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Índice
1. Introdução......................................................................................................................................1
1.1. Objectivos...................................................................................................................................2
1.1.1. Objectivo geral.......................................................................................................................2
1.1.2. Objectivos específicos............................................................................................................2
2. Metodologias..................................................................................................................................2
3. Referencial teórico.........................................................................................................................3
3.1. Pensamento político universal africano......................................................................................3
3.1.1. africanismo versus negritude..................................................................................................5
3.1.2. Renascimento africano...........................................................................................................6
3.1.3. Integração político-regional na União Africana......................................................................6
3.2. Garantia da constituição da república.........................................................................................7
3.2.1. Conceito de Constituição........................................................................................................7
3.2.2. Concepções sobre a Constituição............................................................................................8
4. Conclusões.....................................................................................................................................9
5. Referências bibliográficas............................................................................................................10
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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa foi realizado com o fim avaliativo na cadeira de Economia do
Desenvolvimento, com o objectivo de debruçar-se sobre Pensamento político universal
africano e a Garantia da constituição da república.

Fazer o estudo do pensamento político universal africano é de suma importância no contexto


Moçambicano e Africano, porque nos ajuda a cruzar ideias alternativas para curar os males e
pensar sobre as condições de possibilidades de existência de uma sociedade mais humana e
liberta dos males moderno, pois o pensamento universal é essencial a toda espécie humana.

É importante perceber que o sentido político africano de ser é um movimento contra-


hegemônico, visto que se na colonialidade o sentido de ser humano é firmar-se na
desumanização do(a) outro(a). No pensamento africano implica em, ser um humano é afirmar
sua humanidade por reconhecimento da humanidade de outros e, sobre estas bases,
estabelecer relações humanas com os outros”.

No que concerne a garantia da constituição da república, consta que este é o conjunto de


direitos que a Lei Mãe de um país assegura aos seus cidadãos. Desta feita mais conhecimentos
sobre os conteúdos avançados serão explanados no corpo do trabalho, tidos como base o
manual de Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário e a Constituição da República de
Moçambique.

O trabalho a ser apresentado contém em sua estrutura a introdução, os objectivos que abarcam
os objectivos geral e específicos, as metodologias, o referencial teórico, a conclusão e as
referências bibliográficas.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Fazer estudo do pensamento político universal africano e da garantia da Constituição


da República.

1.1.2. Objectivos específicos

 Caracterizar o pensamento político universal africano, e;


 Explicar o que é a garantia da Constituição da República, e;
 Fazer a destrinça do conceito de constituição.

2. Metodologias

Para a realização do presente trabalho de pesquisa recorreu-se a pesquisa descritiva, esta exige
do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo
pretende descrever os factos de determinada realidade GIL (1999: 47).

O tipo de pesquisa descritiva relaciona-se com o presente trabalho porque será feita uma
pesquisa documental para a sua execução, com o intento de debruçar sobre o pensamento
político universal africano e da garantia da Constituição da República.

Como método de recolha de dados será usado no presente trabalho de pesquisa a consulta
bibliográfica. Consulta bibliográfica, consiste na análise de diversas obras disponíveis que
debruçam-se sobre o tema em pesquisa, onde também explicitaram-se os principais conceitos
e termos técnicos utilizados para a realização do presente trabalho, (MARCONI, 2011).
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3. Referencial teórico

3.1. Pensamento político universal africano

Segundo Geque e Biriate, (2010), a política africana esta estreitamente ligada ao pan-
africanismo. O pan-africanismo, além de lutar pelo reconhecimento dos negros no mundo,
traçou, principalmente com Du Bois, linhas pala uma Filosofia política africana.

Por política africana entende-se o conjunto de pensamentos relativos emancipação e ao


reconhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente, quer fora dele. A política
africana contém o pensamento de vários autores e tem como objectivo a libertação física e
psíquica do jugo colonial do continente africano.

Nessa ordem de ideias o pensamento político universal africano constitui uma actividade
intelectual que procura construir um sistema de valores e ideias dos indivíduos duma
sociedade africana e justificá-los através da razão.

