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Lista de Figuras
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Figura 31 - Rebatido ....................................................................................... 70
Figura 32 - Tipos de culotes dos estojos ........................................................ 70
Figura 33 - Estojo fogo central ........................................................................ 71
Figura 34 - Estojo fogo circular ....................................................................... 72
Figura 35 - Espoletas Boxer e Bedran ............................................................ 74
Figura 36 - Estojo que utiliza espoletas Berdan e Boxer ................................ 74
Figura 37 - Espoleta Bateria ........................................................................... 75
Figura 38 - Partes de um projétil..................................................................... 78
Figura 39 - Partes de um projétil (2) ............................................................... 78
Figura 40 - Pane em pistola - chaminé ........................................................... 81
Figura 41 - Pane em pistola - duplo carregamento ......................................... 82
Figura 42 - Pane em pistola - trancamento ..................................................... 83
Figura 43 - Pane em pistola - embuchamento ................................................ 84
Figura 44 - Causas excludentes da ilicitude ................................................. 133
Figura 45 - Situações em que não cabe legítima defesa .............................. 135
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SUMÁRIO
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4 ARMAS LEVES ........................................................................................... 31
11 BALÍSTICA ................................................................................................ 48
13 BALÍSTICA EXTERNA.............................................................................. 54
15 CANO ........................................................................................................ 59
15.1 PARTES................................................................................................. 59
15.2 ALMA LISA E ALMA RAIADA ..................................................................... 60
16 RAIAMENTO ............................................................................................. 61
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16.1 PASSO DE RAIAMENTO ........................................................................... 62
18 CARTUCHO .............................................................................................. 65
19 ESTOJO .................................................................................................... 67
20 ESPOLETA ............................................................................................... 73
21 PROPELENTE .......................................................................................... 76
22 PROJÉTIL ................................................................................................. 78
23 PANE ......................................................................................................... 80
25 LEGISLAÇÃO ........................................................................................... 87
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REFERÊNCIAS ............................................................................................ 137
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1 REGRAS DE SEGURANÇA
No manuseio com arma de fogo, a segurança tem que ser um item observado
e seguido à exaustão. Não raros os casos em que a inobservância às regras de
segurança causou disparos acidentais que vitimaram ou lesionaram, com gravidade,
pessoas que realizavam o manuseio do armamento ou encontravam-se próximas.
Diversos fatores podem ocasionar tal fato, como excesso de confiança, falta
de atenção, desconhecimento do funcionamento do armamento, irresponsabilidade,
entre outros.
Iremos apontar as principais regras de segurança no próximo tópico, contudo
o dogma que chamamos de segurança a 200% é o ponto inicial de todo o processo:
“Dedo fora do gatilho e controle direcional do cano.”
As outras regras de segurança não estão abaixo do binômio apontado,
contudo, se inobservadas, a chance de ocorrências de lesões ou mortes será
grande.
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8) Observar que as travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos
mecânicos sujeitos a falhas, por isso não se deve testá-las com uso de
munições reais;
9) Não misturar drogas e bebidas alcoólicas com armas de fogo;
10) Sempre que entregar ou receber uma arma, executar uma inspeção de
segurança. Não é ofensa verificar uma arma ao recebê-la;
11) Nunca abandonar a arma, carregada ou não;
12) Nunca receber uma arma em sua direção puxando-a pelo cano;
13) Antes de iniciar qualquer limpeza ou manutenção, efetuar a inspeção de
segurança;
14) Nunca deixar, de forma descuidada, uma arma e, ao guardá-la por longo
tempo, separar a arma da munição, mantendo-as longe do alcance de
menores de dezoito anos ou pessoas com deficiência mental;
15) Quando estiver atirando com revólver, jamais colocar a mão sobre o cano à
frente do tambor, pois essas peças movimentam-se durante o disparo e ainda
possuem os orifícios para saída de gases. Revólveres desprendem
lateralmente gases em alta velocidade e resíduos de chumbo e pólvora em
combustão. Manter as pessoas afastadas de sua lateral;
16) Controlar a munição a fim de verificar se corresponde ao calibre da arma;
17) Sempre transportar a arma no coldre, salvo quando houver a consciente
necessidade de utilizá-la;
18) Nunca engatilhar a arma quando não houver a intenção de atirar (armas de
ação dupla);
19) Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, estar
absolutamente certo de que a arma não esteja apontada para qualquer parte
de seu corpo ou de outras pessoas ao seu redor;
20) Tomar cuidado com obstruções do cano quando estiver atirando. Caso ouvir
ou sentir algo de anormal com o recuo ou a detonação, interromper
imediatamente os disparos. Verificar cuidadosamente a existência ou não de
obstruções no cano. Um projétil ou qualquer outro objeto deve ser
imediatamente removido, mesmo se tratando de lama, terra, quantidade
excessiva de graxa ou óleo etc., a fim de evitar que as raias sejam
danificadas ou o cano destruído;
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21) Nunca transportar uma arma no bolso, bolsa ou pochete. Usar a embalagem
apropriada ou um bom coldre, seja ele ostensivo ou dissimulado.
O momento mais esperado para o atirador é quando ele está de frente para o
alvo e pronto para iniciar os disparos. Todavia, por mais que tenha experiência,
nesse momento, além das regras de manuseio, é preciso adotar condutas/ações
que são indispensáveis para a realização dos disparos de maneira segura e efetiva,
dessa forma contribuindo para segurança de todos os presentes. São elas:
1) Seguir estritamente os comandos dados pelos instrutores de tiro;
2) Manter silêncio absoluto na linha de tiro;
3) Qualquer problema com a arma ou qualquer dúvida, levantar a mão de apoio,
manter o cano da arma em direção ao para-balas (se a arma não estiver no
coldre) e aguardar o instrutor;
4) Atentar-se de que todo deslocamento a ser realizado dentro do estande deve
ser feito em formação e ao comando do instrutor;
5) Utilizar coldre e porta-carregadores;
6) Não levar para o estande qualquer material estranho à instrução, tais como
garrafas com água, telefone celular, máquina fotográfica, óculos escuros, etc.;
7) Utilizar roupas adequadas e utilizar equipamentos de proteção individual
durante a execução dos disparos.
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2 ARMA DE FOGO
2.2 Definição
Segundo Minas Gerais (2011), uma das primeiras aplicações práticas das
armas de fogo aconteceu em Sevilha, Espanha, no ano de 1247. De acordo com
registros históricos, o canhão foi empregado pela primeira vez em Crecy, pelo Rei
Eduardo III, da Inglaterra, contra os franceses, e por Mohammed II, da Turquia, em
sua famosa conquista de Constantinopla (1453), no fim da Idade Média. As
primeiras armas de fogo eram ineficientes, largas e pesadas, impossibilitando o seu
transporte por um só combatente.
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2.4 As Primeiras Armas de Fogo Leves
Segundo Minas Gerais (2011), a evolução das primeiras armas de fogo está
intimamente ligada ao desenvolvimento dos sistemas de ignição (iniciador ou chama
inicial para queima da pólvora). Quando apareceram as primeiras armas de fogos
portáteis (os conhecidos “canhões de mão”), o sistema empregado para produzir o
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seu disparo era, normalmente, uma barra de ferro incandescente, uma tocha ou uma
mecha acesa. Esse método primitivo necessitava que o seu operador tivesse uma
mão livre para provocar a ignição, que impossibilitava empunhar a arma com as
duas mãos. Além desse fato, o disparo não era produzido no momento desejado,
tornando-a ineficaz.
Entretanto, logo foi desenvolvido um sistema para que esse pavio fosse
aplicado por meio de um procedimento mecânico. Após o carregamento da arma
(ainda de antecarga), o operador colocava a mecha em uma peça metálica em
forma de “S” invertido. Essa peça ligava-se ao gatilho por meio de uma alavanca,
que era acionada por uma mola. Ao se pressionar o gatilho, a peça em forma de “S”
inclinava-se à frente, levando a mecha acesa ao “fogão”, provocando o disparo.
Esse sistema permitia que se empunhasse a arma com as duas mãos, melhorando
a pontaria, enquanto se “esperava” o disparo. Além disso, evitavam-se indesejáveis
queimaduras nas mãos. Outros processos foram desenvolvidos para produzir a
inclinação da mecha sobre o pavio. Consta que o invento dessas armas ocorreu nos
primórdios do século XV.
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Figura 1 - Arma de Mecha
Fonte: http://www.atarmamento.com.ar/fotos/historia_de_las_armas_de_fuego_image001.gif.
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O sistema de mecha apresentava uma série de inconvenientes, tais como:
dependência do vento, condições climáticas, imprevisibilidade do momento do
disparo, além de denunciar a posição do operador, pela mecha constantemente
acesa. As armas de roda surgiram como uma solução sensível a esses problemas,
uma vez que o disparo se dava no momento crítico. O fecho da roda foi empregado
em armas longas que dotavam a Cavalaria de uma arma eficiente. Esse sistema
mudou as táticas de guerra, tornando a Cavalaria, durante um longo período, dona
dos campos de batalha, à medida que foram possíveis as emboscadas e os assaltos
noturnos, diminuindo o poder da Infantaria.
O sistema permitiu, também, a construção das primeiras pistolas que, devido
ao seu alto custo, não se generalizaram a toda a tropa. A complexidade do engenho,
o alto custo de fabricação e a difícil manutenção inviabilizavam o uso generalizado
das armas de roda pelos exércitos. Esses foram os motivos que levaram as armas
de roda a um longo convívio com as armas de mecha, que continuaram sendo
fabricadas, devido ao seu baixo custo e mecanismo simples.
Fonte: http://www.atarmamento.com.ar/fotos/historiadelasarmas_de_fuego.
De acordo com Minas Gerais (2011), as armas de roda foram substituídas por
um sistema mais simples, seguro e eficiente. No século XVI, os armeiros
desenvolveram e fabricaram um fecho mais simples e eficiente que o de roda: o
fecho de pederneira (sílex). O primeiro fecho de pederneira surgiu entre 1540 e
1550, na Holanda, e era conhecido como “Snaphaunce”. Esse sistema consistia de
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um cão que, impulsionado violentamente à frente por uma mola, levava a pederneira
de encontro a uma chapa de aço em forma de “L” fixada no corpo da arma (próximo
a câmara), produzindo as faíscas necessárias a ignição do sistema.
O sistema de pederneira foi amplamente difundido entre a segunda metade
do século XVI até começo do século XIX, quando surgiu o sistema de percussão,
tornando-o obsoleto.
A França foi o país que se notabilizou com a fabricação de um fecho mais
simples e eficiente, inventado pelo armeiro Marin le Bourgeoys, entre 1610 e 1615, e
que se tornou padrão nos duzentos anos seguintes. O fecho francês se generalizou
como a arma de pederneira por excelência, permanecendo inalterado até a
pederneira tornar-se obsoleta no começo do século XIX. O fecho de pederneira
viabilizou a construção de espingardas e pistolas, que passaram a substituir o
mosquete no século XVII. No século XVIII, quase todos os exércitos tinham
abandonado o mosquete. Tal assertiva é confirmada pelo fato de que, durante as
Guerras Napoleônicas, todos os combatentes usavam armas de pederneira.
Segundo o Manual de Armamento Convencional, a
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Figura 3 - Arma de Pederneira
Fonte: http://www.atarmamento.com.ar/fotos/historiadelasarmas_de_fuego.
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Nos Estados Unidos, as armas de percussão obtiveram grande êxito,
cabendo a Heinrich Derringer12 (um alemão radicado na Filadélfia, já dedicado à
fabricação de armas para o governo e pistolas de duelo para particulares) a
produção das primeiras pistolas de percussão, por volta de 1825. O modelo, que
obteve mais fama e proporcionou um fabuloso negócio ao seu criador, foi uma
pistola que recebeu o sobrenome do seu fabricante.
Fonte: www3.dsi.uminho.pt/.../i_moderna/iddmod.htm.
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O fuzil de agulha Dreyse foi a primeira arma militar de retrocarga
suficientemente prática. Essa arma usava um cartucho combustível cuja principal
característica era a colocação do fulminante entre a base do projétil e o propelente.
A arma possuía um ferrolho com um longo e fino percussor em seu centro, acoplado
em uma mola. Ao acionar o gatilho, o percussor era liberado, penetrava no invólucro
do cartucho, atravessava a pólvora e comprimia o fulminante, ocasionando a ignição
e a consequente deflagração do cartucho. Essa arma apresentava dois
inconvenientes: excessiva liberação de gases pela culatra e a fragilidade da agulha
(percussor), que se quebrava facilmente.
