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Pan-africanismo: o conceito que mudou a história do

negro no mundo contemporâneo


terça-feira, 19 / fevereiro / 2013

A ideologia Pan-africanista surgiu de um sentimento de solidariedade e consciência de


uma origem comum entre os negros do Caribe e dos Estados Unidos. Ambos estavam
envolvidos numa luta semelhante contra a violenta segregação racial. Essa solidariedade
que marcou a segunda metade do séc. 19 propôs a união de todos os povos da África
como forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional.

O termo Pan-africanismo foi cunhado pela primeira vez por Sylvester Willians,
advogado negro de Trinidad, por ocasião de uma conferência de intelectuais negros
realizada em Londres, em 1900. Willians levantava sua voz contra a expropriação das
terras dos negros sul-africanos pelos europeus e conclamava o direito dos negros à sua
própria personalidade.

Essa reivindicação propiciou o surgimento de uma consciência africana que começou a


se expressar a partir do I Congresso Pan-africano, organizado em Paris, em 1919, sob a
liderança de Du Bois. Naquela época, Du Bois profetizou que o racismo seria um
problema central no século 20 e reivindicou um Código Internacional que garantisse, na
África tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse à
emancipação final das colônias

Definição dos termos

- Pan-africanismo – doutrina surgida fora do continente africano, mais


concretamente nos Estados Unidos da América, que defendia a unidade e o
renascimento da raça negra humilhada pelas políticas dos Estados e pela
colonização.
- Nacionalismo africano – é um princípio político defendido por
africanos que sustém que a unidade nacional e a unidade política devem ser
perfeitamente coincidentes. O sentimento nacionalista é o sentido de cólera
suscitado pela violação desse princípio ou o sentido de satisfação suscitado pelo seu
cumprimento. Um movimento nacionalista é um movimento animado por um
sentimento deste género.
- Movimentos de libertação – são formações políticas e culturais que
se constituíram para conseguirem a libertação do país do colonialismo europeu.
- Luta de Libertação – é o conjunto de acções políticas, culturais e
militares realizadas em África no período que vai de 1950-1972 para por fim a
dominação colonial europeia.
-Independência– é a libertação do continente da dominação colonial e a
gestão do território pelos nacionais.

Uma diáspora forçada.


Basil Davidson1[2], em um minucioso estudo do período do tráfico negreiro, afirma
que a África foi extremamente fértil no fornecimento de seus filhos para o
desenvolvimento do mercantilismo europeu, iniciado com as descobertas marítimas
de Portugal e Espanha e levado ao extremo após as entradas de Holanda, França e
Inglaterra no vantajoso comércio transatlântico.

3.1.1 Precursores.

O Pan-africanismo foi no início uma forma de manifestar a solidariedade e


fraternidade entre os descendentes de escravos africanos, o seu Percursor foi um
advogado da Ilha de Trinidade, chamado Sylvester Williams.
Sylvester Williams tomou a iniciativa de organizar, em 1900, em
Londres, uma conferência destinada a protestar contra as ocupações arbitrárias de
terras ancestrais africanas pelos Europeus, foi nesta conferência que, pela primeira
vez se falou em “Pan-africanismo”.
Mas o homem que sistematizou a ideia de Pan-africanismo, foio
Dr.William E. Burghart Dubois, igualmente descendente de escravos, e um
dos mais notáveis intelectuais do seu tempo (fim do século XIX e primeira metade
do século XX). William Dubois, já fazia parte da primeira burguesia negra, e
procurou levar a questão da luta dos negros a nível mundial, e não mais apenas no
seu país, e por esta razão, ele é tido como o verdadeiro pai do Pan-africanismo.
Em todos os seus escritos, Dubois advogou o direito dos negros de todo o
mundo de viverem como povos livres, e o seu direito à desobediência lá onde
estivessem colonizados ou discriminados. Para concretizar as sua ideias, Dubois
fundou, em 1908, uma organização chamada NAACP (Associação Nacional
para o Avanço ou Progresso dos Povos Negros). Note-se que nesta
fundação participaram alguns Brancos Liberais e o primeiro presidente da NAACP
foi um branco.
O homem que procurou ir mais além, e popularizou ainda mais o Pan-
africanismo foi sem duvida o jamaicano Marcus Garvey, nascido na Jamaica
1
em 1885, e falecido em 1940 em Londres, residindo nos EUA. Marcus Garvey
professou um Pan-africanismo agressivo, no sentido em que ele procurou a
confrontação com o mundo branco como resposta às discriminações e maus tratos
infligidos aos negros. Defendia um racismo ao contrário, e instituições governativas
criadas e dirigidas por Negros.

O Pan-africanismo tem sido uma das formas de reverter esta condição.


