo completo, após a arma de fogo
estiver totalmente liberada do coldre e elevada até a altura do corpo em que o
operador utilize para o engajamento do alvo, é que se deve soltar a veste com a mão
menos hábil e trazê-la para junto da mão hábil, formando-se a empunhadura dupla e
engajando o agressor de modo retilíneo.

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FIGURA 5: sequencial de fotos do saque frontal - "técnica mão em garra".


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3.3 Portabilidade lateral: TÉCNICA DA MÃO EM “L”


Alguns policiais preferem utilizar sua arma de fogo velada com a portabilidade
lateral, por variadas razões, entre elas o biotipo do operador, a adaptabilidade de
treinamento, a similaridade com o porte ostensivo no cinto de guarnição ou, até
mesmo, utilizam esta portabilidade por simples conforto.
Um dos pontos positivos desta portabilidade é, como mencionado, a
similaridade com o porte da arma de fogo durante o serviço operacional dos policiais
militares, somado ao fato de que, em grande parte dos cursos de formação,
aperfeiçoamento e instruções práticas realizadas para a tropa são treinados saques
rápidos com a arma no cinto de guarnição, gerando certo condicionamento corporal e
mental para este tipo de método.
Nesta portabilidade, a técnica da mão em “L” acaba sendo um pouco menos
eficiente, pois a arma de fogo está no lado totalmente oposto do corpo, colocando
inúmeras variáveis de risco de travamento ou obstrução durante o movimento.
Para que a técnica da mão em “L” seja efetiva nesta portabilidade lateral o
dedo polegar da mão menos hábil deve acessar a parte interior da veste na região
entre o centro do corpo e o local de fixação do armamento, isto é, aproximando-se do
local onde o coldre está localizado, gerando mais segurança durante o movimento e
maior amplitude de liberação da veste.

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Como é possível visualizar, nessa portabilidade se torna mais difícil realizar a


“simulação” da mão menos hábil no bolso da calça ou shorts, porém ainda é possível
utilizar-se dessa “dissuasão”, desde que o operador treine o deslizamento do polegar
na veste, no sentido da lateral da mão menos hábil até a região próxima do local de
fixação do coldre velado.
Contudo, visando a simplicidade e eficiência, demonstraremos no presente
momento o acesso com a técnica da mão em “L” diretamente no centro do corpo, logo
abaixo da região umbilical.
Após fixar a mão menos hábil da posição correta, o próximo passo será
realizar o fechamento da mão, como se estivesse “apertando” a parte do tecido da
vestimenta.
Tendo total segurança e rigidez na fixação da mão menos hábil junto à veste,
o movimento que deve ser realizado será levemente no sentido cruzado ou
verticalmente, a depender do local em que o operador acessou a veste, porém agora
com um espaço menor de amplitude para realizar esse movimento, tendo em vista a
lateralidade da arma de fogo, atentando-se para alavancar a mão menos hábil até a
parte superior do peitoral, o máximo possível.
Realizado esse movimento, com a lateral do corpo onde está coldreada a
arma de fogo já liberada da veste, realiza-se o acesso ao coldre e saque da arma de
fogo até a altura do corpo em que o operador realiza o engajamento do agressor, de
acordo com seu treinamento, respeitando-se seu biotipo e biomecânica dos
movimentos.
Somente após a arma de fogo ter sido retirada do coldre é que a mão menos
hábil poderá liberar a veste e juntar-se a mão hábil para formar a empunhadura dupla
e finalizar com o engajamento retilíneo do agressor.

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FIGURA 6: sequencial de fotos do saque lateral- "técnica mão em L".]


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3.4 Portabilidade lateral: TÉCNICA DA MÃO EM “GARRA”


Utilizando-se desta portabilidade, a técnica da mão em “garra” acaba sendo
mais adequada para o saque, tendo em vista que não exige nenhum cuidado especial
do operador durante a realização dos movimentos, em especial pelo fato de que a
mão menos hábil trabalha de modo conjunto, sem o polegar exercer uma finalidade
diferente, como é no caso da técnica da mão em “L”.
A técnica da mão em “garra” permite que o operador tenha mais velocidade e
segurança durante o processo de acesso à sua arma de fogo, minimizando eventuais
obstruções.
Nesse caso de portabilidade lateral com a técnica da mão em “garra” o acesso
à veste deve ser realizada próxima ao local onde esteja fixado o armamento na cintura
do policial, para tanto a mão menos hábil deverá se alongar até a outra lateral do
corpo, exigindo-se do operador flexibilidade e coordenação motora.
Tendo acessado corretamente a veste, na técnica da mão em “garra” o
operador simplesmente “agarra” a veste, isto é, utiliza-se de toda a mão menos hábil
para proporcionar a “apreensão” do tecido tateado.
O próximo passo será levantar a veste para liberar o acesso da mão hábil ao
coldre, para tanto a alavancagem da veste deve ocorrer de modo vertical, de modo
que a veste “suba” o máximo possível para a região superior do peitoral, de modo a
fornecer o maior espaçamento possível para o acesso ao coldre.
Devidamente liberado todo o espaço possível de acesso ao coldre, o operador
acessa sua arma de fogo normalmente, mantendo-se a veste ainda erguida, elevando
o armamento até a região natural do seu corpo para engajamento retilíneo do alvo
com a empunhadura dupla.
Somente agora, com a arma de fogo totalmente liberada do coldre e já na
altura para engajamento, é que a mão menos hábil pode ser solta da veste para que
se forme a empunhadura dupla e posterior engajamento retilíneo do agressor.

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FIGURA 7: sequencial de fotos do saque lateral- "técnica mão em garra".


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4 SAQUE VELADO COM TRAJES SOBREPOSTOS


Por vezes o policial militar acaba, em sua folga, trajando-se com um blazer ou
uma camisa social aberta sobrepondo a camiseta ou camisa social ou, até mesmo,
utilizando-se de uma jaqueta aberta, seja por ocasião de algum evento, festa, ocasião
formal ou circunstância pessoal em que necessite utilizar-se desses trajes.

FIGURA 8: sequencial de fotos do saque velado com trajes sobrepostos.


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4.1 Utilizando moletom


Desde já vale indicar, com relação ao uso de moletom, que as técnicas de
saque velado são exatamente as mesmas apresentadas com o operador utilizando
traje casual, isto é, camiseta.
A única ressalva que se faz importante de ser mencionada é que, no caso do
operador estar utilizando moletom, a camiseta debaixo, preferencialmente, deve estar
por dentro da calça, a fim de que qualquer chance de interrupção na ação de saque
do operador seja reduzida ao máximo, conforme a sequência apresentada abaixo:

FIGURA 9: sequencial de fotos do saque velado com moletom.

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4.2 Utilizando blazer ou jaqueta.


Quando há uma sobreposição de vestimentas, ou seja, uma camiseta ou
camisa social por baixo e uma jaqueta ou blazer por cima, a portabilidade frontal/ignal
está prejudicada, devido ao fato de que os aspectos negativos de se tentar o saque
frontal/ignal conforme demonstrado com traje casual são mais relevantes do que os
aspectos positivos pelo fato de que certamente haverá dificuldade no momento de
tocar a vestimenta e levá-la acima, podendo incorrer em confusão do operador, o qual
ao invés de tocar a camiseta pode tocar a jaqueta ou blazer e acabar prejudicando o
saque, o que pode ser crucial.
Desse modo, o mais indicado é que a vestimenta que estiver debaixo, ou seja,
a camisa social ou camiseta, fique por dentro da calça lateralmente,exatamente no
local em que o coldre tiver fixado, a fim de que o acesso ao armamento seja o mais
fácil e livre possível.
Devido ao fato do operador ter mais de uma vestimenta, uma sobrepondo à
outra, inclusive com a vestimenta superior normalmente em tecido mais reforçado e
grosso, a portabilidade lateral se mostra como a melhor opção para esse tipo de
vestimenta, pela facilidade de acesso e diminuição das possibilidades de erro no
saque velado.
O operador deve, portanto, ter como movimento inicial o ato de enganchar a
jaqueta ou blazer com a mesma mão em que irá realizar o saque do armamento, isto
é, com a mão hábil.
Após o operador enganchar de modo firme a peça de roupa de cima, seja a
jaqueta ou blazer ele deverá, num movimento rápido e utilizando-se de força, lançar
essa vestimenta às suas costas, de modo que a vestimenta se afaste o máximo
possível da área lateral de seu corpo.
Junto do movimento de lançar a veste de cima para atrás do corpo, a mão
menos hábil deve ser fixada na altura do corpo para a realização da empunhadura
dupla e engajamento retilíneo do alvo, a fim de tornar mais rápida a sequência dos
movimentos.
Com a vestimenta superior afastada do corpo e toda a região lateral do
operador livre, será possível o acesso ao coldre velado com facilidade, de modo que
o operador realize o saque, elevando-se o armamento na altura natural em que o
operador realiza para o engajamento retilíneo do alvo.