No 5º Congresso Pan-Africano, que teve lugar em Manchester, em Inglaterra, em 1945, Du


Bois passou o testemunho político a Nkrumah. Daquele momento cm diante, as principais
figuras da Filosofia africana seriam Nkrumah e Senghor. Estes dois homens esforçaram-se por
lançar as bases da política dos Estados africanos.

Kwame Nkrumah e Leopold Sedar Senghor lideraram dois grupos e dois pontos de vista que
não chegaram a conciliar-se:

 Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos, enquanto Senghor


acreditava que uma independência gradual dos Estados seria o ideal.

A ideologia adoptada pelos Estados africanos foi o socialismo, talvez pela influência do
«consciencismo» de Nkrumah e de outras conjunturas políticas. Nesta ideologia, hipertrofia-
se o espírito comunitário africano, o que levou Nkrumah a postular o socialismo, como prova
o seguinte excerto: o vulto tradicional da África implica uma atitude em Relação ao homem
que nas suas manifestações sociais não pode deixar de ser classificada como socialista.

O consciencismo constituiu uma autêntica defesa do materialismo, pois alguns africanos


achavam-no incompatível com a espiritualidade africana. Nkrumah defendia que o ateísmo
não era condição indispensável da adesão ao marxismo, ou pelo menos ao materialismo. Por
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outro lado, pretendia mostrar que o conteúdo essencial do socialismo, o igualitarismo, era
conforme às tradições socioculturais africanas. O consciencismo pretendia assegurar o
desenvolvimento de cada individuo.

Nkrumah teve o mérito de ser o promotor do conceito African Personality, tendo trabalhado
bastante para conduzir o seu país, o Gana, à independência. Com efeito, o Gana foi a primeira
nação negro-africana a ser independente.

Outros políticos de renome, como Senghor, Luís Cabral, Júlio Nyerere e Agostinho Neto,
aliaram-se também ao socialismo, tendo-o abordado do ponto de vista da real idade africana,
dando origem aquilo que se chama, com o pensamento de Nkrumah, o socialismo africano.
Senghor apoia o socialismo africano, defendendo que a alma negra é essencialmente colectiva
e solidária, por isso, a África é, por natureza do Seu povo, socialista.

O verdadeiro mérito de Nkrumah foi o seu ideal de unidade africana. Concebida em 1953, por
Majhernout Diop, a unidade africana baniria as fronteiras traçadas arbitrariamente em Berlim
e traçaria novas fronteiras nacionais, de modo a estabelecer relações económicas entre as
grandes zonas de produção africanas. Nkrumah concebeu urna unidade africana politicamente
organizada que transformaria o continente africano num só Estado, com um governo central,
inspirado na constituição americana. Nkrumah estava convicto de que os Estados africanos,
considerados individualmente, não eram suficientemente fortes para competirem com as
grandes potências do Ocidente. Segundo Nkrumah, esta fraqueza levava-os a procurar a sua
segurança em acordos com as ex-potências coloniais ou com as potências neocoloniais.
Nkrumah partilhava o ponto de vista de Diop sobre a arbitrariedade com que foram definidas
as fronteiras, dividindo as populações de uma mesma cultura em diferentes Estados, o que
poderia o todo o momento originar conflitos inter-africano.

Na década de 1960, nasceram dais grupos: um de Monrovia (California, EUA) e outro de


Casablanca (Marrocos). O grupo de Monrovia defendia a criação dos Estados Unidos da
África e o de Casablanca defendia a das nações e assim fundou a OUA – Organização de
Unidade Africana. Este último grupo acabou por ganhar a batalha.

A OUA, criada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, Etiópia, através da assinatura da sua
Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes, tinha os
seguintes objectivos:
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 Promover a unidade e a solidariedade entre os Estados africanos;


 Coordenar e intensificar a cooperação entre os Estados africanos, no sentido de
proporcionar uma Vida melhor aos povos de África;
 Defender a soberania, integridade territorial e independência dos Estados africanos (os
Estados-membros não deviam imiscuiu-se nos assuntos internos);
 Erradicar todas as formas de colonialismo em África;
 Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
 Coordenar e harmonizar as políticas dos Estados-membros nas esferas política,
diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem-estar, ciência, técnica e
de defesa.

