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TIRO POLICIAL

Instrutor: Cap. QOPM Gutierrez

1ºTen. QOPM Gutierrez


PRINCÍPIOS DO ENSINO:
O ensino, originário do latim insignare que significa fazer preleções sobre o

que os outros ignoram ou sabem mal. Tem por objetivo a modificação do

Comportamento, ou seja, em sua essência, é o processo de instruir qualquer pessoa

sobre algo que ela desconhece (NÉRICI, 1985). Podemos observar que o ensino está

diretamente ligado com a aprendizagem:

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Em outras palavras, o ensino é o processo que visa orientar a efetivação da aprendizagem
nos setores cognitivo, afetivo e psicomotor, de maneira ordenada e eficiente.

Um homem pode aprender aleatoriamente, através dos acontecimentos da sua vida


(experiência), ou de maneira planejada e ordenada (ensino).

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As instruções de tiro policial militar possuem princípios para que o conhecimento
possa ser transferido de forma eficiente:
Praticidade: evita o enfoque acadêmico e teórico, possibilita a imediata compreensão e
aplicação da instrução recebida, pois a mesma deve estar voltada para o desempenho
profissional do instruendo.

Proximidade: a instrução deve considerar a realidade cotidiana do instruendo, para que ele
possa aplicá-lo de imediato.

Receptividade: deve abordar assuntos e atividades de relevância para a atividade policial-militar,


despertando o interesse do instruendo em adquirir os conhecimentos e habilidades.

Efeito: devem ocorrer em ambiente agradável, para anular possíveis resistências.

Continuidade: o aprimoramento deve ser dinâmico e constante, para acompanhar a dinâmica


social. Cap. QOPM Gutierrez
A instrução deve propiciar o desenvolvimento intelectual, que permita ao
policial-militar o domínio dos conhecimentos essenciais e imediatos e
necessários para o desempenho de suas funções; desenvolvimento de
habilidades e destreza; desenvolvimento da capacidade de julgamento e juízo
crítico; desenvolvimento e rigidez física indispensáveis ao bom desempenho da
função. (MATKKE, 1995, p. 10)

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A instrução deve estar integrada a vida diária do policial-militar como forma de sustentar os
conhecimentos próprios da especialidade, adquiridos nos cursos de formação,
complementando experiências e conhecimentos por meio da prática de novas técnicas e
mantendo o estado físico e psicológico dos homens em nível adequado ao trabalho.

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COMO EU CONVENÇO OS
SENHORES DE COMO ATIRAR?

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• PRIMEIRA FORMA DE CONVENCER:
• ESTATISTICA DE CONFRONTOS:

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ESTUDO DO FBI QUE SERVE COMO PARÂMETRO PARA ELABORAÇÃO DE
TREINAMENTO DE SEUS PARA POLICIAIS.
Em estudo do FBI, publicado em 180 páginas (Violent Encounters: A Study of Felonious
Assaults on Our Nation's Law Enforcement Officers.) que é o terceiro de uma série de longas
investigações sobre ataques fatais e não fatais analisadas a partir de um conjunto de mais de
800 incidentes, onde os pesquisadores selecionaram 40 (quarenta), envolvendo 43 (quarenta)
infratores, sendo 13 (treze) deles integrantes de gangues ligadas ao tráfico de drogas e 50
(cinquenta) agentes de segurança. Para exploração em profundidade, os pesquisadores
visitaram cenas de crime e entrevistaram extensivamente sobreviventes oficiais e agressores
da mesma forma, a maior parte dos últimos, ainda na prisão, e dentre várias constatações,
consolidaram cientificamente o seguinte:

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• 1. 40% dos policiais mortos em serviço não tiveram reciclagem ou prática de tiro durante três
anos, após terem efetuado o último disparo em treinamento. Muitos dos que tombaram em serviço
eram atiradores precisos em alvos de papel no estande, mas praticavam treinamentos
inadequados.

• 2. 60% dos casos de morte de policiais, estes se encontravam tão despreparados para a situação,
que morreram sem sequer retirar suas armas dos coldres e 40% morreram mesmo sacando suas
armas. Dos policiais mortos, somente 27% conseguiram reagir atirando de volta e destes últimos,
menos de 50% conseguiram atingir seus agressores e apenas 30% dos agressores atingidos
foram neutralizados. Ou seja, do universo de policiais mortos, menos de 30% chegaram a disparar
e apenas cerca de 10% conseguiram acertar seus agressores, sendo que no máximo 3% dos
casos, os agressores foram neutralizados.

• 3. 20% dos policiais mortos acabaram sendo executados com suas próprias armas, tomadas de
suas mãos ou de seus coldres. (situação de Medianeira, abordado toma arma do PM, mata ele e
depois mata o companheiro).
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• 4.85% dos confrontos armados acontecem em distâncias de no máximo seis
metros e o tempo médio dos confrontos armados não ultrapassam três
segundos e são disparados mais de dez tiros até que o confronto acabasse.
• 5. Mais de 60% dos agressores neutralizados conseguem descarregar totalmente suas armas
até que sejam neutralizados, e dos disparos realizados por ambos os lados, a cada seis tiros
que são efetuados durante o confronto, somente um projétil acerta o corpo do oponente, mas
na maioria dos casos não neutralizam o agressor.