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3

Após o saque, o operador condiciona seu armamento diretamente para o


engajamento do alvo, de modo que o cano da arma não “varra” seu corpo, realizando
em seguida a empunhadura dupla e engajamento reto do alvo.
Importante mencionar que a técnica denominada “mexicana”, isto é, a técnica
de se utilizar a arma de porte na área lombar do operador (nas costas), não será
tratada nesta oportunidade, principalmente em razão de ter sido observada e
estudada como uma técnica que apresenta dificuldades para o saque rápido e que, a
depender do caso em concreto, pode se tornar um grande obstáculo para o operador
ao tentar realizar o saque de maneira eficaz.

FIGURA 10: sequencial de fotos do saque velado com blazer.

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5 SAQUE VELADO COM USO DE SHORTS DE CORDÃO


Eventualmente, no cotidiano dos policiais, principalmente em momentos do
ano em que o clima possui uma temperatura mais elevada, o policial poderá estar
vestindo um shorts de cordão, o qual se utilizado sem nenhum cinto sobreposto a ele,
poderá se tornar um grande obstáculo para o saque velado, em especial pelo fato de
que ao se realizar o saque o coldre, muito provavelmente, virá junto com a arma.
Recomenda-se, quando ao utilizar esse tipo de vestimenta, que o policial
utilize um cinto sobreposto ao shorts, de modo que tenha o máximo de segurança
possível para eventual saque velado, mantendo a segurança e fixação que dispõe a
técnica de saque com calça ou shorts com alças para cinto.
Para esses casos, a fim de proporcionar aos policiais um modo seguro de
portar sua arma de fogo ao utilizar dessa vestimenta, será demonstrada uma forma
de fixar a presilha do coldre velado junto ao shorts, utilizando-se tão somente do
cordão do shorts para isso.
O cordão do shorts pode ser utilizado, de modo simples, como um grande
facilitador para o saque velado e, para tanto, basta ao policial “amarrar” o coldre junto
do shorts, de modo que o cordão transpasse a região entre a lateral do coldre e a
presilha de fixação, fixando-se junto ao shorts e permitindo que, ao sacar a arma de
fogo, o coldre fique junto do shorts.

FIGURA 11: posição da arma em shorts de cordão

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6 SAQUE VELADO EM BOLSA FEMININA


Analisando as formas de portabilidade do público de policiais femininas,
verificou-se que uma parcela significativa utiliza sua arma de porte dentro de bolsas
femininas e não em sua cintura junto ao corpo.
Tal fato ocorre, principalmente, em decorrência de que as armas de porte
disponíveis na PMPR possuem grande tamanho e, para a compleição física de
algumas policiais femininas o porte desse armamento se torna exageradamente
desconfortável e dificultoso e, também, devido ao uso de algumas vestimentas que
impossibilitam o porte e saque velado comum, como exemplo o uso de vestidos.
Desse modo, como forma de oferecer uma outra opção de portabilidade e
saque velado para as policiais femininas, apenas sendo indicada para utilização de
forma excepcional será demonstrado como proceder ao correto porte com a pistola
dentro da bolsa feminina e, por sua vez, qual é o modo mais seguro, simples e
eficiente para a realização do saque.
Para que a policial feminina tenha a mínima condição de segurança ao colocar
sua arma de porte dentro de bolsas femininas é necessário que, antes, certifique-se
de que aquela bolsa possua um compartimento central para fixar o coldre velado, de
modo que esse bolso interno ou compartimento interior possa ser utilizado como se
fosse o cinto de uma calça, ou seja, que permita fixar o coldre velado com sua presilha
de modo rígido e que, ao realizar o saque, “segure” o coldre dentro da bolsa e permita
a retirada rápida e fácil do armamento.
Há, basicamente, duas técnicas pelas quais a policial feminina poderá utilizar
como condição de portabilidade de sua arma de porte, uma delas se traduz quando a
policial leva sua bolsa feminina do mesmo lado do corpo de sua mão hábil e, por sua
vez, a outra técnica diz respeito quando a bolsa feminina é transportada do lado da
mão não hábil.
Porém, algo comum às duas técnicas é que a bolsa feminina tenha,
necessariamente, uma alça e que esteja cruzada no corpo da policial, para estabilizar
a bolsa quando necessário o saque do armamento.
Apenas a título de ilustração e exemplificação, será demonstrado abaixo uma
bolsa feminina que possui alça e também que possui um compartimento central
interno para fixação do coldre velado.

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FIGURA 12: bolsa feminina, local de posicionamento da arma.

Fonte: autores.

6.1 Técnica do saque velado vertical


Utilizando-se dessa técnica, a policial transportará sua bolsa feminina do
mesmo lado de sua mão hábil, ou seja, caso sua mão hábil seja a direita, utilizará a
bolsa do lado direito e caso sua mão hábil seja a esquerda, utilizará a bolsa feminina
no lado esquerdo, atentando-se de que a alça da bolsa esteja cruzada no corpo.
Na presente técnica o saque velado se inicia com a mão menos hábil da
policial segurando a alça bolsa feminina na região central do corpo, exatamente no
local em que realizará a empunhadura dupla, de modo rígido e que permaneça firme
junto ao corpo.
Com a bolsa feminina devidamente rígida e fixa no corpo, a mão hábil acessa
o interior da bolsa e realiza o saque do armamento de dentro do coldre e, para que
esse acesso seja rápido e o mais fácil possível, indica-se que a bolsa possa ser
acessada apenas com a liberação de um botão ou, caso tenha zíper, que este esteja
levemente aberto, de modo que a mão hábil acesse o interior da bolsa sem maiores
dificuldades.
Importante mencionar que o saque nesse caso ocorre totalmente de modo
vertical, como se a policial estivesse sacando o armamento direto do cinto de
guarnição, por isso que a técnica foi denominada, de modo simples e objetivo, de
saque velado vertical.
Após retirar a arma do interior da bolsa feminina, a operadora deverá elevar a
arma até a altura em que naturalmente realiza a empunhadura dupla e que, de modo
retilíneo, permita-a engajar o alvo.
Posteriormente, a mão menos hábil solta a alça da bolsa, de modo que seja
possível a união das mãos para a realização de empunhadura dupla e posterior
engajamento retilíneo do alvo.

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FIGURA 13: sequencial do saque velado vertical com bolsa.


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6.2 Técnica do saque velado horizontal


Outra técnica que poderá ser utilizada pela policial feminina é quando a bolsa
está sendo transportada pelo mesmo lado do corpo de sua mão menos hábil, ou seja,
se a mão hábil é a direita, a bolsa estará do lado esquerdo do corpo e vice- versa.
Nessa técnica também há a necessidade de que a bolsa esteja fixa no corpo
para a facilitação do saque, sendo imperioso que a alça da bolsa esteja cruzada no
corpo da policial, porém como a bolsa feminina está do lado menos hábil da policial,
a mão menos hábil não precisa cruzar o corpo, necessitando apenas de que a mão
menos hábil segure a bolsa de modo rígido e fixo.
A mão hábil que cruza o corpo para acessar o interior da bolsa e, para
tanto, é necessário flexibilidade e coordenação motora pela operadora.
Veja que o saque, nesse caso, ocorrerá com a mão hábil no sentido
horizontal do corpo e, devido a isso, nomeou-se essa técnica de saque velado
horizontal.
Permitido o acesso ao interior da bolsa feminina é possível a realização do
saque velado e retirada rápida e fácil do armamento de dentro do coldre.

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Após a retirada do armamento do interior da bolsa, a mão hábil deve ser


direcionada para o centro do corpo, na altura em que a policial naturalmente realiza a
empunhadura dupla e engajamento retilíneo do alvo sem, contudo, que se “varra” a
mão menos hábil que está, até esse momento, fixando a bolsa junto ao corpo.
Após a retirada total do armamento da bolsa e fixação junto ao local do corpo
em que a operadora realiza naturalmente o engajamento reto do alvo, a mão menos
hábil libera a bolsa e se junta para a realização da empunhadura dupla, engajando-se
o alvo de modo retilíneo na sequência.

FIGURA 14: sequencial do saque velado horizontal com bolsa.

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7 8

7 SAQUE VELADO APENAS COM UMA DAS MÃOS


A depender da situação e da circunstancia em que o policial estará em seu
cotidiano, poderá ocorrer de uma das mãos estar ocupadas por alguma razão, seja
ao carregar sacolas, mochilas, bolsas, ou em decorrência de carregar o filho de colo
ou, até mesmo, devido a algum ferimento no braço menos hábil.
Nesses casos, ao se deparar com alguma ameaça em que seja necessário o
saque velado, imediatamente o objeto que se está segurando deve ser lançado ao
solo, indicando-se que preferencialmente se carregue esses objetos com a mão
menos hábil do policial, a fim de que seja possível o saque e engajamento apropriado.
No entanto, poderão ocorrer hipóteses em que isso não seja possível, devido
a alguma lesão no braço ou ao se carregar o próprio filho de colo, sendo indicado
nesses casos o saque da forma que se será demonstrada.
O policial deverá, utilizando-se da técnica de saque velado com a mão em
“garra”, acessar sua vestimenta, próximo do local de fixação da arma de fogo e
levantar verticalmente a veste o máximo possível.