Todavia, alguns críticos condenaram o carácter fechado dos Estados-membros da OUA, uma
vez que nela não havia inibição de comportamentos ditatoriais, em nome da condição de não
se intrometerem nos assuntos internos. Este facto levou-a que ocorressem muitos golpes de
Estado em África, concretamente no Gana, com Nkrumah, no Congo e em outros países
africanos.

A partir da década de 1960, os Estados africanos começaram a ganhar a sua independência,


aderindo ao socialismo africano, à luz das filosofias dos políticos africanos que lideravam o
processo

3.1.1. africanismo versus negritude

O pan-africanismo e a negritude permitiram a difusão da mensagem dos mentores dos


movimentos de libertação dos africanos.

Diferentes na abordagem e na denominação, mas com o objectivo comum de lutar pela


liberdade, estes dois movimentos foram desenvolvidos por estudantes e académicos africanos
residentes em Inglaterra e em França, respectivamente. O primeiro, o pan-africanismo, lutava
pela emancipação política de todos africanos, ao passo que o segundo, a negritude, lutava pela
unidade dos negros sob o ponto de vista cultural, como veremos mais pormenorizadamente na
unidade didáctica que fala some a Filosofia africana.
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3.1.2. Renascimento africano

O povo africano conheceu várias humilhações, facto que o levou a sentir-se inferior a outros
povos, sobretudo aos europeus que o escravizaram durante séculos. Actualmente ainda há
africanos que se sentem inferiores a outros povos. Ora, uma das grandes dificuldades que os
africanistas tiveram foi precisamente esta: como dizer ao africano, que nunca tinha sido
valorizado, que tinha efectivamente valor, que ele era igual ao seu colonizador, que tinha
dignidade, que ser africano não era uma maldição, etc.

Para tal era necessário desenvolver uma ideologia que levasse o homem africano a renascer e
a sentir-se um homem igual aos outros. Renascer significava tornar a nascer. Depois do
nascimento biológico, o africano precisava de voltar a nascer psicologicamente para recuperar
a auto-estima extirpada pelos colonizadores.

3.1.3. Integração político-regional na União Africana

Os líderes africanos cedo tiveram consciência da necessidade de implementar acções


combinadas com a finalidade de proporcionar melhores condições aos novos Estados
africanos. Assim, concentraram-se na promoção de instituições capazes de promover o
desenvolvimento económico e de criar condições de Vida mais humanas aos indígenas (povos
nativos), Este projecto foi animado por uma série de mudanças institucionais, como a criação
da ONU e a Conferência de Bandung, entre outras. Foi neste contexto que se criou a OUA,
com os objectivos já referidos, a UA, a SADC e a NEPAD.

A UA (União Africana) pretendia dar continuação aos objectivos da OUA, mas com uma
estrutura mais reduzida: com um governo central e um parlamento, semelhança do que tinha
idealizado Kwane Nkrumah na década de 1960.

Um dos projectos da UA era a NEPAL) – a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África,


que pretendia por em prática a visão pan-africanista dos líderes africanos de interajuda entre
os países africanos, com o objectivo de promover o desenvolvimento sustentável de África.

Era Luna visão a longo prazo, baseada na parceria dos países africanos, que estrategicamente
mobilizaria os recursos africanos para a criação de riqueza e em que as funções de
planificação e organização seriam desenvolvidas de ama forma sincronizada com a integração
de recursos, implementação, avaliação e controlo de programas pelos próprios africanos.
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Na óptica de Ribeiro, a integração regional em África só seria possível se


houvesse estabilidade política e segurança, permitindo assim a criação de instituições
democráticas e a promoção do desenvolvimento. A NEPAD, considerando este facto,
condensou as condições necessárias para o desenvolvimento de África em dois pontos:

a) A paz, a segurança, a democracia e boa governação política;


b) A boa governação económica e corporativa.

3.2. Garantia da constituição da república

Garantia constitucional é o conjunto de direitos que a Lei Magna ou Lei Maior (Constituição)


de um país assegura aos seus cidadãos. A Constituição inclui entre as garantias individuais o
direito de petição, o habeas corpus, o mandado de segurança, o mandado de injunção, o
habeas data, a acção popular, aos quais se na doutrina e na jurisprudência, o nome de
remédios de Direito Constitucional.

