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Introdução................................................................................................................................. 5
Capítulo 1 – História e evolução das armas leves.............................................................. 6
Capítulo 2 – Legislação sobre arma de fogo.................................................................... 17
Capítulo 3 – Balística e Munição.........................................................................................30
Capítulo 4 – Equipamentos e Acessórios para armas policiais......................................47
Capítulo 5 – Armas de Porte................................................................................................52
9.1. Lanços..........................................................................................................106
5. Cone da morte..................................................................................................87
1
1.8. Troque de empunhadura e maneje a arma........................................... 133
2.1. Harries..........................................................................................................133
2.2. Rogers..........................................................................................................134
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................... 137
APÊNDICE........................................................................... Erro! Indicador não definido.
TEXTO 1 - Psicologia e fisiologia do combate................Erro! Indicador não definido.
1. Níveis de alerta.............................................. Erro! Indicador não definido.
2
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Código de Cores.......................................................................................
Erro! Indicador não definido.
Figura 2: versão simplificada do ciclo OODA..........................................................
Erro! Indicador não definido.
Figura 3: versão pormenorizada do ciclo OODA.....................................................
Erro! Indicador não definido.
Figura 4: Trajetória do projétil após o desvio no vidro.................................................. 44
Figura 5: Trajetória do projétil após o desvio no vidro..
Erro! Indicador não definido.
Figura6: Ricochete do projetil com formação da escalavradura.
45
Figura 7: Abrigo lateral do motor ajoelhado...
Erro! Indicador não definido.
Figura 8: Abrigo lateral do motor deitado 46
Figura 9: troca de carregador emergencial..................................................................... 102
Figura 10: trinômio da conduta operacional policial militar...........................................82
Figura 11: posição em pé, vista lateral e frontal.............................................................85
Figura 12: posição ajoelhado............................................................................................ 86
Figura 13: posição deitado................................................................................................ 86
Figura 14: posição Temple Index..................................................................................... 88
Figura 15: posição pronto alto com arma longa e curta................................................88
Figura 16: posição pronto baixo........................................................................................89
Figura 17: posição Guarda Alta........................................................................................ 90
Figura 18: posições de expectativa de tiro não visado................................................. 91
Figura 19: posições de expectativa de tiro visado......................................................... 91
Figura 20: empunhadura (visão das face direita e esquerda)..................................... 92
Figura 21: empunhadura de arma portátil....................................................................... 93
Figura 22: troca de empunhadura em pistola.................................................................93
Figura 23: troca de empunhadura em armas longas, por tempo................................ 94
Figura 24: sequência atirador, alça, massa e alvo........................................................ 94
Figura 25: relação entre a posição aparelho de pontaria e impactos no alvo........... 95
Figura 26: exercício para identificação do olho dominante.......................................... 96
3
Figura 27: acionamento da tecla do gatilho.................................................................... 99
Figura 28: saque de pistola por tempo............................................................................ 100
Figura 29: deslocamento a frente.....................................................................................104
Figura 30: fases do protocolo pós-combate (Wyatt)................................................
Erro! Indicador não definido.
Figura 31: representação da aplicação do protocolo pós-combate.........................
Erro! Indicador não definido.
Figura 32: militares utilizando árvore como abrigo em 2013, no município de Uruará.
105
Figura 33: caçador militar, escondido entre a vegetação (coberta) e utilizando técnicas
de camuflagem.................................................................................................................... 106
Figura 34: rua em Belém/PA, demonstrando a escassez de abrigos.........................107
Figura 35: sequência de ações da progressão com dois patrulheiros (P).................71
Figura 36: sequência de ações da progressão com três patrulheiros (P)................. 75
Figura 37: sequência de ações da progressão com quatro patrulheiros (P).............79
Figura 38: cômodo em forma de caixa............................................................................ 80
Figura 39: cômodo em forma linear................................................................................. 81
Figura 40: cômodo em forma de L................................................................................... 83
Figura 41: cômodo em formato irregular......................................................................... 85
Figura 42: exemplo de planta de casa.............................................................................87
Figura 43: planta com diferentes tipos de acessos aos cômodos...............................90
Figura 44: representação do cômodo com acesso pelo centro e os ângulos de fácil e
difícil visualização....................................................................................................
9Erro! Indicador não definido.
Figura 45: patrulheiro em pé tomando ângulo pela esquerda..................................... 988
Figura 46: tomada de ângulo (visto de cima)................................................................. 989
Figura 47: entrada dinâmica cruzada......................................................................
9Erro! Indicador não definido.
Figura 48: entrada diâmica em gancho...................................................................
9Erro! Indicador não definido.
Figura 49: entrada dinâmica mista...........................................................................
Erro! Indicador não definido.
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Introdução
5
Capítulo 1 – História e evolução das armas leves
1. Descobrimento da pólvora
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2. Armas de fogo
Sua descoberta é creditada aos Chineses, que já a utilizavam desde o século XIII,
principalmente para fins religiosos, na forma de fogos de artifício. As primeiras armas
a utilizarem do princípio da queima da pólvora para a expulsão dos projéteis (estes,
inicialmente, pedras ou qualquer coisa que pudesse ser arremessada), eram
artefatos toscos chamados de tronos de pólvora, que eram canhões primitivos que
produziam efeitos mais psicológicos que destrutivos, visto que a pólvora negra
produzia enorme quantidade de fumaça e um terrível estrondo (para a época).
O pânico era muito grande nas tropas, que ainda desconheciam o seu uso.
Com referência a armas curtas, o primeiro documento autêntico, datado de 1313, cita
o emprego de canhões de mão na Alemanha. Em 1350, menciona-se graficamente o
uso de uma arma de fogo que podia ser manejada e disparada por um só homem.
As armas curtas, inicialmente, constituíam-se de tubos metálicos fechados em
uma das extremidades, denominada culatra, e possuindo em sua parte superior um
orifício, chamado de fogão, que era uma comunicação com o cano da arma. Este por
sua vez, era preso por tiras de metal ou couro a um cabo ou coronha rudimentar.
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O atirador introduzia a pólvora pela boca do cano, um ou mais projéteis e
um chumaço de estopa ou papel, comprimidos a golpes de vareta. Depois de
carregado o cano, despejava-se um pouco de pólvora no fogão, encostava-se uma
mecha acesa ou pedaço de brasa e produzia-se o disparo.
Com o passar dos anos, e pelas dificuldades que este sistema apresentava,
uma mecha ou pavio foi introduzido no fogão, criando assim o primeiro sistema de
ignição da pólvora localizado na própria arma. Este sistema foi chamado de sistema
de mecha (matchlock).
Um sistema de alavanca, com um primitivo martelo, era dotado da mecha e o
atirador, ao acionar a alavanca (uma espécie de gatilho), levava a mecha ao orifício
do cano e disparava arma. Isto facilitou a pontaria, pois não era mais necessário
prestar atenção em dirigir a mecha ao fogão e retirar rapidamente para não queimar
a mão. Com a evolução natural das armas curtas, surge entre 1515 e 1517 o segundo
sistema de ignição, vindo a substituir o fecho de mecha.
Ironicamente, este sistema já era conhecido antes do matchlock, pois se valia
das propriedades pirogenética as do sílex uma pedra que produzia forte faísca quando
friccionada a uma superfície metálica graças a essa propriedade, foi possível a criação
de um sistema de detonação constituído de uma a roda de aço, de bordas ásperas,
acionada por uma mola que a fazia girar quando acionado o gatilho. Após o início do
movimento da roda, uma peça (o martelo) dotada de um pedaço de pirita, encostava-
se à roda que, girando, produzia uma faísca iniciadora a qual se comunicava com o
interior do cano através do ouvido (nova denominação para o fogão). Este sistema
(fig. abaixo) ficou conhecido como fecho de roda (whheel lock).
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Continuando a evolução, e devido à complexidade do fecho de mola, surge o
terceiro tipo de mecanismo de ignição, o fecho de pedra (fl lint lock), em substituição
aquele. De funcionamento mais simples, o fecho de pedra também utilizava o sílex,
golpeado de encontro a um batente fixo para a produção da faísca iniciadora. Houve
diversos sistemas de fechos de pedra, destacando-se o Shaphaunce (Holanda) e o
Chenapan (França e Itália).
O que ficou mais popular foi o Miquelete da Espanha, tanto que seu nome é
utilizado para denominar os fechos de pedra (também conhecidos como fechos de
Miquelete). No início do séc. XIX, o escocês Alexander Forsytth, caçador e aficionado
pela Química, revolucionou o mundo das armas de fogo ao patentear, em 1807, um
mecanismo de ignição por percussão, baseado nas experiências nas químicas de
Bayen (França) e Howard (Inglaterra) que havia criado um composto químico que
detonava por percussão.
O composto químico era colocado em um pequeno copo metálico que, por sua vez,
era colocado sobre a chaminé. Um cão metálico era armado e, ao ser acionado pelo
gatilho, chocava-se sobre a espoleta. A mistura se inflamava e a chama era
transmitida para o interior do cano, onde se encontravam a carga de projeção e o
projétil. Todas as armas até aqui eram operadas por antecarga, isto é, os elementos
de munição (pólvora, projéteis etc.) eram colocados pela boca do cano, num processo
que, além de demorado, deveria ser repetido a cada novo disparo, representando uma
grande desvantagem.
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O maior desafio dos projetistas da época era eliminar essa desvantagem e
fazer com que a arma de fogo realizasse o maior número de disparos possível, antes
de ter que recarregá-la de novo. A primeira arma de retrocarga que se tem notícia
surgiu em 1776, por um oficial do exército inglês, Maj. Patrick Fergusson. Vários
sistemas foram apresentados até o advento das modernas soluções de retrocarga,
mas o passo definitivo foi a invenção do cartucho metálico, que proporcionou a criação
das armas de fogo tal qual conhecemos hoje.
Em 1836, dando continuidade aos trabalhos de Jean Samuel Pauly, o francês
Casimir Lefaucheux projetou um cartucho com uma base de latão com corpo de papel.
Em 1858, o revólver lefaucheux foi a primeira arma a utilizar cartucho metálico a ser
adotada por uma nação
O cartucho metálico podia conter todos os elementos de munição, agilizando
a recarga e permitindo armas com grande capacidade de tiro. Esta evolução ainda
não terminou. Novos conceitos em armas e munições surgem quase que diariamente,
com cada vez melhores soluções e maiores efeitos.
As armas calibres magnum, as fabricadas com polímeros plásticos, os canos
de cerâmica e as munições sem estojo, são exemplos de que as armas de fogo ainda
continuarão a ser aperfeiçoadas.
Arma de fogo é todo engenho criado pelo homem que arremessa projéteis
empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente
confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a
função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e
estabilidade ao projétil. Podendo ser utilizada para práticas esportivas, para o ataque
e ou defesa, apresentações e homenagens.
3.1. Quanto a portabilidade
3.1.1. De porte
Arma de fogo de dimensões e peso reduzido, que pode ser portada por um indivíduo
em um coldre e disparado, comodamente, com somente uma das mãos pelo atirador,
também comumente chamadas de armas curtas; enquadram-se, nestadefinição:
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I. Revólver
Arma de fogo de porte, de repetição, dotada de um cilindro giratório
II. Pistola
Arma de fogo de porte, geralmente semiautomática, cuja única câmara faz
parte do corpo do cano e cujo carregador, quando em posição fixa, mantém os
cartuchos em fila e os apresenta sequencialmente para o carregamento inicial e após
cada disparo; há pistolas de repetição que não dispõem de carregador e cujo
carregamento é feito manualmente, tiro-a-tiro, pelo atirador.