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Em seguida, deve-se criar uma “barreira” entre a arma de fogo e a vestimenta,


utilizando-se do polegar para isso, evitando que a camiseta caia por cima do
armamento, de modo que seja possível realizar o acesso da arma com a
empunhadura simples, liberando totalmente a arma de dentro do coldre velado.
Por fim, deve-se retirar a arma do coldre e levantar o armamento até a altura
do corpo em que naturalmente o operador utiliza para o engajamento retilíneo do alvo,
realizando-se a empunhadura simples e engajando-se na sequência.
Caso o policial esteja, por algum motivo, impossibilitado de realizar qualquer
ação com sua mão hábil, em especial devido a alguma lesão pretérita, como um braço
quebrado, por exemplo, aconselha-se de que disponibilize um coldre para porte do
lado contrario do corpo, ou seja, caso o policial seja destro, adquira um coldre para
canhotos, e realize o treinamento adequado para o uso da técnica com a mão menos
hábil.

FIGURA 15: sequencial do saque velado com uma das mãos.


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7 8

8 SAQUE VELADO COM A TÉCNICA SPEED ROCK


Técnica criada originalmente por Chuck Taylor na década de 80, onde o
operador visa disparos sem apresentação / exposição da arma, pois nesta situação
não há espaço para tal. Consiste em apoiar o carregador da pistola na base do quadril
(osso ilíaco)e lateralizar o ferrolho de modo que este não seja obstruído enquanto a
arma faz seu ciclo durante os disparos. Logo em seguida, são efetuados disparos em
região de tórax e para isso necessitamos inclinar o corpo para trás enquanto o cano é
apontado nesta direção, visando a incapacitação. Objetivo da técnica seria
inicialmente, iniciar os disparos antes do agressor poder reagir, minimizando o tempo
entre o saque e o primeiro disparo. Hoje, contudo, percebemos que não é
interessante ganhar frações de segundos e renunciar quesitos como fogo visado
(topografia corporal) e mobilidade (perpendicular em relação ao alvo), pois o ganho
em tempo não é significativo quando consideramos outras variáveis além das citadas
acima. (Tempo de Reação versus Tempo de Movimento).

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FIGURA 16: sequencial do saque velado com a técnica "Speed Rock".


1 2

8.1 Variações
Existem variações, dentre elas, gostaria de destacar a técnica de John
Holschen, onde a arma é indexada na lateral das costelas, aumentado a altura da área
de impacto e reduzindo com isso a inclinação do corpo em relação ao alvo,
melhorando a estabilidade.

FIGURA 17: sequencial com variações da técnica "Speed Rock".


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Devemos nos atentar que tais técnicas foram genialmente desenvolvidas


baseadas em doutrinas de balística terminal vigentes na década em que foram
criadas, ou seja, acreditava-se que disparos em região de tórax causavam uma
incapacitação fisiológica praticamente imediata ligada á fatores que hoje são
ultrapassados (cavidades temporárias de armas curtas, choque de cavidades e double
tap).
As pesquisas e oficinas atuais realizadas em instruções e estudos de casos
reais dão como primordial a retenção do armamento e a possibilidade de se afastar
do agressor, como na intenção inicial de Chuck Taylor, onde o intuito principal era
criar uma “janela de oportunidade" para distancia e disparos mais efetivos, incluindo
movimento de repulsa aliado ao Speed Rock a fim de distrair o agressor possibilitando
o saque e aplicação da técnica.

8.2 Portabilidade lateral: TÉCNICA “MEDLEY DRILL”


Apresentamos assim a Técnica "Medley Drill" ou Brazilian Medley Drill,
(técnica idealizada por Bruno Sales através de pesquisas juntamente com Luis
Charneski, Marcelo Israel e Rangel Cunha) onde a arma é fixada com a face exposta
do punho na lateral de quadril e o cano apontado para a região de quadril do agressor,
visando uma incapacitação parcial ou desmonte mecânico com disparos atingindo os
ossos da pelve.
Tal método garante que, com uma pressão feita contra o quadril durante os
disparos que seja reduzida em grande parte o recuo e o ângulo de salto da arma,
maximizando os danos aos ossos e vasos da Pelve, pois os pontos de impacto serão
bem próximos, independentemente do calibre utilizado.
Esta técnica tem como principais características, uma boa retenção do
armamento evitando o acesso e arrebatamento pelo agressor, pois o encaixe
biomecânico do braço e punho junto ao quadril gera uma tensão isométrica
considerável e também uma gestão de recuo satisfatória dentro de seu envelope de
emprego (de 0 a 1,5m - distância de contato físico)

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FIGURA 18: sequencial da técnica "Medley Drill".


1 2

Frisamos que temos um leque maior de opções neste caso, pois além de se
afastar do agressor como proposto em técnicas anteriores, esta forma possibilita que
o Policial se mova em direção ao agressor caso não haja espaço para trás, pois devido
à estabilidade de sua base e consistência em seus disparos (a empunhadura simples
fica com o restante do punho da arma apoiado na área de quadril, tendo algo similar
a uma empunhadura dupla no que tange ao controle de recuo) corra e force o agressor

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para trás, mantendo ainda um bom controle relacionado a retenção do armamento.

9 TREINAMENTO PESSOAL
O treinamento é o cerne de toda capacidade pessoal do operador para que
seja possível aplicar corretamente as técnicas e táticas policiais em casos concretos,
por isso se faz de tamanha relevância principalmente quando se aborda temas
relativos ao uso de força letal pelos agentes de segurança pública.

O limite de uma ocorrência envolve o risco de morte do agente da lei em


confrontos mortais, quando o desviante enfrenta o policial com instrumento
letal. Para poder sobreviver e proteger seus colegas de trabalho é necessário
que o policial esteja devidamente treinado e habilitado na técnica do uso de
polícia, é importante, porém só será eficiente se de arma de fogo, em
qualquer circunstância. O treinamento básico, executado na academia a
habilidade do policial for mantida através de treinamento contínuo. (LIMA,
2005, pág. 47).

Dentre vários protocolos e técnicas que o tema abrange, durante a introdução


relativa ao porte e saque velado alguns fatores extremamente importantes devem
ser levados em consideração, como o estado de alerta, o treinamento e o
equipamento utilizado pelo operador.

9.1 Estado de alerta


O estado de alerta “ativo” deve preponderar nessa análise, pois
evidentemente por si só esse estado pode colocar o operador em vantagem em
relação a uma possível ameaça.
A mentalidade de combate está aliada a esse fator, qualquer operador deve
saber que independente de local ou condição sempre deverá estar atento e apto a
desencadear ações rápidas e precisas para neutralizar uma ameaça.
Dentro desse contexto o estado de alerta deve aflorar na mente do operador,
inclusive tendo em conta que a visão representa uma vantagem em relação a ameaça
e permite ao operador perceber que além de um exímio observador, sua mente deve
estar preparada para eventual combate
Após o primeiro disparo sua vida estará em jogo e a sua mente em ativo
estado de alerta. É imperioso ter em mente que não é somente um disparo que
finalizará a ocorrência, mas sim saber para onde correr, onde usar barricada, onde
realizar eventual recarrega, entre outros fatores que possuem influência na geometria
do combate, o que certamente fará a diferença entre a vida e a morte.

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9.2 Treinamento constante


O treinamento, por sua vez, tem como principal objetivo dar condições ao
operador para estar preparado e apto a um combate, independente de sua
complexidade.
Por mais surpreendido que um operador esteja o treinamento adequado lhe
dará vantagens e melhores condições para o embate, mesmo diante da necessidade
de uma reação mais complexa.
Algo que deve ser lembrado quando se fala em treinamento é que,
infelizmente, os treinos ou instruções contínuas são cada vez mais difíceis de serem
colocadas em prática, tendo em vista as demandas de trabalho e exaustão do
operador em sua rotina diária de trabalho.
Outro fator que deve ser observado é que os treinamentos podem se
diversificar em treinamentos mais simples e mais complexos, não sendo exigido
necessariamente que todo treino demande grande quantidade de tempo e esforço do
operador.
É importante salientar que a constância do treinamento, aliada à
autodisciplina, auxiliam na prevenção dos efeitos colaterais do combate, como
exemplo casos em que o policial ou terceiros alheios à ocorrência acabam sendo
alvejados, de modo que o operador consiga lograr êxito na preservação de vidas e na
aplicação da lei.
A depender da ocasião ou da circunstância, o policial poderá estar vestido de
formas e maneiras variadas, ou seja, somente com trajes casuais em seu dia a dia ou,
até mesmo, trajando um terno para algum evento mais formal, desse modo é
aconselhável que, sempre antes de sair de casa, o policial execute alguns movimentos
de saque velado conforme a portabilidade que estiver utilizando naquela vestimenta,
de modo que tenha uma memória recente do movimento já exaustivamente treinado
ao longo do tempo, caso necessite utilizá-lo.
Vale mencionar, por fim, que o policial militar não deve esperar apenas e tão
somente que a Instituição forneça as condições perfeitas para começar o seu
treinamento, afinal ninguém sabe quando será o dia em que sua vida dependerá de
eventual reação a uma agressão letal, portanto a autodisciplina e o interesse próprio
também constituem pilares fundamentais para o aperfeiçoamento da técnica policial.