Os objectivos do Pan-africanismo, expressos de variadas formas pelos ideais, tais
quais "De volta à África", "Africanos, uni-vos", "Renascença Africana" e
"Estados Unidos da África",

O MOVIMENTO PAN-AFRICANISTA
Apesar do nome, o pan-africanismo não nasceu na África, não foi idealizado e nem
dirigido nos primeiros anos por africanos. O pan-africanismo foi idealizado por
negros norte-americanos e negros antilhanos, em 1900, com o objetivo de expressar
seu apoio a algumas comunidades africanas que estavam sendo vítimas de
expropriação de suas terras.
Considerado o pai do pan-africanismo, W. Burghardt du Bois, em 1903, passou a
liderar os movimentos negros americanos. Fazendo a junção da defesa cultural e da
luta pela independência política, conseguiu mobilizar a vontade dos africanos e o
apoio da opinião pública em diversos países.
O pan-africanismo foi de extrema importância para esse período, pois era o único
meio de transmitir os idealismos africanos. Seu grande mérito foi ter proporcionado
aos africanos a oportunidade de tomar uma iniciativa na busca de soluções para seus
problemas. O erro primário do pan-africanismo foi o de almejar um tipo de unidade
africana impossível de ser colocada em prática. Os partidos da época queriam
constituir os “Estados Unidos da África”, unindo todo o continente em um só país.
Após os anos 60, os nacionalistas tinham boa parte do poder dos países independentes
em suas mãos, a criação de uma África uniforme se tornou algo impraticável. Porém,
esse movimento conseguiu mostrar ao mundo que os negros também têm seus direitos
e que sabem lutar pelos mesmos, embora a parte preconceituosa da população
mundial diga e pense o contrário. Desta forma, o pan-africanismo pode ser
considerado um dos maiores movimentos que defendem os direitos africanos.

3.1 O Pan-africanismo e seus precursores.

No final do século XIX surgiu nos Estados Unidos um movimento


denominado Pan-africanismo. Esse movimento liderado por intelectuais negros
nasceu no período de transição entre o final do comércio negreiro e da escravatura
(praticados do século XV ao XIX) e o colonialismo, uma nova forma de dominação
imposta pelas nações europeias, principalmente sobre a África, que duraria até às
últimas décadas do século XX.
O Pan-africanismo conseguiu unir a raça negra no plano psicológico,
criando uma irmandade simbólica entre os negros de todo o mundo, que seria de
grande importância no processo de descolonização das colónias europeias em
África e na luta dos afro-descendentes contra o preconceito racial.
Assim, define-se por Pan-africanismo como um movimento cultural que
visa a igualdade de direitos e a melhoria das condições morais e intelectuais das
populações submetidas ao colonialismo.
O termo surgiu, pela primeira vez em 1900, na Conferência de Londres.
Inicialmente, tomou a feição duma simples manifestação de solidariedade fraterna
entre Africanos e gentes de ascendência africana das Antilhas Britânicas e dos
Estados Unidos da América. Serviu-lhe de móbil a discriminação a que eram
sujeitos os Negros nos Estados Unidos. A sua longa evolução apareceu como um
movimento racial, como um movimento cultural e como um movimento político ou
sindical. Ocasiões houveram em que estes três aspectos se confundiram no espírito
de alguns dos seus fautores.

3.1.1 Precursores.

O Pan-africanismo foi no início uma forma de manifestar a solidariedade e


fraternidade entre os descendentes de escravos africanos, o seu Percursor foi um
advogado da Ilha de Trinidade, chamado Sylvester Williams.
Sylvester Williams tomou a iniciativa de organizar, em 1900, em
Londres, uma conferência destinada a protestar contra as ocupações arbitrárias de
terras ancestrais africanas pelos Europeus, foi nesta conferência que, pela primeira
vez se falou em “Pan-africanismo”.

Perante os abusos racistas dos brancos (com linchamentos frequentes de


Negros, e exclusões de toda a ordem, ainda vigente no princípio do século XX),
Garvey defendia que a força e a violência também deveriam ser as únicas respostas
dos Negros. Pois, dizia ele: “a lei foi feita por brancos, a justiça só é para
brancos, pelo que a única resposta à discriminação é a força e um
contra poder negro, e o não respeito a lei e qualquer crédito à justiça
dos brancos”. Assim, ele defendia a criação dos Estados Unidos Negros, com um
presidente negro que residiria numa “Casa Negra” (em oposição à “Casa Branca”).
Para o efeito, ele vai criar um movimento chamado “ Universal Negro Improvement
Association-Associação universal de Melhoria aos Negro” (UNIA), cujo fim era
unificar todos os negros do mundo.
Em Março de 1945, pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial
realizou-se um Congresso em Manchester (GB), pelo Dr. William Dubois, que viu a
entrada em cena de figuras que iriam marcar os destinos da África: Kwame
Nkrumah (Costa de Ouro, actual Ghana), Jomo Kennyata (Kenya), T. R. Makonnem
(originário das Guyanas britânicas), e Peter Abrahams (escritor sul-africano), e
sobretudo George Padmore.

O pan-africanismo surge como um movimento que tinha como objetivo fazer com que os
próprios negros se entendessem como um povo. Ou seja, o pan-africanismo tinha como
conceito central a idéia de raça, a idéia de que uma vez que uma pessoa tenha a cor da pele
negra ela faz parte de um povo negro.  Mas do que um pensamento o pan-africanismo se
constituiu num “movimento político-ideológico centrado na noção de raça, noção que se
torna primordial para unir aqueles que a despeito de suas especificidades históricas são
assemelhados por sua origem humana e negra” 3. O pan-africanismo enquanto movimento
político e ideológico organizado surge na verdade fora da África, ele ganha força com os
negros da diáspora que se unem contra a discriminação e subjugação a que eram sujeitos
nas colônias americanas e isso ainda no século

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