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Trabalho de Filosofia
12ª Classe
Discentes:
Docente:
Evelio da Graça
No campo ideológico, negritude pode ser entendida como processo de aquisição de uma
consciência racial. Já na esfera cultural, negritude é a tendência de valorização de toda
manifestação cultural de matriz africana. Portanto, negritude é um conceito
multifacetado, que precisa ser compreendido a luz dos diversos contextos históricos.
Neste trabalho pretende-se traçar uma breve reconstrução histórica do movimento da
negritude, apresentando alguns de seus dilemas, seu reflexo no interior do movimento
negro.
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2. Origens e Contexto Histórico
A Negritude surgiu nas décadas de 1930 a 1960, um período marcado por intensas lutas
anticoloniais, discriminação racial e a busca por autodeterminação. Com origens em
comunidades africanas e caribenhas, o movimento rapidamente se espalhou, unindo
vozes de diferentes diásporas negras ao redor do mundo. A Negritude foi uma resposta
ao colonialismo que despojava os povos de sua cultura e identidade, reforçando a
importância de reafirmar essas raízes.
Na sua fase inicial, o movimento da negritude tinha um caráter cultural. A proposta era
negar a política de assimilação à cultura (conjunto dos padrões de comportamento, das
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crenças, das instituições e dos valores transmitidos coletivamente) europeia. O dilema
para os africanos e negros da diáspora, assevera Franz Fanon, deixou de ser
"embranquecer ou desaparecer". Até essa época considerava-se positivo apenas, os
modelos culturais brancos que vinham da Europa. Para rejeitar esse processo de
alienação, os protagonistas da ideologia da negritude passaram a resgatar e a enaltecer
os valores e símbolos culturais de matriz africana. Como salienta Jean Paul Sartre,
"trata-se de morrer para a cultura branca a fim de renascer para a alma negra”.
Negritude pretendia a união de todos os negros. Cesáire, depois Senghor e, mais tarde, a
revista Presence Africaine e os congressos de escritores e artistas negros, que aquele
organizou em 1956 e 1959, dão expressão a ideia da unidade africana sob a forma
cultural.
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A posição relativista pretendia sobretudo lutar contra o imperialismo americano e
defender as minorias colonizadas, os grupos africanos, Esta corrente impôs como
normas o respeito pela diferença, a tolerância, a crença na pluralidade de valores e a
aceitação da diversidade.
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3. Conclusão
O movimento da Negritude desempenhou um papel fundamental na reafirmação da
identidade e na luta contra a opressão. Como movimento cultural e político, ele
construiu uma plataforma para a expressão artística, conscientização política e busca por
justiça. Seu legado continua a inspirar a luta por igualdade e respeito, lembrando-nos da
importância de celebrar a diversidade cultural e promover a inclusão. A Negritude nos
ensina que a valorização da própria identidade é um passo essencial para a mudança
social e a construção de um mundo mais justo.
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4. Referencias bibliográfica
PETRÔNIO Domingues, Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica
s.d.
Damato, D. Negritude, op. cit., p. 127.
Filosofia Pré-Universitário 12ª Classe, Logman Mocambique, 1ª edição. Maputo 2010.