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12ª Classe
CSS3 B
Discentes:
A Filosofia africana.........................................................................................................................4
Filosofia política..............................................................................................................................5
Etnofilosofia....................................................................................................................................8
Conclusão........................................................................................................................................8
Referência bibliográfica.................................................................................................................12
Introdução
A Filosofia política é entendida como uma actividade intelectual que procura construir um
sistema de valores e ideias dos indivíduos duma sociedade africana e justificá-los através da
razão.
Três factores estão na origem da filosofia política africana: escravidão, colonialismo e o
racismo. De entre estes factores os racismos foi o mais pernicioso e deu origem aos outros dois.
Os negros eram considerados racialmente inferiores, culturalmente não civilizados. David Hume,
afirma que “dificilmente houve uma acção civilizadora naquela cor, nem mesmo algum
indivíduo eminente em actos e especulações… Não há arte, não há ciência… é homem tábua
rasa, homem sem história, e portanto, sem civilização”.
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A Filosofia africana
Contextualização do debate sobre a Filosofia africana
O conceito filosofia é o primeiro dos problemas filosóficos. Mas a melhor forma de abordar a
questão é falar de filosofias do que da filosofia, porque existem muitas filosofias e cada filósofo
define-a com base nos problemas do seu tempo. A resposta de o que é a Filosofia depende dos
problemas culturais, sociais, políticos e económicos. Filosofia é um pensamento especulativo
livre, crítico, profundo e autónomo, por isso, a sua definição não tem um denominador comum
como acontece com outras ciências.
África foi definida por pessoas exteriores, com pensamentos pejorativos, motivados por
interesses políticos e económicos. São os europeus em expansão em busca da matéria prima que
definem a África. Os próprios nativos não sabiam que eram africanos.
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Montesquieu define África como sociedade sem leis.
Luís XIV, considerado o rei do Sol, escreveu o código negro “le code noir”, uma espécie de
direitos dos senhores sobre os negros.
O europeu quando vai a África tem como objectivo levar o africano a ser um homem completo
através do trabalho. Por isso que os africanos serão levados como instrumentos de trabalho.
Nesta concepção não é possível entrar o africano no debate da Filosofia, visto que pensar que os
africanos têm filosofia era sinónimo de considerar-lhes e encarar como homem igual aos
europeus. Afirmar a existência da filosofia africana seria afirmar a autonomia do homem
africano e seria dizer que o africano é um homem completo como o europeu e implicava exigir a
igualdade dos direitos e respeito entre os africanos e europeus. E por conseguinte, a igualdade
dos direitos pede por sua vez a abolição da escravatura.
Filosofia política
Além das teorias das filosofias ocidentais que mencionamos na contextualização histórica, os
trabalhos forçados e a escravatura contribuíram sobremaneira para a redução do homem negro ao
estatuto de coisa, de mercadoria susceptível de ser vendida e comprada, um simples instrumento
de trabalho e fonte de rendimento das economias ocidentais. Assim, é óbvio que a prioridade do
negro seja a sua emancipação. Nas colónias da América do Norte, iniciou-se um movimento de
revolta, manifesto pelos escravos através das chamadas canções de trabalho e posteriormente dos
espirituais gospel, nas igrejas.
Encontramos doravante duas perspectivas, duas ideologias de libertação, mudança diferenças não
serão somente ideológicas, mas também raciais. Du Bois era um jovem culto (cursando a
Universidade, tendo sido o primeiro negro a fazer um curso superior). Marcus Garvey,
conhecido como um extraordinário líder de homens, não estudara muito, porém vira muitos
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negros a trabalhar em condições desumanas. É importante saliente que Garvey começou a
trabalhar aos 15 anos e seguiu expulso do seu serviço por incitar os seus colegas a protestar
contra as condições injustas em que trabalhavam. Este julgava que os libertadores da raça negra
deveriam ser negros autênticos e que o negro só se realizaria plenamente na sua terra natal, em
África. Ora, Du Bois era mulato, por isso Garvey não o considerava negro. Na sua opinião, Du
Bois não passava de um prolongamento da mão do branco, pois não concordava com o Regresso
dos negros à África-mãe. Garvey construiu um navio para levar os negros que quisessem voltar
à sua terra de origem.
Du Bois, contrariamente ao seu antecessor Booker Washington, que achava que a emancipação
do negro passava por uma formação técnica e por se acomodar à posição subalterna do negro nos
EUA, afirmou que o problema fundamental dos negros não era de ordem econômica, mas antes
política. Du Bois postulou a existência de elites intelectuais que serviriam de pontos de
referência para os outros.
A maior dificuldade que Du Bois teve de enfrentar foi levantar o moral do negro, freneticamente
rebaixado pelas filosofias ocidentais. Este disse ao homem negro que África teve impérios: o
império de Gana, o império de Mwenemutapa, Benin, Mali, Shongai, etc., os quais deram um
grande contributo para a humanidade. Paralelamente a Du Bois, e ainda sobre a mesma
problemática, em Nations Negres et Culture, de Cheikh Anta Diop, lê-se: Supomos, com a
egiptologia moderna, que os egípcios eram de raça branca. Assim, como conterrâneos gregos e
romanos. Estes tiveram um espirito científico e filosófico idêntico ao da gente moderna do
Ocidente [...]. No entanto, tudo indica que os egípcios eram de raça negra, como os etíopes e
outros africanos, e que o Egipto civilizou o mundo [...]. Dados dos antigos escritores e filósofos
e da Bíblia ... são testemunhos oculares que afirmam formalmente que os egípcios eram negros.