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9.3 Treinamento pessoal para fixação das técnicas


Para que todo e qualquer aprendizado possa ser fixado na memória do
operador, uma série de conexões cerebrais são necessárias de serem construídas até
que aquele determinado conhecimento possa ser realizado de forma “automática”
pelo policial.

Essas áreas do cérebro, combinadas com os impulsos provenientes do


córtex pré-frontal e parental, responsáveis pelas tomadas de decisão, pelo
pensamento abstrato e antecipação da consequência da ação, formam os
“pensamentos” que ocorrem imediatamente antes da ou durante a realização
de um movimento preferido que irá “enganar” o oponente ou resultado em
uma vantagem (PUGLIA, 2018, pág. 09).

A aplicação das técnicas e táticas policiais não constituem um aprendizado


simples e corriqueiro, mas sim um conhecimento complexo que deve ser
constantemente repetido, corrigido e aprimorado.
Para tanto é primordial que o operador se esforce continuamente para que
todos os ensinamentos sejam devidamente absorvidos e para que seja possível
aplicar corretamente a técnica em qualquer situação, principalmente aquelas onde há
a presença do estresse.

A estrutura mental de cada um reage às situações similares de maneiras


diferentes. Por isso, agentes estressantes podem provocar diferentes
respostas em cada um de nós. Nós mesmos podemos reagir de maneiras
diferentes ao mesmo agente estressante em momentos diferentes. De certa
forma, podemos reagir aos agentes estressantes lutando, fugindo ou
entrando no fluxo das experiências. (BERTONI, 2006, pág. 19 – Grifo nosso).

Essas experiências mencionadas constituem exatamente o treinamento


prévio que o policial, por centenas e repetidas vezes, realizou e que, quando em
situação de influência direta de determinado agente estressor, irá buscar em sua
memória a técnica exaustivamente treinada para colocá-la imediatamente em prática.
Ante o exposto, a fim de que o policial consiga fixar as técnicas de saque
velado apresentadas de modo correto e que, de fato, permita-o utilizá-las em situação
real serão elencados abaixo duas sugestões de treino, como forma de fixação do
conteúdo.
Vale indicar que as sugestões de treinamento de saque velado apresentadas
podem ser utilizadas para fins de instrução nas Unidades PM de todo o Estado do
Paraná e, principalmente, podem e devem ser realizadas individualmente pelo policial,
quando em sua folga, desde que em local apropriado e mantendo-se todas as
precauções de segurança para o treino.

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9.4 Portabilidade dentro de automóveis e motocicletas


Esse tema possui grande relevância de ser, ainda que brevemente,
comentado no presente capítulo, principalmente em razão de que inúmeros casos de
reação policial letal quando em folga ocorrem com o agente da lei na direção de
veículo automotor.
A reação policial nesses casos pode ocorrer em duas hipóteses ou momentos
fáticos: quando o policial surpreende o criminoso ou quando o policial é surpreendido
pela ação do criminoso e, dessa forma, o modo de agir deve ser diferente para ambos
os casos.
Quando o policial, em atenção e constante alerta, percebe que alguma pessoa
vem em sua direção em atitude suspeita ou, de alguma forma, possa vir a colocá-lo
em risco, imediatamente o policial deve liberar o cinto de segurança e realizar o saque
velado seguro de dentro do veículo ou sob a motocicleta, de modo discreto e rápido,
utilizando-se da mesma técnica de saque velado da posição de pé, a fim de engajar o
suspeito e estabelecer a verbalização para a abordagem.
Por outra senda, quando o policial é surpreendido pelo criminoso, ou seja, não
foi possível perceber eventual aproximação suspeita ou preparação de alguma
empreitada criminosa em seu desfavor é extremamente importante que o policial se
concentre ao máximo para aproveitar uma janela de oportunidade, a qual será
delineada logo adiante.
Não é aconselhável ao policial transitar em seu automóvel com sua arma de
porte debaixo ou no meio das pernas, primeiramente pelo risco que se corre de
ocorrer eventual disparo acidental, principalmente se tratando das pistolas que
disparam ao cair ao chão e, em segundo momento, não se aconselha tal
portabilidade em razão de que o policial pode ser surpreendido por algum criminoso
pelo lado contrario da direção, ou seja pelo lado do passageiro, o qual poderá de
pronto visualizar a arma do policial e disparar contra o agente da lei, sendo
extremamente difícil, inseguro e arriscado um engajamento eficaz nessas condições.
Da mesma forma não é indicado ao policial transportar sua arma de fogo na
cintura, porém exposta visualmente, colocando a veste por dentro do coldre velado,
pois também nesse caso pode ocorrer do agressor surpreender o policial e, ao
criminoso visualizar a arma de fogo na cintura do agente de segurança pública poderá
disparar contra o policial.

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Como o próprio nome já diz, o saque velado é para ser utilizado de modo
velado, isto é, escondido, coberto, oculto e não à mostra, pois desse modo a
portabilidade seria ostensiva e não velada.
Ao longo dos estudos sobre o tema e, principalmente, analisando-se vídeos
de reações policiais quando em porte velado foi possível observar alguns casos em
que os criminosos determinam ao policial levantar sua camiseta logo no início da
abordagem criminosa, justamente para visualizar se a pessoa abordada/assaltada
está armada.
Nesses casos, caso os criminosos revistem o policial, independente do local
em que o agente esteja portando sua arma de fogo, inevitavelmente a arma será
visualizada pelos criminosos e, devido a isso, salientamos a extrema importância de
que o policial esteja SEMPRE atento, de modo que JAMAIS seja surpreendido pelos
criminosos, pois sua vida estará em risco!

9.5 A “janela de oportunidade”


Ao receber voz de assalto ou qualquer verbalização do criminoso ordenando
a rendição do policial, estando em veículos ou a pé, seja utilizando-se de lâminas,
pelo uso de armas de fogo ou qualquer outro instrumento que possa ser utilizado em
agressão letal contra o policial, o agente da lei deve inicialmente acatar as
determinações do criminoso, demonstrando que está colaborando e que está em
“submissão” ao agressor, sendo totalmente desaconselhável que reaja de pronto, pelo
fato de que a vantagem do efeito surpresa não está com o policial, mas sim com o
criminoso.
Desse modo, com o cenário permitindo com que o criminoso pense que está
no controle da situação e que tem total domínio sobre a vítima ou, a depender do caso,
as vítimas, a reação do policial poderá ocorrer quando uma janela de oportunidade
permitir, ou seja, quando o criminoso virar para outra direção perdendo contato visual
com o agente da lei, ou quando o criminoso se agachar para pegar o celular ou a
carteira da vítima, lançada ao chão propositalmente, ou até mesmo quando o
criminoso for acessar o carro ou a motocicleta tomada de assalto, enfim, qualquer
oportunidade que possibilite ao policial ter ao menos alguns segundos de vantagem
para realizar o saque e que não mais esteja em condição de surpreendido, mas sim
em condição de surpreender o criminoso.

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9.6 Treinamento com familiares e amigos próximos


Quando se fala sobre o porte e saque velado, como já mencionado, na grande
maioria dos casos o policial está em sua folga e, devido a isso, há grande
probabilidade de que, junto do agente da lei, esteja também algum familiar ou algum
amigo próximo.
Desse modo, é imperioso que o policial converse com as pessoas mais
próximas de seu convívio e deixe claro que poderá ocorrer uma situação em que seja
necessária uma resposta letal pelo policial, necessitando do saque velado e realização
de disparos contra agressores.
Conversar sobre como os familiares devem proceder nesses casos não só é
importante para que o policial tenha facilidade para a eventual reação armada, mas
principalmente para preservar a vida e integridade dos próprios familiares e amigos,
os quais poderão ser feridos ou morrer caso ocorra troca de tiros contra os criminosos.
Aconselha-se estabelecer uma palavra de “alarme”, a qual quando dita estará
demonstrando aos familiares e amigos que todos estão em risco, como exemplo dizer
“ameaça”, “perigo” ou até mesmo dizer para todos “abaixarem”, deixando claro que
poderá ocorrer um confronto armado naquele local.
Quando os familiares ou amigos estiverem junto do policial em automóvel é
aconselhável que todos se abaixem para o assoalho do veículo, a fim de se
protegerem ao máximo dentro do local para não serem atingidos por disparos, ao
passo que o policial saia imediatamente e o mais rápido possível do interior do veículo
em direção ao abrigo mais próximo, levando toda atenção para si, remodelando a
geometria do combate e reagindo à agressão, de modo que “X” seja afastado para
longe de seus familiares e amigos.
O mesmo raciocínio é utilizado para situações a pé em locais abertos, ou seja,
é indicado que se abaixem e deitarem no chão, reduzindo sua silhueta ao máximo,
atentando-se que, neste caso, o policial que estará iniciando uma reação armada
deverá se afastar das pessoas que estão próximas a ele, a fim de que a geometria do
combate seja desenvolvida com distanciamento do ponto inicial, reduzindo ao máximo
as chances de que algum disparo ocorra em desfavor de pessoas alheias à
confrontação.
É muito importante que as pessoas mais próximas do policial tenham plena
convicção de que eventual confronto armado poderá ocorrer em sua folga e, acima de
tudo, saberem exatamente o que fazer quando necessário, de modo que a vida de

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todos seja preservada.