Com o advento do cartucho metálico, o desenvolvimento das armas de fogo
teve um grande avanço. Os irmãos Paul e Guilherme Mauser projetaram um fuzil de
ferrolho para empregar cartuchos metálicos que, através de um sistema de
trancamento, obturava perfeitamente a câmara, evitando escapamento excessivo de
gases. Esse fuzil substituiu a agulha por um percussor e foi desenvolvido entre 1863
e 1898. Foram fabricados diversos modelos durante esse período. Essas armas
dotaram os exércitos durante as duas grandes guerras mundiais.
Segundo Minas Gerais (2011), paralelamente ao desenvolvimento dos fuzis
de ferrolho, outros sistemas foram criados e aperfeiçoados para aumentar o poder
de fogo das armas: o sistema de alavanca, notabilizado pela fábrica norte-americana
Winchester, e o sistema de bomba, aperfeiçoado por Browning, em fins da década
de 1880, também fabricado pela Winchester.
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De acordo com Minas Gerais (2011), o termo revólver
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As armas de Adams (inglês) eram de ação dupla: elas disparavam ao se pressionar
o gatilho, o que demandava muita força. Os revólveres de Adams tinham apenas 5
câmaras e os de Colt, 6. Apesar dessas diferenças, as armas de Adams tiveram
mais aceitação, uma vez que a ação dupla propiciava maior rapidez de fogo em
combate a curta distância, muito comuns àquela época.
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Ainda de acordo com Minas Gerais (2011), o desenvolvimento do revólver
estava praticamente completo no final do século XIX. A partir de então, os
aperfeiçoamentos estiveram mais ligados ao uso de metais leves e de cartuchos
mais poderosos, como no caso do Magnum. Uma tentativa de aperfeiçoamento
malsucedida do revólver, devido à complexidade de seu mecanismo, foi o “revólver
automático Webley-Fosbery”, inventado pelo Cel. Britânico George Vincent Fosbery.
Essa arma se autoengatilhava após cada disparo, aproveitando a ação dos gases
para fazer girar o tambor e engatilhar o cão, através do recuo do cano e da parte
superior da armação.
O futuro do revólver parece estar ligado ao seu uso pelas forças de
segurança. Sua maior vantagem é a simplicidade. Pode ser transportado com
segurança, em qualquer situação. Possui outras vantagens, tais como: estar sempre
pronto para o disparo, bastando puxar o gatilho; não ser suscetível aos efeitos da
poeira e da sujeira, como acontece com uma pistola; e possuir um cartucho para
disparo, ao se puxar o gatilho, no caso de um cartucho falhar. Sua principal
desvantagem é a pequena capacidade de carga.
2.7 As Espingardas
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dimensões bem menores do que os comumente usados (canos serrados ou
produzidos comercialmente com tais dimensões), apelidada de
“escopeta”15.
No Brasil, para o uso policial, as escopetas eram produzidas no calibre 12,
por ser, à época, o maior calibre de espingarda existente, oferecendo boas
possibilidades de incapacitação imediata do oponente e razoável
capacidade de intimidação, entretanto, com ínfima capacidade de tiro. Em
termos de espingardas de combate, o que se tem hoje, em uso policial, são
as armas de segunda, terceira e quarta gerações.
(MINAS GERAIS, 2011, p.46-47)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Winchester_Model_1897.
Fonte: https://saladearmas-oficial.blogspot.com/2017/06/espingarda-remington-870-eua-calibre-
12.html
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disparando tanto em ação de bomba (por repetição) quanto de forma
semiautomática, a critério do usuário.
Fonte: https://www.saladearmas.com/noticia/benelli-m-3-super-90
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Conforme explica Minas Gerais (2011), em 1889, Sir Hiram Stevens Maxim
desenvolveu e aperfeiçoou uma metralhadora capaz de realizar, por si só, todas as
operações de carregamento, extração, engatilhamento e disparo, mediante o
aproveitamento do recuo da arma. Possuía uma fita de cartucho, um só cano e uma
“camisa” d’agua exterior, para evitar o superaquecimento. Era usada sobre reparos,
devido ao seu grande volume e peso. A metralhadora fez a sua grande estreia na
Primeira Guerra Mundial, quando todos os países europeus já a possuíam. Depois
de Maxim, outros inventores passaram a fabricar armas, aperfeiçoando o modelo
desse inventor. Alguns tornaram seus nomes sinônimos de armas de fogo:
Benjamim Hotckiss, Issac Lewis, John Browning e Hugo Borchardt, que se
estabeleceu na Alemanha, onde desenhou a pistola Luger.
No decorrer do ataque britânico a High Wood, em 22 de agosto de 1916, dez
armas dispararam 999.750 tiros em 12 horas, sem interrupções maiores que as
necessárias para limpeza, lubrificação e remuniciamento, troca de canos gastos e
para completar o nível de água das “camisas” de refrigeração. A tarefa das
metralhadoras consistia em neutralizar uma área que se encontrava atrás da linha
de frente inimiga, com alcance de 1.800 metros.
Nos primeiros anos do século XX, surgiu também um novo tipo de arma
automática: a metralhadora leve (ou média), uma versão menos pesada e mais
portátil que os modelos anteriores (que utilizavam pesados reparos). Essas novas
metralhadoras pesavam entre 9 e 13,6 kg, eram alimentadas por carregador ou fita,
e refrigeradas a ar. Para dispará-las, bastava apoiá-las nos ombros, auxiliadas por
bipes leves. Uma das primeiras metralhadoras leves foi a dinamarquesa Madsem,
muito empregada entre 1914 e 1915, quando a guerra de trincheiras exigia grande
volume de fogo a curtas distâncias.
Após a Primeira Guerra Mundial, poucas inovações foram registradas no
aperfeiçoamento das metralhadoras que fazem parte do armamento convencional de
qualquer exército da atualidade.
2.8.2 A Submetralhadora
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é uma arma automática que utiliza cartuchos de pistola, suficientemente
leves para serem disparados do ombro ou da cintura, com as duas mãos,
sem necessidade de outro apoio.
As submetralhadoras começaram a ser utilizadas na Primeira Guerra
Mundial, quando se tornou evidente a necessidade de volume de fogo nos
combates a curta distância. O primeiro país a adotar a submetralhadora foi
a Itália, que introduziu a Villa-Perosa, em 1915. Em seguida, os alemães
equiparam seus exércitos com pistolas Luger e Mauser, com uma longa
coronha. Essas armas representavam um razoável poder de fogo, apesar
de não serem automáticas (eram semiautomáticas), uma vez que, para
cada disparo, tinha que acionar novamente o gatilho.
Em 1918, surgiu a pistola-metralhadora da fábrica Bergmam, com a
designação oficial de MP1816, com calibre 9 mm, carregador tipo caracol e
velocidade teórica de tiro de 400 disparos por minuto. Por volta de 1922,
surgiu a submetralhadora Thompson, popularizada mundialmente pelos
gangsters e pela polícia norte-americana. Durante a Segunda Guerra
Mundial, os Estados Unidos produziram diversas outras submetralhadoras,
destacando-se a M3, mais conhecida como engraxadeira (grease-gun).
Outra submetralhadora de grande sucesso foi a inglesa Sten, que foi
largamente produzida para os países aliados.
No período pós-guerra, o desenvolvimento das submetralhadoras tornou-se
difícil, principalmente pela importância crescente de uma nova arma, o fuzil
de assalto. Trata-se, na verdade, de uma submetralhadora, que dispara um
cartucho semelhante ao do fuzil. Entretanto, alguns países desenvolveram
suas metralhadoras: a Gra-Bretanha abandonou a submetralhadora Sten
para adotar a Sterling, mais conhecida como L2A3. Em Israel, foi adotada a
submetralhadora Uzi, muito utilizada atualmente, principalmente por
algumas forcas especiais. A França desenvolveu sua MAT 49, a Espanha, o
Z 75 da Star, e os Estados Unidos criaram a Ingram, produzida pela Military
Arms Co.(MAC). (MINAS GERAIS, 2011, p.48-49)
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3 A EVOLUÇÃO DO CARTUCHO
A ideia de carregar as armas pela culatra não é nova. Nasceu nos primeiros
momentos das armas de fogo, com o objetivo de aumentar a quantidade de disparos
em um menor período de tempo (poder de fogo). Com esse objetivo, já no século
XVI, surgiu a ideia de se colocar a pólvora necessária para um disparo em pequenos
tubos de madeira, permanecendo, os projéteis separados em uma “bolsa”.
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invenção, que apresentava todos os componentes do cartucho moderno, não teve
aceitação, provavelmente por ser bastante avançada para a sua época. Apesar
disso, Pauly é lembrado como o autor do cartucho de fogo central (MINAS GERAIS,
2001).
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Figura 8 - Sistemas de percussão tipo Lefaucheux (pino lateral) e Flobert (radial ou
circular)
Fonte: https://www.saladearmas.com/noticia/historia-do-cartucho-metalico.
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espoleta (detonante), embutida no exterior da base do estojo. Após essa terceira
etapa, não houve nenhuma evolução substancial no cartucho metálico.
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4 ARMAS LEVES
4.1 Conceito
Segundo Minas Gerais (2011), o limite definidor entre o que seja uma arma
leve e uma pesada, tem sido objeto de vários conceitos, muitas vezes contraditórios,
encontrados nas doutrinas difundidas. Entretanto, o conceito adotado parte do
princípio que:
• de um modo geral, armas leves são aquelas do equipamento individual do
operador e que têm peso e volume relativamente reduzidos. Não se
resumindo o que limitaria as armas leves somente ao emprego individual, o
conceito inclui mais duas características que permitem a inclusão de armas
de emprego coletivo:
• pode ser transportada, geralmente, por um só homem, ou em fardos, por mais
de um;
• possui calibre ate .50” (0,50 polegadas), inclusive.
Se o conceito fosse limitado ao calibre .50”, qualquer arma com diâmetro
acima dessa bitola passaria a integrar a categoria das “armas pesadas”, grupo no
qual se incluem canhões, morteiros e lançadores de mísseis e foguetes. Assim
sendo, um complemento é necessário para permitir exceções à regra, numa lógica
concreta:
• Excetuam-se as armas com calibres acima do .50” que não se enquadram na
definição de “armas pesadas”.
Dessa forma, também são enquadradas, como armas leves, as espingardas
calibre 12mm (0,73”), os lançadores de granadas calibres 37mm (1,46”), 38.1mm
(1,5”) e 40 mm (1,57”), ou superiores.
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denominação, o que não deveria ocorrer, pois tais conceitos e seus nomes possuem
origens e aplicações em comum.
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carregar são bem distintos, como por exemplo nas pistolas. Em outras, o municiar e
o alimentar se confundem, como nos revólveres, e assim por diante.
Para não entrar em pormenores e individualização de cada armamento, a
seguir iremos definir cada conceito de maneira direta.
Municiar: É o ato de colocar a munição no carregador da arma.
Alimentar: É o ato de colocar a munição na arma, seja através do
carregador, tubo carregador ou manualmente.
Carregar: É o ato de deixar a arma em condições de disparo, ou seja, a
munição alocada dentro da câmara de combustão. Tal ação é feita quando a arma é
fechada/trancada.
Com esses conceitos definidos, classificaremos os tipos de carregamentos.
Antecarga: É quando o carregamento é feito pela boca do cano da arma.
Método em desuso atualmente, sendo utilizado em algumas garruchas.
Retrocarga: É quando o carregamento é feito pela culatra do armamento, de
maneira didática, de trás para frente. Exemplo: pistolas, espingardas Cal.12,
revólver.
Existem aquelas em que o carregamento é misto, mas não serão abordadas
nesse momento por não terem relação direta com os armamentos disponíveis ao
cidadão comum.
Essa classificação diz respeito à forma através da qual a arma realiza suas
ações. Elas são classificadas em Tiro Unitário ou Singular, Repetição,
Semiautomático e Automático.
Tiro Unitário ou Singular: As armas com esse tipo de funcionamento
dependem do atirador para realizar o carregamento, descarregamento e o
engatilhamento de maneira manual. O mecanismo executa somente o
desengatilhamento.
Repetição: Todas as operações são realizadas de maneira mecânica, porém,
para que a arma fique em condições de disparo, é necessária a ação muscular do
atirador nas ações de carregar, extrair e ejetar. Como exemplo, temos o revólver.
Semiautomático: Todas as operações de funcionamento da arma são
realizadas de maneira automática, através do aproveitamento dos gases
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provenientes da queima do propelente, exceto um novo disparo, sendo necessário
acionar o gatilho novamente.
Automático: Todas as operações de funcionamento da arma são realizadas
de maneira automática, inclusive novo disparo, desde que o gatilho permaneça
pressionado.
