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POLÍCIA MILITAR

DA BAHIA
Subcomando-Geral - n.º 103 de 30 de maio de 2019

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194 Anos servindo a sociedade

BGO
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I. INTRODUÇÃO

1.1. Finalidade

O presente Manual apresenta os fundamentos da doutrina de polícia osten-


siva e estabelece normas e orientações gerais sobre os princípios, conceitos e
características da atividade de policiamento ostensivo, suas estratégias e seus
sistemas, e é destinado a orientar o emprego da força policial militara da Bahia no
cumprimento de suas missões e tarefas, no âmbito das Unidades Operacionais.

Os desdobramentos de atividades específicas estarão contidas em cader-


nos doutrinários.

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1.2. Considerações iniciais

1.2.1 A doutrina de Polícia Ostensiva é um dos principais vetores do pro-


cesso de consolidação da PMBA em uma instituição prestadora de serviços
policiais de excelência a todos os baianos e aqueles que visitam o nosso Estado.
Ele tem como base: A Gestão da Qualidade, a Polícia de Proximidade e
Resolubilidade, a Garantia dos Direitos Humanos e a Repressão Policial Qualifi-
cada.

1.2.2 A Constituição Federal de 1988 no artigo 5, artigo 144, descreve a


segurança pública como um direito fundamental e atribui responsabilidade de
todos. Por isto, a busca por aproximação com a comunidade e resolução
colaborativa dos problemas de segurança com o envolvimento dos diversos ato-
res sociais é uma ação legal legítima, estratégica e política torna adequada de
exercer a atividade de polícia ostensiva.

1.2.3 A doutrina de Polícia Ostensiva, da PMBA, formuladas nos níveis


político, estratégico e operacional tornam a atividade de executar o policiamento
ostensivo mais clara, alinhada a estratégia operacional tornam a atividade de
executar o policiamento ostensivo mais clara, alinhada a estratégia operacional
da instituição e adequada a realidade da execução e resulta numa melhor adap-
tação as peculiaridades regionais e locais de um estado de dimensões continen-
tais com a Bahia.

1.2.4 A doutrina buscou aproveitar todo o processo de evolução


operacional desenvolvida ao longo dos tempos, e inserir conceitos e procedi-
mentos de policiamento moderno e adequar o passado e o futuro, com o respei-
to as ações exitosas do presente. Aborda tanto os aspectos de fundamentos
constitucionais de polícia Ostensiva, do exercício de poder de polícia e conceitos
de ordem pública, de preservação da ordem pública e competências constitutivas
das Polícias Militares.

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1.3 - Objetivos

a) Constituir fonte de consulta fundamental para o desenvolvimento do ensino,


da instrução e do desempenho da atividade-fim da Corporação;

b) Estabelecer normas gerais, que não devem ser contrariadas, em


desdobramentos, nos manuais específicos de cada tipo de policiamento ostensivo;

c) Estabelecer a integração de todas as estruturas dedicadas ao Policiamento


Ostensivo, de forma a obter o funcionamento harmônico, pela fixação de uma
doutrina, facilitando assim, a elaboração do planejamento, em seus escalões,
visando atingir a eficiência, na execução da atividade-fim;

d) Padronizar procedimentos operacionais comuns aos diversos tipos de


policiamento ostensivo;

e) Ressaltar o aspecto preventivo na execução das atividades policiais


militares;

f) Sedimentar a doutrina de atuação da PMBA na execução do policiamento,


harmonizando conceitos.

1.4. Base legal

a. Constituição da República Federativa do Brasil/1988;

b. Constituição do Estado da Bahia;

c. Decreto Lei 667/69 com alterações posteriores;

d. Lei 13.201, de 09 de dezembro de 2014 (LOB).

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1.5. Definições básicas

1.5.1. A doutrina em seu significado mais amplo é o conjunto de princípios,


conceitos, normas, procedimentos e fundamentos, que norteiam e orientam linhas
de pensamento, ações, planejamento e operações, de forma integrada, harmônica
e padronizada.

1.5.2. A doutrina de polícia ostensiva constitui o conjunto harmônico de


ideias, conceitos, princípios, que define, ordena, distingue, e qualifica as atividades,
o preparo e emprego da PMBA e de seus profissionais na sua missão.

1.5.3. A doutrina de polícia ostensiva é o conjunto de valores, fundamentos,


conceitos, políticas, estratégias, táticas, técnicas, normas e procedimentos da área
operacional da PMBA, que considera o modo de emprego mais provável em
ações e operações policiais militares e conjuntas com outros órgãos e instituições.
Ela estabelece uma orientação comum de emprego como referência na solução
de problemas e conflitos em segurança pública.

1.5.4. Com o advento da promulgação da Constituição da República


Federativa do Brasil (CF de 1988), que instituiu o Estado Democrático de Direito,
marco que sinalizou o exercício da cidadania, dos direitos e garantias fundamentais
e instituir os conceitos de ordem pública.

1.5.5. O Decreto-Lei 667, de 1969, que foi modificado pelo Decreto Lei
nº 2.010, de 1983, descreve que as competências da polícias militares “Art. 3º -
Instituídas para a manutenção da ordem e segurança interna nos Estados, nos
territórios e no Distrito Federal, compete as polícias Militares no âmbito de suas
respectivas jurisdições.

a) Executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças


Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente,

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a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o


exercício dos poderes constituídos.

b) Atuar de maneira repressiva, como força de dissuasão, em locais ou


áreas específicas, onde, se presume ser possível a perturbação da ordem.

1.5.6. Já o Decreto lei nº 88.777, de 30 de setembro de 1983, que aprova


o regulamento para as polícias militares e corpos de bombeiros militares (R-200)
no Art. 2º, alínea 27, define: Policiamento Ostensivo como – Ação Policial,
exclusiva das Polícias Militares em cujo emprego o homem ou a fração de tropa
engajados sejam identificados de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento,
ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública.

1.5.7. A competência Constitucional das Polícias Militares, nos art. 5º e


144 da Constituição Federal de 1988.

“Art.5 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”

“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

[...]

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

[...]

§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da


ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas
em lei, incumbe a execução da atividades de defesa civil.”

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“..., é mister ter presente que o policiamento é apenas uma fase da ativida-
de de polícia. A atuação do Estado, no exercício de seu poder de polícia, se
desenvolve em quatro fases.... E continua observando que o “policiamento” os-
tensivo corresponde apenas à atividade de fiscalização; por esse motivo, a ex-
pressão utilizada, polícia ostensiva, expande a atuação das polícias militares à
integralidade das fases do exercício do poder de polícia.”
Lazzarini, lições de Diogo de Figueiredo Moreira Neto
1.5.8. Já a Constituição do estado da Bahia (CE/Ba 1989) no seu art. 148
descreve: A Polícia Militar, força pública estadual, instituição permanente, orga-
nizada com base na hierarquia e disciplina militares, competem, entre outras, as
seguintes atividades:
I – polícia ostensiva de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de
florestas e mananciais e a relacionada com a prevenção criminal, preservação,
restauração da ordem pública.
1.5.9. Poder de polícia – Faculdade discricionária, a partir de visões da
coletividade. É constituído de: ordem de polícia, consentimento de polícia, fisca-
lização de polícia e sanção da polícia.
1.5.10. O conceito da ordem pública está descrito no decreto nº 88.771,
de 1983 (R-200):
Ordem Pública – Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento
jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os
níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa
e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma situação ou con-
dição que conduza ao bem comum.

Decreto nº 88.777, de 1983 (R-200)

1.5.10.1. Ordem de Polícia - Necessariamente nasce da lei, pois se trata


de uma reserva legal (art.5º.II), e pode ser enriquecido discricionariamente,
consoante as circunstâncias, pela Administração...

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Exemplo: Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003).

1.5.10.2. Consentimento de Polícia - Quando couber, será a anuência,


vinculada ou discricionária, do Estado com a atividade submetida ao preceito
vedativo relativo, sempre que satisfeito os condicionamentos exigidos. Exemplo:
vistoria preventiva de praças esportivas para a realização de um campeonato de
futebol.

1.5.10.3. Fiscalização de Polícia - É uma forma ordinária e inafastável de


atuação administrativa, através da qual se verifica o cumprimento da ordem de
polícia ou a regularidade da atividade já consentida por uma licença ou uma
autorização. A fiscalização pode ser ex-officio ou provocada. No caso específico
da atuação da polícia de preservação da ordem pública, denomina-se como
policiamento.

1.5.10.4. Sanção de polícia - Atuação administrativa auto-executória que


se destina à repressão da infração. No caso da infração à ordem pública, a atividade
administrativa, auto-executória, no exercício do poder de polícia, se esgota no
constrangimento pessoal, direto e imediato, na justa medida para restabelecê-la.

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1.5.11. Quanto a preservação da ordem Pública, Lazarini (2003) afirmou


que a polícia tem por fim preservar a ordem, compreendendo a tranquilidade
pública, a segurança pública, a salubridade pública, por fim, a dignidade humana.

Tranquilidade pública, seria um nível em que a sociedade convivesse de


forma pacífica e harmoniosa, gerando dessa forma um bem-estar geral.
(LAZZARINI, 1999)

Salubridade pública consiste a sociedade viver em condições de sanidade


e higiene, mantendo as condições de vidas adequadas aos habitantes. (MOREIRA
NETO, 2009)

Segurança pública é um estado antidelitual, que resulta da observância dos


preceitos tutelados pelos códigos penais comuns e pela lei das contravenções
com ações de polícia preventiva e repressivas imediatas. (LAZZARINI, 1994)

Dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental que nortear as


relações entre os seres humanos oriunda de razões éticas e jurídicas contra
crueldades e atrocidades praticadas pelos próprios seres humanos. (VAZ, 2011)

Manutenção: ato ou efeito de manter; conservar, sustentar.

Preservação: ato ou efeito de preservar, livrar de algum mal, manter livre


de corrupção, perigo ou dano, livrar, defender, resguardar.

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Missão residual: Competência que decorre de um fato que potencialmente


afete a ordem pública e não constitui competência de nenhum dos outros órgãos
do sistema de segurança pública, ou seja, um fato que rompa com o estado de
normalidade e não esteja englobado como atribuição dos demais órgãos do artigo
144 da CF/88. (VIEIRA, 2014).

A exegese do artigo 144 da Carta, na combinação do caput com seu § 5º,


deixa claro que na preservação da ordem pública, a competência residual de
exercício de toda atividade policial de segurança pública, não atribuída aos demais
órgãos, cabe a polícia militar. (LAZZARINI, 1999)

Missão Subsidiária: Na existência de um fato potencialmente ofensivo à


ordem pública e há órgão competente para atuar, porém aquele órgão se encontra
inoperante ou incapaz de cumprir sua atribuição.

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1.6. Marco Conceitual

1.6.1. Polícia Militar da Bahia é uma instituição estadual permanente regular,


organizada com base na hierarquia, disciplina, respeito à dignidade da pessoa
humana, na utilização da gestão da qualidade para melhoria dos seus processos e
a adoção de estratégias, sistemas e programas de policiamento, sobre a autoridade
do Governador do Estado e atentar para os limites da lei.

1.6.2. Doutrina de polícia Ostensiva contempla o emprego dos elementos


da Força Policial militar da Bahia como componentes vitais para o exercício do
poder de polícia, da preservação da ordem pública e o desenvolvimento social
econômico das regiões do Estado e seus cidadãos.

1.6.3. Os desafios de atuar em um ambiente complexo e multifacetado,


onde a impunidade, as ações de organizações criminosas, o envolvimento de
profissionais com a corrupção e grupos de milícias e o aumento de indicadores de
violência e criminalidade, exigem clareza, doutrina de preparo e emprego para
enfrentar e solucionar problemas e conflitos regionais e locais, provocados por
instabilidades sociais e econômicas.

1.6.4. Para enfrentar esse cenário é vital que a PMBA seja constituída por
homens e mulheres que cultivem princípios, valores morais e intelectuais, e sejam
aptos a enfrentar os desafios em um ambiente estratégico complexo, cujos cenários
evoluem rapidamente e requerem um direcionamento político institucional para
canalizar poder de enfrentamento destes desafios, estratégia operacional bem
definida, traduzida, implementada e monitorada de forma colaborativa e doutrina
de polícia ostensiva e de emprego conhecida, manuseada e aplicada adequadamente
por todos os policiais militares.

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1.6.5. Esta doutrina reconhece todos os sistemas de policiamento como


válidos e perfeitamente aplicáveis de forma harmônica e integrada em um siste-
ma híbrido de policiamento.
1.6.6. É também necessária a inserção dos diversos atores sociais, polí-
ticos e institucionais no campo de atuação, inclusive de atores não-estatais com
elevado poder de influenciar opiniões, defender interesses de grupos e de bus-
car a confluência, otimização e formulação de políticas públicas, destinação de
recursos para programas e projetos nos territórios de identidade do Estado da
Bahia.
1.6.7. As tropas, tanto de Unidades territoriais quanto especializadas,
empregadas em ações e operações policiais militares devem estar aptos a con-
duzir ações e operações voltadas a preservação da ordem pública nas suas
dimensões de: tranquilidade pública, salubridade pública, missão subsidiária,
missão residual e dignidade da pessoa humana.
1.6.8. Devido ao ambiente complexo e de mudanças constantes a doutri-
na deve ser flexível e capaz de adaptação fácil e rápida para qualquer cenário
com vistas a obter resultados significativos. Para tanto, os Comandantes de
todos os níveis devem possuir alto grau de conhecimento de doutrina e de lide-
rança para potencializar em seus subordinados a sinergia necessária ao desen-
volvimento adequado ao processo de capacitação e utilização da doutrina.

1.7. Consequências que derivam da Doutrina

a. As normas e procedimentos dos cadernos doutrinários que detalham


os tipos, estratégias e programas de policiamento.

b. As bases para elaboração dos planos/programas de capacitação e


instrução das tropas de Unidades operacionais.

c. A fundamentação para os procedimentos operacionais padrão (POPs),


instrumentos que darão suporte e segurança ao policial militar durante a execução
de um determinado serviço, tarefa ou atividade.

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d. Os fundamentos da educação policial militar que delinearão os planos


de ensino nos diversos níveis.

e. Os critérios para o aperfeiçoamento das estruturas operativas, a


determinação de meios e a tecnologia adequada.

f. As bases para a formação moral, intelectual e física do policial militar da


área operacional.

1.8. Pressupostos Básicos

a. Os pressupostos, conceitos e orientações gerais sobre a atividade de


policiamento ostensivo, estabelecidos neste manual, são fundamentais para a
consolidação do suporte doutrinário para o planejamento, a execução e o controle
da atividade fim da PMBA;

b. A uniformidade e a fixação do vocabulário técnico contribuem para a


padronização e para o aperfeiçoamento da atividade de policiamento ostensivo e
devem ser praticados por todos os policiais militares da PMBA;

c. A missão da PMBA no contexto sistêmico da defesa social faz esta


assumir papel de relevância na preservação da ordem pública e na prestação de
serviços de segurança pública ao cidadão, ao adotar medidas de proteção e
socorro ou com atuação de apoio aos órgãos da administração pública no
exercício do poder de polícia no que couber e ainda na atuação repressiva a
cometimentos de delitos e restauração da ordem pública. A PMBA está presente
em todos os municípios do Estado e na maioria dos distritos e cultua o privilégio
e a condição de servidora mais acessível e visível ao público;

d. A atuação da PMBA como Polícia de proximidade e resolutividade,


exige que esta seja uma organização vital para a resolução de conflitos com atuação

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sobre causas e efeitos, sendo um desaguadouro natural da ansiedade e tensões


da comunidade;

e. A presença ostensiva, correta e vigilante do policial militar nos locais de


risco, a qualquer hora, inibe a ação do delinquente, dando ênfase à ação preventiva.
A ação de presença da PMBA reduz os riscos e estabelece um clima de confiança
no seio da comunidade;

f. O verdadeiro ambiente de segurança é obtido pela combinação do


aspecto objetivo, que é a ausência real de riscos e perigos, desiderato dos órgãos
de defesa social, com o aspecto subjetivo, definido como crença nessa ausência
de riscos (sensação de segurança), a ser cultivada e reforçada junto à comunidade.
A segurança objetiva, a segurança subjetiva e a prestação de serviços de segurança
pública ao cidadão, devem ser mobilizadas de forma harmônica com ênfase na
qualidade da oferta de serviços para evitar riscos e aumentar a satisfação do
cidadão-usuário, tornando menos subjetiva a atuação da PMBA e sua
produtividade operacional;

g. Muitas dificuldades encontradas no processo de planejamento,


coordenação, execução e controle da missão da Polícia Militar podem ser
enfrentadas e vencidas com uma boa dose de criatividade e dedicação dos policiais
envolvidos. A única maneira de desenvolver a criatividade é através do treinamento
constante do raciocínio. Criatividade não é improvisação. Pelo contrário, o policial
militar criativo, treinado a pensar, é capaz de elaborar planejamento mental rápido
e instantâneo para agir com acerto;

h. A missão institucional da Polícia Militar da Bahia é também


responsabilidade individual de cada integrante da Corporação. Todo policial militar,
precisa ter compromisso com os resultados. Significa que a missão só estará
cumprida se os resultados propostos forem alcançados;

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i. Marketing é o conjunto de atividades em que visa identificar as


necessidades e desejos da Corporação e do Consumidor (Cidadão/Comunidade),
com intuito de detectar procedimentos que visem suprir necessidades e satisfazer
expectativas, de todas as partes envolvidas no processo de oferta de serviços.
Desta forma a atuação da PMBA deverá atender necessidades e satisfazer
expectativas dos cidadãos baianos e turistas que procuram os serviços da
Corporação. Estes serviços devem pautar por alto grau de excelência e controle
de qualidade.

1.9 Premissas do planejamento e da execução das atividades de policiamento


ostensivo:

a. Observância e compatibilidade com o ordenamento jurídico vigente e


as políticas públicas de segurança adotadas;

b. Respeito as garantias e aos direitos constitucionais;

c. Perfeito alinhamento com a missão, visão e valores da PMBA;

d. Observação aos princípios, conceitos e doutrina de emprego operacional


da PMBA prescritos neste manual.

2. CONTEXTO ESTRATÉGICO

2.1. Segurança, Segurança Humana e Defesa Social

2.1.1. A Segurança é um direito vital para toda e qualquer sociedade que


necessita de um ambiente estável e capaz de criar condições de desenvolvimento
e prosperidade e que resulta em cada cidadão expectativas de bem-estar e distante
de ameaças e riscos.

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2.1.2. Segurança é a condição privada da ordem pública e da tranquilidade


pública que propicia aos cidadãos de um território gozar dos seus direitos
fundamentais de cidadania plena e de qualidade de vida.

2.1.3. Segurança Pública (sequência contínua de fatos, ações ou operações


que apresentam uma similaridade e complexidade ou que se reproduzem com
certa regularidade). A segurança Pública é um estado de serenidade,
apaziguamento e tranquilidade pública em consonância com as leis, os preceitos e
costumes que regulam a convivência harmônica em sociedade, destacando: a)
garantia da lei da ordem e a garantia de atuação dos órgão públicos.

2.1.4. Segurança Humana

O conceito de segurança humana surgiu em 1994 em um encontro da ONU


que discutiu o tema segurança e se refletiu a conexão entre os três pilares da
ONU: Segurança, desenvolvimento social/econômico e Direitos Humanos. A
viabilidade social urbana apresenta similaridades com o contexto de muitas guerras,
pois diariamente pessoas são vitimadas por homicídios e furtos que amedrontam e
aprisionam. Para fazer frente a esses elementos de insegurança de uma maneira
eficaz é necessário uma abordagem integrada que priorize: a garantia dos Direitos
Humanos (policiamento de proximidade e resolutividade), a satisfação das
necessidades básicas (Gestão da Qualidade) e condições de vida digna (Qualidade
de Vida).

2.1.5. Defesa Social é o conjunto de medidas e ações do Estado, com


ênfase na prevenção e repressão do crime, da criminalidade e da violência, com o
fito de defender a vida, o patrimônio das pessoas e os interesses coletivos que
convivem em um território de forma harmônica e pacífica.

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2.1.6 Prestação de Serviços de Polícia Ostensiva – A segurança é uma


condição humana pouco concreta, pois não pode ser garantida 100% em todos
os locais ou para todas as pessoas. Além da sensação de segurança ser uma
situação abstrata.

Segundo o professor Diógenes Gasparim: “os serviços públicos devem ser


prestados aos usuários com a observância dos requisitos da permanência, da
generalidade, da eficiência da modalidade e da cortesia.”

Desta forma a busca da PMBA é de ofertar serviços prioritários de


segurança pública/humana ao cidadão através de uma política pactuada com atores
sociais e governamentais envolvidos em um território (Pacto pela Vida), com a
utilização de gestão integrada de segurança pública/humana com os municípios
(consórcios municipais).

Assim sendo os serviços de polícia ostensiva prestados pela polícia Militar


da Bahia, deverão ser prestados de forma direta (atuação própria) ou indireta
(através de convênios e parcerias), de modo adequado com o preconizado na
Lei nº 7.835/29 do Governo do estado de São Paulo (que dispõe sobre o regime
de concessão de obras públicas, de concessão e permissão de serviços públicos):
“Serviço adequado é o que atende ao interesse público e corresponde às exigências
de Qualidade, continuidade, regularidade, eficiência, generalidade, modalidade,
cortesia e segurança.

São Requisitos dos Serviços de Segurança Ostensiva:

a) Regularidade – Exigem que os serviços prestados sigam padrões de


qualidade pré definidos de acordo com as exigências dos usuários, de acordo as
condições exigidas pela própria natureza do serviço e condições de sua presta-

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ção. A qualidade deste serviço depende da capacidade de cumprir a missão,


com, a observância das exigências dos usuários e cumprimento dos protocolos e
POPs de forma correta.

b) Continuidade impõe ao serviço público o caráter de ser contínuo e su-


cessivo. Desta forma os serviços de Polícia Ostensiva devem ser internalizados
aos usuários como contínuos e acessíveis, devendo estar disponíveis em Carta de
Serviços, dispostas em um portal de serviços onde o cidadão solicite estes servi-
ços de forma ininterrupta a qualquer hora.

c) Eficiência – Exige que o responsável pela prestação do serviço se com-


prometa com o bom resultado prático da prestação que pretende oferecer aos
usuários. Portanto é vital que os serviços definidos tenham seus processos vigia-
dos e melhorados, sejam transformados em Procedimentos Operacionais Padrão
e sinalizadas quais as metas e resultados a serem alcançados, possibilitando me-
lhoramento e avaliação constantes, além de capacitação continuada, com a busca
de melhoria destes processos e procedimentos e por conseguinte a obtenção de
melhores resultados.

d) Segurança – O serviço deve ser ofertado aos usuários com máxima


segurança. Não deve ocorrer nenhum erro, omissão ou conduta inadequada, anti-
ética ou ilegal. As falhas devem ser imediatamente corrigidas e as anomalias
registradas e eliminadas, através de Grupos de Estudo e análise de Estudo de
casos.

2.2 Ameaças e Riscos

2.2.1. A busca pela preservação da ordem públicas, perpassa pela oferta


de serviços de polícia ostensiva com alta qualidade (alta capacidade técnica dos
policiais militares no cumprimento dos POPs), regularidade, continuidade nos

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processos e protocolos, eficiência nos resultados almejados e segurança (sem


erros, sem desvios de conduta e seus acidentes). Uma vez atingido este quadro
desejável é preciso analisar fatores que colocam ou podem colocar o ambiente
de trabalho operacional do policial militar e as áreas de atuação da PMBA em
risco e/ou perigo. Desta análise extrai-se uma lista de ameaças e riscos.

2.2.2. Uma ameaça - concreta (identificável) ou potencial – pode ser


definida como a conjunção de atores sociais capazes de praticar desordens, e
delitos e violência física praticado a terceiros de forma intencional ou não,
premeditada ou não.

2.2.3. As desigualdades sociais, a degradação de grupos sociais como a


família, a igreja e escola, a ação de grupos criminosos que disputam territórios
para venda de drogas e o atendimento de furtos e roubos a lojas, bancos, carros,
residências e transeuntes.