3.1.2. Portátil
Arma cujo peso e cujas dimensões permitem que seja transportada por um
único homem, mas não conduzida em um coldre e sim geralmente com o auxílio de
uma bandoleira, exigindo, em situações normais, o apoio em três pontos diferentes:
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ambas as mãos e ombro para a realização eficiente do disparo, também é comumente
chamada de arma longa, a exemplo a carabina, fuzil e espingarda:
I. Carabina: Arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões
reduzidas, de cano longo, embora relativamente menor que o do fuzil e com alma
raiada. Internacionalmente, considera-se carabina as armas com comprimento do
cano entre 20 polegadas (50,8 cm) e 22.5 polegadas (57,15 cm) e no Brasil com o
cano entre 41,2cm a 59,5cm.
II. Rifle: Termo inglês que significa exatamente "com alma raiada",
correspondendo ao fuzil; erroneamente é muito empregado no Brasil para designar a
carabina desportiva.
III. Fuzil: Arma de fogo portátil, de cano longo e maior que a carabina, cuja
alma é raiada. Podem ser de repetição, semiautomáticos ou automáticos.
IV. Espingarda: Arma de fogo portátil, de cano longo com alma lisa, isto é, não
raiada. Podem ser de repetição, semiautomáticas ou automáticas
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.
V. Metralhadora: Arma de fogo portátil, que realiza tiro somente no sistema
automático.
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3.2. Quanto ao sistema de carregamento
3.2.1. Antecarga
Aquela em que o carregamento é feito pela boca do cano.
3.2.2. Retrocarga manual
Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, com
emprego da força muscular do atirador.
3.2.3. Retrocarga automática
Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, em regra
por meio do aproveitamento da energia do disparo, dispensando a intervenção
humana.
3.3. Quanto ao sistema de funcionamento
3.3.1. De repetição
Arma em que o atirador, após a realização de cada disparo, decorrente da sua
ação sobre o gatilho, necessita empregar sua força física sobre um componente do
mecanismo desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao disparo
seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo. Ex. revólver.
3.3.2. Semiautomática
Arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento
com exceção do disparo, o qual, para ocorrer, requer, a cada disparo, um novo
acionamento do gatilho. Ex. pistola.
3.3.3. Automática
Arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de
funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado,
comumente chamado de disparo em rajada. Ex. metralhadora.
3.4. Quanto ao sistema de acionamento
3.4.1. Ação simples
No acionamento do gatilho apenas uma operação ocorre, o disparo, pois a
ação de armar o cão já foi efetuada (engatilhamento manual), ou apenas desarmar o
retém do percussor para que seja efetuado o disparo. Ex. pistola IMBEL .380ACP.
3.4.2. Ação dupla
É um sistema mecânico de determinadas armas de fogo. Nesse sistema a
tecla do gatilho exerce as duas funções: engatilha a arma e libera o cão ou sistema
de percussão. Ex. Revólver Taurus mod. RT 851 Multialloy.
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3.4.3. Dupla ação
É o sistema mecânico de determinadas armas de fogo, que permite que elas
sejam acionadas em ação simples ou dupla. Na primeira opção o mecanismo de
disparo foi engatilhado e no acionamento do gatilho ocorre apenas o disparo. Na
segunda opção, no acionamento do gatilho ocorre o engatilhamento e a liberação do
cão ou sistema de percussão. Ex. Revólveres Taurus em sua maioria e Pistolas
Taurus PT 58 e PT 938 – Calibre .380ACP
3.5. Quanto a alma do cano
A alma é a parte oca do interior do cano de uma arma de fogo, que vai
geralmente da câmara de explosão até a boca do cano, destinado a resistir pressão
dos gases produzidos pela combustão do propelente e orientar o projétil. Pode ser lisa
ou raiada, dependendo do tipo de munição para o qual a arma foi projetada.
3.5.1. Lisa
Aquelas cujo interior do cano é totalmente polido, sem raiamento, porque não
há necessidade da estabilização dos projéteis. Ex. as espingardas.
3.5.2. Raiada
Aquelas cujo interior do cano tem sulcos helicoidais, podendo ser destrógiros
ou sinistrógiros, ou seja, com sentindo horário ou anti-horário respectivamente. Estão
dispostos no eixo longitudinal do cano, destinados a forçar o projétil a um movimento
de rotação, garantindo maior estabilidade na sua trajetória.
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3.6.2. Sistema de ferrolho
A arma possui um ferrolho reto manipulado manualmente por uma alavanca
perpendicular, normalmente localizada ao lado direito, que permite a introdução do
cartucho na câmara e a sua extração, é a utilizada pelos sistemas Mauser e
Mannlicher.
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Artigo 2º No cumprimento do dever, os funcionários responsáveis pela
aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os
direitos humanos de todas as pessoas.
Artigo 3º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem
empregar a força quando estritamente necessária e na medida exigida para o
cumprimento do seu dever.
Comentário O emprego da força por parte dos funcionários responsáveis pela
aplicação da lei deve ser excepcional. Embora se admita que estes funcionários, de
acordo com as circunstâncias, possam empregar uma força razoável, de nenhuma
maneira ela poderá ser utilizada de forma desproporcional ao legítimo objetivo a ser
atingido. O emprego de armas de fogo é considerado uma medida extrema; devem-
se fazer todos os esforços no sentido de restringir seu uso, especialmente contra
crianças. Em geral, armas de fogo só deveriam ser utilizadas quando um suspeito
oferece resistência armada ou, de algum outro modo, põe em risco vidas alheias e
medidas menos drásticas são insuficientes para dominá-lo. Toda vez que uma arma
de fogo for disparada, deve-se fazer imediatamente um relatório às autoridades
competentes.
Artigo 4º Os assuntos de natureza confidencial em poder dos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidos confidenciais, a não ser que o
cumprimento do dever ou necessidade de justiça estritamente exijam outro
comportamento.
Artigo 5º Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir,
instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outro tratamento ou pena cruel,
desumano ou degradante, nem nenhum destes funcionários pode invocar ordens
superiores ou circunstâncias excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma
ameaça de guerra, ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou
qualquer outra emergência pública, como justificativa para torturas ou outros
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Comentário A Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes define tortura como: "...qualquer ato pelo qual
dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais são infligidos intencionalmente a uma
pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de
castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de
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ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer
motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou
sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.
Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam conseqüência
unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou dela
decorram."
Artigo 6º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem garantir a
proteção da saúde de todas as pessoas sob sua guarda e, em especial, devem adotar
medidas imediatas para assegurar-lhes cuidados médicos, sempre que necessário.
Artigo 7º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem
cometer quaisquer atos de corrupção. Também devem opor-se vigorosamente e
combater todos estes atos.
Comentário Qualquer ato de corrupção, tal como qualquer outro abuso de
autoridade, é incompatível com a profissão dos funcionários responsáveis pela
aplicação da lei. A lei deve ser aplicada com rigor a qualquer funcionário que cometa
um ato de corrupção. Os governos não podem esperar que os cidadãos respeitem as
leis se estas também não foram aplicadas contra os próprios agentes do Estado e
dentro dos seus próprios organismos.
Artigo 8º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar
a lei e este Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-
se com rigor a quaisquer violações da lei e deste Código. Os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que houve ou
que está para haver uma violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus
superiores e, se necessário, a outras autoridades competentes ou órgãos com
poderes de revisão e reparação.
Comentário As disposições contidas neste Código serão observadas sempre
que tenham sido incorporadas à legislação nacional ou à sua prática; caso a legislação
ou a prática contiverem disposições mais limitativas do que as deste Código, devem
observar-se essas disposições mais limitativas. Subentende-se que os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei não devem sofrer sanções administrativas ou de
qualquer outra natureza pelo fato de terem comunicado que houve, ou que está
prestes a haver, uma violação deste Código; como em alguns países os meios de
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comunicação social desempenham o papel de examinar denúncias, os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei podem levar ao conhecimento da opinião pública,
através dos referidos meios, como último recurso, as violações a este Código.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que cumpram as
disposições deste Código merecem o respeito, o total apoio e a colaboração da
sociedade, do organismo de aplicação da lei no qual servem e da comunidade policial.
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3. O aperfeiçoamento e a distribuição de armas incapacitantes não-letais
devem ser avaliados com cuidado, visando minimizar o perigo para as pessoas não
envolvidas, devendo o uso de tais armas ser cuidadosamente controlado.
4. No cumprimento das suas funções, os responsáveis pela aplicação da lei
devem, na medida do possível, aplicar meios não-violentos antes de recorrer ao uso
da força e armas de fogo. O recurso às mesmas só é aceitável quando os outros meios
se revelarem ineficazes ou incapazes de produzirem o resultado pretendido.
5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os
responsáveis pela aplicação da lei deverão:
(a) Exercer moderação no uso de tais recursos e agir na proporção da
gravidade da infração e do objetivo legítimo a ser alcançado;
(b) Minimizar danos e ferimentos, e respeitar e preservar a vida humana;
(c) Assegurar que qualquer indivíduo ferido ou afetado receba assistência e
cuidados médicos o mais rápido possível;
(d) Garantir que os familiares ou amigos íntimos da pessoa ferida ou afetada
sejam notificados o mais depressa possível.
6. Sempre que o uso da força e de armas de fogo pelos responsáveis pela
aplicação da lei der causa a ferimento ou morte, os mesmos deverão comunicar
imediatamente o fato aos seus superiores, nos termos do Princípio 22.
7. Os governos deverão assegurar que o uso arbitrário ou abusivo da força e
de armas de fogo por responsáveis pela aplicação da lei seja punido como delito
criminal, de acordo com a legislação em vigor.
8. Não será aceitável invocar circunstâncias excepcionais, tais como
instabilidade política interna ou outras situações de emergência pública, como
justificativa para o abandono destes princípios básicos.
Disposições específicas:
9. Os responsáveis pela aplicação da lei não usarão armas de fogo contra
pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de outrem contra ameaça
iminente de morte ou ferimento grave; para impedir a perpetração de crime
particularmente grave que envolva séria ameaça à vida; para efetuar a prisão de
alguém que represente tal risco e resista à autoridade; ou para impedir a fuga de tal
indivíduo, e isso apenas nos casos em que outros meios menos extremados revelem-
se insuficientes para atingir tais objetivos. Em qualquer caso, o uso letal intencional
21
de armas de fogo só poderá ser feito quando estritamente inevitável à proteção da
vida.
10. Nas circunstâncias previstas no Princípio 9, os responsáveis pela
aplicação da lei deverão identificar-se como tais e avisar prévia e claramente a
respeito da sua intenção de recorrer ao uso de armas de fogo, com tempo suficiente
para que o aviso seja levado em consideração, a não ser quando tal procedimento
represente um risco indevido para os responsáveis pela aplicação da lei ou acarrete
para outrem um risco de morte ou dano grave, ou seja claramente inadequado ou inútil
dadas as circunstâncias do caso.
11. As normas e regulamentos sobre o uso de armas de fogo pelos
responsáveis pela aplicação da lei deverão incluir diretrizes que:
(a) Especifiquem as circunstâncias nas quais os responsáveis pela aplicação
da lei estão autorizados a trazer consigo armas de fogo e determinem os tipos de
armas e munições permitidas;
(b) Garantam que as armas de fogo sejam usadas apenas em circunstâncias
apropriadas e de modo a reduzir o risco de dano desnecessário;
(c) Proíbam o uso de armas de fogo e munições que causem ferimentos
injustificáveis ou representem riscos injustificáveis;
(d) Regulamentem o controle, o armazenamento e a distribuição de armas de
fogo, o que deverá incluir procedimentos para assegurar que os responsáveis pela
aplicação da lei sejam considerados responsáveis pelas armas de fogo e munições a
eles confiadas;
(e) Providenciem avisos, quando apropriado, previamente ao disparo de
armas de fogo;
(f) Prevejam um sistema de comunicação aos superiores sempre que os
responsáveis pela aplicação da lei fizerem uso de armas de fogo no desempenho das
suas funções.
Policiamento de reuniões ilegais
12. Como todos têm o direito de participar de reuniões legítimas e pacíficas,
de acordo com os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, os governos, entidades
e os responsáveis pela aplicação da lei deverão reconhecer que a força e as armas
de fogo só podem ser usadas nos termos dos Princípios 13 e 14.