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5 PARTES DO REVÓLVER
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Figura 9 - Partes de um revólver
Fonte: http://www.diogenesbandeira.com.br/2012/11/como-funciona-os-revolveres.html
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6 PARTES DA PISTOLA IMBEL MD5/MD7
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Figura 10 - Partes da pistola Imbel
Fonte: https://pt-br.facebook.com/127820877373809/photos/quem-sabe-os-nomes-das-
pe%C3%A7as-externas-de-uma-imbel-md5imbel-md5-40sw-1911armasde/552539164901976/
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7 PARTES DA PISTOLA TAURUS – PT100
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Figura 11 - Partes da pistola Taurus PT100
Fonte:
https://www.google.com/search?q=PARTES+PT100&tbm=isch&hl=ptR&chips=q:partes+pt100,online_
chips:pistola:ZMS7DroiKnY%3D&rlz=1C1GCEU_pt-BRBR1049BR1049&sa=X&ved=2ahUKEwiMj-
WH2NbhVkA7kGHXwADLwQ4lYoAHoECAEQJg&biw=1423&bih=687#imgrc=dioiug67xGSfTM&imgdii
=y0uDxecU7DxCpM/.
40
8 PARTES DA ESPINGARDA CBC - CAL 12
41
Figura 12 - Partes da espingarda
Fonte: http://www.armamentoemunicao.com.br/2014/10/espingarda-calibre-12-pump-cbc-5862.html
42
Figura 13 - Partes da espingarda (Lado Esquerdo)
Fonte: http://www.armamentoemunicao.com.br/2014/10/espingarda-calibre-12-pump-cbc-5862.html
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9 PARTES DA CARABINA IMBEL IA2 5.56 / 7.62
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Figura 14 - Partes da carabina Imbel IA2 5.56/7.62
Fonte: https://pt.slideshare.net/dawison/fuzil-imbel-ia2-556-e-762mm
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10 PARTES DA CARABINA TAURUS – T4
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Figura 15 - Partes da carabina Taurus - T4
Fonte: https://www.taurusarmas.com.br/assets/files/content/downloads/30004662_-
_t4_bilingue_rev_01.2019_.pdf
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11 BALÍSTICA
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transformação deles era variável, ou seja, uns se transformam mais rapidamente do
que outros. Dessa forma, diferentes tipos de transformação foram definidos, o que
levou às seguintes definições:
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mecanismos, funcionamento, segurança, efeitos da detonação da espoleta e
deflagração da pólvora dos cartuchos, aceleração do projétil no interior do cano,
extração e ejeção do estojo em armas automáticas e semiautomáticas e o recuo do
ferrolho. Enfim, tudo aquilo relacionado aos fenômenos que acontecem no interior do
armamento até o momento em que o projétil abandona a boca do cano.
50
12 ETAPAS DO PROCESSO DE DISPARO
51
que o do projétil. Após tê-la ultrapassado com facilidade, encontra-se com o início do
raiamento, o que causa uma ligeira frenagem em seu movimento. Na sequência, a
pressão dos gases continua aumentando gradativamente, forçando-o contra as
estrias e imprimindo-lhe uma rotação em torno de seu eixo longitudinal, no sentido
de evolução das raias.
f) O projétil adquire velocidade no cano: Após a tomada do raiamento, a
pressão continua em uma crescente vertiginosa até chegar ao seu pico (ponto
máximo), exatamente no momento em que o projétil já percorreu a parte inicial do
cano (cerca de um quinto) e adquiriu aceleração. A partir daí, na medida em que o
espaço deixado por ele aumenta, a pressão vai caindo gradativamente. Embora
ocorra essa queda na pressão dos gases, seus efeitos não cessam, uma vez que
parte da pólvora ainda continua queimando, acompanhando o projétil em sua
trajetória pelo cano, imprimindo-lhe mais velocidade. No processo de disparo, a
queima da pólvora ocorre em fases, diferentes e sucessivas.
Fonte: https://carabineirosblog.wordpress.com/literatura-tecnica/
52
g) O projétil abandona o cano: Próximo do final de sua trajetória no interior
do cano, o projétil recebe um pequeno e último incremento de aceleração. Alcança
sua velocidade máxima ao atingir a boca do cano, por onde sai acompanhado de um
estampido e de uma labareda de fogo provocada por partículas ainda em
combustão. Com a saída do projétil, a pressão cai bruscamente, permitindo que o
estojo recupere, em parte, suas dimensões originais, o que irá permitir sua extração.
Após o disparo, ocorre o recuo da arma no sentido contrário ao deslocamento do
projétil.
Com o projétil já fora do cano, a pressão exercida para trás sobre a parte
anterior da culatra deverá dar origem ao retrocesso dos mecanismos da arma,
dependendo do seu sistema de funcionamento, a saber:
– Se possui um ferrolho que trabalha trancado, com acionamento através de
êmbolo ou tubo, e impulsor, não se moverá até que os gases atinjam o ponto de
captação próximo à boca do cano e movimentem o impulsor (ação indireta dos
gases com tomada em um ponto do cano);
– Se possui acionamento direto do ferrolho, sem êmbolo, o próprio estojo
inicia a abertura da culatra (ex.: blowback e curto recuo do cano);
– Se possui culatra trancada manualmente ou tambor (armas de repetição e
de tiro singular), não haverá sistema recuante, sendo todo o movimento transferido
para a arma e absorvido pelo atirador.
Em todos os casos, portanto, durante o deslocamento do projétil no interior do
cano, o sistema de forças deverá estar em equilíbrio, de modo que a arma não se
movimente, ou se movimente o mínimo possível para não afetar a precisão. Como
regra geral, o recuo das armas de fogo e de suas peças móveis só pode se iniciar
após a saída do projétil pela boca do cano, e as armas devem, por construção,
serem dimensionadas para tal.
Entretanto, há armas projetadas e construídas sem a observação desses
critérios. Em um processo de seleção e aquisição, devem ser rejeitadas.
53
13 BALÍSTICA EXTERNA
Quando o projétil sai do cano da arma após o disparo, sofre a ação de uma
série de forças, dentre elas, a impulsão gerada pela pressão dos gases, que
imprimiu a ele velocidade e rotação. Em oposição a essas forças, atuam outras
existentes na natureza: gravidade, resistência do ar (atrito) e ventos. O formato do
projétil e seu movimento de rotação induzido pelas raias servem, justamente, para
vencer essas forças contrárias.
Fonte: http://carlamcoelho.blogspot.com/2011/10/questoes-resolvidas-movimento-de.html
1
EC = energia cinética; m = massa; v = velocidade
54
Quanto à força da gravidade, pode-se afirmar que todo corpo que possui
massa e é solto ou lançado no ar, cairá no solo em algum momento. O resultado das
forças que atuam sobre o projétil em sua trajetória fora do cano da arma, e antes de
atingir seu objetivo, fará com que o projétil descreva uma trajetória quase parabólica,
que será mais ou menos tensa, de acordo com uma série de fatores: inclinação do
cano da arma no momento do disparo, velocidade, forma e massa do projétil.
A resistência do ar e a forca dos ventos agem, respectivamente, na
desaceleração e no desvio dos projéteis. Tais ações dependem da intensidade e/ou
da direção desses elementos, que ainda são afetadas pelo formato e pelas
velocidades de deslocamento e rotação do projétil.
O tamanho do cano e a disposição do raiamento podem melhorar o
desempenho da munição, pois influenciam diretamente nas velocidades imprimidas
ao projétil. Entretanto, variações dessa natureza podem exigir a utilização de
pólvoras com tempos de queima diferentes. A única certeza e de que, quanto mais
aerodinâmico for seu formato e maior velocidade de rotação for induzida no projétil,
mais facilmente ele reduzirá a ação dessas forças. O desempenho de cada tipo de
arma e munição é afetado de maneira diferenciada pelas forças citadas (MINAS
GERAIS, 2011).
55
comprimentos permitem gerar maiores pressões no processo de queima do
propelente, o que, se ocorrer, imprimirá maior velocidade de deslocamento e
frequência de giro ao projétil, permitindo-lhe melhores condições de vencer a
resistência do ar.
Ressalva-se que esse padrão não se trata de uma regra e depende do tipo de
munição e propelente empregados. O desempenho de pólvoras de queima rápida,
utilizadas em munição para revólveres, é prejudicado quando o comprimento do
cano é maior, o que exige uma pólvora de queima menos rápida, ou de queima com
média velocidade. Com base nessas informações, e considerando as possibilidades
de emprego de uma arma de fogo, foram estabelecidos os conceitos de alcance que
balizam o estudo e a utilização de cada tipo de munição de acordo com a arma.
a) Alcance máximo: Compreende a maior distância que um projétil pode
alcançar em uma trajetória livre de obstáculos, sobre uma superfície horizontal e
totalmente plana. É medido da boca do cano da arma até o ponto onde o projétil
toca o solo, quando encerra seu movimento. Para tanto, deve ser lançado em ângulo
oblíquo específico, o qual varia de acordo com a arma e a munição utilizadas e com
as condições atmosféricas. A título de exemplo, nas condições normais de
temperatura e pressão, com a presença do coeficiente de resistência do ar, para que
atinjam seu alcance máximo, alguns projéteis de alta energia são disparados em
ângulos de, aproximadamente, 30º. Diferentemente dos ensaios em vácuo, onde o
angulo de 45º sempre leva a um lançamento mais distante.
b) Alcance útil ou alcance efetivo: É a distância máxima atingida por um
projétil onde, ainda, possa causar traumas incapacitantes e deixar fora de ação uma
pessoa adulta. Também pode ser conceituado, fisicamente, como a distância
atingida pelo projétil que ainda possua energia equivalente a 13,6 kgm, mínimo
suficiente para provocar traumas incapacitantes em uma pessoa adulta.
c) Alcance de utilização ou alcance com precisão: É o alcance máximo
que um atirador experiente é capaz de atingir, com aceitável grau de acerto, um
objeto ou alvo quadrado com 30 cm de lado. Tais medidas correspondem a área
onde se situam os principais órgãos vitais num tórax humano. A determinação dos
alcances conceituados acima pressupõe a realização do tiro em condições ideais de
temperatura, clima, preparo técnico e psicológico, tempo, conforto, dentre outras.
Quando necessário empregar uma arma de fogo em defesa pessoal, o operador
56
encontra-se em condições críticas que afetarão a execução do tiro. Dessa forma,
surge o conceito do alcance prático.
d) Alcance prático: Distância máxima em que um atirador, com experiência
mediana, consegue atingir um objeto ou alvo quadrado com 30 cm de lado em
situações de combate ou defesa, efetuando um tiro preciso, obtendo os efeitos
desejados. Também pode ser conceituado como a distância máxima em que o
atirador, com experiência mediana, pode empregar uma arma de fogo, com
possibilidade de efetuar um tiro preciso e com os efeitos desejados em situações de
combate ou defesa.
57
14 BALÍSTICA DOS FERIMENTOS
58
15 CANO
15.1 Partes
Fonte: https://www.gratispng.com/png-qz480k/
59
cano. Seu interior sempre será liso, independentemente do restante do cano, uma
vez que precisa acomodar o cartucho. Em virtude da sua resistência lateral e da
culatra, só resta aos gases expulsarem o projétil para frente em direção ao cano.
Corpo do cano: É o prolongamento cilíndrico por onde o projétil irá passar,
sendo acelerado pelos gases produzidos pela queima da pólvora. Seu comprimento
interfere diretamente em outros fatores relacionados ao tiro. Ex: tipo de pólvora,
velocidade do projétil, entre outros.
Coroa: Está presente somente nas armas de alma raiada e tem por função a
proteção do raiamento, pois nela encerra-se o raiamento. Ele deve ser perfeito, pois,
caso contrário, poderá influenciar na estabilidade do projétil no momento em que
deixa a boca do cano.
Choke: Presente nas armas de alma lisa, ele é um estrangulamento da boca
do cano que visa agrupar a carga de baalins no momento em que deixam a boca do
cano com a finalidade de obter maior alcance e precisão.
Alma lisa: É aquela cujo interior do cano é totalmente polido, sem raiamento.
Uma vez que alguns cartuchos de alma lisa contêm diversos baalins, seria
impossível que fossem estabilizados através de raiamento.
Alma Raiada: É aquela cujo interior do cano é dotado de sulcos helicoidais
dispostos de maneira longitudinal.
60
16 RAIAMENTO
Fonte: https://www.defesa.org/canos-raiados-e-canos-de-alma-lisa/
61
Figura 20 - Raiamento à direita / Raiamento à esquerda
Fonte: https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/armas/instrutores-de-armamento-e-tiro/orientacao-para-
credenciamento/sintese-de-temas-para-avaliacao-de-capacidade-tecnica-30-12-2020.pdf
É a distância necessária para que o projétil dê uma volta sobre seu eixo
dentro do cano. Pode ser dividido em Simples ou Misto.
Simples: Ele é constante em todo o cano. O projétil é submetido ao mesmo
giro desde o início de seu deslocamento até deixar a boca do cano.