• 6.Aproximadamente 80% dos casos de confrontos armados foram vencidos


por quem atirou primeiro, e destes, quase a totalidade foi consequência de já
estar com arma na empunhada antes mesmo de visualizar o agressor.
• 7. 98% dos policiais que sobreviveram disseram, não ter utilizado o aparelho de
pontaria da arma durante o confronto. 1ºTen. QOPM Gutierrez
• 8. 84% dos tiros disparados no confronto armado, independente de calibre,
não atingem nem de raspão os alvos desejados. Destes, apenas 8% causam
ferimentos ou morte (disparos acertados em regiões que causam destruição
de órgãos ou tecidos vitais), os outros 8% restantes são aqueles que mesmo
atingindo o alvo não causam danos de acordo com a realidade do fato.
• 9. Pesquisas médicas comprovam que cerca de 20% dos indivíduos atingidos
por um único disparo em áreas vitais não causam incapacitação
instantaneamente do agressor, mesmo que na prática, seja uma questão de
pouco tempo para que estejam mortos. Cerca de 13% deles resistem
conscientemente por até 3 minutos, e 7% resistem por mais tempo, isso se
deve às condições psicofísicas do agressor.

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• 10. Dos casos de confrontos analisados em que houve a incapacitação imediata, ou seja, o agressor para de
atirar e foi rendido pela polícia, ultrapassou o índice de 80%, e destes menos de 5% o agressor foi a óbito.

• Este estudo caracteriza o que defendo há anos nos treinamentos policiais. O treinamento de tiro para
Agentes de Segurança Pública deve ser intensificado ao extremo. O Tiro Tático Policial é a chave para
preparação do agente para os confrontos policiais. O estudo do FBI é bem claro e traduz o que defendo .
Em um tiroteio policial vence quem atirar mais rápido e mais preciso. O tiro tático policial caracteriza-se
pelo tiro em movimento baseado na velocidade e precisão. Este preparo do agente fará a diferença. A
habilidade e domínio desta técnica é fundamental e fará a diferença durante os confrontos. É importante que
as instituições responsáveis pela formação dos Agentes de Segurança Pública intensifiquem este
treinamento, pois esta é a solução correta, agora fundamentada em estudos científicos feito por uma
instituição chamada FBI.

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• SEGUNDA FORMA DE CONVENCER:
• ESTATISTICA DE BALISTICA:

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DESMISTIFIQUE O “DOUBLE TAP”.
STOPPING POWER (PODER DE PARADA).

Não é de ontem que muito instrutores de armamento e tiro vêm mostrando que o Stopping Power e o
estudo de Marschall e Sanow estão sendo superados por novos estudos. Se esses autores tinham como
critério para o estudo “a vítima, quando atingida, entra em colapso antes de fazer algum disparo ou
expressar uma outra reação de ataque ou fuga; a vítima/oponente, quando atingido, não poderia se
deslocar mais do que três metros antes de entrar em colapso”, para determinar a efetividade de uma
determinada configuração de munição, os estudos recentes utilizam outros critérios, a capacidade de
penetração do projétil, o diâmetro produzido por sua lesão e o ponto de impacto do tiro, para verificar a
possibilidade da incapacitação física do indivíduo. Nem vou entrar no mérito da incapacitação psicológica,
pois foge da proposta desse artigo.

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• Pegando o gancho do Triângulo da Incapacitação citado acima, você pode perceber que dois fatores
estão ligados à escolha da configuração arma-munição que você vai utilizar. O terceiro elemento está
ligado ao ponto de impacto do seu tiro, e é nisso que vamos nos debruçar nesse momento, a
LOCALIZAÇÃO.

• O ponto de impacto do seu tiro é o resultado direto da sua habilidade de operação do armamento sob
determinadas condições, que podem variar conforme o contexto em que você está aplicando esse tiro.
Essa habilidade varia conforme a quantidade e a qualidade do seu treinamento. Nessa linha, vamos
entrar no aspecto qualidade, que está ligado à forma como você treina e qual é o feedback que você
recebe sobre a sua performance.

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PORTANTO TENHO CERTEZA QUE CONVENCI OS SENHORES
QUE OS TIROS DEVEM SER RAPIDOS E PRECISOS.

ATIRE ATÉ INCAPACITAR (NEUTRALIZAR) A AMEAÇA.

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COMO FAZEMOS PARA APRIMORAR NOSSO TIRO RÁPIDO E PRECISO?
PRIMEIRAMENTE REPASSAMOS OS FUNDAMENTOS.
Pouco importa o tipo de tiro que se pretende realizar (esportivo, prático, policial etc.), para a obtenção
de resultados ao menos satisfatórios, é necessária a observância dos fundamentos do tiro. São cinco
fundamentos para o tiro em visão primária (de precisão) e quatro para o tiro rápido.

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BASE

É idêntica à base de luta, ou seja, firme e estável. As pernas devem ficar ligeiramente abertas (no
máximo na largura dos ombros), com a perna oposta à lateralidade predominante do atirador posicionada
um passo à frente e um pouco flexionada, a fim de permitir uma posição estável para o disparo,
observando-se sempre o centro de gravidade do corpo. O tronco, como de qualquer lutador, deve ficar
ligeiramente inclinado para frente, fazendo com que os ombros tangenciem uma linha imaginária vinda do
joelho. Ressaltasse a importância do tronco estar voltado totalmente a frente da sua ameaça (tiro indexado)
para maximizar a eficácia do colete. A posição de luta também auxilia para melhora do movimento corporal
considerando que num confronto armado movimento é vida (explicar sair do “x” e a importância de outros
conhecimentos táticos e técnicos como o por exemplo “car system” e quebrar o ciclo “oda” do oponente). O
tronco ligeiramente a frente auxilia teoricamente no recebimento de impacto de projéteis.

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Mas independente disso, há três características
marcantes nesse fundamento, são elas:

• Equilíbrio, Estabilidade e Adaptabilidade

Para que você realize uma série de tiros, é


necessário estar em equilíbrio constante, independente da
postura que você adotou. Também é necessário estar
firme em relação ao solo, para que você mantenha-se
estável. E por fim, não menos importante, apesar das
posições de tiro aprendidas na Escola de Tiro, o terreno é
variável em inclinação e composição, e você terá que se
adaptar nele.