22
13. Ao dispersar grupos ilegais mas não-violentos, os responsáveis pela
aplicação da lei deverão evitar o uso da força, ou quando tal não for possível, deverão
restringir tal força ao mínimo necessário.
14. Ao dispersar grupos violentos, os responsáveis pela aplicação da lei só
poderão fazer uso de armas de fogo quando não for possível usar outros meios menos
perigosos e apenas nos termos minimamente necessários. Os responsáveis pela
aplicação da lei não deverão fazer uso de armas de fogo em tais casos, a não ser nas
condições previstas no Princípio 9.
Policiamento de indivíduos sob custódia ou detenção
15. Ao lidarem com indivíduos sob custódia ou detenção, os responsáveis pela
aplicação da lei não farão uso da força, exceto quando tal for estritamente necessário
para manter a segurança e a ordem na instituição, ou quando existir ameaça à
segurança pessoal.
16. Ao lidarem com indivíduos sob custódia ou detenção, os responsáveis pela
aplicação da lei não farão uso de armas de fogo, exceto em legítima defesa ou em
defesa de outrem contra ameaça iminente de morte ou ferimento grave, ou quando for
estritamente necessário para impedir a fuga de indivíduo sob custódia ou detenção
que represente perigo do tipo descrito no Princípio 9.
17. Os princípios acima enunciados não prejudicam os direitos, deveres e
responsabilidades dos funcionários das prisões, consoante o estabelecido nas Regras
Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, em especial nas normas números 33, 34
e 54.
Habilitação, formação e orientação
18. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei cuidarão para
que todo o pessoal responsável pela aplicação da lei seja selecionado por meio de
processos adequados de seleção, tenha as qualidades morais, psicológicas e físicas
adequadas ao exercício efetivo de suas funções e seja submetido a formação
profissional contínua e meticulosa. A continuidade da aptidão desse pessoal para o
desempenho das respectivas funções deve ser verificada periodicamente.
19. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei deverão
assegurar que todos os responsáveis pela aplicação da lei recebam treinamento e
sejam examinados com base em padrões adequados de competência para o uso da
força. Os responsáveis pela aplicação da lei que tenham de trazer consigo armas de
23
fogo só devem receber autorização para fazê-lo após terem completado o treino
necessário relativamente ao uso de tais armas.
20. Na formação profissional dos responsáveis pela aplicação da lei, os
governos e organismos encarregados da aplicação da lei devem dedicar atenção
especial às questões de ética policial e direitos humanos, especialmente durante o
processo de investigação; a alternativas ao uso da força e armas de fogo, incluindo a
solução pacífica de conflitos, a compreensão do comportamento das multidões e os
métodos de persuasão, negociação e mediação, bem como os meios técnicos,
destinados a limitar o uso da força e armas de fogo. Os órgãos encarregados da
aplicação da lei devem rever os seus programas de treinamento e procedimentos
operacionais à luz de eventuais incidentes concretos.
21. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei devem
proporcionar orientação sobre tensão psicológica aos responsáveis pela aplicação da
lei envolvidos em situações em que haja o uso da força e de armas de fogo.
Procedimentos de comunicação e revisão
22. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei deverão
estabelecer procedimentos eficazes de comunicação e revisão, aplicáveis a todos os
incidentes mencionados nos Princípios 6 e 11 (f). Para os incidentes relatados de
acordo com esses princípios, os governos e organismos encarregados da aplicação
da lei deverão assegurar que exista um processo de revisão efetivo e que autoridades
administrativas ou de perseguição criminal independentes tenham condições de
exercer jurisdição nas circunstâncias apropriadas. Nos casos de morte e ferimento
grave ou outras consequências sérias, um relatório pormenorizado deve ser
prontamente enviado às autoridades competentes responsáveis pelo controle
administrativo e judicial.
23. Os indivíduos afetados pelo uso da força e armas de fogo, ou seus
representantes legais, devem ter direito a um inquérito independente, incluindo um
processo judicial. Em caso de morte desses indivíduos, a presente disposição aplicar-
se-á de forma correspondente aos seus dependentes.
24. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei deverão
assegurar que os oficiais superiores sejam responsabilizados caso tenham ou devam
ter tido conhecimento de que responsáveis pela aplicação da lei sob seu comando
estão, ou tenham estado recorrendo ao uso ilegítimo da força e armas de fogo, e caso
24
os referidos oficiais não tenham tomado todas as providências ao seu alcance a fim
de impedir, reprimir ou comunicar tal uso.
25. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei deverão
assegurar que não seja imposta qualquer sanção criminal ou disciplinar a
responsáveis pela aplicação da lei que, de acordo com o Código de Conduta para os
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei e com estes Princípios Básicos,
recusem-se a cumprir uma ordem para usar força e armas de fogo, ou que denunciem
tal uso por outros responsáveis pela aplicação da lei.
26. O cumprimento de ordens superiores não constituirá justificativa quando
os responsáveis pela aplicação da lei tenham conhecimento de que uma ordem para
usar força e armas de fogo, que tenha resultado na morte ou em ferimento grave a
alguém, foi manifestamente ilegítima e caso os referidos responsáveis tenham tido
oportunidade razoável de se recusarem a cumprir essa ordem. Em qualquer caso, a
responsabilidade caberá também aos superiores que tenham dado ordens ilegítimas.
3. NORMAS NACIONAIS
26
arma de fogo, caso o policial agir de maneira precipitada e sem pesar as
circunstâncias do caso concreto.
3. Portaria Interministerial N°4226/2010
O Brasil, signatário de vários dispositivos normativos de proteção aos direitos
humanos, disciplina o uso da força pelos militares estaduais a partir de uma doutrina
denominada Uso Diferenciado da Força, fomentada a partir da publicação da Portaria
Interministerial 4.226, de 31 de dezembro de 2010, a qual trouxe um avanço
significativo para os órgãos de segurança pública. Esse dispositivo legal estabeleceu,
entre outras coisas que o “uso da força por agentes de segurança pública deverá
obedecer aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e
conveniência” (BRASIL, 2010). As diretrizes sobre o uso da força e armas de fogo
pelos agentes de segurança pública traz à tona seguintes itens em destaque:
27
resposta a uma ameaça real ou potencial. Os níveis do uso da força são: presença
física; verbalização (uso da flexão do nível de voz, clareza de comando, não utilização
de linguagem coloquial ou ameaçadora, repetição no caso de não acatamento da
ordem e negociação constante); controle de contato ou controle de mãos livres
(técnicas de imobilização, de algemação e de condução); utilização de instrumentos
de menor potencial ofensivo, armas de menor potencial ofensivo, munições de menor
potencial ofensivo, equipamentos de menor potencial ofensivo e força letal (o emprego
de armas de fogo ou outra capaz de produzir morte do opositor e cuja avaliação é
balizada pelos fatores habilidade, oportunidade e risco).
O documento determina que a utilização de qualquer nível do uso da força
pelos agentes de segurança deverá obedecer aos princípios da legalidade,
necessidade, proporcionalidade, moderação, conveniência e progressividade.
Diversas demonstrações de uso da força passam a ser consideradas abusivas, como,
por exemplo: a realização de disparos de advertência, em razão da imprevisibilidade
de seus efeitos; fazer uso de arma de fogo contra pessoa em fuga, que esteja
desarmada, ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco
imediato de morte ou lesão grave aos agentes públicos ou a terceiros; apontar arma
de fogo contra pessoas durante os procedimentos técnicos de abordagem, entre
outros.
A resolução estabelece que os agentes do sistema de segurança pública e
defesa social só podem utilizar armas de fogo para dispersar manifestações
consideradas violentas se não for possível recorrer a meios menos perigosos e
somente nos limites do necessário, quando esta ação for indispensável para a
proteção de vidas humanas. Se houver registro de abuso do uso da força, as
corregedorias do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social deverão
iniciar a investigação sobre o fato imediatamente.
Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa, os agentes do
sistema de segurança pública e defesa social envolvidos no caso deverão comunicar
o fato ao seu superior imediato ou à autoridade competente; submeter-se às regras
contidas na resolução 202, do CONSEP, que trata da assistência médica e prestação
de socorro aos feridos na ocorrência; adotar todas as providências para correta
preservação e isolamento do local do fato ocorrido, além de acionar a perícia científica,
facilitar o trabalho de colheita de provas pelos peritos criminais, entre outras ações.
28
Caso o uso da força resulte em lesão ou morte de pessoa, o órgão da área de
Segurança Pública e Defesa Social deverá facilitar a assistência ou o auxílio médico,
recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, solicitar perícia
criminalística no local, promover o acompanhamento psicológico aos agentes de
segurança pública envolvidos no fato e afastá-los temporariamente do serviço
operacional, visando a redução do estresse, entre outros procedimentos.
No prazo de 72 horas, o relatório individual deverá ser encaminhado ao Grupo
de Acompanhamento da Letalidade e Mortalidade, instituído pelo CONSEP por meio
da resolução Nº 173/11, com informações sobre as circunstâncias e justificativa que
levaram ao uso da força ou de arma de fogo, quais as medidas adotadas antes de
serem efetuados os disparos, tipo de arma e de munição, a quantidade de disparos
realizados, distância e pessoa contra a qual foi disparada a arma, o número de
agentes de segurança feridos ou mortos, instrumento de menor potencial ofensivo
utilizado na ocorrência policial, número de feridos ou mortos atingidos pelos disparos
do agente do sistema de segurança pública a defesa social e ações realizadas para
facilitar a assistência ou o auxílio médico.
5. Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados
A Constituição Federal estabelece como uma das competências da União:
“Art. 21. Compete à União: [...] VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
material bélico” (BRASIL, 1988). Essa competência foi delegada ao Exército Brasileiro
por intermédio da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2002, nos seguintes termos:
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete
ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e
demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma
de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
29
Região Militar, coadjuvado pelo Chefe do SFPC regional, tendo como competências:
autorizar e fiscalizar o exercício, por pessoas físicas ou jurídicas, das atividades
relacionadas com produtos controlados de comércio, importação, exportação,
utilização, prestação de serviços, colecionamento, tiro desportivo ou caça.
Nesse contexto, entre as doze regiões militares existentes, o Estado do Pará
coincide com a 8ª Região Militar (8ª RM), em cujo âmbito atua o SFPC, sediado no
2°Batalhao de Infantaria de Selva (2°BIS), e sob a responsabilidade dos respectivos
Comandantes e Chefe do SFPC.
1. A evolução do cartucho
30
1.2. Origens do cartucho atual
Em 1812, em Paris, um armeiro suíço, chamado Pauly, desenvolveu um
cartucho consistente, com uma base cilíndrica de latão, que se acoplava a um cilindro
de papel, e servia como recipiente para a pólvora e o projétil. A base de latão era
perfurada em seu centro e contínua. Na parte externa da perfuração, uma cavidade
trazia a pequena carga detonante, protegida por papel envernizado. Essa invenção,
que apresentava todos os componentes do cartucho moderno, não teve aceitação,
por ser bastante avançada para a sua época. Apesar disso, Pauly é lembrado como o
autor do cartucho de fogo central.
2. Munições
31
Generalidades: A munição do armamento leve compreende a munição usada
nas armas cujo calibre seja igual ou menor que 0.50”, como fuzis, carabinas, pistolas,
revólveres, metralhadoras e metralhadoras de mão.
Terminologia: O cartucho compreende todos os elementos necessários à
execução do tiro pela arma, isto é, o projétil, o estojo, a carga de projeção e a espoleta.
Munição: conjunto completo de estojo, projétil, propelente e espoleta (nos de
caça acrescenta-se a bucha), tudo devidamente montado em um só corpo. O mesmo
que cartucho.