2.2.4. Os riscos são definidos como situações de instabilidade cuja


incidência sobre a segurança não se considera provável no curto prazo, embora
passou a se tornar uma ameaça.

2.3 O Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) - Lei nº 13.675, de 11


de junho de 2018.

No dia 11 de junho de 2018, foi sanção da Presidência da República o


Projeto de Lei n° 19 (PLC 19/2018) que cria o Sistema Único de Segurança
Pública - SUSP, onde também foi criada a Política Nacional de Segurança Pública
e Defesa Social (PNSPDS), ambos sob a mesma lei (Lei nº 13.675, de 11 de
junho de 2018), publicada no Diário Oficial da União no dia 12 de junho de 2018
com o seguinte texto introdutório:

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“Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela


segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a
Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS); institui o
Sistema Único de Segurança Pública (Susp) (…).”

A função e objetivo principal do SUSP é a integração das ações dos órgãos


de segurança de todo o país, realizando operações combinadas, além da redução
dos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) em todo território nacional.
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e
apresentada em 2018, mostrou que o total de mortes violentas intencionais no
Brasil em 2017 foi o maior já registrada alcançando um total 63.880 (sessenta e
três mil oitocentas e oitenta) mortes com um aumento de 2,9% em relação ao ano
anterior.

Art. 1º - Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e


cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a
finalidade de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos
órgãos de segurança pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, em articulação com a sociedade.

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Conforme o SUSP, as instituições nacionais de segurança pública que


compõem o sistema, são:
• Polícia Federal;
• Polícia Rodoviária Federal;
• Polícia Civil;
• Polícia Militar;
• Corpo de Bombeiros Militares;
• Agentes Penitenciários; e
• Guardas Municipais.
As ações serão poderão ser “ostensivas, investigativas, de inteligência ou
mistas e contar com a participação de outros órgãos, não necessariamente
vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública e defesa social”. O registro
de ocorrências policiais em uma única unidade e o uso de um sistema integrado
de informações e dados são algumas medidas previstas para a integração.
A responsabilidade desenvolvimento e publicação será do Ministério da
Justiça o Plano Nacional de Segurança Pública, que efetivamente definirá as ações
e metas do novo sistema. Após a publicação do plano, as instituições responsáveis
pela segurança pública nos Estados, Municípios e no Distrito Federal, assinarão
o Acordo de Cooperação Técnica a sua implementação. As diretrizes de atuação
serão definidas pela União, sendo que os Estados e Municípios continuam
responsáveis pela segurança, visando a diminuição de homicídios.

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Tendo como estratégia a gestão da qualidade e o implemento de novas


tecnologias de melhoria e acompanhamento de processos, todas as atividades
serão geridas por meio do Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação
das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (SINAPED).

2.4 Diretriz Nacional de Polícia Comunitária e Sistema Nacional de Polícia


Comunitária

Quando tratamos do incremento da Filosofia de Polícia Comunitária nas


instituições de segurança pública, o marco fundamental é a obra do Sir Robert
Peel sob os princípios da Polícia Comunitária que foi implementada na Polícia
Metropolitana da Inglaterra, em 1829, buscando maior legitimidade e
profissionalização.

A característica básica do modelo inglês foi a relocação dos policiais


apresentando-os a comunidade e buscando o estabelecimento da parceria para a
redução da violência. Dai vem o conceito de evolução da polícia-política onde o
controle e à subordinação da polícia estava sob parte do poder executivo e/ou

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sob parte de líderes locais, para um conceito de uma organização policial moderna,
estatal e pública.

Numa observância global, tão importante quanto a experiência inglesa,


apresenta-se o modelo de polícia do Japão que é um dos mais antigos na aplicação
do policiamento comunitário do mundo. A estrutura básica do sistema japonês, é
datado de 1879, que combina a cultura tradicional com os ideais democráticos
do Pós II Guerra Mundial. Tendo um modelo de polícia única, a Polícia Nacional
do Japão esta dividida em províncias e cada província com um comando territorial.
Esses são subdivididos em “Koban” ou “Chuzaisho”, sendo a primeira localizada
em áreas com maior circulação de pessoas e a segunda caracterizada por ser,
também, residência do policial e de sua família, com predominância nas áreas
rurais. O modelo japonês é reconhecido por suas características culturais de
aproximação, respeito e cidadania.

Quando tratamos da filosofia de polícia comunitária no Brasil, temos como


principal referencia os países como Canadá, Estados Unidos e Japão. Todas
essas experiências deram suporte para a aplicação de modelos piloto como no
Estado do Rio de Janeiro na década de 1990, que buscavam a mudança de
paradigma da PMRJ na aplicação da atividade policial tendo o foco no cidadão.

Em linhas gerais, a pedra fundamental para a uma visão voltada a


preservação dos direitos humanos e o fortalecimento da doutrina de polícia
comunitária no Brasil se deu com a publicação da Constituição Federal de 1988,
também chamada de Constituição Cidadã, que ratificava os tratados internacionais
firmados e enfatizava a garantia das liberdades individuais do cidadão. Seguindo
esta linha, foi instituído o Programa Nacional de Segurança com Cidadania
(PRONASCI, 2008. p. 25), que tem por foco o atendimento as necessidades da
sociedade em alinhamento a conjuntura social e a aplicação da lei com maior
eficiência e isonomia.

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A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) vem estabelecendo


normativas que, baseadas na filosofia de polícia comunitária e respeito aos direitos
humanos, proporcionam a criação de politicas de segurança pública em todo o
território brasileiro onde a comunidade é parceira na transformação do tecido
social, permitindo a constituição de um sistema que se funda na cooperação e
visão sistêmica.

Ressalta-se que conforme preceitua a Carta magna, a polícia ostensiva, de


competência das polícias militares, e a polícia judiciária, de competência das
polícias civis, bem como as polícias federais, todas previstas no art. 144, incisos
I a V do caput, da Constituição, são as instituições responsáveis pela pela segurança
pública em âmbito nacional, sendo que a presente Diretriz visa fortalecer as relações
das polícias entre si e primordialmente com as comunidades locais.

Finalidade

Definir os princípios basilares do Sistema Nacional de Polícia Comunitária,


fornecendo subsídios para o seu aperfeiçoamento em todo o território nacional,
tendo como fundamento a diretiva de que a Polícia Comunitária é primordialmente
uma filosofia e uma estratégia que inspira as instituições de segurança pública em
todas as suas vertentes, constituindo-se em um método organizacional democrático
que permite a coparticipação da sociedade para a construção de um ambiente de
paz, no qual a atuação policial seja voltada para o objetivo final de melhoria da
qualidade de vida da população.

Objetivos

São considerados os principais objetivos desta Diretriz Nacional:

a) Padronizar fundamentos e conceitos de Polícia Comunitária;

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b) Difundir as diretivas gerais do Sistema Nacional de Polícia Comunitária;

c) Inspirar e basear a institucionalização de políticas e estratégias


organizacionais de Polícia Comunitária no âmbito das instituições de Segurança
Pública.

2.5 A Estratégia Operacional da PMBA

A metodologia de formulação do Planejamento Estratégico do COPPM e


sua estratégia operacional têm como principal objetivo guiar e alinhar as ações
em todos os níveis da área operacional de atuação do COPPM, buscar o
alinhamento de todos os envolvidos com a visão, missão, valores institucionais,
eixos estruturantes, política e estratégia e realizar seus processos de maneira
eficiente, prestar seus serviços com maior qualidade e satisfação do cidadão e
impactar positivamente na imagem institucional e nos indicadores estratégicos,
criminais e operacionais.

As iniciativas, ações e projetos que integram este plano visam a adoção de


uma Gestão do Policiamento que terá como ponto de partida a Estratégia
Operacional de Policiamento baseada em: proximidade, resolutividade,
produtividade, pronta resposta, ações sobre causas e parcerias. Esta é gerenciada
estrategicamente por projetos, processos, diretrizes e ferramentas de qualidade,
com o objetivo de que a atuação policial enfatize a defesa da vida e a proteção
das pessoas, resultando na redução do risco e da percepção do risco para o
crime, violência e desordem.

Princípios, valores e eixos estruturantes da atuação de Policiamento.


(adaptado do Plano de Comando da PMSC)

Existimos para ARTICULAR e FOMENTAR a excelência na prestação

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de serviços na DIMENSÃO OPERACIONAL da PMBA e deveremos atuar


como:

Organização catalizadora de boas práticas de gestão operacional, difusora


da doutrina operacional e articuladora da estratégia operacional de policiamento
que será baseada:

Já que desejamos VALORIZAR e RESPEITAR o que sempre fomos e


continuaremos cada vez mais sendo:

Para atuar profundamente na DIMENSÃO ESTRATÉGICA da


ATIVIDADE OPERACIONAL da PMBA conjuntamente com os Grandes
Comandos e suas Unidades Operacionais:

E assim buscaremos ser reconhecidos como uma Organização:

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E desta forma contribuir para elevar a qualidade dos serviços de Polícia


Ostensiva reduzindo o risco e da percepção do risco para o crime, violência e
desordem, a níveis socialmente desejados e aceitos. Resultando nas seguintes
Entregas:

2.6 O Pacto pela Vida – Lei nº 12.357, de 26 de setembro de 2011


O Pacto Pela Vida (PPV) Bahia foi inicialmente implementado como
programa de governo e posteriormente elevado a programa de Estado através da
Lei nº 12.357 de 26/09/2011, no âmbito do Sistema de Defesa Social (SDS),
tendo por objetivo prioritário a promoção da paz social. Observa-se neste contexto
uma nova política pública de segurança, pactuada com a sociedade, integrada e
alinhado com o Poder Judiciário, a Assembleia Legislativa, o Ministério Público, a
Defensoria Pública, os municípios e a União.
Art. 1º - Fica instituído, no âmbito do Estado da Bahia, o Sistema de Defesa
Social - SDS, com a finalidade de formular, implantar, monitorar e avaliar a Política
Pública de Defesa Social. § 1º - A Política Pública de Defesa Social resultará da
integração de projetos e ações nas áreas de Educação, Trabalho, Emprego, Renda
e Esporte, Cultura, Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Saúde,
Promoção da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres, Justiça, Cidadania e
Direitos Humanos, Segurança Pública e Administração Penitenciária e
Ressocialização do Estado da Bahia, orientados com vistas à promoção da paz
social.
§ 2º - O Sistema de Defesa Social será implementado em articulação com
as atividades institucionais dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública do Estado da Bahia.

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O PPV estabeleceu para a sua gestão os indicadores de redução dos Crimes


Violentos Letais Intencionais (CVLI): homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido
de morte) e lesão corporal seguida de morte; e dos Crimes Violentos contra o
Patrimônio (CVP): roubos e extorsão mediante sequestro, classificação
estabelecida pela Secretaria Nacional da Segurança Pública (SENASP).

Através do PLANESP 2012/2015 articulou-se interinstitucional a


participação comunitária para prevenir e reprimir a violência, aperfeiçoando as
instituições e fortalecendo a gestão, intensificando a prevenção nas áreas
consideradas sensíveis no planejamento. O ponto primordial para o monitoramento
das atividades transversais se dá pela atuação direta do Governador da Bahia na
condução do PPV, que conduz esforços de 13 (treze) Secretarias de Estado com
o objetivo principal de reduzir os índices de violência.

Art. 2º - Integram o Sistema de Defesa Social:

I - o Comitê de Governança, órgão deliberativo e de supervisão superior,


responsável pela definição das diretrizes estratégicas e acompanhamento das ações
que objetivem, no âmbito do Estado da Bahia, a progressiva e contínua redução
das taxas de criminalidade, em especial aquelas relacionadas aos Crimes Violentos
Letais Intencionais – CVLI.

O PPV possui dentre suas diversas linhas de ação um novo modelo de


gestão, com a criação de diversas instâncias que se relacionam:

• Um Comitê de Governança – tem em sua composição dirigentes máximos


dos Poderes e Instituições do Estado, responsável pela definição das diretrizes
estratégicas e pelo acompanhamento das ações.

• Um Comitê Executivo – tem por característica o Governador do Estado


em sua presidência sendo integrado por representantes dos Poderes e Instituições
do Estado, com a finalidade de promover a articulação entre os processos de

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formulação, implantação, monitoramento e avaliação de suas ações.

• Cinco Câmaras Setoriais – que tem por responsabilidade a definição e o


proposição de políticas setoriais que atuem na redução dos índices de Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLI), na sua respectiva área de atuação, são
elas: Câmara de Segurança Pública, Câmara Setorial de Prevenção Social, Câmara
Setorial de Articulação dos Poderes, Câmara Setorial de Enfrentamento ao Crack
e a Câmara Setorial de Administração Prisional.

• O Núcleo de Gestão - tem por finalidade o monitoramento e avaliação


dos resultados do programa.

Diante do exposto, o Pacto Pela Vida estabelece em seu cerne diversas


ações integradas, tendo como ponta de lança a implementação das Bases
Comunitárias de Segurança (BCS), que hoje já chega a 19 unidades em todo o
território baiano.

3. CONCEITOS E DIRETRIZES BÁSICAS

3.1 Conceitos de Polícia Ostensiva

3.1.1 Segurança Nacional

É a sensação de garantia necessária e indispensável a uma sociedade e a


cada um de seus integrantes, contra ameaças de qualquer natureza. (MB, Vol. I
– ESG)

3.1.2 Defesa Nacional

É um ato, ou conjunto de medidas, atitudes e ações, que se contrapõem a


determinado tipo de ameaça, e que se caracteriza e dimensiona para proporcionar
a sensação adequada de segurança. (MB, Vol. I – ESG)

3.1. Paz Social

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A Paz Social reflete um valor de vida, não imposto, mas decorrente do


consenso, em busca de uma sociedade caracterizada pela conciliação e harmonia
entre pessoas e grupos, principalmente entre o capital e o trabalho, e por um
sentido de justiça social que garanta a satisfação das necessidades mínimas de
cada cidadão, valorizando as potencialidades da vida em comum, beneficiando
a cada um, bem como a totalidade da sociedade. (MB, Vol. I – ESG)

3.1.4 Segurança Pública

Estado antidelitual, de valor comunitário, que resulta da observância dos


preceitos contidos na legislação penal, podendo resultar das ações policiais
preventivas ou repressivas ou ainda da simples ausência, mesmo que temporária,
dos delitos. A segurança pública é aspecto da ordem pública e tem nesta, seu
objeto.

3.1.5 Defesa Pública

É o conjunto de atitudes, medidas e ações adotadas para garantir o


cumprimento das leis de modo a evitar, impedir ou eliminar a prática de atos que
perturbem a ordem pública.

3.1.6 Ordem Pública

Situação de tranquilidade e normalidade que o Estado deve assegurar às


instituições e a todos os membros da sociedade, consoante às normas jurídicas
legalmente estabelecidas. A ordem pública existe quando estão garantidos os
direitos individuais, a estabilidade das instituições, o regular funcionamento dos
serviços públicos e a moralidade pública, afastando-se os prejuízos à vida em
sociedade, isto é, atos de violência, de que espécie for, contra as pessoas, bens
ou o próprio Estado.

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3.1.7 Perturbação da Ordem

Abrange todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes de calamidade


pública que, por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a
comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes constituídos, o
cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a população
e propriedades públicas e privadas.

As medidas preventivas e repressivas neste caso, estão incluídas nas


medidas de Defesa Interna e são conduzidas pelos Governos Estaduais, contando
ou não com o apoio do Governo Federal.

3.1.8 Preservação da Ordem Pública

É o exercício dinâmico do poder de polícia, no campo da segurança pública,


manifesta- do por atuações predominantemente ostensivas, visando a prevenir,
dissuadir, coibir ou reprimir eventos que violem a ordem pública.

Compreende as ações e operações de manutenção ou do restabelecimento


da ordem pública, impedindo atos individuais ou coletivos que atentem contra a
segurança pública, as atividades lícitas, os bens públicos ou particulares, a saúde e
o bem-estar das populações, e a vida dos cidadãos, preservando a situação de
garantia e normalidade que o Estado assegura, ou deva assegurar, a todos os
membros da sociedade.

3.1.9 Policiamento Ostensivo Geral (urbano e rural)

É a atividade dinâmica de execução da polícia ostensiva, que obedece a


características, princípios e variáveis próprias, objetivando satisfazer as
necessidades básicas das comunidades e do cidadão.

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É exclusivo das Policias Militares em cujo emprego o homem ou a fração


de tropa engajados são identificados de relance, quer pela farda quer pelo
equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública.

3.1.10 Poder de Polícia

O poder de polícia, um dos poderes administrativos, é a faculdade de que


dispõe a administração pública para o controle dos direitos e liberdades das
pessoas, naturais ou jurídicas, inspirado nos ideais do bem COMUM.

3.1.11. Planejamento

É uma atividade planejada pela autoridade competente, a fim de assegurar


o cumprimento da lei, a preservação da ordem pública e o exercício dos poderes
constituídos.

3.1.12 Ponto Crítico

Considerar-se-á como ponto crítico, local de maior concentração de índice


criminalidade na avaliação do levantamento estratégico (zonas quentes).

3.1.13. Ponto Sensíveis

Considerar-se-á como ponto sensível, local que apresente vulnerabilidade


e possibilita ou exerça atração ao cometimento de ações delituosas (bancos,
caixas 24h, shopping e centros comerciais).

3.1.14. Pontos Notáveis

Considerar-se-á como ponto notável, todo aquele que tem uma importância
social junto a comunidade.

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3.1.15. Itinerário de Policiamento

É o trajeto que interliga pontos-base no posto, percorrido obrigatoriamente


pela fração.

3.1.16 Local de Risco

É todo local que, por suas características, apresente probabilidade de


ocorrência policial militar.

3.1.17. Região Policial Militar

É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Comando Regional


de Polícia Militar, atualmente denominado CPR.

3.1.18. Área Policial Militar

É o espaço físico atribuído à responsabilidade de uma OPM, de escalão


Batalhão de Polícia Militar (BPM) ou Companhia Independente de Polícia Militar
(CIPM).

3.1.19. Subárea Policial Militar

É o espaço físico, fração de área, atribuído à responsabilidade de uma


OPM, de escalão Companhia PM (Cia PM) do orgânico do BPM.

3.1.20. Setor Policial Militar

É o espaço físico, fração de subárea, atribuído à responsabilidade de um


Pelotão PM (Pel PM).

3.1.21. Subsetor

É o espaço físico, fração de setor, atribuído à responsabilidade de um


Destacamento PM (DPM) ou a uma Patrulha PM.

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3.1.22. Posto

a) Módulo

· É o espaço físico onde se presume que uma patrulha ou o PM isolado


possa cumprir suas atribuições regulamentares e legais.

· Para cada processo, modalidade e condição de carga de trabalho o


posto é elaborado a um modulo, e havendo necessidade poderão vir tantos
quantos forem necessários.

b) Ponto de estacionamento

É o local onde a patrulha deve permanecer estacionada desde que não


estejam atendendo ocorrência policial ou em patrulhamento sendo eles:

o Ponto de Estacionamento Principal - PEP;

É o ponto de estacionamento estabelecido segundo os critérios de


necessidade de policiamento preventivo de caráter mais permanente, acessibilidade
e visibilidade ao público e fluidez de trânsito.

Ponto de Estacionamento Secundário - PES.

É o ponto de estacionamento estabelecido segundo critérios mais flexíveis,


constituindo instrumento para que o Cmt Cia PM possa, de modo mais dinâmico,
atender às demandas ocasionais e/ou extraordinárias de policiamento preventivo.

c) Ponto base

É o espaço físico que, por ser local de risco, exige a presença da patrulha,
contínua ou temporariamente.

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3.1.23. Operação Policial Militar

É a conjugação de ações, que exige planejamento específico, executadas


por frações de tropa constituída, podendo, inclusive, contar com a participação
de outros órgãos, públicos ou privados.

3.1.24. Operações Táticas Especiais

Operações realizadas em zonas rurais, montanhosas ou de difícil acesso,


para salvamentos, buscas e capturas.

3.1.25. Ações Táticas Especiais

Ações específicas de polícia, relacionadas a sequestros, ameaças com


explosivos, resgates de reféns e similares.

3.1.26. Teatro de Operações

Área onde é desenvolvida a operação Policial Militar e onde atuam os


elementos operacionais.

3.2. Diretrizes Básicas para o Sistema de policiamento Ostensivo da PMBA

3.2.1. A PMBA é um sistema global, pois as análises e trabalhos de


planejamento que se desenvolverem sobre subsistemas administrativos ou
operacionais da Polícia Militar devem levar em conta os objetivos globais da
organização, já que somente a consideração do todo, na análise de suas partes,
pode conduzir à maior eficiência operacional, com o máximo aproveitamento da
estrutura, levando ao aumento da eficácia;

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3.2.2. Proximidade da Administração ao Usuário - O administrador policial


(Comandante) deve estar próximo e participar ativamente da comunidade a que
serve, dialogando com as lideranças locais, promovendo consultas e pesquisas
de opinião, conhecendo as demais autoridades e as necessidades específicas de
sua área de atribuição;

3.2.3 Prioridade dos serviços de policiamento com multi-atendimentos


primários e secundários – O policial militar deve está qualificado para atender
serviços prioritários, com a observância de que um dos princípios básicos da
polícia ostensiva é a universalidade. O policial militar deve estar em condições de
tomar providências, ainda que preliminares, em qualquer ocorrência que deva
atender;

3.2.4 Organização sistêmica da polícia ostensiva - O policiamento ostensivo


deve ser organizado de maneira sistêmica e integrada, de modo que todos os
tipos, processos, modalidades e programas de policiamento ostensivo estejam
interligados por radiocomunicação e dispostos no terreno de forma a assegurar o
apoio efetivo (permanente) e eficaz (que apresente o resultado desejado) a cada
integrante do sistema;

3.2.5 Acessibilidade - O público deve ter facilidade de acesso ao sistema


policial. Essa facilidade é representada, no sistema de polícia ostensiva, pelo
contato telefônico e pelo conhecimento público dos locais onde a polícia pode
ser encontrada;

3.2.6 Responsividade - O tempo de resposta de um sistema policial tem


grande importância sobre sua eficácia. A maior rapidez da Polícia para estar
presente num local de crime amplia a probabilidade de detenção do agressor da
sociedade. Por outro lado, a pronta resposta aumenta no público a confiança e a
certeza no atendimento da Polícia, proporcionando as condições de colaboração
que se almeja.

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4. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO POLICIAMENTO


OSTENSIVO

4.1 Princípios do policiamento ostensivo

Os princípios do Policiamento Ostensivo são preceitos essenciais


considerados no planejamento e na execução, visando à eficiência e a eficácia
operacional, compreendendo:

4.1.1 Antecipação

A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente


preventivo do Policiamento Ostensivo, a iniciativa de providências estratégicas,
táticas e técnicas, destina-se a minimizar a surpresa, caracterizar um clima de
segurança na comunidade e fazer face ao fenômeno da evolução da criminalidade
com maior presteza.

4.1.2 Aplicação

Policiamento Ostensivo, por ser uma atividade facilmente identificada pela


farda, exige atenção e atuação ativas de seus executores, de forma a proporcionar
o desestímulo ao cometimento de atos antissociais, pela atuação preventiva e
repressiva. A Omissão, o desinteresse e a apatia são fatores geradores de
descrédito e desconfiança por parte da comunidade e revelam falta de preparo
individual e de espírito de corpo.

4.1.3 Continuidade

Policiamento Ostensivo é atividade imprescindível, de caráter absoluta-


mente operacional e será exercido diuturnamente. A satisfação das necessidades
de segurança da comunidade compreende um nível tal de exigências que deve
encontrar resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e na men-
talidade do PM.

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4.1.4 Emprego Lógico

A disposição de meios, para a execução do Policiamento Ostensivo, deve


ser o resulta- do de julgamento criterioso das necessidades, escalonadas em
prioridades de atendimento, da dosagem do efetivo e do material,
compreendendo o uso racional do que estiver disponível, bem como de um
conceito de operação bem claro e definido, consolidado em esquemas
exequíveis.

