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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Historia

Licenciatura em Historia

Cadeira: Nacionalismo e Independência em Moçambique NIM

Pan-Africanismo e sua influência no surgimento do nacionalismo em África

Docente:
Luísa Chicamisse Mutisse, MA
Discentes:
Alsão Mateus Matejua
Américo Salvador Novele
Elvis Manuel Macamo

Maputo, Março, 2023

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Índice

1. Introdução .............................................................................................................................. 2

2. Objectivos .............................................................................................................................. 2

2.1. Objectivo Geral ............................................................................................................... 2

2.2. Objectivos específicos ..................................................................................................... 2

3. Metodologia ........................................................................................................................... 2

4. Pan-Africanismo e sua influência no surgimento dos movimentos nacionalistas em África 3

4.1. Conceito do Pan-Africanismo ......................................................................................... 3

4.2. Origem do movimento pan-africanismo ......................................................................... 3

4.3. Personalidades que se destacaram na defesa da teoria pan-africanista ........................... 4

5. Conclusão............................................................................................................................... 6

6. Referencias Bibliográfica....................................................................................................... 7

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1. Introdução
Neste presente ensaio buscamos compreender a influência do movimento pan-africano no
surgimentos dos diversos movimentos nacionalistas em África, além de buscar compreender
a sua influência no nacionalismo africano, pretendemos definir o conceito pan-africano,
explicar a sua origem e o seu objectivo e por último identificar as personalidades que se
destacaram na defesa do movimento. O pan-africanismo tem influenciado a África ao ponto
de alterar radicalmente a sua paisagem politica e ser decisivo para a independência dos países
africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objectivos, a
unidade espiritual e política da África, sob protesto de um Estado único, e pela capacidade de
criar condições de prosperidade para todos os africanos. E para a melhor compreensão deste
trabalho está estruturada em 6 partes, sendo a 1ͣ introdução, 2ͣ os objectivos, 3ͣ a metodologia,
4ͣ o desenvolvimento onde constam os conceitos de elementos cruciais do trabalho, 5ͣ a
conclusão e por fim a 6ͣ que é a última parte do trabalho que são as referências bibliográficas
consultadas.

2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
 Compreender a influência do pan-Africanismo para o surgimento dos diversos
movimentos nacionalistas em Africa.

2.2. Objectivos específicos


 Definir o conceito do Pan-Africanismo
 Explicar o contexto histórico do surgimento do Pan-Africanismo
 Identificar as personalidades que se destacaram na defesa da teoria Pan-Africanista

3. Metodologia
Para a realização deste trabalho tomamos como base referencial os seguintes autores e suas
respectivas obras: Márcio Luís Paim, autor de Pan-africanismo: Política, Libertação e Golpes
de Estado; William Edward Burghardt Du Bois, autor de As almas da gente negra; Ana Mónica
Henriques Lopes, autora de Descolonização e Racismo: Atualidade e crítica e Muryatan
Santana barbosa, autor de Pan-africanismo e teoria social: uma herança critica.

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4. Pan-Africanismo e sua influência no surgimento dos movimentos nacionalistas em
África
4.1. Conceito do Pan-Africanismo
Nos deparamos com diversas temáticas desde âmbito técnico académico como as de caracter
sociopolíticos, destas temáticas desenvolvidas por alguns autores, conseguimos definições
sobre o movimento Pan-africano.
 Pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como
forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional.
 Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa
dos direitos dos povos africanos e a unidade do continente africano no âmbito de um
único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na Africa como dos povos na
diáspora.

O termo Pan-africanismo foi cunhado pela primeira vez por Silvester Willians, um homem
negro advogado da cidade de Trinidad, que na ocasião estava em uma conferência de
intelectuais negros nos anos de 1900. Willians levantava sua voz contra a expropriação das
terras dos negros sul-africanos pelos europeus e conclamava o direito dos negros à sua
personalidade. Estas reivindicações propiciaram o surgimento de uma consciência africana que
começou a se expressar a partir do I Congresso Pan-africanista, organizado em Paris, em 1919,
sob liderança de W.E.B. Du Bois (BARBOSA, 2016, P. 1).

4.2. Origem do movimento pan-africanismo


O pan-africanismo nasceu da luta de activistas negros Africanos e, sobretudo, na disporá
americana, em prol da valorização da sua colectividade. Sua marca inicial entre os finais do
século XIX e meados do seculo XX. Foi a construção de visões positivas e internacionalistas
a cerca da sua identidade étnico-racial entendida como comunidade negra: Africana e
Afrodescendentes.

