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Introdução ..................................................................................................................................................... 1
As Origens Da Democracia Africana............................................................................................................ 2
As Resistências À Democracia, No Período Pós-Colonial ........................................................................... 3
O Regime Do Aphartheid E O Legado De Nelson Mandela ........................................................................ 5
Democracia Africana Sobre Ponto De Vista Da União Africana ................................................................. 6
Conclusão...................................................................................................................................................... 8
Referencias bibliográficas ............................................................................................................................. 9
Introdução
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As Origens Da Democracia Africana
A democracia em África: a ascendência platônica (2022), Pierre Nzinzi chama a nossa atenção
para o perigo da instrumentalização da democracia pelas potências africanas. Quando isso
acontece, ela é reduzida a uma mera ideologia. Na visão desse teórico, uma democracia universal
seria útil para a África. Ele defende: “teremos sucesso em estabelecer uma verdadeira democracia
na África simplesmente fazendo uma boa democracia universal. [...] ela seria também lógica,
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vitória da substância sobre o predicado, do conteúdo sobre a forma.” (NZINZI, 2022, p. 220-221).
O artigo intitulado Pensar a política na África (2015), do filósofo da República CentroAfricana
Abel Kouvouama, contribui para nos posicionarmos melhor dentro do campo da filosofia política,
no referido continente. O autor orienta: “[...] a filosofia política contemporânea na África deve
igualmente levar em conta as visões práticas do político, compreendendo-o de uma só vez como
espaço de possibilidades e como espaço de experimentação de condutas humanas individuais e
coletivo” (KOUVOUAMA, 2015, p. 105). Além disso, esse texto procura lançar luz para
evitarmos as pedras de tropeço postas pelo neoplatonismo político em nossa caminhada
investigativa aqui proposta.
Nos países sob o governo de um partido único, a organização da sociedade civil torna-se algo
extremamente difícil graças às dificuldades de toda monta criadas pelo Estado repressor. Portanto,
aqui, a grande questão que se apresenta é descobrir como ela pode enfrentar e superar essa força
negativa de um Estado pervertido pelo governo de um partido único.
O texto dos autores Marc-Éric Gruenais e Jean Schmitz, L’Afrique des pouvoirs et la démocratie
(1995) [África das potências e a democracia], contribui para montarmos o quadro geral do pós-
guerra, no que se refere a investigação aqui proposta.
Se após a Segunda Guerra Mundial, com as eleições de 1946-1947, a África conhece a "política"
que sucede ao despotismo colonial de período anterior, em particular no campo francófono, a
queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria abriram, no início do 1990, um novo período em
que os empréstimos do Banco Mundial, frequentemente, têm como “condicionalidade” a “virada
democrática'' que deve efetuar os regimes autoritários, presentes no continente: partido único,
ditadura militar... Floresceram as conferências nacionais, rituais eleitorais, partidos – às vezes,
com a aprovação moderada de Chefes de Estado ansiosos para mudar as coisas, criando os próprios
partidos – e os jornais, as folhas e outros semanários que testemunham o surgimento do quarto
poder, aquele da imprensa. (GRUENAIS; SCHMITZ, 1995, p. 7)
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Seguindo essa linha, aprofundando a discussão, o escrito La démocratie en Afrique: succès et
résistances (2009) [A democracia na África: sucesso e resistência], de Babacar Guèye, fornece
informações preciosas que nos situam historicamente dentro do cenário africano relativo à
problemática pertinente à democracia na África pós-colonial, a partir da nova configuração
advinda com a queda do muro de Berlim, em 1989. Um dos elementos importantes para a
implantação e o fortalecimento da democracia no continente africano, surgido nesse período e que
merece ser destacado, são as “Conferências nacionais”. Elas “são uma invenção, uma contribuição
africana para a teoria da democratização” (GUÈYE, 2009, p. 5). De fato, embora alguns países
africanos já tivessem iniciado o seu processo de democratização, será a partir de 1990 que a opção
pela democracia irá ganhar capilaridade no continente, levando muitos de seus países a empregar
esforços com o objetivo de implementá-la em seu território.
Neste sentido, não é exagerado apresentar como resultado positivo de tais esforços as seguintes
tendências: “a consagração de uma democracia constitucional, a construção progressiva do Estado
de direito e a organização de eleições disputadas e transparentes” (GUÈYE, 2009, p. 7) A respeito
da primeira delas, considere-se que a adesão africana ao constitucionalismo vincula o continente
à democracia liberal forjada no Ocidente. Assim, temos: “Entre os traços característicos da
democracia liberal, estão incluídos notadamente o pluralismo, a proclamação de direitos e
liberdades e, posteriormente, o reconhecimento e o respeito à oposição” (GUÈYE, 2009, p. 7).
No tocante à segunda inclinação, é salutar ter presente que, desde os anos 1980, a África
experimenta o retorno fortalecido do discurso relativo ao Estado de Direito. Este passou a ser uma
das principais bases sobre as quais a democracia constitucional, em território africano, vem
buscando se apoiar. Em relação à última, merece ser destacado que “A democracia, baseada na
vontade do maior número, implica, portanto, o sufrágio universal. A eleição é a base da democracia
representativa e por si só legitima o poder” (GUÈYE, 2009, p. 13). Tendo chamado a atenção para
os avanços que o texto menciona, nessa luta pela implantação de regimes democráticos em África,
agora, consideremos o que o autor diz sobre as dificuldades enfrentadas para democratizar o
continente.