Misto: Algumas munições precisam de uma configuração diferente para
obterem seu melhor desempenho balístico. Por esse motivo, a taxa de torção
precisa ser alterada dentro do mesmo cano. Por exemplo, no início do deslocamento
o projétil é mais lento para aproveitar a maior pressão da queima, e, com a distância,
o passo vai aumentando para que haja maior ganho de velocidade do projétil.
62
Figura 21 - Exemplificação do passo de raiamento
Fonte: http://balisticabrasil.blogspot.com/2016/07/
63
17 CALIBRE REAL E CALIBRE NOMINAL
Fonte: https://www.defesa.org/canos-raiados-e-canos-de-alma-lisa/
64
18 CARTUCHO
Embora o armeiro suíço Jean Samuel Pauly tenha sido o responsável pelo
projeto do cartucho que serviu em grande parte de base para o cartucho
desenvolvido por Casimir Lefaucheux, este último ficou conhecido como o
responsável pelo primeiro cartucho de sucesso, que era parecido com os cartuchos
atuais, porém composto por um cilindro de papelão com base metálica. No interior
havia uma cápsula fulminante que era percutida por um pino que sobressaía na
lateral da base do cartucho. Tal sistema recebeu o nome de “pin-fire”
Fonte: https://armasonline.org/armas-on-line/cartuchos-polvoras-e-projeteis-nocoes-basicas/
O referido cartucho foi sendo aperfeiçoado com o passar dos anos até se
chegar aos utilizados na atualidade, de acordo com o Manual de Armamento
Convencional da Polícia Militar.
65
Figura 24 - Cartucho para arma de alma raiada
Fonte: https://sindespe.org.br/portal/instrucao-belica-iii-qual-a-melhor-municao-a-ser-usada/
Fonte: http://www.armamentoemunicao.com.br/2014/10/espingarda-calibre-12-pump-cbc-5862.html
66
19 ESTOJO
19.1 Definição
O corpo do estojo serve para verificar como eles vão se alojar na câmara do
armamento e qual será o Headspace (ponto no qual o cartucho se apoia no interior
da câmara, interrompendo seu movimento para frente). Ele pode ser:
Cilíndrico: Tem o mesmo diâmetro em toda extensão;
Cônico: Tem o diâmetro pouco menor na boca;
Garrafa: Tem um estrangulamento/gargalo.
67
Figura 26 - Forma do corpo de um estojo
Fonte: https://www.defesa.org/por-que-as-grandes-armas-utilizam-municao-com-estojos-tipo-garrafa/
Figura 27 - Cinturado
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/.458_Winchester_Magnum
68
– Com semiaro: Possui uma base/culote com diâmetro ligeiramente maior
que o do corpo do estojo e tem a função de limitar a entrada do cartucho na câmara.
Ex.: .32 AUTO.
Fonte: https://loja.multigun.com.br/produtos/municao-cbc-32-auto-expo-71gr/
Fonte: https://www.cbc.com.br/produtos/556x45mm-comum-nato-ball-ss109
69
Figura 30 - Com aro
Fonte: https://loja.multigun.com.br/produtos/municao-cbc-22-LR-71gr/
– Rebatido: A base tem diâmetro menor que o corpo do estojo. São pouco
utilizados. Ex.: .50 Beowulf.
Figura 31 - Rebatido
Fonte: https://gundigest.com/gear-ammo/ammunition/50-beowulf-ammo-from-hunting-to-home-
defense
Fonte: https://www.geocities.ws/maxmargon/conseitos.htm
70
19.2.3 Quanto ao Tipo de Iniciação
Fonte: http://armassim.blogspot.com/2014/02/cartuchos-modernos.html
71
Figura 34 - Estojo fogo circular
Fonte: https://armasonline.org/armas-on-line/o-incrivel-cartucho-22-long-rifle/
72
20 ESPOLETA
73
Figura 35 - Espoletas Boxer e Bedran
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartucho_de_fogo_central
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartucho_de_fogo_central
Espoleta Bateria
74
Figura 37 - Espoleta Bateria
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartucho_de_fogo_central
75
21 PROPELENTE
Embora tenha sido utilizada durante séculos, a pólvora negra tinha várias
desvantagens. Tendo em vista que atualmente ela não é utilizada nas ditas armas
modernas, será abordada apenas a pólvora química.
Ela também é conhecida como pólvora sem fumaça, uma vez que os
processos químicos fizeram com que houvesse uma evolução em relação à pólvora
negra (que produzia muita fumaça). Para muitos, o ideal seria dizer pólvora com
pouca fumaça pelo fato de produzir uma certa quantidade de fumaça. Sua
descoberta é creditada à Paulo Vielle, em 1884.
Atualmente, a pólvora química tem três classificações, conforme seus
componentes-base: Simples, Dupla e Tripla.
Pólvora de base simples: É composta basicamente de nitrocelulose. Tem
uma resistência maior em relação à variação de temperatura.
Pólvora de base dupla: É composta de nitrocelulose e nitroglicerina. Ela é
mais resistente à umidade.
Pólvora de base tripla: É composta de nitrocelulose, nitroglicerina e
nitroguanina.
76
Além disso, elas apresentam-se em diversos formatos, conforme sua
aplicabilidade, como por exemplo, esférico, cilíndrico multiperfurado, discoidal, entre
outros.
77
22 PROJÉTIL
Fonte: https://www.geocities.ws/maxmargon/conseitos.htm
Fonte: https://sindespe.org.br/portal/instrucao-belica-iii-qual-a-melhor-municao-a-ser-usada/
78
22.2 Quanto ao Uso
79
23 PANE
23.1 Chaminé
80
Figura 40 - Pane em pistola - chaminé
Fonte: https://infoarmas.com.br/vamos-falar-de-solucao-de-panes-de-pistola/
81
Figura 41 - Pane em pistola - duplo carregamento
Fonte: https://infoarmas.com.br/vamos-falar-de-solucao-de-panes-de-pistola/ .
82
arma, conduz o ferrolho à frente, impedindo que a arma faça a ciclagem da maneira
regular.
Caso ocorra essa pane, será necessário puxar o ferrolho à retaguarda para
expulsar a munição que apresentou pane, levando uma nova munição à câmara.
Não se deve sanar esse tipo de pane efetuando uma batida com a palma da mão de
apoio na parte traseira do ferrolho, uma vez que esse procedimento pode causar a
pane conhecida como travamento do ferrolho, cujo procedimento de saneamento é
bem mais complexo.
Fonte: https://infoarmas.com.br/vamos-falar-de-solucao-de-panes-de-pistola/
83
Pode ocorrer por recarga de má qualidade, quando o estojo fica estufado por
excesso de pressão, amassamento do cartucho ou sujeira na câmara de explosão.
O travamento do ferrolho também pode advir da pane de alimentação
incompleta, quando o atirador força a entrada da munição, dando batidas na parte
traseira do ferrolho.
Para sanar essa pane, é necessário segurar o ferrolho fortemente com a mão
de apoio em forma de concha e dar uma ou mais batidas com a mão forte no punho
da arma.
Fonte: https://infoarmas.com.br/vamos-falar-de-solucao-de-panes-de-pistola/
84
Golpe no ferrolho: A chaminé não será solucionada sem essa ação. A pane
seca/nega vai precisar desse movimento para ejetar a munição problemática ou
carregar a arma, caso o carregador não estiver encaixado corretamente. No caso da
pane de trancamento, irá ejetar a munição que está na câmara e possibilitará um
novo movimento de trancamento.
As demais panes, duplo carregamento e travamento do
ferrolho/embuchamento, deverão ser solucionadas de forma específica.
85
24 TIPOS DE RECARGA
86
25 LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da
Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante
cadastro;
2
A Lei 10.828/2003 vai ser transcrita na íntegra. Para facilitar o processamento das informações, não
será apresentada em formato de citação segundo as normas da ABNT, mas como texto corrido.
87
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o
funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder
licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das
impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito
Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos
territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo
das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
registros próprios.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas
de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e
88
Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o
manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para
a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre
correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Vide ADI 6466) (Vide
ADI 6139)
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter
banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos
previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar
da data do requerimento do interessado.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos
requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste
artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso
permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o
território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
89
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses,
ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser
comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de
propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da
publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de
dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do
cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário
de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
registro provisório, expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma
do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei
nº 11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade
inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do
certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a
emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste
artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel
rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
CAPÍTULO III
DO PORTE
90
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo
para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II- os integrantes de órgãos referidos
nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da
Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500,
de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN
5948) (Vide ADC 38)
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide
ADIN 5948) (Vide ADC 38)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52,
XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os
integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores
constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista
Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de
servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de
funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho
91
Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público -
CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes
dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela
Lei nº 12.993, de 2014)
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993,
de 2014)
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela
Lei nº 12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das
instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está
condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está
condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de
controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada
a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e
do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao
exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do
disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que
comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
92
categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples,
com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
(dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706,
de 2008)
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela
Lei nº 11.706, de 2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de
segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de
registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e
de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art.
13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar
documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art.
4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá
ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
93
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das
respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte
expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de 2012)
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os
servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela
Lei nº 12.694, de 2012)
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo
fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação
funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de
mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá
ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar
ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou
outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas
pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma
pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para
os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no
Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e
94
a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de
tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo
o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida
após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia
temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de
o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade
profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; (Vide ADI 6139)
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o
seu devido registro no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá
automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em
estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo
desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de
suas respectivas responsabilidades.
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas
e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
95
psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo
não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de
avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de
Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo
da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou
empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor
de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma
de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
96
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e
em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a
arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não
tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin
3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de
arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
adulterado;
97
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de
qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional,
a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
98
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas
referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts.
6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o
Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do
Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército. (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar
acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na
caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas
autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação
desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
previstos no art. 6o.
99
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos
incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas
atividades, mediante autorização concedida nos termos definidos em regulamento.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete
ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação,
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos
controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de
colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e
sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública
ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 13.886, de 2019)
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que
receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prioridade
estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão
arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706,
de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico
de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido
adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em
favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser, após
perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade para os
órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação
responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
100
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao
Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas
características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação
de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas
condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito. (Vide ADI 6139)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo,
ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e
X do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-
ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a
90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos
arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem
ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de
2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante
de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da
origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração
firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de
proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das
101
demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo,
o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas
regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados,
na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular
da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou
lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita
o transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância
das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize
publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto
nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados
os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de
transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências
necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas
de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de
102
estojos de munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de
elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para
subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, estaduais e
distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de
perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter
sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos
previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e
administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos
serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o
território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante
referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da
República.
103
dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o
porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema
Nacional de Armas e o Sistema Nacional de Gerenciamento Militar de Armas.
Esse decreto tem o objetivo de estabelecer regras e procedimentos
específicos para a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de
armas de fogo e de munição e de dispor sobre a estruturação do Sistema Nacional
de Armas – Sinarm - e do Sigma.
Hoje, para que as armas sejam consideradas legais há a obrigatoriedade de
os proprietários registrá-las nesse Órgão, com exceção das armas de uso de
registro, que devem ser registradas no comando do exército, e são aquelas de uso
exclusivo das Forças Armadas, Polícia Federal, Polícias Militares, Corpos de
Bombeiros Militares e Guardas Municipais (são definidas pelo calibre e pela
potência). Dessa forma, o Estatuto passa a ser um instrumento para limitação de
crimes cometidos por armas de fogo, combate ao tráfico de armas e o fim da
possibilidade do trânsito fácil dos que usam armas roubadas ou obtidas pelas
organizações criminosas.
O Estatuto do Desarmamento está direcionado à proteção de um bem
jurídico especial: a segurança coletiva. Com ele, o poder político reafirma a sua
preocupação com essa questão. Procurando englobar, inclusive, valores
fundamentais como a vida, a integridade física, a liberdade e o patrimônio do
indivíduo. Assim, o Estatuto é lei específica, que regula a circulação de armas,
acessórios e munições, aumentando de forma rigorosa a fiscalização e o controle
sobre a produção, a venda e a exportação.
A partir do Estatuto, a lei proíbe o porte de armas por civis, com exceção
para os casos onde haja necessidade comprovada. Nesses casos, haverá uma
duração previamente determinada, sujeitando o indivíduo a demonstrar a
necessidade de portá-la. Exige-se, também, o registro e porte junto à Polícia Federal
– pelo SINARM, para armas de uso permitido, ou ao Comando do Exército pelo
SIGMA –, para armas de uso restrito e o pagamento das taxas estabelecidas.
Somente poderão portar arma de fogo, os responsáveis pela garantia da
segurança pública, integrantes das Forças Armadas, policiais civis, militares,
federais e rodoviários federais, agentes de inteligência, auditores fiscais e os
agentes de segurança privada quando em serviço.