4.1.5 Isenção

Na atividade profissional, o PM, exercitará e garantirá todas as condições


necessárias ao alcance da cidadania plena. Ao PM cabe observar a igualdade do
cidadão quanto ao gozo de seus direitos e cumprimento de seus deveres perante
a lei, agindo com imparcialidade e impessoalidade.

4.1.6 Objetivo

Policiamento Ostensivo visa a tranquilidade pública pelo desencadeamento


de ações e operações, isoladas ou integradas, com propósitos particulares
definidos.

4.1.7. Profundidade

A cobertura de locais de risco não ocupados e/ou o reforço a pessoal


empenhado de- vem ser efetivados ordenadamente, seja pelo judicioso emprego
da reserva, seja pelo remanejamento dos recursos imediatos, ou mesmo, se
necessário, pelo progressivo e crescente apoio, que assegure o pleno exercício
da atividade. A supervisão (fiscalização e controle) e a coordenação, realizadas
por Oficiais e Graduados, também integram este princípio, a medida que
corrigem distorções e elevam o moral do executante.

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4.1.8 Responsabilidade Territorial

Os elementos em Comando, com tropa desdobrada no terreno, são


responsáveis, perante o escalão imediatamente superior, pela preservação da
ordem pública na circunscrição territorial que lhe estiver afeta, especialmente
pelo que decorre do Policiamento Ostensivo. Como dever, compete-lhe a iniciativa
de todas as providências legais e regulamentares, para ajustar os meios que a
Corporação aloca ao cumprimento da missão naquele espaço territorial
considerado.

4.1.9 Universalidade

Policiamento Ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública,


tomada no seu sentido amplo. A natural e, às vezes imposta, tendência à
especialização, não constitui óbice à preparação do PM capaz de dar tratamento
adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM especialmente preparados
para determinado tipo de policiamento, caberá, a adoção de medidas, ainda que
preliminares, em qualquer ocorrência policial militar. O cometimento de tarefas
policiais militares específicas não desobriga o PM do atendimento a outras
ocorrências que presencie ou para as quais seja chamado ou determinado.

4.1.10 Unidade de Comando

Quando a atividade Policial Militar se desenvolve com o emprego de


diferentes frações, elementares ou constituídas, os escalonamentos, do primeiro
ao último, são ordenados e organizados, a partir de único Comandante,
possibilitando a unidade de esforço, pela aplicação coordenada de todos os meios.

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4.1.11 Superioridade

O pessoal a ser empregado seja na prevenção e/ou no atendimento de uma


ocorrência deverá ser sempre superior aos infratores, seja pelo número de policiais,
pelo armamento, pelo posicionamento ou qualquer situação que privilegie a
guarnição.

4.2 Características do policiamento ostensivo

São aspectos gerais que revestem a atividade policial militar, que identificam
o seu campo de atuação e as razões de seu desencadeamento, e que são:

4.2.1. Ação Pública

Objetiva alcançar o interesse geral da comunidade, resguardando o bem


comum em sua maior amplitude. Não se confunde com zeladoria, atividade de
vigilância particular de bens ou áreas privadas e públicas, nem com a segurança
pessoal de indivíduos sob ameaça. A atuação eventual nessas situações ocorre
por conta das excepcionalidades e não como regra de observância imperativa.

4.2.2. Dinâmica

O desempenho do sistema de policiamento ostensivo far-se-á, com


prioridade, no cumprimento e no aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o
fim de manter continuado e íntimo engajamento da fração com sua circunscrição,
para obter o conhecimento detalhado do terreno e dos hábitos da população, a
fim de melhor servi-la. O esforço é feito para a manutenção dos efetivos e dos
meios na execução daqueles planos que conterão o rol de prioridades pela
presença continuada, objetivando criar e manter população a sensação de
segurança que resulta na tranquilidade pública, objetivo final da Preservação da
Ordem Pública.

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As Operações Policiais Militares, destinadas a suprir exigências não


atendidas pelo Policiamento Ostensivo em determinados locais, poderão ser
executadas esporadicamente, em caráter supletivo, através da saturação/
concentração maciça de pessoal e material, para fazer frente a inquietante situação
temporária, sem prejuízo para a Ordem de Polícia Ostensivo.

4.2.3. Identificação

Policiamento Ostensivo é a atividade de preservação da ordem pública em


cujo emprego a fração é identificada de relance pela farda. O armamento,
equipamento, viatura e aprestos se constituem em formas complementares de
reconhecimento.

4.2.4. Totalidade

É uma atividade essencialmente dinâmica que tem origem na necessidade


comum de segurança da comunidade, permitindo-lhe viver em tranquilidade pública.
Esta é desenvolvida sob os aspectos preventivo e repressivo, consoante seus
elementos motivadores, assim considerados os atos que possam se contrapor ou
se contraponham à ordem pública.

Consolida-se por uma sucessão de iniciativas de planejamento e execução


ou em razão de clamor público. Deve fazer frente a toda e qualquer ocorrência,
quer por iniciativa própria, quer por solicitação, quer em razão de determinação.
Havendo envolvidos (pessoas, objetos), quando couber, serão encaminhados aos
órgãos competentes ou estes cientificados para providências, se não implicar em
prejuízo para o desenlace do atendimento.

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4.2.5 Legalidade

As atividades de Policiamento Ostensivo desenvolvem-se dentro dos limi-


tes que a lei estabelece. O exercício do poder de Polícia é discricionário, mas
não deve ser exercido com arbitrariedade.

4.2.6. Ação de presença

É a manifestação que dá a comunidade a sensação de segurança, pela


certeza de cobertura policial-militar. Ação de presença real consiste na presença
física do PM nos locais onde a probabilidade de ocorrência seja grande.

Ação de presença potencial é a capacidade do Policiamento Ostensivo,


num espaço de tempo mínimo, acorrer ao local onde a ocorrência policial-militar
seja iminente ou já tenha surgido.

5. VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

5.1 Conceituação

São os critérios (tipo, processo, modalidade, circunstância, serviço, lugar,


tempo, número, forma), que identificam os aspectos principais da execução do
policiamento ostensivo fardado.

5.2 Tipos de policiamento ostensivo

São qualificadores das ações e operações, e são os seguintes:

5.2.1 Policiamento Ostensivo Geral

Tipo de policiamento ostensivo que visa a satisfazer as necessidades


básicas de segurança, inerentes a qualquer comunidade ou a qualquer cidadão.

5.2.2. Policiamento de Trânsito urbano ou rodoviário

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Tipo específico de policiamento ostensivo executado em vias terrestres


abertas à livre circulação, visando a disciplinar o público no cumprimento e
respeito às regras e normas de trânsito, estabelecidas por órgão competente, de
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro e legislação pertinente.

5.2.3. Policiamento Florestal e de Mananciais

Tipo específico de policiamento ostensivo que visa a reservar a fauna, os


recursos florestais, as extensões d’água e mananciais, contra a caça e a pesca
ilegais, a derrubada indevida ou a poluição. Deve ser realizado em cooperação
com órgãos competentes, federais ou estaduais.

5.2.4. Policiamento de Guarda

Tipo específico de policiamento ostensivo que visa à guarda de


aquartelamentos, à segurança externa de estabelecimentos penais e à segurança
física das sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas de
importância, assim como à escolta de presos fora dos estabelecimentos penais.

5.2.5. Policiamento de Choque

Policiamento Ostensivo executado para a preservação da ordem pública


em ações de policiamento relacionadas com a salvaguarda dos recursos naturais
do Estado e pela prevenção e repressão das infrações cometidas contra o meio
ambiente.

5.2.6 Policiamento Ostensivo Ambiental

Policiamento Ostensivo executado para a preservação da ordem pública


em ações de policiamento relacionadas com a salvaguarda dos recursos naturais
do Estado e pela prevenção e repressão das infrações cometidas contra o meio
ambiente.

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5.3. Processos

São caracterizados pelos meios de locomoção utilizados, que podem ser:

a. A pé;

b. Motorizado;

c. Montado;

d. Aéreo;

e. Em embarcação;

f. Em bicicleta ou quadriciclos.

5.4. Modalidades

São modos peculiares de execução do policiamento ostensivo:

5.4.1. Patrulhamento

Ação de fiscalização de polícia ostensiva executada rotineiramente por uma


patrulha por meio da observação atenta em relação ao ambiente patrulhado,
visando, primordialmente, pela simples presença, interferir positivamente para a
prevenção de ilícitos penais e infrações administrativas.

Tendo em vista sua ampla utilidade a patrulha tem de ser o centro de


atenção, no desenvolvimento tecnológico da Polícia Militar, visando a que o
usuário seja atendido no local onde se encontra.

5.4.1.1. Grupo de Patrulhas

É o conjunto de patrulhas que executa as ações num setor.

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5.4.1.2. Força de Patrulha Especializadas

É o conjunto de forças policiais-militares de uma determinada Região. Onde


executa as missões de alto potencial de riscos.

5.4.1.3. Força de Patrulha Tática

É o conjunto de forças policiais-militares de uma determinada Área. É


dividida pelas Subáreas, onde executa as missões de polícia ostensiva e de
preservação da ordem pública nos seus vários processos e modalidades, em
recompletamento ao policiamento de outras OPM nível BPM e CIPM, dentro de
uma região.

5.4.1.4. Patrulhamento Tático

Ações táticas de policiamento ostensivo que possuem características


peculiares de planejamento e emprego e objetivos específicos, realizadas por
meio de patrulhamento motorizado, empregando viatura de maior porte e
possuindo reforço de armamento e equipamento.

5.4.2. Permanência

É a atividade predominantemente estática, executada pelo policial militar,


isolado ou não, em local de risco ou posto fixo, dentro do módulo, preferencialmente
contando com possibilidade de comunicação.

5.4.3. Diligência

É a atividade de busca e apreensão de objetos e (ou) busca e captura de


pessoas em flagrante delito ou mediante mandado judicial.

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5.4.4. Escolta

É a atividade de policiamento ostensivo destinada à custódia de pessoas


ou bens, em deslocamento.

5.4.5. Base Comunitária de Segurança (BCS)

Edificação policial-militar fixa, instalada segundo os critérios de


acessibilidade, visibilidade e existência de comunidade que necessite de
atendimento diuturno, servindo como ícone de referência da Polícia Militar para
prestação do policiamento comunitário.

5.4.6 Inteligência Policial

Forma de atuação do policiamento, complementar e em apoio ao


policiamento ostensivo, com o emprego de policiais militares em trajes civis,
possuindo características, princípios e variantes próprias.

5.5. Circunstâncias

São condições que dizem respeito à frequência com que se torna exigido o
policiamento ostensivo.

5.5.1. Rotineira

É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um plano


sistemático, que contém a escala de prioridades.

5.5.2. Especial

É o emprego eventual e temporário de meios operacionais, face a


acontecimento imprevisto, que em certos casos pode exigir manobra e/ou alocação
de recursos.

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5.6. Serviço

Um serviço é um produto da atividade humana que satisfaz a uma


necessidade, sem assumir a forma de um bem material.

5.6.1 Ordinário

Movimentação de tropa já em atividade ou comtemplada pela sua carga


horária.

5.6.2 Extraordinário

Movimentação de tropa em horário diverso ao de rotina, sendo necessária


a alocação de recursos para sua manutenção. Adicional pago aos policiais militares
empregados no policiamento em situações excepcionais ou temporárias realizam
jornada extra de trabalho.

5.7. Lugar

É o espaço físico em que se emprega o Policiamento Ostensivo.

5.7.1. Urbano

É o policiamento executado nas áreas edificadas e de maior concentração


populacional dos municípios.

5.7.2. Rural

É o policiamento executado em áreas que se caracterizam pela ocupação


extensiva, fora dos limites da área urbana municipal.

5.8. Número

É o efetivo empenhado em uma ação ou operação.

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5.8.1. Fração elementar

Fração de tropa, de até cinco Policiais Militares (PM), que não constitua
Grupo Policial Militar (GPM), para emprego coordenado (1 PM; 2 PM; 3 PM)

5.8.2. Fração constituída:

É a tropa com efetivo mínimo de 01 (um) GPM.(Gp PM; Pel PM; Cia
PM – Esqd; BPM – RPMont)

5.9. Forma

É a disposição da tropa no terreno para execução do Policiamento


Ostensivo.

5.9.1. Desdobramento

Constitui a distribuição das UOPM no terreno, devidamente articuladas


até o nível GpPM, com limites de responsabilidades perfeitamente definidos.

5.9.2. Escalonamento

É o grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos níveis da cadeia


de comando, no seu espaço físico.

5.10. Tempo

É a duração de empenho diário do policial-militar no Policiamento


Ostensivo.

5.10.1. Jornada

É o período de tempo, equivalente às 24 horas do dia, em que se


desenvolvem as atividades de Policiamento Ostensivo.

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5.10.2. Turno

É a fração da jornada com um período de tempo previamente determinado.

Figura 1 – DIAGRAMA DAS VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

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6. REQUISITOS BÁSICOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

6.1 Conceituação

São comportamentos padronizados, que proporcionam as condições


básicas para o pleno exercício das funções policiais-militares, e, por isso, refletem
o nível de qualificação profissional do homem e da corporação. Compreendem
os requisitos básicos, as formas de empenho em ocorrências, os fundamentos
legais e as técnicas mais usuais.

6.2 Conhecimento da missão

O desempenho das funções de policiamento ostensivo impõe como


condição essencial para eficiência operacional, o completo conhecimento da
missão, que tem origem no prévio preparo técnico-profissional, decorre da
qualificação geral e específica e se completa com o interesse do PM.

6.3 Conhecimento do local de atuação

Compreende o conhecimento de todos os aspectos físicos do terreno, de


interesse policial-militar, assegurando a familiarização indispensável ao melhor
desempenho operacional.

6.4 Acessibilidade

Deve ser facilitada à comunidade o acesso aos serviços da Polícia Militar,


seja pelo telefone ou pelo local de estacionamento da patrulha. Também devem
ser amplamente divulgados os endereços das unidades policiais-militares.

6.5 Relacionamento

Compreende o estabelecimento de contatos com os integrantes da comu-


nidade, proporcionando a familiarização com seus hábitos, costumes e rotinas, de

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forma a assegurar o desejável nível de controle policial-militar, para detectar


e eliminar as situações de risco, que alterem ou possam alterar o ambiente
de tranquilidade pública.

6.6 Postura e compostura

A atitude, compondo a apresentação pessoal e a correção de maneiras no


encaminha- mento de qualquer ocorrência, influi decisivamente na confiabilidade
do público em relação à Corporação e mantém elevado o posicionamento do
PM, facilitando-lhe, em consequência, o desempenho operacional.

6.7. Comportamento na ocorrência

O caráter impessoal e imparcial da ação policial-militar revela a natureza


eminente- mente profissional da atuação, em qualquer ocorrência, e requer seja
revestida de urbanidade, energia serena, brevidade compatível e, sobretudo, isen-
ção.

7. FORMAS DE EMPENHO EM OCORRÊNCIAS

7.1 Averiguação

É o empenho do PM, visando à constatação do grau de tranquilidade de-


sejável e (ou) à tomada de dados e exame de indícios, que poderão conduzir a
providências subsequentes.

7.2. Advertência

É o ato de interpelar o cidadão encontrado em conduta inconveniente,


buscando a mudança e sua atitude, a fim de evitar o cometimento de contravenção
penal ou crime.

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7.3. Orientação

É o ato de prevenir a ocorrência de delitos através do esclarecimento ao


cidadão, sobre as medidas de segurança que o mesmo deve tomar.

7.4. Prisão

É o ato de privar da liberdade alguém encontrado em flagrante delito ou em


virtude de mandado judicial.

7.4.1. Flagrante delito

Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes


deverão prender quem:

a. Está cometendo a infração penal;

b. Acaba de cometê-la;

c. É perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,


logo após cometer a infração penal, e. É encontrado, logo depois, com
instrumentos, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração.

7.4.2. Mandado Judicial

É a ordem escrita da autoridade competente (juiz de direito) determinando


a:

a. Prisão preventiva;

b. Prisão em virtude de pronúncia;

c. Prisão por efeito de condenação.

d. O mandado judicial deve: ser lavrado pelo escrivão e assinado pela

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autoridade que o expede;

e. Designar a pessoa, que deve ser presa, pelo seu nome, alcunha e sinais
característicos;

f. Mencionar a infração penal que motivar a prisão;

g. Ser dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

7.4.3. Precauções

a. A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, desde


que respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

b. Para efetuar a prisão, é admissível que o policial-militar empregue


força física moderada, sempre sem violência arbitrária ou abuso de poder, nos
casos de:

• Resistência;

• Agressão;

• Tentativa de fuga.

7.4.4. Assistência

É todo auxílio essencial ao público, prestado pelo policial-militar de forma


preliminar, eventual e não compulsória.

7.4.5. Autuação

É o registro escrito da participação do PM em ocorrência, retratando


aspectos essenciais, para fins legais e estatísticos, normalmente feito em ficha,
talão ou Boletim de ocorrência da Polícia Civil, em se tratando de infração penal,

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terá sempre em vista o êxito da persecução criminal, o PM, ao registrar


particularidades de ocorrência atendida, deve primar pela imparcialidade, somente
mencionando circunstâncias relevantes constatadas. Não deve, sob qualquer
pretexto, transcrever as versões apresentadas pelas partes envolvidas ou
conclusões pessoais apressadas.

7.4.6. Aspectos relevantes

a. A atuação, em termos preventivos, da PMBA, é importantíssima,


porque a simples ação de presença ostensiva, hábil, atenta, apoiada sempre
no exemplo e no espírito de justiça, constitui fator de desestímulo à prática de
ilícitos penais e a melhor garantia da respeitabilidade da lei.

b. Em razão de a Polícia Militar atuar de maneira ostensiva, exercendo


suas atribuições à vista de todos, utilizando uniforme que a identifica, o PM deve
adotar, permanentemente, elevada conduta moral, quer no exercício funcional,
quer na vida privada.

c. Na execução do policiamento ostensivo, o PM deve colocar-se, sempre,


em condições de observar bem e, simultaneamente, ser facilmente visto, com o
objetivo de melhor atender, em caso de informações e auxílio ao público,
desestimulando, em decorrência, a prática de ações antissociais ou delituosas. As
definições e os conceitos estabelecidos neste Manual foram obtidos a partir de
pesquisa na doutrina e legislação corrente sobre o tema e, portanto, não têm a
pretensão de esgotá-lo, mas apenas de servir como um guia conceitual sintético
aos operadores policiais militares.

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8. ESTRATÉGIAS E PROGRAMAS DE POLICIAMENTO

8.1 Estratégias de policiamento

São mecanismos de comando voltados para o emprego dos recursos


(humanos e materiais) para coordenar forças policiais em um território, notadamente
no emprego de operações e ações de Polícia Ostensiva e de Preservação da
Ordem Pública, com vistas a cumprir a missão constitucional e oferecer serviços
prioritários de segurança pública ao cidadão. São Estratégias de Policiamento:

8.1.1 - Policiamento Tradicional ou combate profissional do Crime –


Estratégia que consiste no foco direto sobre o controle do crime, através de
atividades especializadas e definidas pela função sem território fixo de atuação,
com a utilização de patrulhas motorizadas e ligadas a central de rádio, que atendem
a chamadas.

8.1.2 - Policiamento Estratégico – O conceito desta estratégia reside no


controle do crime não somente no atendimento das chamadas feitas a central de
rádio e despachadas para as viaturas, mas sim de, investigar, estudar pesquisar,
através de análises criminais, o comportamento de criminosos e vítimas e dos
aspectos facilitadores do acontecimento do crime devido ao ambiente, direcionando
a distribuição de patrulhas no terreno, observando dias, horários e locais de maior
índice criminal e “modus operandi” de meliantes.

8.1.3 - Policiamento Orientado ao Problema – Estratégia pautada na


resolução dos problemas de crime, medo e desordem, observando a origem das
causas e envolvendo todos os atores envolvidos no problema na busca de soluções
pactuadas e ampliando o campo de interação e eficácia.

8.1.4 - Policiamento Comunitário – É uma estratégia organizacional que

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visa a aproximação das estruturas de segurança pública com a comunidade,


buscando restabelecer a confiança e o entendimento das demandas sociais,
orientando suas atividades para a resolução das causas dos problemas com a
participação do cidadão.

8.1.5 – Repressão Qualificada – É uma estratégia organizacional que visa o


enfrentamento da criminalidade, através de técnicas e táticas policiais militares de
média e alta complexidade com o apoio de técnicas do uso diferenciado da Força
e Tecnologias e armas não letais.

8.2 Programas de policiamento

São subdivisões dos tipos de policiamento ostensivo voltados para


determinados objetivos e publicos específicos, constituídos por conjuntos de
diretrizes e projetos de implantação duradoura, ajustáveis ao longo do tempo,
que traduzem a estratégia operacional da Instituição. A organização do policiamento
em Programas define melhor os padrões de execução e facilita o planejamento
orçamentário para sua manutenção. O êxito dos Programas depende da
combinação das diretrizes, da logística e do empenho dos Comandantes (em
todos os escalões) em cumpri-los. São eles:

8.2.1. Programa de Policiamento Escolar e Universitário

Programa de policiamento cuja atividade policial ostensiva está voltada à


segurança dos estabelecimentos de ensino, visando cumprir o estabelecido no
Programa de Segurança Escolar, de modo a satisfazer as necessidades de segurança
da comunidade escolar. É realizado por meio da Ronda Escolar.

8.2.2. Programa de Forças Táticas

Programa de policiamento cujo efetivo é fixado em razão de certas

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peculiaridades da região onde atua e do índice de criminalidade, considerados os


homicídios e os roubos. Força Tática, por sua vez, é a denominação que recebe a
fração da Força de Patrulha reforçada, treinada para ações táticas de polícia
ostensiva e de preservação da ordem pública, tais como: a prevenção setorizada,
com intensificação ou saturação localizada de policiamento, repressão ao crime
organizado ou em locais com alto índice de crimes violentos, ocorrências de vulto,
eventos de importância, controle de tumultos e ações para restauração da ordem
pública de maior magnitude. Realiza o patrulhamento tático motorizado, executado
com viatura de maior porte e com reforço de armamento e equipamento, empregado
segundo as normas em vigor, isoladamente ou em conjunto, e coordenado com os
demais programas do policiamento ostensivo.

8.2.3. Programa de Prevenção e Repressão a Roubo em Coletivos

Programa que tem por objetivo prevenir e reprimir ações delituosas praticadas
contra coletivos e usuários do referido sistema, em locais e horários críticos.

8.2.4. Programa Prevenção e Repressão a Roubo e furto de Veículos

Programa de policiamento que tem por finalidade prevenir e reprimir ações


delituosas praticadas contra roubo e furto de veículos, em locais de grande número
de ocorrências deste tipo de delito e nas vias de grande movimentação de tráfego
e saída das grandes cidades.

8.2.5. Programa Policiamento com Motocicletas

Programa de policiamento voltado ao aprimoramento do emprego desse


processo de policiamento na prevenção de ilícitos penais, principalmente nos
grandes corredores de trânsito dos municípios mais populosos, segundo a análise
e estudo das variáveis indicadoras de criminalidade, de forma a permitir o
acompanhamento e mensuração da sua eficácia em períodos pré-estabelecidos.

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8.2.6. Programa Policiamento voltado ao atendimento de Grupos Vulneráveis

Programa de policiamento voltado ao atendimento específico e qualificado


de grupos vulneráveis como: Mulheres vítima de violência doméstica, pessoas
vítimas de tráfico de seres humanos, exploração infanto-juvenil e crimes de gênero
e racial.

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PARTE II – DOUTRINA DE EMPREGO OPERACIONAL

HISTÓRICO DAS DOUTRINAS DE EMPREGO


OPERACIONAL NA PMBA

9.1 Doutrina de emprego operacional

Os resultados positivos alcançados pela Polícia Militar da Bahia, após a


experiência exitosa relacionada a implantação do Sistema de Policiamento
Ostensivo Integrado (POI) em 1985, tendo o pelotão como Unidade básica,
tática e operacionalmente ideal para execução da atividade fim, acabou por
desencadear a publicação da Portaria Nº CGC/014/06/91 e Portaria Nº 015/06/
91, no BGO Nº 124 de 09/07/1991, pela corporação, tendo a primeira aprovado
o Manual de Policiamento Ostensivo (POI) e a segunda implantado o referido
sistema.