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Antes de entrarmos no fundamento de empunhadura, gostaria de contar um pequeno fato: Em 2014,
durante um curso de formação policial, um instrutor, hoje aposentado, nos questionou se seria possível
acertar um alvo à distância empunhando a arma com apenas dois dedos. Ficamos intrigados, mas
dissemos que não. Não seria possível com uma pistola calibre .40S&W. Então ele empunhou uma pistola
PT-100, sem carregador, com um cartucho na câmara. Para evitar que a pistola fosse ao solo, ele
amarrou uma pequena corda na pistola, ligando-a ao seu pulso. Afastou-se do alvo aproximadamente 10
metros, e na posição em pé, com a ponta do indicador no gatilho e o polegar apoiando o punho logo
abaixo do beavertail​, pressionou gradualmente o gatilho, até ocorrer o disparo. Após o disparo, a pistola
escapou dos dedos, ficando pendurada na corda. Resultado no alvo, o impacto não afastou mais que 3
dedos do centro.

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Empunhadura. Esse é um dos fundamentos mais interessantes. Ao longo dos tempos, ela tem sofrido
alterações, evoluções, e por vezes até “retrocesso”, ou seja, o resgate de alguma técnica antiga. Mas,
independente da técnica que você adota, te faço a seguinte provocação:

Qual é a função principal da Empunhadura?

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Empunhadura. Esse é um dos fundamentos mais interessantes. Ao longo dos tempos, ela tem sofrido
alterações, evoluções, e por vezes até “retrocesso”, ou seja, o resgate de alguma técnica antiga. Mas,
independente da técnica que você adota, te faço a seguinte provocação:

Qual é a função principal do fundamento Empunhadura?

Se considerarmos uma situação onde será realizado apenas um único tiro, no estande, em um alvo
distante, a empunhadura vai mais ajudar ou atrapalhar?

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Empunhadura. Esse é um dos fundamentos mais interessantes. Ao longo dos tempos, ela tem sofrido
alterações, evoluções, e por vezes até “retrocesso”, ou seja, o resgate de alguma técnica antiga. Mas,
independente da técnica que você adota, te faço a seguinte provocação:

Qual é a função principal do fundamento Empunhadura?

Se considerarmos uma situação onde será realizado apenas um único tiro, no estande, em um alvo
distante, a empunhadura vai mais ajudar ou atrapalhar?

Com base no relato acima, posso te dizer com muita tranquilidade, que a maior probabilidade é de
atrapalhar. (atirador olímpico de precisão utiliza uma mão para o disparo).

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Mas então, qual é o papel da empunhadura?

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Manter a arma firme para os próximos disparos, permitindo a rápida
recuperação da visada.
Sim, o papel da empunhadura é somente esse, qualquer coisa além disso irá atrapalhar ou prejudicar o
resultado no alvo buscado. Algumas instrutores dirão proporções de força de cada mão atuante, outros
dirão que deve-se aplicar a força máxima com ambas as mãos. Fato é que:

Todo e qualquer movimento que você fizer por expectativa do disparo, vai prejudicar seu resultado
no alvo.

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EMPUNHADURA (pistola)

A empunhadura deve ser “alta”, ou seja, as mãos devem estar posicionadas o mais alto possível, a
fim de minimizar a ação do ferrolho durante o disparo. A mão forte (direita para o destro e esquerda para o
canhoto) empunha a arma com o espaço entre o polegar e o indicador, encaixando na parte superior do
punho (beaver tail). O dedo polegar permanece apontando para cima até o encaixe da mão de apoio. Os
outros três dedos que seguram o punho da arma devem fazer força suficiente para manter a mesma bem
firme na mão, mas sem apertá-la. O dedo indicador permanecerá estendido ao longo da armação. Na
mão de apoio (contrária à mão forte) o polegar fica ao lado da armação, direcionado para frente, e os
outros quatro dedos se posicionam sobre os dedos da mão forte, fazendo pressão contra estes. Depois
de encaixada a empunhadura, ao mesmo tempo em que a mão forte conduz a arma em direção ao alvo, a
mão de apoio faz uma leve pressão em sentido contrário. Com este movimento a arma chegará
estabilizada na linha de visada.

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VISADA

O fundamento Visada possui um papel importante na execução dos tiros. Numa abordagem bastante
simples, é ela quem vai garantir o alinhamento da arma com o alvo, seja lá qual for a técnica de visada
que você estará aplicando.

A visada consiste no alinhamento do aparelho de pontaria com o alvo. Já a linha de visada é a linha
imaginária, que sai do olho do atirador, passa pelo aparelho de pontaria e chega no alvo. O aparelho de
pontaria de uma arma é composto de alça de mira (parte de trás) e massa de mira (parte da frente). Os
olhos devem estar completamente abertos. Contudo nos casos de tiro de precisão, para os atiradores que
apresentem extrema dificuldade em realizar a visada correta com os dois olhos abertos, admite-se fechar
o olho não dominante. Para o tiro em luminosidade normal, deve ser considerado o alinhamento da parte
superior do aparelho de pontaria, ou seja, os topos da alça com o topo da massa, ou o alinhamento dos
pontos de trítio, sendo que estes últimos servem também para orientar o tiro em baixa luminosidade, caso
a pistola disponha desse acessório. Quando alinhado o aparelho de pontaria no alvo (A-M-A, onde A
representa Alça; M representa Massa e A indica Alvo), a base do ponto de impacto tangenciará o topo da
alça de mira e da massa de mira alinhados.
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VISADA

Vale destacar que o olhar deve


estar fixo no alvo. No momento em
que o aparelho de pontaria entrar
na linha de visada, deve-se
procurar obter o alinhamento dos
pontos anteriormente
mencionados, mantendo este
alinhamento durante toda a
condução do gatilho, ou seja, até o
momento do disparo. Uma vez
efetuado o disparo, o recuo da
arma faz com que o atirador
“perca” o aparelho de pontaria.

