Escola Secundária da Matola

Disciplina: Introdução à Filosofia

Tema: Filosofia política em África

Filosofia africana - é o conjunto de pensamentos relativos à emancipação e ao reconhecimento do

homem negro, dentro e fora do seu continente.

-A filosofia africana tem como objectivo a libertação física e psíquica do jugo colonial do continente
africano. A filosofia africana está ligada ao pan-africanismo.

Pan-africanismo - é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos dos
povos africanos e a unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, ou seja, é
uma doutrina que propõe a união de todos os povos da África como forma de pntecializar o continente
no contexto internacional. Foi responsável pelo surgimento da OUA- Organização da Unidade Africana.

Reprentantes da filosofia política africana

William Edward Burghartd Du Bois, Kwame Nkrumah, Leopold Sedar Senghor

Du Bois (1869-1963) - foi lider mundial do pan-africanismo, tornou-se socialista que lutou pelos direitos
das mulheres, judeus e trabalhadores, pode ser considerado um dos arquitectos do movimento dos
direitos cívis

Kwame Nkrumah ( 1909-1972) - foi um líder político africano, um dos fundadores do pan-africanismo,
foi primeiro-ministro entre (1957 - 1960) e primeiro presidente de Gana de 1960- 1966) , foi
influenciado pelo marxismo que combinava elementos do socialismo com objectivos nacionalistas e pan-
africanos.

Leopold Sedar Senghor (1906-2001) - foi um político e escritor senegalês, presidente de Senegal de
(1960-1980), ele defendia o socialismo aplicado à realidade africana.

Kwame Nkrumah e Leopold Sedar Senghor, lideraram dois grupos, mas eles tinham ideias divergentes:

Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos.

Senghor defendia que uma independência gradual dos Estados seria ideal.
Ideologia adoptada pelos Estados africanos

A ideologia adoptada foi o socialismo, influenciado pelos ideiais consciencistas de Nkrumah e de outras
conjunturas políticas.

O consciencismo constitui uma autêntica defesa do materialismo, pois ,alguns africanos achavam-no
incompatível com a espiritualidade africana.

Segundo Nkrumah, o ateísmo não era a condição indispensável na adesão ao marxismo, ou pelo menos
ao materialismo.

O consciencismo pretendia assegurar o desenvolvimento de cada indivíduo, enquanto que o socialismo

pretendia mostrar que o igualitarismo era conforme a tradição africana.

Segundo Senghor, o socialismo africano é a alma negra e é essencialmente colectiva e solidária, por isso,
a África é por natureza social.

Na década de 1960 nasceram dois grupos:

-Monróvia ( Califórnia, EUA) que defendia a criação dos Estados da África.

- Casablanca ( Marrocos)- defendia a criação das nações e assim fundou OUA - Organização de Unidade
de África, este grupo acabou ganhando a batalha.

A OUA- Organização da Unidade de África foi criada na Etiópia a 25 de Maio de 1963 em Addis Abeba, na
Etiópia através da assinatura da sua constituição por reprentantes de 32 governos de países africanos
independentes.

Objectivos da OUA

- Promove a unidade e a solidariedade entre os Estados africanos ;

- Coordenar e intensificar a cooperação entre Estados africanos, no sentido de proporcionar uma vida
melhor aos povos africanos;

- Defender a soberania, integridade territorial e independência dos Estados africanos;

- Erradicar todas as formas do colonialismo em África;

- Promover cooperação internacional, respeitando a carta das Nações Unidas e a Declaração Universal
dos direitos humanos;

- Coordenar e harmonizar as políticas dos Estados - membros nas esferas política, diplomática,
económica, educacilnal, cultural, da saúde e bem-estar, ciência, técnica e defesa.
Alguns críticos condenaram o carácter fechado dos Estados-membros da OUA, uma vez que nela não
havia inibição de comportamentos ditatoriais, em bome da condição de não se intrometerem nos
assuntos internos.

Este facto levou a que ocorressem muitos golpes de Estados em África, concretamente no Gana com
Nkrumah, no Congove em outros paises africanos.

A partir da década de 1960, os Estados africanos começaram a ganhar a sua independência aderindo ao
socialismo africano, à luz das filosofias políticas africanas que lideravam o processo.