Considerando que o Cel PM R/R Edmundo Guedes, no livro “O


Planejamento Operacional em Polícia Militar”, na 1ª Edição, págs. 21 a 27,
publicado no ano de 1991, afirmava que existem três tipos de sistemas de
policiamento: O Integrado, o Especializado e o Eclético ou Misto, sendo que no
Integrado a OPM é capaz de atender a todo a qualquer tipo de ocorrências,
utilizando todos os tipos de policiamento. No Especializado é aquele em que a
Unidade básica da PM (BPM, CIA, Esqd ou Regimento) executa um tipo de P.O
para cumprir sua missão. O Eclético é a combinação do Especializado e do
Integrado, dando ênfase ao modelo Especializado na Região Metropolitana ou
Capital e o Integrado na região do interior.

Considerando que a experiência buscou alcançar a integração do policia-


mento ao nível do Policial Militar executar em seu posto de serviço todos os tipos
de PO necessários para sanar uma ocorrência policial, contudo, devido à com-

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plexidade do cenário de segurança pública com o aumento dos índices de


criminalidade e ações de facções criminosas em vários municípios do território
baiano, houve um incremento das ações de Unidades Especializadas, voltadas
ao enfrentamento destes grupos fortemente armados e especializados em artefa-
tos explosivos, utilizados em assaltos a agências bancárias e Carro forte, modi-
ficaram, o emprego da PMBA, demandando a expansão do sistema de policia-
mento especializado e redução do sistema de policiamento integrado.

Considerando que com a expansão das Unidades Especializadas para o


interior do Estado, devido ao enfrentamento de grupos criminosos organizados e
facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas e armas, o conceito de policia-
mento Eclético ou Misto, tornou-se inapropriado pois a ênfase do policiamento
Especializado se deu também no interior em áreas de divisa, em municípios es-
tratégicos e com utilização de tropas Especiais voltadas para intervenções rápi-
das, repressão qualificada e atendimento de ocorrências de alto grau de comple-
xidade, vindo à tona um novo conceito de Sistema Híbrido.

Recentemente, a atualização do Manual Básico de Policiamento Ostensi-


vo neste Manual de Doutrina e a inserção do Sistema de Policiamento Híbrido,
as estratégias de policiamento, bem como a oferta de serviços de Polícia Osten-
siva e Cidadã a sociedade baiana, sinalizada pelo Plano estratégico da PMBA
2017 – 2025, requereu a formalização de proposta de doutrina de emprego
operacional para a PMBA, adequado o novo modelo já em andamento e a nova
estratégia operacional estabelecida.

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9.2 Implantação do policiamento ostensivo integrado (POI) na PMBA:

9.2.1 Histórico

No ano de 1974, ficou estabelecido o Sistema Integrado como a doutrina


de emprego operacional na polícia Militar da Bahia, por meio da aprovação do
Plano de Policiamento Ostensivo Integrado da Região Metropolitana de Salva-
dor.

Naquela oportunidade os quatro batalhões existentes em Salvador (dois


de ostensivo geral, um de trânsito e um de representação de segurança) foram
transformados em batalhões de policiamento integrado, responsáveis cada um
por uma quarta parte do espaço territorial da cidade de Salvador.

O Policiamento Ostensivo Integrado – POI – ficou consolidado com a Lei


nº 3.406, de 26 de setembro de 1975, Lei de Organização Básica, onde em seu
artigo 37 diz:

“Os Batalhões de Polícia Militar (BPM) e Companhias de Polícia Militar


(Cia PM) deverão, em princípio, integrar as missões de policiamento ostensivo
normal, de trânsito, de guardas, de radiopatrulhamento, de choque, ou de outros
tipos de acordo com as necessidades das áreas por elas jurisdicionadas”.

“Esta transformação se consolidou no ano seguinte, de 1976, com os


quatro batalhões ajustando à nova dinâmica e às novas missões, criando-
se um grande comando intermediário, o Comando de Policiamento da ca-
pital, com o objetivo de coordenar, controlar e fiscalizar as atividades
operacionais na RMS. Ainda no Ano de 1975 a Cia de Rádio Patrulha se
transforma em Companhia de Polícia de Choque, e suas viaturas são dis-
tribuídas pelos quatro batalhões. Em 1983 a Cia se transforma no Bata-
lhão de Choque.” (Borges & Cap PM Boaventura, 1991, p. 6)

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9.2.2 A experiência do 7º Batalhão de Polícia Militar

Para atuar na proposta do POI, o 7º Batalhão, primeiramente transformou


as Companhias Especializadas em Companhias de Policiamento Ostensivo
Integrado – POI – CIA POI. Mediante um estudo de situação a área foi dividida
em cinco subáreas, e cada uma delas entregue à responsabilidade de uma CIA
POI. A implantação deu-se observando os seguintes procedimentos:
conscientização de todo efetivo; divisão de limites das subáreas; escolha do perfil
dos Comandantes das Cias; dentre outras.

Consolidadas as Companhias, com o conhecimento de suas respectivas


subáreas, o sistema foi avançando e o mesmo procedimento foi empregado para
os pelotões.

Em resumo, o grande obstáculo encontrado para o alcance das metas foi a


falta de meios, viaturas, efetivo para cobrir os setores. (Borges & Cap PM
Boaventura, 1991, p. 8)

9.2.3 O POI nos dias atuais

O POI atualmente é desenvolvido em forma insípida pelas Unidades


Operacionais (BPM e CIPM) e muitos dos seus oficiais e praças desconhecem a
sua doutrina e procedimentos. Devido a falta de efetivo e o aumento de emprego
de tropa nos grupos de rádio patrulhamento e a municipalização do trânsito em
grandes cidades, reduziu o tipo de policiamento ao Policiamento Ostensivo Geral
(POG), no processo à pé, sendo dado ênfase no processo motorizado.

É vital a doção de medidas para revitalizar as Unidades territoriais com a


socialização dos princípios da responsabilidade territorial e Unidade de Comando.

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9.3 A implantação do projeto polícia cidadã (PPCid) na PMBA

9.3.1 Histórico

Em resposta à crise do modelo burocrático, à crise política e à crise fiscal,


foi implementada a Nova Administração pública, com uma nova cultura denomi-
nada gerencial. Nos anos de 1983 a 1985, observando à tendência político-
administrativo-social, em antecipação a nova ordem administrativa, na vanguarda
das políticas públicas de segurança no Estado da Bahia, o Sr. Ten Cel Alberto
Salles Paraíso e o então Cap PM Pedro Nascimento Boaventura, consolidaram o
marco gerador do policiamento comunitário na cidade de Salvador. A partir de
1985 e com a Constituição Brasileira de 1988 as polícias militares reformularam
a sua cultura de atuação, pois a presença do estado democrático de direito era
legítimo e real. O termo cidadão-cliente passou a ser reconhecido como o foco
para o qual as políticas públicas direcionavam seus esforços.

Em 1995, nasceu o Programa de Modernização da PMBA, com a cele-


bração de um convênio entre a polícia militar e a UFBA. Da parceria intitulada de
Programa PM-UFBA, que realizou uma série de estudos e projetos Marco histó-
rico que definiu o pioneirismo da polícia Militar da Bahia, em âmbito nacional.
Nesse interim foram realizados uma série de estudos e projetos, tais como: Plane-
jamento Estratégico na PM; Reestruturação Organizacional; Projeto de redefinição
dos níveis hierárquicos; Projeto de implantação de qualidade em serviços de se-
gurança pública (Projeto Polícia- Cidadã).

No ano de 1998 surge o Projeto Polícia Cidadã (PPCid), baseada em dois


pilares básicos: a execução do policiamento comunitário e a adoção de ferramentas
preconizadas pela Gestão Contemporânea pela Qualidade. O PPCid foi criado,
através da Nota de Serviço nº 001/99, publicada na Separata ao BGO nº 61, de

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30 de março de 1999. Ela disciplinou a sua operacionalização no terreno das


ações policiais, adotando Companhia Independente como referência de
organização menos burocrática em relação ao Batalhão PM.

Em 2000 o PPCid experimentou uma evolução de bons resultados, todavia


enfrentou dificuldades na culturalização organizacional, o que resultou em seu
retrocesso. Em fevereiro de 2003, houve uma retomada significativa do referido
projeto, pois o mesmo se tornou Programa de Governo. Nesse período houve
um resgate da aplicabilidade da filosofia de polícia comunitária, tendo como marco
Institucional a Nota de Serviço DQPDT-001/2003.

No ano de 2007, a União executou o Programa Nacional de Segurança


Pública com Cidadania (PRONASCI), articulando ações dos órgãos federais,
em cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios e com a participação
das famílias e comunidade. A sua execução se deu através de programas, projetos,
ações e mobilização social. O referido Programa foi instituído através da Lei nº
11.530, publicada em Diário Oficial da União em 25/10/2007. (Rocha, 2018)

9.3.2 A experiência da 13ª Companhia Independente de Polícia Militar

Algumas Unidades foram selecionadas como piloto para a implantação do


Projeto Polícia Cidadã (PPCid). Em Salvador inicialmente as Companhias
Independentes (CIPM), novas estruturas organizacionais previstas pelo projeto
surgiram com o desmembramento do 16º BPM (orla) nos bairros da Barra (11ª
CIPM), Rio Vermelho (12ª CIPM), Pituba (13ª CIPM), Costa Azul/Stiep (14ª
CIPM), Itapuã (15ª CIPM) e Boca do Rio (39ª CIPM), foram destaques da
operacionalização do Projeto. A 13ª CIPM (Pituba), o 4º BPM (Alagoinhas) e a
1ª CIPM (Senhor do Bomfim). O 4º BPM desenvolveu grande parte do projeto
polícia cidadã com ênfase na gestão da qualidade nos serviços e na implantação
de conselhos comunitários. Já a 1ª CIPM notabilizou-se em ações preventivas

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junto à comunidade e a utilização de atividades lúdicas como o teatro para comunicar


ao cidadão orientações sobre cuidados com situações de segurança no cotidiano
da comunidade a exemplo dos fogos de artifício (espadas) e uso de bebida alcoólica
no período junino.

A 13ª CIPM buscou nas experiências exitosas da 11ª CIPM (Barra/Graça)


e da 12ª CIPM (Rio Vermelho) com a aplicação de policiamento específico as
necessidades da comunidade, bem como o desenvolvimento de ações gerenciais
da qualidade previstas no PPCid, os recursos para a obtenção de resultados
significativos e marcantes que levaram a população do Bairro a considerar que
houve uma melhora em termos de segurança e policiamento destas localidades,
destacando como características da atuação PM o emprego de policiais militares
mais educados, atenciosos e policiamento mais intenso (Filho Nelson, pág.13).

Os preparativos para a implantação do PPCid na 13ª CIPM foram


caracterizados pela preparação de todo efetivo da Unidade para trabalhar em
parceria com a comunidade com a realização de pesquisa diagnóstica pelos próprios
policiais com os residentes e frequentadores da Pituba sobre seus problemas,
expectativas e prioridades na área de segurança. Deste diagnóstico surgiram os
Planos de Policiamento, Postos de Serviço e escalas para enfrentar os problemas
e buscar soluções para estes.

Foi feita também uma pesquisa com o efetivo verificando o perfil dos policiais
militares para as demandas de funções de policiamento e a escolha dos postos e
horários de serviço.

Como resultado destas ações gerenciais obteve-se uma tropa motivada e


qualificada para atuar na área de responsabilidade e nas suas demandas específicas.

O Projeto Polícia Cidadã é dividido em 06 (seis) linhas de ação a saber:

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Na Linha de Ação 1 – Integração com a Comunidade. O objetivo consiste


em viabilizar um canal de participação do cidadão - cliente com a criação do
Conselho de Segurança Comunitária. Ações realizadas nesta linha de ação:
Implantação do Conselho Comunitário com reuniões preliminares, estatuto do
conselho aprovado, registrado, publicado em Diário Oficial e criação de fóruns,
reuniões semanais e ações sociais (Campanha contra as drogas), levantamento
estratégico (Cartas, questionário e contato do PM com o cidadão).

Com a instalação da ouvidoria foi estabelecido um canal com o cidadão-


cliente tendo: 01 (um) Oficial responsável, serviço de 24 horas por dia, o registro
de queixas, sugestões e elogios tinham retorno imediato; ligações realizadas para
o cidadãos vítimas de violência ou crimes e estabelecimento de caixa de sugestões
para o efetivo apresentar críticas e sugestões para o comando.

A linha de Ação 2: reengenharia da UOPM. Tem como objetivo a


reestruturação da UOPM, voltando-a prioritariamente para o atendimento das
necessidades da comunidade, através das Subunidades. Ações: elaboração do
organograma – Nova LOB.

A Unidade era comandada pelo Maj PM Yuri Pierre Sampaio Lopes e no


organograma desta constava o Comitê de Qualidade Total e a Unidade de
Planejamento Operacional chefiada pelo 1º Tem PM Marcelo Carvalho do Espírito
Santo como coordenador e subcoordenador, respectivamente, a ouvidoria setorial
era chefiada pelo 1º Ten PM Jorge Antônio de Souza Maia.

A área de responsabilidade da 13ª CIPM foi sendo ampliada depois da


sua instalação, tinha como limites a Praça dos Jangadeiros em Amaralina, Av.
Otávio Mangabeira, Praça do Budião, Largo das Baianas, Av. Manoel Dias da
Silva e nas paralelas e perpendiculares a esta até o Jardim dos Namorados,
excetuando a Av. Paulo VI, a Rua das Ubaranas, a Av. Magalhães Neto e o

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loteamento Vela Branca.

Foram adicionados à área da 13ª CIPM a Av. Paulo VI, o fim de linha da
Pituba, a Rua Miguel N. Canizares; o loteamento Vela Branca, as ruas Ubaranas
e do Norte e o Parque Júlio César sendo realizada uma descentralização de
gestão operacional, através dos setores (pelotões comandados por tenentes) e
Sub setores (coordenados pelos sargentos). Setor Alfa – 1º Pelotão (Amaralina);
Setor Beta – 2º Pelotão (Praça Brasil Vela Branca); Setor Charlie – 3º Pelotão
(Jardim dos namorados e Parque Júlio César); Setor Delta – 4º Pelotão (Av.
Paulo VI); Setor Eco – 5º Pelotão (fim de linha da Pituba).

A implantação da Gestão pela Qualidade Total foi realizada com a publicação


da Nota de Serviço Nº 001/98, que detalhou as ações e atividades a serem
desenvolvidas e as atribuições e responsabilidades dos atores envolvidos.

Foi implantado também o sistema de Ponto-Base eletrônico, através de


bastão onde o PM inseria em botons instalados nos PB em locais definidos nos
cartões programas, controlando a execução destes com comprovação de relatório.
Foi estabelecido também Cartão-programa para os policiais militares escalados
nos módulos da Praça Brasil, fim de linha da Pituba, Largo das Baianas e Av.
Paulo VI, aumentando a abrangência do policiamento e estimulando interação
com os cidadãos.

O Policiamento Ostensivo de Quarteirão foi implantado em decorrência


do grande efetivo feminino existente na Unidade, 161 policiais femininas e o
formato das ruas do bairro da Pituba favoreceram este tipo de distribuição do
policiamento no processo à pé, pois formam quadrantes entre as ruas paralelas a
Av. Octávio mangabeira, Manoel Dias da Silva e Rua Amazonas e as
perpendiculares as ruas com nomes de Estados. Uma policial feminina ficava 30
minutos em cada esquina das Ruas e faziam rotação, seguindo um cartão –
programa, dando a sensação ao cidadão de que existia mais efetivo usado no
policiamento nas avenidas, pois observava-se policiais diferentes a cada momento
que passava.

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A Linha de Ação 3: Gestão do Compromisso – Motivação. Tinha o objetivo


de identificar os fatores que motivam o policial a participar ativamente do novo
modelo de gestão. Como ações desta linha, podemos destacar: Realização de
melhorias visíveis e imediatas como a identidade visual e aluguel de nova sede da
Unidade em um imóvel amplo e digno; participação dos policiais nas decisões da
Unidade em comissões: jornal da 13ª CIPM (Ventania – Pituba em Tupi Guarani,
nome selecionado por indicação do Soldado Reginaldo Alves, atualmente 1º
Tenente PM e votação pelos PM. Designação de comissão de justiça/disciplina,
compostas por oficiais e praças que julgavam o desvio de conduta e/ou ações
elogiosas e elaboração de relatórios de gestão e cartilhas de Normas Gerais de
Ação; Realização de competições esportivas com o efetivo da Unidade; canal de
comunicação desburocratizado e acessível; criação de núcleo religioso; criação
de modelo de reconhecimento, através de certificados e elogios em parede e
quadro de aviso; realização de convênios em estabelecimento comerciais e de
ensino para acesso aos policiais militares que se destacaram na execução do
policiamento; oferta de bolsas em curso de línguas e pré-vestibulares para os
policiais militares, contribuindo para o crescimento pessoal e auxílio a turistas
durante o serviço; realização de cursos de capacitação para todo o efetivo em:
Qualidade Total, Direitos Humanos, atendimento ao cidadão na Fundação do
Servidor Público do Estado da Bahia (FUNDESP) e Controle Emocional.

A Linha de Ação 4:Gestão da Excelência – Indicadores. Teve como objetivo


fornecer informações sobre o desempenho da UOP. Preservar a ordem Pública
em parceria com a Comunidade, na sua área de atuação, através do policiamento
ostensivo, com ênfase nas ações preventivas.

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Assim com a utilização dos indicadores, a 13ª CIPM gerenciava suas roti-
nas prioritárias, ou seja, aquelas que impactavam na satisfação dos clientes e
permitiam aos usuários finais dos serviços mais importantes avaliar o serviço pres-
tado. O procedimento para cumprimento das ordens de policiamento ostensivo
(O.P.O) implantado na 13ª CIPM e elaborado pelo Maj PM Yuri Pierri Sampaio
Lopes e o 1º Tenente PM Marcelo Carvalho do Espírito Santo é um exemplo
disto e era desenvolvido da seguinte forma:
a) Preenchimento da solicitação com a verificação dos itens necessários a
confecção da OPO;
b) Despacho de documento à Unidade de Planejamento Operacional para
a preparação da OPO;
c) Contato com o (a) solicitante pela seção de planejamento, para confir-
mação das informações e envio de uma cópia da OPO;
d) Envio da cópia da OPO para o Oficial de Operações, para as guarni-
ções escaladas, e para central de rádio;
e) Execução da OPO pelo efetivo escalado com a confecção do relatório
de cumprimento da OPO;
f) Contato com o (a) solicitante, através da seção de Planejamento, para
realizar pesquisa de satisfação;
g) Tabulação e avaliação, pela seção de planejamento, das informações
coletadas através de relatório de cumprimento de OPO e da pesquisa de satisfa-
ção;
h) Informação ao CMT da UOP dos resultados obtidos.
A Linha de Ação 5: Educação continuada. Tem como objetivo estabelecer
um processo de aprendizado contínuo através da metodologia da educação con-
tinuada ocorrendo da seguinte forma:

· Sala de aula na própria CIPM;

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• Os 13 (treze) facilitadores/multiplicadores eram soldados com curso de


Qualidade Total e membro do círculo de Controle de Qualidade;

• As aulas eram divididas em módulos sendo 02 (dois) com conteúdos


voltados para policiamento comunitário e 02 (dois) sobre policiamento ostensivo
e comportamento em ocorrências, com desenvolvimento de um em cada semana
totalizando quatro no mês;

• Os módulos eram elaborados com linguagem simples e direta, com


gravuras e gráficos, tendo no máximo 2 (duas) páginas;

• Todo efetivo passava pela instrução semanal em 04 (quatro) dias, de


segunda a quinta feira, nos horários de 7h às 8h30, 9h às 10h30, 13h às 14h30;
15h às 16h30e 18h às 19h30;

• Eram 17 turmas compostas por 20 ou 25 alunos;

• As aulas eram durante o serviço com duração de aproximadamente


1(uma) hora e meia.

• A Linha de Ação 6: núcleo da memória. Tem o objetivo de documentar


todo o processo de implantação, conservando-o e expondo-o de forma a facilitar
o acesso para consultas, tendo as seguintes ações:

• Levantamento de todo histórico do bairro;

• Realização de registro histórico da CIPM;

• Arquivo de fatos, fotos publicadas, etc.;

• Registro em atas de todas as reuniões internas e externas;

• Documentação de todo o processo de implantação do projeto Polícia

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Cidadã, Gestão pela Qualidade Total.

Com ações desenvolvidas se destacam o “Projeto Prevenir é Chegar Antes,”


cujo objetivo era a prevenção de drogas nas escolas que foi desenvolvido da
seguinte forma:

• Caminhada de abertura organizada pelo Conselho de Comunitário de


Segurança e a participação de escolas, comerciantes e moradores;

• Elaboração e distribuição de 30.000 folders educativos por 1 (um) PM


mais 01 (um) estudante em dupla;

• Colocação em pontos estratégicos do bairro de 5 outdoors pagos pelos


comerciante;

• Criação e apresentação de painel ilustrativo com drogas itinerantes nas


escolas;

• Apresentação da Peça Teatral “Que Droga!” nas escolas cuja reportagem


foi apresentada no Programa “Fantástico,” exibido na emissora Globo, com a
comunidade, ações presentes nas linhas de ação 1 (Integração com a comunidade),
2 (reengenharia da UOPM) e 3 (integração) do PPCid.

• Tudo isso demonstra uma similaridade entre as duas formas de organização


do policiamento, contudo, a criação e implantação de Companhias Independentes
sem a existência dos Batalhões Gestores como preconizado no projeto, trouxe
uma anomalia e incongruência caracterizada pela proliferação de minis batalhões
(CIPM) com funções não previstas no seu intento inicial e com redução de efetivo,
absolvido por funções administrativas e de guarda de imóveis inadequados para
uso como instalações policiais, resultando em segurança interna fragilizada e falta
de localização de Sede da Unidade em virtude de constantes mudanças de imóveis
alugados.

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9.3.3 O PPCid nos dias atuais

O Projeto Polícia Cidadã foi um marco histórico de mudança do emprego


operacional do policiamento ostensivo pela PMBA.

É um sinalizador que visa nortear as ações da Polícia Militar da Bahia na


busca da excelência e na prestação dos serviços de segurança pública, adotando
os princípios básicos da Gestão pela Qualidade Total, por nos dar oportunidade
de melhor interagir com o cidadão-cliente, promover o crescimento do ser humano
e oferecer um sistema gerencial que se coaduna com a cultura e as necessidades
da corporação.

O Policiamento Ostensivo Integrado já sinalizava para a responsabilização


da área e a Unidade de Comando, visando a prestação de contas, bem como, a
valorização do cidadão policial militar e da aproximação da UOP.

O aumento da criminalidade e uso de armamentos de maior calibre, alto


poder de impacto letal, demandou das Unidades operacionais o aumento do uso
de guarnições de emprego tático operacional que possuem maior número de
policiais militares e qualificação para uso de armamentos e de igual calibre usados
pelos meliantes, o que acarretou na desestruturação das CIPM, redução do efetivo
de policiamento à pé e de proximidade e latência das ações de Polícia Cidadã.

9.4 A evolução e expansão do Sistema Especializado

9.4.1 Histórico

Antes da implantação do Plano de policiamento Integrado, em 1974, as


Unidades que atuavam na cidade do Salvador eram especializadas, cada uma
executando um tipo de policiamento, tendo o Batalhão de Representação e
Segurança (BRS) responsável pelo Policiamento de Guardas e de Choque. O
BPRS foi extinto em 1975, dando origem a cia de guardas e cia de choque que foi
elevada a nível de Batalhão em 1983. Em 1986 foi reativado o regimento de

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Polícia Montada, em 1983, a Companhia de Polícia Florestal que foi modificada


para COPPA, Companhia de Polícia de Proteção Ambiental. Essas Unidades
eram subordinadas ao Comando de Policiamento da Capital (CPC), mas atuavam
também no interior de Estado em operações específicas, sendo necessário a criação
de um Comando especializado próprio para coordenar as atividades destas
Unidades.