Embora a denominação Pan-africanismo remonte necessariamente a uma relação estreita com


o continente africano, essa corrente teórica tem sua origem nos países de colonização inglesa,
particularmente nos Estados Unidos e nas Antilhas Britânicas. Este movimento político pode
ser entendido sobre duas perspectivas: a primeira enquanto projeto de libertação da estrutura
eurocêntrica, e a outra enquanto projeto de integração da população negra nas organizações
ocidentais. Na América, a questão central era o colonialismo interno, ou seja, a subalternização
do negro nas sociedades nacionais americanas. Na África, o problema crucial era o

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colonialismo externo, com destaque para a discussão dos intelectuais negros estadunidenses
sobre a formação da Libéria (PAIM, 2014, p. 207-229).

O Pan-africanismo acarreta da oposição aos tráficos escravistas nas Américas, Ásia e Europa,
onde foram materializados os experimentos psicológicos e sociais que fizeram surgir
movimentos de protesto e revoltas de cunho internacional reivindicando a libertação dos
africanos escravizados, bem como a liberdade e a igualdade das populações africanas no
estrangeiro. Em suma, era apenas uma reduzida manifestação de solidariedade entre os povos
de ascendência africana nas terras inglesas. Sendo assim, o termo Pan-africanismo ainda não
estava inserido, sendo chamada a reunião de “Conferência dos povos de cor”. Esta conferência
foi pensada por Henry Silvester Williams fundador da Associação africana para promoção e
proteção dos interesses de todas as pessoas de ascendência africana (DU BOIS, 1999, p. 322).

Enquanto discurso e movimento de autoafirmação o Pan-africanismo tornou-se central e


motivador político na luta contra o colonialismo e imperialismo, um movimento racial e
político que enriqueceu a luta pela libertação do continente africano. Nos anos de 1930 o Pan-
africanismo retomou sua ascensão entre os movimentos políticos conjunturais. Com a invasão
da Itália contra a Etiópia (1935-1941) houve uma vigorosa reação pan-africana em relação à
ascensão do fascismo na Europa, esta reação proporcionou ao movimento a oportunidade de
aprofundamento teórico e organizacional. Este desenvolvimento pode ser comprovado com a
realização do Congresso Pan-africano de Manchester em 1945 que contribuiu para a derrocada
do sistema colonial e a conquista das independências em África entre os anos de 1950 e 1960.
Durante este congresso o pan-africanismo concretizou-se em uma ideologia nacionalista
orientada pelas massas em prol da libertação do continente africano (LOPES, 2011, p. 10)

4.3. Personalidades que se destacaram na defesa da teoria pan-africanista

A primeira geração de ativistas que construiu as bases do Pan-africanismo, na segunda metade


do século XIX, era formada por intelectuais de tradição ocidental. Eles falavam e escreviam
em línguas europeias, além de atuarem em instituições tipicamente “modernas”, como as
Igrejas protestantes, as universidades, e os campos literários e jornalísticos. Em particular, na
nascente Imprensa Negra à época, na África e na América. Esta primeira geração era formada
por intelectuais negros, tendo por destaque ativistas como Paul Cuffee, Martin Delany, Booker
T. Washington, Alexander Crummel, J. A. Horton, Bishop James Johnson, Edward Blyden,
Marcus Garvey, W. E. Du Bois e Henry Silvester Williams (BARBOSA, 2012, P. 2-3).

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Posteriormente foi levado para arena política por africanos como: Kwame Nkruma, da Costa
do Ouro (actual Ghana); Julius Nyerere (Tanzânia); Jomo Kenyatta (Quénia); Peter Abrahams
(Africa do sul); Kenneth Kaunda (Zâmbia); Eduardo Mondlane (Moçambique); Haile Sellasié
(Etiópia); entre outros.

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5. Conclusão
O presente ensaio permitiu através da análise do contexto geral da influência do pan-
africanismo no nacionalismo africano, concluir que, o pan-africanismo teve uma influência ou
um impacto bastante relevante no surgimento do nacionalismo africano. O despertar político
dos africanos, e em especial das elites, foi sustentado por grandes ideias e ideologias que
contribuíram para alimentar e formar a consciência política africana. O pan-africanismo foi a
forca motriz, dinâmica filosófica, politica e como guia para ação dos africanos na África que
lançavam os fundamentos das organizações de libertação nacional.

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6. Referencias Bibliográfica
PAIM, Marcio Luís. Pan-africanismo: Política, Libertação e Golpes de Estado. Revista
TEL, Irati, v. 7, n.1, jan. /jun. 2016.

BARBOSA, Muryatan Santana. Pan-africanismo e teoria social: uma herança critica. São
paulo: 2012.

DU BOIS, William Edward Burghardt. As almas da gente negra. Rio de Janeiro: Lacerda.,
1999.

LOPES, Ana Monica Henriques. Descolonização e Racismo: Atualidade e crítica. In:


Sankofa, Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana. Ed. USP, Ano IV,
Nº 8, 10 p, 2011.

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