Outra evidência da africana sobre o Ocidente é a pintura: a pintura europeia revolucionou-se
quando o pintor espanhol Pablo Picasso entrou no museu que ostentava objetos da cultura
africana e ficou profunda- mente impressionado com uma máscara (assim nasceu o cubismo de
Picasso).
O africano era visto como o povo que nunca fizera nada significativo. Os ocidentais
«desconhecem ou negligenciam a célebre tese que coloca o negro africano num lugar
privilegiado, considerando-o um dos “arquitectos” da Filosofia grega, que contou com a
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sabedoria e a inteligência dos egípcios, cuja população não era apenas formada por homens de
raça branca». Ao que tudo indica, o desprezo pelo negro e a sua consequente condenação a um
plano o mais inferior possível foram deliberados, apoiando-se na literatura, o Ocidente tentou
distorcer tudo o que abonava a raça negra. Nos estudos de Maurice Delafosse, foi revelado que a
época medieval africana, sob muitos pontos de vista, comparável à época medieval europeia.
Neste estudo dedicado à história da África Ocidental, concluiu-se que a pretensa inferioridade
intelectual do negro nunca tinha sido demonstrada e que havia provas que a contradiziam.
Tudo isto prova que o Ocidente assume atitudes etnocêntricas, especialmente em relação ao
continente africano e aos seus habitantes, como ficou induzido no julgamento do padre
Bartolomeu de Las Casas, por defender a humanidade dos índios. O cardeal António chegou a
aceitar que os índios eram homens, porém preveniu a Las Casas que estender esta humanidade
aos negros seria um exagero.
Este estudo revelação tão-somente que a pretensa inferioridade do negro foi uma arma
psicológica que o branco inventou para denegrir a sua imagem, com o fim último de o dominar.
Sendo assim, os intelectuais africanos tinha como missão procurar caminhos para a reconquista
da humanidade perdida. Esta tarefa foi levada a cabo por várias correntes de pensamento, como
o pan-africanismo, a negritude e o renascimento negro, entre outras.
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A negritude, enquanto um manifesto cultural e político mobilizador, transformou a identidade
sócio-cultural dos povos africanos numa arma emancipadora e um projecto de renascimento. Ela
lutou contra o eurocentrismo, o racismo e os preconceitos, a incompreensão, arrogância das
potências coloniais. Ela rejeitou a aculturação, a assimilação e a alienação. Dessacralizou o
paradigma cultural ocidental considerado como critério referencial e afirmou o direito a
diferença e familiarizou os negros com a noção do relativismo cultural.
Também é perigoso julgar pelas aparências ("Um olho grande não significa uma visão
aguçada"), mas em primeira mão, ela pode ser confiável ("Aquele que vê, não erra"). O passado
não é visto como fundamentalmente diferente do atual, mas a história é vista como um todo
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("Um contador de histórias não falam de épocas diferentes"). Segundo eles, o futuro vai além do
conhecimento ("Mesmo um pássaro com um longo pescoço não poderá prever o futuro"). No
entanto também é dito "Deus vai sobreviver a eternidade". A história é vista como sendo de
importância vital ("Um ignorante em sua origem não é um humano"), e os historiadores,
conhecidos como "filhos da terra" são altamente respeitados ("Os filhos da terra possuem os
olhos aguçados de uma píton”). Esses argumentos representam apenas um lado da vasta cultura
africana, constituída por patriarcados, matriarcados, monoteístas e animistas.
Another more controversial application of this approach is incorporated into the concept of
blackness. Leopold Senghor, an advocate of blackness, argued that the distinctly African
approach to reality is based more on emotion than logic, manifesting itself through the arts rather
than through science and analysis. Cheikh Anta Diop and Mubabinge Bilolo, on the other hand,
while agreeing that African culture is unique, contests this opinion, noting that Ancient Egypt
was embedded in African culture when it made great contributions to the areas of science,
mathematics, architecture and philosophy, providing a foundation for Greek civilization. This
philosophy can also be criticized for being excessively reductionist, due to its obvious support
for Egyptian achievements.
Os críticos dessa abordagem argumentam que o verdadeiro trabalho filosófico está sendo feito
pelos filósofos acadêmicos, e que palavras de uma mesma cultura podem ser selecionados e
organizados de muitas maneiras, a fim de produzir sistemas de pensamentos muitas vezes
contraditórios.
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de suas culturas e visão de mundo. Em alguns casos, o sábio vai além de mero conhecimento e
compreensão para reflexão e questionamento - estes tornam-se alvos de sagacidade filosófica.
Os críticos dessa abordagem argumentam que nem todos os questionamentos e reflexões são
filosófica, além disso, se a filosofia africana for definida apenas em termos de sagacidade
filosófica, então os pensamentos dos sábios não poderiam se enquadrar na filosofia africana, pois
não foram obtidos de outros sábios. Também, por esse ponto de vista, a única diferença entre os
antropologistas não-africanos e filósofos africanos parecem ser apenas a nacionalidade do
pesquisador.
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Conclusão
Negros dão-se conta que estão na América, mas também são negros. Portanto, não só são
americanos, mas também são africanos de origem. Por isso são chamados afro-americanos. O
que difere o negro africano do afro-americano somente é uma questão geográfica.
Du Bois começa a ficar interessado com o mundo negro, isto é, o negro do mundo, o estatuto do
negro de todo o mundo. Daí o termo pan-africanismo.
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Referência bibliográfica
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição.
Longman Moçamique, Maputo, 2010.
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