104
Antes do Estatuto, os civis podiam comprar armas de fogo a partir de 21
anos de idade. Hoje, a lei exige a idade mínima de 25 anos, mediante a concessão
do porte da arma de fogo.
Quanto à legislação penal, decorrente do comércio ilegal e o tráfico
internacional de armas de fogo, foram previstas penas mais específicas para essas
condutas, até então especificadas como contrabando e descaminho. Para ambos os
casos, as penas são de reclusão de quatro a oito anos e multa.
Se a arma, acessório ou munição comercializados ilegalmente forem de uso
proibido ou restrito, a pena é aumentada da metade. Se o crime for cometido por
integrantes dos órgãos militares, policiais, agentes, guardas prisionais, segurança
privada e de transporte de valores, ou por entidades desportistas, a pena também
será aumentada da metade.
Se a arma de fogo for de uso restrito, os crimes de posse ou porte ilegal, o
comércio ilegal e o tráfico internacional são insuscetíveis de liberdade provisória, ou
seja, o acusado não poderá responder o processo em liberdade, considerando-se
crime inafiançável. Só poderão pagar fiança aqueles que portarem arma de fogo de
uso permitido e registrado em seu nome.
Conquanto que as armas sejam registradas, o proprietário poderá entregá-la
a qualquer tempo e o Estado irá indenizar seus proprietários. Esses têm o prazo de
três anos para a renovação do registro. É importante ressaltar que foi extinto o prazo
para os usuários de armas de fogo sem registro, após a Campanha do
Desarmamento.
3
A Decreto n° 9.847/2019 vai ser transcrito na íntegra. Para facilitar o processamento das
informações, não será apresentado em formato de citação segundo as normas da ABNT, mas como
texto corrido.
105
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, adotam-se as definições e
classificações constantes do Anexo I ao Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de
2019 , e considera-se, ainda: (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
II - registros próprios - aqueles realizados por órgãos, instituições e
corporações em documentos oficiais de caráter permanente. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 1º Fica proibida a produção de réplicas e simulacros que possam ser
confundidos com arma de fogo, nos termos do disposto no art. 26 da Lei nº 10.826,
de 2003, que não sejam classificados como arma de pressão nem
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado.
§ 2º O Comando do Exército estabelecerá os parâmetros de aferição e a
listagem dos calibres nominais que se enquadrem nos limites estabelecidos nos
incisos I, II e IV do caput, no prazo de sessenta dias, contado da data de publicação
deste Decreto.
§ 2º O Comando do Exército estabelecerá os parâmetros de aferição e a
listagem dos calibres nominais que se enquadrem nos limites estabelecidos nos
incisos I, II e IV do parágrafo único do art. 3º do Anexo I do Decreto nº 10.030, de
2019 , no prazo de sessenta dias, contado da data de publicação deste
Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 3º Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do Ministro de Estado da
Justiça e Segurança Pública estabelecerá as quantidades de munições passíveis de
aquisição pelas pessoas físicas autorizadas a adquirir ou portar arma de fogo e
pelos integrantes dos órgãos e das instituições a que se referem os incisos
I a VII e X do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, observada a legislação, no
prazo de sessenta dias, contado da data de publicação do Decreto nº 10.030, de 30
106
de setembro de 2019. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019) (Vide ADI
6466) (Vide ADI 6139)
CAPÍTULO II
DOS SISTEMAS DE CONTROLE DE ARMAS DE FOGO
Seção I
Do Sistema Nacional de Armas
Art. 3º O Sinarm, instituído no âmbito da Polícia Federal do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, manterá cadastro nacional, das armas de fogo
importadas, produzidas e comercializadas no País.
§ 1º A Polícia Federal manterá o registro de armas de fogo de competência do
Sinarm.
§ 2º Serão cadastrados no Sinarm:
I - os armeiros em atividade no País e as respectivas licenças para o exercício
da atividade profissional;
II - os produtores, os atacadistas, os varejistas, os exportadores e os
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
III - os instrutores de armamento e de tiro credenciados para a aplicação de
teste de capacidade técnica, ainda que digam respeito a arma de fogo de uso
restrito; e
IV - os psicólogos credenciados para a aplicação do exame de aptidão
psicológica a que se refere o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.
§ 3º Serão cadastradas no Sinarm as armas de fogo:
I - importadas, produzidas e comercializadas no País, de uso permitido ou
restrito, exceto aquelas pertencentes às Forças Armadas e Auxiliares, ao Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República e à Agência Brasileira de
Inteligência;
II - apreendidas, ainda que não constem dos cadastros do Sinarm ou do Sigma,
incluídas aquelas vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
III - institucionais, observado o disposto no inciso I, constantes de cadastros
próprios:
a) da Polícia Federal;
b) da Polícia Rodoviária Federal;
c) da Força Nacional de Segurança Pública;
107
d) dos órgãos do sistema penitenciário federal, estadual ou
distrital; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
e) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;
f) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a que
se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII
do caput do art. 52 da Constituição;
g) das guardas municipais;
h) dos órgãos públicos aos quais sejam vinculados os agentes e os guardas
prisionais e os integrantes das escoltas de presos dos Estados e das guardas
portuárias;
i) dos órgãos do Poder Judiciário, para uso exclusivo de servidores de seus
quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança,
na forma do regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça;
j) dos órgãos dos Ministérios Públicos da União, dos Estados e do Distrito
Federal e Territórios, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais
que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma do
regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional do Ministério Público;
k) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Economia, adquiridas para uso dos integrantes da Carreira de Auditoria da Receita
Federal do Brasil, compostos pelos cargos de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário;
l) do órgão ao qual se vincula a Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
adquiridas para uso de seus integrantes;
m) dos órgãos públicos cujos servidores tenham autorização, concedida por
legislação específica, para portar arma de fogo em serviço e que não tenham sido
mencionados nas alíneas “a” a “l”; e
n) do Poder Judiciário e do Ministério Público, adquiridas para uso de seus
membros;
IV - dos integrantes:
a) da Polícia Federal;
b) da Polícia Rodoviária Federal;
c) dos órgãos do sistema penitenciário federal, estadual ou
distrital; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
d) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;
108
e) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a que
se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII
do caput do art. 52 da Constituição;
f) das guardas municipais;
g) dos quadros efetivos dos agentes e guardas prisionais, das escoltas de
presos dos Estados e das guardas portuárias;
h) do quadro efetivo dos órgãos do Poder Judiciário que efetivamente estejam
no exercício de funções de segurança, na forma do regulamento estabelecido pelo
Conselho Nacional de Justiça;
i) do quadro efetivo dos órgãos dos Ministérios Públicos da União, dos Estados
e do Distrito Federal e Territórios que efetivamente estejam no exercício de funções
de segurança, na forma do regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional do
Ministério Público;
j) dos quadros efetivos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil da
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia,
composta pelos cargos de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário, e da Carreira de
Auditoria-Fiscal do Trabalho;
k) dos quadros efetivos dos órgãos públicos cujos servidores tenham
autorização, concedida por legislação específica, para portar arma de fogo em
serviço e que não tenham sido mencionados nas alíneas “a” a “j”;
l) dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público; e
m) das empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V - dos instrutores de armamento e tiro credenciados pela Polícia Federal; e
V - dos instrutores de armamento e tiro credenciados pela Polícia Federal,
exceto aquelas que já estiverem, obrigatoriamente, cadastradas no Sigma;
e (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
VI - adquiridas por qualquer cidadão autorizado na forma do disposto no § 1º
do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.
§ 4º O disposto no inciso III ao inciso V do § 3º aplica-se às armas de fogo de
uso restrito.
§ 5º O cadastramento de armas de fogo adulteradas, sem numeração ou com
numeração raspada será feito no Sinarm com as características que permitam a sua
identificação.
109
§ 6º Serão, ainda, cadastradas no Sinarm as ocorrências de extravio, furto,
roubo, recuperação e apreensão de armas de fogo de uso permitido ou restrito.
§ 7º As ocorrências de extravio, furto, roubo, recuperação e apreensão de
armas de fogo serão imediatamente comunicadas à Polícia Federal pela autoridade
competente. (Redação dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
§ 8º A Polícia Federal deverá informar às secretarias de segurança pública dos
Estados e do Distrito Federal os registros e as autorizações de porte de armas de
fogo existentes nos respectivos territórios.
§ 9º A Polícia Federal poderá celebrar convênios com os órgãos de segurança
pública dos Estados e do Distrito Federal para possibilitar a integração de seus
sistemas correlatos ao Sinarm.
§ 10. As especificações e os procedimentos para o cadastro das armas de
fogo de que trata este artigo serão estabelecidos em ato do Diretor-Geral da Polícia
Federal.
§ 11. O registro e o cadastro das armas de fogo a que se refere o inciso II do §
3º serão feitos por meio de comunicação das autoridades competentes à Polícia
Federal.
§ 12. Sem prejuízo do disposto neste artigo, as unidades de criminalística da
União, dos Estados e do Distrito Federal responsáveis por realizar perícia em armas
de fogo apreendidas deverão encaminhar, trimestralmente, arquivo eletrônico com a
relação das armas de fogo periciadas para cadastro e eventuais correções no
Sinarm, na forma estabelecida em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.
Seção II
Do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas
Art. 4º O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da
Defesa, manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e
comercializadas no País que não estejam previstas no art. 3º.
§ 1º O Comando do Exército manterá o registro de proprietários de armas de
fogo de competência do Sigma.
§ 2º Serão cadastradas no Sigma as armas de fogo:
I - institucionais, constantes de registros próprios:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do
Distrito Federal;
110
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
II - dos integrantes:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do
Distrito Federal;
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
III - obsoletas;
IV - das representações diplomáticas; e
V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir como
instrumento para a realização de testes e avaliações técnicas.
§ 3º O disposto no § 2º aplica-se às armas de fogo de uso permitido.
§ 4º Serão, ainda, cadastradas no Sigma as informações relativas às
importações e às exportações de armas de fogo, munições e demais produtos
controlados.
§ 5º Os processos de autorização para aquisição, registro e cadastro de armas
de fogo no Sigma tramitarão de maneira descentralizada, na forma estabelecida em
ato do Comandante do Exército.
Seção III
Do cadastro e da gestão dos Sistemas
Art. 5º O Sinarm e o Sigma conterão, no mínimo, as seguintes informações,
para fins de cadastro e de registro das armas de fogo, conforme o caso:
I - relativas à arma de fogo:
a) o número do cadastro no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso;
b) a identificação do produtor e do vendedor;
c) o número e a data da nota fiscal de venda;
d) a espécie, a marca e o modelo;
e) o calibre e a capacidade dos cartuchos;
f) a forma de funcionamento;
g) a quantidade de canos e o comprimento;
h) o tipo de alma, lisa ou raiada;
i) a quantidade de raias e o sentido delas;
j) o número de série gravado no cano da arma de fogo; e
111
k) a identificação do cano da arma de fogo, as características das impressões
de raiamento e de microestriamento do projétil disparado; e
II - relativas ao proprietário:
a) o nome, a filiação, a data e o local de nascimento;
b) o domicílio e o endereço residencial;
c) o endereço da empresa ou do órgão em que trabalhe;
d) a profissão;
e) o número da cédula de identidade, a data de expedição, o órgão e o ente
federativo expedidor; e
f) o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ.
§ 1º Os produtores e os importadores de armas de fogo informarão à Polícia
Federal, no prazo de quarenta e oito horas, para fins de cadastro no Sinarm, quando
da saída do estoque, relação das armas produzidas e importadas, com as
informações a que se refere o inciso I do caput e os dados dos adquirentes.
§ 2º As empresas autorizadas pelo Comando do Exército a comercializar
armas de fogo, munições e acessórios encaminharão as informações a que se
referem os incisos I e II do caput à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, para
fins de cadastro e registro da arma de fogo, da munição ou do acessório no Sinarm
ou no Sigma, conforme o caso, no prazo de quarenta e oito horas, contado da data
de efetivação da venda.
§ 3º Os adquirentes informarão a aquisição de armas de fogo, munições ou
acessórios à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, para fins de registro da
arma de fogo, da munição ou do acessório no Sinarm ou no Sigma, conforme o
caso, no prazo de sete dias úteis, contado da data de sua aquisição, com as
seguintes informações:
I - a identificação do produtor, do importador ou do comerciante de quem as
armas de fogo, as munições e os acessórios tenham sido adquiridos; e
II - o endereço em que serão armazenadas as armas de fogo, as munições e
os acessórios adquiridos.
§ 4º Na hipótese de estarem relacionados a integrantes da Agência Brasileira
de Inteligência, o cadastro e o registro das armas de fogo, das munições e dos
acessórios no Sigma estarão restritos ao número da matrícula funcional, no que se
refere à qualificação pessoal, inclusive nas operações de compra e venda e nas
112
ocorrências de extravio, furto, roubo ou recuperação de arma de fogo ou de seus
documentos.