2.2.1. Classificação:
32
b. Munição de manejo: é destinada exclusivamente ao manejo de
mecanismo de repetição, em instrução, de carregar e descarregar
o depósito e câmara, possuindo em seu estojo sulcos estriados ou
até mesmo orifício, inerte.
c. Munição + P: carregada com maior carga, gerando maior pressão
que a munição normal visando aumentar a velocidade e a energia
do projétil.
d. Munição + P +: primeiramente foi desenvolvida exclusivamente
para o uso policial. Nela se verifica nível de pressão, velocidade e
energia maior que a + P.
e. Munição subsônica: desenvolvidas para operarem a velocidades
abaixo do som e com especial adequação para uso em
silenciadores (supressores).
2.2.2. Divisão da Munição
I. Estojo;
II. Espoleta;
III. Propelente (carga de projeção);
IV. Projétil.
I. Estojo;
II. Espoleta;
III. Propelente (carga de projeção);
IV. Projétil;
V. Bucha.
I. Estojo:
33
Os estojos além de reunir os demais componentes (projétil, espoleta, carga
de projeção) tem a função de proteger a carga de projeção das intempéries.
O estojo pode ser de:
a) papel;
b) papelão;
c) plástico;
d) metálico;
e) composto:
f) papelão / metálico;
g) plástico / metálico.
a) paralelo;
b) cônico e garrafa;
c) de fogo central;
d) fogo circular.
34
c) Bateria: Possui a massa iniciadora, a bigorna, o evento (orifício de
passagem dos gases) e o copo formando um mesmo conjunto.
Geralmente utilizado em cartuchos de caça;
d) Fogo circular/percussão radial: Nos estojos de fogo circular, a massa
iniciadora encontra-se no interior do estojo, formando um anel interno na
borda do culote.
35
v. base simples (constituída à base de nitrocelulose);
vi. base dupla (constituída de nitrocelulose e nitroglicerina).
IV. Projétil:
a) O projétil quanto a sua configuração pode ser:
i. encamisado;
ii. semi-encamisado;
iii. de borracha;
iv. de chumbo;
v. metálico;
vi. composto (chumbo / metal), (chumbo / borracha), (metal / chumbo /
aço), etc.;
vii. perfurante: possui núcleo de aço endurecido, pontiagudo com função
de perfurar obstáculos;
viii. expansivo, com função de expandir ao contato com o alvo;
ix. projéteis de uso militar;
x. traçante: deixa em seu percurso um rastro luminoso;
xi. incendiário: com função de incendiar ao atingir o alvo;
xii. explosivo: explode em contato com o alvo.
V. Bucha: Destina-se a separar a carga de projeção do projétil ou dos projéteis.
I. Munições Úmidas:
36
3. Balística
37
pressão contra a base do projétil e contra as paredes e a base do estojo, em um
sistema de forças que atua em todas as direções. Como no bloqueio desse sistema,
a parte mais fraca é a região de engate do projétil no gargalo, a crescente pressão
dos gases provocará seu deslocamento à frente, após dilatação do estojo.
Tal dilatação, decorrente de sua elasticidade material, do calor e da pressão
gerados, além de facilitar o movimento do projétil, possui a função de selar a câmara
em todas as direções para evitar a perda excessiva de gases pela culatra e ajudar a
impedir o recuo do estojo antes do momento adequado, principalmente em armas que
funcionam por sistema “blowback”. Dessa forma, parte dos gases acompanha o
projétil, empurrando-o no sentido contrário – da culatra para a boca do cano;
V. Lançamento livre e tomada do raiamento pelo projétil: a pressão dos gases
vence a inércia do projétil, impulsionando-o à frente. Antes de atingir as raias, o projétil
percorre um pequeno trajeto localizado na parte final e anterior da câmara. Essa
porção é denominada espaço de voo livre, é lisa e possui diâmetro maior do que o do
projétil. Após tê-la ultrapassado com facilidade, encontra-se com o início do raiamento,
o que causa uma ligeira frenagem em seu movimento.
Na sequência, a pressão dos gases continua aumentando gradativamente, e
consequentemente aumento a velocidade, e assim forçando-o contra as estrias e
imprimindo-lhe uma rotação em torno de seu eixo longitudinal, no sentido de evolução
das raias, e, portanto, inversamente proporcional as forças de ação;
VI. O projétil adquire velocidade no cano: após a tomada do raiamento, a
pressão continua em uma crescente vertiginosa até chegar ao seu pico (ponto
máximo), exatamente quando o projétil já percorreu a parte inicial do cano (cerca de
um quinto) e adquiriu aceleração. A partir daí, na medida em que o espaço deixado
por ele aumenta, a pressão vai caindo gradativamente. Embora ocorra essa queda na
pressão dos gases, seus efeitos não cessam, uma vez que parte da pólvora ainda
continua queimando, acompanhando o projétil em sua trajetória pelo cano,
imprimindo-lhe mais velocidade. No processo de disparo, a queima da pólvora ocorre
em fases diferentes e sucessivas;
VII. O projétil abandona o cano: próximo do final de sua trajetória no interior
do cano, o projétil recebe um pequeno e último incremento de aceleração, conhecido
como “sopro balístico” e alcança sua velocidade máxima ao atingir a coroa do cano,
por onde sai acompanhado de um estampido e de uma labareda de fogo provocada
38
por partículas ainda em combustão. Com a saída do projétil, a pressão cai
bruscamente, permitindo que o estojo recupere, em parte, suas dimensões originais,
o que irá permitir sua extração. Após o tiro, ocorre o recuo da arma no sentido contrário
ao deslocamento do projétil.
40
Realizado o tiro, o projétil se desloca pelo ar até o momento em que encontra
um alvo ou até que, pela ação da resistência do ar e da força da gravidade, perca sua
força propulsora e caia no solo. A essa distância percorrida, dá-se o nome de “alcance”
do tiro.
O alcance de cada tiro, mesmo que de calibres iguais, dificilmente será
idêntico, uma vez que sempre estará permeado por uma série de variáveis: condições
da arma (tamanho de cano, número de raias, sentido do raiamento), condições da
munição, clima e condições atmosféricas (temperatura, altitude, umidade relativa do
ar, velocidade e direção do vento e precipitação pluviométrica); variáveis estas que
interferem no alcance do projétil. Munições idênticas, disparadas de armas com canos
de diferentes dimensões, atingirão alcances diferentes.
Normalmente, canos com maiores comprimentos permitem gerar maiores
pressões no processo de queima lenta do propelente, o que se ocorrer, imprimirá
maior velocidade de deslocamento, permitindo-lhe melhores condições de vencer a
resistência do ar. É importante destacar que esse padrão não se trata de uma regra,
e depende do tipo de munição e propelente empregados. O desempenho de pólvoras
de queima rápida, utilizadas em munição para armas curtas, é prejudicado quando o
comprimento do cano é maior, o que exige uma pólvora de queima menos rápida.
Com base nessas informações, e considerando as possibilidades de emprego
de uma arma de fogo, foram estabelecidos os conceitos de alcance a seguir, que
balizam o estudo e a utilização de cada tipo de munição de acordo com a arma.
a) Alcance máximo
a) Balística veicular
42
nas partes de chapas dobradas, no entanto, calibres de alta velocidade, como os fuzis,
tais estruturas não conseguem ter nenhuma proteção.
O bloco do motor e conjuntos de suspensão/roda/freios dos veículos são
proteções balísticas eficientes mesmo contra tiros de fuzis.
É importante frisar sobre o risco dos tiros sob o veículo, demonstrando que
não é recomendável optar por combater por baixo do veículo, com o militar deitado,
por exemplo.
Já nas superfícies mais macias combinadas com projéteis ogivais e
encamisados (mais resistentes) ou que possuem boa retenção de massa, é possível
se obter ângulos de saída até mesmo maiores que o ângulo de incidência, uma vez
que o projétil, ao danificar a superfície, o faz de maneira que se forma uma espécie
de rampa na região de saída da escalavradura, direcionando o projétil em ângulo mais
aberto do que a própria entrada do projétil (quando o projétil atinge o ângulo crítico de
incidência no capô, por exemplo)
Outro fator a ser levado em consideração é a deflexão da trajetória dos
projéteis quando atingem uma lâmina de vidro inclinada. Isso ocorre porque quando o
projétil atinge o vidro, a inclinação faz com que haja uma variação do contato do projétil
com o vidro, de maneira que no início do impacto é gerado um ponto de fragmentação
do vidro enquanto a parte ainda não atingida pelo projétil se mantém preservada,
oferecendo maior resistência e, com isso, alterando a trajetória do projétil.
Se o tiro é efetuado de dentro para fora do veículo, o projétil tende a subir. Se
o tiro é efetuado de fora para dentro do veículo, o projétil tende a descer. O desvio de
trajetória é tão maior quanto maior for a distância, caso não haja fragmentação do
projétil durante o impacto no vidro (calibres de baixa velocidade), pois provavelmente
será outra dinâmica pela perda de massa.
43
Figura 1: Trajetória do projétil após o desvio no vidro. De fora para dentro.
44
Figura06:Ricochete do projetil com desvio angular
alto.
CERTO
ERRADO
45
Figura 07: Abrigo lateral do motor de joelhos
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Capítulo 4 – Equipamentos e Acessórios para armas policiais
47
§ 3º Em toda a extensão do peito da capa deverá haver fitas aderentes tipo
velcro®para fixaçãode patches com a identificação do Policial Militar e da Unidade
PolicialMilitar a qual pertence,bem como, na parte superior dorsal deverá possuir
03 (três)fitas aderentes tipo velcro®, intercaladas com as faixas modulares, para
fixação de patche com a inscrição “POLÍCIA - MILITAR” na cor cinza, conforme
a ilustração abaixo:
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resistência, produzido exclusivamente para uso militar, capaz de acomodar o coldre
de cintura ou de perna, porta carregador, porta algema, porta tonfa e porta espargidor
e porta lanterna; o cinto deve ser de excelente acabamento, capaz de aguentar sem
se romper e sem desfiar em toda atividade policial militar. A fivela composta de 02
(duas) peças de metal pintado em epóxi na cor preta, em formato retangular, com dois
engates laterais, tendo em alto relevo o símbolo da instituiçãoPolicial Militar do Pará.
49
c) coldre de perna na cor preta, com sistema de adaptação universal para
todos os modelos de pistola, construído em polímero de alta resistência e
durabilidade, ou em material de igual ou superior desempenho, Thermal-moldado,
com as seguintes características, Sistema de auto- travamento que seja capaz de
travar a arma assim que a mesma é coldreada, que permita saquesuave em um
único movimento, protegendo contra a tentativa de apoderamento do armamento
por terceiros, alça capuz de proteção, que o habitáculo onde a arma é coldreada
deve ser forradode camurça ou material de igual ou superior desempenho, capaz
de proteger o acabamento do armamento e facilite o movimento de saque simples
e reto em direção ascendente assim que astravas são liberadas, fornecer o padrão
de duas bandas de coxa e plataforma de sustentação, tiravertical ajustável de
coxa.
g) Fiel Retrátil: na cor preta, para uso em cinto de guarnição, fabricado com
nylon injetadoou outro material de igual ou superior desempenho, quer sirva como
trava de segurança capaz de impedir que o armamento caia no chão. Dimensões:
6 cm x 8 cm, comprimento do cordel depoliamida: 120 cm, fabricado com nylon
injetado, gancho na ponta do cordão para prender a arma e trava para prender o
fiel retrátil ao cinto;
51
Capítulo 5 – Armas de Porte
52
militar, incluindo a observação do que há no perímetro além da posição do agressor,
pois, em caso do patrulheiro não atingir seu alvo, ou o atingir e o projétil o transfixar,
deve-se ponderar o risco de impactar algum inocente, incluindo esse fator na tomada
de decisão de tiro.