“Mire pequeno erre pequeno”.


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FOCO DE MIRA.
ACIONAMENTO DO GATILHO

O acionamento do gatilho deve ser feito de forma gradativa e com pressão constante do dedo
indicador sobre o mesmo. Não esquecer que, enquanto se pressiona o gatilho, não se descuida do
alinhamento A-M-A. Ambos os fundamentos andam de “mãos dadas”. Posicionar a metade da primeira
falange sobre a tecla do gatilho, e conduzi-lo de maneira lenta e constante (no tiro em visão primária) e
rápida e constante (no tiro rápido), buscando manter a arma estabilizada até o momento em que ocorrer o
disparo. Entende-se por arma estabilizada, a manutenção do aparelho de pontaria alinhado (A-M-A)
enquanto o gatilho é acionado. Além de acioná-lo da forma acima descrita, ou seja, de maneira lenta ou
rápida, porém constante, o atirador deverá pressioná-lo para trás e para o centro, e não para trás e para
os lados. Outra observação, a força a ser empregada no acionamento do gatilho será exercida pelo dedo
indicador da mão forte, e apenas ele se movimenta. Não dever ser empregada a força de toda a mão, ou
seja, a mão forte não esmaga o punho durante o acionamento do gatilho. Este é considerado o principal
fundamento do tiro.
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RESPIRAÇÃO

O controle de respiração é aplicado apenas para tiros de precisão. Quando for aplicada, o atirador
deve realizar uma inspiração normal e, durante a expiração, quando atingir um estágio confortável (isso
ocorre quando aproximadamente 90% do ar dos pulmões foi expelido), segurar a respiração para efetuar
o disparo. O tiro deverá ocorrer no espaço de três a oito segundos. Transcorrido este pequeno espaço de
tempo, o corpo passará a exigir oxigenação, o que pode causar desde pequenos tremores até o
turvamento da visão. Neste caso, o atirador deve optar por abortar o tiro e recomeçar o procedimento de
respiração. A técnica da respiração não é empregada no tiro rápido.

Durante uma reação armada, esse fundamento tem como principal missão manter o corpo oxigenado.

Sem entrar muito em detalhes de tipos de respiração, momento de disparar, minha única dica é:

Evite a apnéia no momento de estresse!

Isso poderá te levar ao “apagão”, caso você corte o suprimento de oxigênio quando o corpo mais precisa.

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Percebam o treinamento em seco, a forma do saque, o momento da empunhadura dupla e a posição dos braços.
Percebam a postura corporal e o movimento das pernas. Novamente o atirador treinando em seco.
QUADRO DE ANÁLISE DE TIRO
Ao assistir um atirador experiente em ação, parece tudo muito natural. A impressão é de que os tiros
saem naturalmente, sem qualquer tipo de esforço. Contudo, quando se vai para o estande de tiro, tudo se
apresenta mais difícil, a arma parece querer sair da mão e o alvo, ainda que de papel e fixo em um
suporte, parece fugir e a munição insiste em desviar deste, em vez de acertá-lo. Para o professor, a tarefa
de formar um atirador é árdua, porque, na verdade, tudo o que precisa ser feito deve ser feito pelo
atirador. Ao professor cabe apenas identificar o problema e tentar fazer com que o atirador se conscientize
de seus vícios e faça o que tem de fazer para superá-los. O instrumento disponível para os professores,
além da paciência e do conhecimento, é o alvo do atirador. É uma ferramenta importantíssima para
interpretação das falhas apresentadas pelos atiradors. Isto porque uma série de tiros falhos, concentrados
em uma determinada região do alvo, pode ser o indicativo de um erro definido e específico de
procedimento por parte do atirador. Ou seja, na absoluta maioria dos casos o erro cometido é indicado
pela região na qual se concentraram os disparos. Por meio de uma representação gráfica chamada
“quadro de análise de tiro” é possível, desde que se tenha certeza de que o aparelho de pontaria da arma
está regulado, indicar a possível causa da falha do atirador. São basicamente 08 (oito) as falhas
apresentadas por atiradores em uma linha de tiro. Vale lembrar, antes de discorrer sobre cada uma, que
se está considerando um atirador destro, atirando de arma curta.

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SOBRESSALTO E ANTECIPAÇÃO

A região da concentração dos disparos está localizada entre 11h e 01h em


relação ao centro do alvo. Esta falha normalmente é causada pelo tremor do
atirador, que pode atingir somente as mãos ou o corpo inteiro. Muitas vezes ocorre
porque o atirador, com medo do estampido do tiro, fecha os olhos no momento do
disparo. Outra causa poderá ser o erro no enquadramento do aparelho de pontaria,
onde o atirador deixa a massa de tiro muito alta. É um erro difícil de mostrar ao
atirador que ele está ocorrendo, principalmente quando for o caso dele estar
atirando de olhos fechados, porque este piscar de olhos é imperceptível ao atirador,
mas faz toda a diferença no resultado do tiro. Uma forma de identificar este
problema é colocar munição de manejo aleatoriamente no carregador da pistola.

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ESPALMAR
O atirador incidirá nesta falha se reiteradamente seu grupamento
de tiro pegar na região entre 01h e 02h com relação ao centro do alvo.
Pode ocorrer quando o atirador não fecha a empunhadura na posição
3, a mão fraca de apoio acaba batendo na mão forte na posição 4 e o
atirador não estabiliza a arma antes do disparo. Se o atirador tiver
apertando demais os dedos da mão forte a ponto de elevar a massa de
mira, os disparos também ficarão concentrados nesta região do alvo. O
atirador deve ser orientado a fechar a empunhadura ainda na posição 3
e aliviar a força na mão que segura o punho e manter a concentração
no aparelho de pontaria, mesmo após o disparo (follow through).