§ 5º Fica vedado o registro ou a renovação de registro de armas de fogo
adulteradas, sem numeração ou com numeração raspada.
§ 6º Os dados necessários ao cadastro das informações a que se refere a
alínea “k” do inciso I do caput serão enviados ao Sinarm ou ao Sigma, conforme o
caso:
I - pelo produtor, conforme marcação e testes por ele realizados; ou
II - pelo importador, conforme marcação e testes realizados, de acordo com
padrões internacionais, pelo produtor ou por instituição por ele contratada.
Art. 6º As regras referentes ao credenciamento e à fiscalização de psicólogos,
instrutores de tiro e armeiros serão estabelecidas em ato do Diretor-Geral da Polícia
Federal.
Art. 7º O Comando do Exército fornecerá à Polícia Federal as informações
necessárias ao cadastramento dos produtores, atacadistas, varejistas, exportadores
e importadores autorizados de arma de fogo, acessórios e munições do País.
Art. 8º Os dados do Sinarm e do Sigma serão compartilhados entre si e com o
Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública - Sinesp.
Parágrafo único. Ato conjunto do Diretor-Geral da Polícia Federal e do
Comandante do Exército estabelecerá as regras para interoperabilidade e
compartilhamento dos dados existentes no Sinarm e no Sigma, no prazo de um ano,
contado da data de entrada em vigor deste Decreto.
Art. 9º Fica permitida a venda de armas de fogo de porte e portáteis, munições
e acessórios por estabelecimento comercial credenciado pelo Comando do Exército.
Art. 10. Os estabelecimentos que comercializarem armas de fogo, munições e
acessórios ficam obrigados a comunicar, mensalmente, à Polícia Federal ou ao
Comando do Exército, conforme o caso, as vendas que efetuarem e a quantidade de
mercadorias disponíveis em estoque.
§ 1º As mercadorias disponíveis em estoque são de responsabilidade do
estabelecimento comercial e serão registradas, de forma precária, como de sua
propriedade, enquanto não forem vendidas.
§ 2º Os estabelecimentos a que se refere o caput manterão à disposição da
Polícia Federal e do Comando do Exército a relação dos estoques e das vendas
efetuadas mensalmente nos últimos cinco anos.
113
§ 3º Os procedimentos e a forma pela qual será efetivada a comunicação a
que se refere o caput serão disciplinados em ato do Comandante do Exército ou do
Diretor-Geral da Polícia Federal, conforme o caso.
Art. 11. A comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e de
insumos para recarga só poderá ser efetuada em estabelecimento comercial
credenciado pelo Comando do Exército.
Art. 16. O porte de arma de fogo é documento obrigatório para a condução da
arma e deverá conter os seguintes dados:
I - abrangência territorial;
II - eficácia temporal;
III - características das armas; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
IV - número dos cadastros de, ao menos, uma das armas no Sinarm ou
Sigma; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
V - identificação do proprietário das armas; e (Redação dada pelo Decreto nº
10.630, de 2021) Vigência
VI - assinatura, cargo e função da autoridade concedente.
Art. 19. O titular do porte de arma de fogo deverá comunicar imediatamente:
I - a mudança de domicílio ao órgão expedidor do porte de arma de fogo; e
II - o extravio, o furto ou o roubo da arma de fogo, à unidade policial mais
próxima e, posteriormente, à Polícia Federal.
Parágrafo único. A inobservância ao disposto neste artigo implicará na
suspensão do porte de arma de fogo por prazo a ser estipulado pela autoridade
concedente.
Art. 20. O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos
termos do disposto no art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la
ostensivamente ou com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como
igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais
onde haja aglomeração de pessoas em decorrência de eventos de qualquer
natureza.
§ 1º A inobservância ao disposto neste artigo implicará na cassação do porte
de arma de fogo e na apreensão da arma, pela autoridade competente, que adotará
as medidas legais pertinentes.
114
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º na hipótese de o titular do porte de arma de
fogo portar o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou
medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.
Art. 22. Observado o princípio da reciprocidade previsto em convenções
internacionais de que a República Federativa do Brasil seja signatária, poderá ser
autorizado o porte de arma de fogo pela Polícia Federal a diplomatas de missões
diplomáticas e consulares acreditadas junto ao Governo brasileiro, e a agentes de
segurança de dignitários estrangeiros durante a permanência no País,
independentemente dos requisitos estabelecidos neste Decreto.
Art. 23. Caberá à Polícia Federal estabelecer os procedimentos relativos à
concessão e à renovação do porte de arma de fogo.
Art. 24. O porte de arma de fogo é deferido aos militares das Forças Armadas,
aos policiais federais, estaduais e distritais, civis e militares, aos corpos de
bombeiros militares e aos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
em razão do desempenho de suas funções institucionais.
§ 1º O porte de arma de fogo é garantido às praças das Forças Armadas com
estabilidade de que trata a alínea “a” do inciso IV do caput do art. 50 da Lei nº
6.880, de 9 de dezembro de 1980 - Estatuto dos Militares.
§ 2º A autorização do porte de arma de fogo para as praças sem estabilidade
assegurada será regulamentada em ato do Comandante da Força correspondente.
§ 3º Ato do Comandante da Força correspondente disporá sobre as hipóteses
excecpcionais de suspensão, cassação e demais procedimentos relativos ao porte
de arma de fogo de que trata este artigo.
§ 4º Atos dos comandantes-gerais das corporações disporão sobre o porte de
arma de fogo dos policiais militares e dos bombeiros militares.
Art. 24-A. O porte de arma de fogo também será deferido aos integrantes das
entidades de que tratam os incisos III, IV, V, X e XI do caput do art. 6º da Lei nº
10.826, de 2003 , aos integrantes do quadro efetivo das polícias penais federal,
estadual ou distrital e aos agentes e guardas prisionais, em razão do desempenho
de suas funções institucionais. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
Art. 25. A autorização para o porte de arma de fogo previsto em legislação
própria, na forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, fica
115
condicionada ao atendimento dos requisitos previstos no inciso III do caput do art. 4º
da referida Lei.
Art. 26. Os órgãos, as instituições e as corporações a que se referem
os incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003,
estabelecerão, em normas próprias, os procedimentos relativos às condições para a
utilização das armas de fogo de sua propriedade, ainda que fora de serviço.
§ 1º As instituições a que se referem o inciso IV do caput do art. 6º da Lei nº
10.826, de 2003, estabelecerão, em normas próprias, os procedimentos relativos às
condições para a utilização, em serviço, das armas de fogo de sua propriedade.
§ 2º As instituições, os órgãos e as corporações, ao definir os procedimentos a
que se refere o caput, disciplinarão as normas gerais de uso de arma de fogo de
sua propriedade, fora do serviço, quando se tratar de locais onde haja aglomeração
de pessoas, em decorrência de evento de qualquer natureza, tais como no interior
de igrejas, escolas, estádios desportivos e clubes, públicos e privados.
§ 3º Os órgãos e as instituições que tenham os portes de arma de seus
agentes públicos ou políticos estabelecidos em lei própria, na forma prevista
no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, deverão encaminhar à Polícia Federal
a relação das pessoas autorizadas a portar arma de fogo, observado, no que
couber, o disposto no art. 20.
§ 4º Não será concedida a autorização para o porte de arma de fogo de que
trata o art. 15 a integrantes de órgãos, instituições e corporações não autorizados a
portar arma de fogo fora de serviço, exceto se comprovarem o risco à sua
integridade física, observado o disposto no art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003.
§ 5º O porte de que tratam os incisos V, VI e X do caput do art. 6º da Lei nº
10.826, de 2003, e aquele previsto em lei própria, na forma prevista no caput do art.
6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão concedidos, exclusivamente, para defesa
pessoal, hipótese em que será vedado aos seus titulares o porte ostensivo da arma
de fogo.
§ 6º A vedação prevista no § 5º não se aplica aos servidores designados para
execução da atividade fiscalizatória do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes.
Art. 27. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, pelo órgão competente,
o uso, em serviço, de arma de fogo de propriedade dos integrantes dos órgãos, das
116
instituições ou das corporações a que se referem os incisos I, II, III, V, VI e VII
do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação dada pelo Decreto nº
10.630, de 2021) Vigência
§ 1º A autorização de que trata o caput será regulamentada em ato próprio do
órgão, da instituição ou da corporação competente.
§ 2º Na hipótese prevista neste artigo, a arma de fogo deverá ser sempre
conduzida com o seu Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º Para fins do disposto no caput , deverá ser observado o disposto no § 1º-
B do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003 , em relação aos integrantes do quadro efetivo
das polícias penais federal, estadual ou distrital e aos agentes e guardas prisionais
. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
Art. 28. As armas de fogo particulares de que trata o art. 27 e as institucionais
não brasonadas deverão ser conduzidas com o seu Certificado de Registro de Arma
de Fogo ou com o termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, sob
pena de aplicação das sanções penais cabíveis.
Art. 29. A capacidade técnica e a aptidão psicológica para o manuseio de
armas de fogo, para os integrantes das instituições a que se referem os incisos III,
IV, V, VI, VII, X e XI do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003 , poderão ser
atestadas por profissionais da própria instituição ou por instrutores de armamento e
tiro credenciados, depois de cumpridos os requisitos técnicos e psicológicos
estabelecidos pela Polícia Federal, nos termos do disposto neste
Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
Parágrafo único. Caberá à Polícia Federal expedir o porte de arma de fogo
para os guardas portuários.
Art. 29-A. A Polícia Federal, diretamente ou por meio de convênio com
os órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
nos termos do disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e observada a
supervisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública: (Incluído pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
I - estabelecerá o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de
formação das guardas municipais; (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
II - concederá porte de arma de fogo funcional aos integrantes das guardas
municipais, com validade pelo prazo de dez anos, contado da data de emissão do
117
porte, nos limites territoriais do Estado em que exerce a função; e (Incluído pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)
III - fiscalizará os cursos de formação para assegurar o cumprimento do
currículo da disciplina a que se refere o inciso I. (Incluído pelo Decreto nº 10.030,
de 2019)
Parágrafo único. Os guardas municipais autorizados a portar arma de fogo,
nos termos do inciso II do caput, poderão portá-la nos deslocamentos para suas
residências, mesmo quando localizadas em município situado em Estado
limítrofe. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 29-B. A formação de guardas municipais poderá ocorrer somente
em: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
I - estabelecimento de ensino de atividade policial; (Incluído pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
II - órgão municipal para formação, treinamento e aperfeiçoamento de
integrantes da guarda municipal; (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
III - órgão de formação criado e mantido por Municípios consorciados para
treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal; ou (Incluído
pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
IV - órgão estadual centralizado e conveniado a seus Municípios, para
formação e aperfeiçoamento de guardas municipais, no qual seja assegurada a
participação dos municípios conveniados no conselho gestor. (Incluído pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 29-C. O porte de arma de fogo aos integrantes das instituições de que
tratam os incisos III e IV do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, será
concedido somente mediante comprovação de treinamento técnico de, no
mínimo: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
I - sessenta horas, para armas de repetição, caso a instituição possua este tipo
de armamento em sua dotação; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
II - cem horas, para arma de fogo semiautomática; e (Redação dada
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
III - sessenta horas, para arma de fogo automática, caso a instituição possua
este tipo de armamento em sua dotação. (Redação dada pelo Decreto nº 11.035,
de 2022)
118
§ 1º O treinamento de que trata o caput destinará, no mínimo, sessenta e
cinco por cento de sua carga horária ao conteúdo prático. (Incluído pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
§ 2º O curso de formação dos profissionais das guardas municipais de que
trata o art. 29-A conterá técnicas de tiro defensivo e de defesa pessoal. (Incluído
pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
§ 3º Os profissionais das guardas municipais com porte de arma de fogo serão
submetidos a estágio de qualificação profissional por, no mínimo, oitenta horas
anuais. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 29-D. A Polícia Federal poderá conceder porte de arma de fogo, nos
termos do disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, às guardas
municipais dos Municípios que tenham instituído: (Incluído pelo Decreto nº 10.030,
de 2019)
I - corregedoria própria e independente para a apuração de infrações
disciplinares atribuídas aos servidores integrantes da guarda municipal; e (Incluído
pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
II - ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente, com
competência para fiscalizar, investigar, auditar e propor políticas de qualificação das
atividades desenvolvidas pelos integrantes das guardas municipais. (Incluído pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 30. Os integrantes das Forças Armadas e os servidores dos órgãos,
instituições e corporações mencionados nos incisos II, V, VI e VII do caput do art. 6º
da Lei nº 10.826, de 2003, transferidos para a reserva remunerada ou aposentados,
para conservarem a autorização de porte de arma de fogo de sua propriedade
deverão submeter-se, a cada dez anos, aos testes de avaliação psicológica a que
faz menção o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.