O Departamento de Polícia Federal (BRASIL, 2020) faz referências há outros
procedimentos que concorrem a favor da segurança no manejo, conduta e tiro em
estandes de tiro e durante o serviço policial, conforme a lista a seguir:
• Ao sacar ou coldrear uma arma, fazer sempre com o dedo fora da tecla do
gatilho, assim permanecendo até que esteja realmente apontando para o seu
objetivo;
Nunca transportar ou coldrear a arma com o cão armado e destravada;
• Treinamentos de tiro só devem ser feitos em estandes de tiro credenciados,
que ofereçam segurança;
• Ser cauteloso ao atirar em superfícies duras (Ex.: metais, rochas, água etc.),
pois os disparos irão ricochetear;
• As travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos mecânicos
sujeitos a falhas, por isso deve-se evitar testá-las com uso de munições reais;
• Drogas e bebidas alcoólicas não se misturam com armas de fogo;
• Sempre que entregar ou receber uma arma, execute uma inspeção de
segurança. Não é ofensa verificar uma arma ao recebê-la;
• Nunca abandonar a arma, carregada ou não;
• Nunca receber uma arma em sua direção puxando-a pelo cano;
• Antes de iniciar qualquer limpeza ou manutenção, efetuar a inspeção de
segurança;
• Nunca deixar de forma descuidada uma arma e, ao guardá-la por longo
tempo, separar a arma da munição, mantendo-as longe do alcance de
menores de dezoito anos ou pessoas com deficiência mental;
• Quando estiver atirando com revólver, jamais coloque a mão sobre o cano
à frente do tambor, pois essas peças movimentam-se durante o disparo e
ainda possuem os orifícios para saída de gases. Revólveres desprendem
lateralmente gases em alta velocidade e resíduos de chumbo e pólvora em
combustão. Manter as pessoas afastadas de sua lateral;
• Controlar a munição a fim de verificar se corresponde ao calibre da arma;
• A arma deve ser transportada no coldre, salvo quando houver a consciente
necessidade de utilizá-la;
• Nunca engatilhar a arma quando não houver a intenção de atirar (armas de
ação dupla);
• Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, esteja
absolutamente certo de que não está apontada para qualquer parte de seu
corpo ou de outras pessoas ao seu redor;
• A munição velha ou recarregada pode ser perigosa, não recomendamos seu
uso;
• Tomar cuidado com obstruções do cano quando estiver atirando. Caso ouça
ou sinta algo de anormal com o recuo ou a detonação, interrompa
imediatamente os disparos. Verifique cuidadosamente a existência ou não de
obstruções no cano. Um projétil ou qualquer outro objeto deve ser
imediatamente removido, mesmo se tratando de lama, terra, quantidade
excessiva de graxa ou óleo etc., a fim de evitar que as raias sejam danificadas
ou o cano destruído;
• Nunca transportar uma arma no bolso, bolsa ou pochete. Use a embalagem
apropriada ou um bom coldre, seja ele ostensivo ou dissimulado; e
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• Não tente modificar o peso do gatilho de sua arma sem a ajuda de um
armeiro qualificado, pois é possível que afete o engajamento da armadilha e
cão, facilitando o disparo acidental. (BRASIL, 2020, p. 5 – 7)
2. Ciclo
Entende-se por ciclo o processo que torna a arma pronta para o disparo,
incluindo os procedimentos realizados pelo policial militar (manejo e acionamento da
tecla do gatilho), movimentos dos mecanismos e efeitos do disparo (ação dos gases
sobre o ferrolho, movimentando-o, extração, ejeção e apresentação do cartucho na
câmara, trancamento do ferrolho).
3. Manejo
Considera-se manejo o conjunto dos procedimentos realizados pelo policial
militar a fim de tornar a arma pronta para o tiro (ex.: preparação da arma para o
serviço, troca de carregador, resolução de panes etc.), sendo enumerados a seguir:
3.1. Desmontagem e montagem de 1º escalão
Esse procedimento permite ao policial militar realizar a limpeza, a lubrificação
e a verificação da integridade dos componentes do mecanismo do armamento.
3.2. Limpeza e lubrificação
Por ocasião da limpeza, remove-se sujeiras que estejam incrustradas no
corpo do armamento, preferencialmente, deve ser empregada a escova de nylon para
a retirada de resíduos. Contudo, considerando a presença de pontos de ferrugem,
pode ser necessário o uso de materiais mais abrasivos. Para uma correta lubrificação
da arma, utilize óleo apropriado para armas de fogo, retirando o excesso dessa
substância, retirando excessos com um pano macio.
3.3 Inspeção de 1º escalão
São verificações do correto funcionamento dos mecanismos da arma de fogo.
Realizada, preferencialmente, após a limpeza e lubrificação, a fim de conferir o bom
funcionamento dos mecanismos. Esse procedimento não contempla disparo, apenas
operações com armamento frio (sem cartuchos).
3.4. Municiamento
Consiste na introdução dos cartuchos no carregador.
3.5. Alimentação
Compreende a introdução do carregador municiado no alojamento destinado
a ele na arma de fogo.
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3.6. Carregamento
É o trancamento do ferrolho, estando a câmara ocupada por um cartucho, seja
pela manobra do policial militar sobre o ferrolho ou a ação dos gases que causa o
movimento dessa estrutura.
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3.8. Procedimento Operacional Padrão – Inspeção de 1º escalão da PT 940
NOME DO PROCESSO
ETAPA PROCEDIMENTO
ESTABELECIDO EM REVISADO EM
16/03/2020 XX/XX/XX
PROCEDIMENTO
AUTORIDADE RESPONSÁVEL
MATERIAL NECESSÁRIO
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
ATIVIDADE CRÍTICA
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1. Realizar a inspeção de 1º escalão com o armamento montado aplicando
todas as regras de segurança;
1. Descarregar a arma.
Retirar o carregador e manobrar o ferrolho, a fim de extrair e ejetar o cartucho,
retirando-o da câmara.
2. Desmuniciar o carregador.
Retirar os cartuchos do carregador, assim a mesa transportadora ficará
exposta.
3. Inspecionar visualmente o interior da câmara.
Com o ferrolho a retaguarda, olhar para o interior da janela de ejeção,
atentando à câmara, para que se confirme que ela está desocupada.
Imagem 01: verificação visual da câmara vazia.
Fonte: PMPA.
4. Inspecionar fisicamente o interior da câmara.
Com o ferrolho a retaguarda, o dedo indicador deve tocar o interior da câmara,
confirmando que a câmara está desocupada.
Imagem 02: verificação tátil da câmara.
66
Fonte: PMPA.
5. Inspecionar o retém do carregador.
Acionar o retém do carregador e conferir se o carregador está sendo liberado.
Imagem 03: acionamento do retém do carregador.
Fonte: PMPA.
Imagem 04: liberação do carregador.
Fonte: PMPA.
67
Imagem 04: com o carregador vazio inserido, a manobra no ferrolho deve deixá-lo
retido à retaguarda.
Fonte: PMPA.
Fonte: PMPA.
Fonte: PMPA.
68
7.3. Atentar para o espaço que deve existir entre o cão e a base do percursor.
Fonte: PMPA.
8. Inspecionar as teclas de trava do gatilho.
8.1. Com o ferrolho trancado, acionar a tecla do registro de segurança, pressionando a
tecla do gatilho, o qual não deve seguir seu curso até o final, bem como o cão não pode
ser lançado a frente e tocar a base do percursor.
nte: PMPA.
Imagem 11: acionamento da trava do gatilho.
Fonte: PMPA.
8.2. Realizar o teste de travamento do gatilho acionando o registro de segurança de
ambos os lados, um de cada vez.
Imagem 12: acionamento da trava do gatilho.
69
Fonte: PMPA.
9. Inspecionar o retém do ferrolho.
Fonte: PMPA.
9.2. A seguir, pressionar a tecla do retém do ferrolho para baixo, fazendo com
que o ferrolho seja lançado à frente, completando o trancamento.
Imagem 14: acionamento do retém do ferrolho.
70
Fonte: PMPA.
9.3. Movimentar o ferrolho para trás novamente, e simultaneamente, elevar a
tecla do retém do ferrolho, travando o conjunto à retaguarda (Imagem 13).
9.4. Puxar o ferrolho a retaguarda, a fim de ir à frente e completar o
trancamento, sem que a tecla do retém do ferrolho seja acionada (teste da mola do
retém do ferrolho).
Imagem 15: manobra no ferrolho para teste da tecla que o retém.
Fonte: PMPA.
10. Inspecionar o encaixe dos aparelhos de pontaria.
10.1. Verificar a fixação da massa de mira, que está unida ao ferrolho por um
parafuso.
71
Imagem 16: confirmação do encaixe da massa de mira.
Fonte: PMPA.
10.2. Confirmar o encaixe da alça de mira ao ferrolho, considerando que não
está fixada por parafuso.
Imagem 17: confirmação do encaixe da alça de mira.
Fonte: PMPA.
10.3. Confirmar a existência dos retículos no aparelho de pontaria.
11. Inspecionar o extrator.
Com o ferrolho retido à retaguarda, visualizar na janela de ejeção o extrator,
verificando se ele está integro e devidamente limpo.
Imagem 18: confirmação da integridade e limpeza da garra extratora.
Fonte: PMPA.
72
12. Inspecionar o ejetor.
Com o ferrolho retido à retaguarda, visualizar na janela de ejeção o ejetor,
verificando se está com o corpo integro e sem deformidade.
Imagem 19: confirmação da integridade do ejetor.
Fonte: PMPA.
13. Inspecionar a trava do percursor.
13.1. Com o ferrolho retido à retaguarda, visualizar na parte posterior dele a
base do percursor.
Imagem 20: visão posterior do ferrolho, base do percursor amostra.
Fonte: PMPA.
13.2. Pressionar com uma caneta/lápis a base do percursor.
Imagem 21: ação da caneta sobre a base do percursor.
73
Fonte: PMPA.
13.3. Visualizar na janela de ejeção o alojamento do percursor, sendo possível
observar o movimento dele, porém, não deve sair desse orifício.
Imagem 22: observação do alojamento do percursor.
Fonte: PMPA.
Fonte: PMPA.
15.2. A caneta deve ser lançada, por ação do percursor, confirmando o seu bom
74
funcionamento em todos os acionamentos do gatilho realizados.
Imagem 24: com a ação do percursor a caneta/lápis será lançado.
Fonte: PMPA.
ESCLARECIMENTOS
1. OBSERVAÇÕES GERAIS:
1.1. Essas verificações devem ser feitas com frequência, em especial após a
manutenção de 1º escalão, a fim de conferir o bom funcionamento dos mecanismos.
1.2. A inspeção de 1º escalão permite verificar os mecanismos sem desmontar o
armamento.
1.3. Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem
oferecer risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à área
de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com controlada
circulação de pessoas.
1.4. Base do percursor: É a estrutura posterior do percursor e é projetado a frente por
ação do cão.
1.6. Todos os carregadores que estiverem cautelados ao policial militar devem ser
testados.
1.7. Retículos: Pequenas esferas brancas posicionadas no aparelho de pontaria do
armamento (Massa de mira: uma esfera. Alça de mira: duas esferas), com o intuito de
facilitar o enquadramento no alvo, por parte do atirador. Deve-se atentar a fixação
destes retículos no armamento, pois com seu uso contínuo (transporte em coldres,
75
realização de disparos, quedas, entre outros) há a possibilidade de desgaste do material
e consequente perda deles.
1.8. São locais inseguros:
recinto aberto sem anteparo adequado (caixa de areia, barranco etc.);
recinto aberto com movimentação descontrolada de pessoas;
recinto fechado dotado de divisórias, permitindo a fácil transfixação do projétil;
recinto fechado cujas paredes que induzam ao ricochete do projétil;
recinto fechado com a presença de material inflamável;
atrás de portas e janelas e
recinto com a presença de: crianças, deficientes mentais, idosos, esposa/marido,
parentes, vizinhos, pessoas curiosas.