O Comando de Policiamento Especializado (CPE) foi criado em 09 de


julho de 2003, através da lei estadual nº 8.636, tendo sua estrutura organizacional
e orgânica modificada por meio da lei nº 13.201/14, atuando como órgão
coordenador e direcionador das ações policiais militares realizadas pelas Unidades
Operacionais Especializadas e Operações, diretamente subordinadas, de maneira
harmônica e objetiva, com vistas a apoiar as demais Unidades da PMBA em todo
o território baiano.

O CPE surgiu a partir da necessidade apresentada por diversos munícipios


baianos na área de Segurança Pública, sobretudo com o início da Operação
desencadeada na BA 210, que liga os municípios de Paulo Afonso a Sento Sé,
pelo Batalhão de Polícia Rodoviária, no ano de 2000, comandada pelo então
Major PM Antônio Ferreira Fontes, que com o auxílio de 12(doze) guarnições
do TOR (tático ostensivo rodoviário) deslocaram até o município de Rodelas
com o objetivo de fiscalizar o tráfego de veículos que circulavam naquela rodovia,
e que devido as suas condições precárias, não suportava veículos com peso bruto
acima de 24 toneladas.

No decorrer da Operação foi constatada a ocorrência de vários assaltos


nas cidades de Abaré, Chorrochó, Macururé e Rodelas, decorrentes da migração
de meliantes advindos do Estado de Pernambuco. Com a criação da Associação
dos Prefeitos do Sertão Baiano (APSB), no ano de 2001, tendo à frente o Senhor
Paulo Barbosa de Deus, então prefeito da cidade de Paulo Afonso, houve um
grande empenho na busca de soluções e melhorias na área de Segurança Pública,
com o TOR permanecendo em definitivo naquela região, sendo posteriormente

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criada uma companhia nos mesmos moldes da CIOSAC da PMAL, iniciando


desta forma o projeto e criação da Companhia de Polícia de Ações em Caatinga
(CPAC), ocorrida em 18 de abril daquele ano, e da Companhia Independente de
Ações no Cerrado (CIAC), implantada em 23 de dezembro de 2003.

A repercussão positiva com a implantação da CIAC na Região Oeste da


Bahia foi tão grande que o Exmº Sr. Governador do Estado, à época, resolveu
criar de uma só vez, através da Lei no 9.002, de 29 de janeiro de 2004, a CAEMA
(Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica), CAESA (Companhia de
Ações Especiais do Semiárido), CAESG (Companhia de Ações Especiais do
Sudoeste e Gerais) e CAEP (Companhia de Ações Especiais do Paraguaçu),
atualmente denominadas CIPES.

As Rondas Especiais – RONDESP surgiram como uma Operação do


Comando de Policiamento da Capital – CPC, à época, na qual era empregada
uma única viatura sob o Comando do Capitão Coordenador do CPC, que tinha
como missão supervisionar todos os serviços operacionais dos finais de semana,
feriados e no período noturno na cidade de Salvador – Ba. Em 2002 a RONDESP
foi elevada informalmente, a status de Companhia e teve como primeiro Coman-
dante o Major PM Ricardo Feigl. No ano de 2006, a Companhia adotou a cor
marrom-café, após estudos do Departamento de Modernização e Tecnologia da
PMBA, além do aporte logístico em número de viaturas e pessoal que passaram
atuar em Salvador e cidades do interior, em grande eventos ou missões pontuais
devidamente planejadas. Em 2008 recebeu maior representatividade, haja vista a
intenção Institucional em transformá-la em Batalhão, denominado Batalhão Me-
tropolitano de Rondas Especiais. Todavia o referido Batalhão não foi efetivado,
surgindo através da Lei nº 11.356 de 06/01/2009 04 (quatro) Companhias Inde-
pendentes de Policiamento Tático – CIPTs. Em 09/12/2014, através da Lei Es-
tadual nº 13.201, forma criadas mais 06 (seis) CIPTs no Interior do Estado,
RONDESPs Norte, Sul, Leste, Oeste, Sudoeste e Chapada. Em 2016 foi criado

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o primeiro curso de Patrulhamento Tático Móvel CPATAMO da PMBA. Atual-


mente as RONDESPs, juntamente com a Cia de Patamo, executam tático móvel
da PMBA, exercendo um papel de extrema importância no apoio às demais uni-
dades operacionais.

9.4.2 A experiência da CPAC

Criada na Polícia Militar da Bahia pelo decreto nº 7.926, na data de 18 de


abril de 2001, a Companhia de Polícia de Ações em Caatinga – CPAC surgiu
como uma nova unidade especializada para atuar no sertão baiano, tendo uma
missão precípua a de combater as plantações e o tráfico na região conhecida
como “Polígono da Maconha”, além da repressão em roubos a banco, cargas,
ônibus e demais delitos de grande porte ocorridos no interior do Estado, em
circunstâncias onde as tropas ordinárias não estão plenamente aptas a atuar.

No final da década de 90 e início dos anos 2000 foi detectada, pelos órgãos
de segurança pública do Estado, uma atuação de quadrilhas estruturadas a roubo
a instituições bancárias, que deslocavam inclusive de Estado de Pernambuco,
onde houve a implementação de ações capacitadas para tal enfrentamento. Em
setembro de 1997, na Polícia Militar do Estado de Pernambuco (PMPE), através
do BG 173, foi criado os 1º e 2º Pelotões Especiais de Ações na Caatinga (PEAC),
no mesmo boletim foi instituído o Curso Intensivo de Operações e Sobrevivência
na Área de Caatinga (CIOSAC), tendo a referência do treinamento realizado
pelo Exército Brasileiro, através do 72º BI/MTZ – Petrolina/PE e assim
considerando que em 13 de maio de 1997, a Nota Complementar de Instrução
Nº 006/97 – DEIP designou o CFAP daquele estado, como órgão responsável
pela supervisão e ensino do CIOSAC. Em 20 de maio de 1997, a Portaria do
Comando Geral nº 510 da PMPE cria oficialmente o CIOSAC para Oficiais e
Praças da corporação. Na mesma data a Portaria nº 510 aprova o currículo do

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curso, tendo a Portaria nº 512 designado instrutores e monitores do Curso. O


BG nº 126, de 11 de julho de 1997, publica a Portaria do Comando Geral nº
748, de 04 de julho de 1997, designando o Cap PM –Vanildo A. Maranhão e o
1º Ten PMPE José Soares de Morais, para os encargos de Coordenador e
Secretário do CIOSAC.

Diante dessas dificuldades de enfrentamento a ações criminosas nas divisas


do Estado da Bahia, surgiu a necessidade de pensar uma Nova Polícia, com uma
nova roupagem, capacitada e conhecedora do ambiente rural, adaptada e
estruturada para fazer frente ao combate ao crime organizado, e outras práticas
de infrações penais (roubo, sequestro, etc). Baseado nessa necessidade o Sr.
Ten Cel PM Carlos Alberto Muller Andrade – á época Comandante do 3º BPM/
Juazeiro figurou com idealizador e o maior incentivador na criação de um núcleo
voltado a gerir esta concepção - o NIOPAC, para tanto nomeou um comissão
de oficiais e praças para estudo e elaboração de proposta para tal mister.

Assim posto, verifica-se que a CPAC teve sua fase embrionária no


Surgimento do Núcleo de Instrução e Operações Policiais em Área de Caatinga
– NIOPAC, em abril de 2000, no 3º Batalhão de Polícia Militar - Juazeiro/BA,
que foi gerido com a missão de habilitar Policiais Militares (Oficiais e Praças) da
PMBA, integrantes das Unidades Especializadas e de Ações Táticas das Unidades
Operacionais sediadas na região do sertão baiano, assim como de demais OPMs
da capital e interior, capacitando-os a participarem de operações em ambiente
de caatinga. Após a criação, o núcleo foi composto por uma equipe de instrutores
e monitores, sob a Coordenação, á época, do então Cap PM Neves, sendo
habilitados para adestramento e aperfeiçoamento, nesse tipo de treinamento, pelo
Exército Brasileiro, através do 72º BI/MTZ – Petrolina/PE. O Ten Cel PM
Andrade, foi o maior incentivador na criação do NIOPAC que ao longo dos seus
10 anos de existência teve formadas 58 turmas, com policias-militares da Bahia e

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PMs de outras coirmãs.

O treinamento e capacitação foram concebidos com um curso de


especialização policial militar pós-formação, destinado a oficiais e praças da PMBA
com atividades rurais na Base de Caatinga Fazenda Lajeado no distrito de Piçarrão
- Município de Sento Sé/BA. O Conteúdo Programático sintetiza-se num duro
teste das condições físicas e orgânicas - para o enfrentamento do hostil ambiente
de Caatinga; de preparo cognitivo - para o desempenho de funções que exijam
liderança em combate na zona rural; e de preparo emocional - para lidar com as
condições adversas do ambiente e com situações de realismo próprio das atuações
nas operações policiais de auto risco.

Os acervos do NIOPAC evidenciam que já passaram por esse tipo de


treinamento PMs das várias Unidades Especializadas de Áreas de Fronteiras do
Estado (CPAC, CIAC, CAESG, CAEMA, CAESA); bem como do Batalhão de
Choque, da APM (Academia de Polícia Militar), militares do Corpo de Bombeiros
Militares, Policiais Federais da CAOP (Coordenação de Aviação Operacional),
integrantes do COPES(Curso de Operações Policiais Especiais) Bahia/2008, e
de outras Unidades Operacionais da Bahia e por último, contingentes da Força
Nacional de Segurança Pública.

O Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia, criado pela lei nº 10.403


de 08 de novembro de 2006, atualmente conta com um efetivo de 108 Policiais
divididos entre pilotos, tripulantes, mecânicos, apoio de solo e administração. Sua
frota de aeronaves é composta por 04 Helicópteros e 03 Aviões que são utilizadas
para atendimento de ocorrências de alta complexidade podendo ser empregada a
qualquer hora do dia ou da noite em qualquer lugar da Bahia. Comandado pelo

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Tenente Coronel PM Carlos Renato Lima da Silva, o GRAER tem como missão
principal apoiar as unidades de policiamento ordinário e especializado da PMBA.
Em novembro deste ano, completará 12 anos de existência. A Missão precípua
da Unidade é apoiar as Unidades de Policiamento Ordinário e Especializado da
PMBA.

9.4.3 A experiência do GRAER

O Grupamento Aéreo da Polícia Militar, Unidade Aérea de Segurança


Pública, foi criado em 08 de novembro de 2006, por meio da Lei no 10.403,
para desenvolver, com exclusividade, as ações de emprego de aeronaves nas
missões de segurança pública e de defesa civil no âmbito do Estado da Bahia.

Apesar de ser uma Unidade jovem, o GRAER se destaca nacionalmente


por sua forte doutrina operacional, sua criteriosa cultura de segurança de voo,
seus padronizados recursos humanos, sua funcional estrutura física e sua firme
gestão por resultados.

Se, por um lado, a versatilidade do emprego de aeronaves para as atividades


de segurança pública constituiu um marco diferenciado no atendimento à sociedade,
por outro, aumentou a própria complexidade das ocorrências envolvidas.

A própria definição da missão do GRAER envolve o atendimento a


ocorrências de alta complexidade. A alta complexidade se refere às condições
extremas de operação, caracterizadas pela presença de uma ou mais ameaças
capazes de interromper a disponibilidade da aeronave para a prestação de serviços
públicos.

O benefício esperado da resposta a estas ocorrências complexas através


do vetor aéreo está correlacionado à capacidade de uma aeronave cumprir a
missão determinada, sobrevivendo a ambientes hostis, mitigando danos à própria

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aeronave, bem como a seus ocupantes.


Para tanto, a operação aérea policial militar adota doutrina e disciplina que
equilibrem a segurança de voo com a efetividade no desempenho das ações. O
objetivo é reduzir, a um nível controlado, os riscos potenciais resultantes do pro-
duto da atividade de segurança pública com a atividade aérea.

A aviação policial militar passa, então, a se distanciar da vertente da aviação


civil, ao passo que, via de regra, opera em situações adversas que exigem da
tripulação e da própria aeronave condições operacionais acima do mínimo
esperado. Manutenção aeronáutica, treinamento da equipe, tirocínio e extrema
consciência situacional são pontos fundamentais neste cenário.

O GRAER realiza as operações aeropoliciais de acordo com a legislação


pertinente e na forma autorizada pelo órgão regulador desta atividade no território
nacional, a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Neste diapasão, na
busca de dar o alinhamento entre o controle necessário à segurança de voo e a
urgência inerente às demandas a serem atendidas, desde 2008, existe a Carta de
Acordo Operacional entre o GRAER e os órgãos do Sistema de Controle do
Espaço Aéreo Brasileiro, que permite, por exemplo, que o GRAER possa atender
a um chamado de pré-afogamento em questão de poucos minutos, tudo sob o
controle necessário para a segurança de voo.

Destinado ao atendimento de ocorrências de alta complexidade, ocorrências


que suplantam a capacidade de resposta do policiamento ordinário, a forma de
atuação da unidade é registrada em Procedimentos Operacionais Padrão – POP.

Os POP compõem instruções detalhadas sobre determinada ocorrência,


descritas minuciosamente para estabelecer uniformidade na execução das missões,
preparando melhor seu efetivo, garantindo processos consistentes, maior eficácia,
profissionalismo e credibilidade. Lidos diariamente pela equipe de serviço, os

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procedimentos permitem constante adaptação e consonância com a ação.

9.4.4 Atividade policial com RPAS (DRONES)

A atividade policial com RPAS (Aeronaves Remotamente Pilotadas) co-


nhecidas por DRONEs, é um processo de policiamento aéreo que emprega
tecnologia com o objetivo de minimizar riscos, baixar custos e otimizar as opera-
ções policiais. Esta atividade deverá ser exercida por policial com formação como
Piloto Remoto ou Operador de RPA, através de curso oferecido pelo GRAER,
denominado CORPAS (Curso de Operador de Sistema de Aeronave Remota-
mente Pilotada), bem como ter a aeronave registrada e homologadas conforme a
legislação.
O Comandante Geral da PMBA emitiu portarias que regulam as atividades
no âmbito da PMBA: Portaria 151-CG/16, que - Dispõe sobre a utilização de
aeronaves remotamente pilotadas, também conhecidas como drones, no âmbito
da PMBA e dá outras providencias; PORTARIA 141-CG/17 - Institui o Sistema
de Operações Aéreas da Polícia Militar da Bahia (SIOPAER); e PORTARIA
078-CG/18 - Dispõe sobre a realização de aerolevantamento, no âmbito da Po-
licia Militar da Bahia, e dá outras providências.
Para que as atividades sejam desenvolvidas é necessário que o policial
esteja habilitado através do CORPAS, a aeronave deve atender as determina-
ções da legislação, bem como o Operador de RPA deve observar os itens, con-
forme lista abaixo:
1 - DRONE – Possuir homologado na ANATEL;
2 - DRONE – Possuir cadastrado na ANAC;
3 - Operador de RPA – Ser autorizado a realizar solicitação de voo com
Drone compartilhado pelo CNPJ da PMBA no SISANT/ANAC;
4 - Operador de RPA – Solicitar Voo no SARPAS/DECEA;
5 - Operador de RPA – Realizar a análise formal de Risco;
6 - Operador de RPA – Manter o Manual de Voo próximo da Estação de

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Pilotagem Remota (RPS) ou Controle.


9.4.4.1 Homologação do DRONE na ANATEL
Normalmente, o equipamento vem homologado, com isso o selo da
ANATEL já virá afixado na aeronave, bem como no controle (RPS). O selo é
obrigatório podendo ser aceito o certificado de homologação, mesmo em meio
digital, no transporte e durante operação.

9.4.4.2 Cadastro do Drone no SISANT

Realizado no Site da Agência Nacional de Aviação Civil, será realizado


pelo GRAER conforme portaria nº 141-CG/17. O certificado de cadastro é de
porte obrigatório durante a operação, podendo ser apresentado em meio digital.

9.4.4.3 Cadastro do Operador de RPA no SARPAS

É necessário que o Operador de RPA possua uma RPA da PMBA cadas-


trada no SISANT e compartilhada com o seu perfil no SARPAS para que possa
solicitar voo. Os policiais habilitados no CORPAS realizarão o cadastro no
SARPAS, onde, após preencher os dados, irão anexar uma cópia digital da cé-
dula de identidade. Após a aprovação inicial do cadastro, deve-se anexar a nova
cópia digital da cédula de identidade, porém desta vez deve ser a funcional para
que comprove o vínculo com a instituição que compartilhou as aeronaves com o
Operador, neste caso com a Polícia Militar da Bahia.

9.4.4.4 Solicitação de voo no SARPAS

Quando houver a necessidade de realizar o sobrevoo, deve haver uma


solicitação do Operador de RPA para o período do dia. Assim, deve-se escolher

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o perfil, entre aqueles disponíveis, que melhor se enquadre no tipo de missão que
irá desenvolver. Normalmente, o Operador de RPA da PMBA deve solicitar o
voo no SARPAS na atividade de segurança pública, desde que seja uma missão
típica. Ao solicitar o voo, a depender do perfil solicitado, poderá aparecer a
informação INFORMADO, o que quer dizer que a solicitação não sofreu análise
e o operador deve sempre elevar o nível de alerta para o gerenciamento do risco
no setor. Essa informação é de porte obrigatório, podendo ser em meio digital.

9.4.4.5 Análise de Risco

Documento confeccionado pelo Operador de RPA que visa a analisar os


riscos que podem interferir durante a operação, com o objetivo de mitigar a
possibilidade de acidentes. A análise de risco tem validade de um ano e é de
porte obrigatório durante a operação.

9.4.4.6 Manual de operação do Drone

O Manual de Voo do Drone é de porte obrigatório durante a operação,


podendo ser em meio digital. As imagens adquiridas pela PMBA através das
atividades desenvolvidas não poderão ser divulgadas sem o devido trato, visando
atender o previsto na CF, o que poderá criar embaraços à instituição como também
a nulidade dos processos.

A operação com drones, no âmbito da PMBA, observará a legislação


vigente. Não é permitido a operação com Drone além da linha de visada, ou seja,
acima do limite de 500m, bem como não ultrapassar a altura de 120m (400ft) ou
o limite solicitado ao DECEA via SARPAS. Para que a operação seja
desenvolvida, é necessário um trabalho em conjunto através do que é denominado
Equipe RPAS. Essa equipe é composta por 2 (dois) policias, sendo 1 (um)

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Operador de RPA, que estará no controle da aeronave, fazendo a leitura cruzada


das informações apresentadas no display do controle e 1 (um) Observador de
RPA que fará a segurança do perímetro da operação e observará a aeronave
durante todo o tempo de voo, informando ao Operador de RPA qualquer situação
que traga risco inaceitável à operação e ao tráfego aéreo no setor de sobrevoo.

Sempre que for observada uma aeronave tripulada na mesma linha de visada
da RPA o piloto deverá pousar o Drone com segurança e com a brevidade
necessária. Toda unidade da PMBA para fazer parte do SIOPAER, devera
passar pelos processos de validação do GRAER, unidade central com
responsabilidade técnica pela atividade de aviação policial no âmbito da PMBA.
Somente após a validação, com a consequente publicada em Boletim Geral
Ostensivo (BGO), a unidade poderá realizar as suas atividades com o uso do
drone.

9.4.4.7 Atividades policiais com RPAS - objetivos

As atividades policiais com uso de RPAS visam fortalecer a imagem da


Instituição, auxiliar os responsáveis nas tomadas de decisões, diminuir os riscos
das operações policias, realizar busca e salvamento, realizar levantamento em
áreas de cometimento de crimes, monitoramento e acompanhamento, dentre outras,
da seguinte forma:

1- Fortalecer a imagem da PMBA, através de imagens que divulguem as


atividades desenvolvidas pela PMBA;

2- Auxiliar os responsáveis nas tomadas de decisões, através de imagens


que contribuam para o direcionamento do emprego polical de forma eficaz.

3- Diminuir os riscos nas operações policiais, durante as operações através


do monitoramento com o drone é possível informar à tropa que está progredindo

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no terreno, sobre homizio e movimentação dos indivíduos que estão sendo


buscados durante a atividade;
4- Busca e Salvamento: é comum a prática criminosa e fuga para lugares
remotos, o que dificulta a atividade policial. Através de imagens obtidas pela
RPA será possível buscar os infratores da lei mesmo em lugares de difícil acesso,
por outro lado existe a possibilidade de emprego em busca de pessoas perdidas
em trilhas turísticas ou outras situações, bem como assessorar o CBMBA, em
combate a incêndios e outras atividades;
5- Realizar levantamento de áreas de cometimento de crimes: é possível
com o drone realizar levantamento de locais de tráfico de drogas, local de plan-
tação de maconha, homizio de marginais, isso tudo com baixo custo, além do
risco praticamente zero para os agentes da lei;
6- Monitorar as ações desenvolvidas pela PMBA a fim de reduzir riscos,
evitar a fuga de marginais, fuga de usuários das vias que estejam ocorrendo fisca-
lização de trânsito, em grandes eventos monitorar a movimentação da massa,
durante manifestações e ou protestos monitorar as ações dos particpes; e
7- Acompanhamento de indivíduos e ou seus homizios, a fim de aplicar a
intervenção policial de forma eficaz, analisar a rotina da atividade criminal dentro
de uma área.
9.4.4.8 - Exemplos de emprego de RPAS na CIPE-Caatinga
A área de atuação da CIPE Caatinga, onde fica inserido o denominado
“Polígono da maconha”, como também outros municípios às margens do Rio
São Francisco, têm um histórico bastante negativo quando se trata de cultivo de
Cannabis Sativa. O que muito facilita aos criminosos são as inúmeras ilhas no
leito do rio, muito utilizadas para o cultivo da maconha, sendo locais de difícil
acesso de policiais que, para acessar, deve dispor de materiais e treinamentos
especiais, dado o risco de uma operação ribeirinha. Antes da inserção do RPAS
nas atividades de combate ao cultivo, desenvolvidos pela CIPE Caatinga, era
necessário desprender esforços significativos para realizar a operação que em
algumas vezes não gerava a localização do cultivo. Hoje a equipe do Setor de
Operações de Inteligência - SOINt faz o levantamento nas ilhas e direciona as

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guarnições a navegarem para as ilhas onde existe cultivo. O serviço que era feito
em 3 dias hoje é realizando em apenas um, com 100% de resultados positivos.
Em áreas afastadas do Rio São Francisco (área de sequeiro) a procura se
tornava ainda mais árdua, mesmo que com menor logística, pois, às vezes com
apenas o informe da existência de plantios de maconha em tal região, era necessário
montar uma patrulha para, à pé, fazer buscas por vestígios até localizar o cultivo,
o que nem sempre ocorria, sem contar o excessivo desgaste do homem. Com o
drone, basta um informe sem muito detalhe para se empregar a aeronave, localizar
e repassar a coordenada geográfica que fica registrada na foto, para a patrulha de
destruição - utilizando GPS - operar com precisão.
Além de tudo, o drone possibilita mensurar a quantidade plantada e o
tamanho da planta, possibilitando assim, no Plano de Operação, o ideal
planejamento dos meios.
Um exemplo disso foi a Operação Urutu, realizada em Julho de 2017, no
qual o SOInt da CIPE-Caatinga fez sobrevoos na localidade conhecida com Ilha
Redonda, município de Curaçá – BA. Lá os agentes analisaram as imagens obtidas
e estimaram a existência de aproximadamente 300 mil pés de maconha. Foi
elaborado o Plano de Operação, contando entre os meios solicitados dois
helicópteros para transporte da tropa aos locais de plantios. O planejamento foi
para 3 ou 4 dias de operação, porém, devido a limitações mecânicas nas aeronaves
tripuladas, a operação durou dois dias com resultado de 215.000 pés de maconha
erradicados.
Não se pode deixar de anotar outras experiências em buscas e capturas de
marginais, a exemplo da ocasião em que bandidos que assaltaram a agência do
Banco do Brasil de Curimatá – PI fugiram para a mata, sendo o drone, a chave
pra finalizar 18 horas de cerco a uma área. Isso porque ao colocar a RPA no ar,
os marginais que até aquele momento estavam embrenhados em mata densa,
atiraram contra a RPA, ofertando à polícia sua localização.
Enfim, nota-se a enorme eficiência da utilização de drone nessa atividade,
possibilitando o emprego adequado, quantitativa e qualitativamente, dos meios
empregados.