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INCLINAÇÃO DA ARMA

Via de regra, é causada pelo excesso de força na mão de apoio que


acaba empurrando a mão forte, fazendo com que a concentração dos
disparos fique localizada entre 02h e 04h no alvo. Ainda que as mãos
estejam equilibradas, se o polegar da mão de apoio tiver pressionando
excessivamente o chassi da arma, o tiro também tenderá a sair para direita.
O excesso de dedo na tecla do gatilho pode fazer com que o indicador
“abrace” o gatilho, impedindo que a tração do gatilho ocorra no vetor reto de
frente para traz, puxando o cano da arma para a direita Embora seja de fácil
identificação, é de difícil correção, porque o atirador terá de ser capaz de
identificar quando está pressionando com força demasiada a mão de apoio
ou o polegar da mão de apoio.

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ESTRANGULAMENTO

É a “mão de morsa”, ou seja, o atirador aperta demais o punho da


arma com a mão forte. Isso faz com que os tiros fiquem agrupados ente
4h e 5h no alvo. O fato do atirador fazer a puxada do gatilho de forma
abrupta e com a ponta do dedo, ou seja, com o dedo mal posicionado no
gatilho, também pode causar este tipo de concentração de tiros no alvo.
O professor deve ser capaz de fazer o atirador entender que a mão que
empunha a arma (mão forte) deve exercer apenas a força necessária
para que a arma não caia da mão. Pode-se comparar com a força de um
aperto de mão, que não pode ser feito com a mão mole e não deve ser
realizado com força excessiva.  

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TORÇÃO
Quando a concentração dos disparos está pegando entre 5h e 7h do
alvo o atirador está, quase que com certeza, cometendo esse erro
conhecido como torção do pulso ou gatilhada. Aqui, o atirador segura o
punho da arma forte demais e no momento do disparo quebra o punho,
tentando antecipadamente conter o recuo da arma, puxando a arma para
baixo. Este efeito no alvo pode ser causado também pelo mau
enquadramento do aparelho de pontaria, o que acontece quando o
atirador esconde a massa de mira, deixando-a mais baixa que a alça de
mira. Novamente, deve-se chamar a atenção do atirador para o fato de
que a mão da arma somente faz a força necessária para que ela não caia
no chão, não podendo isto interferir na puxada do gatilho no momento do
disparo. Focar no follow throught também ajudar a resolver o problema, já
que vai distrair a atenção para o aparelho de pontaria.

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GATILHADA
Com este erro de procedimento o atirador concentrará seus disparos
na parte inferior esquerda do alvo, entre 7h e 9h. Isto ocorre porque a
tração no gatilho não é uniforme, o atirador simplesmente puxa o gatilho de
uma única vez e com força excessiva, praticamente querendo escolher o
momento do disparo. O foco sai do aparelho de pontaria e se concentra no
gatilho. Ao mesmo tempo em que a mão forte faz força excessiva, a mão de
apoio não cumpre seu papel de firmar a empunhadura. Uma boa maneira
de eliminar este defeito é misturando munição de manejo com a munição
normal no carregador. Isto fará com que o atirador visualize que está
puxando a arma no momento do disparo.

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DEDO NO GATILHO
Novamente, a falha do tiro está relacionada com a puxada do gatilho. A tração
do gatilho, além de ser constante, deve ser realizada com um movimento reto,
como se a ponta do indicador da mão forte fosse diretamente até o nariz do
atirador. Para isto, a colocação do dedo no gatilho deve ser correta, pois,
considerando-se um atirador com dedos longos, se for colocado dedo de menos o
tiro será desviado para a esquerda (entre 8h e 10h) e se for colocado dedo demais
o tiro desviará para a direita (entre 2h e 4h). No caso do atirador possuir dedos
curtos, o tiro também poderá ficar concentrado à esquerda se ele puxar o gatilho
somente com a ponta da falange. A posição ideal para a puxada do gatilho é
aquela na qual o dedo encosta no gatilho com o meio da falange distal. Contudo
deve-se considerar que o tamanho de mão do atirador varia bastante, o que pode
gerar a necessidade de uma acomodação milimetricamente diferente do dedo no
gatilho. Deve-se ter cuidado principalmente com a falta de dedo no gatilho (puxar o
gatilho apenas com a ponta do dedo), porque o efeito no alvo será igual ao da
inclinação, que é causada pelo excesso de força na mão ou no polegar da mão de
apoio.

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ANTECIPAÇÃO DO RECUO

É uma falha comum em atiradores iniciantes, porque imaginando o


momento em que acontecerá o recuo da arma acaba levantando o cano da
arma antes de ocorrer o disparo. Com este erro de procedimento, o atirador
fará com que a concentração de disparos atinja o alvo no espaço entre 10h e
11h. Novamente, colocar munição de manejo aleatoriamente no carregador
pode ajudar a corrigir esta falha, assim como reforçar ao atirador a
importância de fazer o follow throught, fazendo o acompanhamento do
aparelho de pontaria, mesmo após o disparo. Com esta importante
ferramenta de correção de tiro, o professor somente não conseguirá corrigir
o tiro do atirador se este possuir alguma espécie de bloqueio que o impeça
de executar os procedimentos da forma como o professor orientou.