NOME DO PROCESSO
ETAPA PROCEDIMENTO
MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO DA PT
POP 016.005
940
ESTABELECIDO EM REVISADO EM
16/03/2020 XX/XX/XX
PROCEDIMENTO
AUTORIDADE RESPONSÁVEL
76
CHEFE DO DEPARTAMENTO GERAL DE OPERAÇÕES
MATERIAL NECESSÁRIO
1. Pistola PT 940;
2. Carregadores de PT 940;
3. Flanela;
4. Escova com cerdas de nylon/crina;
5. Escova com cerdas de aço/latão;
6. Escova com cerdas de lã;
7. Óleo lubrificante;
8. Solvente para Resíduos de Pólvora.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
ATIVIDADE CRÍTICA
8. Montagem.
1. MEDIDAS DE SEGURANÇA:
1.1. Descarregar a PT 940;
1.2. Desmuniciar o carregador;
1.3. Confirmação do descarregamento visual e tátil.
77
2. DESMONTAGEM:
Conforme POP 016.002 – Desmontagem e montagem de 1º escalão da PT 940.
3. LIMPEZA:
Por ocasião da limpeza, preferencialmente, deve ser empregada a escova de nylon
para a retirada de resíduos.
3.1. CANO:
Uma vez desmontada a arma, o cano e a câmara podem ser facilmente limpos usando
uma escova apropriada. Solventes específicos para armas de fogo podem ser utilizados para
a limpeza. A parte interna do cano e câmara devem ser secos após a limpeza;
3.2. FERROLHO:
O ferrolho deve ser limpo, de forma a retirar quaisquer partículas estranhas. Para a
limpeza do ferrolho deve-se utilizar uma escova apropriada. A face do ferrolho e a área abaixo
do dente do extrator devem ser cuidadosamente limpas com uma escova até ficarem
completamente livres de partículas e detritos;
3.3. ARMAÇÃO:
A armação deve ser limpa externamente com o uso de um pano macio. As partes
internas devem ser limpas utilizando uma escova macia. Solventes específicos para armas de
fogo podem ser utilizados. Os solventes devem ser retirados completamente e a armação seca
e limpa;
3.4. CARREGADOR:
Quando necessário, o carregador pode ser limpo com uma escova macia. A mola e o
transportador podem ser limpos com um pano limpo. Caso sejam utilizados solventes, eles
devem ser completamente retirados das peças antes da montagem para evitar a
contaminação das munições;
A desmontagem do carregador da PT 940 de dotação da PMPA deve contar com um
punção/toca pino, preferencialmente devendo ser realizada pelo armeiro da unidade policial
militar.
78
4. LUBRIFICAÇÃO:
4.1. Para uma correta lubrificação de sua arma, utilize óleo apropriado para armas de
fogo com o auxílio de um pano macio. Lubrifique a parte externa do cano, incluindo a parte
externa da câmara;
Fonte: PMPA
5. MONTAGEM:
Conforme POP 029.002 – Desmontagem e montagem de 1º escalão da PT
940.
ESCLARECIMENTOS
A manutenção deve ser feita periodicamente, em especial quando o armamento for exposto
a disparos ou intempéries (ex.: chuva, salinidade, areia, lama etc.);
1.2. A inspeção de 1º escalão (029.003 – Inspeção de 1º escalão da PT 940) é um importante
procedimento a ser realizado após a limpeza e lubrificação;
1.3. Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem oferecer
risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à área de manuseio,
ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com controlada circulação de pessoas.
1.4.Todos os carregadores que estiverem cautelados ao policial militar devem receber uma
camada de óleo na parte externa do corpo deles.
79
1.5. São locais inseguros:
recinto aberto sem anteparo adequado (caixa de areia, barranco etc.);
recinto aberto com movimentação descontrolada de pessoas;
recinto fechado dotado de divisórias, permitindo a fácil transfixação do projétil;
recinto fechado cujas paredes que induzam ao ricochete do projétil;
recinto fechado com a presença de material inflamável;
atrás de portas e janelas e
recinto com a presença de: crianças, deficientes mentais, idosos, esposa/marido, parentes,
vizinhos, pessoas curiosas.
1.6. A escova de nylon/crina deve ser empregada, preferencialmente, para a retirada de poeira
ou outros resíduos que não exijam grande abrasão para serem retirados.
Fonte: PMPA.
.
80
1.7. A escova de aço deve ser empregada, preferencialmente, para a pontos de ferrugem ou
outros resíduos que exijam grande abrasão para serem retirados.
Imagem 03: escova de aço/latão.
Fonte: PMPA
1.8. A escova de lã deve ser empregada para a retirada do excesso de óleo do mecanismo do
armamento, precedida do uso da flanela;
1.9. As imagens referenciadas como de autoria da Empresa Taurus foram adaptadas para
melhor esclarecimento do procedimento a ser realizado.
Fonte: PMPA.
81
Equipamentos que ele porta e o Treinamento, esse último é o fator que integra os dois
primeiros.
Figura 2: trinômio da conduta operacional policial militar.
atirar (bang). Esses procedimentos estão associados aos movimentos padronizados para a resolução
de panes.
82
A conduta policial com armas de fogo deve primar, prioritariamente, pela
segurança e pela legitimidade2 do emprego desse nível de força (uso dissuasivo da
arma de fogo ou o tiro), considerando que o policial militar é elemento reativo, já que
sempre oferece uma resposta à ação do suspeito/agressor, buscando ser eficiente (a
sequência das ações e os meios utilizados), eficaz (o resultado) e efetividade (os
efeitos alcançados pela intervenção). Nesses contextos, é importante compreender
que o enfrentamento armado mais comum à atividade policial ocorre à curta distância
e dura poucos segundos, logo, o policial deve aplicar as técnicas que diminuam os
riscos aos cidadãos inocentes e para si, usando a energia necessária para cessar a
agressão que se apresenta. Considera-se, portanto, fundamental preparar mente e
corpo para tais circunstâncias, por meio do treinamento, oferecendo respostas
motoras rápidas e precisas, a fim dar oferecer respostas as seguintes demandas:
Quem treina para ser um policial mais preparado para ocorrências críticas
precisa antes entender como são essas ocorrências e qual tipo de habilidade
servirá melhor aos seus propósitos. Uma problemática dessa questão é que
o confronto armado é tão caótico e sofre influências de tantos fatores que isso
se torna terreno fértil para a existência de milhares técnicas diferentes, com
objetivo de resolver demandas distintas, mas que muitas vezes podem ser
conflitantes entre si. (DOS SANTOS, 2021, p. 134)
Memória Muscular, que nada mais é do que uma habilidade motora treinada
de forma que se torna uma espécie de “programa de computador”
armazenado no cérebro e que será acessado no momento necessário de
execução de determinada tarefa. O programa motor é um conjunto de
movimentos realizados de forma organizada para obter um resultado
específico, definidos em sua totalidade antes do movimento começar.
Quanto mais repetimos determinado movimento aumentamos a
previsibilidade do resultado dele, sedimentando uma trilha cognitiva que
aumentará a possibilidade do resultado satisfatório no momento da tensão.
(DOS SANTOS, 2021, p. 132 e 133)
84
pernas e pés na posição de luta, isto é, a perna do lado com maior habilidade
é posicionada atrás (destro, perna direita atrás, canhoto, perna esquerda atrás)
com as pontas dos pés voltadas para frente. As pontas dos pés voltadas à
frente, para não causar a tendência de lateralizar o tronco, expondo a área que
tem pouca ou nenhuma proteção balística.
85
Figura 4: posição ajoelhado.
A posição ajoelhada permite que o operador “sente” sobre uma das pernas,
inclusive, quando do uso de armas portáteis, tocar a área do tríceps sobre o joelho
que está alto, diminuindo a silhueta e aumentar pontos de contato para favorecer a
empunhadura.
Quando da posição deitado o operador deve:
86
Vale ressaltar que as posições convencionais permitem adaptações, pois o
cenário da ocorrência policial irá influenciar na base que melhor ofereça proteção ao
operador. A técnica de abordagem a edificação reforça essa necessidade da
versatilidade da base para o tiro, quando da aproximação de esquinas, em que o
operador deve enxergar os ângulos, preservando o corpo atrás da barricada e
projetando, mantendo o tronco projetado à frente, inclinando-o para a lateral que
deseja observar.
4.1.1.1. Posições de controle de cano e de expectativa de tiro
No bojo dessas variações temos ainda a possibilidade de posições de controle
de cano e de expectativa de tiro. A primeira está relacionada a regra de segurança,
enquanto a segunda em incursões, abordagens policiais e no enfrentamento de
agressores.
I. Posições das armas quando do controle de cano
a) Temple Index: a pistola é levada para próximo a cabeça, estando os dedos
em contato com a têmpora e o polegar tocando o lóbulo da orelha. “Manter a arma
“colada” na cabeça lhe dá um feedback de contato, permitindo que você sinta a arma
na posição segura de controle do cano, leia-se: cano apontado numa direção segura”
(ESPERANDIO, 2020b). Efetiva para treinamento em estande, desembarque de
viaturas (em condições críticas) e para deslocamentos de um abrigo para outro.
87
Figura 6: posição Temple Index.
88
c) Pronto baixo (Low Ready): o armamento fica apontado para o solo e 45º
em relação ao corpo do policial militar, nas armas longas a coronha toca o ombro do
patrulheiro. Posição mais comum, em especial em abordagens policiais. Quando
próxima do torso, permite uma boa retenção do armamento.
Figura 8: posição pronto baixo.
89
Figura 9: posição Guarda Alta.
90
Figura 10: posições de expectativa de tiro não visado.
4.1.2. Empunhadura
Esse fundamento está associado à condução do armamento, à manutenção
da posição da arma por ocasião do acionamento do gatilho, ao controle dos
fenômenos do recuo e à recuperação da visada. Podemos melhor compreender a
partir de três fatores:
Altura faz referência mão que envolve o punho aproveitando a curvatura do
limitador de empunhadura (beavertail), posicionando-se o mais alto possível, a fim de
91
oferecer resistência na ocasião dos efeitos do recuo, como o movimento à retaguarda
e à frente do ferrolho e a tendência de a ponta do armamento subir (muzzle flip),
permitindo ao operador controlar o armamento e recuperar a visão do aparelho de
pontaria (follow-through).
Envolvimento diz respeito às mãos que empunharam o armamento,
exercendo pressão sobre ele. Nas armas de porte se envolve o punho, com o dedo
indicador fora do gatilho (procedimento de segurança) ou sobre o gatilho (tomada a
decisão pelo tiro), com destaque a uma pressão do dedo mínimo sobre o punho,
oferecendo maior controle sobre o armamento. Simultaneamente, a mão auxiliar com
o polegar projeto a frente (tocando na armação/ferrolho, dependendo do tamanho da
mão do operador em relação a arma) e os demais dedos apontando para baixo, estes
últimos envolvendo a outra mão (que segura o armamento). O polegar projetado à
frente auxilia a visada, estando paralelo a armação/ferrolho, sinaliza a posição para
onde a boca do cano está voltada.
Pressão (razão entre a força em uma determinada área), temos diretamente
a relação da força exercida pelo envolvimento das mãos sobre áreas específicas da
arma. O dedo mínimo da mão ativa pressiona a base do carregador, auxiliando no
controle do recuo, é possível aumentar a pressão a partir do braço da mão auxiliar
com o cotovelo projetado para fora, promovendo um movimento natural da mão para
aumentar o contato sobre o armamento, além
Figura 12: empunhadura (visão das face direita e esquerda).
4.1.3. Visada.
Esse fundamento compreende a estabilização do aparelho de pontaria do
armamento sobre o alvo, isto é, o alinhamento da massa e alça de miras sobre o local
que se pretende atingir. Santos (s.d.) apresenta a visada como o “Alinhamento da
arma com o alvo (através da utilização do aparelho de pontaria mecânico ou da
qualidade proprioceptiva dos movimentos de apresentação da arma e engajamento
dos alvos).”
Figura 16: sequência atirador, alça, massa e alvo.
94
Figura 17: relação entre a posição aparelho de pontaria e impactos no alvo.