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10. FUNDAMENTOS DA DOUTRINA DE EMPREGO


OPERACIONAL DA PMBA

10.1 Considerações gerais

Com o fito de cumprir sua destinação constitucional, a PMBA, valendo-se


dos elementos de poder de enfrentamento da violência e, do crime, aplica os
princípios do Sistema de Gestão Operacional, Policiamento Ostensivo, Direitos
Humanos e da Gestão da Qualidade, desenvolve o Sistema de Policiamento
Híbrido para articular e integrar as ações de suas Unidades de forma harmônica,
utiliza estratégias, táticas, técnicas e procedimentos operativos e participa da
estratégia de emprego das instituições de segurança pública do Estado da Bahia
e da União para se manter preparada e em constante emprego em grau de
excelência.

A Estratégia Policial Militar é a arte e a ciência de prever o emprego,


preparar, orientar e aplicar poder policial militar na resolução de conflitos sociais,
de problemas de segurança pública, de violência, de crimes, e, de ofertas de
serviços ao cidadão, considerados os óbices existentes ou potenciais, visando a
consecução ou manutenção dos objetivos fixados.

Os princípios do Sistema de Gestão Operacional do policiamento são


preceitos filosóficos básicos que alicerçam o referido sistema e dão o
direcionamento político deste, decorrentes do contexto atual de atuação da PMBA
e do estabelecido em seu Plano estratégico 2017 – 2015. São pontos de referência
que orientam e subsidiam os Comandantes de Unidades Operacionais no
planejamento, na execução, no controle e na avaliação do Policiamento Ostensivo
Híbrido. O Comandante ao planejar e executar uma ação e/ou operação policial
militar devem observar os princípios e aplicando-os criteriosamente em face a
uma situação problema.

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São princípios doutrinários do Sistema de Policiamento a Estratégia


Operacional e Policiamento, a Responsabilidade Social e Direitos Humanos e a
Gestão Estratégica.

O poder de atuação da PMBA no enfrentamento da violência reflete-se em


oito elementos: liderança, comando e controle, informações, inteligência, logística,
tecnologia da informação, movimento e modus operandi dos criminosos e
proteção. Todos são igualmente importantes, tanto no preparo, quanto no emprego
dos meios para cumprimento das missões.

10.2 Estratégias de emprego operacional

As Unidades Operacionais da PMBA poderão ser empregadas de forma


singular (isoladas), Conjunta (com outras UOPM da PMBA e ou em parcerias
com outros órgãos federais, estaduais e municipais), por meio das estratégias:
Ação Independente, Parceria, Defensiva, Dissuasão, Ofensiva, Presença,
Proximidade, Resolutividade.

a) Preventiva – Caracteriza-se por uma ação temporária adotada


deliberadamente ante a uma possível situação de ameaça ou risco a ordem pública.
Esta estratégia está subdividida em:

b) Ação independente – Caracteriza-se pelo emprego do poder policial


militar de enfrentamento da violência, por uma Unidade Policial Militar, em
decorrência da ação rotineira do seu emprego. Esta estratégia é balizada por
Diretriz Operacional e segue um procedimento operacional padrão para execução;

c) Parceria – Caracteriza-se pelo emprego do poder policial militar de


enfrentamento da violência em conjugação a esforços de outras organizações
policiais, administrativas e jurídicas, com o fito de realizar ações e operações em
conjunto;

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d) Presença – Caracteriza-se pela presença policial militar em todo território


baiano, com a finalidade de cumprir a destinação constitucional e as atribuições;

e) Proximidade – Caracteriza-se pela aproximação da Unidade PM, Grupo


PM e/ou Policial Militar da comunidade para fortalecimento da cidadania, parceria
no enfrentamento da desordem, do crime e da violência e desenvolvimento de
ações policiais com qualidade e de responsabilidade social.

f) Dissuasão – Caracteriza-se pela manutenção de forças táticas e


especiais suficientemente poderosas e prontas para emprego imediato, capazes
de desencorajar qualquer ação ou ameaça de Organizações Criminosas contra
a Ordem pública.

g) Repressiva – Caracteriza-se pelas iniciativas de enfrentamento eficaz d


elementos adversos ao ordenamento jurídico, econômico e social, concentrando
ações em áreas de riscos sob controle de facções criminosas buscando a retomada
destas áreas pelo Estado e a ordem e a tranquilidade pública para os cidadãos
nestas residentes. Esta estratégia deve ser publicizada com o uso da inteligência
e tropas especiais e, apoio de atores sociais e órgãos públicos para o
fortalecimento do Estado e da cidadania, evitando incursões temporárias e
arriscadas.

h) Resolutividade – Caracteriza-se pela capacidade de resolver problemas,


conflitos e situações de uma localidade com a participação dos atores sociais,
envolvidos de forma validada, pactuada e satisfatória.

10.3 Princípios do emprego operacional da PMBA

Os princípios devem ser aplicados com a observância dos cenários de


cada local e a natureza da situação;

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10.3.1 São princípios de emprego operacional do Sistema Híbrido de


Policiamento:

10.3.1.1 Diretrizes, Objetivos e Metas

Dizem respeito ao direcionamento estratégico, tático e operacional das


intenções e métricas claramente definidos e atingíveis, a fim de serem obtidos os
efeitos desejados. Uma vez fixados a diretriz, o objetivo e a meta, deve-se nela
preservar, sem permitir que as circunstâncias dos conflitos cotidianos façam perde-
lo de vista. Dirija cada operação para uma diretriz, objetivo e meta claramente
definidos, decisivos e tangíveis.

10.3.1.2 Repressiva

Caracteriza-se por levar prioritariamente a ação preventiva para o campo


de atuação (território), com o uso de métodos de prevenção primária com custo
menor mas com efeitos duradouros, e, subsidiariamente a ação repressiva aos
criminosos, de forma a se obter e manter as iniciativa das ações, estabelecer o
ritmo das ações e operações e impor a vontade contra a ação criminosa. Pela
ação repressiva previna de forma a alcançar, manter e assegurar a ordem pública
e o território livre das ações das facções criminosas.

10.3.1.3 Simplicidade

Decorre da preparação e da execução de ordens e planos de forma clara e


facilmente entendíveis, com o fito de reduzir a possibilidade eventual de equívocos
na sua compreensão, sem prejuízo da precisão e da flexibilidade necessárias.
Manifesta-se também pelo estabelecimento de um relação de Comado clara,
objetiva, direta e ininterrupta. Prepare Planos claros e descomplicados como
também, ordens concisas, para obter um completo entendimento.

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10.3.1.4 Surpresa

Consiste no emprego simultâneo, articulado, sigiloso e ágil de forças policiais


militares em ações e operações em um contexto de tempo e espaço, onde os
elementos adversos e/ou membros de facções criminosas não estejam preparados
ou só percebam a situação quando já não podem apresentar uma reação eficiente.
Manifesta-se pela audácia nas ações, sigilo, inovação tecnológica, velocidade de
execução das ações e dissimulação de intervenções. frente elementos adversos e
membros de facções criminosas num tempo, local ou na situação onde este não
esteja preparado.

10.3.1.5 Segurança

Consiste nas medidas necessárias à liberdade de ação e a preservação da


integridade física dos policiais militares e cidadãos residentes na comunidade que
não possuam envolvimento com ações criminosas tendo por finalidades: negar
aos criminosos e elementos que vazam informações sobre ações e operações o
uso da surpresa e do monitoramento, impedir que estes elementos interfiram de
modo decisivo nas operações e restringir a liberdade de ação destes em locais de
alta concentração de pessoas inocentes e nos ataques a pontos críticos, sensíveis
e notáveis. Nunca permita que os criminosos obtenham uma vantagem inesperada.
Para tanto o monitoramento com câmeras e uso de drones são vitais para a
consecução das ações e operações policiais militares.

10.3.1.6 Economia de força ou de meios (emprego lógico)

Caracteriza-se pelo uso econômico, articulado e harmônico das forças


territoriais, táticas regionais, táticas especiais e especializadas e distribuição e
emprego lógico dos meios disponíveis para a obtenção de esforço e resultado
máximo nos locais e ocasiões decisivos. O poder de enfrentamento disponível

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deve ser empregado de forma racional, de maneira mais eficaz possível, nas
ações e serviços prioritários, deve-se destinar o mínimo indispensável de poder
de enfrentamento para as ações secundárias.

10.3.1.7 Superioridade numérica e manobra

Compreende a concentração de forças para obter a superioridade numérica


em uma intervenção, ação ou operação policial militar de sustentar este esforço,
acarretará em uma persuasão de reação do criminoso e na redução intervenção
policial militar. Concentre um poder para maior enfrentamento no momento e
local decisivos.

10.3.1.8 Articulação das forças policiais militares

Caracteriza-se pela capacidade de movimentar, dispor e integrar forças


territoriais, táticas (regionais e especiais) e especializadas de forma a reduzir
ameaças de riscos, colocando os criminosos em desvantagem relativa e alcançar
resultados esperados, com menor custo operacional (efetivo e material) e
superposição de efetivo. A articulação das forças procura reduzir a capacidade
de coesão dos criminosos, e superioridade destes, por meio de variadas,
simultâneas e sistêmicas ações localizadas e inesperadas, em áreas que sobram
impactos ou de influência do grupo criminoso. Coloque o inimigo numa posição
desvantajosa, pela aplicação flexível e articuladas da forças militares.

10.3.1.9 Moral

Define o estado de ânimo ou atitude mental de um indivíduo, ou de um


grupo de indivíduos, que se reflete na conduta das frações de efetivo policial
militar. A estabilidade e o moral individuais são fundamentais na qualidade da
formação, na natureza do indivíduo e determinadas por suas reações à disciplina,
ao risco, ao treinamento e à liderança o contínuo aprimoramento e a manutenção

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de um moral elevado são essenciais ao sucesso no emprego operacional. Para


tanto os desvios de conduta devem ser rigorosamente e exaustivamente apurados
e punidos e os elogios constantemente reconhecidos e valorizados.

10.3.1.10 Prontidão

Capacidade de pronto-atendimento da Unidade PM de fazer frente as


situações que podem ocorrer no enfrentamento da violência e na oferta de serviços
prioritários de polícia ostensiva cidadã. Fundamenta-se na doutrina, organização,
adestramento, material, educação pessoal, infraestrutura, fatores determinantes
de sucesso em ações e operações e para a geração de capacidades sugeridas a
uma operatividade de excelência.

10.3.1.11 Unidade de Comando

Caracteriza-se pela atribuição da autoridade a um só policial militar, em um


território, ou seja, o Comandante. O Sistema Híbrido de Policiamento combina
várias frações de tropa com diferentes Subsistemas de policiamento atuando em
conjunto e de forma articulada, contudo, requer a Unidade de Comando dentro
de cada Sistema e esta mesma Unidade de Comando atribuída ao Comandante
de maior Posto do Sistema ne na dimensão estratégica maior. Para cada ação e
operação, a obtenção da Unidade de Comando de esforços é condição essencial
para o êxito.

10.3.1.12 Legitimidade

Necessidade de atuar conforme preconiza as leis, regulamentos,


compromissos assumidos pelo Estado e, o Sistema de princípios e valores éticos
que alicerçam a PMBA.

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10.3.1.13 A PMBA como um sistema amplo e articulado

Para a condução da Corporação para maior eficiência operacional com o


máximo de aproveitamento da estrutura cada Unidade Operacional deve ajustar
seu Plano de Comando, os seus planos operacionais e planos administrativos e
adequá-los aos objetivos organizacionais aos planos estratégico da PMBA e a
doutrina de emprego operacional.

10.3.1.14 Equidade

Os recursos da PMBA devem ser distribuídos de forma racional por todos


os municípios baianos, em conformidade a demandas de serviços de polícia
ostensiva e cidadã de cada área e de acordo com a utilização de critérios técnicos
pré-estabelecidos em matrizes organizacionais.

10.3.1.15 Responsabilidade Territorial

O território baiano é dividido em frações que supervisão de referência para


a correta administração do Sistema Híbrido que obedece critérios técnicos definidos
em estudos realizados pelo COPPM e aprovados pelo Comando geral, tendo
cada fração um único Comando, sendo comandado por um Comandante de fração
maior.

10.3.2 Elementos do poder de enfrentamento à Violência:

10.3.2.1 Liderança

Competência individual que confere ao indivíduo a capacidade de dirigir e


influenciar outros policiais militares, por meio de motivação, objetividade, e exemplo.

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10.3.2.2 Informações

Representações inteligíveis de objetos, fatos e acontecimentos nos domínios


real, virtual e subjetivo. Integram os processos para construção do conhecimento,
compreensão atualizado do campo de atuação policial militar e consciência
situacional do processo decisório.

10.3.2.3 Comando e controle

Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter- relacionados que permitem


aos comandantes de OPM o exercício de autoridade e direção das ações.

10.3.2.4 Inteligência

Conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados empregados


para assegurar a compreensão sobre o ambiente operacional às ameaças, os
riscos, os criminosos (atuais e potenciais), os cenários e os aspectos sociais,
políticos e geográficos (terreno) executa as tarefas associadas as operações de
inteligência (reconhecimento, vigilância, aquisição/busca de alvos.

10.3.2.5 Logística

Conjunto de atividades, tarefas, sistemas inter-relacionados para prover


apoio e serviços as atividades operacionais de uma UOP durante uma ação ou
operação.

10.3.2.6 Proteção

Conjunto de atividades empregadas para a preservação dos policiais militares


e cidadãos residentes envolvidos em uma operação, residentes e presentes na
localidade.

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10.3.2.7 Organização e execução em zonas de atuação.

A organização do sistema de policiamento Híbrido em zonas de atuação


visa a utilização de estruturas independentes porém harmônicas, enxutas, com
amplo uso de tecnologias (monitoramento de câmeras, drones e sistema mobile),
otimização de processos e treinamento contínuo dos integrantes policiais militares,
das forças territoriais, táticas e especializadas.

O escalonamento em zonas de atuação em operações, consiste na articulação


das forças policiais militares em situação de redução a locais de riscos com o
enfrentamento à facções criminosas instaladas nestes locais, misturados a população
local, que provoca dificuldade de acesso de estrutura PM a estas comunidades e
possuem altos índices de crimes violentos letais e intencionais (CVLI). Esse
escalonamento é constituído pelas dimensões: Estratégico (Estadual e Regional),
tática e operacional, pelas zonas de atuação do Sistema e seus modus operandi.

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10.3.3 Elaboração do Plano de Policiamento Inteligente

É o conjunto de ações desenvolvidas para obtenção do conhecimento através


da análise criminal de dados de sistemas inteligentes (informatizados) visando
identificar áreas prioritárias de ações de policiamento ostensivo e locais de riscos
e violentos para a confecção de cartões de prioridade de patrulhamento e
permanência, direcionados de forma técnica para realização do policiamento
ostensivo orientado às prioridades e aos problemas de uma localidade e de
operações para a redução de índices criminais nestes locais.

O Plano de Ação de policiamento é um documento operacional elaborado


após um diagnóstico de segurança pública de uma localidade para orientar a atuação
de tropas policiais militares na solução dos problemas detectados e possibilita
acompanhamento, monitoramento e avaliação.

O Plano de Ação é realizado pela Unidade Territorial em conjunto com o


Comando Regional que se precisar de apoio de força tática especial ou regional,
acertará com o Comandante das referidas forças a confecção do Plano de Ação
destas Unidades.

O cartão de prioridade de policiamento é a representação gráfica ou a


descrição dos subsetores com seus limites, indicação legendada dos vários itinerários
designados para a s forças territoriais táticas regionais, horários de estacionamento
e indicação de pontos de estacionamento principais e secundários, alvo de ação
esperada do Policial Militar nos locais e horários descritos no Cartão, de modo a
refletir o patrulhamento Preventivo orientado.

A definição do Cartão de Prioridade deve ser igual ao do Plano de


Policiamento Inteligente do PAPM. O território do Estado da Bahia é divido em

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Comandos de Policiamento (Regionais e Especializado). Escalonamento de


esforços operacionais de doutrina básica.

A responsabilidade pela execução básica da malha protetora em cada região


e do Comando de Policiamento Regional através de suas UOp, desdobradas no
terreno destacadas pela aplicação destacadas pelas variáveis de atuação e interesse
, com a observância de prioridades para a redução de locais de riscos e zonas
quentes de crimes, em permanência, patrulhamento ou ação de resolução de
problemas, com a utilização de Planos de Ação de Policiamento e/ou Cartão de
Prioridade de Patrulhamento, no processo motorizado e no processo à pé, através
do Posto de Atendimento Policial (PAPM), localizados estrategicamente em locais
cujos índices de criminalidade requeiram e, em locais de riscos e em pontos
críticos. Este escalonamento é dividido do 1º ao 5º esforço: a saber imprescindíveis,
interdependentes e autônomos quando isolados: autoridade, processo decisório
e estrutura. Quanto a autoridade será sempre a maior na Região o Comandante
do CPR quando se tratar de atuação integrada no Sistema Híbrido. Quanto a
processo decisório em nível estratégico o COPPM e o CPE em Tático Regional
o CPR. E quanto a estrutura a Unidade básica do Sistema é o Grupo PM
(Territorial/Integrado e/ou Especializado) tendo a Célula Regional (CPR) o
articulador principal.

Articulação Operacional do Sistema de Policiamento Híbrido:

1) No 1º esforço concentra-se a atuação preventiva (proativa) do


policiamento ostensivo e suas estratégias voltadas para a proximidade
(policiamento comunitário), resolutividade (resolução, policiamento orientado para
o problema e análise/ monitoramento (polícia integrada e especializada) e qualquer
Guarnição de P.O deve se antecipar a ocorrência de situações de riscos, ameaças
e, acidentes e desordem, agora de forma padronizada.

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Notadamente as Bases Comunitárias de Segurança (BCS) desenvolveram


com os BPM e CIPM ações de responsabilidade social e programas de
policiamento.

2) No 2º esforço, atendimento a solicitação de serviços de policiamento e


de ocorrências policiais (Responsividade) tendo a qualidade na prestação dos
serviços e tempo resposta ao atendimento ao cidadão pontos importantes neste
momento utilizando a estratégia de policiamento tradicional ou profissional.

3) Com o 3º esforço, ocorre o primeiro recobrimento da malha protetora


de uma área operacional, onde cada UOp (BPM e CIPM) utilizará uma força de
manobra tático móvel (CETO ou PETO), através de guarnições táticas
operacionais, caracterizadas por uma atuação dinâmica em horários e locais de
riscos e pontos críticos, sensíveis e notáveis em manobras táticas.

Sucessivas intervenções táticas propostas em Plano de Ação de Policiamento


Tático operacional e/ou determinação superior com o emprego em permanência
e patrulhamento. Esta fração de tropa fica sob responsabilidade do Oficial de
Operações da UOp.

4) Como o 4º esforço, ocorre o segundo recobrimento da malha protetora


através da Companhia de policiamento Tático (CIPT), força de manobra tática
regional do Comando de Policiamento Regional (CPR), caracterizada por uma
atuação dinâmica, na área de atuação do CPR em horários e locais de riscos na
modalidade de permanência e patrulhamento seguindo um Cartão de Prioridades
de Patrulhamento.

5) Como 5º esforço, considerado o terceiro recobrimento da malha pro-


tetora, através de forças de manobras táticas especiais, sendo na área de CPR
pela PATAMO (BPCHq) e no Interior pelas CIPE em cada CPR conforme área

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especial definida através de dimensionamento, atuando em ações, operações e


intervenções rápidas em zonas preferencialmente rurais, industriais e comerciais
por cartão de prioridades de patrulhamento e planos próprios.

6) O 6º esforço consiste no quarto recobrimento da malha protetora de


todo o Estado com as Unidades Especializadas sediadas na Capital e que pode-
rão ser utilizadas (BEPE, BPTUR, BOPE, GRAER).

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11. EMPREGO DAS FORÇAS DE POLÍCIA OSTENSIVA

11.1. Considerações Gerais

A complexidade econômica, social, política, e geográfica dos cenários e


dos espaços nos quais a PMBA atua exigem da Corporação um preparo adequado
para cumprir sua missão constitucional da preservação e restauração da ordem
pública, garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos e dos poderes constituídos.

11.2 Capacidade

É a aptidão requerida a uma Organização Policial Militar, para que possa


cumprir determinada função ou tarefa. É obtida a partir de um conjunto de fatores
determinantes inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, organização
(processos), processos organizacionais, treinamento, material, educação, pessoal
e infraestrutura, para que as Unidades atinjam o nível máximo de eficiência operativa
é necessário que possuam as capacidades que lhes são requeridas na sua plenitude
(adaptação do Manual EB 20-MF- desenvolvimento).

As capacidades são alinhadas as políticas e estratégias nacionais e estaduais


de segurança pública, da PMBA e são baseadas na análise de conjuntura e seus
cenários prospectivos, com o objetivo de identificar as ameaças concretas e
potenciais a preservação e manutenção da ordem pública. A geração de
capacidades exige o atendimento dos seguintes fatores determinantes:

a) Doutrina – é o fator base para os demais, sendo materializada pelos


produtos doutrinários. Ex: Formulação de base doutrinária de uma Unidade com
a descrição de sua visão, tarefas, atividades, protocolos que irá cumprir em ações
e operações.

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b) Organização (estrutura organizacional e processos) – Consistem na

obtenção das capacidades atreladas aos processos e respectivas estruturas


organizacionais responsáveis, com vistas a evitar redundância de competências

ou desnecessariamente de estruturas.

c) Treinamento – Compreende as atividades de preparo de tropa para


cumprimento de tarefas e atividades, obedecendo a programas e ciclos específicos.

d) Material – Compreende todos os materiais e sistemas para uso da PMBA

no desenvolvimento da polícia ostensiva, com o acompanhamento da evolução


de tecnologias de emprego policial militar. É expresso pelo Quadro de distribuição

de material dos elementos de emprego e incluir as necessidades decorrentes de

permanência e sustentação das funcionalidades desses materiais e sistemas durante

o ciclo de vida (permanência no inventário da PMBA).

e) Educação – Compreende todas as atividades de educação (formação,


capacitação, instrução e habilitação), destinadas ao desenvolvimento do integrante

da PMBA quanto a sua competência individual requerida. Essa competência deve

ser entendida como capacidade de mobilizar simultaneamente e de maneira inter-

relacionada de conhecimento, habilidades e atitudes, valores e experiências, para


decidir e atuar em situações diversas. O desenvolvimento da liderança Policial

Militar é o fator fundamental na geração de capacidades.

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f) Pessoal – abrange todas as atividades relacionadas aos integrantes da


PMBA, nas funcionalidades: plano de carreira, higidez física, avaliação, valorização

profissional, moral e qualidade de vida. É uma abordagem sistêmica voltada para


a geração de capacidades, que considera todas as ações relacionadas com o

planejamento, a organização, a direção, o controle e a coordenação das

competências necessárias à dimensão humana.

g) Infraestrutura – Engloba todos os elementos estruturais (instalações

físicas, equipamentos e serviços necessários que dão suporte a utilização e ao


preparo dos elementos de emprego de acordo com a especialidade de cada um

e o atendimento à requisitos de exercício funcional.

A PMBA deve desenvolver capacidade para atender a quatro requisitos

simultaneamente: servir e proteger as pessoas, garantir direitos fundamentais dos

cidadãos, garantir a atuação de órgãos do Estado e reduzir índices de crime, da


criminalidade e da violência com proatividade, repressão qualificada e oferta de

serviços prioritários. Tais capacidades implicam na existência e fortalecimento


de Unidades territoriais (policiamento Integrado/Universal) com emprego de 1º

e 2º esforços (proximidade e resolutibilidade) para respostas imediata e contínua,

auxiliadas / apoiadas por outras que recompletam a atuam da forma específica


(policiamento Especializado) pela mobilização de recursos materiais e humanos.