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Análise do alvo

Existe uma grande probabilidade de identificar o erro cometido pelo atirador através do impacto no alvo. Mas
isso é apenas uma probabilidade. Para você entender o que está provocando o erro, é necessário fazer um
exercício mental de todas as possibilidades de erro que o atirador possa cometer, para então realizar uma
análise detalhada do atirador. O erro mais comum é o tiro para baixo. Geralmente causado pela expectativa
do atirador em relação ao tiro. Seguindo a orientação do QUADRO DE ANÁLISE DE TIRO DE ARMA CURTA,
teremos três possibilidades:

  Estrangulamento – excesso de força na empunhadura;

  Torção do Pulso – inclinação da arma para baixo pela torção do pulso;

  Gatilhada – acionamento rápido demais do gatilho.

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Mas ai eu pergunto:

Não há Outra possibilidade de erro para esse agrupamento de tiro?

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Mas ai eu pergunto:

Não há Outra possibilidade de erro para esse agrupamento de tiro?


Certamente que sim. Durante o enquadramento rápido, o atirador não percebe que a arma está apontada para
baixo, seja por ter fechado os olhos para realizar o disparo, seja por realizar o fundamento de Visada de forma
incorreta. Portanto, é necessário que o instrutor explore e conheça todas as possibilidades de erro para os
pontos de impacto no alvo, para então voltar sua atenção para o atirador.

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• Cada escola possui um entendimento próprio sobre os fundamentos do tiro: base, primeira
empunhadura, saque, segunda empunhadura, apresentação, visada, respiração, acionamento do
gatilho, acompanhamento (follow through) e retorno para a posição de retenção (posição de expectativa
ou posição 3).

• Jeff Cooper, considerado o pai do tiro de combate, dizia que o único pensamento do atirador, durante
um confronto, deveria ser o foco na maça de mira e a pressão do gatilho.

• Assim, todo treino ou curso deve conter o tiro preciso antes e/ou depois da atividade principal, como
forma de lembrar o atirador de que rapidez sem controle e eficácia não é nada. Pois “mais vale o buraco
de um .22 do que o vento de uma .45”, como comentou um amigo.

1ºTen. QOPM Gutierrez


Dica de treino

• Como manter ou melhorar a precisão no tiro rápido, sem perder de vista o conceito do TP? Se durante um treino,
você cometer um erro de procedimento, não prossiga. Coldreie e reinicie a dinâmica. Quando todos os
procedimentos forem feitos com rapidez e corretamente e sua arma estiver em frente ao seu rosto, faça uma breve
pausa antes de acionar o gatilho. É uma pausa rápida apenas para que você (sua consciência) perceba se está tudo
certo antes do disparo.

• Outra dica: você não precisar disparar em alvos do tipo Fogo Central para treinar os fundamentos. Você pode
desenhar figuras geométricas ou pontos numa folha de papel A4 ou pode imprimir o alvo Dot Torture. Finalmente,
muito do TP pode ser feito em casa treinando a seco.

• Step by step (cuidado para não robotizar o movimento).

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• Para onde o instrutor deve olhar para identificar a falha do atirador?

A resposta certa é O ATIRADOR. É para ele que o instrutor deverá voltar sua atenção com olhar muito atento. Se
você não é um instrutor, você pode filmar para fazer essa identificação da falha, (ajude seus companheiros, eu
autorizo que permaneça do lado para filmar seu colega atirando, assim ele mesmo poderá identificar seu erro).

• Como você deve analisar o alvo?

Você deverá definir uma zona-alvo onde deverá agrupar seus tiros conforme o contexto do tiro que está
aplicando. Essa zona pode variar de tamanho conforme o nível de dificuldade, distância, movimento, velocidade
da série de tiros, etc.

Com essa zona-alvo definida, você vai analisar os impacto quanto a dois aspectos: Exatidão (ou acurácia) e
Precisão.

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• Na análise de Precisão, você vai verificar o quanto você consegue agrupar seus tiros, independente da
região do alvo que atingiu. Essa deve ser a sua primeira grande meta… AGRUPAR OS IMPACTOS! A
Precisão indica consistência da habilidade sob certo contexto de tiro.
• Na análise da Exatidão, você vai verificar o quanto esse agrupamento está afastado do centro do alvo.
Após conseguir agrupar os tiros, você vai passar a analisar porque os tiros estão fugindo do centro.

• Importante: O agrupamento de tiro fora da região central tem uma ou mais causas concorrentes. Um
agrupamento no centro pode ser o resultado de dois erros cometidos que se anulam, como por exemplo
a visada alta com a torção do pulso (já vi acontecer).

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• Mas por que isso é tão importante?

• Um dos objetivos que busco nas instruções é tornar o atirador totalmente autônomo nas correções de
técnicas e disparos, mas para isso, é essencial que ele entenda como a máquina funciona, numa visão
bastante cartesiana, procurando identificar o ponto de falha para autocorreção.

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Mas quem vai ensinar o instrutor a corrigir o tiro do atirador?
Essa é a grande questão. Um grande instrutor que conheço, certa vez me disse: “Até eu conseguir
entender o que era realmente corrigir um disparo, eu corrigia o atirador pedindo pra colocar mais dedo no
gatilho, ou ajustar mais a força da mão esquerda. Hoje eu sei que a correção se baseava em tentativa e
erro, até acertar”
O “Método Falconi”
Muitos instrutores possuem métodos próprios de aplicar a correção de tiro nos atiradores, pois existem
muitas formas de fazer. O que venho propor aqui é um procedimento sistematizado para correção do tiro
do atirador, baseado nas experiências que tive atuando em diversos cursos e observando instrutores mais
experientes.

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A metodologia apresentada é composta por 5 etapas relativamente simples:

1. Análise do Alvo; identificar o erro cometido pelo atirador através do impacto no alvo.
2. Identificação da Falha; No momento em que o instrutor volta sua atenção para o atirador, ele deve
observá-lo sem sequer piscar os olhos (força de expressão). Você deve fazer dos olhos câmeras de qualidade
cinematográfica. Seu propósito é buscar a informação, decifrar o fenômeno que está causando o erro.