§ 1º O cumprimento dos requisitos a que se refere o caput será atestado pelos
órgãos, instituições e corporações de vinculação.
§ 2º Não se aplicam aos integrantes da reserva não remunerada das Forças
Armadas e Auxiliares as prerrogativas mencionadas no caput.
Art. 31. A entrada de arma de fogo e munição no País, como bagagem de
atletas, destinadas ao uso em competições internacionais será autorizada pelo
Comando do Exército.
119
§ 1º O porte de trânsito das armas a serem utilizadas por delegações
estrangeiras em competição oficial de tiro no País será expedido pelo Comando do
Exército.
§ 2º Os responsáveis pelas delegações estrangeiras e brasileiras em
competição oficial de tiro no País e os seus integrantes transportarão as suas armas
desmuniciadas.
Art. 32. As empresas de segurança privada e de transporte de valores
solicitarão à Polícia Federal autorização para aquisição de armas de fogo.
§ 1º A autorização de que trata o caput:
I - será concedida se houver comprovação de que a empresa possui
autorização de funcionamento válida e justificativa da necessidade de aquisição com
base na atividade autorizada; e
II - será válida apenas para a utilização da arma de fogo em serviço.
§ 2º As empresas de que trata o caput encaminharão,
trimestralmente, à Polícia Federal a relação nominal dos vigilantes que utilizem
armas de fogo de sua propriedade.
§ 3º A transferência de armas de fogo entre estabelecimentos da mesma
empresa ou para empresa diversa será autorizada pela Polícia Federal, desde que
cumpridos os requisitos de que trata o § 1º.
§ 4º Durante o trâmite do processo de transferência de armas de fogo de que
trata o § 3º, a Polícia Federal poderá autorizar a empresa adquirente a utilizar as
armas de fogo em fase de aquisição, em seus postos de serviço, antes da expedição
do novo Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 5º É vedada a utilização em serviço de arma de fogo particular do
empregado das empresas de que trata este artigo.
§ 6º É de responsabilidade das empresas de segurança privada a guarda e o
armazenamento das armas, das munições e dos acessórios de sua propriedade, nos
termos da legislação específica.
§ 7º A perda, o furto, o roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, de
acessório e de munições que estejam sob a guarda das empresas de segurança
privada e de transporte de valores deverão ser comunicadas à Polícia Federal, no
prazo de vinte e quatro horas, contado da ocorrência do fato, sob pena de
responsabilização do proprietário ou do responsável legal.
120
Art. 33. A classificação legal, técnica e geral, a definição das armas de fogo e a
dos demais produtos controlados são aquelas constantes do Decreto nº 10.030, de
2019 , e de sua legislação complementar. (Redação dada pelo Decreto nº
10.630, de 2021) Vigência
CAPÍTULO III
DA IMPORTAÇÃO E DA EXPORTAÇÃO
Art. 34. O Comando do Exército autorizará previamente a aquisição e a
importação de armas de fogo de uso restrito, munições de uso restrito e demais
produtos controlados de uso restrito, para os seguintes órgãos, instituições e
corporações: (Redação dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
I - a Polícia Federal;
II - a Polícia Rodoviária Federal;
III - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
IV - a Agência Brasileira de Inteligência;
V - os órgãos do sistema penitenciário federal, estadual e
distrital; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
VI - a Força Nacional de Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional
de Segurança Pública;
VII - os órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a que
se referem, respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII
do caput do art. 52 da Constituição;
VIII - as polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;
IX - as polícias militares dos Estados e do Distrito Federal;
X - os corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito
Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
XI - as guardas municipais; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
XII- os tribunais e o Ministério Público; e (Incluído pelo Decreto nº 10.630,
de 2021) Vigência
XIII - a Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Economia. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
121
§ 1º Ato do Comandante do Exército disporá sobre os procedimentos relativos
à comunicação prévia a que se refere o caput e sobre as informações que dela
devam constar.
§ 1º-A Para a concessão da autorização a que se refere o caput, os órgãos,
as instituições e as corporações comunicarão previamente ao Comando do Exército
o quantitativo de armas e munições de uso restrito que pretendem
adquirir. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
I - os integrantes das instituições a que se referem os incisos I a XIII
do caput ; (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
II - pessoas naturais autorizadas a adquirir arma de fogo, munições ou
acessórios, de uso permitido ou restrito, conforme o caso, nos termos do disposto no
art. 12, nos limites da autorização obtida;
III - pessoas jurídicas credenciadas no Comando do Exército para comercializar
armas de fogo, munições e produtos controlados; e
IV - os integrantes das Forças Armadas.
§ 3º Ato do Comandante do Exército disporá sobre as condições para a
importação de armas de fogo, munições, acessórios e demais produtos controlados
a que se refere o § 2º, no prazo de trinta dias, contado da data de publicação
do Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019. (Redação dada pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
§ 4º O disposto nesse artigo não se aplica aos comandos militares.
§ 5º A autorização de que trata o caput poderá ser concedida pelo Comando
do Exército após avaliação e aprovação de planejamento estratégico, com duração
de, no máximo, quatro anos, para a aquisição de armas, munições e produtos
controlados de uso restrito pelos órgãos, pelas instituições e pelas corporações de
que trata o caput . (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 5º-A A autorização de que trata o caput poderá, excepcionalmente, ser
concedida antes da aprovação do planejamento estratégico de que trata o § 5º, em
consideração aos argumentos apresentados pela instituição
demandante. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 5º-B Na ausência de manifestação do Comando do Exército no prazo de
sessenta dias úteis, contado da data do recebimento do processo, a autorização de
que trata o caput será considerada tacitamente concedida. (Incluído pelo Decreto
nº 10.630, de 2021) Vigência
122
§ 5º-C Na hipótese de serem verificadas irregularidades ou a falta de
documentos nos planejamentos estratégicos, o prazo de que trata o § 5º-B ficará
suspenso até a correção do processo. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 6º A aquisição de armas de fogo e munições de uso permitido pelos órgãos,
pelas instituições e pelas corporações a que se refere o caput será comunicada ao
Comando do Exército. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 35. Compete ao Comando do Exército:
I - autorizar e fiscalizar a produção, a exportação, a importação, o
desembaraço alfandegário e o comércio de armas, munições e demais produtos
controlados no território nacional;
II - manter banco de dados atualizado com as informações acerca das armas
de fogo, acessórios e munições importados; e
III - editar normas:
a) para dispor sobre a forma de acondicionamento das munições em
embalagens com sistema de rastreamento;
b) para dispor sobre a definição dos dispositivos de segurança e de
identificação de que trata o § 3º do art. 23 da Lei nº 10.826, de 2003;
c) para que, na comercialização de munições para os órgãos referidos no art.
6º da Lei nº 10.826, de 2003, estas contenham gravação na base dos estojos que
permita identificar o fabricante, o lote de venda e o adquirente; e
d) para o controle da produção, da importação, do comércio, da utilização de
simulacros de armas de fogo, nos termos do disposto no parágrafo único do art. 26
da Lei nº 10.826, de 2003.
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso III do caput, o Comando do
Exército ouvirá previamente o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Art. 36. Concedida a autorização a que se refere o art. 34, a importação de
armas de fogo, munições e demais produtos controlados pelas instituições e pelos
órgãos a que se referem o inciso I ao inciso XI do caput do art. 34 ficará sujeita ao
regime de licenciamento automático da mercadoria.
Art. 37. A importação de armas de fogo, munições e demais produtos
controlados pelas pessoas a que se refere o § 2º do art. 34 ficará sujeita ao regime
de licenciamento não automático prévio ao embarque da mercadoria no exterior.
123
§ 1º O Comando do Exército expedirá o Certificado Internacional de
Importação após a comunicação a que se refere o § 1º do art. 34.
§ 2º O Certificado Internacional de Importação a que se refere o § 1º terá
validade até o término do processo de importação.
Art. 38. As instituições, os órgãos e as pessoas de que trata o art. 34, quando
interessadas na importação de armas de fogo, munições e demais produtos
controlados, deverão preencher a Licença de Importação no Sistema Integrado de
Comércio Exterior - Siscomex.
§ 1º O desembaraço aduaneiro das mercadorias ocorrerá após o cumprimento
do disposto no caput.
§ 2º A Licença de Importação a que se refere o caput terá validade até o
término do processo de importação.
Art. 39. As importações realizadas pelas Forças Armadas serão comunicadas
ao Ministério da Defesa.
Art. 40. A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Economia e o Comando do Exército fornecerão à Polícia Federal as informações
relativas às importações de que trata este Capítulo e que devam constar do Sinarm.
Art. 41. Fica autorizada a entrada temporária no País, por prazo determinado,
de armas de fogo, munições e acessórios para fins de demonstração, exposição,
conserto, mostruário ou testes, por meio de comunicação do interessado, de seus
representantes legais ou das representações diplomáticas do país de origem ao
Comando do Exército.
§ 1º A importação sob o regime de admissão temporária será autorizada por
meio do Certificado Internacional de Importação.
§ 2º Terminado o evento que motivou a importação, o material deverá retornar
ao seu país de origem e não poderá ser doado ou vendido no território nacional,
exceto se a doação for destinada aos museus dos órgãos e das instituições a que se
referem o inciso I ao inciso XI do caput do art. 34.
§ 3º A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Economia fiscalizará a entrada e a saída do País dos produtos a que se refere este
artigo.
Art. 42. Fica vedada a importação de armas de fogo completas e suas partes
essenciais, armações, culatras, ferrolhos e canos, e de munições e seus insumos
para recarga, do tipo pólvora ou outra carga propulsora e espoletas, por meio do
124
serviço postal e similares. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
Art. 43. O Comando do Exército autorizará a exportação de armas, munições e
demais produtos controlados, nos termos estabelecidos em legislação específica
para exportação de produtos de defesa e no disposto no art. 24 da Lei nº 10.826, de
2003.
Art. 44. O desembaraço aduaneiro de armas de fogo, munições e demais
produtos controlados será feito pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
do Ministério da Economia, após autorização do Comando do Exército.
§ 1º O desembaraço aduaneiro de que trata o caput incluirá:
I - as operações de importação e de exportação, sob qualquer regime;
II - a internação de mercadoria em entrepostos aduaneiros;
III - a nacionalização de mercadoria entrepostada;
IV - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição de atletas
brasileiros e estrangeiros inscritos em competições nacionais ou internacionais;
V - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição trazidas por
agentes de segurança de dignitários estrangeiros em visita ao País;
VI - a entrada e a saída de armas de fogo e de munição de órgãos de
segurança estrangeiros, para participação em operações, exercícios e instruções de
natureza oficial; e
VII - as armas de fogo, as munições, as suas partes e as suas peças, trazidas
como bagagem acompanhada ou desacompanhada.
§ 2º O desembaraço aduaneiro de armas de fogo e de munição
ficará condicionado ao cumprimento das normas específicas sobre marcação
estabelecidas pelo Comando do Exército.
Art. 45. As armas de fogo apreendidas, após a finalização dos procedimentos
relativos à elaboração do laudo pericial e quando não mais interessarem à
persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do
Exército, no prazo de quarenta e oito horas, para doação aos órgãos de segurança
pública ou às Forças Armadas ou para destruição quando inservíveis. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 1º O Comando do Exército indicará no relatório trimestral reservado de que
trata o § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003 , as armas, as munições e os
125
acessórios passíveis de doação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 2º Os órgãos de segurança pública ou as Forças Armadas manifestarão
interesse pelas armas de fogo apreendidas, ao Comando do Exército, no prazo de
trinta dias, contado da data do recebimento do relatório reservado trimestral por
aquelas instituições. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 3º Os órgãos de segurança pública ou as Forças Armadas que efetivaram a
apreensão terão preferência na doação das armas. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 4º O Comando do Exército se manifestará favoravelmente à doação de que
trata este artigo, no prazo de trinta dias, na hipótese de serem atendidos os critérios
de priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos
termos do disposto no § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003 , dentre os quais,
destaque-se: (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
I - a comprovação da necessidade de destinação do armamento;
e (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
II - a adequação das armas de fogo ao padrão de
cada instituição. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 5º Os critérios de priorização a que se refere o § 4º deverão ser atendidos
inclusive pelos órgãos de segurança pública ou pelas Forças Armadas responsáveis
pela apreensão. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 6º Cumpridos os requisitos de que trata o § 4º e observada a regra de
preferência do órgão apreensor, o Comando do Exército encaminhará, no prazo de
trinta dias, a relação das armas de fogo a serem doadas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor do órgão ou da Força
Armada beneficiária. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 7º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas poderão ser objeto de
doação a museus das Forças Armadas ou de instituições policiais indicados pelo
Comando do Exército. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 8º A decisão sobre o destino final das armas de fogo não doadas aos órgãos
interessados nos termos do disposto neste Decreto caberá ao Comando do Exército,
126
que deverá concluir pela sua destruição ou pela doação às Forças
Armadas. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 9º As munições e os acessórios apreendidos, concluídos os procedimentos
relativos à elaboração do laudo pericial e quando não mais interessarem à
persecução penal, serão encaminhados pelo juiz competente ao Comando do
Exército, no prazo de quarenta e oito horas, para destruição ou doação aos órgãos
de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma estabelecida neste
artigo. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 10. O órgão de segurança pública ou as Forças Armadas responsáveis pela
apreensão das munições serão o destinatário da doação, desde que manifestem
interesse, no prazo de trinta dias, contado da data do recebimento do relatório
trimestral reservado. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 11. Na hipótese de não haver interesse por parte do órgão ou das Forças
Armadas responsáveis pela apreensão, as munições serão destinadas ao primeiro
órgão que manifestar interesse. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 12. Compete ao órgão de segurança pública beneficiário da doação das
munições periciá-las para atestar a sua validade e encaminhá-las ao Comando do
Exército para destruição, na hipótese de ser constatado que são
inservíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 13. As armas de fogo, as munições e os acessórios apreendidos que forem
de propriedade das instituições a que se referem os incisos I a XIII do caput do art.