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11.3. Principais implicações para o emprego da Polícia Ostensiva

A PMBA deve desenvolver o processo de transformação do preparo e


emprego do efetivo operacional de forma coerente com o ambiente em que atua,
com o objetivo de dotar seus profissionais de novas competências e capacidades,
sendo fundamental para atuar tanto na prevenção de atos delituosos,
desenvolvimento social e, da cidadania em territórios com altos índices de
criminalidade e violência e repressão a facções criminosas e ao crime organizado,
com o fito de obter resultados na redução de indicadores criminais, aumento de
indicadores de produtividade e otimização de recursos humanos e tecnológicos,
tanto dissuadindo o cometimento de crimes e desordens, quanto dando respostas
imediatas e eficazes aos serviços ofertados.

11.3.1 Competências organizacionais requeridas

As competências requeridas necessárias ao desempenho de cargos e fun-


ções de polícia ostensiva, estão apoiadas na aquisição de conhecimentos e no
desenvolvimento de habilidades, atitudes, valores institucionais, e, na experiência.
Com o fito de preparar os recursos humanos para atuar neste novo conceito
doutrinário de polícia ostensiva, os policiais militares (homens e mulheres) deve-
rão ser capacitados e habilitados a atuar em ações e operações no sentido amplo,
integrado e híbrido em situações de prevenção, quanto de repressão, e, de de-
senvolvimento social e de cidadania em um território, com ênfase em ações pre-
ventivas e em parceria com outros órgãos e atores sociais. Nesse ambiente com-
plexo e instável, a adaptabilidade, a mediação de conflitos, a compreensão da
importância, do envolvimento e comprometimento dos atores envolvidos nos pro-
blemas, responsáveis pela resolução dos problemas e que a atuação repressiva e
qualificada é um procedimento integrante do rol de solução dos problemas, mas
que não deve ser a primeira nem a única alternativa, são os principais atributos
requeridos aos integrantes da PMBA.

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São competências requeridas:

a. Liderança

O que torna uma organização excelente é a existência de um sistema de


liderança “forte”, envolvendo todos os níveis da organização. Preconiza a atuação
dos líderes de forma inspiradora, exemplar e com constância de propósito, esti-
mulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização,
explorando as potencialidades das cultuas presentes, preparando líderes e
interagindo com as partes interessadas.

b. Gerir Estratégias e Planos

Entende-se por estratégia o caminho escolhido pela organização para con-


centrar esforços para cumprir sua missão, alcançar sua visão de futuro e assegurar
o atendimento das necessidades e expectativas das partes interessadas. Essa com-
petência significa a projeção e compreensão de cenários e tendências prováveis
do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização.

c. Gerir Relações Institucionais

A Polícia Militar faz parte de um sistema de segurança pública, onde estão


inseridos diversos órgãos e atores, mesmo fora de uma mesma secretaria de Es-
tado. A gestão dessas relações se dá pelo compartilhamento das atribuições, den-
tro das esferas de competência legais, sem olvidar das missões residuais, quando
não constitui competência de nenhum dos outros órgãos, nem das missões subsi-
diárias, quando o órgão competente se encontra inoperante ou incapaz de cum-
prir sua atribuição.

d. Gerir relações com os cidadãos

Os cidadãos são os destinatários ou usuários do dos produtos

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disponibilizados pela instituição. A relação com os cidadãos preconiza a interação,


o entendimento de suas necessidades e o atendimento às suas expectativas, solu-
cionando um problema ou gerando valor para as suas atividades.

e. Gerir pessoas

Essa competência orienta a criação de condições favoráveis e seguras para


as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do de-
sempenho, no fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos favorá-
veis à excelência. Contempla a organização de cargos e funções, a capacitação
do servidor para a execução das competências e atribuições da função e a iden-
tificação e tratamento dos fatores que afetam o bem-estar e a satisfação das
pessoas na organização.

f. Gerir Processos

Processos são atividades que seguem uma sequência lógica e que depen-
dem uma das outras numa dependência clara. A excelência na gestão dos pro-
cessos se traduz ao agregar elementos valorativos sem desperdício de recursos
ao longo do fluxo, enfatizando a forma como são definidos, organizados, analisa-
dos e melhorados os processos, para assegurar o atendimento das necessidades
e expectativas dos cidadãos e demais partes interessadas.

g. Gerir Resultados

A competência “Gerir resultados” diz respeito ao alcance de indicadores


que permitam avaliar o nível de atingimento dos requisitos esperados ou pactua-
dos com as partes interessadas (cidadãos, instituições, policiais, etc), tendo como
consequência a satisfação das necessidades. Desta forma, ocorre o monitoramento
e registro por meio de indicadores de desempenho, informações numéricas que
quantificam dos processos, produtos e serviços.

h. Desenvolver gestão participativa e prestar contas

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Essa competência significa que a comunidade participa na escolha de pri-


oridades a serem resolvidas e avaliação do serviço executado, através de conse-
lhos comunitários de segurança, os quais sempre manterão o foco na melhoria
geral da qualidade de vida. A Polícia orienta sobre o sistema de segurança e a
comunidade informa problemas através dos conselhos comunitários de seguran-
ça, urnas, disque denúncias, contatos pessoais e outros meios.

i. Desenvolver ações de fortalecimento da polícia e da cidadania

Opção da polícia por participar no desenvolvimento de uma sociedade


democrática, desloca a ênfase do controle social para a mediação de conflitos.
Dada a proximidade e a participação da comunidade, a supervisão acontece de
forma natural, sem constrangimentos, pois, o próprio policial se sente constrangi-
do em agir de maneira errada ou se omitir perante as demandas vindouras. A
polícia resgata sua função, assumindo compromisso existencial de defesa do pacto
social com o respeito à vida antes de tudo.

j. Desenvolver controle da qualidade

No policiamento ostensivo, a identificação da qualidade é orientada ao


cliente, sendo estabelecida por vários meios, inclusive conselhos comunitários. É
importante priorizar os problemas críticos na função desempenho, confiabilidade,
custo, desenvolvimento, etc. Os problemas que assolam as questões de seguran-
ça pública de maneira direta ou indireta devem, após ação conjunta (polícia e
comunidade), serem priorizados, norteando as ações destinadas à prevenção. É
necessário que todos os servidores se comprometam com o resultado do seu
próprio trabalho, em todas as fases (todos os processos), do planejamento à
atividade de linha.

k. Desenvolver a profissionalização das atividades de polícia ostensiva

Quando se fala em polícia ostensiva, não se pode olvidar que o policial

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deve estar sempre pronto a agir em situação de repressão, pois, o crime sempre
existirá (mesmo que em menor escala) e o policial não o deixa de ser. O
acompanhamento é fundamental para medir os resultados ao longo do projeto e,
caso necessário, corrigir os rumos daquilo que não esteja adequado à consecução
dos objetivos previamente delineados. Mediação de conflitos com isenção e
técnica, treinamento constante em defesa pessoal, tiro de defesa e técnicas de
intervenção aprimoradas são formas de desenvolver a profissionalização das
atividades de polícia ostensiva.

11.3.2 Capacidades operativas requeridas

A doutrina de Polícia Ostensiva caracteriza-se por um equilíbrio e sinergia


entre os sistemas: Integrado (universal) desenvolvido por unidades com
responsabilidade territorial, composto também pela filosofia de polícia comunitária
(cidadã) e do Especializado (desenvolvido por Unidades com missões específicas),
portanto Híbrido (aglutina os sistemas de forma autônoma e harmônica), este
modelo exigirá e permitirá que a PMBA esteja ajustada as necessidades
decorrentes das tarefas e missões que deverá executar. Para isso será necessário
mapear as novas capacidades requeridas, em um trabalho sustentado por uma
doutrina efetiva. A partir do nível político (SUSP, Sistema Nacional de Polícia
Comunitária, PLANESP, PPV e PE da PMBA) são determinadas quando as
capacidades (institucionais) requeridas por força da Polícia Ostensiva (PMBA),
e, na sequência definidas quais as capacidades operativas são necessárias as
forças que serão empregadas - ou a cada organização policial militar para que
passou a cumprir as tarefas e missões que lhes competem.

São capacidades operativas requeridas:

a. Adaptabilidade

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Característica de uma força ou do Comandante e integrantes dessa força


que lhes permite ajustarem-se à constante evolução da situação e do ambiente
operacional e adotarem soluções mais adequadas aos problemas militares que se
lhes apresentam. Também, esta característica possibilita uma rápida adaptação às
mudanças nas condicionantes que determinam a seleção e a forma como os meios
serão empregados, em qualquer faixa do espectro da atividade policial militar.

b. Atuação Integrada

A necessidade de especializações não deve impedir a atuação generalista


dos policiais, segundo o princípio da universalidade. O objetivo comum às
organizações que compõem o Sistema de Segurança Pública é o bom atendimento
à população. Todos os policiais devem ser atores nesse processo de integração.
O trabalho integrado deverá ser cooperativo e complementar, respeitando a missão,
cultura e tradição de cada organização.

c. Proximidade com resolubilidade

A essência do serviço policial militar é trabalhar próximo à comunidade,


interagindo, buscando identificar o serviço policial e atuando de forma preventiva,
antecipando-se aos fatos, com foco na resolução de problemas.

d. Criatividade e dedicação

Criatividade não é improvisação. Pelo contrário, o policial militar criativo,


treinado a pensar, é capaz de elaborar planejamento mental rápido e instantâneo
para agir com acerto. Implica em pensar os problemas, procurando soluções
adequadas, em engajar-se na tarefa de superação dos obstáculos que se antepõem
aos objetivos. A única maneira de desenvolver a criatividade é através do
treinamento constante do raciocínio. O policial militar deve estar sempre pensando

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numa alternativa melhor para a execução de seu trabalho, de maneira que agrade
à comunidade, que seja eficiente, eficaz e efetivo, que a solução aplicada à situação
não cause transtorno nem traumas às pessoas não envolvidas diretamente no
fato.

e. Compromisso com Resultados

A missão institucional da Polícia Militar é também responsabilidade individual


de cada integrante da Corporação. Todo policial militar, precisa ter compromisso
com os resultados. Sendo uma responsabilidade, tal compromisso deve ser
assumido por todos, qualquer que seja seu grau hierárquico. Significa que a missão
só estará cumprida se os resultados propostos forem alcançados. Este
compromisso individual deve ser forjado pelo senso do dever cumprido, cujo
êxito da missão dependerá da abnegação e participação solidária de cada membro
da equipe. O senso da missão compartilhada norteará os caminhos da Corporação
na busca da perenidade institucional, partindo do princípio de que todos, do
soldado ao coronel, são responsáveis pelo sucesso das atividades operacionais.

f. Marketing institucional

Conjunto de atividades em que se visa identificar as necessidades e desejos


da Corporação e da Comunidade, com intuito de detectar procedimentos que
visem suprir necessidades e satisfazer desejos, de todas as partes envolvidas no
processo. É portanto, suprir, atender necessidades e satisfazer desejos. Embora
muitas organizações tenham adotado esse conceito, muitas falham em dar o
seguinte passo lógico, de medir periódica e sistematicamente o nível de satisfação
de seus vários públicos, em nosso caso a Comunidade e a tropa, a fim de verificar
se estão alcançando seus objetivos e proporcionando-lhes melhor qualidade de
vida.

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g. Domínio da tecnologia

A incorporação de tecnologias ampliou a consciência situacional em todos


os níveis de planejamento e condução das operações, possibilitando o controle
de ações táticas por autoridades situadas nos níveis mais altos. Da mesma forma,
as ações individuais ou de frações elementares podem repercutir consideravelmente
nos níveis político, estratégico e operacional. Os novos recursos tecnológicos
acessíveis à sociedade passaram a exercer influência direta no planejamento e na
condução das operações policiais militares. Dessa realidade, decorrem a facilidade
de permanente acompanhamento e o maior poder de influência dos diversos atores
sobre as operações em curso, como também a facilidade de acesso à tecnologia
por atores aparentemente mais fracos, fatores que os tornam ameaças a considerar.

h. Ênfase na ação proativa e preventiva.

O emprego das frações deve obedecer a um criterioso planejamento,


elaborado em bases realísticas e dados estatísticos confiáveis, que atente para as
informações pertinentes à defesa pública e aos anseios e necessidades da
comunidade, propiciando a aplicação de recursos humanos e materiais nos horários
e locais de maior risco. Se não for possível agir diretamente sobre a vontade do
agente, a Polícia Militar deve restringir a oportunidade de ação do delinqüente,
dando ênfase à ação preventiva, decorrente de planejamento cuidadoso, com
escolha de itinerários e locais de Ponto Base estabelecidos com critérios científicos
através de análise das informações espaciais e temporais, inibe a oportunidade de
delinqüir, interrompendo o ciclo da violência.

i. Rapidez no atendimento

A rapidez na resposta é fator primordial para a eficiência e eficácia das


ações e operações a cargo da Polícia Militar, cujo objetivo maior é prestar um

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atendimento ao público, com excelência. O tempo de resposta a solicitação da


Comunidade, deve ser o mínimo necessário. A agilidade no atendimento não deve
significar o desprezo dos necessários cuidados por parte do policial militar, quanto
à sua segurança e à de terceiros; a rapidez deve ser compatível com a urgência de
sua intervenção. A surpresa de uma operação está proporcionalmente ligada à
rapidez, de como é desencadeada e executada. Quanto mais rápida for a ação,
maior a surpresa e menor a possibilidade de reação. A rapidez é fator de sucesso
no cumprimento da missão.

j. Qualidade na prestação dos serviços

Uma das grandes preocupações do Comando da Polícia Militar é com o


aprimoramento técnico-profissional do homem. Assim, a busca do aperfeiçoamento
das técnicas e táticas de policiamento e da racionalização do emprego dos recursos
deve traduzir-se na melhoria, cada vez mais, do atendimento à sociedade. É de
fundamental importância avaliar junto ao público externo a qualidade do serviço
prestado pela Polícia Militar.

k. Transparência e controle das atividades

Transparência das ações é um pré-requisito básico para desenvolver a


confiança, não só entre as organizações envolvidas, como entre a comunidade e
os policiais. A comunidade será incentivada a fazer o acompanhamento do
programa, participando da avaliação conjunta de suas ações e de sua divulgação
junto à mídia e superando o histórico de uma cultura que considera particular as
informações produzidas no exercício da função pública. Quanto maior for a
interação entre a polícia e a comunidade, tanto mais será natural a situação de
transparência e controle das atividades, haja vista que as ações serão, via de
regra, desenvolvidas em conjunto.

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l. Valorização do Policial Militar

A Corporação tem o compromisso de promover a defesa de direitos


relacionados à atuação dos Policiais Militares, mesmo em parcerias com outros
órgãos, a fim de facilitar o atendimento jurídico assistencial aos Policiais Militares.
Além disso, valorizar o profissional também é confiar em sua competência e na
experiência adquiridas na formação continuada que recebem, envolvendo-o em
ações preventivas. Policial Militar reconhecido é Policial Militar satisfeito e
comprometido.

12. SISTEMAS DE POLICIAMENTO E O SISTEMA HÍBRIDO


DE POLICIAMENTO

12.1 Sistemas de policiamento ostensivo

12.1.1 Definição

É o conjunto de Organizações Policiais Militares, funções, características,


princípios, variáveis, disposições legais e regulamentos, técnicas e rotinas,
coordenados em si, formando um todo harmônico com estrutura organizada e
modelo próprio, para a consecução de um fim real e determinado que é a
preservação da ordem pública.

São três os modelos de Sistema de Policiamento Ostensivo:

· Especializado;

· Integrado;

· Eclético ou Misto.

12.1.2 A origem dos Sistemas de Policiamento

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Segundo Churchman, sistema é um conjunto de partes coordenadas, para


realizar um conjunto de finalidades. Sistema é um conjunto de elementos
interdependentes de modo a formar um todo. Oriundo do grego o termo “sistema”
significa “combinar”, “ajustar”, “formar um conjunto”.

Para CHIAVENATO, sistema é um conjunto de elementos dinamicamente


relacionados entre si, formando uma atividade para atingir um objetivo, operando
sobre entradas e fornecendo saídas processadas.

Sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas que contribuem ou


operam para atingir um objetivo comum seguindo um propósito, ou razão de
existir (missão). Em um sistema o todo é maior do que a soma das partes isoladas
e todo sistema é subsistema de um Sistema maior.

Na PMBA a origem dos Sistemas de Policiamento foi registrada na obra


“O Planejamento Operacional em Polícia Militar, publicada em 1990, de autoria
do Cel PM RR Edmundo Guedes. Para Guedes 1990, Sistema de Policiamento
é o conjunto de funções, características, princípios, variáveis, disposições legais e
Regulamentos, Técnicas coordenadas em si, formando um todo harmônico com
estrutura organizada e modelo próprio, para construção de um fim real e
determinado, que é a preservação da ordem pública (Guedes, 1990, pág. 20).

Segundo Guedes, o sistema de emprego da PMBA se fundamenta em 03


(três) Subconjuntos: Doutrina (fundamentada na atuação preventiva, repressiva,
operativa e gerencial), Conjuntura (contexto histórico, político, social, econômico
e tecnológico no qual a PM atua) e Legislação (Constituição Federal, Estadual e
Portarias voltadas ao policiamento). O modelo do “modus operandi” como um
todo caracteriza o sistema que se apresenta como três modelos: o Especializado,
Integrado Eclético ou Misto.

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Guedes afirma que os sistemas especializados e integrado servem apenas


como parâmetro doutrinário e que na prática apenas o policiamento eclético é
operacionalizado, já que nenhuma Corporação consegue ter efetivo necessário
para especializar as suas Unidades Operacionais em todo território do Estado,
bem como é necessário ter Unidades Especializadas para executar ações
específicas em intervenção qualificada ou em complemento às ações de
policiamento integrado.

Porém no ano de 1991, a PMBA aprovou o Manual de Policiamento


Ostensivo Integrado – POI, determinando, o seu uso no planejamento Estratégico,
tático e operacional na corporação, através da publicação da Portaria nºCG-
0143/06/91, devido a exitosa experiência no 7º BPM e sua consolidação em
todas as Unidades Operacionais da Corporação.

Com o advento da Implantação do Projeto Polícia Cidadã em 1998, que


instituiu a Gestão pela Qualidade Total como metodologia de suporte gerencial à
execução do policiamento ostensivo (comunitário) foi inserido conceitos gerenciais,
sendo adotados neste contexto, o Batalhão Gestor e a Companhia Independente,
a proposta do Batalhão Gestor foi abandonada após 1 (um) ano de implantação
e as Companhias Independentes proliferadas em todo o território Baiano, com
estrutura diferente da proposta inicial do projeto e não atendendo de forma
adequada aos princípios do desdobramento territorial.

Entre os anos de 2008 a 2012, com o aumento dos índices de criminalidade,


a implantação de programas como PRONASCI (Programa Nacional de Segu-
rança Pública e Cidadania) e o Pacto Pela Vida, demandaram ações para forta-
lecimento de operações especiais, de repressão qualificada ao crime organizado
e facções criminosas em todo o território baiano, através da articulação de tro-
pas Especiais e Suporte de inteligência, ampliando atuação e criação de Unida-
des especializadas, bem como implementação de Bases Comunitária (BCS) em
áreas de risco e altos índices de CVLI, como política governamental do Pacto

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Pela Vida, importada do estado de Pernambuco e com metodologia de ocupa-


ção dos espaços similares as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Estado
do Rio de Janeiro, provocou mais uma significativa mudança na Doutrina de Em-
prego Operacional da PMBA, desta vez, com a inserção da BCS (Base Comu-
nitária de Segurança), das CIPES (Companhia Independente de Policiamento
Especializado) e CIPT (Companhia Independente de Policiamento tático), sem
contudo reordenar o Sistema e os princípios de desdobramento de território,
responsabilidade territorial e Unidade de Comando.
Como pode-se observar acima, os Sistemas de policiamento modificaram
bastante as suas estruturas, significados e conceitos, devido a evolução do em-
prego operacional inserção de estruturas PM instaladas nos espaços físicos, re-
querendo a adequação tanto dos Sistemas, quanto da doutrina de emprego
operacional, ajustando e articulando as estruturas, os princípios e a missão de
cada uma das Unidades de forma harmônica, doutrinária, conjuntural e legal.
Deste modo a Doutrina de Emprego Operacional da PMBA, na prática,
está calcada num Sistema Híbrido de policiamento, pois é formado por Unidades
operacionais que desenvolvem o Sistema Integrado, a exemplo dos Batalhões e
Companhias, por Unidades Especializadas instaladas em várias áreas do territó-
rio Baiano, tanto na Capital e no interior, tendo, inclusive, mais de um Especi-
alizada por Comando regional, caracterizando também a existência do Sistema
Especializado e com a presença das bases Comunitárias e da Filosofia de Polícia
Cidadã, que ressurge com força, sendo vital para a consecução da Estratégia
Operacional prevista no Plano Estratégico, o Sistema atual adotado será Híbri-
do, pois aglutina todas estas inovações de forma sistêmica e harmônica.
12.1.3 Conceitos dos Sistemas de Policiamento
O conceito do Sistema já foi abordado anteriormente, bem como o con-
ceito de Sistema de policiamento. Agora vamos definir o conceito de Híbrido,
Sistema Híbrido e Sistema de Policiamento Híbrido. Tanto em logística, como em
marketing, quanto em administração, termo híbrido atualmente é muito utilizado
por ser caracterizado pela combinação de modelos de várias formas, permitindo
uma diversidade de opções de emprego, contudo, com uma adequada articula-
ção de processos que requerem atuação sistemática e coordenada.

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A visão da PMBA descrita no Plano estratégico 2017-2025 “A PMBA


Rumo ao Bicentenário” sinaliza para uma atuação focada na oferta de serviços:
“Ser referência Nacional até 2025, pela excelência na prestação de serviços de
Polícia Ostensiva e Cidadã.” Para alcançar este desiderato, é vital a adoção de
sistema de administração da produção que auxilia na tomada de decisões táticas
e operacionais da produção, logística, inteligência, comunicação social e marketing
para: O que produzir, para quem produzir, quanto produzir, quando produzir,
com que recursos produzir, como garantir a qualidade do que entrega, com a
observância que o contexto social de atuação da PMBA é complexo e multifocal,
caracterizado pelo aumento da capacidade e velocidade de atendimento com
qualidade, e, pela resolutividade dos problemas com atuação, ética e responsável
com a imagem institucional.

O Sistema é considerado híbrido quando este tem a vocação de alinhavar


as ações de gestão estratégicas contidas na Estratégia Operacional da PMBA à
grande capacidade de resolução de problemas do policiamento ofertado ao
cidadão.

Então o sistema híbrido de policiamento Ostensivo é a combinação de dois


ou mais subsistemas (Integrado e Especializado) capaz de articular
sistematicamente as ações da estratégia operacional, as ações de, resolução de
problemas de segurança pública através da aproximação com a comunidade,
respeito à dignidade da pessoa humana, e oferta de serviços ao cidadão, visando
a consecução da missão de preservar a ordem pública e a cidadania, com o fito
de ser referência Nacional até 2025 em prestação de serviços de polícia ostensiva
e cidadã.

No Sistema Híbrido, a PMBA dá ênfase tanto ao modelo Integrado, quan-


to ao Especializado, na região da Capital, Metropolitana e no Interior, combinan-
do também ações estratégicas de policiamento com as de resolutividade de pro-

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blemas que afetam o cidadão na preservação da vida, da ordem pública e da


cidadania.
12.1.4 Sistema de Policiamento Ostensivo Especializado
É caracterizado por Unidade Básica da PM (Cia, Esqd, Btl, ou Regimento)
que executa um só tipo de Policiamento Ostensivo – PO, e a aplicação de todos
os seus meios humanos, materiais e estruturais, unicamente para o cumprimento
da missão a qual foi destinada.
12.1.5 Sistema de Policiamento Ostensivo Integrado
É caracterizado por Unidade Básica da PM (Cia, Esqd, Btl, ou Regimento)
que executa mais de um tipo de Policiamento Ostensivo – PO, coordenadamente,
numa determinada área ou subárea de responsabilidade territorial, sob um só
comando.
12.1.6 Sistema de Policiamento Ostensivo Eclético ou Misto
É caracterizado pela combinação dos modelos Especializado e Integrado
na execução do Policiamento Ostensivo – PO, seja na Capital ou Interior, sendo
este o adotado pela PMBA.