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O Regime Do Aphartheid E O Legado De Nelson Mandela
Falar da democracia africana, remete-nos (em cronologia) para os principais influentes de sua
construção desde logo, NELSON MANDELA (1918-2013) 1216, Nos anos 60 e durante muito
tempo ou mesmo depois de ter sido elevado ao estatuto de herói de homem de paz, MANDELA
era visto por algumas pessoas como terrorista, o mesmo que tempo depois, consegui mudar a face
e o destino da ÁFRICA DO SUL. Ora bem, este estatuto foi-lhe dado por gente muito importante
v.g., MARGARET THATCHER (1925-2013) ¹217 e RONALD REAGAN (1911-2004)¹218
chamavam-lhe de terrorista, mas ele era considerado terrorista porque pertencia ao clã marxista-
leninista e se opunha ao cla anglo-saxónico de direita. Três anos antes da libertação, quando os
Sul-africanos começaram a negociar com ele anunciaram a MANDELA que estavam dispostos a
libertá-lo com a condição de renunciar a violência. Mas MANDELA recusa porque para ele a
perceção da violência era uma arma de negociação. Ou seja, ele sabia que se renunciasse a
violência no início não poderia agitar a ameaça do uso da violência durante o processo que iria
começar. Portanto, a sua posição relativamente à violência era desconhecida até ao momento em
que no estádio do SOWETO ele anuncia a sua visão sobre uma nova ÁFRICA DO SUL sem
violência. Nestes termos, MANDELA ou MADIBA como popularmente era chamado, este.
dirigente político africano, deixou um legado importante: particularmente para a democracia sul-
africana e para a democracia do continente africano no geral. Ora bem, porque temos um bocado
a tendência a limitar a ação de MANDELA, sua voz, sua missão, a projeção de MANDELA
unicamente a ÁFRICA DE SUL.
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LAURENT KABILA (1939-2001)1220; (ii) ele intervém no BURUNDI. Ele escreve ao presidente
PASCAL LISSOUBA 1221 que recuse eleições no CONGO BRAZZAVILLE pedindo-lhe para
organizar um sufrágio. A perceção de que a Democracia também é necessária nos outros países
africanos vai acabar por confortar a sua posição interior.
A criação da UNIÃO AFRICANA no lugar da Organização da Unidade Africana tem vindo a ser
considerada como uma rutura importante nas relações externas dos países. do continente africano,
na medida em que a instituição da nova organização se traduz na esperança das elites locais de
modificar as estruturas existentes. Portanto, deve ficar claro que ideia de criação da UNIÃO
AFRICANA adiante designada (UA) inspira-se na ideologia do movimento PAN-
AFRICANISMO cuja fundação se insere num contexto da necessidade de uma organização capaz
de fazer frente aos desafios potencializados pela situação gerada pelo encerramento do conflito
bipolar numa entrada dum novo milénio profundamente marcado pela evolução acentuada do
processo de globalização (...) havia. uma toda necessidade de aperfeiçoar a OUA em todas as
dimensões quer seja nominal quer seja substancial para responder bem os novos desafios do
milénio e realinhar a sua posição quanto ao comercio internacional rumo ao desenvolvimento do
milénio e consequentemente do continente.
(i) A criação da UA é importante pois, pela primeira vez, uma organização africana inspira
confiança e gera grandes. expectativas e esperança no sentido de dar uma maior
visibilidade no cenário social, político e económico mundial propriamente como um
bloco;
(ii) (ii) A criação da UA surge num contexto diferente, diria, de seguimento, das ideologias
democráticas dos líderes que influenciaram o processo democrático em ÁFRICA v.g.,
NELSON MANDELA, claro que, inaugurando assim, uma nova fase, caraterizada pela
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eliminação dos últimos resquícios da colonização no continente, do regime racista na
ÁFRICA DO SUL (em 1994), da pacificação de sociedades politicamente dilaceradas
por guerras civis v.g.. MOÇAMBIQUE e ANGOLA, dos avanços da democracia-
constitucional popular (num primeiro momento) e da democracia-constitucional
pluripartidário (à posterior) não só como também os avanços de novas lideranças
regionais (...). Neste sentido, vários objetivos foram traçados desde logo:
(i) como fiz menção ao de cima, cabe à UA desempenhar um papel de liderança no continente no
que diz respeito, sobretudo à harmonização e racionalização de políticas e programas de
intercâmbio de experiências, de fortalecimento e capacidades institucionais;
No que diz respeito a atuação da UA, é vista como uma organização com desafios próprios desde:
(i) o seu real significado, o que recoloca em questão a viabilidade da instituição em torno
da transição OUA para UA no que diz respeito as diferenças e objetivos;
(ii) a questão relacionada com a Comissão, o Parlamento PAN-AFRICANO, o Conselho
Económico, Social e Cultural, do Tribunal de Justiça tanto como das instituições
financeiras considerados instrumentos que representam o cerne institucional da União,
permanecerem ainda com funções e poderes não claramente definidos;
(iii) a falta de pagamento por parte dos Estados-membros, o que afeta sobremaneira o
correto funcionamento da organização¹225
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Conclusão
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Referencias bibliográficas