34 serão devolvidos à instituição após a realização de perícia, exceto se
determinada sua retenção até o final do processo pelo juízo
competente. (Redação dada pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
Art. 45-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico
de drogas ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou
comercialização de drogas, ou ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
provenientes do tráfico de drogas, perdidas em favor da União e encaminhadas para
o Comando do Exército, serão destinadas à doação, após perícia ou vistoria que
atestem seu bom estado, observado o seguinte critério de prioridade: (Incluído
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
127
I - órgão de segurança pública responsável pela apreensão; (Incluído
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
II - demais órgãos de segurança pública ou do sistema penitenciário do ente
federativo responsável pela apreensão; e (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
III - órgãos de segurança pública ou do sistema penitenciário dos demais entes
federativos. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
§ 1º O pedido do ente federativo deverá ser feito no prazo de vinte dias,
contado da data do recebimento do relatório trimestral reservado, observado o
critério de prioridade de que trata o caput . (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
§ 2º O pedido de doação previsto neste artigo deverá atender aos critérios de
priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos
termos do disposto no § 4º do art. 45. (Incluído pelo Decreto nº 10.630, de
2021) Vigência
Art. 45-B. As armas de fogo apreendidas poderão ser devolvidas pela
autoridade competente aos seus legítimos proprietários na hipótese de serem
cumpridos os requisitos de que trata o art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003 . (Incluído
pelo Decreto nº 10.630, de 2021) Vigência
Art. 46. As solicitações dos órgãos de segurança pública sobre informações
relativas ao cadastro de armas de fogo, munições e demais produtos controlados
junto ao Sinarm e ao Sigma serão encaminhadas diretamente à Polícia Federal ou
ao Comando do Exército, conforme o caso.
Art. 47. Na hipótese de falecimento ou interdição do proprietário de arma de
fogo, o administrador da herança ou o curador, conforme o caso, providenciará a
transferência da propriedade da arma, por meio de alvará judicial ou de autorização
firmada por todos os herdeiros, desde que sejam maiores de idade e capazes,
observado o disposto no art. 12.
§ 1º O administrador da herança ou o curador comunicará à Polícia Federal ou
ao Comando do Exército, conforme o caso, a morte ou a interdição do proprietário
da arma de fogo.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, a arma de fogo permanecerá sob a
guarda e a responsabilidade do administrador da herança ou do curador, depositada
128
em local seguro, até a expedição do Certificado de Registro de Arma de Fogo e a
entrega ao novo proprietário.
§ 3º A inobservância ao disposto no § 2º implicará a apreensão da arma de
fogo pela autoridade competente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 48. O valor da indenização de que tratam os art. 31 e art. 32 da Lei nº
10.826, de 2003, e o procedimento para o respectivo pagamento serão fixados pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Art. 49. Os recursos financeiros necessários ao cumprimento do disposto
nos art. 31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003, serão custeados por dotação
orçamentária específica consignada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Art. 50. Será presumida a boa-fé dos possuidores e dos proprietários de armas
de fogo que as entregar espontaneamente à Polícia Federal ou aos postos de
recolhimento credenciados, nos termos do disposto no art. 32 da Lei nº 10.826, de
2003.
Art. 51. A entrega da arma de fogo de que tratam os art. 31 e art. 32 da Lei nº
10.826, de 2003, de seus acessórios ou de sua munição será feita na Polícia
Federal ou em órgãos e entidades credenciados pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública.
§ 1º Para o transporte da arma de fogo até o local de entrega, será exigida
guia de trânsito, expedida pela Polícia Federal ou por órgão por ela credenciado,
que conterá as especificações mínimas estabelecidas pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública.
§ 2º A guia de trânsito de que trata o § 1º poderá ser expedida pela internet, na
forma estabelecida em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.
§ 3º A guia de trânsito de que trata o § 1º autorizará tão-somente o transporte
da arma, devidamente desmuniciada e acondicionada de maneira que seu uso não
possa ser imediato, limitado para o percurso nela autorizado.
§ 4º O transporte da arma de fogo sem a guia de trânsito, ou o transporte
realizado com a guia, mas sem a observância ao que nela estiver estipulado,
sujeitará o infrator às sanções penais cabíveis.
Art. 52. As disposições sobre a entrega de armas de fogo de que tratam os art.
31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003, não se aplicam às empresas de segurança
privada e de transporte de valores.
Art. 53. Será aplicada pelo órgão competente pela fiscalização multa de:
129
I - R$ 100.000,00 (cem mil reais):
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou
lacustre que permita o transporte de arma de fogo, munição ou acessórios sem a
devida autorização ou com inobservância às normas de segurança; e
b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de fogo que realize
publicidade para estimular a venda e o uso indiscriminado de armas de fogo,
acessórios e munição, exceto nas publicações especializadas;
II - R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem prejuízo das sanções penais
cabíveis:
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou
lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, realize, promova ou facilite o
transporte de arma de fogo ou de munição sem a devida autorização ou com
inobservância às normas de segurança; e
b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de fogo que
reincidir na conduta de que trata a alínea “b” do inciso I do caput; e
III - R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo das sanções penais
cabíveis, à empresa que reincidir na conduta de que tratam a alínea “a” do inciso I e
as alíneas “a” e “b” do inciso II.
Art. 54. A empresa de segurança e de transporte de valores ficará sujeita às
penalidades de que trata o art. 23 da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, na
hipótese de não apresentar, nos termos do disposto nos § 2º e § 3º do art. 7º da Lei
nº 10.826, de 2003:
I - a documentação comprobatória do cumprimento dos requisitos constantes
do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003, quanto aos empregados que portarão arma de
fogo; e
II - semestralmente, ao Sinarm, a listagem atualizada de seus empregados.
Art. 55. Os recursos arrecadados em razão das taxas e das sanções
pecuniárias de caráter administrativo previstas neste Decreto serão aplicados nos
termos do disposto no § 1º do art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003.
Art. 56. As receitas destinadas ao Sinarm serão recolhidas ao Banco do Brasil
S.A., na conta Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim
da Polícia Federal, e serão alocadas para o reaparelhamento, a manutenção e o
custeio das atividades de controle e de fiscalização da circulação de armas de fogo
e de repressão ao seu tráfico ilícito, de competência da Polícia Federal.
130
Art. 57. Os requerimentos formulados ao Comando do Exército, ao Sigma, à
Polícia Federal e ao Sinarm referentes aos procedimentos previstos neste Decreto
serão apreciados e julgados no prazo de sessenta dias.
§ 1º A apreciação e o julgamento a que se refere o caput ficarão
condicionados à apresentação do requerimento devidamente instruído à autoridade
competente.
§ 2º O prazo a que se refere o caput será contado da data:
I - da entrega do requerimento devidamente instruído; ou
II - da entrega da documentação completa de instrução do requerimento, na
hipótese de as datas da entrega do requerimento e dos documentos que o instruem
não coincidirem.
§ 3º Transcorrido o prazo a que se refere o caput sem a apreciação e o
julgamento do requerimento, observado o disposto no § 1º, consideram-se
aprovados tacitamente os pedidos nele formulados.
§ 4º A aprovação tácita não impede a continuidade da apreciação do
requerimento, que poderá ser cassado, caso constatado o não cumprimento dos
requisitos legais.
Art. 57-A. Os procedimentos previstos neste Decreto serão realizados
prioritariamente de forma eletrônica, dispensado o comparecimento pessoal do
requerente, exceto se houver necessidade especificamente motivada e comunicada
de apresentação dos documentos originais. (Incluído pelo Decreto nº 10.630,
de 2021) Vigência
Art. 58. O Decreto nº 9.607, de 12 de dezembro de 2018, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 34-B. A autorização para importação de Prode, conforme definido em ato
do Ministro de Estado da Defesa, poderá ser concedida:
I - aos órgãos e às entidades da administração pública;
II - aos fabricantes de Prode em quantidade necessária à realização de
pesquisa, estudos e testes, à composição de sistemas de Prode ou à fabricação de
Prode;
III - aos representantes de empresas estrangeiras, em regime de admissão
temporária, para fins de experiências, testes ou demonstração, junto às Forças
Armadas do Brasil ou a órgãos ou entidades públicas, desde que comprovem
131
exercer a representação comercial do fabricante estrangeiro no território nacional e
apresentem documento comprobatório do interesse das instituições envolvidas;
IV - aos expositores, para participação em feiras, mostras, exposições e
eventos, por período determinado;
V - aos agentes de segurança de dignitários estrangeiros em visita ao País, em
caráter temporário;
VI - às representações diplomáticas;
VII - aos integrantes de Forças Armadas do Brasil ou de órgãos de segurança
estrangeiros, em caráter temporário, para:
a) participação em exercícios combinados; ou
b) participação, na qualidade de instrutor, aluno ou competidor, em cursos e
eventos profissionais das Forças Armadas do Brasil e de órgãos de segurança
nacionais, desde que o Prode seja essencial para o curso ou o evento; e
VIII - aos colecionadores, aos atiradores desportivos, aos caçadores e às
pessoas naturais cujas armas de fogo devam ser registradas pelo Comando do
Exército, nas condições estabelecidas no Regulamento para a Fiscalização de
Produtos Controlados.
§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos III, IV e VII do caput, a importação
será limitada às amostras necessárias ao evento, vedada a importação do produto
para outros fins, e os Prode deverão ser reexportados após o término do evento
motivador da importação ou, a critério do importador e com autorização do Ministério
da Defesa, doados.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III do caput, os Prode não serão entregues
aos seus importadores e ficarão diretamente sob a guarda dos órgãos ou das
instituições envolvidos.” (NR)
132
26 EXCLUDENTES DE ILICITUDE DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO: QUAIS
SÃO ELAS?
Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/excludentes-ilicitude-resumo/.
Estado de Necessidade
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (BRASIL, 1940) 4
Requisitos:
• Perigo atual e inevitável;
• Não provocação voluntária do perigo pelo agente;
4
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
133
• Com a finalidade de proteger direito próprio ou alheio;
• Inevitabilidade do comportamento lesivo;
• Inexigibilidade do sacrifício do interesse ameaçado;
• Elemento subjetivo: conhecimento da situação causadora da
excludente de ilicitude;
• Ausência do dever legal de enfrentar o perigo;
• A doutrina reconhece o estado de necessidade recíproco.
Classificações:
Quanto à titularidade do interesse protegido:
• De interesse próprio
• De interesse alheio
Quanto ao elemento subjetivo:
• Real
• Putativo (imaginário)
Quanto à titularidade do interesse sacrificado:
• Defensivo
• Agressivo
Classificação:
5
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
134
1. Legítima defesa real ou própria;
2. Legítima defesa putativa;
3. Legítima defesa sucessiva;
4. Legítima defesa subjetiva
Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/excludentes-ilicitude-resumo/.
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Excludentes de Ilicitude: Estrito Cumprimento do Dever Legal
É a situação em que alguém cumpre um dever imposto pela lei, dentro dos
limites por ela determinados. Tal cumprimento deve ser estrito, isto é, não abrange
excessos ou desvios.
Assim como nas demais causas excludentes de ilicitude, é imprescindível que
esteja presente o elemento subjetivo, ou seja, o agente deve ter conhecimento da
situação que o permite agir em estrito cumprimento do dever legal. Nesse sentido,
se estiver presente o elemento subjetivo, essa excludente de ilicitude se estende aos
coautores ou partícipes do fato.
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REFERÊNCIAS
CUNHA. Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Geral (arts. 1 ao 120).
8ª ed. ver., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2020.
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