Sugestão de treino 01 – Policial treinando individualmente fora do serviço


160 repetições, utilizando-se a técnica em L= (L) e a Técnica em Garra= (G)

Exercício Repetições
Levantar a camiseta 05 repetições.
Levantar a camiseta + acessar a arma e retirar do 05 repetições
coldre e devolver
Saque + posição 2 10 repetições.
Saque + posição 3/Retenção 10 repetições.
Saque + posição 4 20 repetições.
Saque + movimentação lateral + posição 4 10 repetições.
Andando + saque + movimentação lateral + posição 10 repetições.
4
Saque + posição 4 + acompanhamento do alvo 10 repetições.
Andando + saque + movimentação lateral + posição 10 repetições.
4 + acompanhamento do alvo
Escolher a técnica + deslocamento na busca de 10 repetições.
abrigo

10 CONCLUSÃO
A partir de estudos, testes, treinamentos e compartilhamento de
conhecimento entre diversos policiais militares que vivenciaram a necessidade da
utilização do saque velado quando em sua folga, foi possível elencar as principais
técnicas para treinamento dos policiais militares, as quais podem ser utilizadas em
variadas vestimentas, desde vestimentas simples até vestimentas sobrepostas, como
traje esporte fino ou terno.
O guia norteador de toda análise apresentada sempre foi a simplicidade e a
eficiência das técnicas, de modo que todo o processo estrutural e técnico que o
operador deverá ater-se quando em situação real de utilização do saque velado foi
minudente apresentado, inclusive mencionando pontos que podem se apresentar
como verdadeiros obstáculos para o operador.
Independentemente do sexo do militar estadual ser masculino ou feminino, foi
demonstrado que as técnicas cumprem com a finalidade de modo mais eficaz,
permitindo uma resposta rápida do operador a uma situação real, resguardando sua

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vida e de terceiros com simplicidade e segurança.


Cada policial tem a livre escolha de utilizar toda e qualquer vestimenta que
entender plausível, seja masculino ou feminino, porém em todo caso jamais deve ser
retirada a hipótese de que poderá haver eventual necessidade de saque velado com
rapidez e, para tanto, o uso adequado das vestes, o treinamento de cada um aliado
com a técnica utilizada serão primordiais para a resolução da ocorrência.
Em atenção ao público de policiais femininas foi possível estabelecer alguns
requisitos que as bolsas femininas devem possuir, bem como demonstradas duas
técnicas de saque velado com o armamento no interior de bolsas femininas, de modo
que tenham outras opções de saque velado e diversifiquem os treinamentos para
estarem aptas à utilização de todas as técnicas, salientando-se que a utilização
dessas técnicas deverá sempre ocorrer de modo excepcional, primando-se pela
utilização do porte velado junto do corpo.
Nunca é demais dizer que o militar estadual deve utilizar apenas e tão
somente uma técnica e em apenas um tipo de vestimenta, pelo contrário, cada
operador deve treinar e ter condições para saque em qualquer condição, pois o que
importa é que o saque velado efetivamente ocorra de modo simples, rápido e seguro
e que o militar mantenha sua vida e consiga defender a vida de terceiros.
Em todos os casos o treinamento se apresenta como o principal fator para
que a aplicação correta das técnicas ocorra, devendo-se manter uma rotina regular
de treinos, eventualmente corrigindo erros e aperfeiçoando as dificuldades
observadas.
Jamais deve ser esquecido que o policial militar, quando portando sua arma
de fogo, seja em horário de serviço ou em sua folga, pode se deparar com diversas
situações fáticas de risco, as quais necessitarão de uma ação rápida e vigorosa do
operador e, devido a isso, o treinamento constante é absolutamente necessário,
sendo crucial para a defesa da vida e da aplicação da lei.

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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRAIS, Alexsandro Lima. Instrutor de Armamento e Tiro. Aula ministrada pelo


referido professor em 2019 e demais conhecimentos acerca do tema ensinado aos
elaboradores do referido capítulo.

BERTONI, Luiz Carlos Extresse - Manual de Sobrevivência. Londrina, 2006.


Habilitações com Armas de Fogo. Manual do Instrutor. 2º Edição, 2018.

LIMA, João Cavalim de. Atividade Policial e Confronto Armado. João Cavalim de
Lima 1º ed. (ano 2005) 6º reimpressão. Curitiba: Juruá, 2011. 188p. 1. Policia -
Confronto armado. 1. Titulo.

PUGLIA, Anderson. Major QOPM. Coordenador do 2º Curso de Instrutores de Arma


de Fogo, aula sobre porte velado ministrada no ano de 2020 para a turma de Oficiais
e Praças.

SALLES, Bruno. Soldado QPMG 1-0 - Instrutor de Armas de Fogo formado pelo 2º
CIAF, conhecimentos repassados pelo referido instrutor no ano de 2020 aos
elaboradores do presente capitulo e auxílio acadêmico prestado para a construção
do trabalho.

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UNIDADE XVI - METODOLOGIA DE INSTRUÇÃO PRÁTICA


DE TIRO

1 INTRODUÇÃO
A instrução de tiro deve propiciar que o instruendo conheça e aperfeiçoe seus
conhecimentos na prática de tiro. Vale lembrar que institucionalmente existem
diversos perfis de instruendos, sejam eles dos cursos de formação, nivelamento,
especialização ou aperfeiçoamento.
A linguagem da instrução de tiro deve ser clara e objetiva, permitindo que o
aluno possa executar a tarefa sem ficar em dúvida de como fazê-la. Nesse sentido,
importante que seja utilizada uma linguagem simples, principalmente nos cursos de
formação em que os alunos não dominam a terminologia técnica.
Uma grande vantagem das instituições militares se dá, pelo fato de que as
tarefas sejam executadas por comandos, bem como as instruções devem transcorrer
com atenção e disciplina por parte dos instruendos.
O instrutor deve inspirar os alunos, demonstrando domínio do conteúdo
abordado, bem como ter o controle sobre a turma durante a instrução, evitando que o
aluno se sinta demasiadamente à vontade, denotando preguiça e de certa forma
descaso com a instrução.
Por outro lado, o instrutor deve instigar o aluno a questionar técnicas
ensinadas, a fim de compreendê-las, não permitindo que a instrução se torne
“engessada” ou enfadonha, em que apenas o instrutor faz o uso da palavra.
O instrutor, em nenhuma hipótese, deve constranger o aluno, de maneira a
bloqueá-lo pela busca do conhecimento, criticando ou ofendendo-o. O instrutor não é
o dono da verdade, ao contrário deve sempre se aperfeiçoar pela busca do saber, seja
pelo conhecimento teórico, ou mesmo pelo conhecimento técnico.
Quando se trata de instrução de tiro, além de todas as técnicas o instrutor não
pode em nenhuma hipótese negligenciar, nem permitir que sejam negligenciadas as
regras de segurança, as quais devem ser tratadas como cláusulas pétreas, durante
toda a instrução.
Vale salientar, que durante a instrução deve ser frisado que o operador,
policial militar deve sempre pautar sua conduta na máxima de que o mesmo é um
garantidor das normas referentes aos direitos humanos, respeitando o uso
progressivo da força, incutindo nele, quanto a necessidade do uso arma de fogo no

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âmbito de letalidade.

1.1 Segurança com armas de fogo


Dentre as várias regras de segurança com armas de fogo, importante sempre
lembrar ao aluno no início, durante e após cada instrução de tiro de três regras
fundamentais:
a. Mantenha o cano da arma direcionado para local seguro.
b. Só coloque o dedo no gatilho no momento do disparo.
c. Mantenha a arma no coldre, sacando-a apenas sob comando do
instrutor.

1.2 Conceitos a serem sempre lembrados sobre fundamentos do tiro


No período de formação, relembrar em cada aula, realizando exercícios os
fundamentos de tiro.
a. Boa empunhadura.
b. Base de tiro estável.
c. Enquadramento alça, massa e alvo.
d. Acionamento contínuo do gatilho.
e. Acompanhamento do alvo.

1.3 Procedimentos para a instrução:


a. Mantendo as armas ainda no coldre, será formada pelos atiradores
uma linha voltada para local seguro onde será procedido o descarregamento das
armas, fazendo a inspeção visual e física, fechando as armas e coldreando às
mesmas. Esvaziar todos os carregadores retirando as munições usadas no serviço
que devem ser guardadas em local fora do corpo do atirador.
b. Todos deverão permanecer com colete balístico, óculos e protetores
auriculares o tempo todo em que estiverem na pista.
c. Serão formadas equipes devidamente denominadas (Alfa, Bravo,
Charlie) sendo que cada uma poderá ter no máximo 10 alunos.
d. Todos os exercícios serão realizados primeiramente em seco para que,
somente depois de condicionados, os atiradores realizarem o exercício com tiro real.
e. As armas somente serão carregadas ou descarregadas sob comando
do instrutor.