3. Convencimento ; atirador entender o que está acontecendo.

4. Propriocepção no Erro; Após entender o que está acontecendo, o atirador deve perceber o erro no
momento em que ele ocorre. O termo Propriocepção está relacionada a capacidade de reconhecer a localização
espacial do corpo, as forças exercidas e a posição de cada parte do corpo, sem utilizar a visão.

5. Autocorreção. A partir do momento em que o atirador sabe que erro está cometendo e percebe quando isso
aconteceu, ele terá a capacidade de exercer o autocontrole para que não cometa o erro novamente.

Ao final da aplicação do método, o atirador deverá ser capaz de corrigir seus erros de modo autônomo, através da
identificação, do entendimento dos fenômenos relacionados ao erro cometido e do autocontrole para aplicação
correta da técnica. 1ºTen. QOPM Gutierrez
COMO TREINAR NA PISCINA E NADAR COM OS TUBARÕES?
• Talvez você acredite que todas as habilidades que você treina no estande(piscina) sejam aplicáveis no
mundo real durante uma situação de confronto armado(nadar com tubarões).

• Existem algumas máximas que envolvem o treinamento com armas de fogo, uma delas é o
PARADOXO DO TREINAMENTO DE SOBREVIVÊNCIA, no qual suas habilidades e desempenho em
treino são afetadas por alguns fatores emocionais, psicológicos e fisiológicos. Este Paradoxo aponta
para uma discrepância entre o TREINAMENTO e a REALIDADE, logo nem tudo o que você pratica no
estande será espelhado numa situação crítica de vida ou morte.

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Basicamente quando detectamos uma ameaça no ambiente nosso cérebro faz uma EQUAÇÃO SIMPLES
que é baseada na DEMANDA(nível da ameaça) e na sua CAPACIDADE DE RESPOSTA(tempo de
resposta e o seu domínio de habilidades). Quanto maior a demanda, maior o risco de vida, logo o cérebro
desencadeia uma resposta neural e hormonal baseada no seu nível de ansiedade que causa um aumento
na frequência cardíaca, aumento da pressão sanguínea e do metabolismo. O fluxo sanguíneo é
direcionado para grandes músculos e para longe das extremidades, além da nossa visão ser afetada de
maneira a aumentar o foco em profundidade sacrificando a visão periférica e o foco em objetos próximos.
O processamento de informações também é afetado, então temos uma perda temporária de eficiência
cognitiva. Tudo isso através de uma resposta automática e involuntária.

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• Se você treina nas melhores condições de temperatura e pressão e espera replicar suas
habilidades no mundo real durante um confronto armado, então você precisa considerar
alguns pontos fundamentais como a perda temporária de Eficiência Cognitiva, Perceptiva e
Motora, este é o Efeito do Homem das Cavernas no treinamento do Homem Moderno.

• Este Paradoxo(contradição) entre o treinamento do mundo esportivo e o treinamento de


sobrevivência é causado por uma discrepância entre as habilidades treinadas e a forma
como o seu corpo reage sobre os efeitos do estresse.

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Portanto o melhor treinamento de tiro policial, é aquele que mais aproxima o
policial da realidade do confronto armado, ou seja, um treinamento que junta
um tiro rápido e preciso aliado a fatores estressantes gerados por uma
simulação de confronto.

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Teoricamente se a sua preparação te deixa num nível capaz de mitigar os
efeitos do estresse e se favorecer desta resposta adrenal no seu corpo. Você
ficará ainda mais rápido e com uma percepção mais aguçada.

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Os 10 mandamentos do combate armado
Não existe jeito fácil. Não existe treinamento que baste. Não existe arma
suficientemente boa. O combate armado é sempre extremamente difícil,
especialmente diante da letalidade das armas modernas e da
imprevisibilidade da reação do seu inimigo. Todavia, algumas regras
básicas, quando observadas, permitem ter vantagem em momentos de
extrema tensão. Denominamo-os os 10 mandamentos do combate armado.
Conheça e pratique cada um deles.
1. Faça o que for preciso para sobreviver. Não existe nenhuma lei em vigor durante uma troca de tiros.
2. Trapaceie. Iluda, engane, jogue sujo. O único combate desonroso é aquele em que você perde.
3. Movimente-se. Nada é mais fácil de acertar que um alvo parado.
4. Reduza a silhueta. Alvos pequenos são mais difíceis de serem acertados. Seja pequeno.
5. Atire primeiro. Surpreenda.
6. Atire melhor. Seja preciso.
7. Atire mais vezes. Pulverize.
8. Tudo o que vale a pena ser acertado, vale a pena ser acertado duas vezes. 
9. Proteja-se. Use os abrigos naturais ou artificiais.
10.Controle a distância. Quem controla a distância, controla o combate.
ASSUNTOS A SEREM ABORDADOS NA SEQUENCIA:

• Regras gerais de segurança;


• Conduta no estande de tiro;
• Transporte de armas e munições;
• Guarda de armas e munições;
• Equipamentos de proteção individual;
• Classificação da arma de porte;
• Fundamentos do tiro policial;
• Operações de manejo;
• Resolução de panes (incidentes).
Regras Gerais de Segurança
1. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre como manuseá-la com
um instrutor competente;

2. Jamais aponte uma arma, carregada ou não, para qualquer coisa ou alguém que
você não pretenda acertar;

3. A arma jamais deverá ser apontada em direção que não ofereça segurança
quanto a um disparo acidental;

4. Trate a arma de fogo como se ela estivesse permanentemente carregada;

5. Mantenha seu dedo longe do gatilho até que você esteja realmente apontando
para o alvo e pronto para o disparo; ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o sempre
com o dedo fora do gatilho;
Regras Gerais de Segurança
6. Certifique-se de que a arma esteja descarregada antes de qualquer limpeza;

7. Nunca deixe uma arma de forma descuidada. Guarde armas e munições fora do
alcance de crianças;

8. As travas de segurança da arma são apenas dispositivos mecânicos e não


substitutos do bom senso;

9. Certifique-se de que o alvo e a zona que o circunda sejam capazes de receber


os impactos de disparos com a máxima segurança; nunca atire em superfícies
planas e duras ou em água, porque os projéteis podem ricochetear.