95
Método 2:
● manter os dois olhos abertos;
● esticar os dois braços a frente;
● posicionar as mãos com as palmas para frente e colocar uma sobre a
outra, de forma que os dedos se cruzem, deixando um pequeno espaço entre as
mãos;
● através desse espaço o operador deve identificar um alvo;
● mantendo os braços e mãos como descrito acima, fechar um dos olhos;
● se a imagem permanecer no centro do espaço entre as mãos o olho
aberto é o dominante;
● se a imagem se mover, sumindo daquele enquadramento, o olho que se
fechou é o dominante.
Figura 18: exercício para identificação do olho dominante.
96
Considerando a necessidade de os policiais terem de realizar múltiplos
disparos para conter o agressor, é necessário desenvolver a capacidade de
recuperação de visada, com ênfase na visualização da massa de mira (follow-
through).
Por uma questão biológica, não conseguiremos nunca fazer uma visada em
que todas as imagens, entre as miras e os alvos, permanecem igualmente nítidas. O
Olho humano não consegue manter o padrão de nitidez quando observamos ao
mesmo tempo objetos a distância diferentes.
Destacamos ainda que manter a massa de mira nítida enquanto estamos em
movimento, disparando contra um alvo também em movimento, que dispara contra
nós, pode ser bastante difícil. (...) a ideia do desenvolvimento dos fundamentos da
visada é criar a capacidade de ajustar o foco das imagens conforme a demanda e ser
capaz de realizar tiros com as miras sempre alinhadas, mesmo que embaçadas.
(NOGUEIRA, 2021, p. 194-195)
Quanto ao fundamento da visada aplicado às armas portáteis, temos o
fenômeno do olho diretor como elemento que exige adaptação dos operadores, em
especial na ocasião da troca de empunhadura, pois ainda que o policial militar possua
o olho diretor no mesmo lado da mão mais habilidosa, invariavelmente terá de
empunhar a arma com a mão com menor habilidade natural, implicando em ter de
olhar o aparelho de pontaria com o olho que não é o dominante. Essa condição torna
imperativa a necessidade de treinar o manejo, conduta e tiro das armas (de porte ou
portátil) com ambas as mãos, assim como, familiarizar-se com a visada com ambos
os olhos.
4.1.4. Controle da Respiração
Esse fundamento está associado à manutenção do ciclo respiratório e dos
efeitos do movimento do tórax, ombros e braços, consequentemente, influenciando o
armamento. “Os fundamentos da respiração se aplicam mais ao tiro de precisão. Em
situações de tiro de combate que ocorrem em distâncias curtas e demandam
velocidade e dinamismo, a respiração sequer será lembrada” (NOGUEIRA, 2021, p.
197).
98
Esses efeitos são explicados pela anatomia e musculatura das mãos e dos
dedos. Quando o movimento do dedo segue uma linha ou vetor lateral, toda
mão e a arma podem se movimentar na mesma direção no momento do
disparo. Dessa forma o que buscamos é um movimento perfeitamente
alinhado à linha da arma e da visada, evitando oscilações laterais.
(NOGUEIRA, 2021, p. 198-199)
5. Saque.
Quando no patrulhamento embarcado (viatura quatro rodas) o Policial Militar,
a pistola estará na mão do Policial Militar (arma na mão). Por outro lado, por ocasião
do patrulhamento a pé estará com a mão sobre a pistola (mão na arma).
Consideramos essa a posição inicial para o saque, para o qual temos a seguinte
sequência.
99
Figura 20: saque de pistola por tempo.
100
inserir contextos da realidade das ocorrências policiais enfrentadas, a fim promover a
racionalização daquela técnica, fomentando uma mentalidade de combate.
6. Trocas de carregadores
101
é realizar um novo carregamento no armamento, através da alimentação de um
carregador que possua cartuchos. É realizada da seguinte forma:
I. armamento empunhado, na altura do rosto do policial militar (área de
trabalho), a fim de perceber a posição alojamento do carregador;
II. retirada do carregador a ser substituído do armamento (pode ser lançado
fora descartando-o), movimentando a mão auxiliar na direção do carregador substituto
(princípio da economia de movimentos);
III. alimentação da arma com o carregador substituto;
IV. trancamento do ferrolho, carregando o armamento.
Figura 21: troca de carregador emergencial.
7. Resolução de pane
102
8. Deslocamentos
103
Figura 22: deslocamento a frente.
9. Mudança de direção.
Por ocasião do patrulhamento a pé, o Policial Militar deve estar atento aos
estímulos do ambiente, em especial os visuais e sonoros. Sendo assim, ao perceber
alguma condição que chame atenção dele e precise ser elucidada, é interessante se
voltar para a fonte que o provocou.
Estando com o armamento na mão, o policial deve adotar a seguinte conduta:
104
10. Conduta de patrulha
Considerando uma conduta permanente de segurança, o Policial Militar deve
constantemente observar o cenário, perceber qualquer movimentação, valorando os
riscos e adaptando as técnicas para deslocar por qualquer ambiente. O Exército
Brasileiro chama “genericamente de ‘abrigo’, qualquer coisa que proteja contra os
efeitos do fogo, particularmente contra os do fogo direto” (BRASIL, 2009, p. 9), isto é,
oferece proteção balística. Temos ainda o conceito de abrigo:
105
Figura 24: caçador militar, escondido entre a vegetação (coberta) e utilizando
técnicas de camuflagem.
/
Fonte: página virtual do Defesanet. Disponível em:
https://www.defesanet.com.br/doutrina/noticia/30128/Estagio-de-Cacador-do-Comando-Militar-do-
Oeste-exige-tecnica--concentracao-e-preparo-fisico-do-combatente/. Acesso em: 14 nov. 2021.
Nesse sentido, é imprescindível identificar cobertas (anteparo que esconde o
Patrulheiro, contudo não oferece resistência balística) e abrigos (anteparo que
esconde o Patrulheiro e oferece resistência balística), a fim de se mover,
aproximando-se do local da ocorrência, minimizando o risco, protegendo o corpo por
essas estruturas, buscando observar (ver), sem ser percebido (visto).
10.1. Lanços
A movimentação de uma barricada (proteção) para outra é chamada lanço,
guardando as seguintes características: i) movimentar-se priorizando abrigos; ii) a
posição que irá recepcionar o militar deve que deslocará deve ser próxima suficiente
iii) para ser vista pelo militar que irá deslocar a seguir, a fim de garantir a segurança e
a comunicação.
106
Figura 25: rua em Belém/PA, demonstrando a escassez de abrigos.
107
Figura 26: sequência de ações da progressão com dois patrulheiros (P).
Figura 27: sequência de ações da progressão com três patrulheiros (P).
Figura 28: sequência de ações da progressão com quatro patrulheiros (P).
11. Entrada em edificações
1. Princípios do combate em ambiente confinado
As técnicas voltadas a abordagem às edificações, também conhecidas como
Combate em Ambientes Confinados (Closed Quarter Battle – CQB) operam a partir
de três princípios, são eles Velocidade, Surpresa e Agressividade:
3. Cone da morte
A manutenção da atenção do militar, quando da abordagem às edificações,
faz-se necessária em razão do risco de ser surpreendido, minimizando a capacidade
de reação, face aos efeitos do estresse, e, em geral, considerando o patrulhamento
urbano, essas construções possuírem uma área pequena, aproximando o policial do
suspeito/agressor. Nesse contexto, há de ser considerado o conceito de Cone da
Morte, também chamado de Funil Fatal ou Horizonte Perigoso, isto é, a posição
que o operador se torna um alvo projetado para o agressor.
(...) quando estamos abrigados, o tipo de abrigo utilizado nem sempre nos
permite manter uma posição convencional de combate. É possível que
tenhamos que nos inclinar, nos agachar, sentar, ou mesmo deitar no
ambiente. (...) Se conseguirmos manter os fundamentos de visada e
acionamento do gatilho em qualquer circunstância, teremos sempre um bom
disparo, não importando a posição tomada.
Dessa forma, o aspecto mais importante do disparo abrigado em posições de
tiro distintas é termos a certeza de que não estamos expondo
desnecessariamente nenhuma parte do nosso corpo. Nada mais do que o
cano da arma e uma parte das nossas mãos e rosto devem estar expostos
ao inimigo. (NOGUEIRA, 2021, p. 207)
“técnica utilizada quando não for possível fazer a tomada de ângulo. Consiste
em urna rápida jogada de cabeça para o interior do local a ser varrido,
retornando imediatamente para o local de proteção [...]. A arma empunhada
acompanha o movimento da cabeça, pronta para emprego, se necessário,
observada a técnica do 3º olho” (SANTA CATARINA, 2014, p. 30).
Nesse capítulo será estudado a arma Portátil Carabina Tática Taurus 40,
calibre .40S&W, com o conhecimento de conduta e fundamentos já vistos no capítulo
anterior, passaremos ao estudo dos Procedimentos Operacionais Padrão:
NOME DO PROCESSO
ETAPA PROCEDIMENTO
INSPEÇÃO DE 1º ESCALÃO DA PT
POP 016.003
940
MANUTENÇÃO DE 1º DE ESCALÃO
POP 016.004
DA CTT 40
MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO DA
POP 016.005
PT 940
ESTABELECIDO EM REVISADO EM
22/04/2020 18/08/2020
PROCEDIMENTO
AUTORIDADE RESPONSÁVEL
MATERIAL NECESSÁRIO
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
ATIVIDADE CRÍTICA
Fonte: PMPA
2. Conhecer a nomenclatura das partes do carregador da CTT40, conforme gráfico
abaixo:
Imagem 02: nomenclatura dos componentes do carregador da CTT40.
Fonte: PMPA.
3. Acionar o retém do carregador;
Imagem 03: acionamento do retém do carregador.
Fonte: PMPA.
4. Retirar o carregador;
Imagem 04: carregador sendo retirado do armamento.
Fonte: PMPA.
5. Desmuniciar o carregador;
Imagem 05: retirada dos cartuchos do carregador.
Fonte: PMPA.
6. Manobrar a alavanca de manejo para que seja extraído ejetado o cartucho da
câmara (descarregar), próximo à caixa de areia ou local seguro;
Imagem 06: acionamento da alavanca de manejo para o descarregamento da
arma.
Fonte: PMPA.
7. Manobrar a alavanca de manejo a retaguarda e acionar o retém do ferrolho para
posicionar o conjunto do ferrolho à retaguarda;
Imagem 07: acionamento do retém do ferrolho.
Fonte: PMPA;
8. Realizar verificação visual da câmara;
Imagem 08: visualização do interior da câmara.
Fonte: PMPA.
9. Acionar o retém do ferrolho, para que o conjunto do ferrolho seja lançado à frente;
Imagem 09: fechamento do conjunto do ferrolho.
Fonte: PMPA.
10. Posicionar as peças a serem desmontadas na sequência da desmontagem, a fim
de facilitar a organização para o processo de montagem;
11. Desmontar o pino traseiro da caixa da culatra, pressionando-o com o dedo ou
um estojo vazio na face com menor diâmetro, retirando pelo outro lado;
Imagem 10: retirada do pino traseiro da caixa da culatra.
Fonte: PMPA.
Fonte: PMPA.
13. Retirar o conjunto ferrolho/mola recuperadora, observando os
componentes, e visando a remontagem;
Imagem 12: retirada do conjunto ferrolho/mola recuperadora da caixa da culatra.
Fonte: PMPA.
14. Pressionar com uma pinça ou pino a chapa da mola do carregador pelo orifício
no fundo;
Imagem 13: pressão sobre o pino a chapa da mola do carregador.
Fonte: PMPA.
15. Deslizar o fundo do carregador para frente, tomando cuidado para impedir a
ejeção forçada da chapa pressionada pela mola;
Imagem 14: retirada do fundo do carregador.
Fonte: PMPA.
16. Retirar o fundo do carregador da chapa;
Imagem 15: retirada da chapa da mola do carregador.
Fonte: PMPA.
17. Retirar a mola recuperadora do corpo do carregador;
Imagem 16: retirada da mola recuperadora do corpo do carregador.