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f. uso de banheiros e outros afastamentos somente ocorrerão durante os


intervalos, ou mediante autorização do instrutor.
g. Após todo o retorno do aluno que tiver se afastado do local da instrução
por qualquer motivo, o instrutor ou o monitor deverá realizar a checagem do
armamento.
h. Ao final da instrução após a manutenção do armamento, será feita uma
nova linha voltada para local seguro onde será feito o carregamento das armas com
a munição para uso em serviço.

1.4 Quantidade de alunos


No que tange à quantidade de alunos é importante salientar que a maioria dos
cursos de formação e turmas de nivelamento são divididas em pelotões, formados
normalmente por 30 (trinta) alunos, fato que muitas vezes atrapalha a dinâmica da
aula, tendo em vista que para a realização de pistas de treinamento e execução, faz-
se necessária a divisão da turma.
A fim de otimizar a instrução, durante a execução do exercício, o instrutor
poderá dividir a turma em oficinas, momento em que a linha realiza os disparos, os
demais instruendos devem realizar exercícios em seco, evitando-se assim que
permaneça ocioso aguardando os demais alunos concluírem a pista.
Para a realização de pistas com alvo estáticos, é possível trabalhar com cerca
de 07 (sete) à 10 (dez) alunos por base, ao passo que em pistas em que ocorra o
deslocamento do aluno pelo estande, por questões de segurança, o ideal é que a
execução seja realizada em duplas ou trios, respeitando-se sempre as regras de
segurança.

1.5 Materiais necessários


A utilização de materiais pode variar conforme ao cenário e objetivo a ser
alcançado. Em linhas gerais pretende-se inovar e chegar o mais próximo da realidade
possível, o que muitas vezes depende da criatividade do instrutor. Neste aspecto de
cenários que alcancem algo próximo à realidade do “stressfire” tem se utilizado alvos
em 3D, manequins e roupas, que são mais fidedignos que os alvos tradicionais.
Outra opção mais acessível são os banners de filmes de ação, especificamente os
que apresentem silhuetas humanas armadas.
O tradicional alvo de papelão também tem seu valor, pois, por ser de custo

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reduzido e maior facilidade de ser encontrado, pode ser mais bem utilizado em alvos
múltiplos, nas oficinas em que o atirador realizado maior número de disparos. Por sua
vez, um ponto negativo do alvo de papelão é que em contato com a água, o mesmo
torna-se inutilizável, o que é frequente em dias de chuva.
No tocante ao alvo metálico, recomenda-se a sua utilização para armas
longas, com maior energia cinética, bem como sua utilização é viável em pistas com
alvo dinâmico. Importante salientar cuidados quanto à segurança, pois, devido ao
ricochetamento é importante manter a distância mínima de 07 (sete) metros entre o
atirador e o alvo.
Além do alvo, a utilização de lonas e tapumes enriquece o cenário e tornam a
pista de tiro mais próxima da realidade, sendo esses materiais de baixo custo e de
fácil comercialização. A utilização de lonas pode ser útil na delimitação de edificações
no cenário, bem como em instruções com o uso de lanterna durante o dia.
Outros materiais como televisores, sofás, geladeiras etc, também podem ser
utilizados, porém na montagem do cenário é de suma importância a verificação da
segurança e ângulos de tiro.

Figura 1: Modelos de alvos da pista

Fonte: autores.
Fonte: gmtatico.com.br.57

57 https://gmtatico.com.br/produtos/alvo-em-papel-a4-colorido-001-unidade/

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Figura 2: Modelos de alvos da pista


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3 4

5 6

Fonte: autores.

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1.6 Plano de sessão + plano de segurança


Quanto ao plano de segurança, vale salientar que antes do início da instrução
devem ser planejadas ações a fim de minimizar problemas decorrentes de acidentes
envolvendo os instruendos, ou mesmo o próprio instrutor, para isso, considera-se
pertinente que seja gerenciado previamente pelo instrutor uma equipe de atendimento
médico, a fim de acompanhar a instrução do início ao final.
Na impossibilidade de dispor de tal aparato médico, considerando que os
alunos devem ser previamente instruídos na disciplina de APHC – Atendimento Pré-
hospitalar de Combate, o instrutor poderá designar como “médico” algum dos
instruendos, preferencialmente com maior experiência, bem como designar motorista,
ambos (motorista e médico) serão designados em número par (ex: motorista 01 e
motorista 02), para o caso do acidente ocorrer com instruendos designados para a
citada missão.
Em especial, nos cursos de formação, sugere-se a participação de no mínimo
02 (dois) instrutores, ou que além do instrutor outro militar estadual que domine o
conhecimento em atendimento pré-hospitalar.
Para a escolha do motorista, deverá ser verificado pelo instrutor se existe
entre os instruendos, alguém que disponha de viatura para a instrução, tendo em vista
que em uma situação acidental o deslocamento deverá ocorrer de maneira urgente.
Ainda, deverá ser informada a turma o local em que o motorista colocará a
chave do veículo, seja no bolso, ou colete do motorista designado para a instrução em
caso de acidentes.
Deverá, ainda, ser previamente verificado pelo instrutor qual é o hospital de
referência, ou seja, o hospital mais próximo do local da instrução que encontrar-se em
funcionamento, sendo essencial entrar em contato para saber se o mesmo encontra-
se funcionando.
Ainda, no que tange a segurança da instrução, vale salientar que em estandes
destacados, em que não existe a devida segurança física das instalações, sugere-se
que um policial militar esteja devidamente fardado e armado, que em hipótese alguma
participe da instrução e atue como segurança do docente e discentes, tendo em vista
que o instrutor estará desarmado.

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2 DOUTRINA FORCE ON FORCE


Instruções no formato force on force são treinamentos dinâmicos nos quais os
oponentes se movimentam, reagem e contra-atacam. Para este tipo de treinamento
são utilizados armamentos e munições que não possuem capacidade para serem
letais, a exemplo do airsoft e do paintball.
O objetivo das instruções force on force é simular um combate, de forma que
possa ser o mais próximo possível da realidade, num ambiente controlado, no qual o
aluno possa aprender sobre a dinâmica de um confronto sem riscos grandes de sofrer
uma lesão.
Uma instrução no formato force on force possibilita ao aluno executar os
ensinamentos anteriores num cenário estressante de combate. Assim, o aluno pode
fazer uma auto análise sobre os efeitos psicofísicos do estresse. Ainda, podem ser
mensurados a capacidade do aluno em tomada de decisão, planejamento de uma
ocorrência e sua capacidade de raciocinar estando inserido numa situação
estressante.
Esta adaptação ao ambiente de estresse se baseia nos conceitos de
inoculação de estresse. Os efeitos desejados de uma simulação realística são a
possibilidade de o aluno enfrentar uma situação estressante, observar seus efeitos e
nos próximos cenários poder se adaptar, de forma que os efeitos do estresse sejam
reduzidos e seu desempenho melhore.

2.1 Peculiaridades do force on force;


Para que a instrução force on force alcance seu objetivo, o papel de quem
será o agressor ou antagonista é de suma importância, pois as simulações não devem
ser duelos entre um policial e o antagonista para simplesmente ver quem é o melhor.
A intenção é treinar as técnicas policiais, e para isto existirá um roteiro que o
antagonista deverá seguir. O antagonista deve ser extremamente profissional, para
que a cena possua o máximo possível de proximidade com uma situação real.
Os treinamentos devem possuir objetivos, não se pode simplesmente falar
para o policial “entrar e procurar o antagonista”. Deve haver uma missão e um
contexto, como no caso policial-militar, uma ocorrência em andamento pode ter
diversos aspectos e objetivos, que inclusive podem mudar durante a simulação, como
poderiam mudar durante uma ocorrência.
Da mesma forma o policial que realizará a instrução deverá ser o mais

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profissional possível, de forma a observar seus erros, acertos e o que poderia sair
errado, sendo o papel o instrutor fundamental para orientar o aprendizado do aluno.
O equipamento a ser utilizado na instrução dependerá do disponível na
Unidade e região, sendo que o Instrutor pode adequar o tipo de equipamento para a
instrução. Por questão de viabilidade e similaridade com armamentos reais os
equipamentos de airsoft tem se mostrado mais adaptáveis a este tipo de instrução.
Em todos os cenários os participantes, seja aluno ou figurante, devem utilizar
os devidos equipamento de proteção individual, de acordo com o armamento utilizado.
O uso de airsoft requer máscaras e óculos para a proteção da face e pescoço, roupas
que cubram os braços e pernas de forma a evitar hematomas em virtude dos impactos
dos marcadores.
Uma vez que não serão efetuados disparos reais em simulações force on
force, o cenário não necessita ocorrer apenas em estandes de tiro. Outros locais
podem ser utilizados para tais instruções, sendo necessário o cuidado para que o
material não cause danos ao ambiente utilizado, visto que um disparo de airsoft pode
quebrar vidros, amassar latarias e quebrar objetos frágeis.
O treinamento simulado é um treinamento seguro, porém sempre deve seguir
regras de segurança. É importante que não exista nenhuma chance de um armamento
real se misturar com os utilizados no treinamento, isso poderia causar um desastre.
Os alunos devem seguir todas as orientações sobre cada cenário a ser
realizado, se os alunos não forem cooperativos, desavenças podem ocorrer. Por fim,
todas as armas (armamentos, facas, punhais e outros) devem ser consideradas o
tempo todo como reais, e devem ser carregadas como tal.