3.2.1. Conceito de Constituição

Todo Estado possui uma Constituição, que é o seu modo de ser, de se organizar e funcionar.
Também pode ser chamada por outros termos, como Carta Magna, Lei Maior, entre outros.

 Na doutrina, destaca-se o conceito de José Afonso da Silva: A constituição do Estado,


considerada sua lei fundamental, seria, então, a organização de seus elementos essenciais: um
sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras,que regula a forma do Estado, a forma de
seu governo, o modo de aquisição e oexercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os
limites de sua acção, os direitos fundamentais do homem e suas respectivas garantias. 

Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do


Estado. Percebe-se que, mesmo quanto aos Estados onde a Constituição não conste escrita em
um texto próprio, como na Inglaterra (onde as normas constitucionais são baseadas no
costume), é correcto dizer que possuem Constituição, já que a forma escrita não é requisito
desta. Ainda, as Constituições actuais não tratam apenas do Estado, mas também elencam
direitos aos seus cidadãos e estrangeiros, e mecanismos judiciais e administrativos para
efectivação de tais direitos.
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3.2.2. Concepções sobre a Constituição

A dificuldade de estabelecer-se um conceito para a Constituição decorre da existência de


concepções prévias sobre o que é ou deveria ser uma Constituição e qual o conteúdo que ela
deveria veicular. Ou seja, se ela é um mero instrumento jurídico para a organização do
Estado, ou deve possuir um sentido político de eleger programas e tarefas a serem alcançadas
ou, ainda, se deve reflectir os valores da realidade social do Estado no qual se insere.
Identificam-se as principais concepções ou sentidos sobre a Constituição:

Concepção sociológica: A Constituição é a soma dos factores reais do poder que regem
um país. Os agentes do poder são os que representam a Constituição real e efectiva, sendo que
a Constituição escrita, caso não represente esses factores, não será mais que uma “folha de
papel”. Sempre prevalece a vontade daqueles que detêm efectivamente o poder. Se as normas
escritas na Constituição coincidirem com a vontade de quem titulariza o poder, essas normas
serão legítimas. Trata-se, assim, de distinguir entre o mero texto formal de uma Constituição e
a realidadedo efectivo exercício do poder.

Concepção política: a Constituição é entendida como a decisão política fundamental. A partir


daí, faz distinção entre Constituição (que se restringe às normas do texto que versam sobre
decisões fundamentais sobre a forma do Estado) e leis constitucionais, que são aquelas
normas que , muito   embora também constem do texto da Constituição, não tratam de matéria
estritamente constitucional. 

Em Moçambique, essa distinção era feita na Constituição de 1975, cujo artigo estabelecia que


era “só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes
Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é
Constitucional, pôde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias”. Na actual Constituição de 1975, tal distinção não mais subsiste,
devendo o procedimento de alteração do texto seguir o disposto no artigo 60.
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4. Conclusões

Findo trabalho hora realizado, fica o entendimento de que o pensamento político universal
africano esta estreitamente ligada ao pan-africanismo, e que foram necessários três factores
para desencadear a sua origem: escravidão, colonialismo e o racismo. De entre estes factores
os racismos foi o mais pernicioso e deu origem aos outros dois.
O pensamento político universal africano, na sua essência, constitui uma actividade intelectual
que procura construir um sistema de valores e ideias dos indivíduos duma sociedade africana
e justificá-los através da razão.
E que a garantia constitucional é o conjunto de direitos que a Lei Magna ou Lei
Maior (Constituição) de um país assegura aos seus cidadãos, ela inclui entre as garantias
individuais o direito de petição, o habeas corpus, o mandado de segurança, o mandado de
injunção, o habeas data, a acção popular, aos quais se na doutrina e na jurisprudência, o nome
de remédios de Direito Constitucional.
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5. Referências bibliográficas

Constituição da República de Moçambique.

GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. 2010. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª


Edição. Longman Moçamique, Maputo, 2010.

GIL, António. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª ed. Atlas, São. Paulo, 1999.

in Estudos Moçambicanos, 1981.

MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 6ª Edição, São Paulo, Atlas


Editora,2011.

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