Fonte: PMPA.
18. Retirar transportador do corpo do carregador;
Imagem 17: retirada do transportador do carregador.
Fonte: PMPA.
19.Visualizar as peças da CTT40 desmontadas;
Imagem 18: CTT40 desmontada.
Fonte: PMPA.
15.Visualizar as peças do carregador da CTT40 desmontadas;
Imagem 19: carregador da CTT40 desmontada.
Fonte: PMPA.
16. Montar o armamento na a ordem inversa da desmontagem;
17. Inserir o conjunto do ferrolho/mola na caixa da culatra;
Imagem 20: introdução do conjunto ferrolho/mola recuperadora.
Fonte: PMPA.
18. Fechar a caixa da culatra com o cano apontado levemente para baixo, conforme
a figura, evitando assim que o conjunto do ferrolho/mola se desloque;
Imagem 21: fechamento da caixa da culatra.
Fonte: PMPA.
19. Manobrar a alavanca de manejo, verificando a correta montagem do conjunto, e
inserindo o carregador;
Imagem 22: confirmação da montagem correta.
Fonte: PMPA.
20. Introduzir o transportador no corpo do carregador;
Imagem 23: introdução do transportador no corpo do carregador.
Fonte: PMPA.
21. Introduzir a mola recuperada no corpo do carregador;
Imagem 24: introdução da mola recuperadora no corpo do carregador.
Fonte: PMPA.
22. Introduzir a chapa da mola recuperadora na mola recuperadora;
Imagem 25: introdução da chapa da mola recuperada na mola
recuperadora.
Fonte: PMPA.
23. Desliza o fundo do carregador para trás, tomando cuidado para impedir a ejeção
forçada da chapa pressionada pela mola;
Imagem 26: introdução do fundo do carregador
Fonte: PMPA.
24.Introduzir o carregador na CTT40.
Imagem 27: introdução do carregador no armamento.
Fonte: PMPA.
ESCLARECIMENTOS
1. Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem
oferecer risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à área
de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com controlada
circulação de pessoas.
2. Evitar locais inseguros, como:
2.1 Recinto aberto sem anteparo adequado (caixa de areia, barranco, etc.);
2.2 Recinto aberto com movimentação descontrolada de pessoas;
2.3 Recinto fechado dotado de divisórias, permitindo a fácil transfixação do projétil;
2.4 Recinto fechado cujas paredes que induzam ao ricochete do projétil;
2.5 Recinto fechado com a presença de material inflamável;
2.6 Atrás de portas e janelas;
2.7 Recinto com a presença de crianças, deficientes mentais, idosos,
esposa/marido, parentes, vizinhos, pessoas curiosas;
3. Realizar somente a verificação visual, pois o retém do ferrolho da CTT 40 é muito
sensível, estando com o conjunto do ferrolho retido a retaguarda o policial militar dever
ter muito cuidado para não tocar na janela de ejeção, pois o risco de, sem que queira,
o conjunto do ferrolho seja lançado a frente e machuque a mão. Portanto,
recomendamos apenas a inspeção visual da câmara, dado o risco de lesão no dedo se
for feito a tentativa de inspeção física da câmara;
6.2. Procedimento Operacional Padrão – Manutenção de 1º escalão da CTT 40
NOME DO PROCESSO
ETAPA PROCEDIMENTO
MANUTENÇÃO DE 1º DE ESCALÃO DA
POP 016.004
CTT 40
PROCEDIMENTO
AUTORIDADE RESPONSÁVEL
MATERIAL NECESSÁRIO
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
11. DESMONTAGEM:
Conforme 029.001 – Desmontagem e montagem de 1º escalão da CTT 40.
12. LIMPEZA:
3.1. Remover, com auxílio de uma escova apropriada, todos os resíduos
encontrados no interior do cano, da caixa do mecanismo e da caixa da culatra
(TAURUS, 2019);
3.2. Desmontar o carregador e fazer o mesmo procedimento (TAURUS, 2019);
13. LUBRIFICAÇÃO:
4.1. Manter todas as superfícies metálicas, lubrificadas com uma fina
camada de óleo;
14. MONTAGEM:
Conforme POP 029.001 – Desmontagem e montagem de 1º escalão da CTT 40.
ESCLARECIMENTOS
A manutenção deve ser feita periodicamente, em especial quando o armamento for
exposto a disparos ou intempéries (ex.: chuva, salinidade, areia, lama etc.);
1.2. Local seguro: É aquele onde o policial militar pode manusear a sua arma sem
oferecer risco a qualquer pessoa, normalmente dotado de um anteparo frontal à
área de manuseio, ausente de obstáculos que possibilitem o ricochete e com
controlada circulação de pessoas.
1.3. Todos os carregadores que estiverem cautelados ao policial militar devem ser
manutenidos, sendo necessário realizar a desmontagem para fazê-lo;
1.4. São locais inseguros:
a. recinto aberto sem anteparo adequado (caixa de areia, barranco etc.);
b. recinto aberto com movimentação descontrolada de pessoas;
c. recinto fechado dotado de divisórias, permitindo a fácil transfixação do projétil;
d. recinto fechado cujas paredes que induzam ao ricochete do projétil;
e. recinto fechado com a presença de material inflamável;
f. atrás de portas e janelas e
g. recinto com a presença de: crianças, deficientes mentais, idosos,
esposa/marido, parentes, vizinhos, pessoas curiosas.
1.4. A escova de nylon/crina deve ser empregada, preferencialmente, para a
retirada de poeira ou outros resíduos que não exijam grande abrasão para serem
retirados.
NOMENCLATURA
• Fuzil de Assalto 5,56 – IMBEL A2; Fuzil de Assalto 5,56 IA2 ou, ainda, Fz Ass
5,56 IA2
CLASSIFICAÇÃO
• Quanto ao tipo: portátil
• Quanto ao emprego: individual
• Quanto ao funcionamento: semiautomático
• Princípio de funcionamento: ação indireta dos gases (com tomada em um ponto
do cano e transferência através de êmbolo)
• Quanto ao sistema de trancamento: ferrolho rotativo (Coroa dentada M16)
• Quanto à refrigeração: a ar
Capitulo 8 - Arma Portátil - Espingarda Calibre 12ga (CBC Pump 586 CBC e
Pump Military 3.0)
4. Vire a arma colocando a janela de alimentação para cima. Com o dedo indicador,
abaixe ligeiramente o transportador e pressione o localizador direito. Desvire a arma
colocando a janela de alimentação para baixo; com a outra mão afaste a telha do
receptáculo até que o conjunto de ferrolho seja naturalmente extraído das hastes da
corrediça. Remova a telha e a corrediça.
DESMONTADA EM 1° ESCALÃO
2.1- MONTAGEM
1. Com a arma em posição normal (Janela de alimentação para baixo) e de preferência
apoiada, introduza o conjunto da telha e da corrediça no tubo do depósito.
2. Posicione o conjunto do ferrolho nos entalhes das hastes da corrediça mantendo o
extrator voltado para a telha
3. Introduza as hastes da corrediça juntamente com o ferrolho para dentro do
receptáculo até que o mesmo seja retido pelo localizador direito. Colocando a arma
em posição vertical pressione, com o dedo indicador, o localizador direito; o ferrolho
entrará no receptáculo até ser retido pelo localizador esquerdo longo; pressionando o
botão deste localizador o ferrolho será totalmente introduzido no receptáculo.
4. Segure o cano paralelamente ao tubo do depósito.
5. Introduza a extremidade traseira do cano no receptáculo
6. Alinhe a travessa com o tubo do depósito e empurre o cano para dentro do
receptáculo até seu completo assentamento
7. Coloque e aperte firmemente o conjunto do bujão do depósito.
Espingarda Calibre 12ga (CBC Pump Military 3.0)
1. NOMENCLATURA DAS PEÇAS DA ESPINGARDA CBC PUMP MILITARY 3.0
As imagens abaixo apresentam os nomes das estruturas e mecanismos do
armamento em estudo:
Imagem 01: face direita da Espingarda CBC Pump Military 3.0 Tactical.
Imagem 02: face esquerda da Espingarda CBC Pump Military 3.0 Tactical.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Conforme o fabricante do armamento estabelece no Manual do Proprietário da
Espingarda CBC Pump Military 3.0 (CBC, [s.d.]), temos:
a) Modelo: Pump Military 3.0 RT 12/19”;
b) Comprimento do cano: 19”;
c) Coronha: retrátil;
d) Telha: Polipropileno de alta resistência;
e) Capacidade do tubo do Depósito:
e.1.) Cartucho 2 1/6”: 10 (9 = capacidade do depósito + 1 na câmara);
e.2.) Cartucho 2 3/4”: 8 (7 = capacidade do depósito + 1 na câmara);
e.3.) Cartucho 3”: 7 (6 = capacidade do depósito + 1 na câmara);
f) Choke: cilíndrico;
g) Comprimento total aproximado: 94cm retraída e 104cm estendida;
h) Peso aproximado: 3,4kg.
Temos ainda outros definições importantes para o entendimento do
funcionamento desse armamento:
a) Princípio de Funcionamento: Ação muscular do atirador;
b) Sistema de Funcionamento: Repetição por ação de bomba (pump action);
c) Ação de disparo: Simples;
d) Refrigeração: à ar;
e) Sentido do carregamento: Retrocarga;
d) tipo: portátil.
3. PARTICULARIDADES DOS MECANISMOS DA ESPINGARDA CBC PUMP
MILITARY 3.0
Para o emprego operacional do armamento em estudo o policial militar deve
conhecer a finalidade dos mecanismos ligados diretamente no manejo do arma de
fogo, a saber:
3.1. TRAVA DE SEGURANÇA
A trava de segurança bloqueia o movimento do gatilho, evitando o
acionamento não intencional. Para que o gatilho seja travado basta pressionar o botão
da esquerda para a direita; enquanto para destravar, a tecla deve ser movida em
sentido contrário. Quando destravada a tecla revela uma faixa vermelham indicando
que o movimento do gatilho está liberado e a arma pronta para disparar.
3.2. TRAVA DA TELHA
4.3. DESMONTAGEM
Para o processo de desmontagem é fundamental que o armamento esteja
desmuniciado e descarregado.
1. Confirmar que a telha esteja à frente e a janela de ejeção fechada;
2. Remover o bujão do depósito, girando-o no sentido anti-horário;
Imagem 04: remoção do bujão do depósito.
4.4. MONTAGEM
1. Mover a telha, de forma que que o ferrolho fique no centro da janela de ejeção;
Obs.: Estando a telha totalmente recuada, ou a janela de ejeção fechada (telha
totalmente à frente), não é possível introduzir o cano no armamento.
Imagem 06: posição do ferrolho para montagem do cano.
4.6. CARREGAMENTO
1. Acionar a trava da telha;
2. Manobrar a telha com energia para retaguarda;
4.10. DESMUNICIAMENTO
1. Acionar a trava da telha.
2. Manobrar a telha a retaguarda;
3. Retirar o cartucho do receptáculo;
4. Movimentar a telha até que alinhe com a face posterior do receptáculo;
5. Girar o armamento, de forma que a janela de alimentação fique voltada para cima;
6. Posicionar o polegar no interior da janela de alimentação;
7. Pressionar o botão de desmuniciamento e permitir que o cartucho recue,
controlando a saída dele com o polegar;
8. Retirar o cartucho lançado do tubo do depósito;
9. Repetir a operação até que sejam lançados todos os cartuchos.
4.11. MUNICIAMENTO TÁTICO
Ocorre após uma sequência de disparos, sendo necessário remuniciar o tubo
do depósito. É realizada inserindo mais cartuchos no tubo do depósito. O armamento
deve estar carregado.
4.12. CARREGAMENTO EMERGENCIAL
Ocorre quando não há cartuchos no tubo do depósito e na câmara. É realizada
deixando à telha à retaguarda (janela de ejeção amostra), inserindo no receptáculo o
cartucho e manobrando a telha à frente.