2.2 Tipos de armamentos, equipamentos e materiais de proteção


Para realizar instruções force on force podemos utilizar diversos
equipamentos. Existem equipamentos de airsoft, de paintball e os chamados
simmunition.
Os materiais de simmunition utilizam armamentos realistas e munições que
tem a capacidade de fazer a arma ciclar, porém possuem um custo elevado. Outra
característica é que as simmunitions são marcadores de tinta. Isso possibilita a
observação dos impactos no alvo, porém o ponto negativo é a sujeira causada pela
tinta.
Os equipamentos de paintball também são marcadores e por isso possui a

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mesma vantagem e desvantagem descrita acima. Por outro lado, os equipamentos de


paintball, embora baratos, geralmente não possuem similaridade com os armamentos
utilizados pelo policial. O airsoft, por ter se tornado um esporte global, sua facilidade
de obtenção e o realismo dos armamentos têm se mostrado a opção mais viável para
as instruções force on force.
Diferente dos materiais anteriores, o airsoft não é um marcador de tinta, assim
os impactos são mais difíceis de serem observados. Porém, esse fato possui a
vantagem de que o atirador não ficará buscando no alvo os impactos, fazendo assim
com que o atirador somente pare de efetuar disparos quando cessar a ameaça.
Em vista dos tipos de equipamentos que podem ser utilizados, suas
vantagens e desvantagens, sua disponibilidade e similaridade com equipamentos
reais, trataremos neste manual de cenários montados utilizando-se de materiais de
airsoft. Outros materiais podem ser utilizados, como o paintball e tipos de simmunition,
com as devidas adaptações.
Os armamentos de airsoft são réplicas em tamanho e detalhes dos mais
variados armamentos utilizados pelo mundo. Por possuírem uma ponta de cor laranja
e seu cano, a possibilidade de um armamento real se perder em meio delas durante
uma instrução fica reduzida. Podem ser a bateria ou a gás. Suas munições são
facilmente adquiridas, são descartáveis e vendidas em pacotes com centenas e
milhares.

FIGURA 3: armamento e equipamentos de airsoft.

Fonte: acervo do autor.

Para a utilização de airsoft e instruções é necessário o uso de equipamentos


de segurança. Um disparo de airsoft numa área descoberta pode gerar desde um
hematoma leve na pele até mesmo uma lesão grave caso atinja um olho. O mínimo

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necessário para uma instrução é a cobertura total da face e pescoço, utilizando-se de


máscaras e óculos. Outros equipamentos são adequados para a instrução, como
luvas e roupas de tecido não muito fino que cubram braços e pernas.

FIGURA 4: máscaras de airsoft.

Fonte: acervo do autor.

FIGURA 5: Pequenas escoriações causadas pelo impacto do airsoft

Fonte: acervo do autor.

2.3 Tipos de ambiente (estande, casas, materiais modulares)


Em instruções force on force vários locais podem ser utilizados. Desde o
estande de tiro, até uma casa ou prédio abandonado. Porém diversas regras de
segurança devem ser seguidas.

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Um estande de tiro pode ser adaptado para instruções force on force.


Dependendo do cenário, ele pode ser utilizado sem nenhuma modificação, ou podem
ser colocadas barricadas, paredes móveis e até mesmo veículos.

FIGURA 6: force on force em combate veicular.

Fonte: acervo do autor.

Deve se tomar cuidado ao utilizar viaturas e veículos durante uma instrução.


O impacto do airsoft pode danificar a lataria do veículo utilizado. O ideal é que sejam
utilizadas sucatas de veículos para não haver o risco de dano, caso não sejam
utilizadas sucatas, o veículo deve ser protegido com algum papelão ou outro material
que absorva o impacto.
Outro tipo de ambiente a ser utilizado são casas modulares construídas em
madeira. Este tipo de ambiente pode ser construído de forma fixa, ou até mesmo com
paredes móveis, o que possibilita mudanças no tipo de cenário.
Outra opção é a utilização de residências e prédios não habitados. Cautelas
devem ser tomadas para que não sejam causados danos ao patrimônio, visto que os
impactos de airsoft podem quebrar vidros de janelas. Deve ser observado também os
arredores do local, para que os disparos não venham a atingir pessoas que estejam
passando nas proximidades ou residências próximas.

2.4 Ações corretivas -feedback e percepção de falhas


Durante as instruções force on force as correções devem ser contínuas para
o melhor aproveitamento da instrução. Não somente o aluno deve receber o feedback
mas também os figurantes, para que não desvirtuem do objetivo do cenário.
O aluno deve receber um retorno de suas falhas, as quais na situação

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estressante podem passar despercebidas. Contribuindo assim para sua evolução em


combate.
Sendo possível, o aluno deve realizar a simulação novamente, visando corrigir
suas falhas técnicas e táticas, de acordo com o exercício proposto.
O instrutor e o monitor devem estar atentos a qualquer comportamento que
pode ser corrigido após a simulação. O instrutor pode levar um memento para anotar
as falhas, visto que são diversas as variáveis que podem ser analisadas, tais como:
a. Postura corporal;
b. Movimentação no terreno;
c. Comunicação;
d. Leitura de Ambiente;
e. Uso de proteções no terreno;
f. Identificação de Ameaça;
g. Tomada de decisão;
h. Incapacitação da ameaça;
i. Acompanhamento do Alvo;
j. Busca de novas ameaças; e
k. Segurança da Equipe.

2.5 Condutas que podem gerar erros e procedimentos de segurança antes/


durante e depois da instrução
Nenhuma arma de fogo e munição real pode se misturarem meio a uma
instrução force on force que utilize airsoft, isso pode gerar resultados letais. Caso seja
utilizado armamento real sem munição na simulação, estas devem estar sempre com
lacre de câmera.
Todos os armamentos devem ser verificados antes da instrução para não
correr este risco.
Todos devem utilizar os equipamentos de segurança adequados para o
cenário. A falta destes equipamentos pode levar a lesões nos alunos e no instrutor.
O ambiente a ser utilizado para uma instrução deve ser observado
atentamente para que não sejam causados danos materiais e lesões a terceiros.
O instrutor e os instruendos devem estar atentos durante toda a instrução para
qualquer falha de segurança.
Após a instrução, todos devem verificar se não sofreu qualquer tipo de lesão

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(Entorse ou luxação em algum membro, hematomas em geral por disparos de airsoft


ou impactos contra objetos).
O instrutor, ao realizar uma simulação, não pode falar para o aluno deixar de
combater após receber um disparo. O aluno deve ser incentivado a continuar
combatendo mesmo após sofrer um disparo, pois este disparo em uma situação real
não necessariamente será incapacitante.

2.6 Resultados esperados


O aluno deve sair com a percepção de quanto os efeitos psicofísicos do
estresse podem afetar sua habilidade e capacidade de raciocínio.
Gerar no aluno a inoculação do estresse de um combate, para que o mesmo
crie uma adaptação a este tipo de cenário.
Através das simulações e do feedback, é esperado que o aluno melhore suas
habilidades técnicas e táticas em situações estressantes.
É necessário que o instrutor tenha em mente que inicialmente, em simulações,
é natural que o aluno tenha uma queda de desempenho de suas habilidades,
comparado a quando estavam realizando treinamento em condições normais de
aula.Tal queda de desempenho deve-se às condições de estresse que o treinamento
simulado gera. A medida que acontece a inoculação de estresse no aluno, seu
desempenho torna a melhorar.

3 MODELO DE SEQUÊNCIA DA INSTRUÇÃO DE TÁTICA E DE TIRO

PROCEDIMENTOS GERAIS EM CASO DE CONFRONTOS ARMADOS

Exercício/ Arma Descrição do Exercício Qtde de


tiros
Adaptação / Pistola 05 tiros ao tempo do atirador a 05 metros 05 tiros

Verbalização e tiro / Ao comando do instrutor, o atirador na linha 05 tiros


Pistola a 5 metros do alvo verbaliza e efetua 01 disparo
no centro de massa do alvo (5x).