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12.2 Sistema híbrido de policiamento

O Sistema de Policiamento ostensivo híbrido possui o formato que permite


a combinação dos Subsistemas de Policiamento Ostensivo Integrado e
Especializado, articulado com as estratégias, os programas de policiamento do
Subsistema de Inteligência Policial Militar.

Desta forma a proposta consiste em considerar que as unidades operacionais


de área (BPM e CIPM) adotarão o Subsistema de Policiamento Ostensivo
Integrado que será também composto pela metodologia da Polícia Cidadã
(Policiamento Ostensivo executado com suporte gerencial de gestão pela qualidade)
sendo articulado com as estratégias (policiamento comunitário, orientado ao
problema, estratégico, tradicional e repressão qualificada) e os programas de
policiamento (Polícia Cidadã, policiamento escolar, combate ao furto e roubo de
veículos, combate ao furto e roubo de coletivos , Rádio patrulha, Força Tática,
policiamento a população vulnerável, atendimento a serviços prioritários de
policiamento), do Subsistema de Inteligência e do Subsistema de Suporte ao
Policiamento Ostensivo.

E também considerar que as Unidades Especializadas (BPCHq, BOPE,


BEPE, BEPTur, BPGd, CIPGd, COPPA, BPRv, CIPRv, Esqd Mcl Águia,
RPMont) adotando o Subsistema de Policiamento Especializado que será também
composto por estratégias de policiamento, do Subsistema de Inteligência e do
Subsistema de Suporte ao Policiamento Ostensivo.

Nesta proposta será considerado Grupo de Polícia Militar (GpPM) como


Unidade Básica, tática e operacionalmente ideal para a execução da atividade
fim, atuando num espaço definido – Sub setor, sob um só comando, em mais de
um tipo de policiamento ostensivo, numa ação integrada, para as Unidades de
área (BPM e CIPM) que atuam no Subsistema de Policiamento Ostensivo

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Integrado (POI). Muitas cidades do interior do Estado há muito tempo já atuam


neste modelo, devendo os demais municípios, inclusive a Capital e RMS, adotarem
como padrão. Para as Unidades Especializadas a atuação consistirá em
complemento ou suplemento as ações e operações das Unidades de POI, como
reforço e/ou nas atividades específicas da missão destas UOP no Subsistema de
Policiamento Especializado (POE) como complemento ou suplemento as ações.

Estas ações e operações serão precedidas de Planejamento próprio do


Comando de Operações PM, do Comando de Policiamento Especializado e
Comando de Policiamento Regional. A Unidade Básica de atuação será a guarnição
tipo “D” que terá obrigatoriamente um Plano de Ação de emprego e um cartão de
prioridade de policiamento para cada Termo de Serviço. Deverá ser entendido
como Subsetor, o desdobramento do Setor, cujo espaço físico/geográfico variará
de 1 à 15 KM², atribuído ao GpPM, sob comando de um Sargento PM, no qual
sejam considerados os seguintes fatores:

1) Densidade demográfica e o grau de urbanização;

2) Volume, densidade e intensidade na circulação de veículos e pessoas;

3) Características topográficas do terreno;

4) Locais prioritários de policiamento ostensivo, pontos críticos, sensíveis e


notáveis existentes;

5) Características das atividades locais predominantes, tais como: residencial,


comercial, industrial, recreativa, escolar, etc.

6) Índice de criminalidade CVLI;

7) Grau de desordem (áreas com pontos de pichações, moradores de rua,


usuários de drogas, bocas de fumo etc.).

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As UOPM deverão elaborar levantamento Estratégico de suas respectivas


áreas de responsabilidade, realizando o desdobramento em setores e subsetores,
atribuindo Comando a estes. No Subsistema, buscar-se-á a atuação da PMBA
através da incorporação e compreensão de 07 (sete) componentes:

1) Os aspectos físicos do terreno, indispensáveis ao bom desempenho


operacional;

2) A aproximação com a Comunidade, através de contatos constantes,


proporcionando a familiarização com os hábitos, rotinas e costumes locais, para
detectar e eliminar as situações e locais de riscos que alteram ou possam alterar o
ambiente de tranquilidade pública;

3) A adoção de Método IARA para solução de problemas de policiamento


com a participação de integrantes e lideranças da comunidade, com a elaboração
e execução de plano de ação e Procedimentos Operacionais Padrão (POP)
validado por todos os atores sociais envolvidos: lideranças comunitárias,
representantes de órgãos federias, estaduais e municipais, OAB, MP, Poder
Judiciário;

4) Utilização de mecanismos de Mediação Comunitária, de Conflitos e


Justiça Restaurativa;

5) Definição de Serviços Prioritários de Policiamento Ostensivo, com


mecanismos de avaliação pelo cidadão;

6) Utilização de Termo Circunstanciado de Ocorrências (TCO) para crimes


de menor potencial ofensivo;

7) Uso de tecnologia Mobile para informatização dos processos e dados


relativos ao policiamento ostensivo.

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Do ponto de vista da Polícia Militar, o Subsistema de Policiamento Ostensivo


Integrado (POI), este sistema visa:

1) Fortalecer a relação e interação entre o PM e o Cidadão;

2) Aumentar a confiança e a credibilidade da PMBA junto a sociedade;

3) Ampliar as ações de responsabilidade social com o apoio de instituições


parceiras;

4) Melhorar a imagem institucional;

5) Valorizar o Policial militar com uma Doutrina de Policiamento atualizada;

6) Estimular o cidadão a atuar como um agente participativo e fiscalizador


da busca de um ambiente seguro e ordeiro;

7) Resgatar e valorizar a figura do Tenente como comandante de setor e


de Oficial de Operações, do sargento PM com atribuição de responsabilidade
de Comandante de Subsetor, do Cabo PM como Comandante de Guarnição de
Rádio Patrulha para atendimento de ocorrências, prestação de serviços prioritários
e aplicação de Termo Circunstanciado de Ocorrências e do Soldado como
operador de procedimentos operacionais padrão;

8) Desta maneira o GpPM atuará como uma miniatura das Unidades PMBA
(BPM, CIPM e CIPT) tendo a responsabilidade de executar e cumprir as missões
afeitas aos subsistema POI no seu respectivo setor de atuação.

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13. DOUTRINA DE EMPREGO OPERACIONALAPLICADA AO


SISTEMA HÍBRIDO DE POLICIAMENTO

13.1 Integração e articulação dos sistemas das estratégias e programas de


policiamento no Sistema de Policiamento Híbrido (SPH)

O Sistema de Policiamento Híbrido (SPH) utilizará um grande conjunto de


soluções tecnológicas, logísticas, de Inteligência policial Militar, de Gestão de
Pessoas como suporte da atividade de policiar e de gestão do policiamento, para
a execução de Rotinas Operacionais com alto padrão de Qualidade, grande grau
de complexidade e resolução de gargalos na gestão de Recursos humanos (efetivo
qualificado e motivado), logísticos (equipamentos e veículos adequados e
disponíveis) bem como informações e dados fidedignos para facilitar análises e
tomada de decisão.

Neste sentido a articulação entre os Subsistemas pretende criar um fluxo


de trabalho lógico, mais simples, otimizado e informatizado, com uma cadeia
operacional mais integrada, capaz de tornar processos mais eficazes, eliminar
gargalos operacionais e dirimir índices de erros, retrabalhos e esforços
desnecessários. A integração dos Subsistemas de policiamento visa promover
uma grande melhoria no desempenho e na organização das ações e operações
policiais militares, processos finalísticos da PMBA e na oferta de serviços aos
cidadão.

Na teoria dos sistemas dinâmicos há uma definição formal para sistemas


híbridos atribuída a sistemas que apresentam, simultaneamente comportamentos
dinâmicos de tempos contínuos e discretos em espaços definidos. Um Sistema
híbrido é uma coleção de Sistemas dinâmicos, cada um representando um modo

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do sistema, com um sistema maior e autônomo baseado em regras responsável


pela Integração e articulação entre os sistemas dinâmicos.

Os sistemas híbridos fornecem estrutura básica e uma metodologia para a


combinação de subsistemas autônomos inteligentes entre si, mas harmônicos e
integrados para atingir um propósito. O Sistema híbrido Ostensivo Híbrido é ao
mesmo tempo a estrutura básica e uma metodologia capaz de combinar, articular
e integrar os subsistemas de Policiamento Ostensivo Integrado (POI), Policiamento
especializado (POE), Inteligência Policial, de suporte ao Policiamento Sistêmico
(logística, gestão de pessoas e tecnologia) em uma única Matriz, capaz de reduzir
custo, otimizando o policiamento, melhorando performance no atendimento ao
cidadão, otimizar Processos gerenciais, de apoio e finalísticos de policiamento
ostensivo, realizar gestão inteligente do policiamento com a elaboração de Planos
de policiamento inteligentes (PPI) que articulam subsistemas, estratégias e
programas de policiamento em locais de riscos e pontos críticos e de altos índices
de criminalidade para ofertar serviços com qualidade e preservar a vida, a ordem
pública e a cidadania.

Esta integração e articulação são desenvolvidas em 03 (três) dimensões:

1 – Dimensão estratégica: realizada pelo Comando de Operações PM


(estratégica estadual) e pelo Comando de Policiamento Regional e Especializado.
Nesta dimensão o sistema híbrido de policiamento tem articulação máxima de
planejamento e tomada de decisões e integra todos os subsistemas: POI, POE,
IP e SPO. Com a elaboração de Planos, para região sob sua responsabilidade.

2 – Dimensão Tática: realizado pelo Comando da Unidade operacional


(BPM, CIPM, CIPT e CIPE). Nesta dimensão o sistema híbrido tem a sua
Integração e articulação ideal de planejamento, tomada de decisões e execução

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de policiamento com a utilização dos subsistemas: POI ou POE, IP e TI.

3 - Dimensão operacional – Realizada pelo comando de Setor e subsetor


de uma UOP. Nesta dimensão o subsistema híbrido tem a integração e articulação
moderada de planejamento, tomada de decisões e execução de policiamento
com a utilização do subsistema POI, as estratégias e os programas de policiamento.
Esta dimensão é vital para atendimento e prestação de serviço ao cidadão tendo
como prioridade máxima.

13.2 Base teórica

• Manual Básico de Policiamento Ostensivo Integrado (PMBA, 1991);

• Projeto Polícia Cidadã (PMBA, 1998);

• Gestão Institucional GESIN (PMBA, 2011);

• GHOSH, J. Network and Hybrid System. Tutorial at the IEEE


International Conference on Neural Networks, 1997;

• Manual de Fundamentos da Doutrina Militar Terrestre (EB 20-MF-


10.102);

• Filho, Nelson. O Projeto Polícia Cidadã: Aplicação dos Conceitos da


Administração Pública Gerencial no Nível Microorganizacional da Segurança
Pública. ENANPAD 2001;

• Diretriz Geral de Planejamento e Emprego da PMPR. PM/3 PMPR 2000;

• Manual Básico da PMBA (2018).

13.3 Finalidade

Estabelecer doutrinas de Emprego Operacional na polícia militar da Bahia,

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com vistas a padronizar as atividades dos órgãos de execução territoriais (BPM e


CIPM) e supletivamente dos órgãos de execução especializada (CPE e Orgânico),
estabelecendo conceitos básicos para disponibilizar o funcionamento Estratégico,
Tático e Operacional das ações e operações policiais militares das Unidades
territoriais e especializadas, inserindo-as num sistema operacional Único: Sistema
de policiamento híbrido (SPH).

13.4 Situação

A evolução e inovações processadas durante os últimos 30 anos na PMBA,


decorrentes da complexidade do contexto e do ambiente social de atuação, torna-
se necessária a atualização da doutrina de emprego operacional, prevista no plano
Estratégico da PMBA 2017-2015. Devido à falta de sistematização de
metodologias de policiamento inseridas e incorporadas no cotidiano da PMBA,
esta proposta de emprego operacional, por ser geral e ampla, a qualifica como
fonte doutrinária e balizadora da execução da gestão do policiamento ostensivo.
O estabelecimento do sistema de gestão operacional do policiamento, previsto
no Plano Estratégico da PMBA 2017-2025, que derivou na Portaria do sistema
(SGOPM) contribuiu para a necessidade de formalização desta doutrina de
emprego.

13.5 Objetivos da doutrina de emprego operacional

13.5.1 Conceitos Gerais

13.5.1.1 Sistema de Emprego Operacional Híbrido

É um sistema de Policiamento no qual a Polícia militar da Bahia emprega


seus meios de forma combinada, integrada e articulada com subsistemas e,
estratégias e programas de policiamento através das suas unidades operacionais,
nos seus respectivos espaços físicos definidos.

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13.5.1.2 Subsistemas de Policiamento Especializado

É um Sistema de policiamento em que a unidade básica da PM (BPM,


CIA, Esqd. ou Regimento) executa um tipo de P.O para cumprir sua missão.

13.5.1.3Subsistema de Inteligência Policial (SIP)

É a parte do Sistema de policiamento híbrido responsável pela atividade


permanente e sistemática de ações para identificação, acompanhamento, produção
e avaliação de informações, ameaças, riscos reais, potenciais e dados necessários
ao planejamento, execução e avaliação do policiamento ostensivo, bem como o
monitoramento de criminosos e seus modus operandi.

13.5.1.4Subsistema de Suporte à Gestão Operacional do Policiamento


Ostensivo (SGOPM)

É um Subsistema composto por diretivas de Suporte à Gestão do


Policiamento e que são formadas por definições estratégicas relacionadas a todos
os recursos dimensionados para a operacionalização da atividade fim da
corporação, que necessitam estar alinhadas às demandas atuais e futuras, conforme
estabelecido em Plano Estratégico da PMBA.

13.5.2 Conceitos relativos às dimensões do policiamento

O policiamento Ostensivo híbrido está dimensionada da seguinte forma:

13.5.2.1 Dimensão Estratégica:

Realizada pelo Comando de Operações PM (estratégica estadual) e pelo


Comando de Policiamento Regional e Especializado, com ações voltadas para o
planejamento, tomada de decisões e articulação operacional em todos os
Subsistemas;

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13.5.2.2 Dimensão Tática

Realizado pelo Comando da Unidade operacional (UOP e UOE), com


ações de execução do policiamento e utilização dos Subsistema POI ou POE;

13.5.2.3 Dimensão Operacional

Realizada pelo comando de Setor e subsetor de uma UOP tem a integração


e articulação moderada de planejamento, tomada de decisões e execução de
policiamento com a utilização do subsistema POI, as estratégias e os programas
de policiamento.

13.5.3 Conceitos relativos aos níveis de policiamento:

13.5.3.1 A nível do Comando de Operações.

Aplicação do Sistema de Policiamento híbrido na dimensão estratégica,


em todo território baiano com a gestão da estratégia operacional nos processos
gerenciais. Atualização e difusão de doutrina, estabelecimento de diretrizes e metas,
e realização de operações policiais militares. Neste nível as Unidades operacionais
são divididas em territoriais aquelas que executam o Policiamento Ostensivo
Integrado e as Unidades especializadas aquelas que executam um tipo de
policiamento ostensivo (específico especializado).

Policiamento Ostensivo:

Atividade de manutenção da Ordem pública executada exclusivamente pela


Polícia Militar, com características, princípios e variáveis próprias.

Policiamento Ostensivo Integrado:

É a execução integrada de mais de um tipo de policiamento ostensivo, por


uma mesma Unidade Operacional, no seu espaço físico definido.

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Policiamento Ostensivo Especializado:

É a execução de apenas um tipo de policiamento ostensivo específico por


Unidade Específica.

Policiamento Ostensivo Híbrido:

É a execução combinada, integrada de mais de um tipo de policiamento,


com suporte gerencial da gestão da qualidade, pelas Unidades territoriais, de
ações e operações especiais de complemento e suplemento ao policiamento
integrado pelas Unidades especializadas, executando de forma articulada
estratégias e programas de policiamento.

13.5.3.2 A nível de Comandos de policiamento:

Aplicação do sistema de policiamento híbrido na dimensão estratégica porém


em regiões (CPR) e em todo o Estado e em algumas regiões (CPE) com a
combinação, integração e articulação dos subsistemas, estratégias e programas
de policiamento dando suporte as Unidades subordinadas. Neste nível as unidades
territoriais são de responsabilidade do Comando Regional (CPR) e as Unidades
Especializadas do Comando de Policiamento Especializado (CPE).

13.5.3.3 A nível de Batalhão (territoriais e especializados):

Aplicação do Sistema de Policiamento Integrado nas Unidades territoriais


e do Sistema de Policiamento Especializado nas Unidades especializadas. O
Batalhão Territorial executa todos os tipos de policiamento necessário para pre-
servar a vida, a ordem pública e a cidadania. O BPM possui na sua estrutura
Companhias de P.O integradas. O Batalhão especializado executa apenas um
tipo de policiamento ostensivo e suas Companhias de POE também.
13.5.3.4 A nível de Companhia Independente de Polícia Militar (Territoriais
e Especializadas)

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A aplicação do Subsistema de Policiamento Ostensivo Integrado (POI)


em Companhias Independentes Territoriais e do policiamento Especializado (POE)
nas especializadas. A CIPM executa vários tipos de policiamento ostensivo e
possui na sua estrutura pelotões e Grupos de P.O integrados.
A CIPE executa vários tipos de policiamento também, contudo, possui
uma missão tática específica e especiais voltada para intervenções rápidas e de
repressão qualificada a facções criminosas e ações de alta periculosidade em
áreas rurais, comerciais e industriais.
A CIPT executa também vários tipos de policiamento ostensivo com mis-
sões táticas regionais voltadas ao apoio e recompletamento do P.O das Unida-
des territoriais de um CPR. É a força tática do Comandante do CPR voltada
para intervenções rápidas e repressão qualificada em locais de risco e áreas de
altos índices de criminalidade na área do CPR preferencialmente em áreas urba-
nas.
13.5.3.5 A nível de Companhia de Polícia Militar
Em uma Companhia Territorial os seus pelotões executam vários tipos de
policiamento (POI) e na Companhia de um batalhão especializado os seus pelo-
tões são especializados, isto é, executam um tipo de policiamento (POE).
13.5.3.6 A nível de Pelotão Policial Militar
Um Pelotão de uma Unidade Territorial executa vários tipos de policia-
mento (POI) e seus grupos também. Um pelotão de uma Unidade Especializada
executa apenas um tipo de policiamento (POE) e seus grupos também.

13.5.3.7 A nível de Grupo de Polícia Militar

Quando um grupo em seu subsetor executa vários tipos de policiamento


integrados (POI). Quando um grupo de uma Unidade especializada executa
apenas um tipo de policiamento (POE).

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13.5.4 Conceitos Relativos à Doutrina de Espaço Físico

Para um eficiente desempenho de Polícia Militar no espaço físico são


importantes e vitais quatro componentes: A Organização Policial militar, os
Subsistemas de policiamento da Organização, a Dimensão de atuação e o Homem
Policial Militar.

13.5.4.1 Espaço Físico:

É o elemento fundamental para a execução das atividades de polícia militar


e está construído de área, população e características.

13.5.4.2 A Organização Policial Militar: É o órgão que vai se responsabilizar


pela manutenção da ordem pública num determinado espaço físico.

13.5.4.3 Os Subsistemas do Sistema de Policiamento Híbrido sob


responsabilidade da Organização Policial Militar: São conjuntos de elementos
independentes e inter-relacionados que compõem o Sistema maior (híbrido) e
são caracterizados pela combinação destes.

13.5.4.4 A Dimensão da atuação da Organização Policial Militar: É o órgão


que vai se responsabilizar pela manutenção da ordem num determinado espaço
físico.

13.5.4.5 O Homem Policial Militar: É o responsável direto pela execução


do policiamento ostensivo em determinado espaço físico. A sua importância cresce
na medida de sua vinculação com a comunidade.

13.5.4.6 Território Policial Militar

Espaço físico total do Estado atribuído para fins de execução de Polícia


ostensiva ao Comando de Operações PM, visando a preservação da vida, da
ordem pública e da cidadania.

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13.5.4.6.1 Território Especial de Polícia Militar

Espaço físico definido e atribuído ao Comando de Policiamento

Especializado;

13.5.4.6.2 Região Policial Militar

Espaço físico definido, parte de um território policial militar atribuído para

fins de execução de polícia ostensiva a um Comando de Policiamento Regional;

13.5.4.6.3 Área de Força Tática Especial

Espaço físico definido, parte de uma região policial militar, atribuído a uma

Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE);

13.5.4.6.4 Área de Força Tática Regional

Espaço físico definido, semelhante a da região policial militar atribuído a

uma Companhia de Policiamento Tático (CIPT);

Área Policial Militar - Espaço físico definido, parte de um ou mais municípios

atribuído para fins de execução de polícia ostensiva atribuído a um batalhão ou a

uma Companhia independente de policiamento ostensivo integrado.

13.5.4.6.5 Subárea Policial Militar

Espaço físico definido, parte de uma área policial militar atribuído para fins

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de execução de polícia ostensiva a uma Companhia de policiamento ostensivo

integrado.

13.5.4.6.6 Setor Policial Militar

Espaço físico definido, parte de uma subárea policial militar atribuído para

fins de execução de polícia ostensiva a um Pelotão.

13.5.4.6.7 Setor de Força Tática Especial

Espaço físico definido semelhante a um Setor Policial Militar, atribuído a

um pelotão de uma Companhia de Policiamento Especializado.

13.5.4.6.8 Setor de Força Tática Regional

Espaço físico semelhante a um Pelotão Policial Militar, atribuído a uma


Companhia de Policiamento Tático (CIPT).

13.5.4.6.9 Sub setor Policial Militar

Espaço físico definido, parte de um Setor Policial Militar atribuído para fins
de execução de polícia ostensiva a um Grupo de policiamento ostensivo integrado.

A Pentalogia espaço, subsistemas, dimensão e o homem policial Militar, é

a base da estrutura do sistema híbrido que buscará uma melhor prestação de

serviço da PM ao cidadão e deve ser escalonada para melhor atendimento e

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gerenciamento dos recursos disponíveis para as Unidades cumprirem a missão.

Esta pentalogia é representada conforme quadro abaixo:

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13.6 O modelo atual desafios e possibilidades

O Modelo atual de Emprego operacional da PMBA de fato está sendo


gerido e executado de forma híbrida, contudo necessitando de sistematização e
ajustes doutrinários para posterior difusão. Como desafios pode-se citar:

• Articular de forma harmônica os subsistemas, as estratégias e os


programas de policiamento, e, os princípios de responsabilidade territorial e de
Unidade de Comando.

• Definir com clareza a responsabilização dos espaços territoriais entre


as Unidades voltadas ao POI e as especializadas;

• Definir com clareza a atuação das forças táticas especiais (CIPE) e das
forças táticas Regionais e Operacionais (CIPT, CETO, PETO);

• Estabelecer processo de execução da atividade de policiamento desde


a vocação estratégica de oferta de serviço, passando pela capacidade de
solucionar problemas de policiamento, até a oferta de serviços e posterior avaliação
pelo cliente.

• Utilizar Sistema Mobile para gerenciar os processos, produtos e


resultados de maneira informatizada e ágil;

• Destinação de Recursos financeiros para programas de policiamento


desenvolvido hibridamente: policiamento integrado e especializado.

• Elaboração de Planos de policiamento Inteligentes projetados e


executados de forma híbrida constando ações dos Subsistemas: Policiamento
Integrado, Policiamento especializado e Ações de Inteligência Policial Militar;

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• Atualização da Portaria Nº 092 – COPPM/2010 (Fortalecimento da


Doutrina de Emprego Operacional com ênfase na Filosofia de Polícia Comunitária
como base para a execução do policiamento ostensivo na Polícia Militar da Bahia).

ANSELMO ALVES BRANDÃO - CEL PM


COMANDANTE-GERAL

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