10. Carregue e descarregue a arma com o cano apontado para uma direção
segura;
Regras Gerais de Segurança
11. Caso a arma “negue fogo”, mantenha-a apontada para o alvo por alguns
segundos. Em alguns casos, pode haver um retardamento de ignição do cartucho;

12. Sempre que entregar uma arma a alguém, entregue-a descarregada;

13. Sempre que pegar uma arma, verifique se ela está realmente descarregada e
aberta;

14. Verifique se a munição corresponde ao tamanho e ao calibre da arma;

15. Quando a arma estiver fora do coldre e empunhada para o tiro, esteja
absolutamente seguro de que não a está apontando para qualquer parte de seu
corpo ou de outras pessoas ao seu redor;
Regras Gerais de Segurança

16. Tome cuidado com possíveis obstruções do cano da arma quando estiver
atirando. Caso perceba algo de anormal com o recuo ou o som da detonação,
interrompa imediatamente os disparos; verifique cuidadosamente a existência de
obstruções no cano; um projétil ou qualquer outro objeto deve ser imediatamente
removido, mesmo em se tratando de lama, terra, excessiva quantidade de graxa,
etc., A fim de evitar danificações à arma;

17. Nunca transporte uma arma no bolso ou no cós da calça. Use a embalagem
apropriada ou o respectivo coldre com fecho de segurança;
Regras Gerais de Segurança

18. Obedeça sempre ao comando do instrutor, fazendo aquilo que for ordenado;

19. Os deslocamentos no estande deverão ser feitos com a arma descarregada,


no respectivo coldre ou abertas;

20. TODO PROCEDIMENTO DE CARREGAR OU DESCARREGAR, DEVERÁ


SER FEITO COM O CANO APONTADO PARA O ALVO OU PARA O CHÃO NO
ÂNGULO DE 45º;

21. Em caso de incidente com a arma, tente resolver. Caso não consiga,
permaneça com a arma apontada em direção ao alvo e levante o braço oposto
para que o instrutor possa atendê-lo;
Regras Gerais de Segurança

VÍDEO
DESERT
EAGLE
Regras Gerais de Segurança
TIRO - Armas de Porte

Regras Gerais de Segurança - REVISÃO


• Armas descarregadas fora da linha de tiro.
• Tudo sob comando do instrutor.
• Nunca atirar com uma arma que não conheça.
• Jamais apontar arma para alguém, senão p/ atirar.
• Realizar sempre a inspeção físico / visual (início ao término sempre que
necessário).
• Ao repassar arma para alguém: aberta e descarregada.
• Tiro em seco : na linha ou área de manejo.
• Cano da arma voltado para local seguro.
• Com problemas na linha: abaixe-se e levante o braço.
Regras Gerais de Segurança
Regras Gerais de Segurança
CONDUTAS DE SEGURANÇA - PRIORIDADES

• OBEDECER AOS COMANDOS DO


INSTRUTOR.

• CONTROLAR A DIREÇÃO DO CANO DA


ARMA.

• MANTER O DEDO FORA DO GATILHO ATÉ


O MOMENTO DO DISPARO.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

PROTETOR AURICULAR
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

ÓCULOS DE PROTEÇÃO
COLETE BALÍSTICO
• ARMAS causam reações diferentes em cada indivíduo, podendo ser,
inclusive, que alguns deles não se adaptem com elas e, por isso, não
possam ser Policiais Militares. Assim sendo, a dedicação não pode ser
confundida com compaixão. Para o bem do próprio do instruendo, assim
como de seus companheiros e da comunidade em que vai atuar, não
atingir o nível mínimo em uma avaliação tem que ser sinônimo de
reprovação sumária. É uma questão de responsabilidade legal e moral do
Instrutor.

• Manual de habilitações – Ten.-Cel. Puglia.


• Quando se está lidando com NEÓFITOS, o desenvolvimento do ensino
deve partir do “zero”, mesmo que exista algum aluno experiente entre
eles, ou seja, o instrutor deve “nivelar por baixo”.
• Quando do emprego de munição real, será necessária toda a experiência e paciência do
instrutor para combater os dois fatores que mais atrapalham o sucesso na aprendizagem
de tiro, quais sejam, o ESTAMPIDO e o RECUO DA ARMA, principalmente em se tratando
do calibre mais potentes, como o .40 S&W, no caso da pistola. É importante que o instrutor
se esforce para que o aluno consiga primeiramente agrupamento de tiros e precisão,
para depois iniciar disparos mais rápidos.
• Nesta etapa o que se busca é GARANTIR O DOMÍNIO DA ARMA, é a
condição de atingir o alvo no local em que se deseja, é saber fazer o
manejo correto, é conseguir trocar um carregador com rapidez, é sanar
uma pane mecânica sem grandes dificuldades, enfim, antes de inserir
uma série de conceitos ligados à SOBREVIVÊNCIA POLICIAL, é necessário
que o militar estadual não tenha mais que pensar para operar sua arma
de fogo, ou seja, que isso seja uma memória motora consagrada, ...
Saber atirar não é
passatempo…
É o que vai salvar
sua vida!
FIM

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