Uso de Coberturas e Realizar a tomada de ângulo em um abrigo Em seco


Encobertas/Pistola (Ex: anteparo simulado com tapumes ou barris).
Execução de Efetuar a tomada de ângulo pela esquerda e
movimento direita nas posições em pé e ajoelhado.
Realizar a atividade em dupla onde um aluno
executará a tomada de ângulo e o outro

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analisará o posicionamento e a exposição no


abrigo e realizando as correções necessárias.
Deverão alternar as distâncias de quem realiza
a tomada de ângulo e de quem observa o
exercício, para que entendam que a dinâmica
da exposição do corpo e da visualização da
“ameaça”. Também deverá ser corrigido por
quem observa os erros táticos cometidos no
exercício. O policial que estará na função de
observação e correção poderá filmar ou
fotografar seu colega a fim de facilitar a
autocorreção ou demonstrar a eficiência da
técnica. Realizarão 3 minutos de treino nas
posições em pé e ajoelhado à esquerda e à
direita. Ao final desta sequência farão a troca de
função na dupla.
Uso de Coberturas e Após assimilarem como realizar a tomada de 12 tiros
Encobertas / Pistola ângulo, ao comando do instrutor, o atirador
*Obs: essa atividade iniciará deslocamento indo para uma barricada
poderá ser realizada em pé e efetuará 02 disparos de cada lado do
com arma portátil* abrigo. Deslocará para a segunda barricada
onde efetuará 04 disparos na posição
ajoelhado, dois em cada lado. Deslocará então
para a terceira barricada onde efetuará disparos
na posição deitado, por ambos os lados.
(Barricadas em linha, alvos a 05, 07 e 10 metros
respectivamente, 02 disparos por base).
Uso de Abrigos e O aluno usará um anteparo com diversas 06 tiros
Cobertas / Pistola aberturas, sendo estas numeradas. O instrutor
escolherá o número da abertura e o aluno
ajustar-se-á para efetuar um disparo por
comando, pela abertura indicada. Para realizar
a atividade o aluno deverá alternar as posições
em pé, ajoelhado, deitado e não ortodoxas.
Deslocamento com Ao comando do instrutor os atiradores A e B 05 tiros
Cobertura de Fogo / deslocarão para a base 01 (em pé) onde
Pistola efetuarão 01 disparo cada um no alvo à sua
frente. O atirador A mandará que o atirador B
desloque para a próxima base, enquanto atira
novamente no alvo à sua frente. O atirador B
chega na segunda base (de joelho), chama o
atirador A e efetua 02 disparos no alvo à sua
frente. O atirador A chega e manda o atirador B
deslocar para a próxima base e efetua 01
disparo no alvo à sua frente. O atirador B chega
na terceira base (deitado), chama o atirador A e
efetua dois disparos no alvo à sua frente. O
atirador A chega na terceira base e efetua dois
disparos, encerrando a pista (Barricadas em
linha, alvos a07metros)
Contato com a Ao comando do instrutor, os atiradores 02 tiros

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Ameaça e IDA / deslocarão até uma base onde terão que


Pistola assumir a posição de joelho. Um dos atiradores
informará o contato. Irão verbalizar com o alvo
que estará 10 metros à frente e cada um
efetuará 01 disparo no centro do alvo. Sairão do
local seguro mantendo a comunicação e
iniciarão a aproximação até a ameaça
neutralizada efetuando mais um disparo cada
um quando chegarem na marca dos 05 metros,
parando quando chegarem a 01 metro da
ameaça onde simularão a contenção e
segurança.

Ameaças múltiplas / Ao comando do instrutor, o atirador desloca 12 tiros


Pistola até a base onde haverá 06 alvos armados (dois
à direita, dois à frente e dois à esquerda) a 07
metros da base tendo o atirador que neutralizar
todas as ameaças dando um tiro em cada e ao
chegar no último alvo, retornar dando mais um
tiro em cada. Será bastante rápido e preciso,
focando o centro de massa do alvo. (usar alvos
de reação)
Atirador Ativo em Ao comando do instrutor a dupla de policiais 02 tiros
Meio a Inocentes / entrará na pista onde existirão vários alvos de
Pistola inocentes e ao fundo um alvo de ameaça
armada. Os policiais deslocarão até uma
determinada base, verbalizando com os demais
alvos e derrubando os que estiverem à sua
frente. Chegando à base, irão se abrigar e
efetuar dois disparos cada na ameaça armada,
procedendo posteriormente a aproximação até
a ameaça neutralizada.
52 munições de calibre .40
Total de tiros por aluno
(49 + 03 de reserva))

TIRO EM BAIXA LUMINOSIDADE


Exercício/ Arma Descrição do Exercício
Qtde de
tiros
Tiro no escuro / Pistola Após visualizar seu alvo, as luzes são 03 tiros
apagadas e o atirador efetua 01 disparo por
vez no alvo ao comando do instrutor a 05
metros (3x)
Método Harries / Pistola Usando a lanterna, o atirador efetua 01 03 tiros
disparo por vez no alvo ao comando do
instrutor a 7 metros (3x).
Método Chapman / Pistola Usando a lanterna, o atirador efetua 01 03 tiros
disparo por vez no alvo ao comando do
instrutor a 7 metros (3x).

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Método Ayoob / Pistola Usando a lanterna, o atirador efetua 01 03 tiros


disparo por vez no alvo ao comando do
instrutor a 7 metros (3x).
Método FBI / Pistola Usando a lanterna, o atirador efetua 01 03 tiros
disparo por vez no alvo ao comando do
instrutor a 7 metros (3x).

18 munições de calibre .40


Total de tiros por aluno
(15 + 03 de reserva)

BUSCA OU VARREDURA EM EDIFICAÇÕES


Exercício/ Arma Descrição do Exercício Qtde de
tiros
Aproximação com Passo Ao comando do instrutor o atirador 06 tiros
lateral / Pistola deslocará até a linha de tiro previamente
demarcada com cones simulando uma
porta, passa pela mesma e dá o passo
lateral para a direita ou para a esquerda, de
acordo com a ordem do instrutor,
verbalizando com o alvo que estará a 3
metros e efetuando um disparo no centro de
massa do mesmo. Serão 3x de cada lado.
Deslocamento corporal / Ao comando do instrutor o atirador volta- 06 tiros
Pistola se para à sua direita ou esquerda e, ao
comando de fogo, olha para o alvo, verbaliza
com ele, vira-se de frente parao alvo,
apresenta a arma e efetua um disparo no
centro de massa. Serão 3x de cada lado.
Neutralização de ameaças Ao comando do instrutor a dupla de 06 tiros
armadas dentro do policiais irá usar das técnicas aprendidas e
ambiente confinado / fará a varredura nos cômodos da casa de
Pistola treinamento, verbalizando com alvos e
neutralizando as ameaças armadas. (três
cômodos da casa de pneus, 06 alvos de
reação, 03 alvos “no shoot”)
61 munições de calibre .40
Total de tiros por aluno
(58 + 03 de reserva)

3.1 Percepção de falhas e correção continuada


Importante frisar que a instrução de tiro não deve ser resumir a aferir o
rendimento do aluno pelos disparos efetuados no alvo, devendo o instrutor perceber
quais são as causas de rendimento insuficiente e verificar se o instruindo não possui
vícios de formação.
Nesse contexto, o instrutor deve observar desde a execução dos fundamentos

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básicos de tiro, empunhadura, posição, visada, dentre outros, a fim de identificar e


corrigir os erros procedimentais realizados pelo aluno, devendo este último
conscientizar-se de suas falhas.
Ainda, além do instrutor corrigir os erros, é possível que entre os discentes a
consciência de um corrigir o outro, observando as falhas cometidas pelo colega.
Considerando os aparatos tecnológicos é importante fotografar ou mesmo filmar a
execução das técnicas realizadas pelos discentes para autocorreção.
Outro ponto importante é a revisão do assunto abordado em aula anterior no
início da aula seguinte, a fim de massificar e internalizar os movimentos e técnicas
adotadas, criando assim uma memória muscular no operador.

4 AVALIAÇÃO PADRONIZADA
A avaliação do discente consiste em fase essencial para a verificação do nível
do aprendizado e da absorção do conhecimento transmitido por parte do instrutor de
tiro, daí a importância de haver critérios claros, simples e objetivos, a fim de facilitar a
compreensão do aluno acerca do que dele será exigido durante todo o transcorrer da
disciplina.
Este processo de avaliação reporta à necessidade da instituição de ensino
possuir um mecanismo de monitoramento nos âmbitos da formação, habilitação,
especialização e manutenção. Seja qual for a natureza do curso a ser ministrado, os
critérios de avaliação deverão obedecer a princípios doutrinários previamente
estabelecidos e, numa instância superior, estar em conformidade com a legislação em
vigor.
A avaliação deve ser baseada nos ensinamentos repassados pelo instrutor ao
longo das instruções, devendo o instrutor evitar exercícios fora de contexto, bem como
constranger o aluno. Gerar o estresse no aluno é um fator didático, todavia não deve
ser aplicado sem esse propósito.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AnIntra-IndividualExplorationof Stress Effects, BiomarkerRegulation,
andBehavioralChanges. SageJournals.Vol.56, Issue 2. 2013. Bélgica.

CAMPOS, Alexandre Flecha - Manual Prático do Instrutor: Tiro Policial


Defensivo, 1ª Edição – Goiânia, 2010.

GIRALDI, Nilson - Tiro Defensivo na Preservação da Vida - Método Giraldi


PARANÁ. PMPR - PLANO DE DISCIPLINA TCA 1º CFO, 2º CFO E 3º CFO/APMG
PUGLIA, Anderson. Habilitações com Arma de Fogo - Manual do Instrutor.

SUAREZ, Gabriel. FORCE-ON-FORCE GUNFIGHT TRAINING: The Interactive,


Reality-Based Solution. Colorado: Paladin Press. 2005.

TAKEDA, Jeff. Spring.Training Week: A primer on using airsoft for training.


California: Clear Breach Bang. 2014.

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